A Semana da Minha Vida é um filme musical teen da Netflix que não só conquista os jovens como também usa o apelo nostálgico dos musicais teen para conquistar um público mais velho.
O filme tem uma abordagem cristã mas em momento algum força a crença dos seus protagonistas no público, então isso acaba chamando atenção tanto dos cristãos quanto de quem não é tão ligado em religião e só quer ver uma comédia musical.
Um ponto interessante foi a escolha musical, pois todas as músicas cantadas são reais, eles fizeram uma seleção de canções que casou perfeitamente com o filme.
Clichê como grande parte das comédias românticas teen e maravilhoso como musical, A Semana da Minha Vida é um filme maravilhoso.
Esquadrão Trovão é um dos PIORES filmes de 2021. A ideia é ótima, mas a execução é horrível, o filme é todo descompassado, sem ritmo e evoluções narrativas, as resoluções são baseadas em nada e as piadas são piores q piadas feitas por crianças do fundamental.
Momo é um garoto de rua complicado que é posto aos cuidados de uma ex-prostituta chamada Rosa, a partir dai nasce uma interessante relação entre eles.
Esse filme é o retorno da Sophia Loren aos cinemas, e isso se deve ao fato do diretor Edoardo Ponti ser o filho dela, mas será que esse foi um bom retorno?
O filme é uma adaptação do livro The Life Before Us, e na verdade é a segunda adaptação, pois em 1977 tivemos Madame Rosa.
Aqui temos muitas diferenças em relação à obra original e a primeira adaptação, desde o cenário aonde se passa a trama, até a idade da Madame Rosa e os tons da trama, então o melhor a se fazer é assistir e analisar Rosa e Momo como algo a parte (se for possível).
Esse é um drama leve que deposita toda a carga emocional na personagem da Sophia Loren, seja pelo talento da atriz ou por esse ser o retorno da mesma, porém ter todo esse foco nela tem seu lado positivo e o seu lado negativo.
Mesmo com momentos clichês o filme cumpre com a sua difícil proposta de criar um forte laço entre a Rosa e o público, e isso se deve muito a decisão de retirar as histórias secundárias presentes no livro e dar uma atenção maior a personagem da Sophia. Mas esse mesmo ponto acaba trazendo um aspecto ruim, pois todo o filme fica muito dependente da Rosa, e com isso o personagem Momo (Ibrahima Gueye, que faz um bom trabalho), mesmo sendo o narrador e mostrando seu ponto de vista, acabe sendo ofuscado dentro da trama.
Focando em assuntos como prostituição, religião e ideologia, Rosa e Momo é um filme cativante e que vai agradar os fãs de melodrama.
Eurovision é a maior competição musical do mundo e já faz parte da cultura europeia. Nesse filme acompanhamos Sigrit e Lars que são dois cantores de uma cidade pequena e sonham em participar do Eurovision.
Essa é uma comédia que não vai funcionar para todo mundo devido ao seu humor questionável. Existem piadas em quase todo o momento do filme, e com isso temos erros e acertos, mas com toda certeza se focassem nas qualidades das piadas e não nas quantidades iriamos ter um resultado melhor.
A quantidade de piadas contribui para um dos grandes problemas do filme, a duração. O filme tem duas horas e isso acaba sendo um pouco desgastante, com a faixa de uma hora e meia a trama poderia ter fluido bem melhor.
A história de cantores em busca do seu maior sonho pode ser um clichê, mas aqui é usada de forma satisfatória, embora existam momentos bem previsíveis.
Um ponto positivo é o cuidado que tiveram com a tradição cultural da Islândia na hora de compor as músicas. Aliás, todas as músicas presentes no filme são ótimas, houve um bom trabalho na escolha da trilha sonora, principalmente nas músicas cantadas pela dupla principal, elas fixam na cabeça.
Vamos falar do elenco. Pierce Brosnan é um talento desperdiçado com apenas umas dez frases no filme ele é basicamente uma pessoa fazendo react do que acontece. Rachel McAdams é o grande destaque, ela consegue brilhar até em momentos em que o roteiro não dá tanto destaque a ela. A pretensão do roteiro é dar destaque maior ao personagem do Will Ferrell (que escreveu parte do roteiro), que não está ruim, mas ainda é um ator bem mediano.
Eurovision é uma comédia musical que mais vale pelo musical do que por todo o resto, então se você for um grande fã de musicais vai gostar, caso contrario não é um filme que vá te agradar.
Uma catástrofe global tornou a terra inabitável e todos foram evacuados para um potencial abrigo, com exceção do cientista Augustine (George Clooney) que ficou em uma base no Ártico para avisar a um grupo de astronautas tudo o que havia ocorrido.
Esse definitivamente não é um filme alto astral, não só pela temática do fim do mundo, mas também pela forma de agir do personagem do George Clooney. Temos um personagem à beira da morte, melancólico, amargurado e arrependido, seja pela vida que ele teve, como pelo destino que a Terra tomou.
Outro núcleo do filme é o dos astronautas (o núcleo mais envolvente) que estão retornando a Terra após uma missão de exploração espacial. Se você for um fã da ciência talvez saia desapontado, pois o filme não tenta trazer explicações reais por trás dos acontecimentos.
George Clooney é o diretor e faz um bom trabalho nessa posição, mas existe um pequeno problema. Esse filme adapta o livro “Good Morning, Midnight”, e Clooney opta por adaptar fielmente, mas isso acaba sendo um problema na hora de transitar entre os núcleos. As transições são pesadas, sempre que estamos interagindo bem com um núcleo somos interrompidos abruptamente com uma transição, e isso acaba prejudicando um pouco nosso sentimento de empatia com os personagens.
Com uma fotografia bonita e uma boa trilha sonora, temos um filme com potencial, mas que não tem um rumo e falha na hora de passar sua mensagem principal.
Incentivada pelas histórias que ouvia da mãe, Fei Fei decide construir uma nave espacial para ir até à Lua e comprovar a existência da deusa Chang'e.
Esse filme é comandado pelo Glen Keane que trabalhou em projetos como Tarzan, A Bela e a Fera, Enrolados, ele é um homem que conhece o estilo Disney de animação, mas será que isso ajudou o filme?
A estrutura narrativa e a animação lembram muito os filmes da Disney, isso acaba não sendo um ponto negativo, mas se o Glen Keane tivesse conseguido usar tudo que ele aprendeu na Disney e ao mesmo tempo trazer um estilo mais autoral, o filme teria se saído ainda melhor.
O filme busca atingir um público infantil, mas acaba indo além ao tocar em temas como o luto e a cultura chinesa.
Com um bom humor e bons números musicais, A Caminho da Lua é um bom começo para a parceria de Glen Keane e a Netflix, mas ainda é necessário ralar muito para competir de igual para igual com as grandes animações.
Um ex-capitão da Guerra Civil Americana (Tom Hanks) viaja pelo Texas lendo noticias nas cidades aonde chega, mas em uma das suas viagens ele encontrada uma garota que havia sido levada pela tribo Kiowa, e agora cabe a ele levar a garota até um local mais seguro.
Esse filme é um western com poucas cenas de ação (mas de um nível impactante) e muita carga dramática nos personagens principais.
A grande diferença entre Relatos do Mundo e os demais westerns é o seu personagem principal. Tom Hanks encarna um homem que precisa tomar atitudes de um herói do faroeste, mas que vive fugindo disso, assim como vive se escondendo do seu passado na guerra. Aqui temos um homem perdido na vida tendo que fazer uma garota encontrar um caminho para seguir.
Johanna, vivida pela talentosíssima Helena Zengel é uma personagem que serve para nos fazer pensar nos estereótipos, ela é uma garota alemã tratada como selvagem por não falar alemão ou inglês e sim a língua Kiowa, além de ser vista como estranha por não ter os costumes americanos da época e sim os dos índios.
Como já foi dito, esse é um western que foca mais no drama do que na ação, mas as poucas cenas de ação tem um nível altíssimo e servem para um proposito na narrativa, que é nos fazer enxergar uma camada a mais nos dois personagens principais.
Relatos do Mundo é um filme denso, que nos mostra desconstruções de ideias e pessoas, que nos mostra o preconceito, conflitos populares e parte da história americana, esse é um filme para pensar e debater.
Depois de um protesto em Chicago contra a guerra do Vietnã, no ano de 1968 se transformar em um confronto violento com a polícia, sete pessoas foram acusadas de conspiração pelo governo federal dos Estados Unidos.
Aaron Sorkin assumiu a direção e o roteiro desse filme baseado em uma história real, e o seu papel como roteirista é o que chama atenção.
Os diálogos do filme são perfeitos, coisas simples são ditas nos melhores momentos, o que engrandece toda a trama. Em alguns momentos pode soar como artificial, mas no ator certo acaba gerando momentos extraordinários, o que transforma esse em um filme sobre momentos dramáticos.
O filme consegue interligar muito bem os personagens que aparentemente não possuem ligação alguma, o ritmo é energético e a edição ajuda muito nisso ao conseguir mesclar muito bem as cenas que mostram o que é dito no julgamento, com as cenas que mostram o que realmente aconteceu.
Temos uma trama ágil e com muitos clichês de filmes de tribunais, mas que não suaviza em traçar um paralelo da história com situações vividas no mundo atual e isso pode gerar uma bipolarização, alguns vão gostar da proposta e das “alfinetadas”, e outros vão odiar fortemente.
O elenco é um ponto fortíssimo do filme. Frank Langella é a encarnação do sistema politico americano, enquanto Mark Rylance encarna o homem que luta contra o sistema que foi feito para ser contra ele. Yahya Abdul-Mateen II é o melhor ator do filme, ele é dono das cenas mais comoventes e que nos fazem lembrar que essa é uma história real. Jeremy Strong é o que nos traz as cenas mais engraçadas do filme, já Joseph Gordon-Levitt nos traz um personagem que surpreendente dentro da narrativa. Os atores mais fracos são Sacha Baron Cohen e Eddie Redmayne, que não encaixam dentro do tom dramático e ficam soando como atores dentro da trama.
Os 7 de Chicago é clichê, mas com seus ótimos diálogos sendo reproduzidos por bons atores, você acaba se interessando pela história.
A família Vance se muda para Ohio na esperança de uma vida melhor. O filho mais jovem da família cresce e se torna um estudante de direito na universidade de Yale, mas um dia ele é obrigado a retornar para sua cidade e lidar com um problema familiar.
O filme conta uma história real, e aqui é dividida em duas narrativas, o momento em que o personagem principal volta para casa e a fase em que ele ainda era uma criança. Essas alternâncias na narrativa são extremamente confusas, são idas e vindas que não dizem nada, é como se o diretor (Ron Howard) não soubesse o que está fazendo, seu trabalho dá um ar de desleixo.
Todos os personagens são rasos, não existe uma evolução significativa. O Ron Howard joga a historia, mas não nos dá um bom contexto e nem uma boa explicação através dos personagens.
Amy Adams não nos convence de nada, vemos apenas uma atriz fazendo uma personagem sem um arco dramático efetivo. A Glenn Close apesar de ter diálogos melhores também sofre do mesmo problema (ótimas atrizes que escolheram o projeto errado), o que significa que o roteiro é o grande culpado.
O personagem principal é ruim em ambas as narrativas, o Owen Asztalos nos traz um jovem com quem não se tem empatia, já o Gabriel Basso é uma versão adulta robótica do personagem, não dá para sentir as emoções dele em momento algum.
O bom trabalho que temos é da Haley Bennett que faz a irmã do personagem principal, mas infelizmente ela é subutilizada no filme.
A direção de arte, o cabelo e maquiagem são a única coisa boa no filme, de resto é tudo um grande tédio.
Uma mulher sofre um grande trauma após um parto domiciliar, e as consequências desse trauma irão refletir em sua forma de se relacionar e observar o mundo.
O filme já começa com a cena do parto e é agonizante, engraçada, amedrontadora, esperançosa, um misto de sentimentos. São mais de vinte minutos sem cortes com transições pela casa e focando em três personagens diferentes. A escolha do plano sequencia foi perfeita, pois isso nos traz intensidade, intimidade, é como se nós tivéssemos sido transportados para aquela cena.
O segundo ato do filme é sobre lidar com o luto, e o clima que era pesado só aumenta. Os diálogos são duros, fortes e reais, mas os silêncios também dizem muito. Os pequenos gestos dos personagens expressam a tristeza, a ansiedade, as marcas deixadas, então preste atenção, por que os planos detalhes, a escolha ângulos, tudo isso faz o filme dizer muito sem que os personagens abram a boca.
O terceiro ato é o mais fraco, é manipulativo desde os diálogos até a trilha sonora, e claramente isso é usado para chamar a atenção na disputa do Oscar, o diretor poderia ter descartado momentos como os do tribunal, mas ainda assim o filme não perde muito da sua força.
Em relação aos protagonistas, temos uma interpretação destemida e cheia de dedicação vinda da Vanessa Kirby, ela nos passa seus sentimentos desde diálogos carregados de dor até os momentos de silêncio em casa, então sua indicação ao Oscar é mais do que merecida. O Shia LaBeouf também está ótimo, ele é um marido acabado pelo luto mas que precisa se manter forte para ajudar a sua mulher, infelizmente a escolha do seu desfecho acaba fazendo o personagem perder seus encantos.
Pieces of a Woman é um estudo do luto, é o mostrar se vale a pena procurar por culpados, é o esclarecer que todos tem fechamentos diferentes e em momentos diferentes.
A Voz Suprema do Blues nos leva até 1927, onde acompanhamos Ma Rainey (Viola Davis) e sua banda numa sessão de gravação em Chicago.
De imediato notamos que esse é um filme com o foco em interpretações e não em roteiro.
A direção é do George C. Wolfe que é um dramaturgo muito bom, e faz um ótimo trabalho ao transportar essa peça teatral do August Wilson para um formato cinematográfico.
Temos muito vai e vem, a movimentação de câmera é constante mesmo com a presença de uma grande quantidade de planos longos. O filme se movimenta muito bem e mantém a tensão alta, porém ainda existe a essência do teatro nesse filme. Os diálogos exagerados estão presentes, e também os planos longos e os monólogos que dão um ar pomposo a trama.
Temos um roteiro sem sutilezas que nos mostra o racismo, os traumas, as lutas por respeito e a tristeza que só quem viveu isso conhece. Aliás, a tristeza paira sobre a trama do filme, e nos mostra as diferentes formas de reação com os personagens da Viola Davis e do Chadwick Boseman.
Esse é um filme de momentos, com elevações da carga dramática em questão de instantes, e se não fosse pelo bom elenco isso poderia ter dado muito errado.
Viola Davis no trás uma mulher imponente e rígida, mas que foi levada a isso pelo cansaço que acumulou durante as lutas da vida. O Chadwick Boseman nos trás um homem arrogante, frustrado e cheio de ódio, mas que ao mesmo tempo é só alguém que quer vencer na vida através do seu sonho. Essa foi sem dúvida a atuação perfeita para infelizmente encerrar os trabalhos do Chadwick.
Todo o elenco coadjuvante está ótimo, todo mundo tem o seu momento, e são momentos que agregam à narrativa e servem como um contraponto ao personagem do Boseman. A única exceção é a personagem da Taylour Paige, que só tem um momento interessante, mas que no final não serve para nada dentro da narrativa.
Outro ponto positivo é a cinematografia, o uso de tons quentes no traz uma sensação de desconforto extremamente necessária.
Uma boa adaptação de uma peça de teatro, A Voz Suprema do Blues é um prato cheio de ótimas atuações.
Diferença, se podemos usar uma palavra para definir o Snyder Cut, essa palavra é “diferença”. Ao comparar o Snyder Cut com o Liga da Justiça de 2017 vemos claramente um filme mais sólido e bem estruturado.
O roteiro obviamente segue a base da versão de 2017, e nas primeiras duas horas essa base combinada com as cenas adicionais (que são bem-vindas) faz com que o filme não saia do lugar.
Após essas duas horas iniciais acontece um momento de ruptura, e nós vemos todos os personagens sendo cuidadosamente bem trabalhados em relação aos seus objetivos (principalmente o Flash, Ciborgue e o Aquaman), o que é um grande diferencial da versão de 2017. É nesse momento que também temos o descarte do tom de humor e a leveza que era bastante presente.
Outros pontos positivos são a excelente fotografia, a mudança na trilha sonora, e é claro a escolha de alterar a proporção de tela, o que nos dá intensidade e resulta numa sensação de maior urgência perante a ameaça do Lobo da Estepe.
Apesar de alguns efeitos destoantes, uma duração grande e inicialmente lenta, e também o pouco aproveitamento do vilão, o Snyder Cut é extremamente satisfatório.
Cidadão Kane é um dos filmes mais icônicos de Hollywood, mas quem verdadeiramente o escreveu? Esse filme vai justamente abordar que o Herman Mank é o autor. Alias se você quiser ver a história por outro ponto de vista, sugiro um filme de 1999, o RKO 281.
Se você não assistiu a Cidadão Kane vai acabar perdendo momentos de Mank, pois o David Fincher faz menções a Cidadão Kane e traça paralelos entre os acontecimentos da vida do Herman e acontecimentos dentro do Cidadão Kane.
Se você não gostar dos anos 30 e 40, e/ou não souber como era a Hollywood nesse período, talvez esse não seja um filme para você. A parte atrativa do filme é justamente essa aura da Hollywood antiga, as situações vividas. O filme não é sobre os personagens e sim sobre o cinema.
Vamos parabenizar o trabalho do Fincher, pois ele agrega muito ao filme por optar a usar técnicas e linguagens dos anos 30 e 40. A cinematografia é atordoante, existem inúmeras referencias para os fãs da sétima arte. Ângulos baixos, o cuidado na forma de movimentação e fala dos personagens, o figurino extremamente cuidadoso, Mank é uma declaração de amor aos clássicos do cinema.
O filme é um pouco longo a mais do que deveria e existem momentos em que você começa a sentir um cansaço, mas com a inserção de comentários políticos, referencias ou escolhas visuais, acabamos se voltando completamente ao filme.
Gary Oldman foi indicado ao oscar por viver um Mank com atitudes reprováveis mas que que você não o julga, você não torce por ele, mas não o odeia. Ele visualmente não tem muito a ver com o Mank original, na verdade ele nem parece um ser humano real, então Gary Oldman não merece um Oscar.
Já a Amanda Seyfried encaixa perfeitamente dentro desse universo e nos trás a melhor atuação de sua carreira.
Mesmo com seus problemas, Mank é uma carta de amor ao cinema clássico e é um ótimo retrato entre a relação da politica e Hollywood.
Sentinelle é um thriller de ação francês lançado na Netflix e muitos já o chamam de "O Resgate" feminino. Ao meu ver ñ chega a tanto, mas ainda assim é um ótimo filme policial, e que vai além das expectativas, e isso se deve as escolhas narrativas.
Sentinelle foge de um padrão comum de filme de ação e nos presenteia com uma história com camadas interessantíssimas... (Falar mais poderia gerar spoiler lkk)
Porém o seu maior problema é o roteiro apressado que impede o espectador de criar fortes laços com os personagens, o que teria aumentado muito a carga dramática do filme. Mas o fato de ser um filme curto acaba fazendo com que as falhas de roteiro não incomodem tanto.
O filme deixa questões em aberto, que são tentativas de deixar um gancho para alguma sequência, que muito provavelmente não acontecerá, mas sua história principal tem um desfecho satisfatório. Sentinelle é ótimo pra quem quer um filme que vai além da ação.
Marek convida os amigos para passar o ano novo em uma festa em sua casa, mas o que começou bem está prestes a se tornar o cenário de um massacre.
O diretor Jan Belcl opta por iniciar o filme já pelo seu desfecho, uma casa cheia de jovens mortos. Enquanto os detetives observam toda a casa, nós os acompanhamos e vemos todos os corpos e objetos com muita clareza, e nisso é despertada a curiosidade de saber como aqueles jovens perderam a vida.
Após essa cena o filme se torna um longo flashback, onde vamos poder observar uma festa tipicamente americana (apesar do filme ser polonês) com todos os estereótipos de comédias teen adquirir a alma de um filme slasher.
Esse recurso de flashback encaixou muito nesse filme, pois depois da cena inicial o público fica curioso em saber como tudo aquilo aconteceu, e o diretor sabe disso. Jan consegue ir despertando mais e mais o nosso interesse enquanto nos da às pistas necessárias. O ritmo, o tom e os acontecimentos absurdos vindo dos personagens são muito bem usados pelo roteiro e a direção.
Nós temos personagens rasos, o atleta, o virgem, a mulher mais velha, a irmã sarcástica, o amigo legal, os nerds, o fracassado, todo tipo de estereótipo comum em filmes com festa adolescente. Mas isso não é problema, por que o nosso interesse não é direcionado para se apegar ou se identificar com os personagens, o nosso interesse é direcionado para descobrir quem vai sobreviver e como alguns vão morrer.
Essa é uma comédia de terror com muito mais comédia do que terror, mas que graças à montagem consegue transitar de forma orgânica entre um gênero e outro.
O suspense Dente por Dente nos mostra Ademar (Juliano Cazarré), o sócio de uma empresa de segurança particular que presta serviço para uma grande construtora de São Paulo. Quando seu sócio Teixeira (Paulo Tiefenthaler) desaparece, Ademar começa uma investigação que o leva em direção a uma verdade assustadora.
Sabe aquele tipo de filme que usa um cliffhanger e te prende nos cinco primeiros minutos? Esse é o caso, mas infelizmente depois desses cinco minutos, o seu maior desejo não é descobrir o mistério do longa, e sim sair da sala de cinema.
O primeiro arco estabelece as tramas do filme de uma ótima forma, mas o desenvolvimento que deveria ser feito no segundo arco acontece de forma falha, transformando um roteiro (Arthur Warren) com potencial em uma cópia repetitiva, previsível e superficial de algum filme policial americano.
Para não falar tão mal do roteiro, devemos dar um ponto para o ar sobrenatural que é colocado na trama, afinal ele faz com que a história não seja só um simples jogo de gato e rato.
Outro ponto positivo é o trabalho de câmera e principalmente o de fotografia, que acaba passando para o espectador à sensação de sufoco do filme.
Dente por Dente é um filme de ritmo preguiçoso e com um roteiro genérico, mas que vale a pena ser visto caso você queira ver a cidade de São Paulo transformada em um quadro em movimento.
Zero é um cientista fracassado que por acidente acaba inventando uma máquina do tempo que o leva ao passado o dando uma chance de tentar refazer sua vida, mas seria essa é uma boa ideia?
Essa é uma boa ideia para um filme, é uma premissa que poderia render um bom filme, e rendeu.
O Homem do Futuro consegue nos fazer entrar de cabeça na trama, o público experimenta os extremos das emoções. Em uma hora estamos torcendo pelo Zero, e outra hora queremos que ele não faça nada, nós amamos o zero e segundos depois o achamos desprezível, mas tudo isso de uma forma orgânica, nada é forçado.
Boa parte desse engajamento com o filme é responsabilidade do roteiro, que bebe de boas fontes do gênero de ficção cientifica, mas sem parecer uma cópia brasileira.
A outra parte diz respeito às atuações, não existe ninguém abaixo da média nesse filme, mas existe um alguém que se destaca muito. Wagner Moura basicamente interpreta mais de um personagem no filme, isso por que a cada ação existe uma reação e o Wagner nos mostra isso mudando quase que por completo todos os seus trejeitos naquele personagem, nós sentimos suas emoções e vemos a sua linguagem corporal mudar.
O único ponto baixo são os efeitos de viagem temporal, é notável que faltou um pouco de recurso financeiro, mas ainda assim é algo bonito de se olhar.
O Homem do Futuro é a prova de que brasileiro sabe fazer ficção cientifica.
A DC precisava de um filme para firmar seu universo cinematográfico, e Liga da Justiça quase foi esse filme.
Justice League é um filme divertido com uma boa aventura e que vai agradar aos fãs de Justice League Unlimited.
A interação dos personagens entre si é muito boa e individualmente falando também temos um show.
O Batman do Ben Affleck está muito bem, ele já estava bem em Batman vs Superman e agora está melhor. O super-homem do Henry Cavill nunca agradou muito, mas aqui ele está melhor do que nos filmes anteriores. A Mulher Maravilha de Gal Gadot rouba a cena, o Aquaman de Jason Momoa é muito bom e é super divertido, o Flash de Ezra Miller é sensacional e também rouba muitas cenas, mas isso era de se esperar de um grande ator como Ezra Miller. Ray Fisher como Cyborg está bem, mas entre todos os membros da Liga é com menos destaque.
Um ponto negativo do filme é o vilão, o Lobo da Estepe tem convicções fracas e um CGI meia boca.
Justice League tem muitos erros e acertos, mas é certamente o filme mais importante neste universo cinematográfico da DC.
Juste é um fantasma que auxilia os recém-mortos a fazer a passagem para o outro plano, mas um dia uma mulher chamada Agathe o avista e o reconhece como alguém que um dia ela amou.
Pela sinopse muitos poderiam dizer que esse é uma espécie de Ghost (1990) genérico, mas na verdade o que o diretor Stéphane Batut nos traz é uma grande experiência visual e de vida.
Entendemos aos poucos as condições que Juste está tendo que lidar como um fantasma, na verdade essa palavra nem é citada, mas não é algo necessário.
O filme se desenvolve de forma lenta (cabe a você dizer se isso é bom ou ruim), grande parte do inicio é composto por Juste em sua rotina solitária e tendo conversas com os espíritos.
Tudo no filme acontece de forma natural, sem enormes momentos de descoberta, pois toda a aceitação posta no filme vem após uma conversa. Mas nada disso funcionaria bem se não fosse pelo casal principal. Timotée Robart traz no seu primeiro filme uma atuação inocente e interessante, enquanto a veterana Judith Chemla é quem nos ajuda a experienciar de perto o que é visto em tela.
É um filme longo, com personagens secundários nada interessantes, mas é um filme sincero, sentimental e ciente do que faz.
Vif-Argente é um filme que levanta inúmeras questões filosóficas, mas não se preocupa em soluciona-las ou na forma que o público vai interpretar. Bom ou ruim pra você?
Dois anos após derrotar o culto satânico liderado por sua babá, Cole está tentando superar o passado e sobreviver no colégio, mas as coisas não vão continuar boas por muito tempo.
The Babysitter: Killer Queen é uma paródia de terror gore muito boa, se você curtiu The Babysitter, irá curtir essa sequência. O filme é cheio de referências e respeita bastante sua mitologia, além de expandi-la.
O terror e o humor tem um balanço ótimo e o clima criado é excelente, você embarca por completo na história.
Existem sequências muito bem feitas, o jogo de câmera é bom, as coreografias de luta são ótimas e entretém muito bem.
O roteiro é redondinho, uma história com inicio, meio e fim. Você consegue assistir sem ter visto o primeiro filme, mas irá aproveitar muito melhor se já tiver visto The Babysitter.
Sem desmerecer esse é o típico filme para matar o tempo, e se for para comparar ele acaba sendo um pouco melhor que o primeiro.
Se gostou de The Babysitter veja essa sequencia, mas se não gostou passe longe.
Alguns jovens vão para um acampamento destinado a tratar viciados em tecnologia, mas eles descobrem que estar longe da tecnologia se torna ruim quando alguém começa a tentar desconecta-los do mundo dos vivos.
A loira julgada pela beleza, o cara atlético que vive de aparência, o bully que importuna os outros para que não notem suas fraquezas, uma garota estranha e o nerd medroso, temos todos esses estereótipos em Nobody Sleeps in the Woods Tonight, mas isso é bom ou ruim?
Se você não analisar a fundo pode achar esse filme polonês apenas um amontoado de clichês muito conhecidos do terror slasher, mas na verdade esses clichês não estão aqui à toa.
Nobody Sleeps in the Woods Tonight é um terror teen que faz homenagem a clássicos do slasher dos anos 80. Na verdade o filme tem todo um ar oitentista, desde a sua trilha sonora até as referencias a filmes como Friday the 13th.
Em alguns momentos o filme vai além das referencias dentro do terror, e cita obras como An American Werewolf in London e The Terminator.
O senso de humor está presente no filme, e mesmo que não funcione em todos os momentos, ele é bem-vindo.
Agora, se você busca um filme para se assustar Nobody Sleeps in the Woods Tonight pode não te agradar, pois ele se passa basicamente durante o dia e usa de uma fotografia cheia de cores quentes. A trilha sonora animada dos anos 80, mesmo sendo boa acaba te tirando do clima de mistério do filme.
Despretensioso é uma palavra que pode descrever muito bem esse longa, ele não tem medo de fazer suas homenagens e não tem medo de usar os clichês do slasher. Mesmo sem acertar em tudo, Nobody Sleeps in the Woods Tonight atende a sua proposta e entretém o público.
Depois de sentir os horrores do Sudão devastado pela guerra, um casal foge do país, mas não sem adquirir traumas. Agora, refugiados em Londres eles tentam recomeçar a vida, mas percebem que existe algo na sua casa nova.
Mais um filme sobre um casal que se muda para uma casa mal assombrada? Sim e não.
Temos a clássica história de um casal que vai para um novo lar em busca de um recomeço, mas que precisam lutar contra forças espirituais que os perseguem, mas esse filme vai além.
His House tem a clássica estrutura de terror, mas a usa de forma profunda para tocar em assuntos urgentes e atuais, como os traumas de uma guerra e a vida dos emigrantes.
O diretor usa a casa para trazer a tona os tormentos mentais dos protagonistas, temos toda a perda, culpa e medo os atacando no lugar que deveria ser seu porto seguro.
Fora da casa também temos a tensão e todos os sentimentos sentidos dentro do ambiente assombrado, e isso se deve ao fato dos protagonistas não estarem lidando apenas com assombrações, mas também com seus traumas do passado e a pressão de se estar em um novo local.
Por falar em passado, o roteiro acerta em cheio na decisão de não nos contar toda a história dos personagens de uma só vez, foi muito benéfico ver o que aconteceu no decorrer do filme e durante os diálogos.
Aliás, os diálogos do filme são impactantes, mas muito do impacto é responsabilidade dos protagonistas. Sope Dirisu e Wunmi Mosaku nos fazem sentir a divisão entre a dor de uma tragédia e a felicidade por recomeçar.
His House junta uma direção precisa, ótimas atuações e uma abordagem socioeconômica bastante relevante, isso tudo sem deixar de lado os bons sustos presentes em um filme de terror.
Três jovens se mudam para uma casa nas proximidades da universidade, mas o que eles não sabiam é que lá iriam encontrar uma entidade que é chamada ao se dizer seu nome.
O filme tinha um grande potencial, mas graças ao roteiro, direção, orçamento, elenco e efeitos, nós temos uma execução falha.
A entidade mexe com o psicológico das pessoas, mas o filme não foca muito nessa habilidade e quando foca não a trabalha muito bem. Na verdade o vilão não é bem trabalhado, você tem que pensar muito para entender ele e seus feitos, e nesse caso isso não é bom.
The Bye Bye Man também não entrega um bom suspense, tem sustos rápidos e ineficazes, além de uma edição ruim que te tira do clima do filme.
Eu falei que o elenco é ruim, mas não sei se posso dizer isso, porque a direção e o roteiro não dão espaço para eles trabalharem, você pode até ver alguém tentando, mas eles estão presos ao que lhes foi entregue. Então não dá para saber se este é um filme ruim com bons atores e que não podem trabalhar muito, ou um filme ruim com atores ruins.
Hubie Dubois é considerado o idiota da cidade de Salem, ele é o alvo de zombarias dos adultos e crianças. Mas quando um assassinato próximo ao Dia das Bruxas ocorre, Hubie assume a responsabilidade de investigar o caso e tentar salvar o halloween.
Hubie Halloween é a mais nova comédia Netflix do Adam Sandler. Esse é um filme que tenta misturar comédia e terror, mas acaba que nenhum dos dois é predominante, existem bons momentos de ambos os gêneros, mas nada que se destaque.
Por falar em coisas que não tem destaques, as atuações também se encaixam nisso. Não existem atuações ruins, mas também não temos ninguém que esteja acima da média.
O roteiro é mediano, algumas vezes até bem expositivo, porém nos entrega entretenimento. O filme tenta passar uma mensagem ao espectador e até consegue, mas ela nos é trazida de forma muito abrupta. A mensagem é válida, mas poderia ter sido bem mais explorada ao decorrer do filme.
Sem conseguir se estabelecer muito bem como terror ou comédia, Hubie Halloween é um filme de entretenimento rápido, um filme para você assistir se não tiver mais nada para fazer.
A Semana da Minha Vida
2.7 65 Assista AgoraA Semana da Minha Vida é um filme musical teen da Netflix que não só conquista os jovens como também usa o apelo nostálgico dos musicais teen para conquistar um público mais velho.
O filme tem uma abordagem cristã mas em momento algum força a crença dos seus protagonistas no público, então isso acaba chamando atenção tanto dos cristãos quanto de quem não é tão ligado em religião e só quer ver uma comédia musical.
Um ponto interessante foi a escolha musical, pois todas as músicas cantadas são reais, eles fizeram uma seleção de canções que casou perfeitamente com o filme.
Clichê como grande parte das comédias românticas teen e maravilhoso como musical, A Semana da Minha Vida é um filme maravilhoso.
Esquadrão Trovão
2.4 189 Assista AgoraEsquadrão Trovão é um dos PIORES filmes de 2021. A ideia é ótima, mas a execução é horrível, o filme é todo descompassado, sem ritmo e evoluções narrativas, as resoluções são baseadas em nada e as piadas são piores q piadas feitas por crianças do fundamental.
Rosa e Momo
3.7 302 Assista AgoraMomo é um garoto de rua complicado que é posto aos cuidados de uma ex-prostituta chamada Rosa, a partir dai nasce uma interessante relação entre eles.
Esse filme é o retorno da Sophia Loren aos cinemas, e isso se deve ao fato do diretor Edoardo Ponti ser o filho dela, mas será que esse foi um bom retorno?
O filme é uma adaptação do livro The Life Before Us, e na verdade é a segunda adaptação, pois em 1977 tivemos Madame Rosa.
Aqui temos muitas diferenças em relação à obra original e a primeira adaptação, desde o cenário aonde se passa a trama, até a idade da Madame Rosa e os tons da trama, então o melhor a se fazer é assistir e analisar Rosa e Momo como algo a parte (se for possível).
Esse é um drama leve que deposita toda a carga emocional na personagem da Sophia Loren, seja pelo talento da atriz ou por esse ser o retorno da mesma, porém ter todo esse foco nela tem seu lado positivo e o seu lado negativo.
Mesmo com momentos clichês o filme cumpre com a sua difícil proposta de criar um forte laço entre a Rosa e o público, e isso se deve muito a decisão de retirar as histórias secundárias presentes no livro e dar uma atenção maior a personagem da Sophia. Mas esse mesmo ponto acaba trazendo um aspecto ruim, pois todo o filme fica muito dependente da Rosa, e com isso o personagem Momo (Ibrahima Gueye, que faz um bom trabalho), mesmo sendo o narrador e mostrando seu ponto de vista, acabe sendo ofuscado dentro da trama.
Focando em assuntos como prostituição, religião e ideologia, Rosa e Momo é um filme cativante e que vai agradar os fãs de melodrama.
Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars
3.2 278Eurovision é a maior competição musical do mundo e já faz parte da cultura europeia. Nesse filme acompanhamos Sigrit e Lars que são dois cantores de uma cidade pequena e sonham em participar do Eurovision.
Essa é uma comédia que não vai funcionar para todo mundo devido ao seu humor questionável. Existem piadas em quase todo o momento do filme, e com isso temos erros e acertos, mas com toda certeza se focassem nas qualidades das piadas e não nas quantidades iriamos ter um resultado melhor.
A quantidade de piadas contribui para um dos grandes problemas do filme, a duração. O filme tem duas horas e isso acaba sendo um pouco desgastante, com a faixa de uma hora e meia a trama poderia ter fluido bem melhor.
A história de cantores em busca do seu maior sonho pode ser um clichê, mas aqui é usada de forma satisfatória, embora existam momentos bem previsíveis.
Um ponto positivo é o cuidado que tiveram com a tradição cultural da Islândia na hora de compor as músicas. Aliás, todas as músicas presentes no filme são ótimas, houve um bom trabalho na escolha da trilha sonora, principalmente nas músicas cantadas pela dupla principal, elas fixam na cabeça.
Vamos falar do elenco. Pierce Brosnan é um talento desperdiçado com apenas umas dez frases no filme ele é basicamente uma pessoa fazendo react do que acontece. Rachel McAdams é o grande destaque, ela consegue brilhar até em momentos em que o roteiro não dá tanto destaque a ela. A pretensão do roteiro é dar destaque maior ao personagem do Will Ferrell (que escreveu parte do roteiro), que não está ruim, mas ainda é um ator bem mediano.
Eurovision é uma comédia musical que mais vale pelo musical do que por todo o resto, então se você for um grande fã de musicais vai gostar, caso contrario não é um filme que vá te agradar.
O Céu da Meia-Noite
2.7 510Uma catástrofe global tornou a terra inabitável e todos foram evacuados para um potencial abrigo, com exceção do cientista Augustine (George Clooney) que ficou em uma base no Ártico para avisar a um grupo de astronautas tudo o que havia ocorrido.
Esse definitivamente não é um filme alto astral, não só pela temática do fim do mundo, mas também pela forma de agir do personagem do George Clooney. Temos um personagem à beira da morte, melancólico, amargurado e arrependido, seja pela vida que ele teve, como pelo destino que a Terra tomou.
Outro núcleo do filme é o dos astronautas (o núcleo mais envolvente) que estão retornando a Terra após uma missão de exploração espacial. Se você for um fã da ciência talvez saia desapontado, pois o filme não tenta trazer explicações reais por trás dos acontecimentos.
George Clooney é o diretor e faz um bom trabalho nessa posição, mas existe um pequeno problema. Esse filme adapta o livro “Good Morning, Midnight”, e Clooney opta por adaptar fielmente, mas isso acaba sendo um problema na hora de transitar entre os núcleos. As transições são pesadas, sempre que estamos interagindo bem com um núcleo somos interrompidos abruptamente com uma transição, e isso acaba prejudicando um pouco nosso sentimento de empatia com os personagens.
Com uma fotografia bonita e uma boa trilha sonora, temos um filme com potencial, mas que não tem um rumo e falha na hora de passar sua mensagem principal.
A Caminho da Lua
3.4 279Incentivada pelas histórias que ouvia da mãe, Fei Fei decide construir uma nave espacial para ir até à Lua e comprovar a existência da deusa Chang'e.
Esse filme é comandado pelo Glen Keane que trabalhou em projetos como Tarzan, A Bela e a Fera, Enrolados, ele é um homem que conhece o estilo Disney de animação, mas será que isso ajudou o filme?
A estrutura narrativa e a animação lembram muito os filmes da Disney, isso acaba não sendo um ponto negativo, mas se o Glen Keane tivesse conseguido usar tudo que ele aprendeu na Disney e ao mesmo tempo trazer um estilo mais autoral, o filme teria se saído ainda melhor.
O filme busca atingir um público infantil, mas acaba indo além ao tocar em temas como o luto e a cultura chinesa.
Com um bom humor e bons números musicais, A Caminho da Lua é um bom começo para a parceria de Glen Keane e a Netflix, mas ainda é necessário ralar muito para competir de igual para igual com as grandes animações.
Relatos do Mundo
3.5 315 Assista AgoraUm ex-capitão da Guerra Civil Americana (Tom Hanks) viaja pelo Texas lendo noticias nas cidades aonde chega, mas em uma das suas viagens ele encontrada uma garota que havia sido levada pela tribo Kiowa, e agora cabe a ele levar a garota até um local mais seguro.
Esse filme é um western com poucas cenas de ação (mas de um nível impactante) e muita carga dramática nos personagens principais.
A grande diferença entre Relatos do Mundo e os demais westerns é o seu personagem principal. Tom Hanks encarna um homem que precisa tomar atitudes de um herói do faroeste, mas que vive fugindo disso, assim como vive se escondendo do seu passado na guerra. Aqui temos um homem perdido na vida tendo que fazer uma garota encontrar um caminho para seguir.
Johanna, vivida pela talentosíssima Helena Zengel é uma personagem que serve para nos fazer pensar nos estereótipos, ela é uma garota alemã tratada como selvagem por não falar alemão ou inglês e sim a língua Kiowa, além de ser vista como estranha por não ter os costumes americanos da época e sim os dos índios.
Como já foi dito, esse é um western que foca mais no drama do que na ação, mas as poucas cenas de ação tem um nível altíssimo e servem para um proposito na narrativa, que é nos fazer enxergar uma camada a mais nos dois personagens principais.
Relatos do Mundo é um filme denso, que nos mostra desconstruções de ideias e pessoas, que nos mostra o preconceito, conflitos populares e parte da história americana, esse é um filme para pensar e debater.
Os 7 de Chicago
4.0 581 Assista AgoraDepois de um protesto em Chicago contra a guerra do Vietnã, no ano de 1968 se transformar em um confronto violento com a polícia, sete pessoas foram acusadas de conspiração pelo governo federal dos Estados Unidos.
Aaron Sorkin assumiu a direção e o roteiro desse filme baseado em uma história real, e o seu papel como roteirista é o que chama atenção.
Os diálogos do filme são perfeitos, coisas simples são ditas nos melhores momentos, o que engrandece toda a trama. Em alguns momentos pode soar como artificial, mas no ator certo acaba gerando momentos extraordinários, o que transforma esse em um filme sobre momentos dramáticos.
O filme consegue interligar muito bem os personagens que aparentemente não possuem ligação alguma, o ritmo é energético e a edição ajuda muito nisso ao conseguir mesclar muito bem as cenas que mostram o que é dito no julgamento, com as cenas que mostram o que realmente aconteceu.
Temos uma trama ágil e com muitos clichês de filmes de tribunais, mas que não suaviza em traçar um paralelo da história com situações vividas no mundo atual e isso pode gerar uma bipolarização, alguns vão gostar da proposta e das “alfinetadas”, e outros vão odiar fortemente.
O elenco é um ponto fortíssimo do filme. Frank Langella é a encarnação do sistema politico americano, enquanto Mark Rylance encarna o homem que luta contra o sistema que foi feito para ser contra ele. Yahya Abdul-Mateen II é o melhor ator do filme, ele é dono das cenas mais comoventes e que nos fazem lembrar que essa é uma história real. Jeremy Strong é o que nos traz as cenas mais engraçadas do filme, já Joseph Gordon-Levitt nos traz um personagem que surpreendente dentro da narrativa. Os atores mais fracos são Sacha Baron Cohen e Eddie Redmayne, que não encaixam dentro do tom dramático e ficam soando como atores dentro da trama.
Os 7 de Chicago é clichê, mas com seus ótimos diálogos sendo reproduzidos por bons atores, você acaba se interessando pela história.
Era Uma Vez um Sonho
3.5 448 Assista AgoraA família Vance se muda para Ohio na esperança de uma vida melhor. O filho mais jovem da família cresce e se torna um estudante de direito na universidade de Yale, mas um dia ele é obrigado a retornar para sua cidade e lidar com um problema familiar.
O filme conta uma história real, e aqui é dividida em duas narrativas, o momento em que o personagem principal volta para casa e a fase em que ele ainda era uma criança. Essas alternâncias na narrativa são extremamente confusas, são idas e vindas que não dizem nada, é como se o diretor (Ron Howard) não soubesse o que está fazendo, seu trabalho dá um ar de desleixo.
Todos os personagens são rasos, não existe uma evolução significativa. O Ron Howard joga a historia, mas não nos dá um bom contexto e nem uma boa explicação através dos personagens.
Amy Adams não nos convence de nada, vemos apenas uma atriz fazendo uma personagem sem um arco dramático efetivo. A Glenn Close apesar de ter diálogos melhores também sofre do mesmo problema (ótimas atrizes que escolheram o projeto errado), o que significa que o roteiro é o grande culpado.
O personagem principal é ruim em ambas as narrativas, o Owen Asztalos nos traz um jovem com quem não se tem empatia, já o Gabriel Basso é uma versão adulta robótica do personagem, não dá para sentir as emoções dele em momento algum.
O bom trabalho que temos é da Haley Bennett que faz a irmã do personagem principal, mas infelizmente ela é subutilizada no filme.
A direção de arte, o cabelo e maquiagem são a única coisa boa no filme, de resto é tudo um grande tédio.
Pedaços De Uma Mulher
3.8 544 Assista AgoraUma mulher sofre um grande trauma após um parto domiciliar, e as consequências desse trauma irão refletir em sua forma de se relacionar e observar o mundo.
O filme já começa com a cena do parto e é agonizante, engraçada, amedrontadora, esperançosa, um misto de sentimentos. São mais de vinte minutos sem cortes com transições pela casa e focando em três personagens diferentes. A escolha do plano sequencia foi perfeita, pois isso nos traz intensidade, intimidade, é como se nós tivéssemos sido transportados para aquela cena.
O segundo ato do filme é sobre lidar com o luto, e o clima que era pesado só aumenta. Os diálogos são duros, fortes e reais, mas os silêncios também dizem muito. Os pequenos gestos dos personagens expressam a tristeza, a ansiedade, as marcas deixadas, então preste atenção, por que os planos detalhes, a escolha ângulos, tudo isso faz o filme dizer muito sem que os personagens abram a boca.
O terceiro ato é o mais fraco, é manipulativo desde os diálogos até a trilha sonora, e claramente isso é usado para chamar a atenção na disputa do Oscar, o diretor poderia ter descartado momentos como os do tribunal, mas ainda assim o filme não perde muito da sua força.
Em relação aos protagonistas, temos uma interpretação destemida e cheia de dedicação vinda da Vanessa Kirby, ela nos passa seus sentimentos desde diálogos carregados de dor até os momentos de silêncio em casa, então sua indicação ao Oscar é mais do que merecida. O Shia LaBeouf também está ótimo, ele é um marido acabado pelo luto mas que precisa se manter forte para ajudar a sua mulher, infelizmente a escolha do seu desfecho acaba fazendo o personagem perder seus encantos.
Pieces of a Woman é um estudo do luto, é o mostrar se vale a pena procurar por culpados, é o esclarecer que todos tem fechamentos diferentes e em momentos diferentes.
A Voz Suprema do Blues
3.5 540 Assista AgoraA Voz Suprema do Blues nos leva até 1927, onde acompanhamos Ma Rainey (Viola Davis) e sua banda numa sessão de gravação em Chicago.
De imediato notamos que esse é um filme com o foco em interpretações e não em roteiro.
A direção é do George C. Wolfe que é um dramaturgo muito bom, e faz um ótimo trabalho ao transportar essa peça teatral do August Wilson para um formato cinematográfico.
Temos muito vai e vem, a movimentação de câmera é constante mesmo com a presença de uma grande quantidade de planos longos. O filme se movimenta muito bem e mantém a tensão alta, porém ainda existe a essência do teatro nesse filme. Os diálogos exagerados estão presentes, e também os planos longos e os monólogos que dão um ar pomposo a trama.
Temos um roteiro sem sutilezas que nos mostra o racismo, os traumas, as lutas por respeito e a tristeza que só quem viveu isso conhece. Aliás, a tristeza paira sobre a trama do filme, e nos mostra as diferentes formas de reação com os personagens da Viola Davis e do Chadwick Boseman.
Esse é um filme de momentos, com elevações da carga dramática em questão de instantes, e se não fosse pelo bom elenco isso poderia ter dado muito errado.
Viola Davis no trás uma mulher imponente e rígida, mas que foi levada a isso pelo cansaço que acumulou durante as lutas da vida. O Chadwick Boseman nos trás um homem arrogante, frustrado e cheio de ódio, mas que ao mesmo tempo é só alguém que quer vencer na vida através do seu sonho. Essa foi sem dúvida a atuação perfeita para infelizmente encerrar os trabalhos do Chadwick.
Todo o elenco coadjuvante está ótimo, todo mundo tem o seu momento, e são momentos que agregam à narrativa e servem como um contraponto ao personagem do Boseman. A única exceção é a personagem da Taylour Paige, que só tem um momento interessante, mas que no final não serve para nada dentro da narrativa.
Outro ponto positivo é a cinematografia, o uso de tons quentes no traz uma sensação de desconforto extremamente necessária.
Uma boa adaptação de uma peça de teatro, A Voz Suprema do Blues é um prato cheio de ótimas atuações.
Liga da Justiça de Zack Snyder
4.0 1,3KDiferença, se podemos usar uma palavra para definir o Snyder Cut, essa palavra é “diferença”. Ao comparar o Snyder Cut com o Liga da Justiça de 2017 vemos claramente um filme mais sólido e bem estruturado.
O roteiro obviamente segue a base da versão de 2017, e nas primeiras duas horas essa base combinada com as cenas adicionais (que são bem-vindas) faz com que o filme não saia do lugar.
Após essas duas horas iniciais acontece um momento de ruptura, e nós vemos todos os personagens sendo cuidadosamente bem trabalhados em relação aos seus objetivos (principalmente o Flash, Ciborgue e o Aquaman), o que é um grande diferencial da versão de 2017. É nesse momento que também temos o descarte do tom de humor e a leveza que era bastante presente.
Outros pontos positivos são a excelente fotografia, a mudança na trilha sonora, e é claro a escolha de alterar a proporção de tela, o que nos dá intensidade e resulta numa sensação de maior urgência perante a ameaça do Lobo da Estepe.
Apesar de alguns efeitos destoantes, uma duração grande e inicialmente lenta, e também o pouco aproveitamento do vilão, o Snyder Cut é extremamente satisfatório.
Mank
3.2 462 Assista AgoraCidadão Kane é um dos filmes mais icônicos de Hollywood, mas quem verdadeiramente o escreveu? Esse filme vai justamente abordar que o Herman Mank é o autor. Alias se você quiser ver a história por outro ponto de vista, sugiro um filme de 1999, o RKO 281.
Se você não assistiu a Cidadão Kane vai acabar perdendo momentos de Mank, pois o David Fincher faz menções a Cidadão Kane e traça paralelos entre os acontecimentos da vida do Herman e acontecimentos dentro do Cidadão Kane.
Se você não gostar dos anos 30 e 40, e/ou não souber como era a Hollywood nesse período, talvez esse não seja um filme para você. A parte atrativa do filme é justamente essa aura da Hollywood antiga, as situações vividas. O filme não é sobre os personagens e sim sobre o cinema.
Vamos parabenizar o trabalho do Fincher, pois ele agrega muito ao filme por optar a usar técnicas e linguagens dos anos 30 e 40. A cinematografia é atordoante, existem inúmeras referencias para os fãs da sétima arte. Ângulos baixos, o cuidado na forma de movimentação e fala dos personagens, o figurino extremamente cuidadoso, Mank é uma declaração de amor aos clássicos do cinema.
O filme é um pouco longo a mais do que deveria e existem momentos em que você começa a sentir um cansaço, mas com a inserção de comentários políticos, referencias ou escolhas visuais, acabamos se voltando completamente ao filme.
Gary Oldman foi indicado ao oscar por viver um Mank com atitudes reprováveis mas que que você não o julga, você não torce por ele, mas não o odeia. Ele visualmente não tem muito a ver com o Mank original, na verdade ele nem parece um ser humano real, então Gary Oldman não merece um Oscar.
Já a Amanda Seyfried encaixa perfeitamente dentro desse universo e nos trás a melhor atuação de sua carreira.
Mesmo com seus problemas, Mank é uma carta de amor ao cinema clássico e é um ótimo retrato entre a relação da politica e Hollywood.
A Sentinela
2.4 75 Assista AgoraSentinelle é um thriller de ação francês lançado na Netflix e muitos já o chamam de "O Resgate" feminino. Ao meu ver ñ chega a tanto, mas ainda assim é um ótimo filme policial, e que vai além das expectativas, e isso se deve as escolhas narrativas.
Sentinelle foge de um padrão comum de filme de ação e nos presenteia com uma história com camadas interessantíssimas... (Falar mais poderia gerar spoiler lkk)
Porém o seu maior problema é o roteiro apressado que impede o espectador de criar fortes laços com os personagens, o que teria aumentado muito a carga dramática do filme. Mas o fato de ser um filme curto acaba fazendo com que as falhas de roteiro não incomodem tanto.
O filme deixa questões em aberto, que são tentativas de deixar um gancho para alguma sequência, que muito provavelmente não acontecerá, mas sua história principal tem um desfecho satisfatório. Sentinelle é ótimo pra quem quer um filme que vai além da ação.
Todos os Meus Amigos Estão Mortos
3.0 170Marek convida os amigos para passar o ano novo em uma festa em sua casa, mas o que começou bem está prestes a se tornar o cenário de um massacre.
O diretor Jan Belcl opta por iniciar o filme já pelo seu desfecho, uma casa cheia de jovens mortos. Enquanto os detetives observam toda a casa, nós os acompanhamos e vemos todos os corpos e objetos com muita clareza, e nisso é despertada a curiosidade de saber como aqueles jovens perderam a vida.
Após essa cena o filme se torna um longo flashback, onde vamos poder observar uma festa tipicamente americana (apesar do filme ser polonês) com todos os estereótipos de comédias teen adquirir a alma de um filme slasher.
Esse recurso de flashback encaixou muito nesse filme, pois depois da cena inicial o público fica curioso em saber como tudo aquilo aconteceu, e o diretor sabe disso. Jan consegue ir despertando mais e mais o nosso interesse enquanto nos da às pistas necessárias. O ritmo, o tom e os acontecimentos absurdos vindo dos personagens são muito bem usados pelo roteiro e a direção.
Nós temos personagens rasos, o atleta, o virgem, a mulher mais velha, a irmã sarcástica, o amigo legal, os nerds, o fracassado, todo tipo de estereótipo comum em filmes com festa adolescente. Mas isso não é problema, por que o nosso interesse não é direcionado para se apegar ou se identificar com os personagens, o nosso interesse é direcionado para descobrir quem vai sobreviver e como alguns vão morrer.
Essa é uma comédia de terror com muito mais comédia do que terror, mas que graças à montagem consegue transitar de forma orgânica entre um gênero e outro.
Dente por Dente
2.2 24O suspense Dente por Dente nos mostra Ademar (Juliano Cazarré), o sócio de uma empresa de segurança particular que presta serviço para uma grande construtora de São Paulo. Quando seu sócio Teixeira (Paulo Tiefenthaler) desaparece, Ademar começa uma investigação que o leva em direção a uma verdade assustadora.
Sabe aquele tipo de filme que usa um cliffhanger e te prende nos cinco primeiros minutos? Esse é o caso, mas infelizmente depois desses cinco minutos, o seu maior desejo não é descobrir o mistério do longa, e sim sair da sala de cinema.
O primeiro arco estabelece as tramas do filme de uma ótima forma, mas o desenvolvimento que deveria ser feito no segundo arco acontece de forma falha, transformando um roteiro (Arthur Warren) com potencial em uma cópia repetitiva, previsível e superficial de algum filme policial americano.
Para não falar tão mal do roteiro, devemos dar um ponto para o ar sobrenatural que é colocado na trama, afinal ele faz com que a história não seja só um simples jogo de gato e rato.
Outro ponto positivo é o trabalho de câmera e principalmente o de fotografia, que acaba passando para o espectador à sensação de sufoco do filme.
Dente por Dente é um filme de ritmo preguiçoso e com um roteiro genérico, mas que vale a pena ser visto caso você queira ver a cidade de São Paulo transformada em um quadro em movimento.
O Homem do Futuro
3.7 2,5K Assista AgoraZero é um cientista fracassado que por acidente acaba inventando uma máquina do tempo que o leva ao passado o dando uma chance de tentar refazer sua vida, mas seria essa é uma boa ideia?
Essa é uma boa ideia para um filme, é uma premissa que poderia render um bom filme, e rendeu.
O Homem do Futuro consegue nos fazer entrar de cabeça na trama, o público experimenta os extremos das emoções. Em uma hora estamos torcendo pelo Zero, e outra hora queremos que ele não faça nada, nós amamos o zero e segundos depois o achamos desprezível, mas tudo isso de uma forma orgânica, nada é forçado.
Boa parte desse engajamento com o filme é responsabilidade do roteiro, que bebe de boas fontes do gênero de ficção cientifica, mas sem parecer uma cópia brasileira.
A outra parte diz respeito às atuações, não existe ninguém abaixo da média nesse filme, mas existe um alguém que se destaca muito. Wagner Moura basicamente interpreta mais de um personagem no filme, isso por que a cada ação existe uma reação e o Wagner nos mostra isso mudando quase que por completo todos os seus trejeitos naquele personagem, nós sentimos suas emoções e vemos a sua linguagem corporal mudar.
O único ponto baixo são os efeitos de viagem temporal, é notável que faltou um pouco de recurso financeiro, mas ainda assim é algo bonito de se olhar.
O Homem do Futuro é a prova de que brasileiro sabe fazer ficção cientifica.
Liga da Justiça
3.3 2,5K Assista AgoraA DC precisava de um filme para firmar seu universo cinematográfico, e Liga da Justiça quase foi esse filme.
Justice League é um filme divertido com uma boa aventura e que vai agradar aos fãs de Justice League Unlimited.
A interação dos personagens entre si é muito boa e individualmente falando também temos um show.
O Batman do Ben Affleck está muito bem, ele já estava bem em Batman vs Superman e agora está melhor. O super-homem do Henry Cavill nunca agradou muito, mas aqui ele está melhor do que nos filmes anteriores. A Mulher Maravilha de Gal Gadot rouba a cena, o Aquaman de Jason Momoa é muito bom e é super divertido, o Flash de Ezra Miller é sensacional e também rouba muitas cenas, mas isso era de se esperar de um grande ator como Ezra Miller. Ray Fisher como Cyborg está bem, mas entre todos os membros da Liga é com menos destaque.
Um ponto negativo do filme é o vilão, o Lobo da Estepe tem convicções fracas e um CGI meia boca.
Justice League tem muitos erros e acertos, mas é certamente o filme mais importante neste universo cinematográfico da DC.
Espírito Vivente
3.1 7Juste é um fantasma que auxilia os recém-mortos a fazer a passagem para o outro plano, mas um dia uma mulher chamada Agathe o avista e o reconhece como alguém que um dia ela amou.
Pela sinopse muitos poderiam dizer que esse é uma espécie de Ghost (1990) genérico, mas na verdade o que o diretor Stéphane Batut nos traz é uma grande experiência visual e de vida.
Entendemos aos poucos as condições que Juste está tendo que lidar como um fantasma, na verdade essa palavra nem é citada, mas não é algo necessário.
O filme se desenvolve de forma lenta (cabe a você dizer se isso é bom ou ruim), grande parte do inicio é composto por Juste em sua rotina solitária e tendo conversas com os espíritos.
Tudo no filme acontece de forma natural, sem enormes momentos de descoberta, pois toda a aceitação posta no filme vem após uma conversa. Mas nada disso funcionaria bem se não fosse pelo casal principal. Timotée Robart traz no seu primeiro filme uma atuação inocente e interessante, enquanto a veterana Judith Chemla é quem nos ajuda a experienciar de perto o que é visto em tela.
É um filme longo, com personagens secundários nada interessantes, mas é um filme sincero, sentimental e ciente do que faz.
Vif-Argente é um filme que levanta inúmeras questões filosóficas, mas não se preocupa em soluciona-las ou na forma que o público vai interpretar. Bom ou ruim pra você?
A Babá: Rainha da Morte
2.8 377 Assista AgoraDois anos após derrotar o culto satânico liderado por sua babá, Cole está tentando superar o passado e sobreviver no colégio, mas as coisas não vão continuar boas por muito tempo.
The Babysitter: Killer Queen é uma paródia de terror gore muito boa, se você curtiu The Babysitter, irá curtir essa sequência. O filme é cheio de referências e respeita bastante sua mitologia, além de expandi-la.
O terror e o humor tem um balanço ótimo e o clima criado é excelente, você embarca por completo na história.
Existem sequências muito bem feitas, o jogo de câmera é bom, as coreografias de luta são ótimas e entretém muito bem.
O roteiro é redondinho, uma história com inicio, meio e fim. Você consegue assistir sem ter visto o primeiro filme, mas irá aproveitar muito melhor se já tiver visto The Babysitter.
Sem desmerecer esse é o típico filme para matar o tempo, e se for para comparar ele acaba sendo um pouco melhor que o primeiro.
Se gostou de The Babysitter veja essa sequencia, mas se não gostou passe longe.
Sem Conexão
2.1 264 Assista AgoraAlguns jovens vão para um acampamento destinado a tratar viciados em tecnologia, mas eles descobrem que estar longe da tecnologia se torna ruim quando alguém começa a tentar desconecta-los do mundo dos vivos.
A loira julgada pela beleza, o cara atlético que vive de aparência, o bully que importuna os outros para que não notem suas fraquezas, uma garota estranha e o nerd medroso, temos todos esses estereótipos em Nobody Sleeps in the Woods Tonight, mas isso é bom ou ruim?
Se você não analisar a fundo pode achar esse filme polonês apenas um amontoado de clichês muito conhecidos do terror slasher, mas na verdade esses clichês não estão aqui à toa.
Nobody Sleeps in the Woods Tonight é um terror teen que faz homenagem a clássicos do slasher dos anos 80. Na verdade o filme tem todo um ar oitentista, desde a sua trilha sonora até as referencias a filmes como Friday the 13th.
Em alguns momentos o filme vai além das referencias dentro do terror, e cita obras como An American Werewolf in London e The Terminator.
O senso de humor está presente no filme, e mesmo que não funcione em todos os momentos, ele é bem-vindo.
Agora, se você busca um filme para se assustar Nobody Sleeps in the Woods Tonight pode não te agradar, pois ele se passa basicamente durante o dia e usa de uma fotografia cheia de cores quentes. A trilha sonora animada dos anos 80, mesmo sendo boa acaba te tirando do clima de mistério do filme.
Despretensioso é uma palavra que pode descrever muito bem esse longa, ele não tem medo de fazer suas homenagens e não tem medo de usar os clichês do slasher. Mesmo sem acertar em tudo, Nobody Sleeps in the Woods Tonight atende a sua proposta e entretém o público.
O Que Ficou Para Trás
3.6 510 Assista AgoraDepois de sentir os horrores do Sudão devastado pela guerra, um casal foge do país, mas não sem adquirir traumas. Agora, refugiados em Londres eles tentam recomeçar a vida, mas percebem que existe algo na sua casa nova.
Mais um filme sobre um casal que se muda para uma casa mal assombrada? Sim e não.
Temos a clássica história de um casal que vai para um novo lar em busca de um recomeço, mas que precisam lutar contra forças espirituais que os perseguem, mas esse filme vai além.
His House tem a clássica estrutura de terror, mas a usa de forma profunda para tocar em assuntos urgentes e atuais, como os traumas de uma guerra e a vida dos emigrantes.
O diretor usa a casa para trazer a tona os tormentos mentais dos protagonistas, temos toda a perda, culpa e medo os atacando no lugar que deveria ser seu porto seguro.
Fora da casa também temos a tensão e todos os sentimentos sentidos dentro do ambiente assombrado, e isso se deve ao fato dos protagonistas não estarem lidando apenas com assombrações, mas também com seus traumas do passado e a pressão de se estar em um novo local.
Por falar em passado, o roteiro acerta em cheio na decisão de não nos contar toda a história dos personagens de uma só vez, foi muito benéfico ver o que aconteceu no decorrer do filme e durante os diálogos.
Aliás, os diálogos do filme são impactantes, mas muito do impacto é responsabilidade dos protagonistas. Sope Dirisu e Wunmi Mosaku nos fazem sentir a divisão entre a dor de uma tragédia e a felicidade por recomeçar.
His House junta uma direção precisa, ótimas atuações e uma abordagem socioeconômica bastante relevante, isso tudo sem deixar de lado os bons sustos presentes em um filme de terror.
Nunca Diga Seu Nome
2.2 469 Assista AgoraTrês jovens se mudam para uma casa nas proximidades da universidade, mas o que eles não sabiam é que lá iriam encontrar uma entidade que é chamada ao se dizer seu nome.
O filme tinha um grande potencial, mas graças ao roteiro, direção, orçamento, elenco e efeitos, nós temos uma execução falha.
A entidade mexe com o psicológico das pessoas, mas o filme não foca muito nessa habilidade e quando foca não a trabalha muito bem. Na verdade o vilão não é bem trabalhado, você tem que pensar muito para entender ele e seus feitos, e nesse caso isso não é bom.
The Bye Bye Man também não entrega um bom suspense, tem sustos rápidos e ineficazes, além de uma edição ruim que te tira do clima do filme.
Eu falei que o elenco é ruim, mas não sei se posso dizer isso, porque a direção e o roteiro não dão espaço para eles trabalharem, você pode até ver alguém tentando, mas eles estão presos ao que lhes foi entregue. Então não dá para saber se este é um filme ruim com bons atores e que não podem trabalhar muito, ou um filme ruim com atores ruins.
O Halloween do Hubie
2.3 254 Assista AgoraHubie Dubois é considerado o idiota da cidade de Salem, ele é o alvo de zombarias dos adultos e crianças. Mas quando um assassinato próximo ao Dia das Bruxas ocorre, Hubie assume a responsabilidade de investigar o caso e tentar salvar o halloween.
Hubie Halloween é a mais nova comédia Netflix do Adam Sandler. Esse é um filme que tenta misturar comédia e terror, mas acaba que nenhum dos dois é predominante, existem bons momentos de ambos os gêneros, mas nada que se destaque.
Por falar em coisas que não tem destaques, as atuações também se encaixam nisso. Não existem atuações ruins, mas também não temos ninguém que esteja acima da média.
O roteiro é mediano, algumas vezes até bem expositivo, porém nos entrega entretenimento. O filme tenta passar uma mensagem ao espectador e até consegue, mas ela nos é trazida de forma muito abrupta. A mensagem é válida, mas poderia ter sido bem mais explorada ao decorrer do filme.
Sem conseguir se estabelecer muito bem como terror ou comédia, Hubie Halloween é um filme de entretenimento rápido, um filme para você assistir se não tiver mais nada para fazer.