Tudo o que Solaris tem de bom, ao que me parece, vem do livro, que são os diálogos. A transposição de sua riqueza filosófica para as telas deixa bastante a desejar, seja pelas interpretações, seja pela falta de ritmo. É curioso porque ele inspira belíssimos cartazes, porém não se vale disso na hora de criar planos e cenários. Nisso, 2001, mesmo que a comparação seja tão óbvia quanto desnecessária, dá de 10 a 0. Se Kubrick nos brindou com um cinema contemplativo de imagens impressionantes, que justificavam tal contemplação, aqui fica tudo por conta de uma expectativa que só é atendida quando surgem as máximas reproduzidas em tantos comentários por aqui.
A série termina repetindo tudo o que de bom e ruim tinha. Ghostface continua caindo de escadas e levando todo tipo de golpe sem nenhum arranhão, escapando como fumaça das cenas do crime, Dewey continua uma ostra de tão burro, e o discurso final há de influenciar uma parcela de adolescentes bobões. No frigir dos ovos, ele vende a mesma coisa que os filmes que parodia, porém basta assumir o caráter satírico que nooooooooossa.
Só eu reparei que o corte de cabelo da Gale é inspirado no da atriz Patricia Arquette no filme "Lost Highway", referência esta por conta do seu casamento com o ator David Arquette, com cujo sobrenome ela passou a assinar neste longa?
A menos de 20 minutos do final, temos apenas peças desconexas, e o protagonista simplesmente adivinha, durante o encontro com o pai da vidente, toda a trama.
A gravação em off das falas em total falta de sincronia com o movimento dos atores incomoda, bem como as interpretações péssimas (os vivos parecem mais mortos que os mortos) e escolhas ridículas das personagens. Apostar em surrealismo é válido, mas não é só o roteiro que ele abandona em detrimento da imagem, é tudo. No final das contas, é uma galeria de imagens repetitivas e boa maquiagem. Bava > Fulci.
Acho que o marido matou a esposa e o amante antes da fuga, fazendo com que eles ficassem presos no hotel para sempre, revivendo momentos que para ela são dolorosos recordar, pela eternidade.
Um misto de várias coisas que a Disney já fez (O Rei Leão, Procurando Nemo, Lilo & Stitch, Enrolados...) com outras tantas não feitas por ela (As Aventuras de Pi, Bob Esponja, O Filme). Previsível até o fim, pode enganar aos desavisados com sua embalagem bonita e sua protagonista moderninha, mas não passa de mais do mesmo.
Sendo "Dogville" meu filme favorito, fica difícil defender aquela saída final, bem como muita coisa deste filme que, ainda que tenha ótimos momentos de direção e uma protagonista soberbamente defendida, excede a cota de cafonice em algum momentos.
Seu conteúdo mais visceral já se infiltrou no mercado cinematográfico e no mundo de formas tão sutis (ou nem tanto), que me admira o público ser tão taxativo em relação a esta grande obra de Pasolini.
Este filme acrescentou um novo tópico à conversa que pretendo ter com o Lynch quando nós dois estivermos no inferno. Se ele não influenciou "Mulholand Drive", eu de fato não tenho talento para detetive. Lendo os comentários maravilhosos de vocês, pouco restou a ser dito. Quem é quem? Quem somos? Quem sou? Partindo de um verso de um poema que é declamado no divino "Asas do Desejo", que diz: "Por que eu sou eu e não você?", apresento o aspecto que eu julguei interessante levar em conta:
a personagem Alma, na minha visão, atuava no filme que gerou o colapso mental da protagonista, e emprestou sua forma aos sentimentos abstratos de Vogler. Quantas vezes não nos encontramos em uma pessoa, estranha ou íntima, capaz de nos emprestar sua história ou abrigar nossa própria? Quantas cascas não servem melhor ao propósito de nossa gema? Exite alguém capaz de nos assimilar, a ponto de não sabermos onde nós mesmos começamos? Não pretendo responder a nenhuma destas perguntas, pelo mais honesto e covarde dos motivos: nem eu sei. E ainda que soubesse, se tem uma coisa que aprendi com este filme, que sintetiza o que é o cinema, é que as imagens são capazes de ilustrar aquilo que nosso melhor discurso não saberia expressar. E "Persona" é o melhor uso que esta arte já fez desta sua função.
Solaris
4.2 368 Assista AgoraTudo o que Solaris tem de bom, ao que me parece, vem do livro, que são os diálogos. A transposição de sua riqueza filosófica para as telas deixa bastante a desejar, seja pelas interpretações, seja pela falta de ritmo. É curioso porque ele inspira belíssimos cartazes, porém não se vale disso na hora de criar planos e cenários. Nisso, 2001, mesmo que a comparação seja tão óbvia quanto desnecessária, dá de 10 a 0. Se Kubrick nos brindou com um cinema contemplativo de imagens impressionantes, que justificavam tal contemplação, aqui fica tudo por conta de uma expectativa que só é atendida quando surgem as máximas reproduzidas em tantos comentários por aqui.
Hurricane Bianca
2.9 206Como um filme com algumas das melhores drags do programa conseguiu ser tão ruim?
Pânico 4
3.2 2,7K Assista AgoraA série termina repetindo tudo o que de bom e ruim tinha. Ghostface continua caindo de escadas e levando todo tipo de golpe sem nenhum arranhão, escapando como fumaça das cenas do crime, Dewey continua uma ostra de tão burro, e o discurso final há de influenciar uma parcela de adolescentes bobões. No frigir dos ovos, ele vende a mesma coisa que os filmes que parodia, porém basta assumir o caráter satírico que nooooooooossa.
Pânico 3
3.0 775 Assista AgoraSó eu reparei que o corte de cabelo da Gale é inspirado no da atriz Patricia Arquette no filme "Lost Highway", referência esta por conta do seu casamento com o ator David Arquette, com cujo sobrenome ela passou a assinar neste longa?
Felicidade
4.1 378Versão deep web de "Beleza Americana"
Coração Satânico
3.9 494É um bom filme, mas a resolução do mistério deixa a desejar
A menos de 20 minutos do final, temos apenas peças desconexas, e o protagonista simplesmente adivinha, durante o encontro com o pai da vidente, toda a trama.
O Quê Vocês Fizeram com Solange?
3.8 32Giallo de grande qualidade narrativa, onde todas as personagens têm importância e o roteiro não se prende aos clichês do gênero.
Terror nas Trevas
3.6 132A gravação em off das falas em total falta de sincronia com o movimento dos atores incomoda, bem como as interpretações péssimas (os vivos parecem mais mortos que os mortos) e escolhas ridículas das personagens. Apostar em surrealismo é válido, mas não é só o roteiro que ele abandona em detrimento da imagem, é tudo. No final das contas, é uma galeria de imagens repetitivas e boa maquiagem. Bava > Fulci.
A Noite dos Demônios
3.5 19Adaptação não tão estilosa quanto a de Bava, mas ainda boa.
King Kong
3.8 194 Assista AgoraEterno.
Repulsa ao Sexo
4.0 461 Assista AgoraTem lá seu interesse, mas demorar 50 minutos para começar?
O Sétimo Continente
4.0 174 Assista AgoraSerá que na versão BR toca "O Amor e o Poder"?
O Ano Passado em Marienbad
4.2 156 Assista AgoraMais um para a lista de filmes que eu mataria para ter feito.
Aos que buscam uma interpretação, eis a minha, um tanto simplista:
Acho que o marido matou a esposa e o amante antes da fuga, fazendo com que eles ficassem presos no hotel para sempre, revivendo momentos que para ela são dolorosos recordar, pela eternidade.
Puro cinema.
Moana: Um Mar de Aventuras
4.1 1,5KUm misto de várias coisas que a Disney já fez (O Rei Leão, Procurando Nemo, Lilo & Stitch, Enrolados...) com outras tantas não feitas por ela (As Aventuras de Pi, Bob Esponja, O Filme). Previsível até o fim, pode enganar aos desavisados com sua embalagem bonita e sua protagonista moderninha, mas não passa de mais do mesmo.
Inimigos Pelo Destino
3.7 23Forget it, Tony. It's Chinatown.
Paixões que Alucinam
4.2 83 Assista AgoraDemora um pouquinho para engrenar, e eu, particularmente, não gosto do fato de Fuller nunca abraçar o pessimismo com os dois braços, mas bom filme.
O Cavalo de Turim
4.2 211"A Mulher da Areia" >>>
O Beijo Amargo
4.2 54 Assista AgoraSendo "Dogville" meu filme favorito, fica difícil defender aquela saída final, bem como muita coisa deste filme que, ainda que tenha ótimos momentos de direção e uma protagonista soberbamente defendida, excede a cota de cafonice em algum momentos.
Nascido Para Matar
4.3 1,1K Assista AgoraOs planos são magníficos e as duas partes formam um todo bem interessante. O destaque negativo é seu final abrupto, uma meia hora a mais cairia bem.
Salò, ou os 120 Dias de Sodoma
3.2 1,0KSeu conteúdo mais visceral já se infiltrou no mercado cinematográfico e no mundo de formas tão sutis (ou nem tanto), que me admira o público ser tão taxativo em relação a esta grande obra de Pasolini.
Profissão, Ladrão
3.9 73Nada define melhor o clima dos anos 80 do que as luzes de Los Angeles refletidas no capô preto do carro do protagonista.
Phenomena
3.7 246Macaco atuando como gente, menina que fala com insetos, psicopatas, crianças deformadas... Sinceramente, este filme tinha 0 chances de dar errado!
Onde Começa o Inferno
4.2 128 Assista AgoraAté agora não sei onde começa o inferno, pois nestas quase duas horas e meia eu me senti no paraíso.
Quando Duas Mulheres Pecam
4.4 1,1K Assista AgoraEste filme acrescentou um novo tópico à conversa que pretendo ter com o Lynch quando nós dois estivermos no inferno. Se ele não influenciou "Mulholand Drive", eu de fato não tenho talento para detetive.
Lendo os comentários maravilhosos de vocês, pouco restou a ser dito. Quem é quem? Quem somos? Quem sou?
Partindo de um verso de um poema que é declamado no divino "Asas do Desejo", que diz: "Por que eu sou eu e não você?", apresento o aspecto que eu julguei interessante levar em conta:
a personagem Alma, na minha visão, atuava no filme que gerou o colapso mental da protagonista, e emprestou sua forma aos sentimentos abstratos de Vogler. Quantas vezes não nos encontramos em uma pessoa, estranha ou íntima, capaz de nos emprestar sua história ou abrigar nossa própria? Quantas cascas não servem melhor ao propósito de nossa gema? Exite alguém capaz de nos assimilar, a ponto de não sabermos onde nós mesmos começamos? Não pretendo responder a nenhuma destas perguntas, pelo mais honesto e covarde dos motivos: nem eu sei. E ainda que soubesse, se tem uma coisa que aprendi com este filme, que sintetiza o que é o cinema, é que as imagens são capazes de ilustrar aquilo que nosso melhor discurso não saberia expressar.
E "Persona" é o melhor uso que esta arte já fez desta sua função.