Isabelle carrega o ressentimento de um pai ausente e, por isso, é distante da mãe e compreendida pelo irmão. Uma adolescente que faz do início da sua liberdade de conduzir a vida, uma busca pela satisfação sexual de homens mais velhos. Ela encontra em George a figura paternal que tanto procura, o homem grisalho que enxergou sua carência, e ele é seduzido pelos mesmos olhos melancólicos do passado, maduros e insaciáveis, contrastando com o corpo de menina. A impressão que eu tive foi de que o diretor perdeu o rumo da história.
“As boas maneiras” me pareceu um título guardado pelo diretor esperando por uma boa oportunidade: não encaixou! O filme também pecou pelo roteiro fraco, pelo excesso de clichês sobre minorias, pela falta de continuidade. As cenas de lesbianismo explícito enfraqueceram o suspense (a sutileza o deixaria mais robusto), assim como a mudança de estilo com o musical, que poderia ter sido melhor incorporado. A direção é razoável, há muitas cenas silenciosas não preenchidas adequadamente. Dito isso, ressalto os pontos fortes como a atuação da Marjorie e do lobinho; os efeitos especiais (amei o bebê monstro!); na ideia de trazer a ficção para a realidade atual. Tomara que inspire novos filmes do gênero!
Trier e seu “cinema novo” é genial! Não se deixe impressionar pelas cenas chocantes, matematicamente bem colocadas, e mergulhe sem piedade no complicado mundo da sexualidade humana. O preço da racionalização do instinto é sufocar o prazer. No entanto, o prazer da luxúria é fugaz, insaciável e capaz de devorar a própria racionalidade. O poder mítico do falo, os dogmas morais, a frigidez... O filme é um constante duelo entre o desejo e a razão, que desnuda a hipocrisia com um roteiro denso e direção brilhante.
Um dos filmes mais bonitos que já vi! Uma lição do que é o verdadeiro talento e de como a arte pode vencer preconceitos, um tributo à gratidão! Belíssima direção e atuações.
O suspense nos prende do começo ao fim e acho que cabe duas interpretações. Uma literal, como a vingança da natureza contra os malefícios da humanidade; e outra metafórica, de como o medo daquilo que não podemos controlar, como o nosso proprio destino, pode ser capaz de nos conduzir a autodestruição. O “enxergar” é a verdadeira cegueira, de quem se ilude com aquilo que quer ver, o equívoco está em achar que o medo da realidade é pior do que a decepção provocada pela ilusão. É preciso certa cegueira emocional para enfrentar a correnteza da vida, é preciso fechar os olhos para não cairmos nas armadilhas de nossas ilusões sedutoras, para ouvirmos melhor nossos instintos, apesar de escondidos, que nos avisam do mal à espreita e nos guiam por caminhos que tornam a vida mais suportável, como o que leva a espiritualidade. Sandra Bullock está fantástica!
Critica feroz à cobrança social que nos obriga a seguir padrões de comportamentos como forma de “racionalidade”. Que impõe o matrimônio como única condição de convívio social; que só aceita como parceiro ideal o reflexo de nós mesmos; que nos divide conforme a opção sexual; que define os solitários como fracassados que precisam ser banidos; que rouba nossa individualidade para nos prender em tribos morais. Animais são livres! Humanos são egocêntricos! Amor não existe! Filme para profundos.
Um filme interessante, mostra um homem que encontrou como companhia a natureza ríspida, tirando dela seu sustento e a sabedoria de viver o presente. Esse homem-bicho, que aprendeu com a vida selvagem a ser forte, e um tanto rude, para sobreviver, também aprendeu a ser protetor com os seus. Assim como a natureza, foi presa fácil da condição humana e incapaz de lidar com a ganacia e com a traição. Como sempre: "O homem e o lobo do homem!".
Um drama lento, necessário para o entendimento real do que se passa entre mãe e filha. O resgate incomodo de um passado denso, onde a culpa se dilui na empatia e no pagamento justo de uma dívida de sofrimento, com a sacada dos cliques de fotografia nas mudanças de cena, que não nos deixam esquecer essa dolorosa lembrança. Belíssimas atuações das protagonistas, cujas expressões foram bem encaixadas no cenario contrastante da realidade de ambas. É uma história que poderia ser contada de diversas formas mas, nessa, é para "profundos"!
Série fantástica, atuações brilhantes, fotografia e direção também. Me deixou com vontade de mais. Agora, esperando a nova temporada de "Better call Saul" pra matar a saudade...
Um assassino psicopata ou a materializacao da vingança indígena, em uma terra invadida por mercenarios e pela droga? O personagem de T. L. Jones e seus antepassados sabem muito bem que, para sobreviver em um lugar assim, é preciso ser forte. E ser forte não é brincar de valente, é saber exatamente com quem não se deve mexer. Merecido Oscar para Javier Barden, um camaleão da telona.
No estilo cinema novo (não comercial), tipo "Lars Von Trier", o filme é completamente metafórico e ilustra a relação de um casal, onde o protagonismo esta na forma de amar. Enquanto ela quer construir uma relação sólida, mas que aprisiona e sufoca o ser amado; ele, por outro lado, deseja apenas ser objeto de admiração, se alimenta de incontáveis seguidores obcecados. Citando Nietzsche, ele ama ser amado, e não o ser que o ama. Não é à toa que ele destrói corações em intermináveis relações destrutivas. Como um vampiro, ele suga e se embriaga do amor alheio, mas despreza a carcaça. Como ídolo, se da por satisfeito em recolher o amor apenas como forma de troféu. Um thriller psicológico interessante mas que, infelizmente, peca em excesso de suspense e de efeitos especiais.
Para mim, Verónica e Veronique dividiam sentimentos como irmãs gêmeas separadas após o nascimento. Ambas valorizavam os sentidos da vida, como quem intuitivamente percebe a morte precoce, e mantinham uma forte relação com os pais, que pareciam compreendê-las, como se soubessem da questão da irmandade. Não só eles, mas também o títere viajante, com o qual Veronique se identificou nas histórias que contava. Ele manipulou muito além das marionetes, mas também seus sentimentos e vulnerabilidade. O filme cativa pela trilha sonora e pelas tomadas de cena que pausam nas expressões dos atores, como forma de expressar a sensibilidade das protagonistas. Tanto, que o mistério que as enlaça fica em segundo plano.
A atuação realistas das irmãs e um jogo de cena que consegue transmitir o drama da protagonista, quando nos coloca de testemunha do seu ciúme materno, de suas fraquezas e do seu fracasso assumido, são a fórmula para prender o telespectador em uma hora e pouco de drama familiar. Parabéns ao diretor novato!
Bizarro e sensacional, grotesco e sensível, sujo e puro, em um incômodo cenário cor de rosa. O filme retrata as deformidades dos desejos humanos, como a ambição, a perversão sexual, o mundo de aparências em detrimento do conteúdo. Levanta a questão do sofrimento moral quando o individuo tem que ir contra a sua natureza. Um pouco Nelson Rodrigues, um pouco Lars Von Trier, um pouco Almodóvar: aquele tapa na cara que nos faz mergulhar no subconsciente humano...
Longe de protagonizar ficção científica, esse filme trata da questão filosófica da busca pelo sentido da vida. Uma crítica a alienada fé cristã e sua promessa de paraíso póstumo; ao descaso da paternidade moderna; a substituição tecnológica dos relacionamentos humanos e o vazio existencial; a moral utilitarista onde o "marketing" manda e os operarios (o "nós" do personagem principal) obedecem...e por aí vai. Estimula reflexão, portanto, agradará a poucos.
Na minha opiniao, e o melhor tipo de comedia: une imbecilidade e inteligencia ao mesmo tempo. Monty Python, com os seus talentosos atores, como sempre, soube ironizar muito bem os defeitos e as fraquezas da humanidade. Nada melhor do que ri de si mesmo. Filme critico da decada de setenta, com piadas que podem funcionar ate os dias de hoje!
Jovem e Bela
3.4 477 Assista AgoraIsabelle carrega o ressentimento de um pai ausente e, por isso, é distante da mãe e compreendida pelo irmão. Uma adolescente que faz do início da sua liberdade de conduzir a vida, uma busca pela satisfação sexual de homens mais velhos. Ela encontra em George a figura paternal que tanto procura, o homem grisalho que enxergou sua carência, e ele é seduzido pelos mesmos olhos melancólicos do passado, maduros e insaciáveis, contrastando com o corpo de menina.
A impressão que eu tive foi de que o diretor perdeu o rumo da história.
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As Boas Maneiras
3.5 648 Assista Agora“As boas maneiras” me pareceu um título guardado pelo diretor esperando por uma boa oportunidade: não encaixou! O filme também pecou pelo roteiro fraco, pelo excesso de clichês sobre minorias, pela falta de continuidade. As cenas de lesbianismo explícito enfraqueceram o suspense (a sutileza o deixaria mais robusto), assim como a mudança de estilo com o musical, que poderia ter sido melhor incorporado. A direção é razoável, há muitas cenas silenciosas não preenchidas adequadamente. Dito isso, ressalto os pontos fortes como a atuação da Marjorie e do lobinho; os efeitos especiais (amei o bebê monstro!); na ideia de trazer a ficção para a realidade atual.
Tomara que inspire novos filmes do gênero!
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraTrier e seu “cinema novo” é genial!
Não se deixe impressionar pelas cenas chocantes, matematicamente bem colocadas, e mergulhe sem piedade no complicado mundo da sexualidade humana. O preço da racionalização do instinto é sufocar o prazer. No entanto, o prazer da luxúria é fugaz, insaciável e capaz de devorar a própria racionalidade. O poder mítico do falo, os dogmas morais, a frigidez... O filme é um constante duelo entre o desejo e a razão, que desnuda a hipocrisia com um roteiro denso e direção brilhante.
A Festa de Babette
4.0 243Um dos filmes mais bonitos que já vi! Uma lição do que é o verdadeiro talento e de como a arte pode vencer preconceitos, um tributo à gratidão!
Belíssima direção e atuações.
Caixa de Pássaros
3.4 2,3K Assista AgoraO suspense nos prende do começo ao fim e acho que cabe duas interpretações. Uma literal, como a vingança da natureza contra os malefícios da humanidade; e outra metafórica, de como o medo daquilo que não podemos controlar, como o nosso proprio destino, pode ser capaz de nos conduzir a autodestruição. O “enxergar” é a verdadeira cegueira, de quem se ilude com aquilo que quer ver, o equívoco está em achar que o medo da realidade é pior do que a decepção provocada pela ilusão. É preciso certa cegueira emocional para enfrentar a correnteza da vida, é preciso fechar os olhos para não cairmos nas armadilhas de nossas ilusões sedutoras, para ouvirmos melhor nossos instintos, apesar de escondidos, que nos avisam do mal à espreita e nos guiam por caminhos que tornam a vida mais suportável, como o que leva a espiritualidade.
Sandra Bullock está fantástica!
O Lagosta
3.8 1,5K Assista AgoraCritica feroz à cobrança social que nos obriga a seguir padrões de comportamentos como forma de “racionalidade”. Que impõe o matrimônio como única condição de convívio social; que só aceita como parceiro ideal o reflexo de nós mesmos; que nos divide conforme a opção sexual; que define os solitários como fracassados que precisam ser banidos; que rouba nossa individualidade para nos prender em tribos morais.
Animais são livres!
Humanos são egocêntricos!
Amor não existe!
Filme para profundos.
Sob a Pele do Lobo
3.0 117 Assista AgoraUm filme interessante, mostra um homem que encontrou como companhia a natureza ríspida, tirando dela seu sustento e a sabedoria de viver o presente. Esse homem-bicho, que aprendeu com a vida selvagem a ser forte, e um tanto rude, para sobreviver, também aprendeu a ser protetor com os seus. Assim como a natureza, foi presa fácil da condição humana e incapaz de lidar com a ganacia e com a traição. Como sempre: "O homem e o lobo do homem!".
O Vazio do Domingo
3.7 122 Assista AgoraUm drama lento, necessário para o entendimento real do que se passa entre mãe e filha. O resgate incomodo de um passado denso, onde a culpa se dilui na empatia e no pagamento justo de uma dívida de sofrimento, com a sacada dos cliques de fotografia nas mudanças de cena, que não nos deixam esquecer essa dolorosa lembrança. Belíssimas atuações das protagonistas, cujas expressões foram bem encaixadas no cenario contrastante da realidade de ambas. É uma história que poderia ser contada de diversas formas mas, nessa, é para "profundos"!
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No Half Measures: Creating the Final Season of Breaking Bad
4.5 9Série fantástica, atuações brilhantes, fotografia e direção também. Me deixou com vontade de mais. Agora, esperando a nova temporada de "Better call Saul" pra matar a saudade...
Onde os Fracos Não Têm Vez
4.1 2,4K Assista AgoraUm assassino psicopata ou a materializacao da vingança indígena, em uma terra invadida por mercenarios e pela droga? O personagem de T. L. Jones e seus antepassados sabem muito bem que, para sobreviver em um lugar assim, é preciso ser forte. E ser forte não é brincar de valente, é saber exatamente com quem não se deve mexer. Merecido Oscar para Javier Barden, um camaleão da telona.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraNo estilo cinema novo (não comercial), tipo "Lars Von Trier", o filme é completamente metafórico e ilustra a relação de um casal, onde o protagonismo esta na forma de amar. Enquanto ela quer construir uma relação sólida, mas que aprisiona e sufoca o ser amado; ele, por outro lado, deseja apenas ser objeto de admiração, se alimenta de incontáveis seguidores obcecados. Citando Nietzsche, ele ama ser amado, e não o ser que o ama. Não é à toa que ele destrói corações em intermináveis relações destrutivas. Como um vampiro, ele suga e se embriaga do amor alheio, mas despreza a carcaça. Como ídolo, se da por satisfeito em recolher o amor apenas como forma de troféu. Um thriller psicológico interessante mas que, infelizmente, peca em excesso de suspense e de efeitos especiais.
A Dupla Vida de Véronique
4.1 276 Assista AgoraPara mim, Verónica e Veronique dividiam sentimentos como irmãs gêmeas separadas após o nascimento. Ambas valorizavam os sentidos da vida, como quem intuitivamente percebe a morte precoce, e mantinham uma forte relação com os pais, que pareciam compreendê-las, como se soubessem da questão da irmandade. Não só eles, mas também o títere viajante, com o qual Veronique se identificou nas histórias que contava. Ele manipulou muito além das marionetes, mas também seus sentimentos e vulnerabilidade. O filme cativa pela trilha sonora e pelas tomadas de cena que pausam nas expressões dos atores, como forma de expressar a sensibilidade das protagonistas. Tanto, que o mistério que as enlaça fica em segundo plano.
Krisha
3.7 83A atuação realistas das irmãs e um jogo de cena que consegue transmitir o drama da protagonista, quando nos coloca de testemunha do seu ciúme materno, de suas fraquezas e do seu fracasso assumido, são a fórmula para prender o telespectador em uma hora e pouco de drama familiar. Parabéns ao diretor novato!
Peles
3.4 590 Assista AgoraBizarro e sensacional, grotesco e sensível, sujo e puro, em um incômodo cenário cor de rosa. O filme retrata as deformidades dos desejos humanos, como a ambição, a perversão sexual, o mundo de aparências em detrimento do conteúdo. Levanta a questão do sofrimento moral quando o individuo tem que ir contra a sua natureza. Um pouco Nelson Rodrigues, um pouco Lars Von Trier, um pouco Almodóvar: aquele tapa na cara que nos faz mergulhar no subconsciente humano...
O Teorema Zero
3.1 224 Assista AgoraLonge de protagonizar ficção científica, esse filme trata da questão filosófica da busca pelo sentido da vida. Uma crítica a alienada fé cristã e sua promessa de paraíso póstumo; ao descaso da paternidade moderna; a substituição tecnológica dos relacionamentos humanos e o vazio existencial; a moral utilitarista onde o "marketing" manda e os operarios (o "nós" do personagem principal) obedecem...e por aí vai. Estimula reflexão, portanto, agradará a poucos.
Monty Python em Busca do Cálice Sagrado
4.2 742 Assista AgoraNa minha opiniao, e o melhor tipo de comedia: une imbecilidade e inteligencia ao mesmo tempo. Monty Python, com os seus talentosos atores, como sempre, soube ironizar muito bem os defeitos e as fraquezas da humanidade. Nada melhor do que ri de si mesmo. Filme critico da decada de setenta, com piadas que podem funcionar ate os dias de hoje!