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Últimas opiniões enviadas

  • Amaranta

    É preciso, antes de mais nada, reconhecer o esmero e cuidado que a série tem ao tocar em um tema tão sensível. Ao se abordar um contexto no qual o eixo é o grande vencedor da 2° Guerra Mundial, a série poderia facilmente escorregar na problemática de apologia e em momento algum isto ocorre, seja pelo excelente texto ou pelas atuações brilhantes. O contrataste entre os cenários épicos e luxuosos do regime vigente, com os ambientes sufocantes e precários nos quais vivem a parcela da sociedade oprimida revela uma fotografia sofistica, pois os ambientes, por si só, nos contam a história com maestria. As reviravoltas são impecáveis e conseguem manter coerência com a construção de cada personagem apresentado e suas motivações. A atmosfera de tensão parece nunca abandonar a série e ainda assim não é algo que canse o espectador. Em um primeiro momento, pode parecer uma série de ficção do estilo "what if", brincando com as várias possibilidades no tempo espaço", mas, embora esse seja o plot, denunciado inclusive no título, aos poucos a série revela que não é disso que se trata: é uma série sobre poder.
    O contraponto entre as atitudes violentas dos Estados Pacíficos do Japão, do Reich, com questões históricas como a Guerra do Vietnã e a crise dos Mísseis revela que a atrocidades serão cometidas em nome da hegemonia de poder, não importa quem vença.
    A história sempre será contada pelos vencedores, pois eles tem o poder de apresentar os fatos como bem entendem. A sutileza no texto ganha corpo ao apresentar, em sua última temporada a ideia de banalidade do mal e um protagonista totalmente cooptado pela consciência de saber que o que faz é errado e ainda assim não conseguir deixar de fazê-lo pois é sua função: a dor dos outros e a morte já são triviais, pois esta se tornou sua rotina. A divisão que se faz ao escolher apresentar cada minoria em uma temporada e focar em seus esforços de resistir enquanto lutam para EXISTIR e VIVER toda a sua subjetividade é o ponto alto da série. No fim, é uma excelente história que fala da condição humana e seus desafios: como saber o que é certo ou errado em um contexto que por si só parece errado? Como seguir sendo bom em um ambiente que compele as pessoas a revelarem sua pior versão? No fim das contas, os regimes são o que são por que são feitos de homens e é apenas isso que cada homem é: um ser humano. É uma história riquíssima, que nos coloca diante de mazelas sociais que devem ser relembradas sempre, para que não aconteçam nunca mais.

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  • Amaranta

    Ao se utilizar o título "Blonde", o espectador já está sendo avisado: não é uma cinebiografia de Marilyn Monroe ou de Norma Jeane Mortenson. É sobre o que o arquétipo da loira fatal, criada brilhantemente pela atriz Norma Jeane Mortenson e eternizado na persona de Marilyn Monroe representa e pode provocar, em uma sociedade que insiste em enxergar a mulher jovem como objeto de desejo e tão somente isso. O filme é fortemente carregado de simbolismo e impressionismo, que permite ao espectador identificar como a protagonista se sente em cada etapa e em cada momento de sua vida. Os abortos realizados denunciam a realidade da mulher que deve escolher entre ser mãe ou ser uma estrela de cinema, pois a sociedade não tolera que seja ambas as coisas: a mãe deve ser recatada e do lar, enquanto a estrela deve ser ousada e sedutora. A protagonista então sofre com a mutilação forçada de sua persona, que deve ser apenas uma única coisa: objeto de desejo. Seguindo pela lógica do simbolismo, as cenas em que a protagonista aparecem despida alerta ao expectador: esta é Norma Dean, não Marilyn, como se, despida de vestimenta, ela também se despisse do personagem Marilyn, ainda que implorasse para que essa surgisse, como na cena do camarim. A cena em que se encontra lendo no quarto evidencia: sem a personagem, essa mulher é culta, inteligente e reflexiva. Mas a sociedade não permite que seja assim, o que fica claro quando seu sossego é interrompido pela agressão do marido que responde com violência ao fato de sua esposa ser talentosa, desejada e ter uma carreira. O filme caminha sempre no sentido de deixar claro os abusos naturalizados por uma sociedade que se negava a humanizar uma mulher talentosa e bonita, tornando-a monotemática; a mulher bela cabe tão somente o papel de ser sedutora, uma violência contra sua essência que cobra um preço: a saúde mental deteriorada é revelada em alucinações e comportamentos que denunciam a sua vulnerabilidade. Já caminhando para o fim de sua vida, o filme se propõe a revelar a morte e a morte de Norma Jeane Mortenson: após o clima tenso na qual a protagonista encara homens misteriosos que atentam contra sua vida, a personagem acordo na exata posição da foto que estampava a notícia da morte de Marilyn Monroe na vida real, sugerindo a morte da personagem que a atriz criou. Após acordar a atriz revela ter tido um sonho estranho: esta é Norma Jeane Mortenson e, dessa forma, o filme se encerra com os laços de afeto que Norma Jeane possuia com os amigos e o enigma do pai desconhecido, que o final deixa claro: não havia um "choroso pai" que escrevia as cartas, demonstrando que na vida da protagonista tudo era dolorosamente inventado, assim como a personagem que lhe rendeu sucesso é fama. É um filme doloroso, com uma protagonista brilhantemente defendida por Ana de Armas que revela angustia do machismo e provoca reflexões.

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  • Amaranta

    (Ps: o comentário é uma livre interpretação da usuária do perfil, se analisarmos os estudos sobre ciclo arturiano e literatura medieval, as análises dão conta de interpretações distintas) Inicialmente o filme parece mais um conto épico, uma história de origem do homem que, em sua jornada se torna cavaleiro. Depois, a trama parece propor a subversão de tropos já conhecidos das histórias arturianas na medida em que apresenta momentos e situações na qual o protagonista não apenas nega ser um cavaleiro como não age como tal. Em determinado momento da trama, a substituição do cavalo por uma raposa, sugere a ideia de que a honra buscada, parece o tempo todo tentada por uma esperteza que hora protege, hora encoraja ao caminho mais fácil. Em uma linguagem cheia de simbologia que ganha força com uma fotografia estonteante, que ajuda a ambientar o clima do filme a um tempo no qual o próprio tempo parece passar diferente, o filme propõe uma experiência sensorial e única, enquanto faz com que o próprio telespectador, junto ao protagonista se veja em uma reflexão sobre valores que persistem e que perecem no imaginário cultural. É um filme reflexivo, que permite uma série de interpretações e, quando parece ter chegado ao seu fim, em uma digressão mundana do protagonista, é possível notar que é nesse momento que surge um cavaleiro e o filme se revela em seu aspecto essencial: uma fábula. A sequente subversão de expectativa parece guiada por uma ideia que aproxima o cavaleiro a um arquétipo purista.. deveria então o cavaleiro ser como um monge? E quantos não foram e viveram para contar a história? As reflexões chegam ao ponto da própria metalinguagem em diálogos que tentam definir o verde e a busca de um jovem que nem mesmo parece saber o que procura. Questiona os reis e a grandeza fabricada ao mesmo tempo que revela que as maiores virtudes parecem se dar de forma intimista e silenciosa. É um filme rico em significado, com boas atuações, belíssima fotografia e muito interessante para discutir o imaginário das histórias épicas como conhecemos.

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  • Filmow
    Filmow

    Amaranta,

    Como o filme Game of Thrones (7ª Temporada) (http://filmow.com/game-of-thrones-7a-temporada-t110999/) ainda não está sendo exibido comercialmente, o sistema removeu a sua indicação “já vi”. Caso você tenha assistido à obra em alguma mostra ou festival, por favor, confirme data e local no formulário abaixo para reabilitar a sua marcação.

    Esta medida está sendo tomada para zelar pela veracidade e credibilidade do conteúdo publicado no Filmow, reforçando a relação de confiança entre o site e seus usuários.

    Obrigado pela colaboração.
    Equipe Filmow

  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • Gabriel
    Gabriel

    E aí gatinha, quando vc vai me dar dicas de filmes?? ueahueahuaeuh :D

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