O roteiro requenta sem pudores o que já foi visto inúmeras vezes com todos aqueles clichês (menos os peitos gratuitos) que o espectador já espera de um bom slasher antes de começar a assistir.
Agora John Carver com seu machado é escalado como o assassino mascarado vingativo e o evento da vez para embasar a matança foi o feriado de Ação de Graças. Ou seja, apenas um Ctrl C + Ctrl V descarado do que já foi visto exaustivamente nas franquias mais famosas do gênero.
Mesmo com esse enredo preguiçoso, por incrível que pareça, é um filme que diverte. Os efeitos visuais são muito bem produzidos e criativos nas cenas mais sangrentas (a perua no forno tem potencial pra virar cult) e o elenco cumpre o básico pra não passar vergonha. O roteiro tem seus furos e conveniências mas pelo menos consegue não ser tão óbvio na revelação do vilão e ainda deixa brecha para as inevitáveis sequências que virão.
O diretor teve o mérito de ter conseguido reaproveitar e dar um fôlego extra para uma fórmula já batida. E pelo sucesso que o filme alcançou ele vai conseguir emplacar outra franquia slasher para a nova geração, que já estava cansada de remakes com cheiro de mofo.
Remake de qualidade muito duvidosa. O ambiente distópico da trama não convence, talvez pelo baixo orçamento que é visível e tira a credibilidade da parte de ficção científica do filme. Os efeitos visuais também são fracos e não conseguem gerar um clima de tensão nas cenas onde o carro macabro aparece.
Perderam a chance de fazer mais referências e homenagear o filme original. Seria legal se tivessem dado indicação clara de que fosse o mesmo carro que ainda estava causando estragos 50 anos depois. Não dá pra saber se não quiseram fazer isso ou se teve algum impedimento legal.
Assim as únicas referências direitas ao filme dos anos 70 foram a reedição da cena onde o carro dá uma pirueta durante a fuga, a volta do ator Ronny Cox que esteve no filme original e agora interpretou o dono do ferro velho e por fim o uso da dinamite na armadilha final. Muito pouco para atender às expectativas dos fãs do filme original...
É uma comédia que tem a intenção de satirizar aquela verdade universal de que seus amigos no máximo torcerão por você até chegar ao nível deles, nunca acima disso.
A trama cheia de humor negro tem seus bons momentos e a dupla Jack Black e Ben Stiller se esforça para tirar o máximo de um roteiro absurdo baseado em um vaporizador fecal.
E dentro de suas poucas pretensões o filme até que se mostra um bom passatempo, deixando ainda algumas reflexões sobre até que ponto o dinheiro chega a interferir nas amizades.
Sequência mediana. Lógico que não tem a originalidade do primeiro nem é tão surpreendente, mesmo assim não é uma continuação totalmente descartável, pois além de manter nível do original ainda acrescenta algumas informações relevantes sobre o passado do vilão Ben Willis.
E ainda tem o acréscimo de um filho que se mostra útil ao desfecho.
O roteiro não é dos melhores, mas não destoa muito do padrão dos demais slasher da época. No início todo o esquema de levar a turma para a ilha isolada parece um tanto conveniente demais, mas ao longo do filme quando os planejamento do assassino vai sendo revelado as pontas são amarradas. Inclusive com aquele famoso erro da capital do Brasil sendo justificado de forma plausível.
No geral é um filme divertido e vale como passatempo mas ficou nítido que a história já estava esgotada e não haveria fôlego suficiente para render novas sequências. Com isso a franquia na prática morre aqui, apesar de ter sido lançado um terceiro filme em 2006, mas sem tanta ligação com os dois primeiros.
De início o filme traz uma premissa bastante inusitada e intrigante sobre um processo revolucionário de encolhimento de humanos que poderia salvar a humanidade dos perigos da superpopulação.
A primeira metade é genial e prende a atenção com relação ao curioso processo técnico da miniaturização das pessoas e de como isso impactaria suas vidas tanto na parte social como financeiramente.
Por outro lado, quando a vietnamita entra em cena durante a segunda metade do filme a qualidade despenca ladeira abaixo. Enfatizando uma crítica social de forma desajeitada o resultado final é confuso e anticlimático.
Portanto apesar da excelente primeira parte (que poderia inclusive render um ótimo episódio de Black Mirror) o filme não conseguiu manter o fôlego em sua segunda metade. Fica como exemplo de mais uma ótima ideia mal executada e desperdiçada...
De início é um filme que já chama a atenção pelo roteiro que traz uma originalidade interessante, com a mitologia inusitada de uma pistola lendária que acaba dando um toque de conto de fadas ao filme.
Mas o grande atrativo do filme sem dúvidas ficou pela expectativa sobre a parceria entre Brad Pitt e Júlia Roberts que no geral se saem bem e não decepcionam na parte de comédia romântica com algumas doses de humor negro. Os bons diálogos existenciais entre Samantha e Leroy também se destacam, proporcionado alguns dos melhores momentos dos filme.
O que estraga um pouco a experiência é a duração excessiva que torna o filme repetitivo em alguns momentos e quebra o ritmo da história. Pode não ser um dos filme mais memoráveis das carreiras de Brad Pitt e Júlia Roberts mas também não é dos piores e merece uma chance.
Trazendo algumas boas inovações o filme foi um dos responsáveis por revitalizar o subgênero "slasher" se tornando um clássico do terror nos anos 90.
Apesar de beirar o absurdo em alguns momentos a trama é bem estruturada e até mais complexa do que se espera para um filme desse tipo. Diferente da maioria dos "slasher" com seus mascarados que saem matando quem encontram pela frente sem precisar de motivos muito elaborados.
E foi esse roteiro mais intrincado o que deu mais fama ao filme, servindo como base para uma das franquias de terror mais famosas do cinema. A trama lança várias pistas falsas desde o início para confundir e dificultar ao máximo a identificação do assassino, que só é revelado nos instantes finais.
O ponto negativo fica por conta da forma apressada e confusa como o mistério é revelado, dificultando compreender o desfecho sem precisar voltar e rever algumas cenas. Para quem se perdeu no caminho, fica aí um resumo:
David Egan sofre um acidente onde sua namorada Susie Willis acaba morrendo. Para vingar sua filha o pai de Susie, Ben Willis, resolve matar David Egan e desova seu corpo no mar. Em seguida os jovens atropelam Ben por acidente na estrada e decidem também jogar o corpo dele ainda vivo no mar. Mais tarde Ben Willis planeja a vingança do grupo por terem deixado ele para morrer naquela noite.
"Quando você deixar um homem para morrer, certifique-se de que ele está realmente morto!"
Mais uma das comédias baratas e constrangedoras da Netflix.
A fórmula do conto de fadas moderninho é tosca e previsível. Geralmente comédias românticas costumam ser previsíveis, mesmo assim algumas ainda divertem e envolvem o público de alguma forma. Mas esta só consegue ser entediante.
O roteiro é tão genérico que parece ter sido escrito por inteligência artificial. O enredo é sobre uma mulher confusa que não sabe o que quer da vida tem que apelar para o sobrenatural pra tentar desencalhar.
No meio do caminho ainda temos a santa que realiza o desejo da mulher desesperada a qualquer custo, mesmo que para isto tenha que estragar a vida de outro casal feliz, isso parece meio imoral até para os duvidosos padrões éticos dos cristãos que todos já conhecemos...
Ganha 1 estrela pela fotografia das paisagens irlandesas.
A qualidade dos efeitos visuais é precária, cenas das mortes e atropelamentos são mal produzidas, geralmente ocorrendo fora da tela. As perseguições são um pouco melhores com algumas colisões que chamam a atenção, mas em geral não passa disso.
A história é desconexa e sem preocupação em atribuir alguma motivação ao instinto assassino do carro, que é apresentado como uma entidade sobrenatural. É apenas um filme onde de repente surge um carro macabro disposto a matar quem esteja no caminho, sem maiores explicações...
Pra alguns esse tipo de estilo pode parecer divertido pois não é necessário pensar muito a respeito, basta embarcar na loucura e desligar o cérebro. Mas para a maioria será decepcionante pela preguiça e descaso que houve no desenvolvimento da história.
Interessante notar que não existe muito moralismo por parte do carro diabólico na escolha das vítimas, afinal enquanto inocentes são perseguidos e mortos sem piedade, o velho bêbado que espanca a mulher escapa ileso no final...
Curiosidades: 1) O falecido líder da Igreja de Satanás, Anton LaVey, é reconhecido como consultor técnico não creditado do filme. Os créditos de abertura do filme começam com a citação Bíblia Satânica que diz: "Ó grandes irmãos da noite, que cavalgam sobre os ventos quentes do Inferno, que habitam no covil do diabo; Movam-se e apareçam!", que faz referência a uma passagem da seção "Invocação Empregada para a Conjuração da Destruição" dentro do "Livro do Leviatã: O Mar Furioso".
2) Em 2019, 42 anos após o filme original, uma sequência spinoff foi lançada com o nome "Máquina da Vingança".
Talvez o maior diferencial do filme seja a quebra de expectativas que ele vai provocando.
Não é a comédia escrachada que parece inicialmente e também não é aquele filme de Natal clichê. Mas ainda assim consegue passar as mensagens sobre tolerância e valorização da família que se espera desse tipo de filme.
E além de tudo o enredo mantêm uma certa imprevisibilidade até o final, deixando em suspense se o relacionamento das duas iria ou não resistir aos obstáculos que foram surgindo durante a viagem.
O filme foi baseado na história real de um grupo de jovens do MIT que nos anos 90 fez estrago nas mesas de Blackjack de Las Vegas, faturando milhões de dólares usando uma estratégia de contagem de cartas desenvolvida pelo matemático Edward Thorp. A equipe real tinha como líder o estudante Jeff Ma, que foi a inspiração para o personagem Ben Campbell e também atuou como consultor no filme.
O fato da contagem de cartas não ser considerada ilegal faz com que a violência vista contra o grupo de trapaceiros pareça um pouco excessiva. Dá a impressão de que as punições tanto físicas como sociais que o protagonista recebe tem a função de passar uma mensagem moralista ao público.
Apesar de parecer desconexo em alguns momentos é um filme divertido, tem um ritmo acelerado e ótima atuação do Kevin Spacey como um pragmático gênio do mal. Além disso o plot twist com a vingança do nerd no final é bem executado e criativo, deixando um desfecho clichê mas satisfatório para a história.
Curiosidade: A produção teve dificuldades de achar cassinos dispostos a colaborar com o filme pois o filme era visto com um incentivo para atrair golpistas para os jogos. Para minimizar isso o diretor decidiu omitir detalhes importantes do sistema de contagem de cartas.
O grande problema do filme é frustrar as expectativas da maioria das pessoas que deram o play achando que veriam algo divertido ou uma boa história de ficção científica e se depararam com um melodrama espacial esquisito do Adam Sandler.
Mesmo que a parte da ficção científica não seja o foco a premissa é muito mal formulada, servindo apenas como uma desculpa para que o personagem estivesse isolado e pudesse passar pela sua jornada existencial. A figura da aranha psicodélica (com um CGI decente) até cumpre sua função no enredo como terapeuta de casal, mas no geral parece uma cópia descarada do que representou o silencioso "Wilson" no filme "Náufrago"...
A maioria dos simbolismos sobre perdão,aceitação, solidão e a abordagem emocional do astronauta são executados de forma monótona e desconexa sem causar impacto ou gerar a conexão necessária com o espectador.
No fim a proposta do filme é bem mais ambiciosa do ele consegue entregar, ficando longe de oferecer a experiência emocional e reflexiva a que se propõe. Só serve pra demonstrar que com esse tipo de escolhas duvidosas o Adam Sandler caminha a passos largos para um fim de carreira melancólico.
O filme atendeu às altas expectativas ao retratar com o máximo de fidelidade como a NASA planejou e executou a famosa missão Apollo 11, responsável por levar o homem à Lua em 1969.
Visualmente o filme é formidável, tanto nas cenas espaciais nas sequências do pouso lunar quanto ao simular com perfeição o que acontecia no interior das naves. Assim o Oscar de Melhores Efeitos Visuais ficou em boas mãos.
Na parte dramática o filme também se sai bem, com exceção de um excesso de melodrama relacionado à esposa histérica do Armstrong é difícil não se emocionar com a sequência final que mostrou como a alunissagem foi problemática e exigiu o máximo dos astronautas, tanto técnica como mentalmente. Mas o desfecho deixa a certeza de que todos os sacrifícios foram válidos, quando se ouve a histórica frase: "Esse é um pequeno passo para o homem mas um salto gigante para a humanidade".
A grande decepção fica pela ausência da famosa cena da bandeira americana sendo colocada superfície lunar, deixando uma sensação de que o filme ficou incompleto. Essa decisão foi muito criticada na época, pois é impossível pensar na chegada à lua sem termos essa imagem clássica na memória. E o pior de tudo é que essa omissão idiota provavelmente ocorreu apenas por pirraça política do diretor...
Mesmo com alguns deslizes esse é sem dúvidas o melhor filme sobre a aventura tecnológica que permitiu ao homem finalmente alcançar o sonho de um dia chegar à Lua.
Curiosidade: A cena em que Armstrong joga a pulseira de sua filha Karen na cratera é puramente fictícia. Embora o astronauta tenha visitado a cratera, não há registro histórico de que ele tenha levado a pulseira para a Lua.
Como barbacenense digo que essa tragédia humana acontecida no maior hospício do Brasil ainda repercute na rotina da cidade até hoje. Mesmo após o fechamento das instituições a cidade ainda sofre um certo estigma por ter sido apelidada de "Cidade dos Loucos".
Durante a infância o assunto era levado na brincadeira, sempre que alguém dizia que era de Barbacena logo vinha a zoeira de que "só pode ser doido então" e a resposta irônica era que essa fama era injusta pois os doidos eram "estrangeiros" vindos do resto do país nos infames "trens de doido". Hoje de certa forma o tema virou um tabu, geralmente se trata o assunto com mais pudores, principalmente após a repercussão que este livro e documentário tiveram na mídia recentemente.
Aos poucos também a cidade aprendeu a conviver com essas cicatrizes e aceitar seu legado. Hoje temos inclusive o macabro "Museu da Loucura" que se transformou em um dos principais pontos turísticos locais, onde o turista pode ter acesso a fotos e visitar as antigas instalações preservadas do manicômio. É um tipo de turismo de gosto duvidoso, mas há quem goste.
Falando sobre o documentário, o maior destaque são as entrevistas com funcionários e pacientes da época que sempre podem dar as informações mais relevantes e sem filtros sobre a realidade do lugar. Mas por outro lado faltou um aprofundamento maior em se trazer um panorama geral sobre os padrões utilizados na época para os tratamentos psiquiátricos, eram praticados .
Fica a impressão de que esse "holocausto" aconteceu apenas nesta cidade, mas na realidade esse tratamento era quase um padrão na época da fundação do manicômio há quase 100 anos atrás, período onde a ciência ainda não sabia como lidar com pessoas mentalmente perturbadas. A solução inicial mais lógica para a época era simplesmente separá-los e escondê-los da sociedade, dando origem a esses "depósitos humanos" onde além daqueles pacientes que realmente tinham transtornos ou eram agressivos se aproveitava também para internar pessoas mentalmente sãs porém indesejadas pelas famílias, como foi mostrado.
Então apesar de ser um documentário bem intencionado e necessário como registro histórico falta aprofundamento, ficou parecendo um episódio do "Profissão Repórter". Deveriam ter dado uma visão geral mais ampla sobre a história e evolução do tratamento psiquiátrico ao longo do tempo, além de apurar melhor algumas denúncias.
Quem sabe um dia a própria Netflix se interesse em produzir um documentário mais completo sobre o assunto, com uma pegada mais investigativa indo mais a fundo nas denúncias de vendas de corpos, das internações forjadas e de quem lucrava com isso no fim das contas...
O filme é baseado em fatos reais e aborda o trabalho da unidade especial do Exército apelidada de "Homens Monumentos" que era composta por diretores de museu, curadores, historiadores de arte e um arquiteto. O grupo tinha a tarefa de guiar tropas aliadas para procurar obras de arte roubadas pelos nazistas com objetivo de evitar sua destruição e devolvê-las aos seus legítimos proprietários.
George Clooney que dirigiu o filme chegou a afirmar que 80% da história é completamente verdadeira e quase todas as cenas aconteceram de fato, mas dá pra notar que existe uma tentativa de aumentar o protagonismo americano no projeto de recuperação das obras.
Talvez o tom cômico do filme seja o ponto mais negativo, pois apesar de pouco citado esse foi um momento relevante da Guerra e merecia uma abordagem mais séria. Mas isso chega a tirar o brilho do filme que mesmo com suas falhas históricas, consegue passar a sensação de urgência necessária para se recuperar aqueles tesouros de valor inestimável que a qualquer momento poderiam ser destruídos, após Hitler soltar o infame decreto "Nero".
Além disso o filme ainda serve para despertar o interesse em se pesquisar mais a respeito desse tema tão pouco conhecido da Segunda Guerra.
Quando foi lançado o filme ganhou fama pelas controvérsias, diziam que seria uma publicidade negativa e mancharia a reputação do Brasil, que sempre foi um país tão bem visto mundo afora... Inclusive na época houve até uma campanha na internet para se boicotar o filme nos cinemas, afinal retratar o Brasil como um lugar violento seria ofensivo demais para alguns.
Deixando as polêmicas de lado, o enredo é mais do mesmo mostrando vítimas sendo caçadas e tomando sempre as decisões mais idiotas possíveis em qualquer cenário. Então a história só presta mesmo pra atiçar aquela paranóia que existe em todo viajante mochileiro, fazendo também todo mundo que assiste se perguntar como reagiria se estivesse em uma situação parecida.
Apesar das restrições de orçamento o filme ainda tenta entregar boas cenas de gore que são criativas conseguem causar algum impacto, principalmente a cena do olho empalado e da cirurgia improvisada no final. Além disso ainda temos topless a vontade e a presença da deliciosa Olivia Wilde.
Não é nada memorável mas serve sim como um bom passatempo pra quem curte o estilo e os produtores souberam explorar bem a famosa lenda urbana do roubo de órgãos de turistas em países subdesenvolvidos. E para os mimizentos de plantão, sabiam que não é preciso um filme de ficção pra denegrir a imagem do Brasil no exterior, para isto já basta a realidade divulgada diariamente.
Filme tem seu valor mas é bastante irregular. Consta que a produção foi problemática passando por várias mãos e diversas mudanças no roteiro o que teria prejudicado nitidamente o resultado final.
A premissa é instigante e gera boas expectativas iniciais por sua crítica social, mostrando os perigos da fanatização religiosa e como essa lavagem cerebral social pode ser usada a favor de políticos mal intencionados, o que inclusive se mostra um tema bastante atual e preocupante...
Pena que ao longo do filme muita coisa fica no ar sem maior aprofundamento, tanto com relação ao que gerou a distopia e as novas regras sociais quanto com relação ao movimento rebelde.
Dá a impressão que o filme foi idealizado para ter outras sequências onde os temas seriam melhor desenvolvidos, mas como a recepção comercial e de crítica não foram as esperadas as sequências nunca vieram, gerando esse resultado desconexo na história.
Uma comédia totalmente sem inspiração e talvez um dos piores trabalhos do Eddie Murphy, que já prevendo o fracasso do projeto atua no automático sem parecer se esforçar muito.
A trama é estranha, começa com um formato mais tradicional de filmes de natal mas logo perde o rumo, como se fosse um delírio surrealista natalino. É praticamente inexistente alguma explicação sobre enfeites da árvore que são referência à música "Os Doze Dias de Natal", o que acaba deixando a história ainda mais desconexa.
No meio deste desastre o único ponto que se salva são os efeitos visuais, principalmente dos bonecos humanos que impressionam pela qualidade. Mas tirando isso pouco se salva, ficando uma sensação que se tivessem focado em um enredo mais simples baseado apenas no concurso de decoração de casas, sem toda a bobagem sobrenatural, o resultado teria sido muito mais satisfatório.
A história é bem contada com muitas reviravoltas inteligentes e pouco previsíveis, lembrando em parte o famoso "Garota Exemplar". Anna Kendrick e Blake Lively se saem bem com suas personagens opostas mas que vão se tornando úteis uma a outra de acordo com a conveniência.
O filme começa meio morno mas logo vai escalando rumo às situações cada vez mais absurdas, com várias pistas falsas sendo lançadas pelo caminho. Isso vai capturar logo a atenção dos detetives de sofá e suas apostas furadas sobre como resolver aquele quebra-cabeça insano. E no final tudo é devidamente esclarecido com as pontas soltas sendo amarradas satisfatoriamente.
Portanto quem souber entrar no jogo sem dúvidas vai se divertir com todo o sarcasmo e humor negro da história. Mas é necessário manter a concentração alta para não se perder em detalhes que são essenciais para que o desfecho faça sentido.
P.s: Em 2022 foi confirmado o desenvolvimento de uma sequência com o retorno do trio formado pelas atrizes Anna Kendrick e Blake Lively e pelo diretor Paul Feig.
Dentro do que se propõe o filme se mostra uma boa distração. Mark Wahlberg e o restante do elenco (incluindo o bebê) tem boa sintonia e são carismáticos, cumprindo bem suas funções dentro da trama.
O maior problema está na premissa do agente secreto com vida dupla que já é extremamente manjada. Então desde o início o filme já deixa a sensação de estarmos vendo um tipo de história que já foi contada mais vezes do que deveria.
O ritmo da história é dinâmico e existe um bom equilíbrio entre comédia e ação. As sequências de perseguições, lutas e tiroteios simulando games de tiro também são criativas e bem executadas, inclusive com algumas cenas graficamente mais violentas do que o esperado para um filme desse tipo. Como por exemplo o lançamento de "dardo" no final.
Enfim é uma comédia simpática, não apresenta nada de novo mas pelo menos souberam reutilizar uma fórmula já desgastada e fazer uma sátira divertida em cima disso.
Com JJ Abrams e Spielberg colaborando num mesmo projeto seria improvável que o resultado decepcionasse.
E realmente o filme entrega a diversão esperada trazendo uma metalinguagem no estilo "filme dentro filme" com temas envolvendo zumbis e alienígenas. Tudo pensado para servir como uma homenagem nostálgica aos filmes clássicos de ficção científica dos anos 80.
Merecem destaque a trilha sonora e bom nível dos efeitos visuais, principalmente na sequência do desastre do trem que é impressionante, por outro lado chega a incomodar o excesso de cenas escuras sempre que a criatura aparece.
A história é intrigante e mesmo antes da estreia já causava curiosidade no público. Esse foi um dos primeiros filmes bem sucedidos em viralizar uma campanha de marketing na internet. A estratégia foi baseada em vídeos e sites obscuros que mais confundiam do que esclareciam, isso foi útil pra aumentar muito o hype em torno do lançamento.
Pena que o desfecho tenha sido tão burocrático e preguiçoso, com um pouco mais de inspiração o filme poderia ter obtido mais reconhecimento e até quem sabe se tornado um clássico do gênero.
O filme segue a fórmula padrão dos Road Movies, onde os personagens levam seus dilemas pessoais para a estrada e vão passando por situações que os fazem amadurecer, fortalecer as amizades e se redimirem no final.
Os dramas adolescentes abordados são os mais banais possíveis como gravidez, bullying, problemas de relacionamento com pais e traições/desilusões amorosas. Ou seja, o nível de complexidade da trama é bastante compatível com um filme da Britney Spears.
Falando nela, como foi a primeira aventura de Britney Spears no cinema ela recebeu um papel bem pouco exigente, e dentro de suas possibilidades até que se sai bem. O personagem é simpático, responsável e otimista transmitindo a vibe que o filme precisava, além de ser útil também ao marketing pessoal da cantora.
Além disso como todo filme dedicado aos fãs são apresentados os principais hits da cantora, que entrega o esperado nos vários shows improvisados durante o enredo.
O filme não é grande coisa mas cumpre o seu objetivo junto ao público alvo.
Essa foi a última sequência das adaptações para o cinema dos romances de Tom Clancy trazendo Harrison Ford como Jack Ryan.
O enredo é complexo, seguindo a fórmula estabelecida nos outros filmes com várias conspirações governamentais, "toma lá da cá" político e traições dentro do serviço secreto. Desta vez abordando as relações promíscuas entre o alto escalão do governo e chefes do tráfico colombiano.
Além disso existe a trama envolvendo uma operação secreta de vingança contra os cartéis de drogas na Colômbia quando um amigo corrupto do presidente é executado por traficantes. Após esse incidente os cartéis passam a ser considerados um "Perigo Real e Imediato" pelo presidente americano.
O filme conta com algumas boas cenas de ação, com direito a explosões e perseguições bem executadas principalmente na reta final, mas não chegam a empolgar e no geral não é tão dinâmico como se esperava. A produção sofre bastante pelo ritmo irregular entre ação e a parte burocrática das investigações, fazendo o filme cair no tédio em vários momentos.
Com uma história instigante, boa dose de brutalidade e um certo humor negro é um filme lembra inclusive algumas produções do Tarantino.
O filme foi financiado pelo lendário produtor de filmes trash Dino De Laurentiis. E o orçamento precário é nítido desde o início pelos cenários restritos. Mas essa falta de recursos é compensada pela criatividade nas cenas mais sangrentas que são visualmente bem produzidas.
O enredo é básico mas bem estruturado e não deixa muitos furos pelo caminho. Mas a trama lésbica estereotipada pouco acrescenta de útil e só serve mesmo como pretexto para algumas excitantes cenas de sexo no começo do filme. Fica a impressão que se ao invés de um casal lésbico tivessem optado por um casal hetero daria exatamente no mesmo.
Mesmo sendo mais conhecido pelas cenas fetichistas é um filme que vai além disso, tanto pelo estilo criativo das cenas mais violentas quanto pela história, que apesar de simples é bem contada.
Feriado Sangrento
3.1 402O roteiro requenta sem pudores o que já foi visto inúmeras vezes com todos aqueles clichês (menos os peitos gratuitos) que o espectador já espera de um bom slasher antes de começar a assistir.
Agora John Carver com seu machado é escalado como o assassino mascarado vingativo e o evento da vez para embasar a matança foi o feriado de Ação de Graças. Ou seja, apenas um Ctrl C + Ctrl V descarado do que já foi visto exaustivamente nas franquias mais famosas do gênero.
Mesmo com esse enredo preguiçoso, por incrível que pareça, é um filme que diverte. Os efeitos visuais são muito bem produzidos e criativos nas cenas mais sangrentas (a perua no forno tem potencial pra virar cult) e o elenco cumpre o básico pra não passar vergonha. O roteiro tem seus furos e conveniências mas pelo menos consegue não ser tão óbvio na revelação do vilão e ainda deixa brecha para as inevitáveis sequências que virão.
O diretor teve o mérito de ter conseguido reaproveitar e dar um fôlego extra para uma fórmula já batida. E pelo sucesso que o filme alcançou ele vai conseguir emplacar outra franquia slasher para a nova geração, que já estava cansada de remakes com cheiro de mofo.
Máquina da Vingança
1.8 18Remake de qualidade muito duvidosa. O ambiente distópico da trama não convence, talvez pelo baixo orçamento que é visível e tira a credibilidade da parte de ficção científica do filme. Os efeitos visuais também são fracos e não conseguem gerar um clima de tensão nas cenas onde o carro macabro aparece.
Perderam a chance de fazer mais referências e homenagear o filme original. Seria legal se tivessem dado indicação clara de que fosse o mesmo carro que ainda estava causando estragos 50 anos depois. Não dá pra saber se não quiseram fazer isso ou se teve algum impedimento legal.
Assim as únicas referências direitas ao filme dos anos 70 foram a reedição da cena onde o carro dá uma pirueta durante a fuga, a volta do ator Ronny Cox que esteve no filme original e agora interpretou o dono do ferro velho e por fim o uso da dinamite na armadilha final. Muito pouco para atender às expectativas dos fãs do filme original...
A Inveja Mata
2.8 184 Assista AgoraÉ uma comédia que tem a intenção de satirizar aquela verdade universal de que seus amigos no máximo torcerão por você até chegar ao nível deles, nunca acima disso.
A trama cheia de humor negro tem seus bons momentos e a dupla Jack Black e Ben Stiller se esforça para tirar o máximo de um roteiro absurdo baseado em um vaporizador fecal.
E dentro de suas poucas pretensões o filme até que se mostra um bom passatempo, deixando ainda algumas reflexões sobre até que ponto o dinheiro chega a interferir nas amizades.
Eu Ainda Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado
2.6 610 Assista AgoraSequência mediana. Lógico que não tem a originalidade do primeiro nem é tão surpreendente, mesmo assim não é uma continuação totalmente descartável, pois além de manter nível do original ainda acrescenta algumas informações relevantes sobre o passado do vilão Ben Willis.
E ainda tem o acréscimo de um filho que se mostra útil ao desfecho.
O roteiro não é dos melhores, mas não destoa muito do padrão dos demais slasher da época. No início todo o esquema de levar a turma para a ilha isolada parece um tanto conveniente demais, mas ao longo do filme quando os planejamento do assassino vai sendo revelado as pontas são amarradas. Inclusive com aquele famoso erro da capital do Brasil sendo justificado de forma plausível.
No geral é um filme divertido e vale como passatempo mas ficou nítido que a história já estava esgotada e não haveria fôlego suficiente para render novas sequências. Com isso a franquia na prática morre aqui, apesar de ter sido lançado um terceiro filme em 2006, mas sem tanta ligação com os dois primeiros.
Pequena Grande Vida
2.7 431 Assista AgoraDe início o filme traz uma premissa bastante inusitada e intrigante sobre um processo revolucionário de encolhimento de humanos que poderia salvar a humanidade dos perigos da superpopulação.
A primeira metade é genial e prende a atenção com relação ao curioso processo técnico da miniaturização das pessoas e de como isso impactaria suas vidas tanto na parte social como financeiramente.
Por outro lado, quando a vietnamita entra em cena durante a segunda metade do filme a qualidade despenca ladeira abaixo. Enfatizando uma crítica social de forma desajeitada o resultado final é confuso e anticlimático.
Portanto apesar da excelente primeira parte (que poderia inclusive render um ótimo episódio de Black Mirror) o filme não conseguiu manter o fôlego em sua segunda metade. Fica como exemplo de mais uma ótima ideia mal executada e desperdiçada...
A Mexicana
3.0 222 Assista AgoraDe início é um filme que já chama a atenção pelo roteiro que traz uma originalidade interessante, com a mitologia inusitada de uma pistola lendária que acaba dando um toque de conto de fadas ao filme.
Mas o grande atrativo do filme sem dúvidas ficou pela expectativa sobre a parceria entre Brad Pitt e Júlia Roberts que no geral se saem bem e não decepcionam na parte de comédia romântica com algumas doses de humor negro. Os bons diálogos existenciais entre Samantha e Leroy também se destacam, proporcionado alguns dos melhores momentos dos filme.
O que estraga um pouco a experiência é a duração excessiva que torna o filme repetitivo em alguns momentos e quebra o ritmo da história. Pode não ser um dos filme mais memoráveis das carreiras de Brad Pitt e Júlia Roberts mas também não é dos piores e merece uma chance.
Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado
2.9 1,1K Assista AgoraTrazendo algumas boas inovações o filme foi um dos responsáveis por revitalizar o subgênero "slasher" se tornando um clássico do terror nos anos 90.
Apesar de beirar o absurdo em alguns momentos a trama é bem estruturada e até mais complexa do que se espera para um filme desse tipo. Diferente da maioria dos "slasher" com seus mascarados que saem matando quem encontram pela frente sem precisar de motivos muito elaborados.
E foi esse roteiro mais intrincado o que deu mais fama ao filme, servindo como base para uma das franquias de terror mais famosas do cinema. A trama lança várias pistas falsas desde o início para confundir e dificultar ao máximo a identificação do assassino, que só é revelado nos instantes finais.
O ponto negativo fica por conta da forma apressada e confusa como o mistério é revelado, dificultando compreender o desfecho sem precisar voltar e rever algumas cenas. Para quem se perdeu no caminho, fica aí um resumo:
David Egan sofre um acidente onde sua namorada Susie Willis acaba morrendo. Para vingar sua filha o pai de Susie, Ben Willis, resolve matar David Egan e desova seu corpo no mar. Em seguida os jovens atropelam Ben por acidente na estrada e decidem também jogar o corpo dele ainda vivo no mar. Mais tarde Ben Willis planeja a vingança do grupo por terem deixado ele para morrer naquela noite.
"Quando você deixar um homem para morrer, certifique-se de que ele está realmente morto!"
Pedido Irlandês
2.7 118Mais uma das comédias baratas e constrangedoras da Netflix.
A fórmula do conto de fadas moderninho é tosca e previsível. Geralmente comédias românticas costumam ser previsíveis, mesmo assim algumas ainda divertem e envolvem o público de alguma forma. Mas esta só consegue ser entediante.
O roteiro é tão genérico que parece ter sido escrito por inteligência artificial. O enredo é sobre uma mulher confusa que não sabe o que quer da vida tem que apelar para o sobrenatural pra tentar desencalhar.
No meio do caminho ainda temos a santa que realiza o desejo da mulher desesperada a qualquer custo, mesmo que para isto tenha que estragar a vida de outro casal feliz, isso parece meio imoral até para os duvidosos padrões éticos dos cristãos que todos já conhecemos...
Ganha 1 estrela pela fotografia das paisagens irlandesas.
O Carro: A Máquina do Diabo
3.2 84A ideia é boa mas a execução deixa a desejar.
A qualidade dos efeitos visuais é precária, cenas das mortes e atropelamentos são mal produzidas, geralmente ocorrendo fora da tela. As perseguições são um pouco melhores com algumas colisões que chamam a atenção, mas em geral não passa disso.
A história é desconexa e sem preocupação em atribuir alguma motivação ao instinto assassino do carro, que é apresentado como uma entidade sobrenatural. É apenas um filme onde de repente surge um carro macabro disposto a matar quem esteja no caminho, sem maiores explicações...
Pra alguns esse tipo de estilo pode parecer divertido pois não é necessário pensar muito a respeito, basta embarcar na loucura e desligar o cérebro. Mas para a maioria será decepcionante pela preguiça e descaso que houve no desenvolvimento da história.
Interessante notar que não existe muito moralismo por parte do carro diabólico na escolha das vítimas, afinal enquanto inocentes são perseguidos e mortos sem piedade, o velho bêbado que espanca a mulher escapa ileso no final...
Curiosidades: 1) O falecido líder da Igreja de Satanás, Anton LaVey, é reconhecido como consultor técnico não creditado do filme. Os créditos de abertura do filme começam com a citação Bíblia Satânica que diz: "Ó grandes irmãos da noite, que cavalgam sobre os ventos quentes do Inferno, que habitam no covil do diabo; Movam-se e apareçam!", que faz referência a uma passagem da seção "Invocação Empregada para a Conjuração da Destruição" dentro do "Livro do Leviatã: O Mar Furioso".
2) Em 2019, 42 anos após o filme original, uma sequência spinoff foi lançada com o nome "Máquina da Vingança".
"Corram para as colinas!"
Alguém Avisa?
3.5 340 Assista AgoraTalvez o maior diferencial do filme seja a quebra de expectativas que ele vai provocando.
Não é a comédia escrachada que parece inicialmente e também não é aquele filme de Natal clichê. Mas ainda assim consegue passar as mensagens sobre tolerância e valorização da família que se espera desse tipo de filme.
E além de tudo o enredo mantêm uma certa imprevisibilidade até o final, deixando em suspense se o relacionamento das duas iria ou não resistir aos obstáculos que foram surgindo durante a viagem.
Quebrando a Banca
3.7 781 Assista AgoraO filme foi baseado na história real de um grupo de jovens do MIT que nos anos 90 fez estrago nas mesas de Blackjack de Las Vegas, faturando milhões de dólares usando uma estratégia de contagem de cartas desenvolvida pelo matemático Edward Thorp. A equipe real tinha como líder o estudante Jeff Ma, que foi a inspiração para o personagem Ben Campbell e também atuou como consultor no filme.
O fato da contagem de cartas não ser considerada ilegal faz com que a violência vista contra o grupo de trapaceiros pareça um pouco excessiva. Dá a impressão de que as punições tanto físicas como sociais que o protagonista recebe tem a função de passar uma mensagem moralista ao público.
Apesar de parecer desconexo em alguns momentos é um filme divertido, tem um ritmo acelerado e ótima atuação do Kevin Spacey como um pragmático gênio do mal. Além disso o plot twist com a vingança do nerd no final é bem executado e criativo, deixando um desfecho clichê mas satisfatório para a história.
Curiosidade: A produção teve dificuldades de achar cassinos dispostos a colaborar com o filme pois o filme era visto com um incentivo para atrair golpistas para os jogos. Para minimizar isso o diretor decidiu omitir detalhes importantes do sistema de contagem de cartas.
O Astronauta
2.9 119 Assista AgoraO grande problema do filme é frustrar as expectativas da maioria das pessoas que deram o play achando que veriam algo divertido ou uma boa história de ficção científica e se depararam com um melodrama espacial esquisito do Adam Sandler.
Mesmo que a parte da ficção científica não seja o foco a premissa é muito mal formulada, servindo apenas como uma desculpa para que o personagem estivesse isolado e pudesse passar pela sua jornada existencial. A figura da aranha psicodélica (com um CGI decente) até cumpre sua função no enredo como terapeuta de casal, mas no geral parece uma cópia descarada do que representou o silencioso "Wilson" no filme "Náufrago"...
A maioria dos simbolismos sobre perdão,aceitação, solidão e a abordagem emocional do astronauta são executados de forma monótona e desconexa sem causar impacto ou gerar a conexão necessária com o espectador.
No fim a proposta do filme é bem mais ambiciosa do ele consegue entregar, ficando longe de oferecer a experiência emocional e reflexiva a que se propõe. Só serve pra demonstrar que com esse tipo de escolhas duvidosas o Adam Sandler caminha a passos largos para um fim de carreira melancólico.
O Primeiro Homem
3.6 649 Assista AgoraO filme atendeu às altas expectativas ao retratar com o máximo de fidelidade como a NASA planejou e executou a famosa missão Apollo 11, responsável por levar o homem à Lua em 1969.
Visualmente o filme é formidável, tanto nas cenas espaciais nas sequências do pouso lunar quanto ao simular com perfeição o que acontecia no interior das naves. Assim o Oscar de Melhores Efeitos Visuais ficou em boas mãos.
Na parte dramática o filme também se sai bem, com exceção de um excesso de melodrama relacionado à esposa histérica do Armstrong é difícil não se emocionar com a sequência final que mostrou como a alunissagem foi problemática e exigiu o máximo dos astronautas, tanto técnica como mentalmente. Mas o desfecho deixa a certeza de que todos os sacrifícios foram válidos, quando se ouve a histórica frase: "Esse é um pequeno passo para o homem mas um salto gigante para a humanidade".
A grande decepção fica pela ausência da famosa cena da bandeira americana sendo colocada superfície lunar, deixando uma sensação de que o filme ficou incompleto. Essa decisão foi muito criticada na época, pois é impossível pensar na chegada à lua sem termos essa imagem clássica na memória. E o pior de tudo é que essa omissão idiota provavelmente ocorreu apenas por pirraça política do diretor...
Mesmo com alguns deslizes esse é sem dúvidas o melhor filme sobre a aventura tecnológica que permitiu ao homem finalmente alcançar o sonho de um dia chegar à Lua.
Curiosidade: A cena em que Armstrong joga a pulseira de sua filha Karen na cratera é puramente fictícia. Embora o astronauta tenha visitado a cratera, não há registro histórico de que ele tenha levado a pulseira para a Lua.
Holocausto Brasileiro
4.4 145Como barbacenense digo que essa tragédia humana acontecida no maior hospício do Brasil ainda repercute na rotina da cidade até hoje. Mesmo após o fechamento das instituições a cidade ainda sofre um certo estigma por ter sido apelidada de "Cidade dos Loucos".
Durante a infância o assunto era levado na brincadeira, sempre que alguém dizia que era de Barbacena logo vinha a zoeira de que "só pode ser doido então" e a resposta irônica era que essa fama era injusta pois os doidos eram "estrangeiros" vindos do resto do país nos infames "trens de doido". Hoje de certa forma o tema virou um tabu, geralmente se trata o assunto com mais pudores, principalmente após a repercussão que este livro e documentário tiveram na mídia recentemente.
Aos poucos também a cidade aprendeu a conviver com essas cicatrizes e aceitar seu legado. Hoje temos inclusive o macabro "Museu da Loucura" que se transformou em um dos principais pontos turísticos locais, onde o turista pode ter acesso a fotos e visitar as antigas instalações preservadas do manicômio. É um tipo de turismo de gosto duvidoso, mas há quem goste.
Falando sobre o documentário, o maior destaque são as entrevistas com funcionários e pacientes da época que sempre podem dar as informações mais relevantes e sem filtros sobre a realidade do lugar. Mas por outro lado faltou um aprofundamento maior em se trazer um panorama geral sobre os padrões utilizados na época para os tratamentos psiquiátricos, eram praticados .
Fica a impressão de que esse "holocausto" aconteceu apenas nesta cidade, mas na realidade esse tratamento era quase um padrão na época da fundação do manicômio há quase 100 anos atrás, período onde a ciência ainda não sabia como lidar com pessoas mentalmente perturbadas. A solução inicial mais lógica para a época era simplesmente separá-los e escondê-los da sociedade, dando origem a esses "depósitos humanos" onde além daqueles pacientes que realmente tinham transtornos ou eram agressivos se aproveitava também para internar pessoas mentalmente sãs porém indesejadas pelas famílias, como foi mostrado.
Então apesar de ser um documentário bem intencionado e necessário como registro histórico falta aprofundamento, ficou parecendo um episódio do "Profissão Repórter". Deveriam ter dado uma visão geral mais ampla sobre a história e evolução do tratamento psiquiátrico ao longo do tempo, além de apurar melhor algumas denúncias.
Quem sabe um dia a própria Netflix se interesse em produzir um documentário mais completo sobre o assunto, com uma pegada mais investigativa indo mais a fundo nas denúncias de vendas de corpos, das internações forjadas e de quem lucrava com isso no fim das contas...
Caçadores de Obras-Primas
3.1 476 Assista AgoraO filme é baseado em fatos reais e aborda o trabalho da unidade especial do Exército apelidada de "Homens Monumentos" que era composta por diretores de museu, curadores, historiadores de arte e um arquiteto. O grupo tinha a tarefa de guiar tropas aliadas para procurar obras de arte roubadas pelos nazistas com objetivo de evitar sua destruição e devolvê-las aos seus legítimos proprietários.
George Clooney que dirigiu o filme chegou a afirmar que 80% da história é completamente verdadeira e quase todas as cenas aconteceram de fato, mas dá pra notar que existe uma tentativa de aumentar o protagonismo americano no projeto de recuperação das obras.
Talvez o tom cômico do filme seja o ponto mais negativo, pois apesar de pouco citado esse foi um momento relevante da Guerra e merecia uma abordagem mais séria. Mas isso chega a tirar o brilho do filme que mesmo com suas falhas históricas, consegue passar a sensação de urgência necessária para se recuperar aqueles tesouros de valor inestimável que a qualquer momento poderiam ser destruídos, após Hitler soltar o infame decreto "Nero".
Além disso o filme ainda serve para despertar o interesse em se pesquisar mais a respeito desse tema tão pouco conhecido da Segunda Guerra.
Turistas
1.9 1,0K Assista AgoraQuando foi lançado o filme ganhou fama pelas controvérsias, diziam que seria uma publicidade negativa e mancharia a reputação do Brasil, que sempre foi um país tão bem visto mundo afora... Inclusive na época houve até uma campanha na internet para se boicotar o filme nos cinemas, afinal retratar o Brasil como um lugar violento seria ofensivo demais para alguns.
Deixando as polêmicas de lado, o enredo é mais do mesmo mostrando vítimas sendo caçadas e tomando sempre as decisões mais idiotas possíveis em qualquer cenário. Então a história só presta mesmo pra atiçar aquela paranóia que existe em todo viajante mochileiro, fazendo também todo mundo que assiste se perguntar como reagiria se estivesse em uma situação parecida.
Apesar das restrições de orçamento o filme ainda tenta entregar boas cenas de gore que são criativas conseguem causar algum impacto, principalmente a cena do olho empalado e da cirurgia improvisada no final. Além disso ainda temos topless a vontade e a presença da deliciosa Olivia Wilde.
Não é nada memorável mas serve sim como um bom passatempo pra quem curte o estilo e os produtores souberam explorar bem a famosa lenda urbana do roubo de órgãos de turistas em países subdesenvolvidos. E para os mimizentos de plantão, sabiam que não é preciso um filme de ficção pra denegrir a imagem do Brasil no exterior, para isto já basta a realidade divulgada diariamente.
A Decadência de uma Espécie
2.9 55Filme tem seu valor mas é bastante irregular. Consta que a produção foi problemática passando por várias mãos e diversas mudanças no roteiro o que teria prejudicado nitidamente o resultado final.
A premissa é instigante e gera boas expectativas iniciais por sua crítica social, mostrando os perigos da fanatização religiosa e como essa lavagem cerebral social pode ser usada a favor de políticos mal intencionados, o que inclusive se mostra um tema bastante atual e preocupante...
Pena que ao longo do filme muita coisa fica no ar sem maior aprofundamento, tanto com relação ao que gerou a distopia e as novas regras sociais quanto com relação ao movimento rebelde.
Dá a impressão que o filme foi idealizado para ter outras sequências onde os temas seriam melhor desenvolvidos, mas como a recepção comercial e de crítica não foram as esperadas as sequências nunca vieram, gerando esse resultado desconexo na história.
A Batalha de Natal
2.7 66Uma comédia totalmente sem inspiração e talvez um dos piores trabalhos do Eddie Murphy, que já prevendo o fracasso do projeto atua no automático sem parecer se esforçar muito.
A trama é estranha, começa com um formato mais tradicional de filmes de natal mas logo perde o rumo, como se fosse um delírio surrealista natalino. É praticamente inexistente alguma explicação sobre enfeites da árvore que são referência à música "Os Doze Dias de Natal", o que acaba deixando a história ainda mais desconexa.
No meio deste desastre o único ponto que se salva são os efeitos visuais, principalmente dos bonecos humanos que impressionam pela qualidade. Mas tirando isso pouco se salva, ficando uma sensação que se tivessem focado em um enredo mais simples baseado apenas no
concurso de decoração de casas, sem toda a bobagem sobrenatural, o resultado teria sido muito mais satisfatório.
Um Pequeno Favor
3.3 694 Assista AgoraA história é bem contada com muitas reviravoltas inteligentes e pouco previsíveis, lembrando em parte o famoso "Garota Exemplar". Anna Kendrick e Blake Lively se saem bem com suas personagens opostas mas que vão se tornando úteis uma a outra de acordo com a conveniência.
O filme começa meio morno mas logo vai escalando rumo às situações cada vez mais absurdas, com várias pistas falsas sendo lançadas pelo caminho. Isso vai capturar logo a atenção dos detetives de sofá e suas apostas furadas sobre como resolver aquele quebra-cabeça insano. E no final tudo é devidamente esclarecido com as pontas soltas sendo amarradas satisfatoriamente.
Portanto quem souber entrar no jogo sem dúvidas vai se divertir com todo o sarcasmo e humor negro da história. Mas é necessário manter a concentração alta para não se perder em detalhes que são essenciais para que o desfecho faça sentido.
P.s: Em 2022 foi confirmado o desenvolvimento de uma sequência com o retorno do trio formado pelas atrizes Anna Kendrick e Blake Lively e pelo diretor Paul Feig.
Plano em Família
3.2 51 Assista AgoraDentro do que se propõe o filme se mostra uma boa distração. Mark Wahlberg e o restante do elenco (incluindo o bebê) tem boa sintonia e são carismáticos, cumprindo bem suas funções dentro da trama.
O maior problema está na premissa do agente secreto com vida dupla que já é extremamente manjada. Então desde o início o filme já deixa a sensação de estarmos vendo um tipo de história que já foi contada mais vezes do que deveria.
O ritmo da história é dinâmico e existe um bom equilíbrio entre comédia e ação. As sequências de perseguições, lutas e tiroteios simulando games de tiro também são criativas e bem executadas, inclusive com algumas cenas graficamente mais violentas do que o esperado para um filme desse tipo. Como por exemplo o lançamento de "dardo" no final.
Enfim é uma comédia simpática, não apresenta nada de novo mas pelo menos souberam reutilizar uma fórmula já desgastada e fazer uma sátira divertida em cima disso.
Super 8
3.6 2,5K Assista AgoraCom JJ Abrams e Spielberg colaborando num mesmo projeto seria improvável que o resultado decepcionasse.
E realmente o filme entrega a diversão esperada trazendo uma metalinguagem no estilo "filme dentro filme" com temas envolvendo zumbis e alienígenas. Tudo pensado para servir como uma homenagem nostálgica aos filmes clássicos de ficção científica dos anos 80.
Merecem destaque a trilha sonora e bom nível dos efeitos visuais, principalmente na sequência do desastre do trem que é impressionante, por outro lado chega a incomodar o excesso de cenas escuras sempre que a criatura aparece.
A história é intrigante e mesmo antes da estreia já causava curiosidade no público. Esse foi um dos primeiros filmes bem sucedidos em viralizar uma campanha de marketing na internet. A estratégia foi baseada em vídeos e sites obscuros que mais confundiam do que esclareciam, isso foi útil pra aumentar muito o hype em torno do lançamento.
Pena que o desfecho tenha sido tão burocrático e preguiçoso, com um pouco mais de inspiração o filme poderia ter obtido mais reconhecimento e até quem sabe se tornado um clássico do gênero.
Crossroads: Amigas para Sempre
2.6 663 Assista AgoraO filme segue a fórmula padrão dos Road Movies, onde os personagens levam seus dilemas pessoais para a estrada e vão passando por situações que os fazem amadurecer, fortalecer as amizades e se redimirem no final.
Os dramas adolescentes abordados são os mais banais possíveis como gravidez, bullying, problemas de relacionamento com pais e traições/desilusões amorosas. Ou seja, o nível de complexidade da trama é bastante compatível com um filme da Britney Spears.
Falando nela, como foi a primeira aventura de Britney Spears no cinema ela recebeu um papel bem pouco exigente, e dentro de suas possibilidades até que se sai bem. O personagem é simpático, responsável e otimista transmitindo a vibe que o filme precisava, além de ser útil também ao marketing pessoal da cantora.
Além disso como todo filme dedicado aos fãs são apresentados os principais hits da cantora, que entrega o esperado nos vários shows improvisados durante o enredo.
O filme não é grande coisa mas cumpre o seu objetivo junto ao público alvo.
Perigo Real e Imediato
3.3 61 Assista AgoraEssa foi a última sequência das adaptações para o cinema dos romances de Tom Clancy trazendo Harrison Ford como Jack Ryan.
O enredo é complexo, seguindo a fórmula estabelecida nos outros filmes com várias conspirações governamentais, "toma lá da cá" político e traições dentro do serviço secreto. Desta vez abordando as relações promíscuas entre o alto escalão do governo e chefes do tráfico colombiano.
Além disso existe a trama envolvendo uma operação secreta de vingança contra os cartéis de drogas na Colômbia quando um amigo corrupto do presidente é executado por traficantes. Após esse incidente os cartéis passam a ser considerados um "Perigo Real e Imediato" pelo presidente americano.
O filme conta com algumas boas cenas de ação, com direito a explosões e perseguições bem executadas principalmente na reta final, mas não chegam a empolgar e no geral não é tão dinâmico como se esperava. A produção sofre bastante pelo ritmo irregular entre ação e a parte burocrática das investigações, fazendo o filme cair no tédio em vários momentos.
Ligadas pelo Desejo
3.5 175 Assista AgoraCom uma história instigante, boa dose de brutalidade e um certo humor negro é um filme lembra inclusive algumas produções do Tarantino.
O filme foi financiado pelo lendário produtor de filmes trash Dino De Laurentiis. E o orçamento precário é nítido desde o início pelos cenários restritos. Mas essa falta de recursos é compensada pela criatividade nas cenas mais sangrentas que são visualmente bem produzidas.
O enredo é básico mas bem estruturado e não deixa muitos furos pelo caminho. Mas a trama lésbica estereotipada pouco acrescenta de útil e só serve mesmo como pretexto para algumas excitantes cenas de sexo no começo do filme. Fica a impressão que se ao invés de um casal lésbico tivessem optado por um casal hetero daria exatamente no mesmo.
Mesmo sendo mais conhecido pelas cenas fetichistas é um filme que vai além disso, tanto pelo estilo criativo das cenas mais violentas quanto pela história, que apesar de simples é bem contada.