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38 years Natal - (BRA)
Usuário desde Março de 2013
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Formado em Jornalismo e Rádio e TV (UFRN). Especialista em Libras (Fatern) e Cinema (UFRN). Sócio da empresa SetCenas. Operador de câmera e editor do Laboratório de Estudos GeoAmbientais (LEGeo UFRN). Foi produtor por cinco anos do programa de televisão O Canto da Lira (RedeTV RN).

Últimas opiniões enviadas

  • Arthur Zé

    Um filme cativante. Auggie Pullman, garoto de 10 anos, enfrentará a dificuldade de interagir com pessoas fora do seu convívio familiar ao se matricular na escola regular. O rosto deformado desta criança interpretado por Jacob Tremblay, tecnicamente possui uma maquiagem bem feita, ela reflete as dores das diversas cirurgias para reconstrução facial mas também permite que o jovem ator consiga mostrar as dores de sua alma diante dos olhares cortantes daqueles que reprovam a sua aparência.

    O filme possui o afeto como aliado. Além da introdução narrada pelo garoto em off e explorar o imaginário de Auggie de maneira que não soasse repetitivo e escapista demais, o filme também dá a "outra face".

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    A história admite que Auggie é o sol em que os personagens do filme orbitam, mas é generoso o suficiente para mostrar pontos de vista negligenciados como da irmã Via (Izabela Vidovic), Jack Will (Noah Jupe) e Miranda (Danielle Rose Russell). Não só vemos alguns momentos da história recontada por outro ponto de vista como descobrimos os sentimentos desses personagens isoladamente: descobrimos que Via por vezes não nutre o mais saudável pensamento em relação ao seu irmão assim como sabemos intimamente a nobreza e amor daqueles que traíram como Jack Will e Miranda. O ponto mais alto do filme é de que mesmo havendo os recortes formais com as cartelas dos nomes desses personagens, o filme flui e se dilui naturalmente na história, não obrigando o espectador ver cada ponto de vista de maneira exclusivamente fragmentada

    A relação de Auggie com a ciência lembra a admirável personalidade de Stephen Hawking, que supera suas limitações físicas com sua mente brilhante, mas também mostra a aceitação diante dos limites desse conhecimento humano - com bom humor -ao falar sobre suas cirurgias para Jack Will.

    Isabel (Julia Roberts), mãe de Auggie e Via, que educou o garoto informalmente em casa, vive um sutil conflito entre a superproteção e a permissão para ele se envolver com o mundo. Nate Pullman (Owen Wilson) demonstra o entendimento da hierarquia feminina (harmonizadora) em casa e funciona como alívio cômico. Aliás, o filme é bastante leve em boa parte de seus momentos, também mostrando que há uma alta autoestima natural em Augie: ele não vive apenas dramas, mas coisas comuns típicas da infância.

    "Extraordinário" é exatamente como o nome diz, ele apresenta uma situação incomum para a algumas pessoas, adentra com intimidade no mundo de Augie e de outros personagens. Essa profundidade permite sim reconhecer o extraordinário que cada um possui.

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    Um ponto positivo que avalio neste filme foi não apresentar barreiras no namoro de Via com Justin (Nadji Jeter): não creio que dilui a questão da luta racial pois o filme trata sobretudo do preconceito em relação a aparência, o que nos permite pensarmos sobre o assunto por um viés diferente. E aproveito o espaço de Spoilers para dizer como foi oportuno o lançamento deste filme nas salas de cinema na mesma época de "Star Wars: Os Últimos Jedi" pois este filme dá mais tempo de tela para Chewbacca do que a nova sequência espacial kkkk. Também achei a metáfora com Darth Sidius bem interessante. E será que esse filme se enquadra como "Filme de Natal?" Creio que sim, não só por apresentar a festa natalina em si (e a cena da ceia de que a personagem Miranda observa, angustiada, a família Pullman se divertindo - remete a vários filmes típicos de Natal como "Esqueceram de Mim" - e elo com a história do capacete de astronauta dado por ela), apesar que bastante diluída entre o Halloween e o Ano Novo, mas também pelos sentimentos como amor, aceitação e compreensão, além da redenção que muitos personagens têm durante o filme.

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  • Arthur Zé

    "Os Parças" debocha com a cultura dos cerimoniais de casamentos da alta sociedade.

    O filme, repleto de piadas como é de se esperar, possui muitos momentos forçados (não só no humor como em um único momento dramático que acontece com os três nordestinos). Os quatro companheiros de confusão, interpretados por Tom Cavalcante, Whidersson Nunes, Tirullipa e Bruno de Luca, demoram para funcionar como um grupo. O filme possui esquetes que não flui como uma narrativa única.

    Isso se deve em boa medida por problemas na montagem. Em termos narrativos, algumas sequências são acelerados e não fornecem melhores momentos daqueles vistos no trailer do filme. Outros simplesmente são situações que poderiam ser resolvidos em uma única cena, porém existe um vai-e-vem que mostra uma certa confusão também na elaboração do roteiro.

    Um momento que destaco como problemático em termos de montagem está na apresentação do pai da noiva chamado Vacário, interpretado por Taumaturgo Ferreira: acontece por meio de um corte brusco da reunião dos parças que passa para um plano detalhe de um anel de ouro, que é desse personagem - esse momento me deixou, como espectador, bastante confuso.

    Planos-detalhes servem, normalmente, para apresentar aos poucos um personagem imponente, misterioso. Porém, a forma displicente de montagem paralela entre a apresentação de Vacário e os parças continua. Quebrando esse princípio citado anteriormente, o rosto de Vacário aparece no visor do celular de um dos trambiqueiros do cerimonial. Em seguida, continua os planos-detalhes de Vacário ligando para o trambiqueiro da cena anterior. Ou seja, impacto da apresentação desse perigoso personagem se perde, mesmo se a intenção fosse apenas mostrar a riqueza de Vacário.

    Porém há pontos positivos também. Algumas piadas que funcionam, principalmente feitas por Tom Cavalcante, o único ator que na minha opinião está a vontade em fazer seu personagem - inclusive muitos momentos são construídos para ele explorar outras imitações como o bêbado que remete diretamente à João Canabrava.

    Resumindo, o filme dificilmente servirá de entretenimento para pessoas mais exigentes, principalmente no meio para o fim do filme pois a história perde ritmo. Mas possui seus momentos isolados de humor em um roteiro e montagem com dificuldade de se articular como uma obra coesa.

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  • Arthur Zé

    Um mosaico de sensações diante de um inimigo sem rosto. "Dunkirk", filme que se passa na II Grande Guerra, escrito e dirigido por Christopher Nolan, tenta dar voz aos envolvidos em um ousado resgate de soldados britânicos encurralados pelos inimigos nazistas no litoral da França.

    Três arcos que são apresentados no início como sendo na terra (deck), no mar e no ar, trazem uma vigorosa maneira de se contar uma história, mostrando uma interdependência entre os personagens, porém a experimentação de Nolan reside na linha temporal distinta entre cada um desses núcleos dramáticos.

    Arrisco traçar um comentário - certo que seja superficial mas que está a contento para este texto - sobre o raciocínio do diretor/roteirista, a ideia de que frações de segundos podem custar mais do que horas dependendo do referencial, como apresentados de forma espetacular em "A Origem" (2010) e referenciando a teoria de Einstein em "Interestelar" (2014).

    Já em "Dunkirk", a relatividade temporal é ditada pela velocidade das máquinas. O mar que separa Inglaterra da França pode ser alcançado em uma hora de avião ou um dia de barco. A montagem paralela, neste caso, assemelha-se com uma narrativa não-linear, algo que Quentin Tarantino apresentou em "Pulp Fiction", apenas para citar um exemplo de seus filmes.

    E como nos filmes de Tarantino, "Dunkirk" provoca uma sensação de causa e efeito em que a ação de um personagem de um núcleo interfere com o núcleo seguinte, mas não são apresentados de forma linear - e da mesma maneira força o espectador montar um quebra-cabeça para ressignificar alguns momentos do filme como o sobrevivente de um navio torpedeado, por exemplo.

    A sensação de elo entre personagens que aparentemente não têm nenhuma ligação soou para mim como força irrefreável do "destino" forjada pelas ações humanas. Os núcleos dramáticos que se passam no mar e no ar mostram personagens nobres que possuem convicções e farão o possível para cumprir sua missão. Já o que se passa na terra (deck) existe uma ambiguidade, porém, o público acompanha justamente a situação de três jovens que não pertencem a nenhum regimento e todas as trapaças empregadas visam a sobrevivência como um grupo.

    Os “covardes” retratados no filme são punidos ou pela morte ou por não saber da verdade, um tema que remete um dos melhores filmes de Nolan em minha opinião, “O Cavaleiro das Trevas”: quando Batman sacrifica sua reputação para amortecer a verdade em relação a Duas Caras. Outro momento em “Dunkirk” que lembra a trilogia desse super-herói é da barca com explosivos em que para se salvar alguém deve se sacrificar.

    Resumindo, “Dunkirk” é um ótimo filme, com trilha sonora que remete a batidas cardíacas e ponteiros de relógio feitos com muito cuidado por Hans Zimmer, com uma fotografia interessante porém bastante operacional (alguns momentos remetendo ao posicionamento de câmera utilizado na espaçonave de “Interestelar” não só nos aviões de combate britânicos como em uma cena em que soldados carregam uma maca para um barco) mas de alguma maneira, por ter esse ar de “destino”, não senti que os protagonistas teriam um risco real em suas linhas narrativas pois de alguma maneira, no final, deveriam se complementar para o desfecho do filme.

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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