IMPRIMATUR: Continuando... Nessa digna tentativa de reencontrar uma identidade perdida, fica o alerta para o teor positivo do fracasso alcançado: Ele às vezes faz bem a intelectualidade... Aqui o principal deslize está na relação de pai e filho que saiu muito mal desenvolvida - Ainda assim, considero a roteirização mais inteligente do Stallone e também o seu melhor feitio como diretor. É de impressionar como ele resgata a essência da série com toques de genialidade: Ele vai da banal lembrança de um “Spider Rico”, passa pela audaciosa proposta da morte de Adrian e acaba apaziguando a historia vivificando a importância funcional da “Pequena Maria” do primeiro filme. Acredito que tudo tenha dado certo porque foi sincero, corajoso e inteligente no uso da amargura crítica como falsa modéstia para um novo itinerário de vitimização. Repetindo: como um ótimo arquétipo de uma simbiótica volição artística/social, o estoicismo corriqueiro do personagem será sempre incontestável!
IMPRIMATUR: Nessa pífia tentativa de reencontrar uma identidade perdida, fica o alerta para o teor negativo de um sucesso alcançado: Ele às vezes faz mal a intelectualidade. Gosto da ambientação, da opção pela trilha sonora e de como foi planejado/idealizado o combate final e ainda afirmo que o trabalho da Talia Shire como Adrian continuar impecável... Infelizmente não deu certo porque não foi sincero. Na verdade Stallone usou o personagem e o todo seu nepotismo da maneira mais mesquinha e ordinária possível.
IMPRIMATUR: Com certeza este possui uma relevância folclórica. Digo: exemplar máximo de onde o ego de um astro pode chegar, por acreditar que seu trabalho transcende a atividade fim de um mero escapismo imediato. Não à toa, esse foi o ano de maior sucesso do Stallone e que seria também o divisor do início processual de seu quase ostracismo artístico. ROCKY IV, Apesar de descabido, consegue romper a essência tosca de uma pretensiosa megalomania, porque toda a ambição do idealismo inútil de Stallone é camuflada pela positividade (burro, porém, nobre). Segue a linha anterior da personificação do herói comum, mas utiliza-se de uma narrativa não muito coerente. Com relação à ausência de Gona Fly Now – não sei se isso se deve a uma questão de evitar a repetição, ou se foi pelo sucesso estrondoso de Eye Of The Tiger na parte 3. De qualquer forma, é vidente que a segunda opção influenciou o abuso das canções e as coletâneas de imagens quase deflagrado uma picaretagem... Como o filme não tem um roteiro embasando bem o seu próprio conceito por ser só a ideia "enlatada", destaca-se a sensibilidade/respeito do diretor com a personagem Adrian da Talia Shire, e a forma como ela se mantém digna diante de toda sua profissionalidade.
IMPRIMATUR: A subversão total do personagem se faz até tolerável pela longevidade pretendida de toda estória. Obviamente Rocky Balboa nunca foi um erudito e dificilmente sua ascensão social lhe retiraria a inerente breguiçe. Mas como o Stallone sempre fez questão de mesclar sua vivência particular com a do personagem, a confusão se torna justificável e de certa forma benéfica. O que importa, numa intenção ideologicamente não tão velada, é que Rocky acabou catapultado como um super-herói tangível e faz isso se utilizando de muita fanfarrice com certo teor involuntário de “homoeroticidade” - tudo fruto de um roteiro levemente esperto, mas que jamais se nivela acima do básico. Com os requisitos de um produto feito apenas para divertir, ao menos possui a luta mais empolgante de toda série.
IMPRIMATUR: Sim. Nem todo mundo percebe o potencial deste filme que consolida, acima de tudo, o casal mais sincero da história do cinema... Apesar disso, corroboro que negativamente o Stallone se limitou em copiar o trabalho do Avildsen apenas acrescentando os entraves práticos do protagonista por meio de uma forçosa dramaticidade quase mambembe. Por sorte, toda a pieguice abre bem os espaços para os sequenciamentos de treinos, inclusive, tornando o uso da antológica música Gonna Fly Now de maneira bem mais vigorosa – Algo que com certeza potencializou o seguimento da escadaria tornando, esta, bem mais “orquestrada” que a do primeiro filme.
IMPRIMATUR: Apesar de muito menosprezado pela crítica mais rígida por conta de certo simplismo e uma supervalorização no Oscar de 77, nada o impede de ser um dos filmes mais estimulantes de todos os tempos... A obra é carregada de cenas icônicas conseguidas por meio de uma inocência lírica facilmente inteligível. Deste modo, como um ótimo arquétipo de honesta volição artística/social, sua importância na história fílmica é altamente incontestável! Pena que ninguém o perceba como o maior clássico romântico de todos os tempos... Eu sim!
IMPRIMATUR: Com certeza o título deste filme nos lança em uma das maiores analogias reflexivas de todos os tempos. Aliás, esse é um dos filmes mais inteligentes que me deparei recentemente e é uma pena que tenha sido sintetizado com pouca pujança - contrariando, para mim, toda magnitude de seu enunciado. Obviamente, é preciso ter certo conhecimento sobre o desenrolar dialético do cotidiano escolar, como também estar ciente da dicotomia que existe entre a educação pública e a privada para, talvez, se fazer interessado ou imediatamente afetado por aquilo que se encontra analisado, diga-se, com muita cautela. Apaixonei-me por este trabalho "cine-cientifico", mas compreendo a rarefeita rejeição aqui no FILMOW, porque sinto algo oculto emperrando sua elevação e até lamento não identificar o que seria. Mesmo assim é um trabalho primoroso e obrigatório para aqueles que “acreditam” em acreditar no potencial “imortal” e prodigioso da pedagogia. Detalhe: Numa sociedade tão fixada na “ideia” das coisas, quem é que seria afinal o “volume morto” no filme?
IMPRIMATUR: A única entrevista que tive acesso do Ivan Cardoso foi por meio da saudosa revista SET, e me recordo o quanto esta me deixou desapontado. Na ocasião, o cineasta muito me pareceu um sujeito lesado que soltava desaforos para todos os lados - só pelo puro intuito de polemizar gratuitamente. Muito pelo contrário, o documentário acaba mostrando que o diretor é articulado, propositivo, lúcido quanto as suas ideias artísticas, e, mesmo que seja "levemente" egocentrico, se põe como um ótimo/divertido narrador de sua própria carreira. De quebra, ainda traz algo inédito sobre o Raulzito... Muito legal mesmo!!!👍🤟
IMPRIMATUR: Justamente isso: roteiro inconsistente remendando uma estória estapafúrdia... Talvez a direção segura e certa devoção pela atriz Elizabeth Moss tenham sido suficientes para camuflar sua qualidade com a “crítica”. Fora isso, qualquer discurso que pretenda transcender para um nivelamento mais importante só seria justificado, com autoridade, se os rumos estipulados fossem outros. Ou seja, sem ser tão óbvio estruturalmente. Acredito que se eu tivesse recebido um spoiler sobre sua simplicidade, de fato, não teria me decepcionado...
IMPRIMATUR: A sociedade é extremamente capciosa, engana até aqueles que sabem vê... Não existem fugas originais, apenas o bom e velho pessimismo imperado por um mimetismo cíclico. Somos todos tolos: "Já estamos em casa!". Ao contrário do que possam anteriormente pré-dizer, aqui existem mais mensagens que filme - o que pode ser desanimador para alguns. Entretanto, essa experiência não teria o reducionismo do simples gostar por prazer imediato, pois o filme está longe de ser superficial a esse ponto. Sugiro então, depois de visto, que reflitam sobre ele mais um pouquinho...
IMPRIMATUR: Sabem que essa coisa da americanização do heroismo nem me passou pela cabeça... que preciosismo mais besta dos que atentaram ao detalhe! Seria mais interessante enaltecer a habilidade dos realizadores por violentarem a maldade com tanto amor e extremo senso de originalidade. Estupendo este filme... um primor do deboche que, de quebra, esfacela o coração dos que ainda possuem alma. Se possível, corram! pois a repetição da história vem aí !!!
IMPRIMATUR: Logo de cara tenho que destacar que o os realizadores fizeram o trailer do filme com maestria... E é engraçado porque esse recurso muitas vezes me parece relegado, mas é algo importantíssimo para o desempenho de bilheteria. O apelo gerado pela prévia deste, nesse quesito, é realmente exemplar. Por outro lado, consegui sobrepujar qualquer vontade de vê-lo anteriormente, justamente por causa do “hype” que merecidamente teve alcançado.
Outro detalhe curioso dentro dessa aceitação plena na investida de um vilão protagonista, é que isso abre espaço para um alerta social questionável sobre a situação. Mas inegavelmente que quando se acerta na escolha do ator protagonista como aqui, generaliza-se uma cativação espontânea - e isso transcende o próprio hermetismo fílmico cultural ao fazer com que o Joaquin Phoenix, que é “normalmente” excêntrico, só que não tão popular mundialmente assim, seja acoplado consensualmente ao papel de maneira imediata. Na verdade esse é o grande trunfo do filme: ser o trabalho indefectível de um ator.
Nesse esquema o currículo hesitante que o diretor Todd Phillips tem, o faz transferir toda a responsabilidade para J. Phoenix mesmo que seja visível sua vontade de contar uma história pensada para ser original. Isso não é um desleixo, pois obviamente presumiu que intrinsecamente estaria sendo o visitante de algo notoriamente batido. Nesse caso, esse seria o grande problema qualitativo do filme: Não deixar de ser previsível ainda que se esforce para não ser. Por isso que as dubitações que o personagem ao longo do filme acha que tem, nós sempre sabemos de antemão o caminho que ele irá seguir, e isso acaba diluindo os impactos.
Dificilmente também, essa revisão/versão processual de imersão para emersão psicológica se encaixaria num universo mais fantasioso dos filmes do Burton, Schumacher ou até mesmo na atmosfera sóbria dos filmes do Nolan – porque o Coringa é bastante rico em autonomia de nuances, onde é possível provar que o mesmo nem precisaria do Batman para viver. Talvez, para desdizer essa perspectiva, o roteiro toma certas liberdades “criativas” em cima da concepção dos Waynes, que nem sei se seriam bem vistas para os fãs mais ortodoxos do legado em que ele coexiste...
E quando o filme entra numa questão político classista - e é isso que provavelmente fomentaria as contradições críticas do filme ao redor do mundo, já que o discurso e amostragem veiculados, se não forem bem assimilados, são de uma apologética bastante perigosa. Entretanto, alerta-se que se os limites entre justiça e vingança, apatia e empatia não são bem calculados e legitimados... Enfim, se uma sociedade ainda não sabe a diferença entre necessidade de intervenção militar e uma conduta amplamente ética (exemplo); se confunde também compaixão com cega idolatria, com certeza não são os Coringas da vida que estariam “carismaticamente” certos, mas é o que fazemos com o mundo que sempre esteve muito, muito errado. Daí a explicação de vermos tantos palhaços (leia-se ambidestros) sendo eleitos e situando-se de maneira tão imponderadas...
Sobre isso não sei o que diria Chaplin, vivo, nos seus versículos anti-proféticos?!
Sei que recentemente fui taxado no emprego como um psicopata que pertence ao clã das pessoas não confiáveis porque, ironicamente, tais nomenclaturas não estariam embasadas em uma suposta desonestidade ou exacerbadas loucuras de minha parte, pelo contrário, tudo é uma questão de encaixe. Ou você participa de toda falcatrua estrutural, ou toda hipocrisia conjuntural lhe massacra – e, por diante, os covardes transvestidos de heróis passam ilesos com todo seu ar de camaradagem... Mas o mundo é assim mesmo?!
Sim, o mundo é assim mesmo - totalmente regido por pessoas obedientes que se acham importantes, mas que no fundo só querem vagar por aqui da maneira mais ordinária possível, acusando o simplismo ou meramente o desqualificando. Ora: “Morra cedo, ou viva bastante tempo para virar um vilão” (Batman – cavaleiro das trevas, 2008). “todo mundo é psicopata!”, Falou do lado de cá todo aquele que se faz de desentendido. Mas se a própria psicopatia é uma questão inata ou se a antipatia social não foge das derivações de péssimas experimentações particularizadas, elas poderiam então ser perdoadas? E como poderíamos classificar aquele médico que bate o ponto no hospital público no mesmo horário em que está atendendo em sua clínica particular? Ou, do mesmo modo classificar o juiz que sempre quer saber se os outros estão sabendo com quem estão falando? Mas se essas são as únicas formas que a sociedade lhe abre para ser importante, que assim seja?! Caso contrário, escute o jargão do estude para ser relevante. Melhor: “Cidadão, não! Um diplomado melhor que você!”... Que fique claro que podemos saber de uma coisa, quem está estudando também está furtando ou roubando: Não são os Coringas que estragam o mundo, são os loucos por dinheiro que acabam com tudo!
Voltando a amostragem fílmica, não vou alavancá-lo como ótimo, apesar do vigor da narrativa, porque não possui grande técnica. Por outro lado, acharia inconcebível quem ousar desmerecê-lo demais. Assim, vou lhe sintetizar da forma pelo qual atingiu o meu íntimo e como gostaria que o respeitassem. E não só pelo que Joaquim fez ao extrapolar o sentido da arte, mas sim pelo que infelizmente o filme é... Insisto, esse, excepcionalmente, tenho que julga-lo como um filme estranhamente lindo!
IMPRIMATUR: Pequena obra-prima baseada em fatos reais? Claro que sim. Aliás, facilmente encontrados em todos os cantos miseráveis do mundo... Gritantes de tão invisíveis!
IMPRIMATUR: Nem seria necessariamente tão ruim assim, mas o filme tem um grave problema de identidade... Por isso não posso dizer que se tratar de um outro exemplar da Annabelle. Mas como faz parte do mesmo universo explorado, acabou sendo um Invocação do Mal 3 antes mesmo do próprio 3 ser lançado.
IMPRIMATUR: Talvez eu seja um assíduo detrator dos filmes de super - heróis... Mas Aquaman, faça-me o favor! filmizinho chato, patético... Qual a razão de ser tão psicodélico? Juro que muitas vezes parecia estar vendo, quem sabe, uma continuação do TRON. Como diria Rajesh Koothrappali: "O Aquaman é um bosta".
IMPRIMATUR: Antes gostaria de alertar que comentários que indicam o tom possivelmente anticlimático de um filme, também seria um tipo de spoiler... E apesar deste se encaixar perfeitamente na minha humilde reclamação (antes de vê-lo, li alguns dizeres por aqui), tem algo de muito interessante em LUCE. Acredito que a relativa indiferença que ele ganhou no Filmow, ocorre pelo entendimento involuntário angariado na ausência de justiça. De certo que a arte aqui, não tem nada com isso. Sendo assim, acredito que o filme cumpre bem seu papel de, no mínimo, nos deixar incomodados. Isso seria bom, não?!
IMPRIMATUR: "Uma mente que se expande não regride", já dizia Albert Einstein... Seria disto que se trata o filme? Notavelmente o longa possue uma concepção estética interessante, embora, faça um desmerecimento próprio ao longo do seu caminho - principalmente por não se manter sólido intelectualmente. No fundo se envaidece de uma deculpa existencial, mas que se torna incompatível diante de tanta frivolidade da tal Lucy. Uma pena, pois circula com o "feminismo" com boas frases reflexivas e conta com vários elementos "questionantes" de uma estruturação machistas no lugar (além da aptidão ao esforço duplicado, parece que somente as mulheres competem entre si). Lamentavelmente, toda intencionalidade acaba sendo perdida numa sub trama que impõe desinteresse, por carecer de uma protagonista com proposições mais cativantes.
IMPRIMATUR: Até entendo que dá para gostar pela assimilação instantânea, mas certificar como um ótimo filme chega a ser um extremismo... A média é essa mesmo?! Não vou adentrar num comentário mais "técnico" porque teria que repetir as observações que fiz para o primeiro filme: "O Paulo é um grande ator comediante, mas sem capacidade de grandes variações arquétipas - embora pareça o contrário... Personagem bom, mas cansativo para um longa metragem..." Ou seja, esses detalhes permanecem e não teriam como deixar de ser pela total similitude dos capítulos existentes. No entanto, esse extrapola o sentido autoral de uma obra de maneira bem negativa. O exagero na exposição da Dona Hermínia, que é outra característica fixa, não é só por cota do tempo, mas é também pela falta de reciprocidade (o Herson Capri bem que tentou): toda cena é ela, só dela e pouco importa os outros personagens. Assim fica difícil dar crédito quando ocorrem as insistentes pausas de dramaticidades, tendo em vista que egocentrismo aqui é gritate. Até onde eu sei não se trata de um filme biográfico, por isso não achei legal as cenas dos créditos finais. Além de reforçar a questão do ego, tanta intimidade desencanta o espectador por retirar toda profissionalidade... Pode ser uma bobagem, mas como "cinéfilo" fiquei estranhamente chateado.
IMPRIMATUR: Vi que muita gente reclamou do "Arnold" como um provável coadjuvante de luxo nessa parte da franquia... Bom, embora seja inegável que O Exterminador do Futuro reivindique isso como particularidade. Para tanto, é preciso deixar claro que esse é um tipo de anseio gerado pela concepção industrial dos filmes estadunideses. Mas se for pensado bem, mesmo sendo um marcante antagonista (personagem realmente antológico), o T- 800 é originalmente um coadjuvante no filme. O problema é que a plenitude do enredo acabou como vítima da contextualização hollywoodiana que favorece a capacidade do apelo comercial, de seus astros, acima de tudo. Sendo assim, o "fator" Schwarzenegger requisita aos longas um encaixe, muito bem administrado no segundo filme, porém, deteriorante para as outras sequências. Ainda assim, ao observar esse empecilho, podemos constatar nos outros roteiros muito empenho nas resoluções do detalhe. Este último não sai da norma adaptativa até com relativa coragem, entretanto, peca por não poder ser só uma boa história de "ficção científica" - Infelizmente, no caminho, precisa ser abastecido com prolongadas cenas de ação. São divertidas, não nego. Mas totalmente descompensadas e desnecessárias ao resultado geral... Para se ter uma ideia, se fossemos mais exigentes, além do fato de que REV 9 pareceu não cumprir sua missão por puro sadismo, a própria lógica futurista do filme lhe impõe nulidade por cancelar qualquer tipo de voluntarismo que ultrapassasse o ensejo fugaz de atitudes que deveriam estar restritas ao imediato. Logo, essas cenas de ação entram num modo subjuntivo por ausência de compensação quando lançadas ao determinismo. Ou seja, com tantos Exterminadores do Futuro só mesmo uma história muito bem contada, e somente ela, tem a devida liberdade para surpreender - Nesse caso específico, gostaria de ter visto mais sutileza do diretor em algumas cenas.
IMPRIMATUR: Complicado analisar este filme... Não posso considerá-lo ruim porque tem muita qualidade interpretativa extraída de sua narrativa crível em variados aspectos. Por outro lado, minha arrogância me faz desqualificar a ausência de uma objetivação final. Aliás, nem sei se a sinopse divulgada foi realmente entregue, ou, se ao menos existe uma história sendo contada.
Sinceramente, me desgasta este tipo de desprezo conclusivo de muitos filmes nacionais quando são mais autorais. E isso não é um apego ao "espetaculoso", apenas não gosto de ter a sensação de perpetrar por algo mal planejado, ou antecipado por talvez não possuir um escopo para desembocar... Mesmo que não seja por culpa total dos seus realizadores, acaba sendo um desrespeito com os seus personagens terminar de maneira tão frágil...
Essa foi a grande ironia: detestei justamente porque estava adorando.
IMPRIMATUR: Não tem jeito. Por mais que exista um esforço sobre si mesmo em favor de um maneirismo ético, edificante ou “quer” seja só demagógico de uma insistente aparência, a verdadeira essência de um caráter sempre vem à tona.
Não existe fechamento para elite apenas no ordenar o oprimido, pois toda sua proposição deve vir carregada também de uma humilhação não necessariamente enrustida. E isso não é só uma queixa por toda fraqueza evidente que permeia os regentes de um mundo que já é anêmico por si só. Aliás, corriqueiramente temos a covardia genérica entendida muitas vezes como um sinônimo volitivo de bastante coragem.
Por outro lado, tudo não passa da extensão de um julgo de valor baseados nos limites do próprio reflexo. Pelo que vejo os marginais (que segue o contorno), são muitos e se encontram socialmente mais respeitados. Estão transvestidos na ideia onírica de seus encargos, extraindo/explorado ou aniquilando todas as placas indicadoras e as frágeis correntes de honestidade do mundo. O conselho que fica é o seguinte: o pobre desorientado em busca de um trabalho não precisa ser classificado como um ladrão. E não se preocupem com os orçamentos que vêm do alheio, pois “os que seguem o contorno” já corrompem o sistema de dentro para fora... isso foi ontem, hoje e também jazerá com certeza amanhã...
Escarafunchando meu baú, só encontrei resquícios de parasitas ao meu lado. De fundo esse é o resumo desenxabido de vários laços que são bem gastos... No mundo só existe uma verdade: a mentira.
IMPRIMATUR: Acho que a obra entrega um resultado decepcionante... Em dado momento tive receio de que fosse cometido o mesmo desatino histórico como ocorreu em "Bastardos Inglórios", só que com uma simulação ainda mais desrespeitosa. Sinceramente, se aqui há algo maior para ser desvelado realmente não consegui captar - já que me pareceu uma brincadeira despretensiosa e não muita bem articulada. Como o filme é auto sacana, também não entendi a persistência dramática do personagem de DiCaprio, apesar de ótimo, e tão pouco o oscar recebido pelo trabalho ok de Brad Pitt. Evidente que possui cenas engraçadas e encantadoras no seu caminho (a da Sharon Tate no cinema está aí para provar). Entretanto, mesclar ficção com fatos históricos é transitar por um perigoso caminho - quando não se rompe o limite da interferência, temos "Forrest Gump" fazendo isso com maestria... mas quando rompe, mesmo que o resultado não seja de todo constrangedor, pode ter certeza que ainda fica no nível do esquisito.
IMPRIMATUR: Deve ser perspectiva de velho, mas a única maneira de considerar este filme bom seria o taxando de obra infantil - e ponha infantil nisso. Aliás, esse deve ser o entendimento da crítica americana quando lhe certifica com positividade. Sobre as mudanças, sou bem intolerante: não se mexe naquilo que é sagrado, pois existe o risco de cometer heresia.
Tanto neste como no anterior, dá para listar inúmeras coisas estapafúrdias mesmo no esforço compreensivo sobre a questão óbvia de uma nova roupagem, porque o que se vê aqui é muita, mas muita bobagem! E na boa, em 10 anos de coleção das HQs do Homem-Aranha (entre 1998 e 2008 - com direito a resgates das edições anteriores), jamais vi tamanha devoção/ligação com o Homem-de-Ferro. Isso para mim, é um saco!
IMPRIMATUR: Com certeza nada aqui funciona, no entanto, isso só fica claro por causa do excessivo desrespeito com a mitologia básica de um universo pré-existente dos quadrinhos. Só que no geral isso ocorre em boa parte dessas novas adaptações de filmes de super-heróis - o diferencial aqui, é que o projeto foi iniciado à base do desinteresse... típico "enlatado americano" que não consegue enganar porque seus envolvidos não souberam se enganar primeiro (nesse quesito é preciso aprender muito com a equipe dos Velozes e Furiosos). Assim, nem o estrondoso orçamento conseguiu salvar tanta mediocridade como alcançado nos outros arremedos do gênero.
Como um dos maiores detratores desse tipo de filme, mesmo gostando do eixo... E acreditem, sempre que passa o Superman (1978), Homem-Aranha 2 (2004) ou até o Batman (1989), em exemplo, faço muita questão de rever... Mas dentro da saturação de 2008 para cá, existem neles uma questão subjetiva que retira a importância para mim, em paralelo com a viela prática objetiva que induz o questionamento da qualidade, até, daqueles que conseguem bajulação da crítica profissional, como Mulher- Maravilha e Os Vingadores. Ou seja, no fundo considero apenas fiapos de alguma coisa feitos com o melhor que o dinheiro pode comprar.
Por isso vou aproveitar o fracasso consensual deste X-Men e considerá-lo como boa amostra problemática da minha aflição corriqueira sobre esse seguimento enquanto arte: Não tenho admiração nenhuma por esses filmes que considero exclusivamente de pós-produção. Digo, filmes que acham que o investimento em peripécias digitais e orçamentarias podem camuflar a verdadeira falta do que dizer. Mas já que insistem, ao menos os realizadores devem entender que o resultado entregue não pode ser enfadonho. Pois este, de longe, nem divertido conseguiu ser.
Rocky Balboa
3.8 575 Assista AgoraIMPRIMATUR:
Continuando... Nessa digna tentativa de reencontrar uma identidade perdida, fica o alerta para o teor positivo do fracasso alcançado: Ele às vezes faz bem a intelectualidade... Aqui o principal deslize está na relação de pai e filho que saiu muito mal desenvolvida - Ainda assim, considero a roteirização mais inteligente do Stallone e também o seu melhor feitio como diretor. É de impressionar como ele resgata a essência da série com toques de genialidade: Ele vai da banal lembrança de um “Spider Rico”, passa pela audaciosa proposta da morte de Adrian e acaba apaziguando a historia vivificando a importância funcional da “Pequena Maria” do primeiro filme. Acredito que tudo tenha dado certo porque foi sincero, corajoso e inteligente no uso da amargura crítica como falsa modéstia para um novo itinerário de vitimização. Repetindo: como um ótimo arquétipo de uma simbiótica volição artística/social, o estoicismo corriqueiro do personagem será sempre incontestável!
Rocky V
3.1 323 Assista AgoraIMPRIMATUR:
Nessa pífia tentativa de reencontrar uma identidade perdida, fica o alerta para o teor negativo de um sucesso alcançado: Ele às vezes faz mal a intelectualidade. Gosto da ambientação, da opção pela trilha sonora e de como foi planejado/idealizado o combate final e ainda afirmo que o trabalho da Talia Shire como Adrian continuar impecável... Infelizmente não deu certo porque não foi sincero. Na verdade Stallone usou o personagem e o todo seu nepotismo da maneira mais mesquinha e ordinária possível.
Rocky IV
3.6 444 Assista AgoraIMPRIMATUR:
Com certeza este possui uma relevância folclórica. Digo: exemplar máximo de onde o ego de um astro pode chegar, por acreditar que seu trabalho transcende a atividade fim de um mero escapismo imediato. Não à toa, esse foi o ano de maior sucesso do Stallone e que seria também o divisor do início processual de seu quase ostracismo artístico. ROCKY IV, Apesar de descabido, consegue romper a essência tosca de uma pretensiosa megalomania, porque toda a ambição do idealismo inútil de Stallone é camuflada pela positividade (burro, porém, nobre). Segue a linha anterior da personificação do herói comum, mas utiliza-se de uma narrativa não muito coerente. Com relação à ausência de Gona Fly Now – não sei se isso se deve a uma questão de evitar a repetição, ou se foi pelo sucesso estrondoso de Eye Of The Tiger na parte 3. De qualquer forma, é vidente que a segunda opção influenciou o abuso das canções e as coletâneas de imagens quase deflagrado uma picaretagem... Como o filme não tem um roteiro embasando bem o seu próprio conceito por ser só a ideia "enlatada", destaca-se a sensibilidade/respeito do diretor com a personagem Adrian da Talia Shire, e a forma como ela se mantém digna diante de toda sua profissionalidade.
Rocky III: O Desafio Supremo
3.6 349 Assista AgoraIMPRIMATUR:
A subversão total do personagem se faz até tolerável pela longevidade pretendida de toda estória. Obviamente Rocky Balboa nunca foi um erudito e dificilmente sua ascensão social lhe retiraria a inerente breguiçe. Mas como o Stallone sempre fez questão de mesclar sua vivência particular com a do personagem, a confusão se torna justificável e de certa forma benéfica. O que importa, numa intenção ideologicamente não tão velada, é que Rocky acabou catapultado como um super-herói tangível e faz isso se utilizando de muita fanfarrice com certo teor involuntário de “homoeroticidade” - tudo fruto de um roteiro levemente esperto, mas que jamais se nivela acima do básico. Com os requisitos de um produto feito apenas para divertir, ao menos possui a luta mais empolgante de toda série.
Rocky II: A Revanche
3.8 360 Assista AgoraIMPRIMATUR:
Sim. Nem todo mundo percebe o potencial deste filme que consolida, acima de tudo, o casal mais sincero da história do cinema... Apesar disso, corroboro que negativamente o Stallone se limitou em copiar o trabalho do Avildsen apenas acrescentando os entraves práticos do protagonista por meio de uma forçosa dramaticidade quase mambembe. Por sorte, toda a pieguice abre bem os espaços para os sequenciamentos de treinos, inclusive, tornando o uso da antológica música Gonna Fly Now de maneira bem mais vigorosa – Algo que com certeza potencializou o seguimento da escadaria tornando, esta, bem mais “orquestrada” que a do primeiro filme.
Rocky: Um Lutador
4.1 848 Assista AgoraIMPRIMATUR:
Apesar de muito menosprezado pela crítica mais rígida por conta de certo simplismo e uma supervalorização no Oscar de 77, nada o impede de ser um dos filmes mais estimulantes de todos os tempos... A obra é carregada de cenas icônicas conseguidas por meio de uma inocência lírica facilmente inteligível. Deste modo, como um ótimo arquétipo de honesta volição artística/social, sua importância na história fílmica é altamente incontestável! Pena que ninguém o perceba como o maior clássico romântico de todos os tempos... Eu sim!
Volume Morto
2.8 43 Assista AgoraIMPRIMATUR:
Com certeza o título deste filme nos lança em uma das maiores analogias reflexivas de todos os tempos. Aliás, esse é um dos filmes mais inteligentes que me deparei recentemente e é uma pena que tenha sido sintetizado com pouca pujança - contrariando, para mim, toda magnitude de seu enunciado. Obviamente, é preciso ter certo conhecimento sobre o desenrolar dialético do cotidiano escolar, como também estar ciente da dicotomia que existe entre a educação pública e a privada para, talvez, se fazer interessado ou imediatamente afetado por aquilo que se encontra analisado, diga-se, com muita cautela. Apaixonei-me por este trabalho "cine-cientifico", mas compreendo a rarefeita rejeição aqui no FILMOW, porque sinto algo oculto emperrando sua elevação e até lamento não identificar o que seria. Mesmo assim é um trabalho primoroso e obrigatório para aqueles que “acreditam” em acreditar no potencial “imortal” e prodigioso da pedagogia. Detalhe: Numa sociedade tão fixada na “ideia” das coisas, quem é que seria afinal o “volume morto” no filme?
Ivan, O TerrirVel
3.4 4IMPRIMATUR:
A única entrevista que tive acesso do Ivan Cardoso foi por meio da saudosa revista SET, e me recordo o quanto esta me deixou desapontado. Na ocasião, o cineasta muito me pareceu um sujeito lesado que soltava desaforos para todos os lados - só pelo puro intuito de polemizar gratuitamente. Muito pelo contrário, o documentário acaba mostrando que o diretor é articulado, propositivo, lúcido quanto as suas ideias artísticas, e, mesmo que seja "levemente" egocentrico, se põe como um ótimo/divertido narrador de sua própria carreira. De quebra, ainda traz algo inédito sobre o Raulzito... Muito legal mesmo!!!👍🤟
O Homem Invisível
3.8 2,0K Assista AgoraIMPRIMATUR:
Justamente isso: roteiro inconsistente remendando uma estória estapafúrdia... Talvez a direção segura e certa devoção pela atriz Elizabeth Moss tenham sido suficientes para camuflar sua qualidade com a “crítica”. Fora isso, qualquer discurso que pretenda transcender para um nivelamento mais importante só seria justificado, com autoridade, se os rumos estipulados fossem outros. Ou seja, sem ser tão óbvio estruturalmente. Acredito que se eu tivesse recebido um spoiler sobre sua simplicidade, de fato, não teria me decepcionado...
Viveiro
3.2 765 Assista AgoraIMPRIMATUR:
A sociedade é extremamente capciosa, engana até aqueles que sabem vê... Não existem fugas originais, apenas o bom e velho pessimismo imperado por um mimetismo cíclico. Somos todos tolos: "Já estamos em casa!".
Ao contrário do que possam anteriormente pré-dizer, aqui existem mais mensagens que filme - o que pode ser desanimador para alguns. Entretanto, essa experiência não teria o reducionismo do simples gostar por prazer imediato, pois o filme está longe de ser superficial a esse ponto. Sugiro então, depois de visto, que reflitam sobre ele mais um pouquinho...
Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista AgoraIMPRIMATUR:
Sabem que essa coisa da americanização do heroismo nem me passou pela cabeça... que preciosismo mais besta dos que atentaram ao detalhe! Seria mais interessante enaltecer a habilidade dos realizadores por violentarem a maldade com tanto amor e extremo senso de originalidade. Estupendo este filme... um primor do deboche que, de quebra,
esfacela o coração dos que ainda possuem alma.
Se possível, corram! pois a repetição da história vem aí !!!
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraIMPRIMATUR:
Logo de cara tenho que destacar que o os realizadores fizeram o trailer do filme com maestria... E é engraçado porque esse recurso muitas vezes me parece relegado, mas é algo importantíssimo para o desempenho de bilheteria. O apelo gerado pela prévia deste, nesse quesito, é realmente exemplar. Por outro lado, consegui sobrepujar qualquer vontade de vê-lo anteriormente, justamente por causa do “hype” que merecidamente teve alcançado.
Outro detalhe curioso dentro dessa aceitação plena na investida de um vilão protagonista, é que isso abre espaço para um alerta social questionável sobre a situação. Mas inegavelmente que quando se acerta na escolha do ator protagonista como aqui, generaliza-se uma cativação espontânea - e isso transcende o próprio hermetismo fílmico cultural ao fazer com que o Joaquin Phoenix, que é “normalmente” excêntrico, só que não tão popular mundialmente assim, seja acoplado consensualmente ao papel de maneira imediata. Na verdade esse é o grande trunfo do filme: ser o trabalho indefectível de um ator.
Nesse esquema o currículo hesitante que o diretor Todd Phillips tem, o faz transferir toda a responsabilidade para J. Phoenix mesmo que seja visível sua vontade de contar uma história pensada para ser original. Isso não é um desleixo, pois obviamente presumiu que intrinsecamente estaria sendo o visitante de algo notoriamente batido. Nesse caso, esse seria o grande problema qualitativo do filme: Não deixar de ser previsível ainda que se esforce para não ser. Por isso que as dubitações que o personagem ao longo do filme acha que tem, nós sempre sabemos de antemão o caminho que ele irá seguir, e isso acaba diluindo os impactos.
Dificilmente também, essa revisão/versão processual de imersão para emersão psicológica se encaixaria num universo mais fantasioso dos filmes do Burton, Schumacher ou até mesmo na atmosfera sóbria dos filmes do Nolan – porque o Coringa é bastante rico em autonomia de nuances, onde é possível provar que o mesmo nem precisaria do Batman para viver. Talvez, para desdizer essa perspectiva, o roteiro toma certas liberdades “criativas” em cima da concepção dos Waynes, que nem sei se seriam bem vistas para os fãs mais ortodoxos do legado em que ele coexiste...
E quando o filme entra numa questão político classista - e é isso que provavelmente fomentaria as contradições críticas do filme ao redor do mundo, já que o discurso e amostragem veiculados, se não forem bem assimilados, são de uma apologética bastante perigosa. Entretanto, alerta-se que se os limites entre justiça e vingança, apatia e empatia não são bem calculados e legitimados... Enfim, se uma sociedade ainda não sabe a diferença entre necessidade de intervenção militar e uma conduta amplamente ética (exemplo); se confunde também compaixão com cega idolatria, com certeza não são os Coringas da vida que estariam “carismaticamente” certos, mas é o que fazemos com o mundo que sempre esteve muito, muito errado. Daí a explicação de vermos tantos palhaços (leia-se ambidestros) sendo eleitos e situando-se de maneira tão imponderadas...
Sobre isso não sei o que diria Chaplin, vivo, nos seus versículos anti-proféticos?!
Sei que recentemente fui taxado no emprego como um psicopata que pertence ao clã das pessoas não confiáveis porque, ironicamente, tais nomenclaturas não estariam embasadas em uma suposta desonestidade ou exacerbadas loucuras de minha parte, pelo contrário, tudo é uma questão de encaixe. Ou você participa de toda falcatrua estrutural, ou toda hipocrisia conjuntural lhe massacra – e, por diante, os covardes transvestidos de heróis passam ilesos com todo seu ar de camaradagem... Mas o mundo é assim mesmo?!
Sim, o mundo é assim mesmo - totalmente regido por pessoas obedientes que se acham importantes, mas que no fundo só querem vagar por aqui da maneira mais ordinária possível, acusando o simplismo ou meramente o desqualificando. Ora: “Morra cedo, ou viva bastante tempo para virar um vilão” (Batman – cavaleiro das trevas, 2008). “todo mundo é psicopata!”, Falou do lado de cá todo aquele que se faz de desentendido. Mas se a própria psicopatia é uma questão inata ou se a antipatia social não foge das derivações de péssimas experimentações particularizadas, elas poderiam então ser perdoadas? E como poderíamos classificar aquele médico que bate o ponto no hospital público no mesmo horário em que está atendendo em sua clínica particular? Ou, do mesmo modo classificar o juiz que sempre quer saber se os outros estão sabendo com quem estão falando? Mas se essas são as únicas formas que a sociedade lhe abre para ser importante, que assim seja?! Caso contrário, escute o jargão do estude para ser relevante. Melhor: “Cidadão, não! Um diplomado melhor que você!”... Que fique claro que podemos saber de uma coisa, quem está estudando também está furtando ou roubando: Não são os Coringas que estragam o mundo, são os loucos por dinheiro que acabam com tudo!
Voltando a amostragem fílmica, não vou alavancá-lo como ótimo, apesar do vigor da narrativa, porque não possui grande técnica. Por outro lado, acharia inconcebível quem ousar desmerecê-lo demais. Assim, vou lhe sintetizar da forma pelo qual atingiu o meu íntimo e como gostaria que o respeitassem. E não só pelo que Joaquim fez ao extrapolar o sentido da arte, mas sim pelo que infelizmente o filme é... Insisto, esse, excepcionalmente, tenho que julga-lo como um filme estranhamente lindo!
Cafarnaum
4.6 673 Assista AgoraIMPRIMATUR:
Pequena obra-prima baseada em fatos reais?
Claro que sim. Aliás, facilmente encontrados em todos os cantos miseráveis do mundo... Gritantes de tão invisíveis!
Annabelle 3: De Volta Para Casa
2.8 681 Assista AgoraIMPRIMATUR:
Nem seria necessariamente tão ruim assim, mas o filme tem um grave problema de identidade... Por isso não posso dizer que se tratar de um outro exemplar da Annabelle. Mas como faz parte do mesmo universo explorado, acabou sendo um Invocação do Mal 3 antes mesmo do próprio 3 ser lançado.
Aquaman
3.7 1,7K Assista AgoraIMPRIMATUR:
Talvez eu seja um assíduo detrator dos filmes de super - heróis... Mas Aquaman, faça-me o favor! filmizinho chato, patético... Qual a razão de ser tão psicodélico? Juro que muitas vezes parecia estar vendo, quem sabe, uma continuação do TRON. Como diria Rajesh Koothrappali: "O Aquaman é um bosta".
Luce
3.2 80 Assista AgoraIMPRIMATUR:
Antes gostaria de alertar que comentários que indicam o tom possivelmente anticlimático de um filme, também seria um tipo de spoiler... E apesar deste se encaixar perfeitamente na minha humilde reclamação (antes de vê-lo, li alguns dizeres por aqui), tem algo de muito interessante em LUCE.
Acredito que a relativa indiferença que ele ganhou no Filmow, ocorre pelo entendimento involuntário angariado na ausência de justiça. De certo que a arte aqui, não tem nada com isso. Sendo assim, acredito que o filme cumpre bem seu papel de, no mínimo, nos deixar incomodados. Isso seria bom, não?!
Lucy In The Sky: Uma Lágrima na Imensidão
2.6 56 Assista AgoraIMPRIMATUR:
"Uma mente que se expande não regride", já dizia Albert Einstein... Seria disto que se trata o filme?
Notavelmente o longa possue uma concepção estética interessante, embora, faça um desmerecimento próprio ao longo do seu caminho - principalmente por não se manter sólido intelectualmente. No fundo se envaidece de uma deculpa existencial, mas que se torna incompatível diante de tanta frivolidade da tal Lucy. Uma pena, pois circula com o "feminismo" com boas frases reflexivas e conta com vários elementos "questionantes" de uma estruturação machistas no lugar (além da aptidão ao esforço duplicado, parece que somente as mulheres competem entre si). Lamentavelmente, toda intencionalidade acaba sendo perdida numa sub trama que impõe desinteresse, por carecer de uma protagonista com proposições mais cativantes.
Minha Mãe é uma Peça 3
3.7 571IMPRIMATUR:
Até entendo que dá para gostar pela assimilação instantânea, mas certificar como um ótimo filme chega a ser um extremismo... A média é essa mesmo?!
Não vou adentrar num comentário mais "técnico" porque teria que repetir as observações que fiz para o primeiro filme:
"O Paulo é um grande ator comediante, mas sem capacidade de grandes variações arquétipas - embora pareça o contrário... Personagem bom, mas cansativo para um longa metragem..."
Ou seja, esses detalhes permanecem e não teriam como deixar de ser pela total similitude dos capítulos existentes. No entanto, esse extrapola o sentido autoral de uma obra de maneira bem negativa. O exagero na exposição da Dona Hermínia, que é outra característica fixa, não é só por cota do tempo, mas é também pela falta de reciprocidade (o Herson Capri bem que tentou): toda cena é ela, só dela e pouco importa os outros personagens. Assim fica difícil dar crédito quando ocorrem as insistentes pausas de dramaticidades, tendo em vista que egocentrismo aqui é gritate. Até onde eu sei não se trata de um filme biográfico, por isso não achei legal as cenas dos créditos finais. Além de reforçar a questão do ego, tanta intimidade desencanta o espectador por retirar toda profissionalidade... Pode ser uma bobagem, mas como "cinéfilo" fiquei estranhamente chateado.
O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio
3.1 725 Assista AgoraIMPRIMATUR:
Vi que muita gente reclamou do "Arnold" como um provável coadjuvante de luxo nessa parte da franquia... Bom, embora seja inegável que O Exterminador do Futuro reivindique isso como particularidade. Para tanto, é preciso deixar claro que esse é um tipo de anseio gerado pela concepção industrial dos filmes estadunideses. Mas se for pensado bem, mesmo sendo um marcante antagonista (personagem realmente antológico), o T- 800 é originalmente um coadjuvante no filme. O problema é que a plenitude do enredo acabou como vítima da contextualização hollywoodiana que favorece a capacidade do apelo comercial, de seus astros, acima de tudo. Sendo assim, o "fator" Schwarzenegger requisita aos longas um encaixe, muito bem administrado no segundo filme, porém, deteriorante para as outras sequências. Ainda assim, ao observar esse empecilho, podemos constatar nos outros roteiros muito empenho nas resoluções do detalhe. Este último não sai da norma adaptativa até com relativa coragem, entretanto, peca por não poder ser só uma boa história de "ficção científica" - Infelizmente, no caminho, precisa ser abastecido com prolongadas cenas de ação. São divertidas, não nego. Mas totalmente descompensadas e desnecessárias ao resultado geral... Para se ter uma ideia, se fossemos mais exigentes, além do fato de que REV 9 pareceu não cumprir sua missão por puro sadismo, a própria lógica futurista do filme lhe impõe nulidade por cancelar qualquer tipo de voluntarismo que ultrapassasse o ensejo fugaz de atitudes que deveriam estar restritas ao imediato. Logo, essas cenas de ação entram num modo subjuntivo por ausência de compensação quando lançadas ao determinismo. Ou seja, com tantos Exterminadores do Futuro só mesmo uma história muito bem contada, e somente ela, tem a devida liberdade para surpreender - Nesse caso específico, gostaria de ter visto mais sutileza do diretor em algumas cenas.
Boi Neon
3.6 461IMPRIMATUR:
Complicado analisar este filme... Não posso considerá-lo ruim porque tem muita qualidade interpretativa extraída de sua narrativa crível em variados aspectos. Por outro lado, minha arrogância me faz desqualificar a ausência de uma objetivação final. Aliás, nem sei se a sinopse divulgada foi realmente entregue, ou, se ao menos existe uma história sendo contada.
Sinceramente, me desgasta este tipo de desprezo conclusivo de muitos filmes nacionais quando são mais autorais. E isso não é um apego ao "espetaculoso", apenas não gosto de ter a sensação de perpetrar por algo mal planejado, ou antecipado por talvez não possuir um escopo para desembocar... Mesmo que não seja por culpa total dos seus realizadores, acaba sendo um desrespeito com os seus personagens terminar de maneira tão frágil...
Essa foi a grande ironia: detestei justamente porque estava adorando.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraIMPRIMATUR:
Não tem jeito. Por mais que exista um esforço sobre si mesmo em favor de um maneirismo ético, edificante ou “quer” seja só demagógico de uma insistente aparência, a verdadeira essência de um caráter sempre vem à tona.
Não existe fechamento para elite apenas no ordenar o oprimido, pois toda sua proposição deve vir carregada também de uma humilhação não necessariamente enrustida. E isso não é só uma queixa por toda fraqueza evidente que permeia os regentes de um mundo que já é anêmico por si só. Aliás, corriqueiramente temos a covardia genérica entendida muitas vezes como um sinônimo volitivo de bastante coragem.
Por outro lado, tudo não passa da extensão de um julgo de valor baseados nos limites do próprio reflexo. Pelo que vejo os marginais (que segue o contorno), são muitos e se encontram socialmente mais respeitados. Estão transvestidos na ideia onírica de seus encargos, extraindo/explorado ou aniquilando todas as placas indicadoras e as frágeis correntes de honestidade do mundo. O conselho que fica é o seguinte: o pobre desorientado em busca de um trabalho não precisa ser classificado como um ladrão. E não se preocupem com os orçamentos que vêm do alheio, pois “os que seguem o contorno” já corrompem o sistema de dentro para fora... isso foi ontem, hoje e também jazerá com certeza amanhã...
Escarafunchando meu baú, só encontrei resquícios de parasitas ao meu lado. De fundo esse é o resumo desenxabido de vários laços que são bem gastos... No mundo só existe uma verdade: a mentira.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraIMPRIMATUR:
Acho que a obra entrega um resultado decepcionante... Em dado momento tive receio de que fosse cometido o mesmo desatino histórico como ocorreu em "Bastardos Inglórios", só que com uma simulação ainda mais desrespeitosa. Sinceramente, se aqui há algo maior para ser desvelado realmente não consegui captar - já que me pareceu uma brincadeira despretensiosa e não muita bem articulada. Como o filme é auto sacana, também não entendi a persistência dramática do personagem de DiCaprio, apesar de ótimo, e tão pouco o oscar recebido pelo trabalho ok de Brad Pitt. Evidente que possui cenas engraçadas e encantadoras no seu caminho (a da Sharon Tate no cinema está aí para provar). Entretanto, mesclar ficção com fatos históricos é transitar por um perigoso caminho - quando não se rompe o limite da interferência, temos "Forrest Gump" fazendo isso com maestria... mas quando rompe, mesmo que o resultado não seja de todo constrangedor, pode ter certeza que ainda fica no nível do esquisito.
Homem-Aranha: Longe de Casa
3.6 1,3K Assista AgoraIMPRIMATUR:
Deve ser perspectiva de velho, mas a única maneira de considerar este filme bom seria o taxando de obra infantil - e ponha infantil nisso. Aliás, esse deve ser o entendimento da crítica americana quando lhe certifica com positividade. Sobre as mudanças, sou bem intolerante: não se mexe naquilo que é sagrado, pois existe o risco de cometer heresia.
Tanto neste como no anterior, dá para listar inúmeras coisas estapafúrdias mesmo no esforço compreensivo sobre a questão óbvia de uma nova roupagem, porque o que se vê aqui é muita, mas muita bobagem! E na boa, em 10 anos de coleção das HQs do Homem-Aranha (entre 1998 e 2008 - com direito a resgates das edições anteriores), jamais vi tamanha devoção/ligação com o Homem-de-Ferro. Isso para mim, é um saco!
X-Men: Fênix Negra
2.6 1,1K Assista AgoraIMPRIMATUR:
Com certeza nada aqui funciona, no entanto, isso só fica claro por causa do excessivo desrespeito com a mitologia básica de um universo pré-existente dos quadrinhos. Só que no geral isso ocorre em boa parte dessas novas adaptações de filmes de super-heróis - o diferencial aqui, é que o projeto foi iniciado à base do desinteresse... típico "enlatado americano" que não consegue enganar porque seus envolvidos não souberam se enganar primeiro (nesse quesito é preciso aprender muito com a equipe dos Velozes e Furiosos). Assim, nem o estrondoso orçamento conseguiu salvar tanta mediocridade como alcançado nos outros arremedos do gênero.
Como um dos maiores detratores desse tipo de filme, mesmo gostando do eixo... E acreditem, sempre que passa o Superman (1978), Homem-Aranha 2 (2004) ou até o Batman (1989), em exemplo, faço muita questão de rever... Mas dentro da saturação de 2008 para cá, existem neles uma questão subjetiva que retira a importância para mim, em paralelo com a viela prática objetiva que induz o questionamento da qualidade, até, daqueles que conseguem bajulação da crítica profissional, como Mulher- Maravilha e Os Vingadores. Ou seja, no fundo considero apenas fiapos de alguma coisa feitos com o melhor que o dinheiro pode comprar.
Por isso vou aproveitar o fracasso consensual deste X-Men e considerá-lo como boa amostra problemática da minha aflição corriqueira sobre esse seguimento enquanto arte: Não tenho admiração nenhuma por esses filmes que considero exclusivamente de pós-produção. Digo, filmes que acham que o investimento em peripécias digitais e orçamentarias podem camuflar a verdadeira falta do que dizer. Mas já que insistem, ao menos os realizadores devem entender que o resultado entregue não pode ser enfadonho. Pois este, de longe, nem divertido conseguiu ser.