Anderson Brito

Achei que Pinkman continuou totalmente de acordo com o personagem que foi na série, cronologicamente inclusive. Não o vi sendo retratado como se não fosse um criminoso assassino, ele continuou sendo o que era antes, ele não se tornou um bom moço.

Só de falar em médium não consegui evitar pensar: putz, outro Insidious (Sobrenatural - 2011), que, aliás, é bem melhor. Parece que até a trilha sonora denuncia a falta de originalidade de filmes desse gênero. Em minha opinião, quem diz que este filme é bom não assistiu muitos filmes de terror. Para mostrar que este filme é mais do mesmo basta assistir Ouija (2014, que inclusive tem a mesma atriz de Insidious e é incrível como parece que faz a mesma personagem), Veronica (2017), The Conjuring (2013), Atividade Paranormal, só para citar alguns e sem qualificá-los.
Hereditário começa de forma razoável, fica muito interessante na cena do carro, mas logo estraga enchendo-se de rodeios psicológicos e pausas dramáticas (tornando o filme exaustivo) – parecia que teria uma abordagem interessante quanto às personalidades dos personagens, mas não passou de drama supérfluo.
O final, achei cômico. Vi a cena do primeiro cara pelado (no final) com um sorrisinho na face, achei que fosse o Dória. O choro e o piripaque do filho, a mãe se esgueirando pelo teto, voando ao estilo Peter Pan e batendo a cabeça na portinha do sótão, muito mais engraçado que sombrio. Sério, esse final parecia desenho animado.
O maior problema desse filme é o enredo, mas parece que muita gente assiste a filmes de terror sem levá-lo muito em consideração (o enredo), por isso tem uma nota alta. É uma falácia dizer que o filme é diferente por não ter Jump Scare.
Como sei que eu não conseguiria descrever de forma convincente o que seria um bom filme de terror ou terror psicológico, deixarei alguns exemplos para comparação (não digo que são os melhores e nem que são totalmente bons, mas garanto que são diferentes), como: o já citado Insidious; "The Others" (2001); o interessante "Regression" (2015) e por último, "The Witch" (ou The VVitch: A New-England Folktale - 2015). Tente notar a diferença na construção de enredo, construção de personagens, ambientação e imersão. Acho que quanto menos fantasioso um filme de terror, melhor.

"A próxima vez que ouvir a voz de Deus, não ligue para nós".