Sem dúvidas, um filme sensacional em que o diretor soube muito bem conciliar as 23 personalidades do Kevin (ou ao menos as que ele explorou em questão). Eu não esperava menos que isso do James McAvoy em sua atuação frenética. Roteiro e trama se entrelaçaram muito bem a proposta da história, com alguns furos apenas, que eu não sei ao certo se classificaria como furo de fato ou exagero na configuração do personagem. Tudo caminhou muito bem no primeiro ato e em seu clima tenso até a horda se rebelar e o espectador começar a entender por parte o que pretendiam. Achei um pouco sensacionalista algumas falas como ''a besta está chegando'' e etc do tipo, há um tanto de fantasia exacerbada também no fato da personalidade da Besta levar dois tiros de espingarda e simplesmente não ficar com um buraco em seu corpo (tendo em mente que ainda assim ele é um ser humano biologicamente falando). Mas ok, a atuação do James camufla esses furinhos de tão boa que é, sem mencionar a Casey, que Anya soube encarnar muito bem, lembrando que The Witch só é The Witch por sua atuação maravilhosa. Em resumo do resumo, adorei o filme, muito bem dirigido e com cenas bem elaboradas, mas nada de extraordinário como o trailer deixa a esperar. O final também deixa a dúvida de talvez uma continuação graças ao Bruce Willis e ao fato de que Fragmentado e Corpo Fechado fazem parte do mesmo universo, quem sabe?
Honestamente, é uma quebra no clichê do gênero, onde corriqueiramente só vemos matança desenfreada e o uso não muito bem articulado dos elementos que esse tipo de filme pode oferecer. Achei bastante inteligente o fato dos personagens realmente tentarem se defender e não serem totalmente abstraídos da realidade que ali se encontram (como se zumbis e afins não existissem naquele universo). A estratégia de prender o espectador com a tensão constante no trem foi muito bem executada e os atores foram impecáveis. Além de tudo é um filme que lida bem com o contraste do drama e da ação, realmente memorável.
De fato, ao ler críticas como ''sensação de assistir algo proibido e que não deveríamos estar vendo'' é real. O olhar de Robert Eggers é tão sensível e coerente em relação as histórias sobre bruxas no século XVIII que chega a ser algo perturbador. A atmosfera de um mal milenar, de uma natureza perversa e maligna é dualmente bela e emocionante. Em seu filme de estréia, honestamente esse cineasta conseguiu me fascinar com sua grandeza. Um diretor a ser mantido sob olhos atentos.
Sou fã do trabalho do Lynch, de seus curtas mais antigos e experimentais aos seus aclamados filmes como Mulholland Drive. Twin Peaks foi uma das séries mais influentes em formato e contexto da última década na minha opinião, tal como X-Files, mudaram o modo de fazer séries e inspirou sem dúvida alguma muitos diretores e fãs. Tenho Twin como uma de minhas obras cinematográficas mais queridas e que mais teve direta influência no meu gosto por essa arte. A primeira temporada é sem dúvidas uma obra prima, Mark Frost e David não deixaram passar nada, cumpriram e até ultrapassaram suas metas com essa série e seus personagens. Aparentemente tudo se resumia ao assassinato de Laura Palmer e aos encantos abalados da pacata Twin Peaks. Ao longo dos seus episódios começamos a notar que nada é o que parece, como disse o gigante a respeito das corujas que rondam o bosque ''The owls are not what they seem''. Vale igualmente a toda magia que ronda essa história e esse lugar. A primeira temporada foi regada de extremos e de quebra de conceito sobre nada acontecer em Twin Peaks, a calmaria é abalada seguinte por uma série de eventos bizarros, assassinatos, corrupção e traições, claramente é desconfortável ver isso acontecendo com um lugar maravilhoso como aquele. Cooper é um personagem que carrega um carisma extremo, tão extremo que é frustante vê-lo tão cego em muitas cenas com seu ideal de paraíso, sem notar o que realmente acontecia ali e toda a tormenta que estava para piorar. Mas não deixa de ser um de meus personagens mais queridos e certamente por todos os fãs da série. É genial como o diferencial está nos detalhes das cenas e dos seus acontecimentos, como características de personagens, como Log Lady, como o Major que vira quase que de repente um dos personagens mais importantes e sábios da série e tantos outros. O humor nonsense não falha e isso sempre me encantou e me fez cair de amores por esse diretor. Acabamos a primeira tmp com a sensação de drástica mudança na linha que a série vem seguindo, personagens vão embora, outros amadurecem, o caso de Laura cai em desfecho, mas ainda sim o mistério do que habita os bosques de Twin Peaks permanece. Na segunda temporada podemos constatar que sim, houve uma drástica mudança na energia de todos ali, nota-se isso logo quando a trama foca no passado dramático de Cooper, que se evidencia com a chegada de Windom Earle e dai por diante parece que a série passa num piscar de olhos, deixando um pouco aquela atmosfera cativante pra trás e dando lugar a uma tensão quase constante. Um dos pontos interessantes é voltado no Black lodge e em questões místicas que na primeira temporada era pouco abordada, embora tudo apontasse para isso desde a morte de Laura Palmer. As sequências do Black lodge são simplesmente incríveis, a dualidade que marcou a série está exposta, os lados ocultos de Cooper, de personagens que morreram e de entidades ficam em negrito e de forma mais surreal impossível, é empolgante e bizarro assistir tudo isso em contraste com um anão dançando, café e falas filmadas ao contrário, é uma ideia puramente genial e bruta que é passada ali. Isso reforça a identidade da obra que não se perdeu na temporada passada. A respeito do finale, muitos falam sobre e como se decepcionaram com o ''desfecho'' meio que em aberto do que teria acontecido pós Black lodge com Cooper e a Annie, mas em minha opinião não haveria outra forma de encerrar isso tudo sem trair o real aspecto da série, que sempre foi o lado oculto e perverso que há, principalmente em Twin Peaks onde todos preferem fechar seus olhos aos problemas e seguir suas rotinas de bons cidadãos. O policial Hawk alertou Coop desde o início da série, e vale muito a pena ressaltar essa frase: ''Se você confrontar o Black Lodge com a coragem imperfeita, ele aniquilará sua alma''. Claro, como muitos, eu gostaria de ver uma reviravolta ali onde o bem vence o mal, por apega ao personagem e ao encanto que ronda Twin, mas não vejo isso acontecendo de uma forma honesta com os personagens e com todo o contexto que foi abordado a história. Não sei o que esperar idem de uma terceira temporada, se seria de fato a tão aguardada terceira ou se seria uma nova versão de Twin Peaks, onde Coop continuaria possuído pelo espírito de Bob? Realmente não sei o que esperar, mas que venha, depois de 25 anos. That gum you like is going to... come back in style.
Venho adorando o desenrolar da segunda temporada, pode parecer um tanto monótona em alguns eps mas acredito que toda série passe por sua fase de aprimoramento e enquadramento tanto de história quanto de personagens. Me surpreendeu bastante a qualidade dessa série, eu realmente não esperava tanto dela. E na minha opinião, Setrakian e Vasiliy ganharam em carisma e adaptação ao personagem.
Nossa, é extremamente impactante. O vínculo que as duas possuíam é quase romântico, penetra de forma sutil e quando você se dá conta, foi levado pela história. Uma trama trágica, principalmente visando a atuação do pai da Yeo-jin que é desconcertante. A impressão que se tem é que muita história é contada em 95 poucos minutos, cada corte foi muito bem realizado e adaptado as cenas. A mudança de atitude da Yeo me deixou bem surpresa, atordoando mais ainda quem está assistindo. É um filme sensível, do tipo que carrega sua aflição na pele do espectador.
''Tinhamos uma vaca, quando viva dava seu leite a minha mãe, meu pai, a mim e ao bezerro, seu filho. E havia o suficiente para todos. Então vendemos o bezerro. A vaca sofreu e pouco depois foi morta por um trem. Também a comemos, porque ela era carne. A vaca nos deu tudo: seu leite, seu filho, sua carne, sua pele, suas entranhas e seus ossos. Me lembro de nossa vaca e nunca a esquecerei''
A arte do Petrov nos expõe a um contato direto com emoções puras e profundas, falo isso com total convicção. Um curta belíssimo, como todo o seu trabalho.
Ao ler a sinopse me prendeu bastante a atenção o tema e a história de Mackenzie, por ser a primeira vista um filme aparentemente seguidor do mesmo estilo de Into The Wild, que inclusive pode ser considerado uma obra prima do cinema atual. O filme a princípio parece lento e os personagens desconectados da história. Ella Purnell (Mackenzie) honestamente não me convenceu em seu papel, por ser uma personagem com intenso conflito interior e sentimentos de perda e separação deveria ter sido carregada em seu aspecto emocional dramático, ainda acompanhado por quase não ter falas durante todo o filme. Deixou um pouco a desejar. Por outro lado, Bruce Greewood (Bart) rendeu ao filme uma boa atmosfera com sua atuação e busca por memórias de sua esposa durante a viagem. Em suma, o filme não cumpre o que propôs em 104 minutos, por mais que tenha alguns picos cativantes em seu enredo, o final apela muito para a decepção de todo o começo e meio, filmes capazes de não expor um final objetivo e até racional mediantes ao roteiro são aceitáveis e coerentes em muitos casos, afinal cinema é arte e nem tudo se concretiza. Agora deixar pra lá como foi deixado nesse em questão, como um simples corte de cena, é algo imperdoável.
É uma obra de arte, em todos os sentidos. A atuação do Hardy não poderia ter sido mais bizarramente brilhante como Charles Bronson. A atmosfera violenta e ao mesmo tempo irônica em certos aspectos deu vida ao seu personagem e de forma mais teatral impossível. Me agradou bastante o fato de relatarem a vida de um criminoso como o Bronson, ainda vivo, e de certa forma o tornar cativante aos olhos do público. Foi um prazer assisti-lo.
Com certeza o filme mais surpreendente do Satoshi, não me admira ter inspirado a tal ponto Inception (que não chega aos pés de Paprika). O tema conseguiu ser muito bem representado em forma de animação e com toda a trajetória de Chiba (alter ego Paprika). O surrealismo quase Lynchiano foi muito adequado para lidar com a psicologia do universo dos sonhos nesse filme. Por trás da mescla do inconsciente com a realidade, está o DC, um equipamento desenvolvido para ter acesso aos sonhos e assim foi desenvolvido um método psicoterapêutico para tratar diversas doenças, com o roubo do equipamento desenvolvesse a trama do filme, em que faz-se uma analise perfeita sobre a influência dos sonhos e a suas possíveis interpretações do inconsciente cognitivo. Retrata-se a analogia do onírico e real, onde suas ligações nunca foram tão explícitas.
Acabei de assisti-lo hoje pela manhã, o que rendeu angústia por toda a noite e resto do dia. Eva Green como sempre estava entregue por completo a atuação e a pungência que lhe cabia esse papel. Confesso que seria muito bom vê-los juntos no final, mas o curso que a história tomou não poderia ter sido mais adequado. Cada cena pesa profundamente, principalmente em junção a trilha instrumental aguçando os sentidos, na realidade sentimentos. Belo filme e cenário exuberantemente nostálgico.
Assisti com certo receio por ler críticas negativas, principalmente relacionadas a temática, mas foi uma surpresa positiva. O filme tem sim um vasto referencial de histórias infantis, como Alice, na trilha sonora, na característica dos personagens e tudo ficou muito bem arranjado nessa atmosfera surreal pós moderna. A vida de Jelisa-Rose é cercada de acontecimentos terríveis e que traumatizaria qualquer criança ou adulto que passasse pelos mesmos ocorridos sem tamanha criatividade e fantasia. Fiquei bastante sensibilizada desde os primeiros minutos até créditos finais pela capacidade de harmonização entre o que corriqueiramente seria inaceitável, como a relação amorosa entre uma criança e um homem visivelmente mais velho e com problemas mentais. Disso, extraiu-se uma bela perspectiva de vida, de olhar cauteloso sob as pequenas e delicadas relações humanas. O quadro de overdose e morte da mãe, de maus tratos e loucura dos pais, a ida ao profundo do sub-consciente e até onde os sonhos nascem. Trata-se de um filme maravilhoso e só teria comentários relevantes a respeito. Inclusive, excelente trilha sonora.
Esse filme é um espetáculo, literalmente. Jodorowsky expôs o moribundo e o que há de mais depravado do humano de forma sensível e única. Cada personagem, roteiro e ambientalização compõem a orbe bizarra e magnífica do filme (sem falar na temática do circo, que foi algo extremamente adequado e peculiar). É obsessivo e marcante.
É arte pura e bruta, sem diálogos, sem delongas, apenas o lirismo atua ali. Sim, é um filme extremamente impactante e considerado ''grotesco'' pela carnificina das cenas e a ambientalização brutal. Em fato, adorarão ou detestarão. Como todo filme surrealista, a lógica não faz sentido algum em nenhuma das peculiares cenas meticulosamente gravadas. A ideia de Deus suicidar-se, da personificação da Mãe Natureza como uma mulher vinda da asa do mesmo, gerando a humanidade em forma de um filho fraco e que vive em meio a torturas não é muito diferente de temáticas existencialistas. Assisti-lo é uma experiência vívida e praticamente tangível de dor e sofrimento em meio ao caos da vivência humana, excelente. Não recomendo assisti-lo em horários de refeição.
Não esperava tanto do filme, a temática é bem interessante e o final foi imprevisivelmente bom. Pobre Benigno, com sua incapacidade de sentir dor física foi o que mais sentiu durante sua vida. Belíssima trilha sonora.
É de tamanha delicadeza a forma como foi empregada na sacola plástica tais questões existenciais como a busca por um sentido na vida, experiências tão diversificadas e o apego a quem ela mais amava, sua ''criadora'', ou simplesmente a mulher com a qual esteve durante tempos após ser levada do mercado. Soa um tanto engraçado, bizarro ou sem aparente sentido essa personificação imposta a sacola. No entanto, encaremos como uma metáfora. Todos buscam um sentido, o conforto da aceitação de semelhantes ou simplesmente alguém a quem amar e tudo isso foi jogado nesse curta durante a busca da sacola. E especialmente na cena final, na qual a sacola, presa em corais ao fundo do mar faz a seguinte reflexão ''Minha criadora existe? Ou eu a criei em minha mente? Porque meus momentos de contentamento são tão curtos? E ainda, como um tolo, eu espero encontrá-la novamente. E se eu a encontra-se, diria apenas uma coisa: Eu desejo que você tivesse me criado, assim, eu poderia morrer''.
“Desde criança, sempre imaginei o interior da alma como uma membrana úmida, tingida de encarnado” disse Bergman. Em base a essa frase iniciou-se uma reflexão em cima de Gritos e Sussurros e que num aspecto literal faz jus ao título. Há tantas perdas na vida, tantas lembranças e tanta dor, em contraste a tanta ternura e benevolência nos atos humanos, representados aqui por quatro mulheres: Anna, Karin, Maria e Agnes. Agnes, que enferma, acaba por reunir suas duas irmãs na casa onde viveram suas infâncias e a partir dai inicia-se um processo de desconstrução e análise de cada uma e de seus tormentos. Uma autópsia em forma de imagens e palavras de tamanho impacto em frente as câmeras, por tamanho desespero e angústia ali retratados. Liv Ullmann entregou-se irreconhecível como Maria, com sua carência romântica e infantilidade retratados em uma das cenas mais relevantes do filme, a conversa com o doutor de sua irmã (David, seu amante), na qual encaram-se em frente a um espelho e desnudos de demais formalidades, confessam o egoísmo que habita cada um, o tédio e a apatia que circula a necessidade de suprir o afeto e a solidão. Harriet Andersson me chocou imensamente ao atuar com Agnes, sem dúvida alguma a irmã de maior sensibilidade, tanto artística como sentimental, sofre de terríveis dores e mutuamente vive em meio a um passado morto, tanto quanto sua existência. Agnes vive em meio a nostalgias de quando criança, da relação marcante com sua mãe e que de certo modo, para mim, sua doença (que não é explicada durante o filme) é uma externalização da dependência que manteve com ela. Principalmente por ser notável sua obsessão pela mãe, como uma abstinência, a corrói visceralmente. Seus gritos e sua insanidade terminal se eternizaram como um eco na casa e vida de todos ali presentes. Karin é o extremismo, a repugnância do dito social, do contato, do afeto. De extrema frieza, tamanha, que quase pode-se encará-la como cruel. Ao mesmo tempo soa como a personagem mais abalada emocionalmente. E por fim Anna. Anna, que traz consigo a orbe maternal, talvez agravada pela perda de sua filha e necessidade de consolar e cuidar que mostra em todas as suas aparições com Agnes e nos 12 anos servindo a família, protagoniza cenas terrivelmente dramáticas e que me emocionaram profundamente. Bergman sempre destrincha toda a regra do aceitável e do cômodo, tanto relacionado ao emocional humano como o psicológico, em Gritos e Sussurros é explorado a relação familiar, o tédio, a monotonia e diversas formas de falsas expectativas com relações que formamos em toda nossa história de vida como base de conforto. Não há conforto algum e ele tenta nos mostrar aqui que nada passa de ''uma série de mentiras, uma série monumental de mentiras''.
Evan assistiu Night Of The Living Dead e faltou luz, exatamente como da primeira vez que o assisti. Apenas gostaria de compartilhar essa relevante informação.
Fragmentado
3.9 3,0K Assista AgoraSem dúvidas, um filme sensacional em que o diretor soube muito bem conciliar as 23 personalidades do Kevin (ou ao menos as que ele explorou em questão). Eu não esperava menos que isso do James McAvoy em sua atuação frenética. Roteiro e trama se entrelaçaram muito bem a proposta da história, com alguns furos apenas, que eu não sei ao certo se classificaria como furo de fato ou exagero na configuração do personagem. Tudo caminhou muito bem no primeiro ato e em seu clima tenso até a horda se rebelar e o espectador começar a entender por parte o que pretendiam. Achei um pouco sensacionalista algumas falas como ''a besta está chegando'' e etc do tipo, há um tanto de fantasia exacerbada também no fato da personalidade da Besta levar dois tiros de espingarda e simplesmente não ficar com um buraco em seu corpo (tendo em mente que ainda assim ele é um ser humano biologicamente falando). Mas ok, a atuação do James camufla esses furinhos de tão boa que é, sem mencionar a Casey, que Anya soube encarnar muito bem, lembrando que The Witch só é The Witch por sua atuação maravilhosa. Em resumo do resumo, adorei o filme, muito bem dirigido e com cenas bem elaboradas, mas nada de extraordinário como o trailer deixa a esperar. O final também deixa a dúvida de talvez uma continuação graças ao Bruce Willis e ao fato de que Fragmentado e Corpo Fechado fazem parte do mesmo universo, quem sabe?
Invasão Zumbi
4.0 2,0K Assista AgoraHonestamente, é uma quebra no clichê do gênero, onde corriqueiramente só vemos matança desenfreada e o uso não muito bem articulado dos elementos que esse tipo de filme pode oferecer. Achei bastante inteligente o fato dos personagens realmente tentarem se defender e não serem totalmente abstraídos da realidade que ali se encontram (como se zumbis e afins não existissem naquele universo). A estratégia de prender o espectador com a tensão constante no trem foi muito bem executada e os atores foram impecáveis. Além de tudo é um filme que lida bem com o contraste do drama e da ação, realmente memorável.
Ele Tirou Sua Pele Por Mim
4.0 95O diretor soube expor bem a relação amorosa abusiva e quanta dor ela pode trazer, difícil de assistir e engolir.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraDe fato, ao ler críticas como ''sensação de assistir algo proibido e que não deveríamos estar vendo'' é real. O olhar de Robert Eggers é tão sensível e coerente em relação as histórias sobre bruxas no século XVIII que chega a ser algo perturbador. A atmosfera de um mal milenar, de uma natureza perversa e maligna é dualmente bela e emocionante. Em seu filme de estréia, honestamente esse cineasta conseguiu me fascinar com sua grandeza. Um diretor a ser mantido sob olhos atentos.
Twin Peaks (2ª Temporada)
4.2 299Sou fã do trabalho do Lynch, de seus curtas mais antigos e experimentais aos seus aclamados filmes como Mulholland Drive. Twin Peaks foi uma das séries mais influentes em formato e contexto da última década na minha opinião, tal como X-Files, mudaram o modo de fazer séries e inspirou sem dúvida alguma muitos diretores e fãs. Tenho Twin como uma de minhas obras cinematográficas mais queridas e que mais teve direta influência no meu gosto por essa arte. A primeira temporada é sem dúvidas uma obra prima, Mark Frost e David não deixaram passar nada, cumpriram e até ultrapassaram suas metas com essa série e seus personagens. Aparentemente tudo se resumia ao assassinato de Laura Palmer e aos encantos abalados da pacata Twin Peaks. Ao longo dos seus episódios começamos a notar que nada é o que parece, como disse o gigante a respeito das corujas que rondam o bosque ''The owls are not what they seem''. Vale igualmente a toda magia que ronda essa história e esse lugar. A primeira temporada foi regada de extremos e de quebra de conceito sobre nada acontecer em Twin Peaks, a calmaria é abalada seguinte por uma série de eventos bizarros, assassinatos, corrupção e traições, claramente é desconfortável ver isso acontecendo com um lugar maravilhoso como aquele. Cooper é um personagem que carrega um carisma extremo, tão extremo que é frustante vê-lo tão cego em muitas cenas com seu ideal de paraíso, sem notar o que realmente acontecia ali e toda a tormenta que estava para piorar. Mas não deixa de ser um de meus personagens mais queridos e certamente por todos os fãs da série. É genial como o diferencial está nos detalhes das cenas e dos seus acontecimentos, como características de personagens, como Log Lady, como o Major que vira quase que de repente um dos personagens mais importantes e sábios da série e tantos outros. O humor nonsense não falha e isso sempre me encantou e me fez cair de amores por esse diretor. Acabamos a primeira tmp com a sensação de drástica mudança na linha que a série vem seguindo, personagens vão embora, outros amadurecem, o caso de Laura cai em desfecho, mas ainda sim o mistério do que habita os bosques de Twin Peaks permanece. Na segunda temporada podemos constatar que sim, houve uma drástica mudança na energia de todos ali, nota-se isso logo quando a trama foca no passado dramático de Cooper, que se evidencia com a chegada de Windom Earle e dai por diante parece que a série passa num piscar de olhos, deixando um pouco aquela atmosfera cativante pra trás e dando lugar a uma tensão quase constante. Um dos pontos interessantes é voltado no Black lodge e em questões místicas que na primeira temporada era pouco abordada, embora tudo apontasse para isso desde a morte de Laura Palmer. As sequências do Black lodge são simplesmente incríveis, a dualidade que marcou a série está exposta, os lados ocultos de Cooper, de personagens que morreram e de entidades ficam em negrito e de forma mais surreal impossível, é empolgante e bizarro assistir tudo isso em contraste com um anão dançando, café e falas filmadas ao contrário, é uma ideia puramente genial e bruta que é passada ali. Isso reforça a identidade da obra que não se perdeu na temporada passada. A respeito do finale, muitos falam sobre e como se decepcionaram com o ''desfecho'' meio que em aberto do que teria acontecido pós Black lodge com Cooper e a Annie, mas em minha opinião não haveria outra forma de encerrar isso tudo sem trair o real aspecto da série, que sempre foi o lado oculto e perverso que há, principalmente em Twin Peaks onde todos preferem fechar seus olhos aos problemas e seguir suas rotinas de bons cidadãos. O policial Hawk alertou Coop desde o início da série, e vale muito a pena ressaltar essa frase: ''Se você confrontar o Black Lodge com a coragem imperfeita, ele aniquilará sua alma''. Claro, como muitos, eu gostaria de ver uma reviravolta ali onde o bem vence o mal, por apega ao personagem e ao encanto que ronda Twin, mas não vejo isso acontecendo de uma forma honesta com os personagens e com todo o contexto que foi abordado a história. Não sei o que esperar idem de uma terceira temporada, se seria de fato a tão aguardada terceira ou se seria uma nova versão de Twin Peaks, onde Coop continuaria possuído pelo espírito de Bob? Realmente não sei o que esperar, mas que venha, depois de 25 anos.
That gum you like is going to... come back in style.
The Strain: Noite Absoluta (2ª Temporada)
3.6 144 Assista AgoraVenho adorando o desenrolar da segunda temporada, pode parecer um tanto monótona em alguns eps mas acredito que toda série passe por sua fase de aprimoramento e enquadramento tanto de história quanto de personagens. Me surpreendeu bastante a qualidade dessa série, eu realmente não esperava tanto dela. E na minha opinião, Setrakian e Vasiliy ganharam em carisma e adaptação ao personagem.
Mad Men (1ª Temporada)
4.4 346 Assista AgoraInício dos anos 60, não poderiam tematizar com época melhor! Exceto, 40.
Samaritana
3.7 52Nossa, é extremamente impactante. O vínculo que as duas possuíam é quase romântico, penetra de forma sutil e quando você se dá conta, foi levado pela história. Uma trama trágica, principalmente visando a atuação do pai da Yeo-jin que é desconcertante. A impressão que se tem é que muita história é contada em 95 poucos minutos, cada corte foi muito bem realizado e adaptado as cenas. A mudança de atitude da Yeo me deixou bem surpresa, atordoando mais ainda quem está assistindo. É um filme sensível, do tipo que carrega sua aflição na pele do espectador.
A Vaca
4.3 48''Tinhamos uma vaca, quando viva dava seu leite a minha mãe, meu pai, a mim e ao bezerro, seu filho.
E havia o suficiente para todos. Então vendemos o bezerro.
A vaca sofreu e pouco depois foi morta por um trem.
Também a comemos, porque ela era carne.
A vaca nos deu tudo: seu leite, seu filho, sua carne, sua pele, suas entranhas e seus ossos.
Me lembro de nossa vaca e nunca a esquecerei''
A arte do Petrov nos expõe a um contato direto com emoções puras e profundas, falo isso com total convicção. Um curta belíssimo, como todo o seu trabalho.
The Strain: Noite Absoluta (2ª Temporada)
3.6 144 Assista AgoraSetrakian ganhando meu coração pra por em seu potinho
Um Drink no Inferno
3.7 1,4K Assista AgoraPussy, pussy, pussy!
Wildlike
3.1 43 Assista AgoraAo ler a sinopse me prendeu bastante a atenção o tema e a história de Mackenzie, por ser a primeira vista um filme aparentemente seguidor do mesmo estilo de Into The Wild, que inclusive pode ser considerado uma obra prima do cinema atual. O filme a princípio parece lento e os personagens desconectados da história. Ella Purnell (Mackenzie) honestamente não me convenceu em seu papel, por ser uma personagem com intenso conflito interior e sentimentos de perda e separação deveria ter sido carregada em seu aspecto emocional dramático, ainda acompanhado por quase não ter falas durante todo o filme. Deixou um pouco a desejar. Por outro lado, Bruce Greewood (Bart) rendeu ao filme uma boa atmosfera com sua atuação e busca por memórias de sua esposa durante a viagem. Em suma, o filme não cumpre o que propôs em 104 minutos, por mais que tenha alguns picos cativantes em seu enredo, o final apela muito para a decepção de todo o começo e meio, filmes capazes de não expor um final objetivo e até racional mediantes ao roteiro são aceitáveis e coerentes em muitos casos, afinal cinema é arte e nem tudo se concretiza. Agora deixar pra lá como foi deixado nesse em questão, como um simples corte de cena, é algo imperdoável.
O Morro dos Ventos Uivantes
4.0 225Devastador
Bronson
3.8 426É uma obra de arte, em todos os sentidos.
A atuação do Hardy não poderia ter sido mais bizarramente brilhante como Charles Bronson. A atmosfera violenta e ao mesmo tempo irônica em certos aspectos deu vida ao seu personagem e de forma mais teatral impossível.
Me agradou bastante o fato de relatarem a vida de um criminoso como o Bronson, ainda vivo, e de certa forma o tornar cativante aos olhos do público.
Foi um prazer assisti-lo.
Paprika
4.2 503 Assista AgoraCom certeza o filme mais surpreendente do Satoshi, não me admira ter inspirado a tal ponto Inception (que não chega aos pés de Paprika). O tema conseguiu ser muito bem representado em forma de animação e com toda a trajetória de Chiba (alter ego Paprika). O surrealismo quase Lynchiano foi muito adequado para lidar com a psicologia do universo dos sonhos nesse filme. Por trás da mescla do inconsciente com a realidade, está o DC, um equipamento desenvolvido para ter acesso aos sonhos e assim foi desenvolvido um método psicoterapêutico para tratar diversas doenças, com o roubo do equipamento desenvolvesse a trama do filme, em que faz-se uma analise perfeita sobre a influência dos sonhos e a suas possíveis interpretações do inconsciente cognitivo. Retrata-se a analogia do onírico e real, onde suas ligações nunca foram tão explícitas.
Santiago
4.1 134Gostaria de alguns dias na presença de Santiago.
Ventre
3.7 271Acabei de assisti-lo hoje pela manhã, o que rendeu angústia por toda a noite e resto do dia. Eva Green como sempre estava entregue por completo a atuação e a pungência que lhe cabia esse papel. Confesso que seria muito bom vê-los juntos no final, mas o curso que a história tomou não poderia ter sido mais adequado. Cada cena pesa profundamente, principalmente em junção a trilha instrumental aguçando os sentidos, na realidade sentimentos. Belo filme e cenário exuberantemente nostálgico.
Contraponto
3.5 218Assisti com certo receio por ler críticas negativas, principalmente relacionadas a temática, mas foi uma surpresa positiva. O filme tem sim um vasto referencial de histórias infantis, como Alice, na trilha sonora, na característica dos personagens e tudo ficou muito bem arranjado nessa atmosfera surreal pós moderna. A vida de Jelisa-Rose é cercada de acontecimentos terríveis e que traumatizaria qualquer criança ou adulto que passasse pelos mesmos ocorridos sem tamanha criatividade e fantasia. Fiquei bastante sensibilizada desde os primeiros minutos até créditos finais pela capacidade de harmonização entre o que corriqueiramente seria inaceitável, como a relação amorosa entre uma criança e um homem visivelmente mais velho e com problemas mentais. Disso, extraiu-se uma bela perspectiva de vida, de olhar cauteloso sob as pequenas e delicadas relações humanas. O quadro de overdose e morte da mãe, de maus tratos e loucura dos pais, a ida ao profundo do sub-consciente e até onde os sonhos nascem. Trata-se de um filme maravilhoso e só teria comentários relevantes a respeito. Inclusive, excelente trilha sonora.
Santa Sangre
4.2 150Esse filme é um espetáculo, literalmente. Jodorowsky expôs o moribundo e o que há de mais depravado do humano de forma sensível e única. Cada personagem, roteiro e ambientalização compõem a orbe bizarra e magnífica do filme (sem falar na temática do circo, que foi algo extremamente adequado e peculiar). É obsessivo e marcante.
Begotten
3.2 348É arte pura e bruta, sem diálogos, sem delongas, apenas o lirismo atua ali. Sim, é um filme extremamente impactante e considerado ''grotesco'' pela carnificina das cenas e a ambientalização brutal. Em fato, adorarão ou detestarão. Como todo filme surrealista, a lógica não faz sentido algum em nenhuma das peculiares cenas meticulosamente gravadas. A ideia de Deus suicidar-se, da personificação da Mãe Natureza como uma mulher vinda da asa do mesmo, gerando a humanidade em forma de um filho fraco e que vive em meio a torturas não é muito diferente de temáticas existencialistas. Assisti-lo é uma experiência vívida e praticamente tangível de dor e sofrimento em meio ao caos da vivência humana, excelente. Não recomendo assisti-lo em horários de refeição.
Insensíveis
3.5 132Não esperava tanto do filme, a temática é bem interessante e o final foi imprevisivelmente bom. Pobre Benigno, com sua incapacidade de sentir dor física foi o que mais sentiu durante sua vida. Belíssima trilha sonora.
Saco Plástico
4.1 69É de tamanha delicadeza a forma como foi empregada na sacola plástica tais questões existenciais como a busca por um sentido na vida, experiências tão diversificadas e o apego a quem ela mais amava, sua ''criadora'', ou simplesmente a mulher com a qual esteve durante tempos após ser levada do mercado. Soa um tanto engraçado, bizarro ou sem aparente sentido essa personificação imposta a sacola. No entanto, encaremos como uma metáfora. Todos buscam um sentido, o conforto da aceitação de semelhantes ou simplesmente alguém a quem amar e tudo isso foi jogado nesse curta durante a busca da sacola. E especialmente na cena final, na qual a sacola, presa em corais ao fundo do mar faz a seguinte reflexão ''Minha criadora existe? Ou eu a criei em minha mente? Porque meus momentos de contentamento são tão curtos? E ainda, como um tolo, eu espero encontrá-la novamente. E se eu a encontra-se, diria apenas uma coisa: Eu desejo que você tivesse me criado, assim, eu poderia morrer''.
Gritos e Sussurros
4.3 472“Desde criança, sempre imaginei o interior da alma como uma membrana úmida, tingida de encarnado” disse Bergman. Em base a essa frase iniciou-se uma reflexão em cima de Gritos e Sussurros e que num aspecto literal faz jus ao título. Há tantas perdas na vida, tantas lembranças e tanta dor, em contraste a tanta ternura e benevolência nos atos humanos, representados aqui por quatro mulheres: Anna, Karin, Maria e Agnes. Agnes, que enferma, acaba por reunir suas duas irmãs na casa onde viveram suas infâncias e a partir dai inicia-se um processo de desconstrução e análise de cada uma e de seus tormentos. Uma autópsia em forma de imagens e palavras de tamanho impacto em frente as câmeras, por tamanho desespero e angústia ali retratados.
Liv Ullmann entregou-se irreconhecível como Maria, com sua carência romântica e infantilidade retratados em uma das cenas mais relevantes do filme, a conversa com o doutor de sua irmã (David, seu amante), na qual encaram-se em frente a um espelho e desnudos de demais formalidades, confessam o egoísmo que habita cada um, o tédio e a apatia que circula a necessidade de suprir o afeto e a solidão. Harriet Andersson me chocou imensamente ao atuar com Agnes, sem dúvida alguma a irmã de maior sensibilidade, tanto artística como sentimental, sofre de terríveis dores e mutuamente vive em meio a um passado morto, tanto quanto sua existência.
Agnes vive em meio a nostalgias de quando criança, da relação marcante com sua mãe e que de certo modo, para mim, sua doença (que não é explicada durante o filme) é uma externalização da dependência que manteve com ela. Principalmente por ser notável sua obsessão pela mãe, como uma abstinência, a corrói visceralmente.
Seus gritos e sua insanidade terminal se eternizaram como um eco na casa e vida de todos ali presentes. Karin é o extremismo, a repugnância do dito social, do contato, do afeto. De extrema frieza, tamanha, que quase pode-se encará-la como cruel.
Ao mesmo tempo soa como a personagem mais abalada emocionalmente. E por fim Anna. Anna, que traz consigo a orbe maternal, talvez agravada pela perda de sua filha e necessidade de consolar e cuidar que mostra em todas as suas aparições com Agnes e nos 12 anos servindo a família, protagoniza cenas terrivelmente dramáticas e que me emocionaram profundamente. Bergman sempre destrincha toda a regra do aceitável e do cômodo, tanto relacionado ao emocional humano como o psicológico, em Gritos e Sussurros é explorado a relação familiar, o tédio, a monotonia e diversas formas de falsas expectativas com relações que formamos em toda nossa história de vida como base de conforto. Não há conforto algum e ele tenta nos mostrar aqui que nada passa de ''uma série de mentiras, uma série monumental de mentiras''.
A Face do Mal
2.2 264Evan assistiu Night Of The Living Dead e faltou luz, exatamente como da primeira vez que o assisti. Apenas gostaria de compartilhar essa relevante informação.