Creio que Black Mirror tenha sofrido por culpa da própria série. Quem mandou ser tão fodástica? Nada mais justo do que criarmos altas expectativas. Porém, temos que enxergar que se comparada à outras séries netflixianas supervalorizadas, ela é ainda excelente. Imaginemos a porrada assistindo a "Black Museum" sem a experiência das outras temporadas, como, por exemplo, do episódio "White Christmas" (já que eles se parecem em muitos aspectos de linha narrativa e desfecho). Black Mirror, provavelmente, estaria fazendo um mega estardalhaço e seria a mais nova queridinha da galera. Temos que lembrar também que a partir da terceira temporada, a série foi comprada pela Netflix, conferindo-a, digamos, mais detalhes Hollywoodianos. Percebe-se que essa linha é seguida na quarta temporada quando, em muitos momentos, procura-se criar dicotomias para facilitar a justificativa de ações dos personagens.
Voltemos ao "Black Museum": a personagem que entra no museu, que à primeira parece ser apenas para gastar tempo, tem como objetivo vingar não só seu pai, mas também a sua mãe. Temos uma explicação moral e heroica para a depois ação brutal com o dono do museu (um verdadeiro final à la Justiceiro). Ele, aliás, é daqueles vilões caricatos e psicopatas. Já no episódio "White Christmas", o homem que está tentando tirar a confissão do outro, está lá apenas para se safar. Enquanto aquele que matou seu suposto sogro e deixou sua suposta filha morrer, mesmo que na forma de um "cookie", é preso eternamente naquele cubículo de gelo. Muitos corretamente devem ter achado um absurdo tal atitude da policial mesmo com um criminoso. Contudo, isso acontece pois não há dicotomias criadas, não se tenta criar bonzinhos e malvadões. Aí a verossimilhança nos ataca na forma nua e crua e realmente nos choca. É sutil, mas faz uma baita diferença, mesmo com o melhor episódio da quarta temporada
Até com isso e outras coisas que poderia falar dos outros episódios que decaíram um pouco o nível, mas que demoraria anos, torço fielmente pela já aguardada quinta temporada(?). Olha lá o que tu vai fazer, Netflix.
Uma coisa que não entendo é o porquê muitos estarem torcendo pela vitória da Heather Dunbar nas eleições. Ela agora é a bonzinha da parada e menos pior que o Frank?
O sonho dela a vida toda era ser membro da Corte, e depois da grande repercussão que teve seu nome no caso do Raymond Tusk, sua ambição cresceu e agora, numa tentativa de conseguir o salão oval da Casa Branca, renuncia o trabalho de uma vida para chegar à presidência. E além disso, pra tentar destruir a imagem dos Underwood, tenta comprar o diário do médico com o Doug pela bagatela de 2 milhões, ação dita por ela antes impensável. Sem falar que por atuar no Legislativo por anos, usa o discurso moralizador da limpeza à corrupção e antiética no governo, discurso superficial tão usado por certos políticos brasileiros atualmente e no passado representado por vassouras. Para chegar onde querem, a pessoa se modifica, escrúpulos desaparecem, o antes abomidável agora é o necessário. Tudo por causa da busca pelo poder.
O FODA da série é mostrar justamente isso, não existe a dicotomia dos personagens, até porque na política não tem o bonzinho e o malvado, os envolvidos lutam apenas pelos seus interesses. E fato de amarmos/odiarmos Francis é porque ele nunca é sempre aquele tirano clássico, alterna com momentos de demonstração de afeto e amizade, confirmando a intenção de não criar dicotomias e deixa as relações na trama bem mais complexas, assim como na vida real. Eu tô torcendo pelo Frank e que ele domine a porra toda, dê uns tapas no Putin, digo, Petrov, porque sou fã daquele fdp do Kevin Spacey.
Meu desejo pra vida era ter aquela maquininha do ''Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças'' e apagar Breaking Bad da cabeça. Aí eu assistia novamente e apagava, assistia, apagava... não há definições pra série mais fodástica já criada. Brilhante.
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Black Mirror (4ª Temporada)
3.8 1,3K Assista AgoraCreio que Black Mirror tenha sofrido por culpa da própria série. Quem mandou ser tão fodástica? Nada mais justo do que criarmos altas expectativas. Porém, temos que enxergar que se comparada à outras séries netflixianas supervalorizadas, ela é ainda excelente. Imaginemos a porrada assistindo a "Black Museum" sem a experiência das outras temporadas, como, por exemplo, do episódio "White Christmas" (já que eles se parecem em muitos aspectos de linha narrativa e desfecho). Black Mirror, provavelmente, estaria fazendo um mega estardalhaço e seria a mais nova queridinha da galera.
Temos que lembrar também que a partir da terceira temporada, a série foi comprada pela Netflix, conferindo-a, digamos, mais detalhes Hollywoodianos. Percebe-se que essa linha é seguida na quarta temporada quando, em muitos momentos, procura-se criar dicotomias para facilitar a justificativa de ações dos personagens.
Voltemos ao "Black Museum": a personagem que entra no museu, que à primeira parece ser apenas para gastar tempo, tem como objetivo vingar não só seu pai, mas também a sua mãe. Temos uma explicação moral e heroica para a depois ação brutal com o dono do museu (um verdadeiro final à la Justiceiro). Ele, aliás, é daqueles vilões caricatos e psicopatas. Já no episódio "White Christmas", o homem que está tentando tirar a confissão do outro, está lá apenas para se safar. Enquanto aquele que matou seu suposto sogro e deixou sua suposta filha morrer, mesmo que na forma de um "cookie", é preso eternamente naquele cubículo de gelo. Muitos corretamente devem ter achado um absurdo tal atitude da policial mesmo com um criminoso. Contudo, isso acontece pois não há dicotomias criadas, não se tenta criar bonzinhos e malvadões. Aí a verossimilhança nos ataca na forma nua e crua e realmente nos choca. É sutil, mas faz uma baita diferença, mesmo com o melhor episódio da quarta temporada
Até com isso e outras coisas que poderia falar dos outros episódios que decaíram um pouco o nível, mas que demoraria anos, torço fielmente pela já aguardada quinta temporada(?). Olha lá o que tu vai fazer, Netflix.
House of Cards (3ª Temporada)
4.4 413Uma coisa que não entendo é o porquê muitos estarem torcendo pela vitória da Heather Dunbar nas eleições. Ela agora é a bonzinha da parada e menos pior que o Frank?
O sonho dela a vida toda era ser membro da Corte, e depois da grande repercussão que teve seu nome no caso do Raymond Tusk, sua ambição cresceu e agora, numa tentativa de conseguir o salão oval da Casa Branca, renuncia o trabalho de uma vida para chegar à presidência. E além disso, pra tentar destruir a imagem dos Underwood, tenta comprar o diário do médico com o Doug pela bagatela de 2 milhões, ação dita por ela antes impensável. Sem falar que por atuar no Legislativo por anos, usa o discurso moralizador da limpeza à corrupção e antiética no governo, discurso superficial tão usado por certos políticos brasileiros atualmente e no passado representado por vassouras. Para chegar onde querem, a pessoa se modifica, escrúpulos desaparecem, o antes abomidável agora é o necessário. Tudo por causa da busca pelo poder.
O FODA da série é mostrar justamente isso, não existe a dicotomia dos personagens, até porque na política não tem o bonzinho e o malvado, os envolvidos lutam apenas pelos seus interesses. E fato de amarmos/odiarmos Francis é porque ele nunca é sempre aquele tirano clássico, alterna com momentos de demonstração de afeto e amizade, confirmando a intenção de não criar dicotomias e deixa as relações na trama bem mais complexas, assim como na vida real.
Eu tô torcendo pelo Frank e que ele domine a porra toda, dê uns tapas no Putin, digo, Petrov, porque sou fã daquele fdp do Kevin Spacey.
VEM LOGO QUARTA TEMPORADA
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista AgoraMeu desejo pra vida era ter aquela maquininha do ''Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças'' e apagar Breaking Bad da cabeça. Aí eu assistia novamente e apagava, assistia, apagava... não há definições pra série mais fodástica já criada. Brilhante.