Todo filme é um recorte bem delimitado e que, diferente do discurso historiográfico, não necessita das amarras do "real". Com isso em mente, a experiência da trama é melhor "digerida" pelo telespectador. O que implica dizer que um filme "baseado em fatos" não é o mesmo de um filme "factualmente verídico"; e essa condição está presente neste filme em particular. Personagens historicamente deslocadas de suas posições, diálogos fora de contexto e situações estereotipadas permeiam toda a narrativa do longa. Logo, como representação histórica possui falhas, mas ao entreter - que é objetivo final dessa película - é muito competente. Assista e aproveite o drama.
Há muita produção sobre a temática de guerra, mas não me recordo de uma trama em que a centralidade seja o conflito bélico entre tanques de guerra. A trilha sonora é muito boa e os figurinos dão um ar de verossimilhança ao filme. Em geral, o filme possui um bom drama e com o último ato bem vibrante e, as vezes, angustiante ao telespectador. Ao meu vale investir o seu tempo nesta obra.
"Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça" e com esse mantra Glauber Rocha produziu epopeias brasileiras no século XX. Entre as precocidades temos "Deus e o Diabo na Terra do Sol", que foi um marco na produção cinematográfica nacional. Glauber criou um estilo, uma performance e um discurso em suas obras que permanecem vivas em nossa memória coletiva. Como disse Darcy Ribeiro sobre Glauber Rocha: "fica para nós a herança de sua indignação; ele foi o mais indignado de nós! vivendo entre a esperança e o desespero por um mundo que poderia ser melhor", sigamos, portanto, indignados, indignados, em busca por um mundo melhor: sigamos a perpetuar viva a chama, melhor dizendo, o "incêndio cultural" que foi Glauber. Sigamos Indignados!
Assim como dissera Alex DeLarge: "I like to viddy the old films now and again". E nisso ei de concordar. Nas últimas décadas tem se escrito muito sobre a influência da distopia no cinema, na literatura, na mídia, mas uma das primeiras obras do cinema moderno a escancarar essa porta de forma tão primal, agressiva e com toques de psicopatia é, sem sombra de dúvida, a adaptação do romance "A Clockwork Orange" para as telas em 1971 nas mãos do Kubrick. Não irei redigir aqui uma tese sobre a influência de Freud e Nietzsche na obra, nem tão pouco um comentário elencando sobre a paleta de cores, os simbolismos, a crítica a pós-modernidade ou um debate sobre repressão/ausência estatal, impondo aqui argumentos do o porquê de assistir a este filme do século XX. Apenas redijo neste campo que está obra é um "horroshow" e que você der uma chance a Alex e seus "droogs".
Assim como a brilhante obra francesa de comédia "The Artist" (2011) tem como tema o cinema dos anos 1920/1930, aqui, em Mank (2020), o background é a própria Hollywood. Cabe ressaltar que tanto a ambientação, figurinos e cenários são, nos dois casos, bastante próximos, mas as comparações acabam aqui. Em Mank, diferente de The Artist, a verborragia corre solta, os personagens são estereotipados e falta dinamismo no roteiro. Não me entendam mal: o filme não é detestável e inassistível, apenas não apresenta uma trama das mais memoráveis.
Possui um ritmo mais vagaroso, porém inova ao romper com a dinamicidade do tempo na construção das personagens da trama. É uma boa narrativa para quem busca algo mais introspectivo e "fora da caixa".
VISCERAL, TEMPESTUOSO E CONTEMPORÂNEO. As palavras escritas em letras garrafais parecem meros rótulos, mas discordo: o filme é sobre o Terceiro Mundo; sobre o Brasil; sobre todos os desterrados da terra, os filhos e filhas de um mundo vazio. Sobre nós. A pobreza, a corrupção, a crueza da carne e os silêncios dos esquecidos. Que obra, senhores, que obra!
Ao acompanhar a perda da audição da personagem somos levados pela tormenta dessa nova situação. Acompanhando - intimamente - as inseguranças, mas também os aprendizados a respeito desse universo totalmente novo que é a surdez. Por fim, é uma experiência de alteridade, compreensão e de afirmação do indivíduo. Vale cada minuto!
Círculo de Fogo
4.0 455 Assista AgoraTodo filme é um recorte bem delimitado e que, diferente do discurso historiográfico, não necessita das amarras do "real". Com isso em mente, a experiência da trama é melhor "digerida" pelo telespectador. O que implica dizer que um filme "baseado em fatos" não é o mesmo de um filme "factualmente verídico"; e essa condição está presente neste filme em particular. Personagens historicamente deslocadas de suas posições, diálogos fora de contexto e situações estereotipadas permeiam toda a narrativa do longa. Logo, como representação histórica possui falhas, mas ao entreter - que é objetivo final dessa película - é muito competente. Assista e aproveite o drama.
Corações de Ferro
3.9 1,4K Assista AgoraHá muita produção sobre a temática de guerra, mas não me recordo de uma trama em que a centralidade seja o conflito bélico entre tanques de guerra. A trilha sonora é muito boa e os figurinos dão um ar de verossimilhança ao filme. Em geral, o filme possui um bom drama e com o último ato bem vibrante e, as vezes, angustiante ao telespectador. Ao meu vale investir o seu tempo nesta obra.
Deus e o Diabo na Terra do Sol
4.1 429 Assista Agora"Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça" e com esse mantra Glauber Rocha produziu epopeias brasileiras no século XX. Entre as precocidades temos "Deus e o Diabo na Terra do Sol", que foi um marco na produção cinematográfica nacional. Glauber criou um estilo, uma performance e um discurso em suas obras que permanecem vivas em nossa memória coletiva. Como disse Darcy Ribeiro sobre Glauber Rocha: "fica para nós a herança de sua indignação; ele foi o mais indignado de nós! vivendo entre a esperança e o desespero por um mundo que poderia ser melhor", sigamos, portanto, indignados, indignados, em busca por um mundo melhor: sigamos a perpetuar viva a chama, melhor dizendo, o "incêndio cultural" que foi Glauber. Sigamos Indignados!
Laranja Mecânica
4.3 3,8K Assista AgoraAssim como dissera Alex DeLarge: "I like to viddy the old films now and again". E nisso ei de concordar. Nas últimas décadas tem se escrito muito sobre a influência da distopia no cinema, na literatura, na mídia, mas uma das primeiras obras do cinema moderno a escancarar essa porta de forma tão primal, agressiva e com toques de psicopatia é, sem sombra de dúvida, a adaptação do romance "A Clockwork Orange" para as telas em 1971 nas mãos do Kubrick. Não irei redigir aqui uma tese sobre a influência de Freud e Nietzsche na obra, nem tão pouco um comentário elencando sobre a paleta de cores, os simbolismos, a crítica a pós-modernidade ou um debate sobre repressão/ausência estatal, impondo aqui argumentos do o porquê de assistir a este filme do século XX. Apenas redijo neste campo que está obra é um "horroshow" e que você der uma chance a Alex e seus "droogs".
Mank
3.2 462 Assista AgoraAssim como a brilhante obra francesa de comédia "The Artist" (2011) tem como tema o cinema dos anos 1920/1930, aqui, em Mank (2020), o background é a própria Hollywood. Cabe ressaltar que tanto a ambientação, figurinos e cenários são, nos dois casos, bastante próximos, mas as comparações acabam aqui. Em Mank, diferente de The Artist, a verborragia corre solta, os personagens são estereotipados e falta dinamismo no roteiro. Não me entendam mal: o filme não é detestável e inassistível, apenas não apresenta uma trama das mais memoráveis.
Buster's Mal Heart
3.3 117Possui um ritmo mais vagaroso, porém inova ao romper com a dinamicidade do tempo na construção das personagens da trama. É uma boa narrativa para quem busca algo mais introspectivo e "fora da caixa".
O Bandido da Luz Vermelha
3.9 267 Assista AgoraVISCERAL, TEMPESTUOSO E CONTEMPORÂNEO. As palavras escritas em letras garrafais parecem meros rótulos, mas discordo: o filme é sobre o Terceiro Mundo; sobre o Brasil; sobre todos os desterrados da terra, os filhos e filhas de um mundo vazio. Sobre nós. A pobreza, a corrupção, a crueza da carne e os silêncios dos esquecidos. Que obra, senhores, que obra!
O Som do Silêncio
4.1 986 Assista AgoraAo acompanhar a perda da audição da personagem somos levados pela tormenta dessa nova situação. Acompanhando - intimamente - as inseguranças, mas também os aprendizados a respeito desse universo totalmente novo que é a surdez. Por fim, é uma experiência de alteridade, compreensão e de afirmação do indivíduo. Vale cada minuto!