Em 1896, Georges Méliès produzia o primeiro filme de terror da história do cinema: Le Manoir Du Diable, em tradução livre: A Mansão do Demônio. Sua intenção não era assustar e sim entreter, mas o público da época se apavorou.
Mais de 120 anos depois, a segunda parte da antologia de terror de Mike Flanagan estreia na Netflix. Sua intenção? Bem, pouco importa. A Maldição da Mansão Bly é o exemplo perfeito de que expectativas só geram decepções, visto o shade que a série vem recebendo por aí. Alguns reclamam do ritmo lento (!!!) e outros de que a série não é tão assustadora quanto Residência Hill. Ora, se Méliès tivesse avisado às pessoas que elas se assustariam com seu filme será que elas se assustariam?
Em Mansão Bly, Flanagan adapta histórias de Henry James (desculpem minha ignorância, mas só conheço A Outra Volta do Parafuso, por isso, não identifico as demais). E para quem conhece duas de suas adaptações ao cinema, Os Inocentes, de 1961, com Deborah Kerr e também Os Que Chegam com a Noite, de 1971, com Marlon Brando, a temporada inicia com certa obviedade que não é demérito, além disso, conforme outro personagens vão surgindo, o panorama muda e tudo vai ficando cada vez mais instigante.
Na história, Dani Clayton (Victoria Pedretti) é contratada para cuidar de dois órfãos na mansão Bly. Chegando lá, ela percebe que as crianças escondem segredos bizarros. Conforme a premissa se descortina, vamos percebendo que não são só as crianças...
Em suma, Mansão Bly é uma história de fantasmas que não irão necessariamente te assustar. Desde o início, fica evidente que o terror é um mecanismo secundário, ainda que essencial à narrativa, e Flanagan dramatiza a história daquelas pessoas (e daqueles fantasmas) de forma que vamos compreendendo o porquê de cada uma delas sofrer com visões do passado e de tantas ficarem presas à mansão. Lembram do Alexandre da novela A Viagem? É bem por aí.
Acaba que Mansão Bly é um terror dramático ou um drama de terror que usa da mesma estrutura de Residência Hill (flasbhacks explicativos e episódios cadenciados) para desenvolver personagens de uma mansão na qual orbitam. Pode não assustar (não me assustou), mas comove.
O que mais chama atenção nessa série antológica nórdica de terror de 6 episódios são as variadas formas que ela trata da crueldade humana e de nossa natureza assustadora. O maior trunfo de Coletivo Terror acaba sendo também o seu maior demérito, afinal, os episódios são bem curtos (a maioria não ultrapassa os 30 minutos de duração), com isso, é um entretenimento bem volátil que nos segura na poltrona por pouco menos de 3 horas (se vistos em sequência) e que ao final se revela bem menos original que a abertura (todos os protagonistas em um ônibus bem assustador) e o país de origem (a Noruega) cogitavam. De qualquer forma, alguns episódios são acima da média e têm desenvolvimentos interessantes. Coloco eles aqui em ordem numérica com uma nota de 0 a 10. Um Grande Sacrifício: 6/10 Uma família se muda para o campo e logo descobre que seus vizinhos guardam um segredo no meio da floresta. Gosto de como vem numa embalagem de terror folk. Três Irmãos Loucos: 8/10 Três irmãos vão para uma cabana isolada se divertir após um deles sair de um hospital psiquiátrico. No limite do possível, e da duração, é um estudo psicológico de um personagem complexo que me deixou com vontade de um longa sobre. O final é maravilhoso. Escritor do Mal: 6/10 Uma personagem se vê absorta numa paranoia após frequentar um curso de escrita. No geral agrada, ainda que a ideia seja bem batida. Cobaias: 5/10 Aqui a execução é bem fraquinha, também afetada pela curta duração, e tal qual o primeiro episódio, mostra a ganância de uma pessoa, aqui um grande executivo, e até onde ele é capaz de ir para conseguir o que quer. A Escola Antiga: 5/10 Esperava mais desse por ser o único da coletânea que traz fantasmas. Com mais tempo talvez pudesse ser mais assustador, mas é apenas decepcionante. O Elefante na Sala: 7/10 Chama atenção por se passar praticamente em um único ambiente (um salão de festas de uma empresa) com funcionários fantasiados e um segredo atrás do qual dois personagens vão coletando informações para solucioná-lo. Também adoro o final desse.
Um dos meus maiores receios com o fim das 3 temporadas de Narcos era que a série perdesse sua força com a ausência de Pablo Escobar. No entanto, Narcos: México chegou com a mesma autenticidade de antes e manteve o nível, assim, o spin-off deu conta de viajar ao país que nos deu Chaves e Chapolin e que levou aos Estados Unidos toneladas e mais toneladas de coca colombiana para contar a história de um de seus principais chefes de cartel: Miguel Ángel Félix Gallardo, interpretado por Diego Luna.
Se na 1ª temporada o arco do DEA tinha Kiki Camarena (Michael Peña) como o agente/protagonista/narrador que servia de contraponto para a figura em ascensão de Félix, nesta 2ª temporada o agente Walt, vivido por Scoot McNairy, não tem a mesma força, nem mesmo narrativa. Suas aparições são seguidas de atitudes questionáveis de quem sempre chega atrasado - ele sempre é retrucado por alguém nos episódios, o que chega a ser cômico.
A excelente atuação de Diego Luna contribui como uma das forças da temporada. Seu personagem agora está muito mais inseguro, sempre sufocado devido às escolhas e atitudes anteriores, ele é uma espécie de Tonny Montana: sua escalada até o topo da pirâmide do narcotráfico lhe permitiu poder sobre as praças e até sobre as eleições de seu país (numa instigante subtrama política), mas também permitiu que seus sócios se rebelassem e agissem por debaixo dos panos.
Paralelo à trajetória de um caçado Félix Gallardo, estão as subtramas das praças, encorpando os episódios com os assassinatos e acordos feitos e desfeitos pelos figurões que se viravam como podiam em um México em crise e alheios aos mandos e desmandos de Félix. Narcos: México nos instiga para o que deve ser do futuro deles, alguns muito promissores, como o histórico El Chapo e o piloto Amado, que nesta temporada está sob as asas de Pablo Acosta - protagonizando um dos melhores casais da série até aqui, ao lado de Mimi. O embate final entre Félix e Walt também é de deixar o fiel espectador com vontade de devorar a 3ª temporada o quanto antes.
RACHEL, JACK AND ASHLEY TOO (5/10) - Esse episódio tinha tudo pra ser um dos melhores da temporada e eu adoraria ter gostado mais dele, já que a dupla Miley Cyrus e Angourie Rice (do bacaninha Todo Dia e do excelente Dois Caras Legais) é bem simpática, mas a diretora Anne Sewitzky não encontra o tom exato da proposta Black Mirror para realizar uma crítica ácida à indústria da música que manipula e molda os artistas ao bel prazer dos produtores, tal qual Nasce Uma Estrela fez com Lady Gaga.
Aliás, ao assistir o episódio é difícil não se lembrar do início de carreira de Miley Cyrus como Hannah Montana, um produto da Disney, e talvez esta seja a melhor analogia a ser feita com sua personagem. Ela é Ashley O, uma pop-star que não leva uma vida tão cor de rosa quanto parece. Ela é solitária e vive à base de remédios dados por sua empresária que a ajudam a compor músicas.
No outro lado da história temos Rachel (Rice), uma jovem fã de Ashley O que não tem muitos amigos, suas únicas companhias são o pai que vive trabalhando em seu projeto de exterminar ratos e a irmã Jack (Madison Davenport) que está sempre de fones e tocando sua guitarra.
É neste arco mais familiar que surge a tecnologia a ser desenvolvida pelo episódio, Rachel pede ao pai de presente de aniversário um boneco Ashley Too, uma inteligência artificial que interage com seu dono, seja cantando, conversando ou dançando.
O Ashley Too lembra a tecnologia utilizada no episódio White Christmas - a mente humana presa em uma máquina - mas é uma pena que o episódio nunca encontre aquele mesmo nível de profundidade, ele é todo levado numa abordagem infanto-juvenil que é difícil incomodar o espectador, parece mais uma realidade invertida saída de um episódio de Hannah Montana do que Black Mirror de fato.
Rachel, Jack and Ashley Too é a grande decepção da temporada, falta pungência e originalidade ao desenvolver a tecnologia, por outro lado, a crítica feita à indústria da música é válida e interessante, mas perde fôlego no meio do caminho e não funciona sozinha.
SMITHEREENS (8/10) - Ok, este não é um episódio tradicional de Black Mirror que se passa num futuro próximo e no qual somos surpreendidos com o uso de uma tecnologia de ponta e ainda impensável. A trama de Smithereens é atualíssima e, por isso, o episódio é uma crítica social e empresarial que cai muito bem nos dias atuais em que aplicativos nos dominam e empresas nos tornam parte de sua própria tecnologia.
Não a toa, Chris (Andrew Scott) é um motorista de aplicativo - uma das profissões do momento - e fica sempre próximo à empresa de mídia social, Smithereens, à espera de um cliente, até que um dia ele atende à corrida de um funcionário da empresa e o sequestra. A partir daí, os momentos de tensão tomam conta e a abordagem humanista surge com força. Chris quer apenas uma coisa: falar com o dono da Smithereens, Billy Bauer (Topher Grace), para desabafar seus motivos e intenções.
Smithereens não quer surpreender o espectador por meio da tecnologia, pelo contrário, aqui são criticadas as formas com que nos tornamos reféns da tecnologia e dos aplicativos, seja na pele de uma mãe que perde a filha e precisa da senha de sua rede social para tentar achar alguma resposta ou até mesmo naquela olhadinha no celular enquanto dirigimos, que pode vir a ser fatal.
O episódio também mostra como os proprietários desses aplicativos e sites têm conhecimento de todo o perfil dos usuários até mesmo antes da polícia - o dono da Smithereens até brinca de Deus - e é a partir das informações que os sites recebem dos usuários que seus algoritmos são abastecidos e as notificações se tornam cada vez mais atraentes ao usuário refém das redes.
É uma faca de dois gumes, quando os apps trabalham em conjunto com a polícia ótimo, mas ao final tudo vira informação e a ânsia por essa informação nos torna prisioneiros de um mundo cada vez mais informatizado limitado a notificações que logo são arrastadas para o lado.
STRIKING VIPERS (6/10) - Até que ponto estamos dependentes dos jogos e do celular? De ter a tecnologia, de fato, em nossas mãos.
Seja para pesquisar algum famoso no Google Imagens e saber de quem estão falando ou até mesmo para fugir das convenções sexuais de uma sociedade conservadora e nos satisfazer sozinhos. O celular sempre está ali para nos ajudar rapidinho.
Hoje em dia, os videogames - de realidade virtual ou não - e os celulares são muito mais do que apenas um artefato tecnológico, viraram também uma extensão do nosso subconsciente. Somos personagens no virtual e pessoas "comuns" no mundo real?
O que fazemos no "mundo virtual" é só nosso, mas e quando compartilhamos "nossas coisas" com alguém e isso passa a ser confundido na vida real? Será só confusão mesmo? Não estaríamos experimentando e descobrindo algo novo? E o preconceito enraizado?
A ideia deste Striking Vipers é interessante e mais abre o leque para discussão do que dá argumentos sobre o que trata. A transição do segundo para o terceiro ato é lenta e o episódio no geral não traz um grande desenvolvimento de personagens, dependendo bastante dos saltos de tempo para aumentar o drama e sensação de isolamento dos protagonistas.
Ao final, é deixado para o espectador perceber o mal e a reclusão que a tecnologia pode trazer em uma época onde pessoas trabalham e se fecham demais e interagem de menos. Reflexos da sociedade. O cenário da cidade de São Paulo, a selva de pedra, encaixa perfeitamente na proposta.
Mesmo que não seja um episódio com um plot twist surpreendente, ainda assim cumpre o que promete: discutir as atitudes das pessoas com base na dependência delas na tecnologia. Isso é Black Mirror.
Mesmo que você não seja um aficionado por serial-killers, é bem provável que já tenha ouvido falar de Ted Bundy, um dos mais temidos e misóginos assassinos em série da história.
Se gosta, então Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy é perfeito pra você, mesmo que já conheça muito sobre esse ser de gênio forte e atitudes deploráveis que assolaram o oeste dos Estados Unidos e a Flórida nos anos 70.
O diretor Joe Berlinger, que também será o responsável por levar a história do assassino para as telonas no longa Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile, consegue, graças à duração de 200 minutos e ao belo trabalho de montagem dos editores, se aprofundar nos acontecimentos que tornaram Bundy uma lenda dos serial-killers.
Dividida em quatro capítulos, a série documental narra com riqueza de imagens de arquivo e áudios do próprio Bundy no corredor da morte, os passos do assassino em sua trilha de horror e medo, reunindo também entrevistas atuais de pessoas ligadas à sua prisão e execução e até uma vítima que conseguiu escapar de suas mãos.
Os capítulos três e quatro são os mais impressionantes, pois são os que mostram tanto as fugas ousadas de Bundy quanto suas artimanhas durante seu julgamento e até após sua sentença de morte, conseguindo arrastar sua execução por praticamente uma década. E, como há males que vêm para o bem, também sobra espaço para mostrar a importância de Bundy ao "trabalhar" em conjunto com o FBI.
Uma mente que chegou a impressionar o juiz de seu julgamento "adoraria ter trabalho com você, pena que escolheu o lado errado" e que permanece até hoje tentando ser decifrada.
No geral gostei desta quarta temporada pois, assim como as outras, tem episódios ótimos, medianos e ruins (mas nenhum odiável). Uma temporada com personagens femininas que dão o tom em TODOS episódios. Não sei se por acaso ou não, mas as mulheres estão bastante presentes e importantes aqui.
USS Callister - A princípio a ideia é interessante, mas excessivamente longo e falta aquele final "black mirror". Nota 3/5
Arkangel - O mais fraco da temporada. Arrastado e, apesar do ótimo final, fica devendo no geral. Nota 2/5
Crocodile - Talvez o menos black mirror dos episódios, apesar do artefato utilizado. A execução é ótima, mas o final fraco. Nota 3/5
Hang the DJ - Obra-prima. Isso sim é Black Mirror. 5/5
Metalhead - Muito bem filmado e a fotografia em preto e branco é bem utilizada. Um episódio que não choca, mas chama a atenção. 3/5
Black Museum - Outro episódio que faz jus a Black Mirror. Tem seus excessos, mas no geral é uma ótima distração. 4/5
Deixo em Lost toda a minha admiração e paixão pelos personagens mais fantásticos e mais bem construídos de toda a minha vida. Não é nada fácil manter 6 temporadas em alto nível e dar um final digno a tantos personagens entrelaçados em diversas camadas. Adorei o final e nada me incomoda.
Personagens favoritos: Desmond, Jack, Sun, Jin e Ben. Ordem de temporadas: 1ª, 6ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª.
Com certeza a série ficará pra sempre no meu coração.
Finalmente chega à Netflix a primeira série original brasileira sob sua batuta. A direção é do uruguaio radicado no Brasil, César Charlone, indicado ao Oscar de Melhor Fotografia por Cidade de Deus, e que também trabalhou em outras produções como O Jardineiro Fiel e Ensaio Sobre a Cegueira. A ideia da série já existia há anos, com um episódio piloto lançado em 2011 por Pedro Aguilera, que agora é um dos roteiristas.
A história é bem simples: em um futuro distópico, a sociedade se divide entre os escassos, que vivem no Continente ou “lado de cá”, e os fartos, que vivem no Maralto ou “lado de lá”. Ao completarem 20 anos, os jovens do lado escasso são submetidos a um processo altamente exigente com provas de raciocínio lógico e habilidades físicas onde apenas 3% deles serão selecionados para que possam seguir ao Maralto, onde há justiça, dignidade e fartura.
Tendo esta premissa como base, a série desenvolve sua história sem grande originalidade, ao ter elementos de Battle Royale e Jogos Vorazes na narrativa e também ao tratar de temas como a cobiça e individualismo, diferença de classes, além da distorção de valores éticos e morais, mas sem apelo emocional e sem muito mistério.
A série não perde tempo e sua história é bem dinâmica, trazendo oito episódios objetivos que não enrolam o espectador e vão direto ao ponto. Este é um dos poucos pontos positivos da série: ela é corajosa e não se limita, pena que isso não basta para que o trabalho final seja bom. Outra coisa bacana é a ideia dos flashbacks, que já vimos em Lost, mostrando a cada episódio um pouco de como cada personagem chegou ao Processo e quais são os seus ideais e motivos para estarem ali.
A partir do primeiro homicídio na história de Maralto, a capacidade do homem à frente do Processo, Ezequiel (João Miguel), é colocada em xeque, e um dos conselheiros do Maralto envia a enigmática e sexy Aline (Viviane Porto) para supervisioná-lo e seguir seus passos. Viviane Porto está ótima em seu papel e consegue passar com convicção o ar de mistério e de manipuladora necessários para mostrar ameaça a Ezequiel. João Miguel, por outro lado, infelizmente decepciona, não passando de um personagem apático que não convence a nenhum momento. A culpa não é só dele: o ator foi “sabotado” pelo roteiro, com frases fracas e diálogos péssimos.
Aliás, os diálogos e atuações são o calcanhar de Aquiles da série. Os atores parecem por muitas vezes robôs lendo suas falas, com todos os “pingos nos i’s” e vírgulas necessárias, soando forçados, e o roteiro tropeça nas próprias pernas por diversas vezes, ao dar soluções muito convencionais à história.
Os pontos fracos não param por aí, outra coisa que incomodará os mais críticos é a câmera amadora, com cortes e zooms bruscos que não tem real motivo para acontecerem, tentando conferir certo dinamismo e emoção à situação – que não acontece – e em alguns casos chega a gerar o efeito contrário.
O figurino dos moradores do Continente é de causar vergonha alheia, já que essas pessoas vivem na mais pura miséria, onde faltam alimentos, água e qualquer outra coisa que lhes dê uma condição de vida digna e o mais certo seria usarem peças de roupas muito surradas, ou até mesmo outros itens para encobrir seus corpos. Porém, eles se apresentam com roupas praticamente novas, apenas manchadas de sujeira e com rasgos que foram feitos à tesoura e não com o tempo.
O visual do Continente também é muito pouco explorado, vemos poucas cenas do local, que trazem apenas uma ideia de uma grande favela cercada por ruínas, não sabemos onde é, nem quantas pessoas restam, afinal, já são 100 anos vivendo pauperrimamente e, além disso, é difícil acreditar que ainda há esperança naquele local depois de tanto tempo.
Falando dos personagens, alguns ganham maior destaque, como Joana (Vaneza Oliveira), que é a mais bem trabalhada e desenvolvida pelo roteiro, e o cadeirante Fernando (Michel Gomes), um personagem que não é sabotado pelo roteiro. Bianca Comparato, que interpreta a aparente protagonista Michele, é mais uma que parece estar no piloto automático e não entrega uma atuação digna da importância de sua personagem. Rodolfo Valente, que interpreta o ambíguo Rafael, é fraquíssimo e tem as piores falas.
Resumindo, a série provavelmente contou com um orçamento baixo e não conseguiu entregar um trabalho primoroso em qualidade técnica, porém é sabido que não é necessário apenas isso para entregar um resultado agradável. Os atores, em sua grande maioria, estão péssimos, incomodados e não convencem – ironicamente, uns 3% se salvam. Atores mais conhecidos do público como Zezé Motta e Sérgio Mamberti são conselheiros do Maralto e são muito mal aproveitados pelo roteiro, podendo ser substituídos por qualquer outro ator, sem fazer nenhuma falta.
Caso haja a segunda temporada, é necessário que todas as pontas soltas sejam resolvidas com maior competência e que também o casting de atores seja melhor dirigido. Caso contrário, a série estará fadada ao fracasso. Isso é, se já não está.
Mais uma temporada que gera boas discussões sobre a terrível natureza humana.
Episódio 1 - Crítica bastante atual. As redes sociais nos dominaram. 4/5 Episódio 2 - Episódio de terror que não tem uma grande crítica à sociedade, porém é bacana de qualquer forma. 3/5 Episódio 3 - O mais aterrorizante da temporada, já vivenciamos o que acontece aqui. 3/5 Episódio 4 - Lindo e genial, deixem pra ver esse por último, é reconfortante. Muito bem conduzido. 5/5 Episódio 5 - Esse gera certa repulsa e também nos entrega um final que nos entristece. 3/5 Episódio 6 - O mais mal trabalhado dos episódios, poderia ser mais, se perde nas próprias pernas, apenas ok. 2/5
Essa temporada quase mantém o nível da primeira, o mérito dela é que tem um episódio com um plot twist muito bom, o que agrada aos amantes de séries.
Episódio 1: Interessante até, mas só fica nisso, não achei nada de mais. Episódio 2: Muito bom e um suspense angustiante, o final é espetacular. Episódio 3: O mais fraco e bobo. Dispensável.
Episódio 1: Bizarro, mostra que a série não veio pra ser só mais uma, chocante e até nojento, mesmo sem mostrar muito. Episódio 2: Interessante na temática, mas uma bosta na execução. Episódio 3: O melhor de todos disparado, vai até virar filme com produção do Downey Jr.
Ótima temporada, pra mim, superior à primeira. Pedro Pascal é um dos grandes destaque dessa temporada, tanto ele quanto seu personagem crescem cada vez mais na série e provavelmente terá grande força na terceira temporada. O início da temporada é frenético e até o 6º episódio é praticamente perfeita, nos episódios finais ela fica um pouco mais dramática e a tensão se torna mais emoção e achei que ficou um pouquinho massante, mas mesmo assim manteve um ótimo nível e a conclusão foi ótima. Episódio final muito bom com cenas e cortes do caso real.
Ótima temporada, tanto pelo drama de Norman descobrir sobre seus apagões e também pelas subtramas que não são tão chatas e desnecessárias como as da segunda temporada.
Achei essa temporada inferior se comparada à primeira, muitas tramas chatas só pra encher linguiça que não agregam realmente nada importante aos Bates. Emma esteve um pé no saco a temporada toda. Cody, apesar de linda, descartável. E aqueles amigos novos que a Norma fez? Não curti.
Gostei bastante. Ótima produção da Netflix. Wagner Moura está muito bem como Escobar, vários trejeitos do traficante. É incrível ver como Pablo mandava e desmandava na Colômbia. Que venha a segunda temporada, mas tomara que não encham muita linguiça, esse é o grande problema das séries em geral.
Antes de mais nada, as palavras aqui expostas são apenas minha opinião e não tem intenção de serem uma verdade universal, muito pelo contrário. (sim, pleno 2016 e ainda tenho que falar isso). Eu gostei da série, achei muito boa a questão da ambientação nos anos 80, todas as referências a filmes da época e etc, porém a série não me empolgou, não me emocionou e não me deixou tenso em nenhum momento e isso pra mim é crucial quando me pego assistindo algo. Os três episódios começam MUITO bem, todo aquele mistério construído é muito bem conduzido, porém a partir do episódio 4 até o 6 a série fica num nível mediano e não empolga, só nos dois episódios finais é que a coisa volta a ficar boa, já que é necessário dar um ponto final à história. Sobre os personagens, só dois se destacam pra mim: Onze e Sem-Dente. A garota de poucas palavras está muito bem e o garoto de poucos dentes é o alívio cômico necessário e também o mais centrado do grupo de garotos. Winona não me agradou, tampouco os demais adultos e muito menos os adolescentes.
A trilha é outra coisa muito boa que a série tem, com vários clássicos como Clash e Joy Division, até um Bowie aparece ali, mas ela vai perdendo força mais pros episódios finais. No final, o saldo é positivo mas muito aquém do hype que estão fazendo por aí. Entendo quem está amando, já que a série é bacaninha e trata de ficção científica, drama e suspense, uma mistura que tem tudo pra dar certo, mas achei que se estendeu demais e faltaram variações ao roteiro que por vezes fica limitado e enfadonho.
A Maldição da Mansão Bly
3.9 922 Assista AgoraEm 1896, Georges Méliès produzia o primeiro filme de terror da história do cinema: Le Manoir Du Diable, em tradução livre: A Mansão do Demônio. Sua intenção não era assustar e sim entreter, mas o público da época se apavorou.
Mais de 120 anos depois, a segunda parte da antologia de terror de Mike Flanagan estreia na Netflix. Sua intenção? Bem, pouco importa. A Maldição da Mansão Bly é o exemplo perfeito de que expectativas só geram decepções, visto o shade que a série vem recebendo por aí. Alguns reclamam do ritmo lento (!!!) e outros de que a série não é tão assustadora quanto Residência Hill. Ora, se Méliès tivesse avisado às pessoas que elas se assustariam com seu filme será que elas se assustariam?
Em Mansão Bly, Flanagan adapta histórias de Henry James (desculpem minha ignorância, mas só conheço A Outra Volta do Parafuso, por isso, não identifico as demais). E para quem conhece duas de suas adaptações ao cinema, Os Inocentes, de 1961, com Deborah Kerr e também Os Que Chegam com a Noite, de 1971, com Marlon Brando, a temporada inicia com certa obviedade que não é demérito, além disso, conforme outro personagens vão surgindo, o panorama muda e tudo vai ficando cada vez mais instigante.
Na história, Dani Clayton (Victoria Pedretti) é contratada para cuidar de dois órfãos na mansão Bly. Chegando lá, ela percebe que as crianças escondem segredos bizarros. Conforme a premissa se descortina, vamos percebendo que não são só as crianças...
Em suma, Mansão Bly é uma história de fantasmas que não irão necessariamente te assustar. Desde o início, fica evidente que o terror é um mecanismo secundário, ainda que essencial à narrativa, e Flanagan dramatiza a história daquelas pessoas (e daqueles fantasmas) de forma que vamos compreendendo o porquê de cada uma delas sofrer com visões do passado e de tantas ficarem presas à mansão. Lembram do Alexandre da novela A Viagem? É bem por aí.
Acaba que Mansão Bly é um terror dramático ou um drama de terror que usa da mesma estrutura de Residência Hill (flasbhacks explicativos e episódios cadenciados) para desenvolver personagens de uma mansão na qual orbitam. Pode não assustar (não me assustou), mas comove.
The Leftovers (1ª Temporada)
4.2 583 Assista AgoraDe longe a coisa mais linda que vi esse ano (Normal People chega pertinho). Lindelof é gênio.
Coletivo Terror (1ª Temporada)
3.1 138 Assista AgoraO que mais chama atenção nessa série antológica nórdica de terror de 6 episódios são as variadas formas que ela trata da crueldade humana e de nossa natureza assustadora.
O maior trunfo de Coletivo Terror acaba sendo também o seu maior demérito, afinal, os episódios são bem curtos (a maioria não ultrapassa os 30 minutos de duração), com isso, é um entretenimento bem volátil que nos segura na poltrona por pouco menos de 3 horas (se vistos em sequência) e que ao final se revela bem menos original que a abertura (todos os protagonistas em um ônibus bem assustador) e o país de origem (a Noruega) cogitavam.
De qualquer forma, alguns episódios são acima da média e têm desenvolvimentos interessantes. Coloco eles aqui em ordem numérica com uma nota de 0 a 10.
Um Grande Sacrifício: 6/10
Uma família se muda para o campo e logo descobre que seus vizinhos guardam um segredo no meio da floresta. Gosto de como vem numa embalagem de terror folk.
Três Irmãos Loucos: 8/10
Três irmãos vão para uma cabana isolada se divertir após um deles sair de um hospital psiquiátrico. No limite do possível, e da duração, é um estudo psicológico de um personagem complexo que me deixou com vontade de um longa sobre. O final é maravilhoso.
Escritor do Mal: 6/10
Uma personagem se vê absorta numa paranoia após frequentar um curso de escrita. No geral agrada, ainda que a ideia seja bem batida.
Cobaias: 5/10
Aqui a execução é bem fraquinha, também afetada pela curta duração, e tal qual o primeiro episódio, mostra a ganância de uma pessoa, aqui um grande executivo, e até onde ele é capaz de ir para conseguir o que quer.
A Escola Antiga: 5/10
Esperava mais desse por ser o único da coletânea que traz fantasmas. Com mais tempo talvez pudesse ser mais assustador, mas é apenas decepcionante.
O Elefante na Sala: 7/10
Chama atenção por se passar praticamente em um único ambiente (um salão de festas de uma empresa) com funcionários fantasiados e um segredo atrás do qual dois personagens vão coletando informações para solucioná-lo. Também adoro o final desse.
Narcos: México (2ª Temporada)
4.0 58 Assista AgoraUm dos meus maiores receios com o fim das 3 temporadas de Narcos era que a série perdesse sua força com a ausência de Pablo Escobar. No entanto, Narcos: México chegou com a mesma autenticidade de antes e manteve o nível, assim, o spin-off deu conta de viajar ao país que nos deu Chaves e Chapolin e que levou aos Estados Unidos toneladas e mais toneladas de coca colombiana para contar a história de um de seus principais chefes de cartel: Miguel Ángel Félix Gallardo, interpretado por Diego Luna.
Se na 1ª temporada o arco do DEA tinha Kiki Camarena (Michael Peña) como o agente/protagonista/narrador que servia de contraponto para a figura em ascensão de Félix, nesta 2ª temporada o agente Walt, vivido por Scoot McNairy, não tem a mesma força, nem mesmo narrativa. Suas aparições são seguidas de atitudes questionáveis de quem sempre chega atrasado - ele sempre é retrucado por alguém nos episódios, o que chega a ser cômico.
A excelente atuação de Diego Luna contribui como uma das forças da temporada. Seu personagem agora está muito mais inseguro, sempre sufocado devido às escolhas e atitudes anteriores, ele é uma espécie de Tonny Montana: sua escalada até o topo da pirâmide do narcotráfico lhe permitiu poder sobre as praças e até sobre as eleições de seu país (numa instigante subtrama política), mas também permitiu que seus sócios se rebelassem e agissem por debaixo dos panos.
Paralelo à trajetória de um caçado Félix Gallardo, estão as subtramas das praças, encorpando os episódios com os assassinatos e acordos feitos e desfeitos pelos figurões que se viravam como podiam em um México em crise e alheios aos mandos e desmandos de Félix. Narcos: México nos instiga para o que deve ser do futuro deles, alguns muito promissores, como o histórico El Chapo e o piloto Amado, que nesta temporada está sob as asas de Pablo Acosta - protagonizando um dos melhores casais da série até aqui, ao lado de Mimi. O embate final entre Félix e Walt também é de deixar o fiel espectador com vontade de devorar a 3ª temporada o quanto antes.
Black Mirror (5ª Temporada)
3.2 962RACHEL, JACK AND ASHLEY TOO (5/10) - Esse episódio tinha tudo pra ser um dos melhores da temporada e eu adoraria ter gostado mais dele, já que a dupla Miley Cyrus e Angourie Rice (do bacaninha Todo Dia e do excelente Dois Caras Legais) é bem simpática, mas a diretora Anne Sewitzky não encontra o tom exato da proposta Black Mirror para realizar uma crítica ácida à indústria da música que manipula e molda os artistas ao bel prazer dos produtores, tal qual Nasce Uma Estrela fez com Lady Gaga.
Aliás, ao assistir o episódio é difícil não se lembrar do início de carreira de Miley Cyrus como Hannah Montana, um produto da Disney, e talvez esta seja a melhor analogia a ser feita com sua personagem. Ela é Ashley O, uma pop-star que não leva uma vida tão cor de rosa quanto parece. Ela é solitária e vive à base de remédios dados por sua empresária que a ajudam a compor músicas.
No outro lado da história temos Rachel (Rice), uma jovem fã de Ashley O que não tem muitos amigos, suas únicas companhias são o pai que vive trabalhando em seu projeto de exterminar ratos e a irmã Jack (Madison Davenport) que está sempre de fones e tocando sua guitarra.
É neste arco mais familiar que surge a tecnologia a ser desenvolvida pelo episódio, Rachel pede ao pai de presente de aniversário um boneco Ashley Too, uma inteligência artificial que interage com seu dono, seja cantando, conversando ou dançando.
O Ashley Too lembra a tecnologia utilizada no episódio White Christmas - a mente humana presa em uma máquina - mas é uma pena que o episódio nunca encontre aquele mesmo nível de profundidade, ele é todo levado numa abordagem infanto-juvenil que é difícil incomodar o espectador, parece mais uma realidade invertida saída de um episódio de Hannah Montana do que Black Mirror de fato.
Rachel, Jack and Ashley Too é a grande decepção da temporada, falta pungência e originalidade ao desenvolver a tecnologia, por outro lado, a crítica feita à indústria da música é válida e interessante, mas perde fôlego no meio do caminho e não funciona sozinha.
Black Mirror (5ª Temporada)
3.2 962SMITHEREENS (8/10) - Ok, este não é um episódio tradicional de Black Mirror que se passa num futuro próximo e no qual somos surpreendidos com o uso de uma tecnologia de ponta e ainda impensável. A trama de Smithereens é atualíssima e, por isso, o episódio é uma crítica social e empresarial que cai muito bem nos dias atuais em que aplicativos nos dominam e empresas nos tornam parte de sua própria tecnologia.
Não a toa, Chris (Andrew Scott) é um motorista de aplicativo - uma das profissões do momento - e fica sempre próximo à empresa de mídia social, Smithereens, à espera de um cliente, até que um dia ele atende à corrida de um funcionário da empresa e o sequestra. A partir daí, os momentos de tensão tomam conta e a abordagem humanista surge com força. Chris quer apenas uma coisa: falar com o dono da Smithereens, Billy Bauer (Topher Grace), para desabafar seus motivos e intenções.
Smithereens não quer surpreender o espectador por meio da tecnologia, pelo contrário, aqui são criticadas as formas com que nos tornamos reféns da tecnologia e dos aplicativos, seja na pele de uma mãe que perde a filha e precisa da senha de sua rede social para tentar achar alguma resposta ou até mesmo naquela olhadinha no celular enquanto dirigimos, que pode vir a ser fatal.
O episódio também mostra como os proprietários desses aplicativos e sites têm conhecimento de todo o perfil dos usuários até mesmo antes da polícia - o dono da Smithereens até brinca de Deus - e é a partir das informações que os sites recebem dos usuários que seus algoritmos são abastecidos e as notificações se tornam cada vez mais atraentes ao usuário refém das redes.
É uma faca de dois gumes, quando os apps trabalham em conjunto com a polícia ótimo, mas ao final tudo vira informação e a ânsia por essa informação nos torna prisioneiros de um mundo cada vez mais informatizado limitado a notificações que logo são arrastadas para o lado.
Black Mirror (5ª Temporada)
3.2 962STRIKING VIPERS (6/10) - Até que ponto estamos dependentes dos jogos e do celular? De ter a tecnologia, de fato, em nossas mãos.
Seja para pesquisar algum famoso no Google Imagens e saber de quem estão falando ou até mesmo para fugir das convenções sexuais de uma sociedade conservadora e nos satisfazer sozinhos. O celular sempre está ali para nos ajudar rapidinho.
Hoje em dia, os videogames - de realidade virtual ou não - e os celulares são muito mais do que apenas um artefato tecnológico, viraram também uma extensão do nosso subconsciente. Somos personagens no virtual e pessoas "comuns" no mundo real?
O que fazemos no "mundo virtual" é só nosso, mas e quando compartilhamos "nossas coisas" com alguém e isso passa a ser confundido na vida real? Será só confusão mesmo? Não estaríamos experimentando e descobrindo algo novo? E o preconceito enraizado?
A ideia deste Striking Vipers é interessante e mais abre o leque para discussão do que dá argumentos sobre o que trata. A transição do segundo para o terceiro ato é lenta e o episódio no geral não traz um grande desenvolvimento de personagens, dependendo bastante dos saltos de tempo para aumentar o drama e sensação de isolamento dos protagonistas.
Ao final, é deixado para o espectador perceber o mal e a reclusão que a tecnologia pode trazer em uma época onde pessoas trabalham e se fecham demais e interagem de menos. Reflexos da sociedade. O cenário da cidade de São Paulo, a selva de pedra, encaixa perfeitamente na proposta.
Mesmo que não seja um episódio com um plot twist surpreendente, ainda assim cumpre o que promete: discutir as atitudes das pessoas com base na dependência delas na tecnologia. Isso é Black Mirror.
Conversando Com um Serial Killer: Ted Bundy
4.2 221Mesmo que você não seja um aficionado por serial-killers, é bem provável que já tenha ouvido falar de Ted Bundy, um dos mais temidos e misóginos assassinos em série da história.
Se gosta, então Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy é perfeito pra você, mesmo que já conheça muito sobre esse ser de gênio forte e atitudes deploráveis que assolaram o oeste dos Estados Unidos e a Flórida nos anos 70.
O diretor Joe Berlinger, que também será o responsável por levar a história do assassino para as telonas no longa Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile, consegue, graças à duração de 200 minutos e ao belo trabalho de montagem dos editores, se aprofundar nos acontecimentos que tornaram Bundy uma lenda dos serial-killers.
Dividida em quatro capítulos, a série documental narra com riqueza de imagens de arquivo e áudios do próprio Bundy no corredor da morte, os passos do assassino em sua trilha de horror e medo, reunindo também entrevistas atuais de pessoas ligadas à sua prisão e execução e até uma vítima que conseguiu escapar de suas mãos.
Os capítulos três e quatro são os mais impressionantes, pois são os que mostram tanto as fugas ousadas de Bundy quanto suas artimanhas durante seu julgamento e até após sua sentença de morte, conseguindo arrastar sua execução por praticamente uma década. E, como há males que vêm para o bem, também sobra espaço para mostrar a importância de Bundy ao "trabalhar" em conjunto com o FBI.
Uma mente que chegou a impressionar o juiz de seu julgamento "adoraria ter trabalho com você, pena que escolheu o lado errado" e que permanece até hoje tentando ser decifrada.
Black Mirror (4ª Temporada)
3.8 1,3K Assista AgoraNo geral gostei desta quarta temporada pois, assim como as outras, tem episódios ótimos, medianos e ruins (mas nenhum odiável).
Uma temporada com personagens femininas que dão o tom em TODOS episódios. Não sei se por acaso ou não, mas as mulheres estão bastante presentes e importantes aqui.
USS Callister - A princípio a ideia é interessante, mas excessivamente longo e falta aquele final "black mirror". Nota 3/5
Arkangel - O mais fraco da temporada. Arrastado e, apesar do ótimo final, fica devendo no geral. Nota 2/5
Crocodile - Talvez o menos black mirror dos episódios, apesar do artefato utilizado. A execução é ótima, mas o final fraco. Nota 3/5
Hang the DJ - Obra-prima. Isso sim é Black Mirror. 5/5
Metalhead - Muito bem filmado e a fotografia em preto e branco é bem utilizada. Um episódio que não choca, mas chama a atenção. 3/5
Black Museum - Outro episódio que faz jus a Black Mirror. Tem seus excessos, mas no geral é uma ótima distração. 4/5
Lost (6ª Temporada)
3.9 998 Assista AgoraDeixo em Lost toda a minha admiração e paixão pelos personagens mais fantásticos e mais bem construídos de toda a minha vida.
Não é nada fácil manter 6 temporadas em alto nível e dar um final digno a tantos personagens entrelaçados em diversas camadas.
Adorei o final e nada me incomoda.
Personagens favoritos: Desmond, Jack, Sun, Jin e Ben.
Ordem de temporadas: 1ª, 6ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª.
Com certeza a série ficará pra sempre no meu coração.
Lost (3ª Temporada)
4.3 387 Assista AgoraSó eu odeio o Charlie? Puta cara chato. Foi tarde.
3% (1ª Temporada)
3.6 772 Assista AgoraFinalmente chega à Netflix a primeira série original brasileira sob sua batuta. A direção é do uruguaio radicado no Brasil, César Charlone, indicado ao Oscar de Melhor Fotografia por Cidade de Deus, e que também trabalhou em outras produções como O Jardineiro Fiel e Ensaio Sobre a Cegueira. A ideia da série já existia há anos, com um episódio piloto lançado em 2011 por Pedro Aguilera, que agora é um dos roteiristas.
A história é bem simples: em um futuro distópico, a sociedade se divide entre os escassos, que vivem no Continente ou “lado de cá”, e os fartos, que vivem no Maralto ou “lado de lá”. Ao completarem 20 anos, os jovens do lado escasso são submetidos a um processo altamente exigente com provas de raciocínio lógico e habilidades físicas onde apenas 3% deles serão selecionados para que possam seguir ao Maralto, onde há justiça, dignidade e fartura.
Tendo esta premissa como base, a série desenvolve sua história sem grande originalidade, ao ter elementos de Battle Royale e Jogos Vorazes na narrativa e também ao tratar de temas como a cobiça e individualismo, diferença de classes, além da distorção de valores éticos e morais, mas sem apelo emocional e sem muito mistério.
A série não perde tempo e sua história é bem dinâmica, trazendo oito episódios objetivos que não enrolam o espectador e vão direto ao ponto. Este é um dos poucos pontos positivos da série: ela é corajosa e não se limita, pena que isso não basta para que o trabalho final seja bom. Outra coisa bacana é a ideia dos flashbacks, que já vimos em Lost, mostrando a cada episódio um pouco de como cada personagem chegou ao Processo e quais são os seus ideais e motivos para estarem ali.
A partir do primeiro homicídio na história de Maralto, a capacidade do homem à frente do Processo, Ezequiel (João Miguel), é colocada em xeque, e um dos conselheiros do Maralto envia a enigmática e sexy Aline (Viviane Porto) para supervisioná-lo e seguir seus passos. Viviane Porto está ótima em seu papel e consegue passar com convicção o ar de mistério e de manipuladora necessários para mostrar ameaça a Ezequiel. João Miguel, por outro lado, infelizmente decepciona, não passando de um personagem apático que não convence a nenhum momento. A culpa não é só dele: o ator foi “sabotado” pelo roteiro, com frases fracas e diálogos péssimos.
Aliás, os diálogos e atuações são o calcanhar de Aquiles da série. Os atores parecem por muitas vezes robôs lendo suas falas, com todos os “pingos nos i’s” e vírgulas necessárias, soando forçados, e o roteiro tropeça nas próprias pernas por diversas vezes, ao dar soluções muito convencionais à história.
Os pontos fracos não param por aí, outra coisa que incomodará os mais críticos é a câmera amadora, com cortes e zooms bruscos que não tem real motivo para acontecerem, tentando conferir certo dinamismo e emoção à situação – que não acontece – e em alguns casos chega a gerar o efeito contrário.
O figurino dos moradores do Continente é de causar vergonha alheia, já que essas pessoas vivem na mais pura miséria, onde faltam alimentos, água e qualquer outra coisa que lhes dê uma condição de vida digna e o mais certo seria usarem peças de roupas muito surradas, ou até mesmo outros itens para encobrir seus corpos. Porém, eles se apresentam com roupas praticamente novas, apenas manchadas de sujeira e com rasgos que foram feitos à tesoura e não com o tempo.
O visual do Continente também é muito pouco explorado, vemos poucas cenas do local, que trazem apenas uma ideia de uma grande favela cercada por ruínas, não sabemos onde é, nem quantas pessoas restam, afinal, já são 100 anos vivendo pauperrimamente e, além disso, é difícil acreditar que ainda há esperança naquele local depois de tanto tempo.
Falando dos personagens, alguns ganham maior destaque, como Joana (Vaneza Oliveira), que é a mais bem trabalhada e desenvolvida pelo roteiro, e o cadeirante Fernando (Michel Gomes), um personagem que não é sabotado pelo roteiro. Bianca Comparato, que interpreta a aparente protagonista Michele, é mais uma que parece estar no piloto automático e não entrega uma atuação digna da importância de sua personagem. Rodolfo Valente, que interpreta o ambíguo Rafael, é fraquíssimo e tem as piores falas.
Resumindo, a série provavelmente contou com um orçamento baixo e não conseguiu entregar um trabalho primoroso em qualidade técnica, porém é sabido que não é necessário apenas isso para entregar um resultado agradável. Os atores, em sua grande maioria, estão péssimos, incomodados e não convencem – ironicamente, uns 3% se salvam. Atores mais conhecidos do público como Zezé Motta e Sérgio Mamberti são conselheiros do Maralto e são muito mal aproveitados pelo roteiro, podendo ser substituídos por qualquer outro ator, sem fazer nenhuma falta.
Caso haja a segunda temporada, é necessário que todas as pontas soltas sejam resolvidas com maior competência e que também o casting de atores seja melhor dirigido. Caso contrário, a série estará fadada ao fracasso. Isso é, se já não está.
Black Mirror (3ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraMais uma temporada que gera boas discussões sobre a terrível natureza humana.
Episódio 1 - Crítica bastante atual. As redes sociais nos dominaram. 4/5
Episódio 2 - Episódio de terror que não tem uma grande crítica à sociedade, porém é bacana de qualquer forma. 3/5
Episódio 3 - O mais aterrorizante da temporada, já vivenciamos o que acontece aqui. 3/5
Episódio 4 - Lindo e genial, deixem pra ver esse por último, é reconfortante. Muito bem conduzido. 5/5
Episódio 5 - Esse gera certa repulsa e também nos entrega um final que nos entristece. 3/5
Episódio 6 - O mais mal trabalhado dos episódios, poderia ser mais, se perde nas próprias pernas, apenas ok. 2/5
Black Mirror: White Christmas
4.5 452Ótimo especial, traz bem a essência da série. Virou um dos meus episódios favoritos.
Black Mirror (2ª Temporada)
4.4 753 Assista AgoraEssa temporada quase mantém o nível da primeira, o mérito dela é que tem um episódio com um plot twist muito bom, o que agrada aos amantes de séries.
Episódio 1: Interessante até, mas só fica nisso, não achei nada de mais.
Episódio 2: Muito bom e um suspense angustiante, o final é espetacular.
Episódio 3: O mais fraco e bobo. Dispensável.
Black Mirror (1ª Temporada)
4.4 1,3K Assista AgoraEpisódio 1: Bizarro, mostra que a série não veio pra ser só mais uma, chocante e até nojento, mesmo sem mostrar muito.
Episódio 2: Interessante na temática, mas uma bosta na execução.
Episódio 3: O melhor de todos disparado, vai até virar filme com produção do Downey Jr.
Narcos (2ª Temporada)
4.4 459 Assista AgoraÓtima temporada, pra mim, superior à primeira.
Pedro Pascal é um dos grandes destaque dessa temporada, tanto ele quanto seu personagem crescem cada vez mais na série e provavelmente terá grande força na terceira temporada.
O início da temporada é frenético e até o 6º episódio é praticamente perfeita, nos episódios finais ela fica um pouco mais dramática e a tensão se torna mais emoção e achei que ficou um pouquinho massante, mas mesmo assim manteve um ótimo nível e a conclusão foi ótima.
Episódio final muito bom com cenas e cortes do caso real.
Bates Motel (3ª Temporada)
4.3 607Ótima temporada, tanto pelo drama de Norman descobrir sobre seus apagões e também pelas subtramas que não são tão chatas e desnecessárias como as da segunda temporada.
Bates Motel (2ª Temporada)
4.2 645Achei essa temporada inferior se comparada à primeira, muitas tramas chatas só pra encher linguiça que não agregam realmente nada importante aos Bates. Emma esteve um pé no saco a temporada toda. Cody, apesar de linda, descartável. E aqueles amigos novos que a Norma fez? Não curti.
Narcos (1ª Temporada)
4.4 897 Assista AgoraGostei bastante. Ótima produção da Netflix.
Wagner Moura está muito bem como Escobar, vários trejeitos do traficante. É incrível ver como Pablo mandava e desmandava na Colômbia.
Que venha a segunda temporada, mas tomara que não encham muita linguiça, esse é o grande problema das séries em geral.
Stranger Things (1ª Temporada)
4.5 2,7K Assista AgoraAntes de mais nada, as palavras aqui expostas são apenas minha opinião e não tem intenção de serem uma verdade universal, muito pelo contrário. (sim, pleno 2016 e ainda tenho que falar isso).
Eu gostei da série, achei muito boa a questão da ambientação nos anos 80, todas as referências a filmes da época e etc, porém a série não me empolgou, não me emocionou e não me deixou tenso em nenhum momento e isso pra mim é crucial quando me pego assistindo algo.
Os três episódios começam MUITO bem, todo aquele mistério construído é muito bem conduzido, porém a partir do episódio 4 até o 6 a série fica num nível mediano e não empolga, só nos dois episódios finais é que a coisa volta a ficar boa, já que é necessário dar um ponto final à história.
Sobre os personagens, só dois se destacam pra mim: Onze e Sem-Dente. A garota de poucas palavras está muito bem e o garoto de poucos dentes é o alívio cômico necessário e também o mais centrado do grupo de garotos.
Winona não me agradou, tampouco os demais adultos e muito menos os adolescentes.
por mim todos podiam ter o mesmo destino da Barb.
A trilha é outra coisa muito boa que a série tem, com vários clássicos como Clash e Joy Division, até um Bowie aparece ali, mas ela vai perdendo força mais pros episódios finais.
No final, o saldo é positivo mas muito aquém do hype que estão fazendo por aí. Entendo quem está amando, já que a série é bacaninha e trata de ficção científica, drama e suspense, uma mistura que tem tudo pra dar certo, mas achei que se estendeu demais e faltaram variações ao roteiro que por vezes fica limitado e enfadonho.