Incrível a sensibilidade que Zizo tem para transformar em poesia as situações que acontecem no cotidiano... De fato, a arte encontra a vida e a vida se ressignifica com a arte.
Um choque entre a liberdade, a escolha e a vontade e as condições materiais, econômicas, sociais, políticas e históricas em que vivemos. Até que ponto somos, de fato, livres para escolhermos e seguirmos nossos desejos? Até que ponto somos influenciados pela nossa situação concreta de vida? Esse jogo de forças é apresentado de forma incrível durante o filme.
"Primeiro vem o dia. Tudo acontece naquele dia, até chegar a noite, que é a melhor parte. Mas logo depois vem o dia outra vez... e vai... e vai... e vai...e é sem parar". Um seco retrato do duro cotidiano e das suas (im)possíveis rupturas.
Até que ponto não fazemos das fantasias e dos sonhos realidades (ir)reais inscritas em uma realidade que, distante daquela dita compartilhada, releva em seu íntimo o singular, o não compartilhado? Em o Rei da Comédia essa mistura e indiferenciação somam-se a momentos de claras distinções e diferenciações entre o "real" e o "irreal", o que proporciona ainda mais complexidade para a história e para o personagem. É interessante notar a percepção da realidade sendo construída com tamanha particularidade, beirando ao sonho e a fantasia. Essas questões proporcionam um tom enigmático ao filme e expõem, de forma escancarada, a complexidade do humano.
É muito interessante o contraste existente entre a exatidão, o controle e a razão que ele busca na ciência e a imprecisão, o descontrole e a "irrazão" que ele encontra em sua vida e em suas crises. Notório também é o fanatismo científico caminhar lado a lado com o fanatismo religioso. Ótimo para se pensar e refletir sobre a posição em que colocamos a ciência e o poder (soberano) que atribuímos a ela..
Um filme que além de mostrar ( e enfocar) o que está além dos ringues e das lutas, rompe com o estereótipo do lutador. Fiquei encantada com a sensibilidade do personagem, com o modo com que ele se relaciona com a filha e com os seus "rivais".
Achei interessante o filme iniciar pelo final, acentuou ainda mais a irreversibilidade da história: o final já havia sido desvendado. Porém, no geral, achei mais interessante a questão das diferenças no jeito de filmar do que a história propriamente dita.
Um filme que apesar da "leveza", da aparente "beleza" ainda assim, de forma sutil, evidencia o descaso dos profissionais de saúde e coloca a clausura como a única forma de "tratamento" possível... Esse descaso é muito presente, até mesmo a voz que é dada aos pacientes é muito menos para de fato ouvi-los e se aproximar de sua vivência do que como um cumprimento da rotina da clínica. Ao invés de ouvi-los, as medidas primeiramente empregadas são as de contenção e de isolamento. Diferentemente do que comumente se encontra nas enfermarias psiquiátricas, é bonito de se ver as diferenças e as particularidades de cada paciente, ainda não homogeneizados pela medicação e ainda não (totalmente) cronificados com o (não) tratamento oferecido, com a rotina imposta e com os métodos punitivos encontrados para dar conta da loucura. Outro aspecto também interessante é a relação entre dois dos pacientes da clínica. Essa relação, bem diferente daquela entre os pacientes e os profissionais da saúde, evidencia o cuidado, a vontade de conhecer e saber sobre o outro. Uma sensibilidade bonita de se ver.
Esse filme me afetou demais, nossa! Restaram-me muitas lágrimas, muita tristeza e muita angústia após assisti-lo. Demorou um bom tempo para conseguir começar a digeri-lo e a pensar sobre ele, eram muitos afetos, muitos sentimentos para dar conta antes disso... Saber que essa história de fato aconteceu ( e quantas outras "em nome da ciência" também), nossa, não tenho palavras, é algo que só consigo dizer sentindo...Sem sombra de dúvidas, um dos melhores filmes que já assisti sobre a ideologia presente nas experiências ditas científicas.
Um filme belíssimo que traz incríveis problematizações sobre a vida, a morte e a liberdade. Nos faz refletir sobre as concepções morais que "aceitamos" como verdades inquestionáveis e de como o "universalmente válido" e a oposição "clara" e "imutável" entre "Bem" e "Mal", "Certo" e "Errado" podem ser complicadas de se operacionalizar na prática, tendo em vista um ser humano com suas particularidades, desejos, vontades e sentimentos.
Um filme que me fez pensar sobre os encontros fortuitos, fragmentados e "insignificantes" que temos ao longo da vida e de como eles podem se inserir (ou não) de forma marcante e decisiva em nossa história. Percorrer as ruas de Nova York com o solitário Travis e ir percebendo como esses encontros o marcam é algo que provoca muitas reflexões e inevitavelmente nos leva a pensar sobre nossos inúmeros encontros cotidianos e "insignificantes" com os vários desconhecidos que "conhecemos" diariamente.
Febre do Rato
4.0 657Incrível a sensibilidade que Zizo tem para transformar em poesia as situações que acontecem no cotidiano... De fato, a arte encontra a vida e a vida se ressignifica com a arte.
Baixio das Bestas
3.5 397Um choque entre a liberdade, a escolha e a vontade e as condições materiais, econômicas, sociais, políticas e históricas em que vivemos. Até que ponto somos, de fato, livres para escolhermos e seguirmos nossos desejos? Até que ponto somos influenciados pela nossa situação concreta de vida? Esse jogo de forças é apresentado de forma incrível durante o filme.
Amarelo Manga
3.8 543 Assista Agora"Primeiro vem o dia. Tudo acontece naquele dia, até chegar a noite, que é a melhor parte. Mas logo depois vem o dia outra vez... e vai... e vai... e vai...e é sem parar". Um seco retrato do duro cotidiano e das suas (im)possíveis rupturas.
O Rei da Comédia
4.0 366 Assista AgoraAté que ponto não fazemos das fantasias e dos sonhos realidades (ir)reais inscritas em uma realidade que, distante daquela dita compartilhada, releva em seu íntimo o singular, o não compartilhado? Em o Rei da Comédia essa mistura e indiferenciação somam-se a momentos de claras distinções e diferenciações entre o "real" e o "irreal", o que proporciona ainda mais complexidade para a história e para o personagem. É interessante notar a percepção da realidade sendo construída com tamanha particularidade, beirando ao sonho e a fantasia. Essas questões proporcionam um tom enigmático ao filme e expõem, de forma escancarada, a complexidade do humano.
Réquiem para um Sonho
4.3 4,4K Assista AgoraParalelo muito interessante entre as drogas lícitas e ilícitas e os efeitos delas decorrentes.
Touro Indomável
4.2 708 Assista AgoraDrástica mudança de "espetáculos".
Pi
3.8 769 Assista AgoraÉ muito interessante o contraste existente entre a exatidão, o controle e a razão que ele busca na ciência e a imprecisão, o descontrole e a "irrazão" que ele encontra em sua vida e em suas crises. Notório também é o fanatismo científico caminhar lado a lado com o fanatismo religioso. Ótimo para se pensar e refletir sobre a posição em que colocamos a ciência e o poder (soberano) que atribuímos a ela..
O Lutador
4.0 912Um filme que além de mostrar ( e enfocar) o que está além dos ringues e das lutas, rompe com o estereótipo do lutador. Fiquei encantada com a sensibilidade do personagem, com o modo com que ele se relaciona com a filha e com os seus "rivais".
Irreversível
4.0 1,8K Assista AgoraAchei interessante o filme iniciar pelo final, acentuou ainda mais a irreversibilidade da história: o final já havia sido desvendado. Porém, no geral, achei mais interessante a questão das diferenças no jeito de filmar do que a história propriamente dita.
Eu Sou um Cyborg, e Daí?
3.9 186Um filme que apesar da "leveza", da aparente "beleza" ainda assim, de forma sutil, evidencia o descaso dos profissionais de saúde e coloca a clausura como a única forma de "tratamento" possível... Esse descaso é muito presente, até mesmo a voz que é dada aos pacientes é muito menos para de fato ouvi-los e se aproximar de sua vivência do que como um cumprimento da rotina da clínica. Ao invés de ouvi-los, as medidas primeiramente empregadas são as de contenção e de isolamento. Diferentemente do que comumente se encontra nas enfermarias psiquiátricas, é bonito de se ver as diferenças e as particularidades de cada paciente, ainda não homogeneizados pela medicação e ainda não (totalmente) cronificados com o (não) tratamento oferecido, com a rotina imposta e com os métodos punitivos encontrados para dar conta da loucura. Outro aspecto também interessante é a relação entre dois dos pacientes da clínica. Essa relação, bem diferente daquela entre os pacientes e os profissionais da saúde, evidencia o cuidado, a vontade de conhecer e saber sobre o outro. Uma sensibilidade bonita de se ver.
Cobaias
3.7 26 Assista AgoraEsse filme me afetou demais, nossa! Restaram-me muitas lágrimas, muita tristeza e muita angústia após assisti-lo. Demorou um bom tempo para conseguir começar a digeri-lo e a pensar sobre ele, eram muitos afetos, muitos sentimentos para dar conta antes disso... Saber que essa história de fato aconteceu ( e quantas outras "em nome da ciência" também), nossa, não tenho palavras, é algo que só consigo dizer sentindo...Sem sombra de dúvidas, um dos melhores filmes que já assisti sobre a ideologia presente nas experiências ditas científicas.
Sozinho Contra Todos
4.0 313"faltam-me balas contra todos"
Mar Adentro
4.2 607Um filme belíssimo que traz incríveis problematizações sobre a vida, a morte e a liberdade. Nos faz refletir sobre as concepções morais que "aceitamos" como verdades inquestionáveis e de como o "universalmente válido" e a oposição "clara" e "imutável" entre "Bem" e "Mal", "Certo" e "Errado" podem ser complicadas de se operacionalizar na prática, tendo em vista um ser humano com suas particularidades, desejos, vontades e sentimentos.
Taxi Driver
4.2 2,6K Assista AgoraUm filme que me fez pensar sobre os encontros fortuitos, fragmentados e "insignificantes" que temos ao longo da vida e de como eles podem se inserir (ou não) de forma marcante e decisiva em nossa história. Percorrer as ruas de Nova York com o solitário Travis e ir percebendo como esses encontros o marcam é algo que provoca muitas reflexões e inevitavelmente nos leva a pensar sobre nossos inúmeros encontros cotidianos e "insignificantes" com os vários desconhecidos que "conhecemos" diariamente.