Se é uma regra que a arte ameniza nossa dor de existência, Tsai Ming-Liang e seus filmes são exemplos disso. O final do filme é tão lindo, e, por consequência, triste, que me arrancou lágrimas imediatas.
Já é um dos meus favoritos. Cassavetes é gênio inegável! Love Streams é sobre esse momento da vida em que mergulhamos em nós mesmos na busca por autoconhecimento e é também sobre como o amor é tão cheio de visões que não consegue encontrar uma definição única para si. E isso tudo acompanhado de sexo, álcool, cigarros, blues e Gena Rowlands monstruosamente bela. Não tem como não gostar.
Sang-soo Hong é observador o suficiente para perceber que a mulher sempre teve (e terá), pelo menos em teoria, controle sobre o campo sexual em qualquer relacionamento. Cabe à ela decidir o quer, e esta é a maior desgraça para o homem. Haha, muito bom filme!
Não interessa que muitas coisas do filme fiquem mal explicadas, já que esse é o cinema do olhar. Do olhar de quem mais tem o direito de ser arrogante - Alain Delon -, porque todo o mistério do filme se encontra naqueles dois olhos azuis que conseguem dizer tudo nos segundos finais. E essa fotografia azul acinzentada é só sorriso pra quem já viu Le Samouraï.
Encaixaria facilmente este filme dentro dos contos morais de Rohmer, pois aqui todos os personagens se enganam a si mesmos de uma forma que nunca vi em qualquer outra película. ''Qui trop parole il se mesfait''. E esse gênio continua a ser o diretor mais culto que conheço!
Doloroso de se assistir, mesmo não sendo violento. Muito ouço falar do filme como se ele fosse apenas uma crítica ao amadurecimento precoce das crianças japonesas, mas ele também é uma mensagem diretíssima aos adultos irresponsáveis, que, bastante iludidos pelo sonho momentâneo de criar um filho, esquecem da suprema importância que existe em colocar alguém no mundo.
Um filme-documento que escancara a desgraça econômica e social da maior utopia de todos os tempos - o socialismo. Um sistema de saúde precário, uma jornada de trabalho exaustiva da qual pouco se tira e um povo abatido e acostumado com uma vida simples e sem oportunidades de melhora. Sabe-se que Antonioni era comunista, mas o filme encontra seu êxito na neutralidade e na veracidade do seu conteúdo. Não há como contestar imagens nem experiências.
HANDS DOWN pra Dinesh D'Souza. Formidável estudo sobre as mais profundas raízes da maior fraude americana com um espaço para previsões extremamente cabíveis. Direto e desesperançoso, considerando não só o que se passa na cabeça dos americanos, mas do mundo também. Aliás, pobre mundo.
Se iguala facilmente aos grandes filmes sobre a máfia não pelos mesmos motivos destes, mas por apresentar o dilema moral humano e por fazê-lo de forma intricada e sombria. Coisa de gênio, claro. Sem contar os grandes momentos para todos os personagens principais (Walken é o cara).
BÁRBARO. São 89 minutos extremamente bem gastos num filme que dissimula, mente e faz acreditar, utilizando da uma fotografia estupenda nesse jogo de sombras e luz de onde saem mãos, armas e punhais. E esse trabalho de direção? Acho que ficarei eternamente besta.
O tamanho da tensão sexual e da tristeza vivida pelos personagens é absurdo. A retenção emocional e a carência são, definitivamente, as mazelas do futuro, e Ming-liang sabe muito bem disso.
Ferrara é canalha. Faz um filme extremamente duvidoso e sensual, cujos 30 últimos minutos são uma espécie de retrocesso. Como se, quando ele atingisse seu clímax, olhasse para trás junto com quem o assiste. E o Walken, claro, não é menos foda.
Ouvir ''Everythings's bad. You can't escape it. You've got to deal with it. Make terms.'' da bca de Rita Hayworth, sinceramente, torna necessário não se dizer mais nada.
Se Wong Kar-Wai não existisse, Assayas seria meu diretor moderno favorito. Poucos diretores conseguem misturar um roteiro inteligente e bem estruturado com uma trilha sonora impecável. No caso deste filme, ainda sobra espaço para o deleite visual da bela fotografia. Só me resta bater palmas.
O olhar do maior esteta do cinema sobre um homem que presencia sua impotência perante a decadência da nobreza italiana. Visconti é magistral ao retratar a cegueira humana, sempre com belíssimas cenas, como a da pintura do homem em seu leito de morte.
Oitentista do mestre com um roteiro de grandes proporções para o seu tempo, uma narrativa muito louca, e, acima de tudo, diversão fora de série e personagens inesquecíveis. Filme que faz os olhos babarem. Os heróis de Carpenter são os melhores do cinema.
Qual o tamanho da minha felicidade quando acabo de assistir ''Le Samouraï'' do oriente? Nem sei dizer. Kamimura é, assim como Jef Costello, solitário, calculista e robótico, e não posso deixar de achar que ele seja o personagem mais foda do cinema japonês. Jo Shishido é sem dúvidas o melhor ator nipônico, e mesmo que o filme não se compare com o francês, que, aliás, foi lançado no mesmo ano, ele é também muito bom!
Excelente final pra essa quintologia muito bem realizada. Riquíssima em detalhes, reviravoltas, alianças, bang-bang e muito drama japonês, ela ainda assim não se atropela em nenhum momento, contanto sempre com uma direção e elenco mais que afinados. Shozo Hirono vai ficar na memória.
Suzuki mais uma vez me surpreende com um filme diferente, engraçado e nostálgico, dos tempos em que tudo se resolvia entre brigas de gangues. A violência aqui é utilizada para encobrir as tensões sexuais adolescentes. Muito bom!
Eu Não Quero Dormir Sozinho
3.7 26Se é uma regra que a arte ameniza nossa dor de existência, Tsai Ming-Liang e seus filmes são exemplos disso. O final do filme é tão lindo, e, por consequência, triste, que me arrancou lágrimas imediatas.
Amantes
4.1 25Já é um dos meus favoritos. Cassavetes é gênio inegável! Love Streams é sobre esse momento da vida em que mergulhamos em nós mesmos na busca por autoconhecimento e é também sobre como o amor é tão cheio de visões que não consegue encontrar uma definição única para si. E isso tudo acompanhado de sexo, álcool, cigarros, blues e Gena Rowlands monstruosamente bela. Não tem como não gostar.
A Mulher é o Futuro do Homem
3.4 13 Assista AgoraSang-soo Hong é observador o suficiente para perceber que a mulher sempre teve (e terá), pelo menos em teoria, controle sobre o campo sexual em qualquer relacionamento. Cabe à ela decidir o quer, e esta é a maior desgraça para o homem. Haha, muito bom filme!
A Partida
4.3 523 Assista AgoraTrês vezes lindo! A Partida é esse cinema que tem orgulho de se chamar de arte e que eleva o espírito ao que há de mais belo no ser humano.
Expresso para Bordeaux
3.6 20Não interessa que muitas coisas do filme fiquem mal explicadas, já que esse é o cinema do olhar. Do olhar de quem mais tem o direito de ser arrogante - Alain Delon -, porque todo o mistério do filme se encontra naqueles dois olhos azuis que conseguem dizer tudo nos segundos finais. E essa fotografia azul acinzentada é só sorriso pra quem já viu Le Samouraï.
Pauline na Praia
3.9 64Encaixaria facilmente este filme dentro dos contos morais de Rohmer, pois aqui todos os personagens se enganam a si mesmos de uma forma que nunca vi em qualquer outra película. ''Qui trop parole il se mesfait''. E esse gênio continua a ser o diretor mais culto que conheço!
Ninguém Pode Saber
4.3 228Doloroso de se assistir, mesmo não sendo violento. Muito ouço falar do filme como se ele fosse apenas uma crítica ao amadurecimento precoce das crianças japonesas, mas ele também é uma mensagem diretíssima aos adultos irresponsáveis, que, bastante iludidos pelo sonho momentâneo de criar um filho, esquecem da suprema importância que existe em colocar alguém no mundo.
China
3.9 5Um filme-documento que escancara a desgraça econômica e social da maior utopia de todos os tempos - o socialismo. Um sistema de saúde precário, uma jornada de trabalho exaustiva da qual pouco se tira e um povo abatido e acostumado com uma vida simples e sem oportunidades de melhora. Sabe-se que Antonioni era comunista, mas o filme encontra seu êxito na neutralidade e na veracidade do seu conteúdo. Não há como contestar imagens nem experiências.
Suspiria
3.8 981 Assista AgoraQuanta saudade do horror italiano! Argento é mestre e sustenta 90 minutos sem quase nada pra contar, mas com cores, movimentos e sons absurdos.
2016: Obama's America
3.5 11 Assista AgoraHANDS DOWN pra Dinesh D'Souza. Formidável estudo sobre as mais profundas raízes da maior fraude americana com um espaço para previsões extremamente cabíveis. Direto e desesperançoso, considerando não só o que se passa na cabeça dos americanos, mas do mundo também. Aliás, pobre mundo.
Woman on the Beach
3.7 4Eric Rohmer!
Os Chefões
3.7 29Se iguala facilmente aos grandes filmes sobre a máfia não pelos mesmos motivos destes, mas por apresentar o dilema moral humano e por fazê-lo de forma intricada e sombria. Coisa de gênio, claro. Sem contar os grandes momentos para todos os personagens principais (Walken é o cara).
A Sombra da Guilhotina
4.0 9BÁRBARO. São 89 minutos extremamente bem gastos num filme que dissimula, mente e faz acreditar, utilizando da uma fotografia estupenda nesse jogo de sombras e luz de onde saem mãos, armas e punhais. E esse trabalho de direção? Acho que ficarei eternamente besta.
Vive l'Amour
4.1 25O tamanho da tensão sexual e da tristeza vivida pelos personagens é absurdo. A retenção emocional e a carência são, definitivamente, as mazelas do futuro, e Ming-liang sabe muito bem disso.
Enigma do Poder
3.5 40Ferrara é canalha. Faz um filme extremamente duvidoso e sensual, cujos 30 últimos minutos são uma espécie de retrocesso. Como se, quando ele atingisse seu clímax, olhasse para trás junto com quem o assiste. E o Walken, claro, não é menos foda.
A Dama de Shanghai
4.0 103 Assista AgoraOuvir ''Everythings's bad. You can't escape it. You've got to deal with it. Make terms.'' da bca de Rita Hayworth, sinceramente, torna necessário não se dizer mais nada.
Horas de Verão
3.7 35Se Wong Kar-Wai não existisse, Assayas seria meu diretor moderno favorito. Poucos diretores conseguem misturar um roteiro inteligente e bem estruturado com uma trilha sonora impecável. No caso deste filme, ainda sobra espaço para o deleite visual da bela fotografia. Só me resta bater palmas.
O Leopardo
4.2 105 Assista AgoraO olhar do maior esteta do cinema sobre um homem que presencia sua impotência perante a decadência da nobreza italiana. Visconti é magistral ao retratar a cegueira humana, sempre com belíssimas cenas, como a da pintura do homem em seu leito de morte.
O Rio
3.9 26 Assista Agora''Todas as famílias felizes se parecem entre si; as infelizes são infelizes cada uma à sua maneira.''
Cruel Gun Story
3.5 1Decididamente um dos piores finais que um filme já teve. Triste, porque todo o desenrolar da história foi tão bom.
Fuga de Nova York
3.5 301 Assista AgoraOitentista do mestre com um roteiro de grandes proporções para o seu tempo, uma narrativa muito louca, e, acima de tudo, diversão fora de série e personagens inesquecíveis. Filme que faz os olhos babarem. Os heróis de Carpenter são os melhores do cinema.
Um Colt é o meu Passaporte
3.9 3Qual o tamanho da minha felicidade quando acabo de assistir ''Le Samouraï'' do oriente? Nem sei dizer. Kamimura é, assim como Jef Costello, solitário, calculista e robótico, e não posso deixar de achar que ele seja o personagem mais foda do cinema japonês. Jo Shishido é sem dúvidas o melhor ator nipônico, e mesmo que o filme não se compare com o francês, que, aliás, foi lançado no mesmo ano, ele é também muito bom!
Episódio Final
3.9 3Excelente final pra essa quintologia muito bem realizada. Riquíssima em detalhes, reviravoltas, alianças, bang-bang e muito drama japonês, ela ainda assim não se atropela em nenhum momento, contanto sempre com uma direção e elenco mais que afinados. Shozo Hirono vai ficar na memória.
Elegia da Luta
3.4 3Suzuki mais uma vez me surpreende com um filme diferente, engraçado e nostálgico, dos tempos em que tudo se resolvia entre brigas de gangues. A violência aqui é utilizada para encobrir as tensões sexuais adolescentes. Muito bom!