Ficou bem claro que a Ann Freedman, de início, não sabia que as obras eram falsas. Deve ter desconfiado, mas ignorou as suspeitas, porque ela mesma queria que os quadros fossem verdadeiros. Com o tempo, cada vez mais a desconfiança crescia e, acredito que, nesse momento, ela simplesmente cagou para a autenticidade e continuou vendendo, porque, se "voltasse atrás", seu ego e sua reputação seriam manchados. Então, sim, ela tem culpa nisso, ainda que de início não soubesse que os quadros eram falsos, porque quis perpetuar a mentira. Outro aspecto interessante é saber como são frágeis os sistemas de registros de obras. É uma "putaria", ninguém sabe de nada. Não há constatação objetiva. Faz-me lembrar de TCCs de certos cursos, que são uma punhetação mental e regurgitação do "fulano falou aquilo" e "sicrano disse isso", mas quando você vai apurar melhor, não há originalidade nenhuma: são construções de autorreferência cíclica (um cita o outro, que cita o que citou). Também é decepcionante o sistema de justiça (que não é só ineficiente no Brasil). Infelizmente nada pode ser feito para prender o cara espanhol, que ainda debochou do diretor tentando vender uma gaita e o advogado que deu entrevista rindo. Decepção.
Nunca me interessei muito por desenhos, esculturas e pinturas.
Ultimamente (que também "descobri" a arte dos boardgames - que combina belíssimas pinturas com estratégias minimamente calculadas), venho ressignificando algumas coisas, e esse documentário veio justamente nesse contexto.
As artes de Szukalski me chamaram muito a minha atenção. Tinha vezes que eu pausava pra assistir.
A cada trecho da obra você fica se maravilhando. Cada vez que você revê, nota algo novo. Não é zoeira. É embaçadaço.
Agora consigo entende como esculturas, pinturas e quadros podem valer milhões de dólares.
Também entendi que existem vários tipos de genialidade, mas que a da arte é a mais bruta e pura que tem.
Esse cara é top 1 artista mundial de todos os tempos, sé loco.
Sinceramente, estou pensando em comprar os livros dele. Imaginem: você chega em casa depois do trabalho, toma um banho, põe um jazz, abre uma IPA, põe "os amendoim" salgado no potinho, acende aquela bomba e abre um livro com as obras do Szukalski?
Mas, por outro lado, filme não facilita o entendimento de diversos assuntos. Principalmente a questão de diferenciar "missão" (spark) de "propósito" (purpose). O que é um ponto extremamente negativo.
Uma vez, em um vídeo do Bruno Formiga, ele disse que o Maradona é o "Maior Personagem da História do Futebol", e eu, no meu subconsciente (não ciente do que ocorreu à época dos principais feitos de Maradona, pois nascido após), concordei, afinal, que outro jogador era baladeiro, drogado e craque como ele? Mas, mal sabia eu que a afirmação (Maior Personagem da História do Futebol) tinha uma conotação muito maior e mais específica. Meu pensamento sobre o Maradona era genérico (novamente, “afinal, que outro jogador era baladeiro, drogado e craque como ele?"). Só que esse pensamento mudou depois d'eu ter visto o documentário "Diego Maradona - Rebelde, Herói, Vigarista e Deus", do diretor Asif Kapadia. Em um primeiro momento, fiquei deslumbrado com o filme. Até cheguei a dizer em grupos de Whatsapp: "É uma história muito além do Futebol. O cara realmente é um "Deus", considerado o contexto com o qual ele realizou as conquistas". E no meio dessa mensagem de Whatsapp, relembrei, com meus amigos, o fato de que, durante nossa viagem à Argentina, em outubro do ano passado, quase fomos expulsos do hostel (com ameaças de chamar a Polícia) que estávamos hospedados, porque cantamos a famigerada música "Mil gols, mil gols, mil gols mil gols, só Pelé, só Pelé, Maradona cheirador". Maradona realmente é diferenciado. O cara veio da favela (“villa miseria”, em espanhol) chamada Villa Fiorito, e se destacou no futebol internacional (de fato, um clichê típico de um jogador de futebol: entretanto, o que veremos a seguir é um desfecho muito diferente). Foi para o centro do futebol mundial à época (parecido com o que é a Inglaterra hoje), mas jogando em um time pequeno, que nunca tinha ganhado o Calcio. Fez o inacreditável e levou o pequeno time ao primeiro título. Delírio da principal cidade do Sul Italiano: Nápoles. Um time que tem seus torcedores tratados pelos "nortenhos italianos" como escória do país, que merecem ser "lavados no fogo pelo Vesúvio". E ao mesmo tempo em que se tornava celebridade e vivia romances típicos de novela, também era casado com sua namorada de juventude, pessoa a qual ele amava e admirava. Mas as facilidades e privilégios que tem como estrela do esporte mais popular do mundo o vencem e cai em tentação, sendo seu primeiro filho apenas reconhecido 30 anos depois. "Arrependido" e com o fardo de carregar uma família inteira, acaba se envolvendo com drogas e não só: também se envolveu com a Máfia. Com uma Argentina vivendo uma Ditadura (que eles não falam Ditadura, e sim “Terrorismo de Estado”) horrível e tendo sua honra manchada pela perda de uma guerra (Malvinas – Falkland), Maradona, epicamente, faz o gol mais bonito da história das copas (e, quem sabe, o mais bonito da história) justamente contra a Inglaterra. Da mesma forma, faz um dos gols mais lembrados (se não o mais lembrado) da história: La Mano de Díos. Um gol que elimina a Inglaterra e com um gosto a mais: foi roubado. Foi incrivelmente roubado. Maradona encosta a mão na bola para encobrir o goleiro e ninguém percebe. E permanece silente. Como se fosse um roteiro pronto de filme. Se não bastasse, ganha o segundo e (até agora) último Calcio do Napoli. É realmente inacreditável. E por fim, antes da Semi-final da Copa de 90 (justamente contra a Itália, no estádio do Napoli), pede ajuda ao povo que tanto ajudou (napolitanos), para que torçam para a Argentina. Entretanto, é rechaçado e, após eliminar o país anfitrião, se torna uma espécie de vilão nacional, sendo perseguido covardemente até a sua derrocada. O filme me causou um misto de emoções, com pensamentos do tipo "tudo bem, mas achei possivelmente parcial, pois mostra um cara viciado e desregrado como vítima das circunstâncias" e "nossa, como o povo argentino é sofrido; na verdade, bem mais do que os brasileiros". Pesquisando mais a fundo sobre o tema, descobri que o Maradona disse, antes da semi de 1990: “I don’t like the fact that now everybody is asking Neapolitans to be Italian and to support their national team. Naples has always been marginalised by the rest of Italy. It is a city that suffers the most unfair racism”. De quebra também descobri que na Copa de 1994 ele chegou a jogar, com a Argentina ganhando, e que EXATAMENTE ele foi escolhido no exame anti-doping, o que levou à sua suspensão. Fora o fato de que o “exército de um homem só” conseguiu levar um time ruim (1990) à final e um quase eliminado (1986) ao título. Isso não passou no filme salvo engano. E, agora em um segundo momento, ressignifiquei tudo isso. Mudou totalmente o panorama ao qual enxergo Maradona. “Montei o quebra-cabeça”, e subitamente as “peças se encaixaram”. O cara mudou a história de dois países para sempre. Ele conseguiu ser o “pior” tipo de estereótipo de jogador de futebol (aquele que bebe, que fuma, que cheira, que vai pra balada) mas não apenas isso, conseguiu se tornar, concomitantemente, um herói, um vilão, um craque e um personagem de novela. Maradona não foi apenas um jogador de futebol, ele se tornou um personagem, não só da história do futebol, mas da história do mundo.
Meu Pai
4.4 1,2K Assista AgoraAtuação do Anthony Hopkins perfeita.
O Tigre Branco
3.8 403 Assista AgoraMuito bem produzido e com excelentes atuações.
O filme te prende.
Mas o final é apressado e pouco detalhado. Parece que enrolaram tanto no segundo ato (meio do filme) que não sobrou espaço para concluir direito
O Som do Silêncio
4.1 986 Assista AgoraMuito bem produzido e com excelentes atuações, mas o final é decepcionante.
Fake Art
3.5 25 Assista AgoraFicou bem claro que a Ann Freedman, de início, não sabia que as obras eram falsas. Deve ter desconfiado, mas ignorou as suspeitas, porque ela mesma queria que os quadros fossem verdadeiros.
Com o tempo, cada vez mais a desconfiança crescia e, acredito que, nesse momento, ela simplesmente cagou para a autenticidade e continuou vendendo, porque, se "voltasse atrás", seu ego e sua reputação seriam manchados.
Então, sim, ela tem culpa nisso, ainda que de início não soubesse que os quadros eram falsos, porque quis perpetuar a mentira.
Outro aspecto interessante é saber como são frágeis os sistemas de registros de obras. É uma "putaria", ninguém sabe de nada.
Não há constatação objetiva.
Faz-me lembrar de TCCs de certos cursos, que são uma punhetação mental e regurgitação do "fulano falou aquilo" e "sicrano disse isso", mas quando você vai apurar melhor, não há originalidade nenhuma: são construções de autorreferência cíclica (um cita o outro, que cita o que citou).
Também é decepcionante o sistema de justiça (que não é só ineficiente no Brasil). Infelizmente nada pode ser feito para prender o cara espanhol, que ainda debochou do diretor tentando vender uma gaita e o advogado que deu entrevista rindo.
Decepção.
Crip Camp: Revolução pela Inclusão
4.1 91O tema é muito bom mas a edição ficou arrastada demais.
Seaspiracy: Mar Vermelho
4.3 49Incrível como todo mundo sempre falou da carne vermelha...
A pesca sempre foi sendo deixada de lado. Mas, agora, vemos que é igual ou tão pior quanto à produção de carne.
A Vida em um Dia
4.3 7Teve gente falando aí que não vale a pena, mas vale sim, e muito.
Samurai X: O Filme
4.0 611 Assista AgoraFiquei surpreso com a qualidade desse filme. Esperava bem menos.
Crack: Cocaína, Corrupção e Conspiração
3.7 26 Assista AgoraLembra demais o documentário "Baseado em fatos raciais".
Drogas diferentes, mas a lógica de atacar o efeito e não o problema juntamente com racismo institucionalizado é igual.
A Vida e a Arte de Stanislaw Szukalski
4.3 21 Assista AgoraNunca me interessei muito por desenhos, esculturas e pinturas.
Ultimamente (que também "descobri" a arte dos boardgames - que combina belíssimas pinturas com estratégias minimamente calculadas), venho ressignificando algumas coisas, e esse documentário veio justamente nesse contexto.
As artes de Szukalski me chamaram muito a minha atenção. Tinha vezes que eu pausava pra assistir.
A cada trecho da obra você fica se maravilhando. Cada vez que você revê, nota algo novo. Não é zoeira. É embaçadaço.
Agora consigo entende como esculturas, pinturas e quadros podem valer milhões de dólares.
Também entendi que existem vários tipos de genialidade, mas que a da arte é a mais bruta e pura que tem.
Esse cara é top 1 artista mundial de todos os tempos, sé loco.
Sinceramente, estou pensando em comprar os livros dele. Imaginem: você chega em casa depois do trabalho, toma um banho, põe um jazz, abre uma IPA, põe "os amendoim" salgado no potinho, acende aquela bomba e abre um livro com as obras do Szukalski?
É rolê pra mais de hora, irmão. Brisando.
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2KQue bagulho triste da porra.
Soul
4.3 1,4KTem umas sacadas boas durante toda a película.
Mas, por outro lado, filme não facilita o entendimento de diversos assuntos. Principalmente a questão de diferenciar "missão" (spark) de "propósito" (purpose). O que é um ponto extremamente negativo.
Edifício Master
4.3 372 Assista AgoraFilmaço! Cada pessoa vive em uma bolha gigante e é unicamente única.
Dieta de Gladiadores
4.2 47Muito bom. Estou quase convencido a me tornar vegano. Gostaria que quem manjasse fizesse algum comentário sobre.
A Vida Invisível
4.3 645Filme triste e que aproveita a todo momento para fazer críticas à sociedade patriarcal.
É bom no geral. Só a iluminação que ficou péssima, uma das piores que já vi em um filme.
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 798 Assista AgoraMuito bom. Excelente produção e atuação. Impecável.
A lição que fica é: moderação. Vamos evitar usar o álcool em momentos tristes, apenas felizes.
E isso serve para qualquer droga.
Diego Maradona - Rebelde, Herói, Vigarista e Deus
4.0 18 Assista AgoraUma vez, em um vídeo do Bruno Formiga, ele disse que o Maradona é o "Maior Personagem da História do Futebol", e eu, no meu subconsciente (não ciente do que ocorreu à época dos principais feitos de Maradona, pois nascido após), concordei, afinal, que outro jogador era baladeiro, drogado e craque como ele?
Mas, mal sabia eu que a afirmação (Maior Personagem da História do Futebol) tinha uma conotação muito maior e mais específica.
Meu pensamento sobre o Maradona era genérico (novamente, “afinal, que outro jogador era baladeiro, drogado e craque como ele?"). Só que esse pensamento mudou depois d'eu ter visto o documentário "Diego Maradona - Rebelde, Herói, Vigarista e Deus", do diretor Asif Kapadia.
Em um primeiro momento, fiquei deslumbrado com o filme.
Até cheguei a dizer em grupos de Whatsapp: "É uma história muito além do Futebol. O cara realmente é um "Deus", considerado o contexto com o qual ele realizou as conquistas".
E no meio dessa mensagem de Whatsapp, relembrei, com meus amigos, o fato de que, durante nossa viagem à Argentina, em outubro do ano passado, quase fomos expulsos do hostel (com ameaças de chamar a Polícia) que estávamos hospedados, porque cantamos a famigerada música "Mil gols, mil gols, mil gols mil gols, só Pelé, só Pelé, Maradona cheirador".
Maradona realmente é diferenciado. O cara veio da favela (“villa miseria”, em espanhol) chamada Villa Fiorito, e se destacou no futebol internacional (de fato, um clichê típico de um jogador de futebol: entretanto, o que veremos a seguir é um desfecho muito diferente).
Foi para o centro do futebol mundial à época (parecido com o que é a Inglaterra hoje), mas jogando em um time pequeno, que nunca tinha ganhado o Calcio.
Fez o inacreditável e levou o pequeno time ao primeiro título. Delírio da principal cidade do Sul Italiano: Nápoles. Um time que tem seus torcedores tratados pelos "nortenhos italianos" como escória do país, que merecem ser "lavados no fogo pelo Vesúvio".
E ao mesmo tempo em que se tornava celebridade e vivia romances típicos de novela, também era casado com sua namorada de juventude, pessoa a qual ele amava e admirava. Mas as facilidades e privilégios que tem como estrela do esporte mais popular do mundo o vencem e cai em tentação, sendo seu primeiro filho apenas reconhecido 30 anos depois.
"Arrependido" e com o fardo de carregar uma família inteira, acaba se envolvendo com drogas e não só: também se envolveu com a Máfia.
Com uma Argentina vivendo uma Ditadura (que eles não falam Ditadura, e sim “Terrorismo de Estado”) horrível e tendo sua honra manchada pela perda de uma guerra (Malvinas – Falkland), Maradona, epicamente, faz o gol mais bonito da história das copas (e, quem sabe, o mais bonito da história) justamente contra a Inglaterra.
Da mesma forma, faz um dos gols mais lembrados (se não o mais lembrado) da história: La Mano de Díos. Um gol que elimina a Inglaterra e com um gosto a mais: foi roubado. Foi incrivelmente roubado. Maradona encosta a mão na bola para encobrir o goleiro e ninguém percebe. E permanece silente. Como se fosse um roteiro pronto de filme.
Se não bastasse, ganha o segundo e (até agora) último Calcio do Napoli. É realmente inacreditável.
E por fim, antes da Semi-final da Copa de 90 (justamente contra a Itália, no estádio do Napoli), pede ajuda ao povo que tanto ajudou (napolitanos), para que torçam para a Argentina. Entretanto, é rechaçado e, após eliminar o país anfitrião, se torna uma espécie de vilão nacional, sendo perseguido covardemente até a sua derrocada.
O filme me causou um misto de emoções, com pensamentos do tipo "tudo bem, mas achei possivelmente parcial, pois mostra um cara viciado e desregrado como vítima das circunstâncias" e "nossa, como o povo argentino é sofrido; na verdade, bem mais do que os brasileiros".
Pesquisando mais a fundo sobre o tema, descobri que o Maradona disse, antes da semi de 1990: “I don’t like the fact that now everybody is asking Neapolitans to be Italian and to support their national team. Naples has always been marginalised by the rest of Italy. It is a city that suffers the most unfair racism”.
De quebra também descobri que na Copa de 1994 ele chegou a jogar, com a Argentina ganhando, e que EXATAMENTE ele foi escolhido no exame anti-doping, o que levou à sua suspensão.
Fora o fato de que o “exército de um homem só” conseguiu levar um time ruim (1990) à final e um quase eliminado (1986) ao título.
Isso não passou no filme salvo engano. E, agora em um segundo momento, ressignifiquei tudo isso.
Mudou totalmente o panorama ao qual enxergo Maradona. “Montei o quebra-cabeça”, e subitamente as “peças se encaixaram”.
O cara mudou a história de dois países para sempre.
Ele conseguiu ser o “pior” tipo de estereótipo de jogador de futebol (aquele que bebe, que fuma, que cheira, que vai pra balada) mas não apenas isso, conseguiu se tornar, concomitantemente, um herói, um vilão, um craque e um personagem de novela.
Maradona não foi apenas um jogador de futebol, ele se tornou um personagem, não só da história do futebol, mas da história do mundo.
Borat: Fita de Cinema Seguinte
3.6 552 Assista AgoraNão dei uma risada. Humor bobinho. Acho que tá datado
One Child Nation
4.1 75caramba, incrível como a China parece outro mundo dentro da Terra
ainda não "entendi direito" o que acabei de ver
Puro-Sangue
3.2 232 Assista AgoraGostei do filme. Atuações das protagonistas muito boas.
Pulp Fiction: Tempo de Violência
4.4 3,7K Assista AgoraFezes. Não consegui parar de dormir durante o filme
Velozes e Furiosos
3.4 626 Assista AgoraClassicasso do cinema.
O Preço de um Resgate
3.5 253 Assista AgoraTenso demais.
No Limite do Amanhã
3.8 1,5K Assista AgoraFilme de ação topzasso.