O tema não é novidade. Recentemente, o filme "Sequestros em Cleveland" tratou do mesmo assunto, porém, com mais crueldade. Entretanto, no longa "O quarto de Jack" o foco é o ponto de vista da criança, que durante seus 5 anos de vida, confinado junto à mãe em um pequeno quarto, nunca teve a oportunidade de 'conhecer o mundo'. E é aí que a produção se destaca: com a mãe que se esforça ao tentar blindar o filho daquela situação, e o garoto quando vislumbra o mundo pela primeira vez. Ambos os momentos são emocionantes e reflexivos podendo render boas discussões psicológicas. Direção e roteiro estão encaixadinhos, mas o bom mesmo é a dupla central, que dá show de interpretação, principalmente o rapazinho Jacob Tremblay.
"Creed: nascido para lutar" é, indiscutivelmente, um filme clichê. O que acontece aqui se assemelha a outras inúmeras situações já retratadas pelo cinema. Entretanto, o longa não é só mais uma produção sobre boxe e os dramas particulares de lutadores, é uma extensão da história de Rocky Balboa e isso é o grande diferencial em relação a outras narrativas que envolvem esse esporte.
Desde "Rocky, um lutador" e "Touro Indomável" que não surge um produto tão bom quanto. Muitas produções chegaram perto, como "O campeão" (1979), "Hurricane - O Furacão" (1999), o oscarizado "Menina de Ouro" (2004), "O vencedor" (2010) e o recente "Nocaute" (2015). "Creed: nascido para lutar" é o que mais chegou perto desses clássicos.
A premissa é simples: Adonis Johnson, filho do campeão Apollo Creed, procura Rocky Balboa para ser seu treinador e iniciar sua carreira no boxe. Para isso, o rapaz precisa colocar a cabeça no lugar, treinar bastante e buscar a concentração perfeita para se tornar um verdadeiro pugilista. A experiência da 'velha guarda' será essencial para que Johnson se espelhe no legado do pai e siga o caminho dos campeões.
"Creed" é tecnicamente excelente, tem roteiro e trilha sonora encaixados, a direção de Ryan Coogler ("Fruitvale Station: A Última Parada") é bastante segura e o destaque é a dupla de protagonistas que está inspiradíssima! Michael B. Jordan, já sabemos do seu potencial, mas Sylvester Stallone, por incrível que pareça, está arrasador!
A coreografia das lutas são impecáveis, destaque para uma delas que acontece em um plano sequência espetacular. Inclusive, há alguns momentos em que o diretor realiza outros bons planos e faz uso eficiente de câmeras lentas. Isso faz com que tudo fique mais realista. As situações dramáticas, assim como as cenas de treinamentos, são bem dirigidas e inseridas na trama de maneira pontual.
O sucesso crítico de "Creed: nascido para lutar" se deve muito ao universo de Rocky Balboa, principalmente por se inspirar no primeiro "Rocky". A todo instante estamos diante de referências ao ícone da cultura pop. Impossível não se arrepiar quando escutamos a trilha sonora original do clássico para incentivar o jovem Creed. Tudo isso faz com o que o filme tenha alma (saudosista?) e seja extremamente contagiante.
O melhor mesmo é Stallone. O ator conseguiu o equilíbrio dramático perfeito para o seu personagem. Certamente, é o seu melhor trabalho além de ser a melhor chance da carreira para abocanhar prêmios dourados. Boa sorte, Sly!
Falar de Quentin Tarantino é falar de um cinema recheado de autenticidade, bons roteiros, violência e desenvolvimento de personagens. Este oitavo filme, do diretor e roteirista, segue todos esses quesitos apontados, aventura-se novamente pelo gênero faroeste e traz, como sempre, referências aos seus trabalhos anteriores.
Com uma forte aura de "Cães de Aluguel", o longa tem uma premissa simples, que é montada em forma de capítulos, de tal forma que o espectador se surpreenda em sua conclusão. O ritmo é lento. Na primeira metade não acontece muita coisa e o filme se arrasta com alguns de seus personagens dentro de uma carruagem em plena nevasca, pouco após a Guerra Civil Americana (1861-1865).
Tarantino constrói um clima sombrio e misterioso na primeira hora. Com ótimos diálogos e com uma trilha sonora de Ennio Morricone que valoriza o suspense, ele apresenta ao espectador cada um dos tais odiados de maneira plural (apesar de terem mais presenças de cena, Samuel L. Jackson e Jennifer Jason Leigh são os destaques da trupe). Não há nenhum herói na trama, mas todos possuem características sociais e motivações diferentes.
O longa começa a engrenar, de fato, quando a tal carruagem para em uma cabana, local onde todos 'oito' ficam confinados à espera do término da forte nevasca. É aí que Tarantino destila seu veneno: com ótimos e divertidos diálogos, reviravoltas e revelações interessantes além de momentos de extrema violência. Tudo é filmado ao seu estilo, há travellings circulares, flashbacks, câmera ora estática ora com movimentos bruscos, jogo de edição e um sangrento clímax pra lá de apoteótico.
"Os oito odiados" não é o melhor filme do diretor, apesar de cumprir o que promete em quase três horas de duração, para o agrado de seus fãs.
O elenco é muito bom, porém o filme nem tanto. Não é atoa que Adam Sandler, o canastrão de sempre, escreveu e produziu o longa. A narrativa possui uma montanha russa de gags cômicas. Quando uma situação funciona e te faz rir, em seguida o sorriso estampado se fecha com algo sem graça e, às vezes, escatológico e constrangedor. Sandler, que faz o papel de um índio que brinca de Zohan no faroeste, deve arrumar um grana para um criminoso e livrar seu pai da morte. Na jornada, ele descobre ter irmãos paternos (estranhos e boçais) que ajudam a conseguir o dinheiro. A reviravolta final é legal, há alguns bons personagens e a produção até diverte, mas o desequilíbrio no humor desagrada. Não sei qual sátira é a mais boba, esta ou "Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola", de Seth MacFarlane.
O filme é mais um drama sobre naufrágio do que um confronto entre o homem e a famosa baleia Moby-Dick. A narrativa, ambientada em 1820, é sobre os caçadores de baleias que matavam esses enormes mamíferos para coletar um óleo animal que era valioso na época. Numa dessas expedições, surge a oportunidade de caçar a maior de todas.
Quando ela aparece, logo a embarcação dos protagonistas é destruída e todos procuram sobreviver.
A verdade é que a história, contada por meio de flashbacks, valoriza a criação do conto da lendária Moby-Dick e isso, no desfecho, se torna a grande sacada do roteiro, tanto no contexto literário como na politicagem em torno da trágica jornada. O longa é bem filmado, tem boas atuações, reconstituição de época convincente e tem um Ron Howard sempre seguro na direção.
O filme tem cara de comédia, trilha sonora apropriada para o gênero, protagonista comediante e a história é até engraçada, mas não é comédia. "Mate-me mais uma vez" é policial! Aqui, todas as ações se cruzam em um só objetivo e tudo sai errado. A comicidade está aí, nas reviravoltas e no tom atrapalhado em que elas acontecem. A estrutura da produção e os clichês, com toques de humor negro e violência, se assemelham a diversas outras narrativas. Entretanto, o longa prende a atenção e é divertido. Todo o elenco está bem, incluindo Simon Pegg que está em um papel diferente do que de costume.
"Youth", que quer dizer 'juventude' em tradução para o português, é uma obra deslumbrante de Paolo Sorrentino, cineasta italiano do premiado "A grande beleza". O filme faz uma reflexão sobre o envelhecimento sob a ótica de dois amigos, um cineasta e um maestro aposentado, que estão em um momento de descanso em um resort. Em meio a conversas e o ócio, ambos compartilham relações com diversas pessoas o que leva a narrativa a analisar contrastes entre as mais variadas gerações.
O estilo de filmagem, como a fotografia, a trilha sonora e os enquadramentos de câmeras sempre interessantes, segue o padrão de qualidade de "A grande beleza" ao explorar o charme das locações e a simetria da composição de objetos em cena. Além do primor técnico, o filme traz excelentes atuações do elenco, principalmente de Michael Caine e Harvey Keitel, que estão notáveis.
O roteiro, com ótimos diálogos e humor rasteiro pontual, esbanja originalidade e lirismo. À medida que os personagens são desenvolvidos, a trama, aliada a inserções visuais e sensoriais de Sorrentino (algumas sequências são geniais), ganha contornos poéticos que conflitam o 'velho' e o 'novo' assim como 'experiências' e 'frustrações'.
As imaginações que retratam o passado, os dramas que norteiam a melancolia do presente e as incertezas que contornam o futuro são trabalhados com sutileza e intensidade pelo diretor. Tudo isso provoca no espectador momentos únicos de catarse e faz com que a diesege de "Youth" contemple a vida, seja dando fôlego para os mais longevos ou inspirando os mais jovens a mudarem suas mentes e seus rumos.
"O encontro" é um retrato dos moradores de rua de Nova Iorque. A abordagem do tema é simples e acompanha o dia-a-dia de um deles, interpretado por um inspirado Richard Gere. Não sabemos o motivo de o sujeito parar na rua. Durante sua jornada de sobrevivência acompanhamos o seu drama junto com os dos outros que também procuram abrigos, compartilham dificuldades (principalmente no que se refere a relacionamentos e na burocracia do assistencialismo) e buscam ter alguma dignidade.
O filme explora tudo de forma leve, calma, sem violência e aparentemente sem preocupações, assim como a passividade do protagonista que observa os movimentos da cidade e espera a hora passar. Talvez, por isso, o longa possa deixar alguns espectadores impacientes pela lentidão em seu ritmo e pela falta de reviravoltas ao longo da projeção. Entretanto, a intenção aqui é mais antropológica. Parece um exercício de observação.
A direção de Oren Moverman desenvolve certas situações de maneira interessante. Muitas cenas foram rodadas a partir de abordagens de 'câmera escondida' e com Gere 'mendigando' de verdade, o que dá mais realismo à trama.
A pegada existencialista do roteiro é quase lírica. O vazio e o tempo parecem estar a favor de quem 'não quer nada com a vida'. A verdade é que esses indivíduos não conseguem preencher esses quesitos e precisam de ajuda para terem chances de almejar algo ou a sair do ostracismo.
O peso da reflexão ou da passividade é maior que a força da ação ou da pro atividade, mesmo que seja para se reaproximar de um familiar para pedir o mínimo de ajuda. Muitas vezes o pedido de socorro é sutil e silencioso, mas o barulho que provoca na sociedade é ensurdecedor.
"American Ultra - Armados e Alucinados" é divertido, tem trilha sonora bacana e boas doses de violência. Tudo isso conduzido por Nima Nourizadeh ("Projeto X") que soube dar um ritmo cativante, bons enquadramentos de câmera e arquitetou cenas de ação interessantes. A narrativa tem uma aura de "Assassinos por Natureza", trama de espionagem e premissa que remete aos projetos secretos de 'super agentes'. Destaque para o casal protagonista, em especial Jesse Eisenberg, que interpreta com perfeição o tipo 'nerd drogado e louco'. Além disso, os créditos finais são sensacionais. Tudo parece convencional, mas não é, no que diz respeito a condução e exposição dos eventos. Surpreendente e insano!
A fotografia é boa, Daniel Craig está muito bem e a direção de Sam Mendes transmite segurança, principalmente nas cenas de ação (a sequência de abertura é sensacional e empolgante). Entretanto, há um roteiro ruim e pouco inspirado que desperdiça o talento de Christoph Waltz e prejudica o ritmo do filme, o que o faz ficar cansativo em alguns momentos - sem falar da longa duração. No geral ficou 'ok', esquecível e muito aquém do ótimo "Operação Skyfall". Criou-se uma enorme expectativa sobre o longa e o resultado ficou um pouco frustrante.
O filme é um pouco lento e, em certo momento, carece de ritmo, mas quem tiver paciência até o fim verá uma belíssima história. Na verdade, a lentidão faz parte da dramatização que desenvolve situações que imprimem sensibilidade, pureza e delicadeza. Isso retrata a organização e costumes japoneses de uma vida aparentemente tranquila e, ao mesmo tempo, metódica. Além disso, o longa se vale, também, pela esplendorosa (e simples) técnica de animação à moda antiga repleta de detalhes do Japão antigo de cores e movimentos interessantes. Um primor. Se possível, vejam em HD para apreciarem os traços que ficam ainda mais belos na tela.
O filme não é ruim, mas possui alguns clichês e exageros (nada grotescos) que poderão incomodar os mais exigentes. No geral é um suspense muito bem filmado. A fotografia valoriza o calor das paisagens e, também, a agonia do protagonista que é afetado pela insolação ao caminhar pelo deserto. O longa é curto e possui um bom ritmo. O roteiro simples oferece boas cenas de tensão e prende a atenção do espectador pela intensa perseguição 'gato-e-rato' e pelas ações de sobrevivência e conhecimento do 'rato'. Destaque para Michael Douglas, que interpreta com eficiência um milionário misterioso, maquiavélico e impiedoso. Apesar de o final ser descartável
(a última cena poderia ter sido cortada, o que daria ênfase à crítica ao capitalismo e uma aura interessante e perturbadora à narrativa - se terminasse na cena do helicóptero, como sugere um usuário em um comentário abaixo, a conclusão seria bem mais satisfatória)
"A vida depois de Beth" é uma montanha russa de subgêneros. Começa melancólico, passa pelo mistério, vai para o terror e termina em um tom tragicômico quase surreal. Quando a trama precisa de explicações coerentes sobre os acontecimentos para seguir a diante, o humor negro ganha espaço, coloca a seriedade de lado e revela a alma nonsense do filme. Não é um longa que agradará a todos, pois quem levar a sério demais vai condenar os furos de roteiro que, por incrível que pareça, aparece de forma proposital para dar o tom da reviravolta na narrativa
Qualquer empregado, seja de uma empresa ou do lar, tem sua vida ligada ao trabalho, de onde se tira o sustento. Pessoas passam um terço do dia (no mínimo) em algum lugar para que os chefes ganhem dinheiro ou gastem com algum tipo de manutenção. Muitas vezes esse ganho é mal repassado para aqueles que não deixam a engrenagem parar. Geralmente, quanto mais baixo for o cargo do funcionário, menos valorizado é. O empregado doméstico talvez seja o retrato mais claro, não só da diferença entre a relação funcionário-patrão (ou rico-pobre), mas do comportamento humano numa sociedade desequilibrada que preza, subliminarmente, pelo escravismo, pela hierarquia (neoliberal), pelas imposições e pela hipocrisia.
O parágrafo acima é a principal mensagem do filme "Que horas ela volta?", dirigido por Anna Muylaert, que aborda a realidade no relacionamento de quem manda e de quem obedece. O filme tem um realismo incrível, seja pelas atuações convincentes (destaque para a excelente atuação de Regina Casé), pelos bons diálogos ou pela câmera estática que observa os movimentos rotineiros de uma casa de classe alta.
O dia-a-dia da empregada doméstica Val (Casé), uma pernambucana que veio para São Paulo em busca de trabalho, é tranquilo. Ela mora no próprio serviço, tem muitos afazeres, cumpre exatamente o que os patrões exigem e é, aparentemente, respeitada (como se fosse da família). Val, inclusive, tem um relacionamento quase materno com Fabinho (Michel Joelsas), o filho do casal para quem trabalha, que já foi babá e o viu crescer. A rotina e os comportamentos dos personagens começam a mudar quando a filha de Val, Jéssica (Camila Márdila), que não vê a 10 anos, vem para a capital para ficar com a mãe e prestar vestibular.
A garota, de forte personalidade, desestrutura o 'sistema' da família e, também, de sua mãe, que tem métodos de trabalho que respeitam a hierarquia do lugar. A partir daí, tudo começa a mudar e a 'ordem estabelecida' pelos patrões de Val se desestabiliza ocasionando situações ricas em discussões antropológicas, inversões de valores e, principalmente, no retrato de conceitos citados no fim do primeiro parágrafo deste texto.
Tudo no filme acontece de forma sutil e com humor rasteiro situacional pontual, inclusive na reviravolta final
que, apesar de mostrar que certos conceitos não mudam, apenas trocam de nome, nos alerta para valorizar o que temos de mais importante: a vida e a família
"Sob o mesmo céu" é o típico filme em que a subtrama é mais interessante que a trama principal. Se o roteiro invertesse a maneira de exposição dos conteúdos, talvez, poderíamos ter um baita filme policial com toques de romance. O romance, diga-se de passagem, é bobinho, quase piegas (a personagem de Emma Stone, à princípio, é meio esquisita). Entretanto, a narrativa carece de um desenvolvimento melhor na trama secundária, principalmente por não apresentar argumentos necessários que justificam as repentinas reviravoltas finais. É uma pena que atores como Bill Murray e Alec Baldwin estão mal aproveitados. Outro lamento é o diretor Cameron Cowe que não implaca um bom filme desde "Vanilla Sky".
Boa estreia de Russell Crowe na direção, que demonstra domínio com a câmera. É uma pena que o roteiro seja fraco e algumas passagens soam forçadas ou mal encaixadas. No geral, é um bom filme com qualidade técnica.
O novo "Férias Frustradas" é uma continuação e, ao mesmo tempo, uma refilmagem do clássico de mesmo nome dos anos 80 estrelado por Chevy Chase. Pode ser considerado uma sequência devido a jornada ser protagonizada por Rusty, filho de Clark Griswold, interpretado por Chase. O longa também pode ser um remake por ter o mesmo objetivo de o patriarca atravessar o país para que sua família conheça o parque de diversões Walley World, na Califórnia, e por ter situações semelhantes em relação ao original.
Com humor ora pastelão ora situacional, a produção nada convencional de 1983 sobrevive ao tempo devido ao sucesso em sua época e, claro, por ter se tornado um clássico oitentista da comédia. Já a versão de 2015, infelizmente, não terá a mesma sorte. Não que seja um longa ruim, pelo contrário, mas tudo que se vê aqui são gags repetidas, contextualização de piadas e pouca originalidade. Muito do que vemos remete a diversos outros filmes e, talvez por isso, não tenha tanto impacto.
Entretanto, ainda sim, "Férias Frustradas" é uma boa diversão. Os ótimos momentos cômicos situacionais, que estão mais bem encaixados aqui, continuam ditando o bom ritmo. Além disso, ainda há algum humor negro e boas doses de enrascadas da família Griswold. Assim como o clássico, no entanto, algumas passagens são tão bobas e forçadas que poderiam ter sido cortadas na edição final.
A vantagem é que o novo "Férias" não precisa do anterior para se inteirar da atual narrativa. No geral, o road movie é um bom entretenimento para quem procura o riso fácil e despretensioso. Destaques para Ed Helms, que demonstra (novamente) ter boa veia cômica, para a impagável participação de Chris Hemsworth e para o excêntrico carro albanês que rouba a cena em diversos momentos.
A série "Missão: Impossível" chega a sua quinta parte e com muito fôlego. A vitalidade se deve muito a Tom Cruise, que protagoniza (muitas vezes sem dublês) e produz os longas com muita eficiência. Assim como os outros, há novas engenhocas e cenas de perigo exageradamente bem feitas e divertidas (no sentido de serem, de fato, missões impossíveis). Aqui, a cartilha da diversão é seguida à risca e "Nação Secreta" oferece ao público um excelente longa de ação, bem dirigido, com roteiro redondinho, com bom elenco, trilha sonora pontual e com sequências de tirar o fôlego. Além de Cruise, outro destaque é Simon Pegg, o alívio cômico perfeito e que tem uma maior participação. Claro, "Missão: Impossível" é mais do mesmo e pode até ser esquecível, mas é entretenimento de qualidade e é isso o que importa.
Decepcionante. O filme atrapalha toda a coerência temporal da narrativa da série e não explica como toda essa bagunça foi formada. Espero que isso se explique nas continuações, caso tenha. Além disso, a ideia de mudanças sobre John Connor me incomodou muito.
Isso me lembrou dos fracos "Transcendence" e "Lucy"
. Apesar disso, as cenas de ação são 'ok', nada de impressionante (algumas são absurdas até demais). Os efeitos visuais são irregulares. Há cenas com bom realismo e outras muito plásticas. Revisitar o passado os longas de James Cameron foi interessante e bem ensaiado. O melhor mesmo é Arnold Schwarzenegger que está super a vontade, irônico e perfeito, mais uma vez, como o robô exterminador. Inclusive, o argumento sobre o seu envelhecimento ficou convincente.
"Mar Negro" é um filme de caça ao tesouro. A premissa é convencional, mas seu cenário foge do que estamos acostumados a ver em relação ao tema. Doze tripulantes de um submarino, comandados por um capitão protagonizado pelo ótimo Jude Law, estão em uma missão secreta para resgatar milhões em barras de ouro que estão em um submarino nazista naufragado desde a Segunda Guerra Mundial. O ponto fraco do longa é o roteiro que se inspira em um emaranhado de clichês para criar conflitos e situações dramáticas. Infelizmente, isso dá abertura para furos na narrativa e torna o filme previsível, o que pode incomodar os mais exigentes. Apesar disso, "Mar Negro" tem uma produção bem feita e um diretor que soube criar uma eficiente atmosfera claustrofóbica que proporciona bons momentos de suspense. E é isso que prende a atenção do público.
Os Minions são encantadores. São eles quem roubam a cena nos dois filmes "Meu Malvado Favorito". Quando um personagem coadjuvante chama demais a atenção do público ele acaba ganhando uma oportunidade de fazer ainda mais sucesso em uma produção solo ou spin-off. E não foi diferente com essas coisinhas amarelas que voltam ao cinema para contar 'como tudo começou'.
Há dois problemas no longa que podem fazer com que "Minions" não seja tão bom quanto merece. O primeiro deles é a fragilidade do roteiro escrito por Brian Lynch. A premissa é criativa e se desenvolve de forma divertidamente impecável em seu primeiro ato ao mostrarem os protagonistas à procura de um vilão para servirem. Entretanto, após isso, o roteiro oscila no ritmo narrativo ao dividir o foco com a vilã Scarlet Overkill e peca ao desenvolvê-la mal e por trazer soluções 'fast food' para suas ações.
O segundo problema é o trailer revelador. Infelizmente, as melhores cenas estão nos teasers e quando elas surgem durante a projeção já não são novidade, o que pode afetar o entusiasmo no riso.
Apesar disso, "Minions" não deixa de ser divertido e são suas trapalhadas que não deixam a peteca cair. O humor segue situacional e infantil, assim como em suas participações nos longas do 'Malvado'. Além disso, O hilário 'minionês' é mantido e ainda há vários momentos impagáveis, boa trilha sonora e muitas referências interessantes do final dos anos 60.
"Minions" é uma boa pedida para os fãs que querem ver mais do mesmo. É uma pena que o trailer tenha amornado a expectativa de muita gente, mas, mesmo assim, essas criaturinhas adoradoras de bananas não deixam de ser irresistíveis.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraO tema não é novidade. Recentemente, o filme "Sequestros em Cleveland" tratou do mesmo assunto, porém, com mais crueldade. Entretanto, no longa "O quarto de Jack" o foco é o ponto de vista da criança, que durante seus 5 anos de vida, confinado junto à mãe em um pequeno quarto, nunca teve a oportunidade de 'conhecer o mundo'. E é aí que a produção se destaca: com a mãe que se esforça ao tentar blindar o filho daquela situação, e o garoto quando vislumbra o mundo pela primeira vez. Ambos os momentos são emocionantes e reflexivos podendo render boas discussões psicológicas. Direção e roteiro estão encaixadinhos, mas o bom mesmo é a dupla central, que dá show de interpretação, principalmente o rapazinho Jacob Tremblay.
Creed: Nascido para Lutar
4.0 1,1K Assista Agora"Creed: nascido para lutar" é, indiscutivelmente, um filme clichê. O que acontece aqui se assemelha a outras inúmeras situações já retratadas pelo cinema. Entretanto, o longa não é só mais uma produção sobre boxe e os dramas particulares de lutadores, é uma extensão da história de Rocky Balboa e isso é o grande diferencial em relação a outras narrativas que envolvem esse esporte.
Desde "Rocky, um lutador" e "Touro Indomável" que não surge um produto tão bom quanto. Muitas produções chegaram perto, como "O campeão" (1979), "Hurricane - O Furacão" (1999), o oscarizado "Menina de Ouro" (2004), "O vencedor" (2010) e o recente "Nocaute" (2015). "Creed: nascido para lutar" é o que mais chegou perto desses clássicos.
A premissa é simples: Adonis Johnson, filho do campeão Apollo Creed, procura Rocky Balboa para ser seu treinador e iniciar sua carreira no boxe. Para isso, o rapaz precisa colocar a cabeça no lugar, treinar bastante e buscar a concentração perfeita para se tornar um verdadeiro pugilista. A experiência da 'velha guarda' será essencial para que Johnson se espelhe no legado do pai e siga o caminho dos campeões.
"Creed" é tecnicamente excelente, tem roteiro e trilha sonora encaixados, a direção de Ryan Coogler ("Fruitvale Station: A Última Parada") é bastante segura e o destaque é a dupla de protagonistas que está inspiradíssima! Michael B. Jordan, já sabemos do seu potencial, mas Sylvester Stallone, por incrível que pareça, está arrasador!
A coreografia das lutas são impecáveis, destaque para uma delas que acontece em um plano sequência espetacular. Inclusive, há alguns momentos em que o diretor realiza outros bons planos e faz uso eficiente de câmeras lentas. Isso faz com que tudo fique mais realista. As situações dramáticas, assim como as cenas de treinamentos, são bem dirigidas e inseridas na trama de maneira pontual.
O sucesso crítico de "Creed: nascido para lutar" se deve muito ao universo de Rocky Balboa, principalmente por se inspirar no primeiro "Rocky". A todo instante estamos diante de referências ao ícone da cultura pop. Impossível não se arrepiar quando escutamos a trilha sonora original do clássico para incentivar o jovem Creed. Tudo isso faz com o que o filme tenha alma (saudosista?) e seja extremamente contagiante.
O melhor mesmo é Stallone. O ator conseguiu o equilíbrio dramático perfeito para o seu personagem. Certamente, é o seu melhor trabalho além de ser a melhor chance da carreira para abocanhar prêmios dourados. Boa sorte, Sly!
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraFalar de Quentin Tarantino é falar de um cinema recheado de autenticidade, bons roteiros, violência e desenvolvimento de personagens. Este oitavo filme, do diretor e roteirista, segue todos esses quesitos apontados, aventura-se novamente pelo gênero faroeste e traz, como sempre, referências aos seus trabalhos anteriores.
Com uma forte aura de "Cães de Aluguel", o longa tem uma premissa simples, que é montada em forma de capítulos, de tal forma que o espectador se surpreenda em sua conclusão. O ritmo é lento. Na primeira metade não acontece muita coisa e o filme se arrasta com alguns de seus personagens dentro de uma carruagem em plena nevasca, pouco após a Guerra Civil Americana (1861-1865).
Tarantino constrói um clima sombrio e misterioso na primeira hora. Com ótimos diálogos e com uma trilha sonora de Ennio Morricone que valoriza o suspense, ele apresenta ao espectador cada um dos tais odiados de maneira plural (apesar de terem mais presenças de cena, Samuel L. Jackson e Jennifer Jason Leigh são os destaques da trupe). Não há nenhum herói na trama, mas todos possuem características sociais e motivações diferentes.
O longa começa a engrenar, de fato, quando a tal carruagem para em uma cabana, local onde todos 'oito' ficam confinados à espera do término da forte nevasca. É aí que Tarantino destila seu veneno: com ótimos e divertidos diálogos, reviravoltas e revelações interessantes além de momentos de extrema violência. Tudo é filmado ao seu estilo, há travellings circulares, flashbacks, câmera ora estática ora com movimentos bruscos, jogo de edição e um sangrento clímax pra lá de apoteótico.
"Os oito odiados" não é o melhor filme do diretor, apesar de cumprir o que promete em quase três horas de duração, para o agrado de seus fãs.
Perigo Extremo
2.9 57 Assista AgoraAs cenas de lutas são muito boas, boas mesmo (bem filmadas e coreografadas), o resto parece um trabalho plagiado de conclusão de curso de cinema.
Os Seis Ridículos
2.5 458 Assista AgoraO elenco é muito bom, porém o filme nem tanto. Não é atoa que Adam Sandler, o canastrão de sempre, escreveu e produziu o longa. A narrativa possui uma montanha russa de gags cômicas. Quando uma situação funciona e te faz rir, em seguida o sorriso estampado se fecha com algo sem graça e, às vezes, escatológico e constrangedor. Sandler, que faz o papel de um índio que brinca de Zohan no faroeste, deve arrumar um grana para um criminoso e livrar seu pai da morte. Na jornada, ele descobre ter irmãos paternos (estranhos e boçais) que ajudam a conseguir o dinheiro. A reviravolta final é legal, há alguns bons personagens e a produção até diverte, mas o desequilíbrio no humor desagrada. Não sei qual sátira é a mais boba, esta ou "Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola", de Seth MacFarlane.
No Coração do Mar
3.6 776 Assista AgoraO filme é mais um drama sobre naufrágio do que um confronto entre o homem e a famosa baleia Moby-Dick. A narrativa, ambientada em 1820, é sobre os caçadores de baleias que matavam esses enormes mamíferos para coletar um óleo animal que era valioso na época. Numa dessas expedições, surge a oportunidade de caçar a maior de todas.
Quando ela aparece, logo a embarcação dos protagonistas é destruída e todos procuram sobreviver.
Mate-me Mais Uma Vez
3.0 93O filme tem cara de comédia, trilha sonora apropriada para o gênero, protagonista comediante e a história é até engraçada, mas não é comédia. "Mate-me mais uma vez" é policial! Aqui, todas as ações se cruzam em um só objetivo e tudo sai errado. A comicidade está aí, nas reviravoltas e no tom atrapalhado em que elas acontecem. A estrutura da produção e os clichês, com toques de humor negro e violência, se assemelham a diversas outras narrativas. Entretanto, o longa prende a atenção e é divertido. Todo o elenco está bem, incluindo Simon Pegg que está em um papel diferente do que de costume.
A Juventude
4.0 342"Youth", que quer dizer 'juventude' em tradução para o português, é uma obra deslumbrante de Paolo Sorrentino, cineasta italiano do premiado "A grande beleza". O filme faz uma reflexão sobre o envelhecimento sob a ótica de dois amigos, um cineasta e um maestro aposentado, que estão em um momento de descanso em um resort. Em meio a conversas e o ócio, ambos compartilham relações com diversas pessoas o que leva a narrativa a analisar contrastes entre as mais variadas gerações.
O estilo de filmagem, como a fotografia, a trilha sonora e os enquadramentos de câmeras sempre interessantes, segue o padrão de qualidade de "A grande beleza" ao explorar o charme das locações e a simetria da composição de objetos em cena. Além do primor técnico, o filme traz excelentes atuações do elenco, principalmente de Michael Caine e Harvey Keitel, que estão notáveis.
O roteiro, com ótimos diálogos e humor rasteiro pontual, esbanja originalidade e lirismo. À medida que os personagens são desenvolvidos, a trama, aliada a inserções visuais e sensoriais de Sorrentino (algumas sequências são geniais), ganha contornos poéticos que conflitam o 'velho' e o 'novo' assim como 'experiências' e 'frustrações'.
As imaginações que retratam o passado, os dramas que norteiam a melancolia do presente e as incertezas que contornam o futuro são trabalhados com sutileza e intensidade pelo diretor. Tudo isso provoca no espectador momentos únicos de catarse e faz com que a diesege de "Youth" contemple a vida, seja dando fôlego para os mais longevos ou inspirando os mais jovens a mudarem suas mentes e seus rumos.
O Encontro
2.6 44 Assista Agora"O encontro" é um retrato dos moradores de rua de Nova Iorque. A abordagem do tema é simples e acompanha o dia-a-dia de um deles, interpretado por um inspirado Richard Gere. Não sabemos o motivo de o sujeito parar na rua. Durante sua jornada de sobrevivência acompanhamos o seu drama junto com os dos outros que também procuram abrigos, compartilham dificuldades (principalmente no que se refere a relacionamentos e na burocracia do assistencialismo) e buscam ter alguma dignidade.
O filme explora tudo de forma leve, calma, sem violência e aparentemente sem preocupações, assim como a passividade do protagonista que observa os movimentos da cidade e espera a hora passar. Talvez, por isso, o longa possa deixar alguns espectadores impacientes pela lentidão em seu ritmo e pela falta de reviravoltas ao longo da projeção. Entretanto, a intenção aqui é mais antropológica. Parece um exercício de observação.
A direção de Oren Moverman desenvolve certas situações de maneira interessante. Muitas cenas foram rodadas a partir de abordagens de 'câmera escondida' e com Gere 'mendigando' de verdade, o que dá mais realismo à trama.
A pegada existencialista do roteiro é quase lírica. O vazio e o tempo parecem estar a favor de quem 'não quer nada com a vida'. A verdade é que esses indivíduos não conseguem preencher esses quesitos e precisam de ajuda para terem chances de almejar algo ou a sair do ostracismo.
O peso da reflexão ou da passividade é maior que a força da ação ou da pro atividade, mesmo que seja para se reaproximar de um familiar para pedir o mínimo de ajuda. Muitas vezes o pedido de socorro é sutil e silencioso, mas o barulho que provoca na sociedade é ensurdecedor.
American Ultra: Armados e Alucinados
3.1 383"American Ultra - Armados e Alucinados" é divertido, tem trilha sonora bacana e boas doses de violência. Tudo isso conduzido por Nima Nourizadeh ("Projeto X") que soube dar um ritmo cativante, bons enquadramentos de câmera e arquitetou cenas de ação interessantes. A narrativa tem uma aura de "Assassinos por Natureza", trama de espionagem e premissa que remete aos projetos secretos de 'super agentes'. Destaque para o casal protagonista, em especial Jesse Eisenberg, que interpreta com perfeição o tipo 'nerd drogado e louco'. Além disso, os créditos finais são sensacionais. Tudo parece convencional, mas não é, no que diz respeito a condução e exposição dos eventos. Surpreendente e insano!
007 Contra Spectre
3.3 1,0K Assista AgoraA fotografia é boa, Daniel Craig está muito bem e a direção de Sam Mendes transmite segurança, principalmente nas cenas de ação (a sequência de abertura é sensacional e empolgante). Entretanto, há um roteiro ruim e pouco inspirado que desperdiça o talento de Christoph Waltz e prejudica o ritmo do filme, o que o faz ficar cansativo em alguns momentos - sem falar da longa duração. No geral ficou 'ok', esquecível e muito aquém do ótimo "Operação Skyfall". Criou-se uma enorme expectativa sobre o longa e o resultado ficou um pouco frustrante.
O Agente da U.N.C.L.E.
3.6 538 Assista AgoraGuy Ritchie já teve dias melhores e mais criativos na direção, mas o resultado final ficou legal. Uma boa sessão da tarde.
O Conto da Princesa Kaguya
4.4 802 Assista AgoraO filme é um pouco lento e, em certo momento, carece de ritmo, mas quem tiver paciência até o fim verá uma belíssima história. Na verdade, a lentidão faz parte da dramatização que desenvolve situações que imprimem sensibilidade, pureza e delicadeza. Isso retrata a organização e costumes japoneses de uma vida aparentemente tranquila e, ao mesmo tempo, metódica. Além disso, o longa se vale, também, pela esplendorosa (e simples) técnica de animação à moda antiga repleta de detalhes do Japão antigo de cores e movimentos interessantes. Um primor. Se possível, vejam em HD para apreciarem os traços que ficam ainda mais belos na tela.
Fora de Alcance
2.6 61 Assista AgoraO filme não é ruim, mas possui alguns clichês e exageros (nada grotescos) que poderão incomodar os mais exigentes. No geral é um suspense muito bem filmado. A fotografia valoriza o calor das paisagens e, também, a agonia do protagonista que é afetado pela insolação ao caminhar pelo deserto. O longa é curto e possui um bom ritmo. O roteiro simples oferece boas cenas de tensão e prende a atenção do espectador pela intensa perseguição 'gato-e-rato' e pelas ações de sobrevivência e conhecimento do 'rato'. Destaque para Michael Douglas, que interpreta com eficiência um milionário misterioso, maquiavélico e impiedoso. Apesar de o final ser descartável
(a última cena poderia ter sido cortada, o que daria ênfase à crítica ao capitalismo e uma aura interessante e perturbadora à narrativa - se terminasse na cena do helicóptero, como sugere um usuário em um comentário abaixo, a conclusão seria bem mais satisfatória)
A Vida Depois de Beth
2.7 138"A vida depois de Beth" é uma montanha russa de subgêneros. Começa melancólico, passa pelo mistério, vai para o terror e termina em um tom tragicômico quase surreal. Quando a trama precisa de explicações coerentes sobre os acontecimentos para seguir a diante, o humor negro ganha espaço, coloca a seriedade de lado e revela a alma nonsense do filme. Não é um longa que agradará a todos, pois quem levar a sério demais vai condenar os furos de roteiro que, por incrível que pareça, aparece de forma proposital para dar o tom da reviravolta na narrativa
(é quase uma 'pegadinha', pois o mistério perde a seriedade esboçada nos primeiros minutos)
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraQualquer empregado, seja de uma empresa ou do lar, tem sua vida ligada ao trabalho, de onde se tira o sustento. Pessoas passam um terço do dia (no mínimo) em algum lugar para que os chefes ganhem dinheiro ou gastem com algum tipo de manutenção. Muitas vezes esse ganho é mal repassado para aqueles que não deixam a engrenagem parar. Geralmente, quanto mais baixo for o cargo do funcionário, menos valorizado é. O empregado doméstico talvez seja o retrato mais claro, não só da diferença entre a relação funcionário-patrão (ou rico-pobre), mas do comportamento humano numa sociedade desequilibrada que preza, subliminarmente, pelo escravismo, pela hierarquia (neoliberal), pelas imposições e pela hipocrisia.
O parágrafo acima é a principal mensagem do filme "Que horas ela volta?", dirigido por Anna Muylaert, que aborda a realidade no relacionamento de quem manda e de quem obedece. O filme tem um realismo incrível, seja pelas atuações convincentes (destaque para a excelente atuação de Regina Casé), pelos bons diálogos ou pela câmera estática que observa os movimentos rotineiros de uma casa de classe alta.
O dia-a-dia da empregada doméstica Val (Casé), uma pernambucana que veio para São Paulo em busca de trabalho, é tranquilo. Ela mora no próprio serviço, tem muitos afazeres, cumpre exatamente o que os patrões exigem e é, aparentemente, respeitada (como se fosse da família). Val, inclusive, tem um relacionamento quase materno com Fabinho (Michel Joelsas), o filho do casal para quem trabalha, que já foi babá e o viu crescer. A rotina e os comportamentos dos personagens começam a mudar quando a filha de Val, Jéssica (Camila Márdila), que não vê a 10 anos, vem para a capital para ficar com a mãe e prestar vestibular.
A garota, de forte personalidade, desestrutura o 'sistema' da família e, também, de sua mãe, que tem métodos de trabalho que respeitam a hierarquia do lugar. A partir daí, tudo começa a mudar e a 'ordem estabelecida' pelos patrões de Val se desestabiliza ocasionando situações ricas em discussões antropológicas, inversões de valores e, principalmente, no retrato de conceitos citados no fim do primeiro parágrafo deste texto.
Tudo no filme acontece de forma sutil e com humor rasteiro situacional pontual, inclusive na reviravolta final
, que mostra a completa transformação e liberdade da protagonista
que, apesar de mostrar que certos conceitos não mudam, apenas trocam de nome, nos alerta para valorizar o que temos de mais importante: a vida e a família
Sob o Mesmo Céu
2.7 455 Assista Agora"Sob o mesmo céu" é o típico filme em que a subtrama é mais interessante que a trama principal. Se o roteiro invertesse a maneira de exposição dos conteúdos, talvez, poderíamos ter um baita filme policial com toques de romance. O romance, diga-se de passagem, é bobinho, quase piegas (a personagem de Emma Stone, à princípio, é meio esquisita). Entretanto, a narrativa carece de um desenvolvimento melhor na trama secundária, principalmente por não apresentar argumentos necessários que justificam as repentinas reviravoltas finais. É uma pena que atores como Bill Murray e Alec Baldwin estão mal aproveitados. Outro lamento é o diretor Cameron Cowe que não implaca um bom filme desde "Vanilla Sky".
Promessas de Guerra
3.5 117 Assista grátisBoa estreia de Russell Crowe na direção, que demonstra domínio com a câmera. É uma pena que o roteiro seja fraco e algumas passagens soam forçadas ou mal encaixadas. No geral, é um bom filme com qualidade técnica.
Férias Frustradas
3.2 598 Assista AgoraO novo "Férias Frustradas" é uma continuação e, ao mesmo tempo, uma refilmagem do clássico de mesmo nome dos anos 80 estrelado por Chevy Chase. Pode ser considerado uma sequência devido a jornada ser protagonizada por Rusty, filho de Clark Griswold, interpretado por Chase. O longa também pode ser um remake por ter o mesmo objetivo de o patriarca atravessar o país para que sua família conheça o parque de diversões Walley World, na Califórnia, e por ter situações semelhantes em relação ao original.
Com humor ora pastelão ora situacional, a produção nada convencional de 1983 sobrevive ao tempo devido ao sucesso em sua época e, claro, por ter se tornado um clássico oitentista da comédia. Já a versão de 2015, infelizmente, não terá a mesma sorte. Não que seja um longa ruim, pelo contrário, mas tudo que se vê aqui são gags repetidas, contextualização de piadas e pouca originalidade. Muito do que vemos remete a diversos outros filmes e, talvez por isso, não tenha tanto impacto.
Entretanto, ainda sim, "Férias Frustradas" é uma boa diversão. Os ótimos momentos cômicos situacionais, que estão mais bem encaixados aqui, continuam ditando o bom ritmo. Além disso, ainda há algum humor negro e boas doses de enrascadas da família Griswold. Assim como o clássico, no entanto, algumas passagens são tão bobas e forçadas que poderiam ter sido cortadas na edição final.
A vantagem é que o novo "Férias" não precisa do anterior para se inteirar da atual narrativa. No geral, o road movie é um bom entretenimento para quem procura o riso fácil e despretensioso. Destaques para Ed Helms, que demonstra (novamente) ter boa veia cômica, para a impagável participação de Chris Hemsworth e para o excêntrico carro albanês que rouba a cena em diversos momentos.
Missão: Impossível - Nação Secreta
3.7 805 Assista AgoraA série "Missão: Impossível" chega a sua quinta parte e com muito fôlego. A vitalidade se deve muito a Tom Cruise, que protagoniza (muitas vezes sem dublês) e produz os longas com muita eficiência. Assim como os outros, há novas engenhocas e cenas de perigo exageradamente bem feitas e divertidas (no sentido de serem, de fato, missões impossíveis). Aqui, a cartilha da diversão é seguida à risca e "Nação Secreta" oferece ao público um excelente longa de ação, bem dirigido, com roteiro redondinho, com bom elenco, trilha sonora pontual e com sequências de tirar o fôlego. Além de Cruise, outro destaque é Simon Pegg, o alívio cômico perfeito e que tem uma maior participação. Claro, "Missão: Impossível" é mais do mesmo e pode até ser esquecível, mas é entretenimento de qualidade e é isso o que importa.
O Exterminador do Futuro: Gênesis
3.2 1,2K Assista AgoraDecepcionante. O filme atrapalha toda a coerência temporal da narrativa da série e não explica como toda essa bagunça foi formada. Espero que isso se explique nas continuações, caso tenha. Além disso, a ideia de mudanças sobre John Connor me incomodou muito.
Isso me lembrou dos fracos "Transcendence" e "Lucy"
Mar Negro
3.4 108 Assista Agora"Mar Negro" é um filme de caça ao tesouro. A premissa é convencional, mas seu cenário foge do que estamos acostumados a ver em relação ao tema. Doze tripulantes de um submarino, comandados por um capitão protagonizado pelo ótimo Jude Law, estão em uma missão secreta para resgatar milhões em barras de ouro que estão em um submarino nazista naufragado desde a Segunda Guerra Mundial. O ponto fraco do longa é o roteiro que se inspira em um emaranhado de clichês para criar conflitos e situações dramáticas. Infelizmente, isso dá abertura para furos na narrativa e torna o filme previsível, o que pode incomodar os mais exigentes. Apesar disso, "Mar Negro" tem uma produção bem feita e um diretor que soube criar uma eficiente atmosfera claustrofóbica que proporciona bons momentos de suspense. E é isso que prende a atenção do público.
Minions
3.3 996 Assista AgoraOs Minions são encantadores. São eles quem roubam a cena nos dois filmes "Meu Malvado Favorito". Quando um personagem coadjuvante chama demais a atenção do público ele acaba ganhando uma oportunidade de fazer ainda mais sucesso em uma produção solo ou spin-off. E não foi diferente com essas coisinhas amarelas que voltam ao cinema para contar 'como tudo começou'.
Há dois problemas no longa que podem fazer com que "Minions" não seja tão bom quanto merece. O primeiro deles é a fragilidade do roteiro escrito por Brian Lynch. A premissa é criativa e se desenvolve de forma divertidamente impecável em seu primeiro ato ao mostrarem os protagonistas à procura de um vilão para servirem. Entretanto, após isso, o roteiro oscila no ritmo narrativo ao dividir o foco com a vilã Scarlet Overkill e peca ao desenvolvê-la mal e por trazer soluções 'fast food' para suas ações.
O segundo problema é o trailer revelador. Infelizmente, as melhores cenas estão nos teasers e quando elas surgem durante a projeção já não são novidade, o que pode afetar o entusiasmo no riso.
Apesar disso, "Minions" não deixa de ser divertido e são suas trapalhadas que não deixam a peteca cair. O humor segue situacional e infantil, assim como em suas participações nos longas do 'Malvado'. Além disso, O hilário 'minionês' é mantido e ainda há vários momentos impagáveis, boa trilha sonora e muitas referências interessantes do final dos anos 60.
"Minions" é uma boa pedida para os fãs que querem ver mais do mesmo. É uma pena que o trailer tenha amornado a expectativa de muita gente, mas, mesmo assim, essas criaturinhas adoradoras de bananas não deixam de ser irresistíveis.
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraCadê o dinossauro do terceiro filme que é muito maior e mais forte que o T-Rex? Ele daria um pau nesse Indominus Rex com mais facilidade.