Uma ótima atuação de Jessica Biel que, infelizmente, é um dos poucos destaques nessa série com muitas falhas e inconsistências no roteiro. A história parece não ter uma identidade: é só uma colagem de boas ideias retiradas de filmes e séries de suspense. Muitos elementos ficam perdidos, mal conectados e, apesar de ser interessante (dá para assistir tudo em 1 dia com facilidade), todo episódio termina deixando a impressão de que poderia ser melhor.
Para quem se interessa pelo assunto, um deleite. Porém, me senti incapaz de "me apaixonar" pelos personagens. Principalmente o Ford, que parecia um robô.
A tática de adotar o linguajar dos assassinos para fazê-los se sentirem à vontade era bem perturbadora, mas não mais do que o fato de ele não parecer enojado após as conversas. Claro que no fim do último episódio ele apresenta um comportamento "humano" (crise de pânico ou de ansiedade?), talvez desencadeado pelo risco de morte iminente e/ou perceber que havia feito um elo de cumplicidade com uma pessoa tão repugnante. Imagino que até então ele se abstinha de pensar no risco que corria ao tentar mergulhar fundo na mente de homens tão perturbados, mas tudo o que acontecia ia se acumulando numa camada mais profunda. Também se aplica a ideia de que "quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você": o que senti era que ele estava se tornando insensível, sombrio, e incapaz de perceber tal fato (até a crise). Por ser uma série com diálogos tão ricos, senti falta de uma discussão mais densa a respeito dos crimes serem cometidos pelos homens contra as mulheres. Em meio a agressividade dos crimes e aos diálogos recheados de misoginia com os criminosos, seria importante pautar com mais propriedade. E achei todas as cenas no início dos episódios, trechos do cotidiano de um possível serial killer em atividade, meio "jogadas" e mal aproveitadas, mas parecem um bom gancho para uma segunda temporada.
O filme provoca ótimas reflexões, mas não responde nenhuma pergunta de forma definitiva, o que pode deixar alguns indivíduos frustrados. Impressionante como estamos vivendo num tempo imediatista, onde espera-se que tudo se desenrole rapidamente e levante e responda questões de maneira simples e direta! Estejamos mais abertos para o "porém", para o "talvez", para o "não há resposta certa"...
Algo na proposição das questões me lembrou "Brilho eterno de uma mente sem lembranças": como os personagens retornam para refazer suas escolhas e tentar mudar o destino, como suas memórias são apenas parcialmente apagadas, pois há aqueles que nos deixam marcas indeléveis. Só que ao invés de um programa que tenta apagar memórias, é a morte do corpo e a continuidade (ou reinício) da consciência e o desejo de não perdê-las. A ideia de não termos fim gera conforto, e creio que por isso achei o filme curto. Poderia assistir ainda horas e horas sobre esse assunto. Amo a Rooney Mara, mas achei que ela poderia ter se entregado mais. E, sim, há furos na história, mas tudo bem, é apenas um filme e não a vida real (que pena!).
Ela sofreu abuso do George ou havia entre os dois um acordo, como num jogo sexual? Ao mesmo tempo que é interessante deixar isso em aberto, vejo como um problema levar a crer que uma pessoa pode se apaixonar pelo seu algoz (Síndrome de Estocolmo?). Ada é uma mulher tão complexa, tão indecifrável, que é impossível não se atrair pela sua história. Interpreto sua mudez como uma alegoria sobre a opressão sofrida pelas mulheres pela sociedade patriarcal - impedidas de falar, de desejar e de ser. Há uma fala muito marcante de uma das senhoras para o marido de Ada: é mais cômodo ter um animal de estimação, pois ele não fala. Iludido por essa afirmação, não imaginava que Ada seria capaz de encontrar meios de se tornar livre.
Fraquíssimo. Já assisti outras adaptações dos livros do Stephen King, como Misery, Carrie, Cemitério Maldito, entre outras, que trouxeram de forma muito mais competente o clima de suspense e terror.
Achei as cenas em que ela conversa com o "fantasma" do marido e de si mesma enfadonhas, atuações medianas e visual extremamente brega. O final cheio de justificativas e explicações são a cereja murcha desse bolo sem gosto.
Consegui assistir tudo, o que deve demonstrar que existe algo de bom no filme. Algo que, infelizmente, ainda não fui capaz de identificar.
O filme é muito interessante, mas se prolonga demais para quem não está habituado aos filmes orientais (ou quem não gosta, mesmo). Para entender completamente o final, precisei pesquisar, como muitos aqui comentaram. Considero isso um problema de roteiro, onde a vontade de criar muitas reviravoltas se sobrepôs à de criar algo mais enxugado e de melhor assimilação -- ainda que eu goste de plot twists e filmes que não entreguem as respostas muito facilmente. No mais, o clima sombrio do filme é muito marcante, com cenas que não sairão da minha cabeça tão cedo.
Acredito que as pessoas que consideram bobo e superficial tem uma certa dificuldade em compreender subtexto. Acredito que, os que não forem adolescentes agora, devem se lembrar o quanto esse momento de nossas vidas é difícil, intenso, como desejamos ser amados pelo outro. Aliás, o quanto ainda, mesmo adultos, queremos ser amados e aceitos? Tracy e Evie são o retrato de milhares de jovens, particularmente meninas, que desenvolvem distúrbios como ansiedade, depressão, anorexia e que acabam praticando automutilação e abusando do uso de drogas pesadas. Tudo isso para estar dentro de padrões fúteis que nos impõem a sociedade... para se sentirem "aceitas", "amadas", "desejadas", "invejadas", "normais". Esse filme é o retrato do que essa sociedade doente pode fazer com uma menina e o que a ausência de estabilidade, o abandono e o abuso podem fazer.
Achei o efeito nas cenas finais, quando tudo vai ficando azulado, muito bem utilizado. Era como se os personagens estivessem submergindo, se afogando nas consequências das suas atitudes (como em um daqueles momentos em que você repete pra si mesma que "Isso não está acontecendo", num mantra)... e aí a gente se afoga junto.
Muito bom! Narrativa extremamente original, atuações impecáveis, tensão muito bem construída. Ainda assim, senti falta de algo. Ou talvez algo tenha sobrado (explicações demais?)
A princípio ia reclamar das aparições da silhueta demoníaca, por considerar literal demais (sou fã dos filmes que não negam nem afirmam a existência do sobrenatural). De fato, ainda não gosto, mas, depois de refletir um pouco e ler comentários críticos, entendo que mesmo a visão da tal silhueta não significa afirmar a existência do sobrenatural. Vemos o filme pela ótica da Kat, que crê estar sendo possuída pelo capiroto, de fato. Trata-se de uma menina solitária e amedrontada, e com algum transtorno de personalidade, algo que muitas vezes manifesta-se pela primeira vez na adolescência. O medo e a certeza crescente de ter perdido os pais são o gatilho para o surto. A ideia do culto satânico é apresentada à menina pela Rose, ao contar que as irmãs são servas de Satã. Claro que é um filme que pode ser encarado também como mais um 'filme de possessão', só que muito mais original dos que tem sido feitos nos últimos anos. Acima de tudo, porque fala sobre a solidão e a loucura. Algo no clima construído me lembrou o filme "Os olhos de minha mãe". E a cena final é aterradora.
The Sinner (1ª Temporada)
4.2 716 Assista AgoraUma ótima atuação de Jessica Biel que, infelizmente, é um dos poucos destaques nessa série com muitas falhas e inconsistências no roteiro. A história parece não ter uma identidade: é só uma colagem de boas ideias retiradas de filmes e séries de suspense. Muitos elementos ficam perdidos, mal conectados e, apesar de ser interessante (dá para assistir tudo em 1 dia com facilidade), todo episódio termina deixando a impressão de que poderia ser melhor.
Mindhunter (1ª Temporada)
4.4 804 Assista AgoraPara quem se interessa pelo assunto, um deleite. Porém, me senti incapaz de "me apaixonar" pelos personagens. Principalmente o Ford, que parecia um robô.
A tática de adotar o linguajar dos assassinos para fazê-los se sentirem à vontade era bem perturbadora, mas não mais do que o fato de ele não parecer enojado após as conversas. Claro que no fim do último episódio ele apresenta um comportamento "humano" (crise de pânico ou de ansiedade?), talvez desencadeado pelo risco de morte iminente e/ou perceber que havia feito um elo de cumplicidade com uma pessoa tão repugnante. Imagino que até então ele se abstinha de pensar no risco que corria ao tentar mergulhar fundo na mente de homens tão perturbados, mas tudo o que acontecia ia se acumulando numa camada mais profunda. Também se aplica a ideia de que "quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você": o que senti era que ele estava se tornando insensível, sombrio, e incapaz de perceber tal fato (até a crise).
Por ser uma série com diálogos tão ricos, senti falta de uma discussão mais densa a respeito dos crimes serem cometidos pelos homens contra as mulheres. Em meio a agressividade dos crimes e aos diálogos recheados de misoginia com os criminosos, seria importante pautar com mais propriedade.
E achei todas as cenas no início dos episódios, trechos do cotidiano de um possível serial killer em atividade, meio "jogadas" e mal aproveitadas, mas parecem um bom gancho para uma segunda temporada.
A Descoberta
3.3 388 Assista AgoraO filme provoca ótimas reflexões, mas não responde nenhuma pergunta de forma definitiva, o que pode deixar alguns indivíduos frustrados. Impressionante como estamos vivendo num tempo imediatista, onde espera-se que tudo se desenrole rapidamente e levante e responda questões de maneira simples e direta! Estejamos mais abertos para o "porém", para o "talvez", para o "não há resposta certa"...
Algo na proposição das questões me lembrou "Brilho eterno de uma mente sem lembranças": como os personagens retornam para refazer suas escolhas e tentar mudar o destino, como suas memórias são apenas parcialmente apagadas, pois há aqueles que nos deixam marcas indeléveis. Só que ao invés de um programa que tenta apagar memórias, é a morte do corpo e a continuidade (ou reinício) da consciência e o desejo de não perdê-las. A ideia de não termos fim gera conforto, e creio que por isso achei o filme curto. Poderia assistir ainda horas e horas sobre esse assunto.
Amo a Rooney Mara, mas achei que ela poderia ter se entregado mais. E, sim, há furos na história, mas tudo bem, é apenas um filme e não a vida real (que pena!).
O Piano
4.0 443Belíssimo filme! Me despertou sentimentos conflitantes:
Ela sofreu abuso do George ou havia entre os dois um acordo, como num jogo sexual? Ao mesmo tempo que é interessante deixar isso em aberto, vejo como um problema levar a crer que uma pessoa pode se apaixonar pelo seu algoz (Síndrome de Estocolmo?).
Ada é uma mulher tão complexa, tão indecifrável, que é impossível não se atrair pela sua história. Interpreto sua mudez como uma alegoria sobre a opressão sofrida pelas mulheres pela sociedade patriarcal - impedidas de falar, de desejar e de ser. Há uma fala muito marcante de uma das senhoras para o marido de Ada: é mais cômodo ter um animal de estimação, pois ele não fala. Iludido por essa afirmação, não imaginava que Ada seria capaz de encontrar meios de se tornar livre.
A Garota no Trem
3.6 1,6K Assista AgoraConseguiu ser pior do que o livro.
Jogo Perigoso
3.5 1,1K Assista AgoraFraquíssimo. Já assisti outras adaptações dos livros do Stephen King, como Misery, Carrie, Cemitério Maldito, entre outras, que trouxeram de forma muito mais competente o clima de suspense e terror.
Achei as cenas em que ela conversa com o "fantasma" do marido e de si mesma enfadonhas, atuações medianas e visual extremamente brega. O final cheio de justificativas e explicações são a cereja murcha desse bolo sem gosto.
O Lamento
3.9 433 Assista AgoraO filme é muito interessante, mas se prolonga demais para quem não está habituado aos filmes orientais (ou quem não gosta, mesmo). Para entender completamente o final, precisei pesquisar, como muitos aqui comentaram. Considero isso um problema de roteiro, onde a vontade de criar muitas reviravoltas se sobrepôs à de criar algo mais enxugado e de melhor assimilação -- ainda que eu goste de plot twists e filmes que não entreguem as respostas muito facilmente. No mais, o clima sombrio do filme é muito marcante, com cenas que não sairão da minha cabeça tão cedo.
Aos Treze
3.2 1,2KAcredito que as pessoas que consideram bobo e superficial tem uma certa dificuldade em compreender subtexto. Acredito que, os que não forem adolescentes agora, devem se lembrar o quanto esse momento de nossas vidas é difícil, intenso, como desejamos ser amados pelo outro. Aliás, o quanto ainda, mesmo adultos, queremos ser amados e aceitos? Tracy e Evie são o retrato de milhares de jovens, particularmente meninas, que desenvolvem distúrbios como ansiedade, depressão, anorexia e que acabam praticando automutilação e abusando do uso de drogas pesadas. Tudo isso para estar dentro de padrões fúteis que nos impõem a sociedade... para se sentirem "aceitas", "amadas", "desejadas", "invejadas", "normais". Esse filme é o retrato do que essa sociedade doente pode fazer com uma menina e o que a ausência de estabilidade, o abandono e o abuso podem fazer.
Achei o efeito nas cenas finais, quando tudo vai ficando azulado, muito bem utilizado. Era como se os personagens estivessem submergindo, se afogando nas consequências das suas atitudes (como em um daqueles momentos em que você repete pra si mesma que "Isso não está acontecendo", num mantra)... e aí a gente se afoga junto.
A Enviada do Mal
3.0 287 Assista AgoraMuito bom! Narrativa extremamente original, atuações impecáveis, tensão muito bem construída. Ainda assim, senti falta de algo. Ou talvez algo tenha sobrado (explicações demais?)
A princípio ia reclamar das aparições da silhueta demoníaca, por considerar literal demais (sou fã dos filmes que não negam nem afirmam a existência do sobrenatural). De fato, ainda não gosto, mas, depois de refletir um pouco e ler comentários críticos, entendo que mesmo a visão da tal silhueta não significa afirmar a existência do sobrenatural. Vemos o filme pela ótica da Kat, que crê estar sendo possuída pelo capiroto, de fato. Trata-se de uma menina solitária e amedrontada, e com algum transtorno de personalidade, algo que muitas vezes manifesta-se pela primeira vez na adolescência. O medo e a certeza crescente de ter perdido os pais são o gatilho para o surto. A ideia do culto satânico é apresentada à menina pela Rose, ao contar que as irmãs são servas de Satã. Claro que é um filme que pode ser encarado também como mais um 'filme de possessão', só que muito mais original dos que tem sido feitos nos últimos anos. Acima de tudo, porque fala sobre a solidão e a loucura. Algo no clima construído me lembrou o filme "Os olhos de minha mãe". E a cena final é aterradora.