Quando vi o primeiro filme ainda criança, não entendi porque o extâse geral. Achei o filme extremamente sem graça. 10 anos depois, já adulto, revi e continuei com a mesma opinição: filme clichê, sem alma, excessivamente longo, que valia apenas pelos efeitos especiais. Como ainda iam fazer uma sequência disso? Pelo menos o Diretor era James Cameron, o cara que é especialista em fazer sequências, vide "Exterminador do Futuro" e "Aliens", assim que decidi dar uma chance. Meu amigo, ainda bem que dei. Esse filme é melhor que o primeiro em absolutamente tudo. Tem mais história, personagens mais bem desenvolvidos, subtexto melhor desenvolvido (família, preservação do meio ambiente), efeitos especiais e fotografia ainda melhores que a do primeiro filme, sendo muito mais imersivo e emocionante. O filme é muito ágil em dar tempo de tela pro desenvolvimento dos filhos de Jake na Tribo da Água, pra que através deles possamos conhecer e começar a se envolver na mitologia do "The Way of Water". É inteligente ao criar a figura do "Spider", humano que se enxerga como N'avi, e ao introduzir os "Tulkuns" como metáfora da natureza que não revida ao ser explorada pela ganância humana. Enfim, o filme é muito belo, com uma mensagem espiritulista e pró-natureza, com 3 horas de duração são agradáveis de assistir.
Decepcionado. A crítica fez tantos elogios que parecia que ia ser uma Obra Prima, mas não é o caso. Não diverte e não empolga no lado Blockbuster e não é tão reflexivo e profundo como cinema de arte. Na verdade, é apenas um grande set-up pro próximo filme. Pode ser até uma comparação insana, mas me lembrou a sensação que tive quando assisti a Parte 1 do Jogos Vorazes Mockingjay, tamanho o vazio da obra. Claro que tem pontos positivos, como cinematografia, trilha sonora e efeitos especiais, mas que não são suficientes para fazer um grande filme, pois o elemento humano e catártico estão faltando. Me pareceu no final que o formato de série seria melhor para essa adaptação, pois teria mais tempo para desenvolver a mitologia e se aprofundar nos personagens. Na versão filme, foi tudo ao mesmo tempo corrido e arrastado.
Morei 3 anos no Rio de Janeiro. Quando cheguei pela primeira vez no aeroporto, peguei um ônibus até meu destino final, sentando perto do motorista. Ele perguntou se eu era do Rio e eu disse que não. Aí ele me falou: "Já que você não é daqui vou logo te dizer a primeira coisa que você precisa saber, aqui o Rio, Polícia e Bandido é tudo a mesma coisa". Nunca esqueci essas palavras. Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro é a novelização dessa frase. Mais vai além. Além de polícia e bandido, os políticos são a última peça que fecham o ciclo desse sistema diabólico. Verdade seja dita que o filme exagera na sua história pra mostrar o "sistema", característica típica do didatismo das obras do José Padilha. Em alguns momentos realmente falta sutileza e algumas escolhas dramáticas são questionáveis. É claro que não são todos os políticos e policiais do Rio que estão ligados com a milícia. Mas alguns estão. As notícias estão aí pra provar. Então acho que o filme entrega seu ponto e é um bom complemento ao já excelente primeiro filme, que para os desatentos já tinha essa mensagem de que o problema não era os traficantes ou polícia, mas o sistema que alimentava tudo isso. "O sistema é foda".
Daqueles filmes que passei anos enrolando pra assistir. Sei que existe uma grande polêmica ao redor do filme até hoje, com alguns chegando a dizer que o filme é fascista, que glorifica a violência policial etc. Pessoalmente, não creio ser esse o caso. Saí mais com a sensação de ter visto um retrato da "bestialidade". Isso porque na guerra do tráfico as pessoas envolvidas, aí tanto policiais e traficantes, vão lentamente se transformando em bestas, em que a violência é a única linguagem de comunicação. Não faltam exemplos disso no filme, no que se destacam o Capitão Nascimento e aspirantes Matias e Neto. No decorrer do filme vemos como o ambiente pesado da guerra ao tráfico vai moldando-os, deixando-os mais nervosos, ansiosos e propensos a resolver tudo com brutalidade, desde discussões domésticas à operações policiais. E no final fica a sensação que tudo não passa de um circo, e que o verdadeiro inimigo não são nem os policiais nem os traficantes, mas o sistema que alimenta essa guerra inútil e bestializante.
Existe um conceito da psicologia que diz que existem dois eus, o eu recordativo e o eu experimental. O eu experimental é o eu do agora, que sente as coisas quando elas estão acontecendo. Já o eu recordativo é aquele que avalia as lembranças e o passado, atribuindo significados e qualidade às experiências vividas pelo eu experimental. No fim de um relacionamento o eu recordativo sempre dá mais valor aos sentimentos experimentados no final do relacionamento, geralmente ruins, negligenciando sua duração e a quantidade de momentos bons. O que acontece nesse filme é um repeteco do eu experimental, que faz reacender os bons sentimentos e um desejo um pelo outro, mesmo que o final possa ser o mesmo de antes. Um belo filme e uma aula de psicologia.
Tem muitas maneiras de ver esse filme. Como obra de gênero (faroeste) e valor de entretenimento é uma obra prima, uma das melhores espécimes do cinema nacional. Já como alegoria política o filme é - complicado. Um dos objetivos do filme é a valorização do povo nordestino, representado pelos habitantes de Bacurau, algo muito louvável. São pessoas muito mais perspicazes do que parecem e inclusive integradas com as novidades tecnológicas, algo representado muito bem quando um personagem ao ver um disco voador diz: " Tinha um negócio no céu, parecia um disco voador, mas era um drone ". Há claramente a tentativa de criar uma iconografia e mitologia própria para quele povoado, principalmente na figura do Lunga, um personagem com ares de Messias. Mas infelizmente, nem tudo são flores. Me incomoda muito como os filmes brasileiros sempre usam como fonte do conflito o divisionismo. É pobre x rico, negro x branco, nordeste x sul, americano x latino e embora reconheça que esses são problemas estruturais do nosso Brasil, fica chato quando esse são sempre os motores desses filmes. Principalmente porque o outro lado sempre parece generalizante e até caricato, diluindo-se a complexidade desses conflitos. Enfim, Bacurau é um filmaço que funciona muito bem em dois níveis: como um entretenimento de ação e como uma alegoria política.
PS: Que chato que ninguém pode falar mal do filme nos comentários, ou apenas ter algumas divergências sem ser chamado de sulista, preconceituoso e baba ovo de americano. Por favor, maturidade! E pra quem tiver curiosidade, sim sou nordestino, piauiense.
Bonzão, me surpreendeu! Achei que ia ver um filme clichê cheio daquelas piadas bobas, mas o filme é tudo menos isso. É muito mais reflexivo e sentimental, temo como tema central a velhice, utilizando muito bem momentos de silêncio e contemplação. Tudo isso, entretanto, sem esquecer a comédia, com momentos engraçadíssimos. Vale a pena!
Depois de tantos blockbusters péssimos que vi esse ano (Batman v Superman, Esquadrão Suicida, A Lenda de Tarzan...) enfim temos uma lufada de ar fresco, um filme com um pouquinho mais de personalidade e alma. Tudo por conta de Rowling, que está a vontade tanto no estabelecimento desse novo setor de seu "Wizarding World" quanto no desenvolvimento dos novos personagens. Aliás, os quatro protagonistas estão ótimos e cativantes, com destaque para o no-maj Jacob e a bruxa Queenie que tem na sua relação o coração na história. Entretanto, o que Animais Fantásticos esbanja em charme e carisma de personagens falta em um fio narrativo coeso. Toda a subtrama relacionada a "ameaça" do filme é repetitiva e desnecessariamente dramática, desembocando em um clímax desalmado e desperdiçando atores do calibre de Ezra Miller, Colin Farrel e Tessa Tomphson; obviamente preparando terreno para os próximos filmes, a mania feia da Hollywood atual. A diversão mesmo fica por parte dos animais fantásticos do título e as confusões que os protagonistas se metem. Portanto, Animais Fantásticos e Onde Habitam é um bom filme e expande muito bem a franquia Harry Potter, só resta esperar que os próximos tenham uma trama tão interessante quanto seus personagens.
Uma homenagem bacana aos filmes adolescentes da década de oitenta. Mas sendo um filme espanhol, o humor toma mais riscos e por isso é mais interessante!
Chega! Assim não dá DC, chama o Christopher Nolan de volta! Não sei nem com o que começar a falar desse filme, maior decepção do ano (ainda mais que BvS). Mas vamos lá. O primeiro defeito é que o filme demora muito a engrenar, passa muito tempo introduzindo os personagens de forma burocrática, sem reuni-los, tentando forçar o aspecto o aspecto "cool" deles. Em um ou outro isso até funciona, o problema é que tudo parece meio forçado. O uso excessivo de música pop do século passado é um exemplo disso, algo até legal mas que é abusado até o talo na narrativa do filme. Os personagens que se destacam são o Pistoleiro (Will Smith sendo Will Smith), Arlequina e o intrigante El Diablo, todos os outros são esquecíveis. E chegamos ao Coringa de Jared Leto. Olha, eu esperava muito desse Coringa, mas ele simplesmente não convence. Ele não é ameaçador o suficiente, não tem presença, caindo longe do peso de Heath Ledger. E aquela risada... Aghhhh, horrível! Quanto ao resto do filme, as coisas só pioram. Com 2 vilões sobrenaturais confusos e uma história que se passa durante uma noite e tem como cenário basicamente uma rua e um prédio. Mas aí você pensa, e pelo menos as cenas de cenas de aço prestam, certo? Não. Escuras, confusas e mau editadas, também não empolgam. Principalmente porque os capangas que eles lutam são uns monstrões de pedra. Aghhhh. E o clímax com aquele maldito feixe de luz azul destruidor de mundos que são obrigatórios em todos os Blockbusters. Portanto, mesmo com alguns momentos de brilhantismo, Esquadrão Suicida é uma decepção total.
Meu Deus, que filme fraco! Roteiro pavoroso e clichê e bons atores desperdiçados, até os efeitos visuais foram fracos. Sinceramente, é a velha história do herói que tem sua donzela raptada, e passa o filme inteiro tentando salvá-la. Claro que ele ainda vai salvar o dia depois em uma trama que tenta evocar temas sérios, mas acaba simplista demais. Tarzan é uma história sobre o conflito entre a humanidade e o animalesco, esse filme é tipo um extra, um epílogo desinteressante da história original.
Longe de ser um lixo, mas muito longe de ser excelente, BvS é um filme esquisito. A impressão que fica é que é uma mistura de ideias boas com acréscimos de última hora visando continuações futuras. É irônico é que o filme tem 3 horas de duração e não consegue estabelecer um arco descente para seus personagens. Esses mudam opinião de maneira repentina, sem uma explicação convincente. O que mais sofre com isso é o Batman, que tem que passar mais de uma hora de filme relembrando flashes do seu passado, sonhando com destruições apocalípticas e pesquisando sobre membros da futura liga da justiça. Tudo isso contribuindo pouquíssimo para a trama. E na hora de desenvolver o estado psicológico do Batman, o filme é simplista demais, longe da minúcia dos filmes do morcego com Christopher Nolan. Lex Luthor está mais para Coringa e até consegue divertir, mesmo sendo completamente unidimensional, embora o roteiro tente lhe dar muitas e muitas frases pseudo inteligentes. O resto dos personagens variam em qualidade. Quanto a estrutura do filme, o primeiro ato é bem lento, cheio de gordurinhas e subtramas desnecessárias, mas tenta, pelo menos, introduzir o tema da legitimidade das ações do Superman de forma até interessante, o grande problema é que mais pra frente esse tema é ignorado. O clímax é apressado, mas cumpre bem seu papel em equilibrar a ação sem torná-la enfadonha (como em Homem de Aço). Por fim, BvS é um filme de super-herói mediano, quem não gosta do gênero vai odiar e quem gosta pode até se divertir (como eu), mas vai ficar com a impressão de que faltou muita coisa pro filme ser o que estávamos esperando.
Muito bom. Filme bem brasileiro, repleto de coisas típicas da nossa cultura, como o jeitinho brasileiro e o sonho de subir na vida de maneira fácil. Mas o que impressiona mesmo é o estilo de narrativa utilizado por Jorge Furtado, principalmente a edição rápida e a utilização de trechos em animação. A história pode exigir bastante suspensão de descrença, mas entretêm o suficiente. Por fim, O Homem que Copiava é um bom espécime do cinema nacional.
Esse não é aquele filme fácil que pinta os negros como mocinhos e os brancos como vilões. Tudo, desde personagens, diálogos e situações é imbuído de uma ambivalência que aumenta a profundidade dos problemas raciais nos EUA. E a direção, que abusa de ângulos esquisitos e close-ups, vai aos poucos contribuindo uma sensação de desconforto entre os membros da comunidade até explodir no clímax. Sem mais, Faça a Coisa Certa é um dos melhores exemplares do seu gênero.
Toda vez que eu achava que o filme ia desbancar para uma solução fácil ou clichê, ele me surpreendia com algo corajoso. Até o final que parece ser feliz, deixa uma dúvida no espectador. Enfim, The Graduate não é só uma excelente comédia romântica, mas um grande filme.
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraQuando vi o primeiro filme ainda criança, não entendi porque o extâse geral. Achei o filme extremamente sem graça. 10 anos depois, já adulto, revi e continuei com a mesma opinição: filme clichê, sem alma, excessivamente longo, que valia apenas pelos efeitos especiais. Como ainda iam fazer uma sequência disso?
Pelo menos o Diretor era James Cameron, o cara que é especialista em fazer sequências, vide "Exterminador do Futuro" e "Aliens", assim que decidi dar uma chance.
Meu amigo, ainda bem que dei. Esse filme é melhor que o primeiro em absolutamente tudo. Tem mais história, personagens mais bem desenvolvidos, subtexto melhor desenvolvido (família, preservação do meio ambiente), efeitos especiais e fotografia ainda melhores que a do primeiro filme, sendo muito mais imersivo e emocionante.
O filme é muito ágil em dar tempo de tela pro desenvolvimento dos filhos de Jake na Tribo da Água, pra que através deles possamos conhecer e começar a se envolver na mitologia do "The Way of Water". É inteligente ao criar a figura do "Spider", humano que se enxerga como N'avi, e ao introduzir os "Tulkuns" como metáfora da natureza que não revida ao ser explorada pela ganância humana.
Enfim, o filme é muito belo, com uma mensagem espiritulista e pró-natureza, com 3 horas de duração são agradáveis de assistir.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraAssistam qualquer episódio das primeiras 3 temporadas de Rick and Morty em vez disso.
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraDecepcionado. A crítica fez tantos elogios que parecia que ia ser uma Obra Prima, mas não é o caso. Não diverte e não empolga no lado Blockbuster e não é tão reflexivo e profundo como cinema de arte. Na verdade, é apenas um grande set-up pro próximo filme. Pode ser até uma comparação insana, mas me lembrou a sensação que tive quando assisti a Parte 1 do Jogos Vorazes Mockingjay, tamanho o vazio da obra.
Claro que tem pontos positivos, como cinematografia, trilha sonora e efeitos especiais, mas que não são suficientes para fazer um grande filme, pois o elemento humano e catártico estão faltando.
Me pareceu no final que o formato de série seria melhor para essa adaptação, pois teria mais tempo para desenvolver a mitologia e se aprofundar nos personagens. Na versão filme, foi tudo ao mesmo tempo corrido e arrastado.
Princesa Mononoke
4.4 944 Assista AgoraQue filme lindo. Visuais, trilha sonora, personagens (surpreendentemente complexos), história e subtexto, tudo perfeito.
Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro
4.1 3,5K Assista AgoraMorei 3 anos no Rio de Janeiro. Quando cheguei pela primeira vez no aeroporto, peguei um ônibus até meu destino final, sentando perto do motorista. Ele perguntou se eu era do Rio e eu disse que não. Aí ele me falou: "Já que você não é daqui vou logo te dizer a primeira coisa que você precisa saber, aqui o Rio, Polícia e Bandido é tudo a mesma coisa". Nunca esqueci essas palavras.
Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro é a novelização dessa frase. Mais vai além. Além de polícia e bandido, os políticos são a última peça que fecham o ciclo desse sistema diabólico.
Verdade seja dita que o filme exagera na sua história pra mostrar o "sistema", característica típica do didatismo das obras do José Padilha. Em alguns momentos realmente falta sutileza e algumas escolhas dramáticas são questionáveis. É claro que não são todos os políticos e policiais do Rio que estão ligados com a milícia. Mas alguns estão. As notícias estão aí pra provar.
Então acho que o filme entrega seu ponto e é um bom complemento ao já excelente primeiro filme, que para os desatentos já tinha essa mensagem de que o problema não era os traficantes ou polícia, mas o sistema que alimentava tudo isso.
"O sistema é foda".
Tropa de Elite
4.0 1,8K Assista AgoraDaqueles filmes que passei anos enrolando pra assistir. Sei que existe uma grande polêmica ao redor do filme até hoje, com alguns chegando a dizer que o filme é fascista, que glorifica a violência policial etc.
Pessoalmente, não creio ser esse o caso. Saí mais com a sensação de ter visto um retrato da "bestialidade". Isso porque na guerra do tráfico as pessoas envolvidas, aí tanto policiais e traficantes, vão lentamente se transformando em bestas, em que a violência é a única linguagem de comunicação.
Não faltam exemplos disso no filme, no que se destacam o Capitão Nascimento e aspirantes Matias e Neto. No decorrer do filme vemos como o ambiente pesado da guerra ao tráfico vai moldando-os, deixando-os mais nervosos, ansiosos e propensos a resolver tudo com brutalidade, desde discussões domésticas à operações policiais.
E no final fica a sensação que tudo não passa de um circo, e que o verdadeiro inimigo não são nem os policiais nem os traficantes, mas o sistema que alimenta essa guerra inútil e bestializante.
Digam o Que Quiserem
3.7 352- Ninguém imaginou que faríamos isso. Ninguém acha que vai dar certo, né?
- Você acabou de descrever todas as histórias de sucesso.
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraExiste um conceito da psicologia que diz que existem dois eus, o eu recordativo e o eu experimental. O eu experimental é o eu do agora, que sente as coisas quando elas estão acontecendo. Já o eu recordativo é aquele que avalia as lembranças e o passado, atribuindo significados e qualidade às experiências vividas pelo eu experimental.
No fim de um relacionamento o eu recordativo sempre dá mais valor aos sentimentos experimentados no final do relacionamento, geralmente ruins, negligenciando sua duração e a quantidade de momentos bons. O que acontece nesse filme é um repeteco do eu experimental, que faz reacender os bons sentimentos e um desejo um pelo outro, mesmo que o final possa ser o mesmo de antes. Um belo filme e uma aula de psicologia.
Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraTem muitas maneiras de ver esse filme. Como obra de gênero (faroeste) e valor de entretenimento é uma obra prima, uma das melhores espécimes do cinema nacional. Já como alegoria política o filme é - complicado. Um dos objetivos do filme é a valorização do povo nordestino, representado pelos habitantes de Bacurau, algo muito louvável. São pessoas muito mais perspicazes do que parecem e inclusive integradas com as novidades tecnológicas, algo representado muito bem quando um personagem ao ver um disco voador diz: " Tinha um negócio no céu, parecia um disco voador, mas era um drone ". Há claramente a tentativa de criar uma iconografia e mitologia própria para quele povoado, principalmente na figura do Lunga, um personagem com ares de Messias.
Mas infelizmente, nem tudo são flores. Me incomoda muito como os filmes brasileiros sempre usam como fonte do conflito o divisionismo. É pobre x rico, negro x branco, nordeste x sul, americano x latino e embora reconheça que esses são problemas estruturais do nosso Brasil, fica chato quando esse são sempre os motores desses filmes. Principalmente porque o outro lado sempre parece generalizante e até caricato, diluindo-se a complexidade desses conflitos. Enfim, Bacurau é um filmaço que funciona muito bem em dois níveis: como um entretenimento de ação e como uma alegoria política.
PS: Que chato que ninguém pode falar mal do filme nos comentários, ou apenas ter algumas divergências sem ser chamado de sulista, preconceituoso e baba ovo de americano. Por favor, maturidade! E pra quem tiver curiosidade, sim sou nordestino, piauiense.
O Último Trago
3.7 9Bonzão, me surpreendeu! Achei que ia ver um filme clichê cheio daquelas piadas bobas, mas o filme é tudo menos isso. É muito mais reflexivo e sentimental, temo como tema central a velhice, utilizando muito bem momentos de silêncio e contemplação. Tudo isso, entretanto, sem esquecer a comédia, com momentos engraçadíssimos. Vale a pena!
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraDepois de tantos blockbusters péssimos que vi esse ano (Batman v Superman, Esquadrão Suicida, A Lenda de Tarzan...) enfim temos uma lufada de ar fresco, um filme com um pouquinho mais de personalidade e alma. Tudo por conta de Rowling, que está a vontade tanto no estabelecimento desse novo setor de seu "Wizarding World" quanto no desenvolvimento dos novos personagens. Aliás, os quatro protagonistas estão ótimos e cativantes, com destaque para o no-maj Jacob e a bruxa Queenie que tem na sua relação o coração na história. Entretanto, o que Animais Fantásticos esbanja em charme e carisma de personagens falta em um fio narrativo coeso. Toda a subtrama relacionada a "ameaça" do filme é repetitiva e desnecessariamente dramática, desembocando em um clímax desalmado e desperdiçando atores do calibre de Ezra Miller, Colin Farrel e Tessa Tomphson; obviamente preparando terreno para os próximos filmes, a mania feia da Hollywood atual. A diversão mesmo fica por parte dos animais fantásticos do título e as confusões que os protagonistas se metem. Portanto, Animais Fantásticos e Onde Habitam é um bom filme e expande muito bem a franquia Harry Potter, só resta esperar que os próximos tenham uma trama tão interessante quanto seus personagens.
Formatura Fantasma
3.6 31Uma homenagem bacana aos filmes adolescentes da década de oitenta. Mas sendo um filme espanhol, o humor toma mais riscos e por isso é mais interessante!
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista AgoraChega! Assim não dá DC, chama o Christopher Nolan de volta! Não sei nem com o que começar a falar desse filme, maior decepção do ano (ainda mais que BvS). Mas vamos lá. O primeiro defeito é que o filme demora muito a engrenar, passa muito tempo introduzindo os personagens de forma burocrática, sem reuni-los, tentando forçar o aspecto o aspecto "cool" deles. Em um ou outro isso até funciona, o problema é que tudo parece meio forçado. O uso excessivo de música pop do século passado é um exemplo disso, algo até legal mas que é abusado até o talo na narrativa do filme. Os personagens que se destacam são o Pistoleiro (Will Smith sendo Will Smith), Arlequina e o intrigante El Diablo, todos os outros são esquecíveis. E chegamos ao Coringa de Jared Leto. Olha, eu esperava muito desse Coringa, mas ele simplesmente não convence. Ele não é ameaçador o suficiente, não tem presença, caindo longe do peso de Heath Ledger. E aquela risada... Aghhhh, horrível! Quanto ao resto do filme, as coisas só pioram. Com 2 vilões sobrenaturais confusos e uma história que se passa durante uma noite e tem como cenário basicamente uma rua e um prédio. Mas aí você pensa, e pelo menos as cenas de cenas de aço prestam, certo? Não. Escuras, confusas e mau editadas, também não empolgam. Principalmente porque os capangas que eles lutam são uns monstrões de pedra. Aghhhh. E o clímax com aquele maldito feixe de luz azul destruidor de mundos que são obrigatórios em todos os Blockbusters. Portanto, mesmo com alguns momentos de brilhantismo, Esquadrão Suicida é uma decepção total.
Ata-me!
3.7 550A atuação fantástica de Antonio Banderas te faz simpatizar e torcer por um psicopata. Filmaço!
A Lenda de Tarzan
3.1 793 Assista AgoraMeu Deus, que filme fraco! Roteiro pavoroso e clichê e bons atores desperdiçados, até os efeitos visuais foram fracos. Sinceramente, é a velha história do herói que tem sua donzela raptada, e passa o filme inteiro tentando salvá-la. Claro que ele ainda vai salvar o dia depois em uma trama que tenta evocar temas sérios, mas acaba simplista demais. Tarzan é uma história sobre o conflito entre a humanidade e o animalesco, esse filme é tipo um extra, um epílogo desinteressante da história original.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 4,9K Assista AgoraLonge de ser um lixo, mas muito longe de ser excelente, BvS é um filme esquisito. A impressão que fica é que é uma mistura de ideias boas com acréscimos de última hora visando continuações futuras. É irônico é que o filme tem 3 horas de duração e não consegue estabelecer um arco descente para seus personagens. Esses mudam opinião de maneira repentina, sem uma explicação convincente. O que mais sofre com isso é o Batman, que tem que passar mais de uma hora de filme relembrando flashes do seu passado, sonhando com destruições apocalípticas e pesquisando sobre membros da futura liga da justiça. Tudo isso contribuindo pouquíssimo para a trama. E na hora de desenvolver o estado psicológico do Batman, o filme é simplista demais, longe da minúcia dos filmes do morcego com Christopher Nolan. Lex Luthor está mais para Coringa e até consegue divertir, mesmo sendo completamente unidimensional, embora o roteiro tente lhe dar muitas e muitas frases pseudo inteligentes. O resto dos personagens variam em qualidade. Quanto a estrutura do filme, o primeiro ato é bem lento, cheio de gordurinhas e subtramas desnecessárias, mas tenta, pelo menos, introduzir o tema da legitimidade das ações do Superman de forma até interessante, o grande problema é que mais pra frente esse tema é ignorado. O clímax é apressado, mas cumpre bem seu papel em equilibrar a ação sem torná-la enfadonha (como em Homem de Aço). Por fim, BvS é um filme de super-herói mediano, quem não gosta do gênero vai odiar e quem gosta pode até se divertir (como eu), mas vai ficar com a impressão de que faltou muita coisa pro filme ser o que estávamos esperando.
O Homem Que Copiava
3.5 902 Assista AgoraMuito bom. Filme bem brasileiro, repleto de coisas típicas da nossa cultura, como o jeitinho brasileiro e o sonho de subir na vida de maneira fácil. Mas o que impressiona mesmo é o estilo de narrativa utilizado por Jorge Furtado, principalmente a edição rápida e a utilização de trechos em animação. A história pode exigir bastante suspensão de descrença, mas entretêm o suficiente. Por fim, O Homem que Copiava é um bom espécime do cinema nacional.
Vai Que Dá Certo
2.9 802 Assista AgoraÉ tipo um filme do Seth Rogen, mas brasileiro. Daqueles tão ruim que é bom!
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista AgoraO filme mais humano do Marvel Studios.
Antes do Pôr-do-Sol
4.2 1,5K Assista AgoraMeu Deus, que filme cruel! Pra quem esperava uma coisa fofinha como o primeiro, pode tirar o cavalinho da chuva.
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraO Humor Negro em sua Essência!
Malena
3.9 406 Assista AgoraUm tema muito relevante... Pena que o filme é caricato demais e o personagem principal pouco carismático.
Faça a Coisa Certa
4.2 398Esse não é aquele filme fácil que pinta os negros como mocinhos e os brancos como vilões. Tudo, desde personagens, diálogos e situações é imbuído de uma ambivalência que aumenta a profundidade dos problemas raciais nos EUA. E a direção, que abusa de ângulos esquisitos e close-ups, vai aos poucos contribuindo uma sensação de desconforto entre os membros da comunidade até explodir no clímax. Sem mais, Faça a Coisa Certa é um dos melhores exemplares do seu gênero.
A Primeira Noite de Um Homem
4.1 809 Assista AgoraToda vez que eu achava que o filme ia desbancar para uma solução fácil ou clichê, ele me surpreendia com algo corajoso. Até o final que parece ser feliz, deixa uma dúvida no espectador. Enfim, The Graduate não é só uma excelente comédia romântica, mas um grande filme.