Kramer vs. Kramer é um drama verossímil no que se refere aos efeitos do divórcio sobre os envolvidos - sejam estes os pais ou os filhos; é um filme com argumento tão válido hoje quanto outrora (aliás, nos anos 80 as diferentes configurações daquilo que genericamente chamamos "família" eram bem menos discutidas e aceitas socialmente do que atualmente). Meryl Streep desempenhando um ótimo papel, como esperado, mas Dustin Hoffman e Justin Henry mais do que mereceram a ovação da crítica cinematográfica.
Em Closer o relacionamento é colocado em cena como um duelo de forças. A intensidade dos diálogos do filme pode não ser inovadora (basta lembrarmos dos filmes de Godard), mas funciona perfeitamente. O argumento assemelha-se ao de Eyes Wide Shut (1999):a mentira é um dos pilares que sustentam uma relação.
Sorrisos De Uma Noite De Verão é um bom filme do Bergman. Bem diferente dos outros filmes conhecidos dele, e apesar de ser referido como "comédia" é válido comentar de que trata-se de uma comédia séria; que aborda temas relacionados à condição humana - mais especificadamente: relacionamentos. Não precisa de mais nada além deste filme para perceber de onde vem a admiração de Woody Allen pelo diretor sueco.
Sinceramente, eu tinha a expectativa de que não fosse tão ruim. Me enganei. Primeiro: efeitos deprimentes; descaradamente mal feitos; Segundo: transformaram a história em um drama psicológico patético; Terceiro: dublagem sofrível do Freddy Kruger. Quarto: Ao contrário dos originais, nenhum dos personagens desperta simpatia no espectador. Quinto: As cenas super criativas do original eles conseguiram filmar de uma maneira lamentável neste reboot. Enfim, é sempre bom conferir pra não julgar antecipadamente, mas definitivamente é um dos filmes desnecessários dentro da franquia.
Embora suprima algumas cenas do livro que poderiam ter contribuído imensamente ao filme,Orlando consegue passar exatamente a mesma atmosfera da história original. Os cenários, os figurinos, o roteiro... tudo funciona perfeitamente. Adaptar Virginia Woolf para as telas não é tarefa fácil, e Sally Potter merece crédito por ter feito isso de maneira tão primorosa, especialmente pelo fato de que Orlando é a escrita mais refinada da escritora inglesa.
Embora não tenha cenas e uma trilha sonora tão marcantes quando comparado ao original, Psycho II é um ótimo exercício de suspense e complementa positivamente a franquia, curiosamente porque nesta continuação o personagem Norman Bates desperta mais simpatia do que em Psycho (1960).
A obra-prima de Andrei Tarkovski? Questão difícil (ou seria irresolúvel?) de ser respondida quando levamos em consideração a filmografia assustadoramente consistente e substancial do diretor russo (basta pensarmos em Stalker, Solaris ou O Espelho). Em O Sacrifício adentramos o território dos sonhos sem sermos avisados disso; a guerra aparece fisicamente discreta, mas sentimos sua presença suplantando a fé e levantando dúvidas, conflitos e angústias interiores. O ritmo lento da projeção pode assustar alguns, mas esta talvez seja a característica mais marcante do diretor (nas suas próprias palavras: "esculpir o tempo"). E qual seria o sacrifício ao qual o título remete? Aos que souberem extrair esta mensagem O Sacrifício se mostrará brilhantemente gratificante.
O último filme da trilogia qatsi já não apresenta o impacto sensorial de Koyaanisqatsi(1982). Eu diria até que a trilogia termina de forma desapontadora. Embora seja uma experimentação interessante, as imagens de Naqoyqatsi parecem dispersas, desconexas; a conclusão da trilogia acaba por não concluir muita coisa. Consumismo desenfreado, auge das ciências e da tecnologia, guerras... temas que poderiam ser muitos melhores explorados neste terceiro filme. Ponto positivo (novamente) para a trilha de Philip Glass.
Em uma carreira tão prolífica como a de Woody Allen se torna absolutamente impossível escolher um filme como sendo o melhor. No entanto o próprio diretor já se referiu a Match Point como sendo provavelmente sua melhor obra. Isto é questionável, mas de fato trata-se de um ponto alto na trajetória do diretor (e felizmente não se trata de um "ponto final" nesta brilhante carreira). Mais uma vez Woody Allen faz de um filme de sua autoria um mediador direto a uma obra de Dostoievski (como acontece em Crimes e Pecados(1989), por exemplo). O diretor tira vários elementos-chave da trama de Crime e Castigo, do escritor russo, e os combina em uma diferente história. O sentimento é o mesmo passado pelo livro: culpa, tragédia, urgência e inevitabilidade.
Metalinguagem pura. Mesmo para os menos familiarizados com a obra de Woody Allen existe uma facilidade na identificação de uma certa transparência criativa; é fácil identificar o autor nos seus personagens. Em Desconstruindo Harry o diretor exponencia tais aspectos referentes à sua filmografia. Como em Oito e Meio(1963), obra-prima de Federico Fellini (do qual Woody Allen é fã confesso), a inspiração para Desconstruindo Harry surge a partir do bloqueio artístico. Um filme cheio de frases memoráveis, confissões e, por fim, uma declaração de amor à própria criação.
Hannah and Her Sisters é um filme excelente do Woody Allen; um filme acerca de questões referentes ao amor, à fidelidade, à auto-confiança e ao sentido da vida. Naturalmente, quando se trata de uma obra deste diretor nós, espectadores, confrontamos nossas próprias dúvidas através dos personagens da projeção de uma forma muito natural. Ao final, a sensação é a de que acabamos de assistir um filme primorosamente substancial, com doses ácidas de realidade e uma igual dose de conforto.
Comparado ao original, as alterações na refilmagem (2002) incrementaram sutilmente na história, embora a primeira versão sustente seus status por si mesma. Como em Poltergeist, o veículo do terror em Ringu é a televisão (embora "suspense" seja a definição mais cabível ao filme japonês). Com um roteiro original, uma boa trilha-sonora e uma boa fotografia, este filme é um belo exemplar do terror japonês da época.
Inland Empire é um filme fraco do David Lynch. Diferente de Mulholland Dr. (2001) ou Lost Highway (1997), nos quais muitos elementos aparentemente aleatórios acabam se correlacionando e adquirindo sentido, Inland Empire me parece ser um mero disperso e dispensável exercício estilista (desnecessário, levando em conta os filmes anteriores do diretor), que não estimula o espectador a pensar ou refletir sobre muita coisa.
É impossível deixar de comentar a influência do realismo mágico dos filmes do Fellini neste maravilhoso filme nacional. Em Abril Despedaçado, como em muitos dos filmes do diretor italiano, a hostilidade e a miséria cedem espaço à magia do circo e à da literatura. Aos que tanto criticam o cinema nacional (embora sem dúvidas este seja passível de crítica, como qualquer outra forma de arte) este é um filme mais do que essencial. Sublime.
1492 Conquest of Paradise é considerado por alguns como sendo um filme fraco de Ridley Scott, definição a qual me inclino a discordar. 1492 é um filme belamente fotografado e produzido, um projeto relativamente grande que acredito cumprir sua proposta principal, que é a de narrar a história do descobrimento do Novo Mundo e expôr através desta uma relação entre idealismo e ambição (relação confirmada pelas próprias palavras do protagonista). Ridley Scott parece preocupar-se menos com a ação ou mesmo com os diálogos (embora algumas sentenças sejam memoráveis) do que com o visual do filme, o que não faz deste um exemplar menos deslumbrante do que suas obras anteriores. Mais uma vez Vangelis vem a contribuir com sua épica trilha-sonora, o que com certeza sustenta as poucas falhas da projeção.
Este material gravado por Timothy Treadwell poderia ter dado origem a um simples documentário para conscientização ecológica. Nas mãos de Werner Herzog, tornou-se uma profunda reflexão sobre a condição humana, um olhar sobre a natureza selvagem que é, afinal de contas, a nossa própria (crédito obviamente compartilhado com Timothy). Documentário de beleza e profundidade incomparáveis, Grizzly Man é tão relevante na questão investigativa referente ao ser humano quando suas obras mais antigas (Fitzcarraldo, Aguirre, Stroszek).
Assim como Who's Afraid of Virginia Woolf (1966), a aclamada estréia de Mike Nichols, The Graduate é um ótimo filme, com diálogos ácidos, atuações intensas e um roteiro muito bem construído, em uma história que claramente levanta a questão da incerteza perante o futuro, diante da tomada de decisões (e por essa razão dialoga direto ao espectador). A projeção apresenta uma espécie de "charme sessentista" reforçada pela antológica trilha sonora. Excelente filme!
Melancholia é o filme mais visualmente belo, mais polido, de Lars von Trier que assisti até o momento. No entanto é também o mais dispensável. O roteiro morno se evidencia mais do que as ótimas atuações e o filme se perde quanto à proposta(a relação entre os familiares e a proximidade do planeta não exatamente se correlacionam; a ideia poderia ser muito melhor explorada).
A L'intérieur é um filme brutal, altamente perturbador e de um realismo inacreditável. A partir de um roteiro bem simples atuações, produção e direção funcionam de maneira muito eficiente neste que sem dúvidas é um dos filmes mais imediatamente incisivos que já assisti. Uma das características mais notáveis é a presença de uma dramaticidade trágica, que faz da projeção menos um terror-choque do que um filme que atinge o espectador pela escolha de um tema central muito sensível. Trilha sonora excelente, assim como a edição de som.
"A fonte de tudo é você": acredito que esta é a questão central de The Master. A característica mais impressiva dos filmes do Paul Thomas Anderson são as lacunas, os símbolos ao longo dos mesmos. The Master é facilmente identificável como uma redenção através da iluminação, do conhecer a si mesmo. Mas óbvio, o diretor trabalha de forma a inspirar reflexão, introspecção, pensar mesmo, sobre o real sentido do conceito de liberdade, sobre o que é "tomar conta da sua própria vida". Tecnicamente... bem, pelo histórico do diretor não poderia ser diferente: arte, trilha-sonora (composta pelo cada vez mais brilhante Jonny Greenwood), fotografia e atuações beirando a perfeição.
Silver Linings Playbook funciona como uma lufada de ar fresco ao drama cômico. A história se utiliza de problemas familiares para criar algo bem diferente, ainda que simples. As atuações de Jennifer Lawrence e Bradley Coopler são merecidamente dignas de reconhecimento.
Kramer vs. Kramer
4.1 546 Assista AgoraKramer vs. Kramer é um drama verossímil no que se refere aos efeitos do divórcio sobre os envolvidos - sejam estes os pais ou os filhos; é um filme com argumento tão válido hoje quanto outrora (aliás, nos anos 80 as diferentes configurações daquilo que genericamente chamamos "família" eram bem menos discutidas e aceitas socialmente do que atualmente).
Meryl Streep desempenhando um ótimo papel, como esperado, mas Dustin Hoffman e Justin Henry mais do que mereceram a ovação da crítica cinematográfica.
Closer: Perto Demais
3.9 3,3K Assista AgoraEm Closer o relacionamento é colocado em cena como um duelo de forças. A intensidade dos diálogos do filme pode não ser inovadora (basta lembrarmos dos filmes de Godard), mas funciona perfeitamente.
O argumento assemelha-se ao de Eyes Wide Shut (1999):a mentira é um dos pilares que sustentam uma relação.
Sorrisos de uma Noite de Amor
4.0 58Sorrisos De Uma Noite De Verão é um bom filme do Bergman. Bem diferente dos outros filmes conhecidos dele, e apesar de ser referido como "comédia" é válido comentar de que trata-se de uma comédia séria; que aborda temas relacionados à condição humana - mais especificadamente: relacionamentos.
Não precisa de mais nada além deste filme para perceber de onde vem a admiração de Woody Allen pelo diretor sueco.
A Hora do Pesadelo
3.0 1,5K Assista AgoraSinceramente, eu tinha a expectativa de que não fosse tão ruim. Me enganei.
Primeiro: efeitos deprimentes; descaradamente mal feitos;
Segundo: transformaram a história em um drama psicológico patético;
Terceiro: dublagem sofrível do Freddy Kruger.
Quarto: Ao contrário dos originais, nenhum dos personagens desperta simpatia no espectador.
Quinto: As cenas super criativas do original eles conseguiram filmar de uma maneira lamentável neste reboot.
Enfim, é sempre bom conferir pra não julgar antecipadamente, mas definitivamente é um dos filmes desnecessários dentro da franquia.
Ladrão de Casaca
3.7 260Produção e roteiro impecáveis. Os figurinos, as atuações e os cenários são incríveis. Com certeza um dos melhores do Hitchcock.
Orlando, A Mulher Imortal
3.8 113 Assista AgoraEmbora suprima algumas cenas do livro que poderiam ter contribuído imensamente ao filme,Orlando consegue passar exatamente a mesma atmosfera da história original. Os cenários, os figurinos, o roteiro... tudo funciona perfeitamente. Adaptar Virginia Woolf para as telas não é tarefa fácil, e Sally Potter merece crédito por ter feito isso de maneira tão primorosa, especialmente pelo fato de que Orlando é a escrita mais refinada da escritora inglesa.
Psicose 2
3.3 213 Assista AgoraEmbora não tenha cenas e uma trilha sonora tão marcantes quando comparado ao original, Psycho II é um ótimo exercício de suspense e complementa positivamente a franquia, curiosamente porque nesta continuação o personagem Norman Bates desperta mais simpatia do que em Psycho (1960).
O Sacrifício
4.3 148A obra-prima de Andrei Tarkovski? Questão difícil (ou seria irresolúvel?) de ser respondida quando levamos
em consideração a filmografia assustadoramente consistente e substancial do diretor russo (basta pensarmos em Stalker,
Solaris ou O Espelho).
Em O Sacrifício adentramos o território dos sonhos sem sermos avisados disso; a guerra aparece
fisicamente discreta, mas sentimos sua presença suplantando a fé e levantando dúvidas, conflitos e angústias
interiores. O ritmo lento da projeção pode assustar alguns, mas esta talvez seja a característica mais marcante
do diretor (nas suas próprias palavras: "esculpir o tempo").
E qual seria o sacrifício ao qual o título remete? Aos que souberem extrair esta mensagem O Sacrifício se mostrará
brilhantemente gratificante.
Naqoyqatsi - A Guerra como Forma de Vida
3.8 40O último filme da trilogia qatsi já não apresenta o impacto sensorial de Koyaanisqatsi(1982). Eu diria até que a trilogia termina de forma desapontadora. Embora seja uma experimentação interessante, as imagens de Naqoyqatsi parecem dispersas, desconexas; a conclusão da trilogia acaba por não concluir muita coisa.
Consumismo desenfreado, auge das ciências e da tecnologia, guerras... temas que poderiam ser muitos melhores explorados neste terceiro filme.
Ponto positivo (novamente) para a trilha de Philip Glass.
Ponto Final: Match Point
3.9 1,4K Assista AgoraEm uma carreira tão prolífica como a de Woody Allen se torna absolutamente impossível escolher um filme como sendo o melhor. No entanto o próprio diretor já se referiu a Match Point como sendo provavelmente sua melhor obra. Isto é questionável, mas de fato trata-se de um ponto alto na trajetória do diretor (e felizmente não se trata de um "ponto final" nesta brilhante carreira).
Mais uma vez Woody Allen faz de um filme de sua autoria um mediador direto a uma obra de Dostoievski (como acontece em Crimes e Pecados(1989), por exemplo). O diretor tira vários elementos-chave da trama de Crime e Castigo, do escritor russo, e os combina em uma diferente história. O sentimento é o mesmo passado pelo livro: culpa, tragédia, urgência e inevitabilidade.
Desconstruindo Harry
4.0 335 Assista AgoraMetalinguagem pura.
Mesmo para os menos familiarizados com a obra de Woody Allen existe uma facilidade na identificação de uma certa transparência criativa; é fácil identificar o autor nos seus personagens. Em Desconstruindo Harry o diretor exponencia tais aspectos referentes à sua filmografia.
Como em Oito e Meio(1963), obra-prima de Federico Fellini (do qual Woody Allen é fã confesso), a inspiração para Desconstruindo Harry surge a partir do bloqueio artístico.
Um filme cheio de frases memoráveis, confissões e, por fim, uma declaração de amor à própria criação.
Prelúdio Para Matar
4.0 256 Assista AgoraO mais bem finalizado dos filmes do Dario Argento. A história mantém o suspense até o final e o roteiro é muito bem construído.
Hannah e Suas Irmãs
4.0 293Hannah and Her Sisters é um filme excelente do Woody Allen; um filme acerca de questões referentes ao amor, à fidelidade, à auto-confiança e ao sentido da vida. Naturalmente, quando se trata de uma obra deste diretor nós, espectadores, confrontamos nossas próprias dúvidas através dos personagens da projeção de uma forma muito natural.
Ao final, a sensação é a de que acabamos de assistir um filme primorosamente substancial, com doses ácidas de realidade e uma igual dose de conforto.
Os Descendentes
3.5 1,3K Assista AgoraThe Descendants é um drama familiar relativamente simples, mas conduzido cuidadosamente. Boas atuações e boa fotografia.
O Chamado
3.3 335 Assista AgoraComparado ao original, as alterações na refilmagem (2002) incrementaram sutilmente na história, embora a primeira versão sustente
seus status por si mesma.
Como em Poltergeist, o veículo do terror em Ringu é a televisão (embora "suspense" seja a definição mais cabível ao filme japonês). Com um roteiro original,
uma boa trilha-sonora e uma boa fotografia, este filme é um belo exemplar do terror japonês da época.
Império dos Sonhos
3.8 433Inland Empire é um filme fraco do David Lynch. Diferente de Mulholland Dr. (2001) ou Lost Highway (1997), nos quais muitos elementos aparentemente aleatórios
acabam se correlacionando e adquirindo sentido, Inland Empire me parece ser um mero disperso e dispensável exercício estilista (desnecessário, levando em conta os filmes anteriores
do diretor), que não estimula o espectador a pensar ou refletir sobre muita coisa.
Abril Despedaçado
4.2 673É impossível deixar de comentar a influência do realismo mágico dos filmes do Fellini neste maravilhoso filme nacional. Em Abril Despedaçado, como em muitos dos filmes do diretor italiano, a hostilidade e a miséria cedem espaço à magia do circo e à da literatura.
Aos que tanto criticam o cinema nacional (embora sem dúvidas este seja passível de crítica, como qualquer outra forma de arte) este é um filme mais do que essencial.
Sublime.
1492: A Conquista do Paraíso
3.5 1711492 Conquest of Paradise é considerado por alguns como sendo um filme fraco de Ridley Scott, definição a qual me inclino a discordar.
1492 é um filme belamente fotografado e produzido, um projeto relativamente grande que acredito cumprir sua proposta principal, que é a de narrar a história
do descobrimento do Novo Mundo e expôr através desta uma relação entre idealismo e ambição (relação confirmada pelas próprias palavras do protagonista).
Ridley Scott parece preocupar-se menos com a ação ou mesmo com os diálogos (embora algumas sentenças sejam memoráveis) do que com o visual do filme, o que
não faz deste um exemplar menos deslumbrante do que suas obras anteriores.
Mais uma vez Vangelis vem a contribuir com sua épica trilha-sonora, o que com certeza sustenta as poucas falhas da projeção.
O Homem-Urso
4.0 142 Assista AgoraEste material gravado por Timothy Treadwell poderia ter dado origem a um simples documentário para conscientização ecológica. Nas mãos de Werner Herzog, tornou-se uma profunda reflexão sobre a condição humana, um olhar sobre a natureza selvagem que é, afinal de contas, a nossa própria (crédito obviamente compartilhado com Timothy).
Documentário de beleza e profundidade incomparáveis, Grizzly Man é tão relevante na questão investigativa referente ao ser humano quando suas obras mais antigas (Fitzcarraldo, Aguirre, Stroszek).
A Primeira Noite de Um Homem
4.1 810 Assista AgoraAssim como Who's Afraid of Virginia Woolf (1966), a aclamada estréia de Mike Nichols, The Graduate é um ótimo filme, com diálogos ácidos, atuações intensas e um roteiro muito bem construído, em uma história que claramente levanta a questão da incerteza perante o futuro, diante da tomada de decisões (e por essa razão dialoga direto ao espectador). A projeção apresenta uma espécie de "charme sessentista" reforçada pela antológica trilha sonora.
Excelente filme!
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraMelancholia é o filme mais visualmente belo, mais polido, de Lars von Trier que assisti até o momento. No entanto é também o mais dispensável. O roteiro morno se evidencia mais do que as ótimas atuações e o filme se perde quanto à proposta(a relação entre os familiares e a proximidade do planeta não exatamente se correlacionam; a ideia poderia ser muito melhor explorada).
A Invasora
3.4 705A L'intérieur é um filme brutal, altamente perturbador e de um realismo inacreditável. A partir de um roteiro bem simples atuações, produção e direção funcionam de maneira muito eficiente neste que sem dúvidas é um dos filmes mais imediatamente incisivos que já assisti. Uma das características mais notáveis é a presença de uma dramaticidade trágica, que faz da projeção menos um terror-choque do que um filme que atinge o espectador pela escolha de um tema central muito sensível.
Trilha sonora excelente, assim como a edição de som.
O Mestre
3.7 1,0K Assista Agora"A fonte de tudo é você": acredito que esta é a questão central de The Master.
A característica mais impressiva dos filmes do Paul Thomas Anderson são as lacunas, os símbolos ao longo dos mesmos. The Master é facilmente identificável como uma redenção através da iluminação, do conhecer a si mesmo. Mas óbvio, o diretor trabalha de forma a inspirar reflexão, introspecção, pensar mesmo, sobre o real sentido do conceito de liberdade, sobre o que é "tomar conta da sua própria vida".
Tecnicamente... bem, pelo histórico do diretor não poderia ser diferente: arte, trilha-sonora (composta pelo cada vez mais brilhante Jonny Greenwood), fotografia e atuações beirando a perfeição.
O Lado Bom da Vida
3.7 4,7K Assista AgoraSilver Linings Playbook funciona como uma lufada de ar fresco ao drama cômico. A história se utiliza de problemas familiares para criar algo bem diferente, ainda que simples. As atuações de Jennifer Lawrence e Bradley Coopler são merecidamente dignas de reconhecimento.