O filme é tocante, tem fotografia linda, as protagonistas são muito boas, mas o livro de Marta Batalha que inspirou o filme é muito mais avassalador, de rasgar a alma...
Mickey Rourke mereceu cada um dos prêmios que recebeu por O lutador. O filme é uma metáfora da vida do próprio ator. Comovente o discurso dele antes da luta final e de certa forma, ele falava de si mesmo tanto quanto do personagem Randy.
Uma bela jornada expressionista de Orfeu e Eurídice. Representar o Hades com seus campos elísios e campos de perdição usando a pintura como metáfora vai além de viés religioso, é mito fundador, mitologia clássica na essência, que transcende o sermão de domingo. Quem enxerga só mensagem bíblica numa pérola dessas, carece de ajuste nas lentes da alma...
A Inquisição foi a sistematização em larga escala do feminicídio. (Sério que tem gente indo assistir achando que é um filme de terror!? A sinopse é bem clara sobre o tema abordado no filme).
Demorei anos para assistir porque tenho ranço da história de Pearl Harbor porque a 'vingança' dos EUA detonando as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki são monstruosidades tão grandes quanto as atrocidades cometidas pelo Eixo e o nazi-fascismo na Europa. Como produção cinematográfica, esse filme é longo demais, meloso demais, cansativo e chato. O romance? Honestamente, achei que não deu liga com nenhum dos protagonistas. Prefiro Cartas de Iwo Jima e A Conquista da Honra, duas pérolas dirigidas por Clint Eastwood ambientados no mesmo período e muito mais interessantes para mostrar as questões por trás da guerra paralela entre EUA e Japão durante o desenrolar da II Guerra.
É uma história complexa, cheia de metáforas e referências sutis às crenças e superstições do Alasca e com toques da mitologia clássica, com seu panteão de deuses incestuosos, irados e meio loucos. Não é um filme de terror convencional, antes mistura suspense, drama e aquela sensação de desolação dos filmes ambientados em lugares gelados. Os diálogos são curtos e secos e os atos - muitos deles violentos - dos personagens é que dão o tom da história. O personagem de Alexander Skarsgard, o pai, é um lobo solitário e se guia mais pelo instinto do que pela razão. A figura nórdica do ator combinou com a paisagem fria e o personagem brutal, que segue um código de conduta próprio. A mãe, Riley Keough, mistura ao mesmo tempo inocência e selvageria. E o especialista em lobos Jeffrey Wright é uma figura quase xamânica. É um filme para assistir com a mente aberta para cruzar referências e que não pode ser visto esperando desfechos óbvios.
A animação da Disney é linda e mora no meu coração. Mas esta adaptação do conto de Rudyard Kipling é muito boa e tão selvagem e visceral quanto a história original. Kipling nunca escondeu o medo e o fascínio pelo Jângal indiano e Andy Serkis foi muito feliz em captar essa estranheza e maravilhamento que a floresta causa. A história original de Mogli é crua e até meio cruel em certos trechos, nunca foi um conto infantil, embora a doçura da animação clássica também tenha seu lugar.
Alejandro González Iñárritu é o cara que sabe filmar a solidão como nenhum outro cineasta. Não esperava menos do diretor de Babel, 21 Gramas, Amores Brutos e Biutiful.
Já conhecia a história de Mary Shelley e de sua mãe, inclusive que a mãe, uma das precursoras do movimento feminista, morreu em decorrência de complicações do parto.
Mary Shelley, além de ter escrito Frankenstein (um dos meus livros favoritos dentre os clássicos do terror gótico britânico) aos 18 anos, também é autora de uma das primeiras ficções científicas distópicas da história - O último homem (The Last Man) - obra que inspirou autores que são considerados os 'pais' da distopia e da sci-fi, como Azimov. Na verdade, sci-fi e distopia teve primeiro uma mãe, já que a obra de Mary é de 1826.
Ela ainda é a responsável por Shelley, seu marido, ter se tornado o maior poeta britânico. Embora tivesse fama em vida, após sua morte, Percy tornou-se referência literária na Inglaterra porque Mary, responsável pelo espólio do marido, organizou todos os manuscritos dele e providenciou publicações póstumas e o recebimento adequado dos direitos autorais. Percy Shelley, como todo poeta do romantismo, era uma bagunça emocional e financeira em forma de gente, como fica bem claro no filme.
Lamento ver que por aqui pouca gente sabia que Frankenstein foi escrito por uma mulher, mas fico feliz em ver que o filme, que é uma cinebiografia primorosa e fiel à vida da autora, incentivou muita gente a ler Frankenstein (quem nunca teve a oportunidade, leia, porque vale muito a pena) e a conhecer mais sobre Mary Shelley.
Percy Shelley foi um péssimo marido e era um canalha (vide o que fez com a primeira esposa e a filha), porque no século XIX o que mais existia era homem embuste. Ainda assim, não dá para esperar de Mary reações como a das jovens feministas do século XXI, pois ela era uma jovem do século XIX. Vale entender que foi graças a mulheres como Mary Shelley e como a mãe dela, Mary Wollstonecraft, que estavam à frente do tempo em que viveram, que o feminismo evoluiu enquanto movimento político e social. As feministas de 200 anos atrás sofreram com relacionamentos abusivos, infelizmente, porque as mulheres sofrem abusos há séculos. Mas com seus corpos e espíritos - além de seus textos e da militância que era possível para elas naqueles tempos - abriram caminho para que hoje as novas gerações possam correr légua dos embustes.
Mary Shelley merece ser tirada da invisibilidade por tudo o que ela representou como mulher e como escritora (até porque, na época dela quase não havia autoras conhecidas) e figurar no panteão das grandes e dos grandes autores que a humanidade já produziu.
História simples e comovente. É cheio de referências ao cinema clássico de Hollywood e serve para mostrar um pouco do cotidiano da China dos anos 1990, que é bem diferente do país mais aberto e tecnológico de agora.
Um filme forte, cheio de metáforas e alegorias sobre o bem e o mal, danação e santidade. E uma família que sucumbe ao medo gerado pela ignorância, o preconceito e o fanatismo religioso.
A Vida Invisível
4.3 643O filme é tocante, tem fotografia linda, as protagonistas são muito boas, mas o livro de Marta Batalha que inspirou o filme é muito mais avassalador, de rasgar a alma...
A História Verdadeira
3.2 263 Assista AgoraUm filme que precisa ser exibido em sala de aula nas faculdades de comunicação, seguido de um debate sobre a função social do jornalismo.
O Lutador
4.0 912Mickey Rourke mereceu cada um dos prêmios que recebeu por O lutador. O filme é uma metáfora da vida do próprio ator. Comovente o discurso dele antes da luta final e de certa forma, ele falava de si mesmo tanto quanto do personagem Randy.
Marcas da Violência
3.8 400 Assista AgoraDavid Cronenberg e Viggo Mortensen sempre dão liga. Gosto bastante das parcerias dos dois.
Amor Além da Vida
3.8 846 Assista AgoraUma bela jornada expressionista de Orfeu e Eurídice. Representar o Hades com seus campos elísios e campos de perdição usando a pintura como metáfora vai além de viés religioso, é mito fundador, mitologia clássica na essência, que transcende o sermão de domingo. Quem enxerga só mensagem bíblica numa pérola dessas, carece de ajuste nas lentes da alma...
Advogado do Diabo
4.0 1,4K Assista AgoraJunto com Perfume de Mulher, uma das melhores performances de Al Pacino. Gosto do quanto esse filme ainda é muito atual, 22 anos depois de lançado.
A Noiva do Diabo
3.2 72 Assista AgoraA Inquisição foi a sistematização em larga escala do feminicídio. (Sério que tem gente indo assistir achando que é um filme de terror!? A sinopse é bem clara sobre o tema abordado no filme).
Pearl Harbor
3.6 1,2K Assista AgoraDemorei anos para assistir porque tenho ranço da história de Pearl Harbor porque a 'vingança' dos EUA detonando as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki são monstruosidades tão grandes quanto as atrocidades cometidas pelo Eixo e o nazi-fascismo na Europa. Como produção cinematográfica, esse filme é longo demais, meloso demais, cansativo e chato. O romance? Honestamente, achei que não deu liga com nenhum dos protagonistas. Prefiro Cartas de Iwo Jima e A Conquista da Honra, duas pérolas dirigidas por Clint Eastwood ambientados no mesmo período e muito mais interessantes para mostrar as questões por trás da guerra paralela entre EUA e Japão durante o desenrolar da II Guerra.
Noite de Lobos
2.5 304 Assista AgoraÉ uma história complexa, cheia de metáforas e referências sutis às crenças e superstições do Alasca e com toques da mitologia clássica, com seu panteão de deuses incestuosos, irados e meio loucos. Não é um filme de terror convencional, antes mistura suspense, drama e aquela sensação de desolação dos filmes ambientados em lugares gelados. Os diálogos são curtos e secos e os atos - muitos deles violentos - dos personagens é que dão o tom da história. O personagem de Alexander Skarsgard, o pai, é um lobo solitário e se guia mais pelo instinto do que pela razão. A figura nórdica do ator combinou com a paisagem fria e o personagem brutal, que segue um código de conduta próprio. A mãe, Riley Keough, mistura ao mesmo tempo inocência e selvageria. E o especialista em lobos Jeffrey Wright é uma figura quase xamânica. É um filme para assistir com a mente aberta para cruzar referências e que não pode ser visto esperando desfechos óbvios.
Mogli: Entre Dois Mundos
3.4 390 Assista AgoraA animação da Disney é linda e mora no meu coração. Mas esta adaptação do conto de Rudyard Kipling é muito boa e tão selvagem e visceral quanto a história original. Kipling nunca escondeu o medo e o fascínio pelo Jângal indiano e Andy Serkis foi muito feliz em captar essa estranheza e maravilhamento que a floresta causa. A história original de Mogli é crua e até meio cruel em certos trechos, nunca foi um conto infantil, embora a doçura da animação clássica também tenha seu lugar.
Bareilly Ki Barfi
3.6 8 Assista AgoraBollywood💜
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraAlejandro González Iñárritu é o cara que sabe filmar a solidão como nenhum outro cineasta. Não esperava menos do diretor de Babel, 21 Gramas, Amores Brutos e Biutiful.
Mary Shelley
3.7 224Já conhecia a história de Mary Shelley e de sua mãe, inclusive que a mãe, uma das precursoras do movimento feminista, morreu em decorrência de complicações do parto.
Mary Shelley, além de ter escrito Frankenstein (um dos meus livros favoritos dentre os clássicos do terror gótico britânico) aos 18 anos, também é autora de uma das primeiras ficções científicas distópicas da história - O último homem (The Last Man) - obra que inspirou autores que são considerados os 'pais' da distopia e da sci-fi, como Azimov. Na verdade, sci-fi e distopia teve primeiro uma mãe, já que a obra de Mary é de 1826.
Ela ainda é a responsável por Shelley, seu marido, ter se tornado o maior poeta britânico. Embora tivesse fama em vida, após sua morte, Percy tornou-se referência literária na Inglaterra porque Mary, responsável pelo espólio do marido, organizou todos os manuscritos dele e providenciou publicações póstumas e o recebimento adequado dos direitos autorais. Percy Shelley, como todo poeta do romantismo, era uma bagunça emocional e financeira em forma de gente, como fica bem claro no filme.
Lamento ver que por aqui pouca gente sabia que Frankenstein foi escrito por uma mulher, mas fico feliz em ver que o filme, que é uma cinebiografia primorosa e fiel à vida da autora, incentivou muita gente a ler Frankenstein (quem nunca teve a oportunidade, leia, porque vale muito a pena) e a conhecer mais sobre Mary Shelley.
Percy Shelley foi um péssimo marido e era um canalha (vide o que fez com a primeira esposa e a filha), porque no século XIX o que mais existia era homem embuste. Ainda assim, não dá para esperar de Mary reações como a das jovens feministas do século XXI, pois ela era uma jovem do século XIX. Vale entender que foi graças a mulheres como Mary Shelley e como a mãe dela, Mary Wollstonecraft, que estavam à frente do tempo em que viveram, que o feminismo evoluiu enquanto movimento político e social. As feministas de 200 anos atrás sofreram com relacionamentos abusivos, infelizmente, porque as mulheres sofrem abusos há séculos. Mas com seus corpos e espíritos - além de seus textos e da militância que era possível para elas naqueles tempos - abriram caminho para que hoje as novas gerações possam correr légua dos embustes.
Mary Shelley merece ser tirada da invisibilidade por tudo o que ela representou como mulher e como escritora (até porque, na época dela quase não havia autoras conhecidas) e figurar no panteão das grandes e dos grandes autores que a humanidade já produziu.
Amália, a Secretária
2.8 8Tenho gostado cada vez mais das comédias dramáticas colombianas.
O Autor
3.3 117 Assista AgoraAlguns momentos lembram o livro Todos os Nomes, de Saramago.
Tempo Compartilhado
2.9 42A felicidade excessiva tem algo de sinistro e perturbador.
O Babadook
3.5 2,0KTerror psicológico muito bom e cheio de metáforas e interpretações psicanalíticas para o luto, a rejeição materna e a medicalização da infância.
Malcriados
3.5 6Que novelinha latina mais fofa!
Macho
2.3 13Estereotipado e homofóbico.
O Monge Trapalhão Mad Monk
3.0 5A coisa mais tosca e maravilhosa da minha lista de 2018.
Rei de Pequim
3.6 6História simples e comovente. É cheio de referências ao cinema clássico de Hollywood e serve para mostrar um pouco do cotidiano da China dos anos 1990, que é bem diferente do país mais aberto e tecnológico de agora.
Aniquilação
3.4 1,6K Assista AgoraMe lembrou uma mistura da atmosfera do livro Além do planeta silencioso, de C.S. Lewis, com um filme que Stanley Kubrick faria...
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraUm filme forte, cheio de metáforas e alegorias sobre o bem e o mal, danação e santidade. E uma família que sucumbe ao medo gerado pela ignorância, o preconceito e o fanatismo religioso.
Não Me Abandone Jamais
3.8 2,1K Assista AgoraKazuo Ishiguro 💜