A Manchete inovou na história da teledramaturgia na época em que atuou no mercado, uma das apostas diferentes foi a minissérie "Ilha das Bruxas", do autor Paulo Figueiredo, que foi ao ar em março de 1991. Gravações externas foram o ponto alto da produção, a Ilha de Santa Catarina (Florianópolis) era a grande sustentação das belas fotografias. Para a composição do contexto da história, a equipe de arte construiu minuciosamente um vilarejo da época de 1910. Os açorianos foram um dos povos que ajudaram a colonizar Florianópolis, esse fato histórico desencadeou a inspiração para a formulação do figurino, que foi desenvolvida a partir de ideias sobre as roupas usadas em Açores antigamente. A produção trouxe uma trilha sonora fora dos padrões comerciais, não haviam canções cantadas, mas apenas instrumentais com algumas passagens de voz que vinham com gemidos e pouquíssimos cantos, isso era necessário para a sustentação do clima da história. Esta e outras produções da Manchete trazem uma reflexão, sobre a falta de histórias interessantes e singulares dentro da teledramaturgia atualmente, o canal Bloch trazia sempre inovação para sua programação, dando liberdade artística aos seus autores.
O final desta novela destruiu todo o enredo construído no decorrer dos capítulos, foi um grande sucesso, mas com certeza frustrou alguns com o seu final mal formulado.
Qual é o pecado cometido com a novela "Pecado Mortal"?! A trama assinada por Carlos Lombardi foi ao ar na faixa das 22h30 na emissora de Edir Macedo. A novela tem um ótimo figurino, requintada plástica e atuações de bom nível, mesmo assim amargou na maioria das vezes no terceiro lugar com um ibope inferior ao da Globo e do SBT. O folhetim marcou a estreia do autor na Record, após 31 anos prestados para a Globo, a história traz cenas de ação de muito bom gosto e não se sustenta no melodrama convencional da maioria das produções de teledramaturgia, o romance. Algo que possivelmente poderia despertar o interesse do público masculino e também de outras pessoas que não são atraídas pelos formatos convencionais de telenovela. Acredito que o motivo que levou "Pecado Mortal" não se sair bem na audiência, não foi responsabilidade da produção, nem do texto ou qualquer outro ponto da novela, mas sim a falta de perspicácia da Record em construir uma programação com identidade. A Globo e o SBT permeiam todos os seus programas com uma essência singular, objetivando sempre certa conduta, já a a Record, não, ao mesmo tempo que ela desempenha alguns programas para algumas classes sociais em outros horários ela coloca no ar programas discrepantes que nada tem haver com o perfil do telespectador dela, isso evita a fidelização de quem assiste. De acordo com Anderson de Souza, o diretor de teledramaturgia da emissora, os gastos de cenografia na produção foi no valor de R$ 11 milhões de reais, cada capítulo custou em média R$ 500 mil. O alto valor se deve ao motivo de que a novela não reutilizou praticamente nada de produções anteriores, porque ela é de época, para este tipo de produção é muito complicado ter acervo. A trama se passa no final dos anos 70, uma época de destaque na história do Rio de Janeiro, principalmente na questão da criminalidade, onde aconteceu uma mudança na estrutura criminosa carioca, em que o poder passa dos chefões do jogo do bicho, para os traficantes.
Foi uma boa escolha para o Vale a Pena Ver de Novo, o público pedia uma trama mais ousada no horário vespertino. Agora é torcer para que o Ministério da Justiça não exagere na censura e faça com que a Globo corte de forma brusca a trama, porque se isso acontecer a história pode perder a coerência e também a essência da obra de João Emanuel Carneiro!
"Meu Pedacinho de Chão", uma crítica social a partir da perspectiva infantil. A novela de Benedito Ruy Barbosa estreou no dia 07 de abril, movimentando a mídia com a sua nova versão de uma história anteriormente apresentada entre 1971 e 1972, pela TV Cultura. Ao contrário da primeira versão, que foi desenvolvida com uma linguagem realista e sofreu inúmeras censuras pelo governo da época, o autor trouxe a estrutura básica da trama novamente, como os nomes dos personagens e das localidades, mas desta vez usou a nossa liberdade de expressão atual para tratar de temáticas do âmbito social, como, por exemplo, a política. O folhetim é permeado por maquiagem, exóticos figurinos e cenários com roupagem fantástica. Para alguns a trama fugiu muito do convencional e se tornou carregada, mas foi esta espetacularização que permitiu levar ao público infantil e aos amantes de arte da TV uma linguagem reflexiva, preenchida por análises de como a nossa sociedade é sustentada diante dos valores trabalhados com os indivíduos. Após a sua estreia a novela não rendeu tanta repercussão, mas cativou um público que terá saudades do carisma de Pituca (Geytsa Garcia) e Serelepe (Tomas Sampaio), aos fãs da obra é importante frisar que no passado o folhetim ganhou uma "continuação", na qual mostrava as crianças na fase adulta, trata-se de "Voltei Para Você", apresentada entre 1983 e 1984. O diretor de "Meu Pedacinho de Chão", utilizou vários recursos por ele já usados em seu trabalho "Hoje é Dia de Maria" (minissérie apresentada em 2005). Como em "Saramandaia", a produção buscou inspirações nas obras de Tim Burton para construir a estética da novela. Diante de uma roupagem infantil, a história da novela busca levar ao telespectador problematizações e estilos de vida vividos pelo homem do campo, os acontecimentos se sucedem a partir da estrutura perceptiva de uma criança, que coloca todos os personagens em uma posição de "brinquedos" que se interagem dentro de outro "brinquedo", a Vila de Santa Fé. "Meu Pedacinho de Chão" é a representação da ingenuidade infantil perante ao sistema avassalador dos adultos.
"A Viagem"...Quando o discurso religioso se torna a base para a produção ficcional! O canal Viva está reprisando um grande sucesso da teledramaturgia nacional, trata-se da trama assinada por Ivani Ribeiro, "A Viagem", apresentada pela primeira vez no ano de 1994. É fácil percebermos algumas novelas tratarem da temática espírita em alguns núcleos, outras embasando-se nela como estrutura principal, mas no meio de tantas opções, a história de Alexandre (Guilherme Fontes) chama a atenção pela perspicácia da autora em manipular a linguagem religiosa em torno da filosofia de Allan Kardec (1804 - 1869) e trabalhar bem com todo o universo simbólico do Espiritismo. Mesmo sendo uma nova versão da história apresentada pela Tupi entre os anos de 1975 e 1976 (esta versão também foi assinada por Ivani Ribeiro), a produção global conseguiu despertar a empatia do público, até mesmo dos mais distanciados desta abordagem religiosa, encantando os telespectadores com uma narrativa permeada por acontecimentos tenebrosos, mas cheia de manifestações de felicidade plena, crença sobre a vida após a morte e perdão entre pessoas. É difícil encontramos na história da televisão brasileira produções que fogem do padrão tradicional onde se proclama uma doutrina diferente do catolicismo, muitos autores levam o tema para o lado negativo, dando menção ao universo obscuro da espiritualidade, algo totalmente executado de forma errada, afinal, a TV aberta deve cumprir a sua relevância social ampliando de forma, mesmo que mínima, a percepção dos indivíduos inclusos em nossa sociedade. Com uma bela fotografia e efeitos especiais (na época era o melhor que se podia fazer) os acontecimentos da história vão acontecendo de forma leve, sem destoamentos perceptíveis, esta obra televisiva foi apresentada pela Rede Globo no horário das 19 horas. O texto usado na trama foi muito bem arquitetado, despertando facilmente emotividade nas pessoas que acompanhavam o desenrolar dos acontecimentos nos diferentes núcleos da novela. Destaque para a trilha sonora, onde o tema de abertura cantado pelo Roupa Nova, que levava o mesmo nome da novela, rendeu a conquista de vários fãs e se tornou referência no mercado fonográfico brasileiro, principalmente no âmbito de trilhas sonoras. Aos que não assistiram, uma ótima oportunidade, o canal que pertence à Rede Globo (Viva) está apresentando a novela na faixa das 14h30 desde 14/07/2014.
A força do diamante entra para o horário nobre da Globo. Quando uma novela é boa, bem executada, planejada, coerente, é perceptível o seu valor já na apresentação do seu primeiro capítulo. Mesmo sendo alfinetada pelos comentários de que o ibope foi péssimo dentro das expectativas de estreia, "Império" causou alvoroço nas redes sociais e conseguiu conquistar o público, com um formato padrão de folhetim, o enredo é chamativo e conquistador. Quanto aos números do ibope ontem (consolidou 32,1 pontos, de shared a média foi de 47,7%), a razão mais óbvia seja que a nova produção de Aguinaldo Silva sofreu o reflexo do desprezo do público com a novela anterior, "Em Família", de Manoel Carlos.Acredito que aos poucos a história estrelada por Alexandre Nero e Leandra Leal terá os índices aumentados, é só uma questão de tempo. A raiz da história foi muito feliz, não envolveu um amor impossível, mas sim um romance possível, mas não resolvido, isso diluído em um contexto de realização pessoal, poder econômico, o que tornou o enredo bem estruturado. A trilha sonora veio requintada, a abertura é artística, de extremo bom gosto, desde as imagens até o tema musical escolhido. A novela não é solar, ou seja, vibrante, ela vem com fotografias fortes, densas, marcantes, até porque o uso exacerbado de cores podia ocasionar estranheza no público, que é acostumado a ver isso nas novelas das sete e das seis. "Império" veio com a receita habitual de sucesso folhetinesco agrupado ao requinte da temática tratada na narrativa, nada surpreendente, porém extremamente apresentável e recheada de personagens psicologicamente bem arquitetados. Nesta trama destaco algo que considero importante na conduta de um autor, Aguinaldo Silva apresentou motivos para todas as manifestações dos personagens, todos eles estão recheados de "por quês" que os estimulam a tomarem atitudes e o telespectador consegue compreender os acontecimentos. É muito cedo para falar que "Império" será uma das melhores novelas da década, mas pelo menos ela conseguirá rever conceitos esquecidos nas últimas novelas, como, por exemplo, coerência.
Foi uma produção espetacular, uma trama com a pura essência folhetinesca, estruturada dentro de uma roupagem mais artística, permeada por detalhes, como, por exemplo, os ângulos das câmeras! Avenida Brasil em minha opinião é referência em enredo e também na questão comercial, o merchandising de produtos nela era realizado de forma sutil, por isso foi uma das novelas mais rentáveis da Rede Globo.
Ilha das Bruxas
3.6 7A Manchete inovou na história da teledramaturgia na época em que atuou no mercado, uma das apostas diferentes foi a minissérie "Ilha das Bruxas", do autor Paulo Figueiredo, que foi ao ar em março de 1991. Gravações externas foram o ponto alto da produção, a Ilha de Santa Catarina (Florianópolis) era a grande sustentação das belas fotografias. Para a composição do contexto da história, a equipe de arte construiu minuciosamente um vilarejo da época de 1910. Os açorianos foram um dos povos que ajudaram a colonizar Florianópolis, esse fato histórico desencadeou a inspiração para a formulação do figurino, que foi desenvolvida a partir de ideias sobre as roupas usadas em Açores antigamente. A produção trouxe uma trilha sonora fora dos padrões comerciais, não haviam canções cantadas, mas apenas instrumentais com algumas passagens de voz que vinham com gemidos e pouquíssimos cantos, isso era necessário para a sustentação do clima da história. Esta e outras produções da Manchete trazem uma reflexão, sobre a falta de histórias interessantes e singulares dentro da teledramaturgia atualmente, o canal Bloch trazia sempre inovação para sua programação, dando liberdade artística aos seus autores.
O Clone
3.8 401 Assista AgoraO final desta novela destruiu todo o enredo construído no decorrer dos capítulos, foi um grande sucesso, mas com certeza frustrou alguns com o seu final mal formulado.
Pecado Mortal
4.0 18Qual é o pecado cometido com a novela "Pecado Mortal"?! A trama assinada por Carlos Lombardi foi ao ar na faixa das 22h30 na emissora de Edir Macedo. A novela tem um ótimo figurino, requintada plástica e atuações de bom nível, mesmo assim amargou na maioria das vezes no terceiro lugar com um ibope inferior ao da Globo e do SBT. O folhetim marcou a estreia do autor na Record, após 31 anos prestados para a Globo, a história traz cenas de ação de muito bom gosto e não se sustenta no melodrama convencional da maioria das produções de teledramaturgia, o romance. Algo que possivelmente poderia despertar o interesse do público masculino e também de outras pessoas que não são atraídas pelos formatos convencionais de telenovela. Acredito que o motivo que levou "Pecado Mortal" não se sair bem na audiência, não foi responsabilidade da produção, nem do texto ou qualquer outro ponto da novela, mas sim a falta de perspicácia da Record em construir uma programação com identidade. A Globo e o SBT permeiam todos os seus programas com uma essência singular, objetivando sempre certa conduta, já a a Record, não, ao mesmo tempo que ela desempenha alguns programas para algumas classes sociais em outros horários ela coloca no ar programas discrepantes que nada tem haver com o perfil do telespectador dela, isso evita a fidelização de quem assiste. De acordo com Anderson de Souza, o diretor de teledramaturgia da emissora, os gastos de cenografia na produção foi no valor de R$ 11 milhões de reais, cada capítulo custou em média R$ 500 mil. O alto valor se deve ao motivo de que a novela não reutilizou praticamente nada de produções anteriores, porque ela é de época, para este tipo de produção é muito complicado ter acervo. A trama se passa no final dos anos 70, uma época de destaque na história do Rio de Janeiro, principalmente na questão da criminalidade, onde aconteceu uma mudança na estrutura criminosa carioca, em que o poder passa dos chefões do jogo do bicho, para os traficantes.
Esmeralda
3.3 45Não consegue chegar nem a dez por cento da trama original mexicana a qual deu base para esta versão!
Cobras e Lagartos
3.3 142 Assista AgoraFoi uma boa escolha para o Vale a Pena Ver de Novo, o público pedia uma trama mais ousada no horário vespertino. Agora é torcer para que o Ministério da Justiça não exagere na censura e faça com que a Globo corte de forma brusca a trama, porque se isso acontecer a história pode perder a coerência e também a essência da obra de João Emanuel Carneiro!
Meu Pedacinho De Chão
3.8 112"Meu Pedacinho de Chão", uma crítica social a partir da perspectiva infantil.
A novela de Benedito Ruy Barbosa estreou no dia 07 de abril, movimentando a mídia com a sua nova versão de uma história anteriormente apresentada entre 1971 e 1972, pela TV Cultura. Ao contrário da primeira versão, que foi desenvolvida com uma linguagem realista e sofreu inúmeras censuras pelo governo da época, o autor trouxe a estrutura básica da trama novamente, como os nomes dos personagens e das localidades, mas desta vez usou a nossa liberdade de expressão atual para tratar de temáticas do âmbito social, como, por exemplo, a política. O folhetim é permeado por maquiagem, exóticos figurinos e cenários com roupagem fantástica. Para alguns a trama fugiu muito do convencional e se tornou carregada, mas foi esta espetacularização que permitiu levar ao público infantil e aos amantes de arte da TV uma linguagem reflexiva, preenchida por análises de como a nossa sociedade é sustentada diante dos valores trabalhados com os indivíduos. Após a sua estreia a novela não rendeu tanta repercussão, mas cativou um público que terá saudades do carisma de Pituca (Geytsa Garcia) e Serelepe (Tomas Sampaio), aos fãs da obra é importante frisar que no passado o folhetim ganhou uma "continuação", na qual mostrava as crianças na fase adulta, trata-se de "Voltei Para Você", apresentada entre 1983 e 1984. O diretor de "Meu Pedacinho de Chão", utilizou vários recursos por ele já usados em seu trabalho "Hoje é Dia de Maria" (minissérie apresentada em 2005). Como em "Saramandaia", a produção buscou inspirações nas obras de Tim Burton para construir a estética da novela. Diante de uma roupagem infantil, a história da novela busca levar ao telespectador problematizações e estilos de vida vividos pelo homem do campo, os acontecimentos se sucedem a partir da estrutura perceptiva de uma criança, que coloca todos os personagens em uma posição de "brinquedos" que se interagem dentro de outro "brinquedo", a Vila de Santa Fé. "Meu Pedacinho de Chão" é a representação da ingenuidade infantil perante ao sistema avassalador dos adultos.
A Viagem
4.0 196 Assista Agora"A Viagem"...Quando o discurso religioso se torna a base para a produção ficcional!
O canal Viva está reprisando um grande sucesso da teledramaturgia nacional, trata-se da trama assinada por Ivani Ribeiro, "A Viagem", apresentada pela primeira vez no ano de 1994. É fácil percebermos algumas novelas tratarem da temática espírita em alguns núcleos, outras embasando-se nela como estrutura principal, mas no meio de tantas opções, a história de Alexandre (Guilherme Fontes) chama a atenção pela perspicácia da autora em manipular a linguagem religiosa em torno da filosofia de Allan Kardec (1804 - 1869) e trabalhar bem com todo o universo simbólico do Espiritismo. Mesmo sendo uma nova versão da história apresentada pela Tupi entre os anos de 1975 e 1976 (esta versão também foi assinada por Ivani Ribeiro), a produção global conseguiu despertar a empatia do público, até mesmo dos mais distanciados desta abordagem religiosa, encantando os telespectadores com uma narrativa permeada por acontecimentos tenebrosos, mas cheia de manifestações de felicidade plena, crença sobre a vida após a morte e perdão entre pessoas. É difícil encontramos na história da televisão brasileira produções que fogem do padrão tradicional onde se proclama uma doutrina diferente do catolicismo, muitos autores levam o tema para o lado negativo, dando menção ao universo obscuro da espiritualidade, algo totalmente executado de forma errada, afinal, a TV aberta deve cumprir a sua relevância social ampliando de forma, mesmo que mínima, a percepção dos indivíduos inclusos em nossa sociedade. Com uma bela fotografia e efeitos especiais (na época era o melhor que se podia fazer) os acontecimentos da história vão acontecendo de forma leve, sem destoamentos perceptíveis, esta obra televisiva foi apresentada pela Rede Globo no horário das 19 horas. O texto usado na trama foi muito bem arquitetado, despertando facilmente emotividade nas pessoas que acompanhavam o desenrolar dos acontecimentos nos diferentes núcleos da novela. Destaque para a trilha sonora, onde o tema de abertura cantado pelo Roupa Nova, que levava o mesmo nome da novela, rendeu a conquista de vários fãs e se tornou referência no mercado fonográfico brasileiro, principalmente no âmbito de trilhas sonoras. Aos que não assistiram, uma ótima oportunidade, o canal que pertence à Rede Globo (Viva) está apresentando a novela na faixa das 14h30 desde 14/07/2014.
Império
3.4 98A força do diamante entra para o horário nobre da Globo.
Quando uma novela é boa, bem executada, planejada, coerente, é perceptível o seu valor já na apresentação do seu primeiro capítulo. Mesmo sendo alfinetada pelos comentários de que o ibope foi péssimo dentro das expectativas de estreia, "Império" causou alvoroço nas redes sociais e conseguiu conquistar o público, com um formato padrão de folhetim, o enredo é chamativo e conquistador. Quanto aos números do ibope ontem (consolidou 32,1 pontos, de shared a média foi de 47,7%), a razão mais óbvia seja que a nova produção de Aguinaldo Silva sofreu o reflexo do desprezo do público com a novela anterior, "Em Família", de Manoel Carlos.Acredito que aos poucos a história estrelada por Alexandre Nero e Leandra Leal terá os índices aumentados, é só uma questão de tempo. A raiz da história foi muito feliz, não envolveu um amor impossível, mas sim um romance possível, mas não resolvido, isso diluído em um contexto de realização pessoal, poder econômico, o que tornou o enredo bem estruturado. A trilha sonora veio requintada, a abertura é artística, de extremo bom gosto, desde as imagens até o tema musical escolhido. A novela não é solar, ou seja, vibrante, ela vem com fotografias fortes, densas, marcantes, até porque o uso exacerbado de cores podia ocasionar estranheza no público, que é acostumado a ver isso nas novelas das sete e das seis. "Império" veio com a receita habitual de sucesso folhetinesco agrupado ao requinte da temática tratada na narrativa, nada surpreendente, porém extremamente apresentável e recheada de personagens psicologicamente bem arquitetados. Nesta trama destaco algo que considero importante na conduta de um autor, Aguinaldo Silva apresentou motivos para todas as manifestações dos personagens, todos eles estão recheados de "por quês" que os estimulam a tomarem atitudes e o telespectador consegue compreender os acontecimentos. É muito cedo para falar que "Império" será uma das melhores novelas da década, mas pelo menos ela conseguirá rever conceitos esquecidos nas últimas novelas, como, por exemplo, coerência.
Avenida Brasil
4.1 838Foi uma produção espetacular, uma trama com a pura essência folhetinesca, estruturada dentro de uma roupagem mais artística, permeada por detalhes, como, por exemplo, os ângulos das câmeras! Avenida Brasil em minha opinião é referência em enredo e também na questão comercial, o merchandising de produtos nela era realizado de forma sutil, por isso foi uma das novelas mais rentáveis da Rede Globo.