Confesso que não esperava uma série tão pesada. E acho que tudo se torna ainda mais denso quando sabemos que é uma história real, tanto do Richard Gaad quanto de várias outras pessoas por aí que ainda desconhecemos, que passam diariamente por vários tipos de abusos e sofrimentos inimagináveis.
Primeiro, destaco a coragem de Gaad em contar suas experiências para o público. Requer um alto nível de sensibilidade e de autoconhecimento. Sua história foi contada de forma responsável, alertando para outros tipos de violência que em muitas vezes nos passam despercebidas. Aquela cena
foi muito simbólica, e o silêncio dela diz muito sobre a quantidade de pessoas que são violentadas sexualmente e são ignoradas pelas instituições que deveriam protege-las ou mesmo tem alguma vergonha de falar como se elas tivessem alguma culpa. Donny passou a sentir ódio de si mesmo, e pensou realmente que a Martha era o que ele merecia.
E no segundo ponto, temos a figura da Martha que é de fato bastante complexa. Acho que não se trata somente de uma "stalker", mas sim de uma pessoa extremamente solitária, com sérios problemas mentais que foram se desenvolvendo desde cedo e que infelizmente não encontrou a ajuda necessária para impedir o avanço deles.
Essa foi uma série complicada de assistir. Me deixou bastante angustiado. Mas a considerei muito importante, como uma espécie de alerta muito necessário.
Mais um que vou pelo hype, mas dessa vez... gostei. Acho que a atmosfera poderia ter sido mais densa para transmitir mais o medo, mas ainda assim a execução de tudo foi bastante efetiva.
Ficou aquela sensação de que o filme poderia ter apresentado mais coisas? Pra mim, sim. Mas, de toda forma, curti o resultado final.
Esse filme possui muitas camadas interessantes e que se conectam com essa realidade efêmera e corrompida criada pelas redes sociais. O tema em si pode não ser novo, e sua abordagem também já é conhecida, mas "influencer de mentira" funciona muito bem como um alerta para o tanto de mentiras e exposição que são praticadas nas redes, e como em muitas das vezes as pessoas não se veem como responsáveis por aquilo que fazem na internet.
O primeiro ponto é o privilégio branco, que acredito ter sido bem criticado nas entrelinhas do roteiro. Esse mundo dos influencers é formado, em sua maioria, por pessoas brancas. Elas que possuem as grandes oportunidades com as maiores marcas, e nós sabemos os motivos disso. Danni é extremamente superficial para estabelecer uma autocrítica com relação ao seu lugar, e o objetivo dela é um só: ser famosa. É uma personagem detestável, pois ela convoca para si todos esses aspectos bizarros desse privilégio... e ela não liga.
Mesmo quando conhece alguém que realmente passou por um grande trauma, é incapaz de demonstrar uma empatia verdadeira em primeiro momento. Ela se importa somente com os falsos sentimentos de algo que não viveu e com os números de seguidores. Ninguém vai checar a veracidade de suas falas, afinal... porque duvidar de uma pobre garota branca?! Até hoje temos personalidades de peso com falas problemáticas e criminosas se safando exatamente por esse privilégio. E aqui entra um ponto interessante: a Rowan vira um alvo quando a verdade é finalmente revelada. Mas ela não tem culpa, ela não sabia. Mas nas manchetes é mais fácil culpa-la por associação.
E o segundo ponto é essa super exposição do "eu" nas redes sociais. "Abriu uma rede social nova? Preciso ter uma conta nela, preciso que as pessoas saibam o que eu estou sentindo, o que estou fazendo, com quem estou fazendo"... esse sempre me pareceu um pensamento podre. É verdade que temos essas páginas como forma de compartilhar coisas que gostamos, e não há nenhum problema nesse ponto. A questão é quando isso se torna uma necessidade, quando essas pessoas se misturam com os produtos que estão vendendo e perdem sua identidade, quando elas não se posicionam em assuntos realmente importantes e estão alheias a uma realidade social prestes a colapsar. Elas só querem vender imagens perfeitas, e quando erram sempre aparece o "mas tem que ensinar", "eles ainda estão aprendendo" e etc.
Não há redenção para Danni. E a fala final da Rowan foi perfeita: pessoas como ela (que sim, existem na nossa realidade. Não se enganem) não podem tomar um espaço de visibilidade, não podem esvaziar pautas.
Muito cuidado com aqueles que damos visualizações e fama.
Provavelmente uma das adaptações mais aguardadas dos últimos anos. História muito interessante, batalhas insanas e animação muito bem feita. Tudo em Solo Leveling funcionou sem nenhum problema, e fiquei bastante feliz com o resultado.
Entrou para a minha lista de queridinhos, aqueles que aquecem o coração e são facilmente adoráveis. Filmes sobre dinâmicas familiares difíceis sempre nos ensinam algo sobre nossos próprios sentimentos e nas relações que desenvolvemos com os outros. Adorei.
Quando vi que o filme estava terminando, gritei pra tela "não ouse acabar! Preciso saber mais desse personagem!". Amo esse poder transformador e impactante da arte.
"Dias Perfeitos" é mais um daqueles belos filmes que nos falam sobre os encontros e desencontros da vida, sobre as pessoas passageiras e os sentimentos breves, porém muito especiais e intensos. Hirayama abraça a seu cotidiano com um toque de felicidade e aceitação, ainda que com o tempo isso lhe possa ser custoso. Seus dias parecem enfadonhos para nós, mas para ele são... perfeitos. Ele não precisa de muito para viver, ele não atrapalha ninguém, e fala somente o suficiente. Ele realiza suas tarefas e vive o momento. E isso basta: o agora! "O agora é o agora",
como falado em determinado ponto da obra, é algo que vai nortear a vida de Hirayama.
Há um lado muito solitário nesse personagem, mas isso não parece incomoda-lo. Essa solidão dentro da simplicidade de seus dias mostra também a busca dele por um sentimento de satisfação dentro daquele pequeno espaço. Mas então nos questionamos:
como ele chegou até ali? O que aconteceu antes? Ele era essa pessoa ou se tornou? Não sabemos essas respostas, então fica para o trabalho da nossa imaginação.
E aqui destaco a combinação perfeita entre Win Wenders e Kōji Yakusho. O diretor tem um olhar único sobre o seu personagem, e faz com que a gente se importe com ele. Wenders transforma cenas de vida que normalmente não olharíamos em algo realmente muito interessante. Quanto à Kōji Yakusho, ele é o responsável por esse personagem que diz pouco e que fica feliz com pouco. E são nessas expressões ao conversar com as outras pessoas que questionamos se aquilo é felicidade ou somente esse "contentamento" que Hirayama busca para o seu dia. Ele é de fato comum em sua superfície, mas
certamente esconde sentimentos muito difíceis e que provavelmente ele não sabe ou não quer mais lidar com eles (a visita da sua sobrinha e o encontro com a irmã deixam essa parte mais clara).
Mas vendo a incrível performance de Kōji Yakusho, acredito mesmo que ele deveria ter sido mais lembrado nas premiações.
Gosto fácil de filmes assim, que conversam com nossos sentimentos e valorizam o cotidiano. E para mim, "Dias Perfeitos" foi, de fato, perfeito.
De fato um excelente elenco, mas um péssimo roteiro para uma última temporada. Quando vi que seriam somente três episódios, já fiquei com o pé atrás. E piorou quando introduziram novos plots como
o caso da mãe da Verônica. Até então, não lembro dela se questionar em nada sobre isso (a questão sempre foi muito sobre o pai dela, o que ele fez ou não), mas foram revelar a mãe biológica dela logo no último episódio da última temporada?!
E assim, não é como se isso fosse importante, pois realmente não acrescenta em nada para a personagem ou para a história como um todo. É só uma "informação" jogada, que não teve e nem terá desenvolvimento algum. Não teve uso, não teve objetivo. Foi realmente inútil.
O roteiro chamou a gente de burro e nem disfarçou. Mas não contentes com isso, também transformaram a protagonista em uma pessoa burra.
Verônica era analítica, desconfiada, sempre cuidadosa... e todas essas características que a faziam uma excelente investigadora foram jogadas no lixo no primeiro episódio quando ela conhece o Jerônimo e passa a confiar cegamente nele. Não fez o menor sentido.
A relação dela com a família também é posta de lado. A Glória simplesmente desaparece. As questões sobre o Jerônimo e o orfanato foram esquecidas.
Com exceção das cenas finais muito satisfatórias, todo o resto foi de mediano para ruim. É uma pena pois essa série começou muito bem. Mas também não acho correto julgar toda uma obra com base somente em três episódios: é inegável a importância social que uma produção como "Bom Dia, Verônica" possui, principalmente quando lembramos das estatísticas sobre violência doméstica e abusos contra as mulheres no Brasil. Essa série é apenas um pequeno recorte de tristes realidades, e que precisamos denunciar.
Sabe aquele filme confortável, fofo, que te tira de lugares ruins? Revendo "The Intern", percebi que esse era um desses filmes para mim. Ele é simples, com muitas cenas bobinhas, mas é feliz em suas mensagens. O tanto que me emocionei assistindo pela segunda vez foi algo que não esperava. É esse tipo de obra, sensível em sua essência, que consegue me fisgar facilmente.
Uma obra artística não precisa ser altamente conceituada para te tocar de alguma forma, ela só precisa ser genuína naquilo que quer dizer. E acredito que muitas pessoas esquecem dessa simplicidade ao assistir um filme como esse, talvez pela pressão de suas vidas, por questões pessoais e trajetórias mais complicadas... inúmeros motivos. Mas isso aqui foi feito para "renovar as esperanças". Pra mim, isso basta.
A série tem uma proposta muito boa, e começa bem, mas vai perdendo ritmo. Algumas resoluções são muito simples, muitos personagens - tirando o trio de protagonistas - nada carismáticos, e histórias que não conseguem te prender o suficiente. A ambientação é incrível, cenários muito bem escolhidos e trilha sonora igualmente boa, mas o roteiro poderia ter sido bem melhor e maior. Há um nível excelente de representatividade indígena, que considero necessário e foi bem executado. Mas todos os outros plots são fracos, infelizmente.
Merecia mais cuidado? Sim. Bem mais. O maior destaque é o grande Alfred Molina, numa atuação impecável, mas que também viu o desenvolvimento do seu personagem barrado nas limitações do roteiro. Infelizmente foi cancelada, mas acho que uma segunda temporada poderia ter consertado muitos erros.
Macabro. Essa era a palavra que aparecia na minha mente a cada cena desse filme. Zona de Interesse aborda a própria banalização do mal, de como o sofrimento alheio é algo trivial e sem importância para aquelas "pessoas" (se é que podemos chama-los assim). A maldade é algo comum no dia de cada um deles, e nenhum se vê como responsável por aqueles gritos desesperados do outro lado do muro. Do mais novo, passando pelo adolescente até o adulto... todos eles são indiferentes. Para essa família, é como se nada estivesse acontecendo.
A direção do filme é igualmente assustadora. A câmera mais aberta traz os contrastes do roteiro: de um lado crianças felizes brincando em um jardim, enquanto que no outro crianças estão morrendo. O diretor Jonathan Glazer captura muito bem a perversidade daquele contexto, em alguns momentos de forma sútil e outros de forma mais expositiva.
Talvez o único ponto negativo é o ritmo, que me deixou um pouco incomodado. E além da direção, destaco como positivo o trabalho de som que foi um dos principais responsáveis pela construção da atmosfera densa do roteiro.
"Zona de Interesse" toca em um dos acontecimentos mais tristes da História da humanidade. Esse filme chega com uma reflexão importante sobre a criação e naturalização do mal na nossa sociedade, e isso serve para pensarmos sobre a situação atual da Palestina e de vários outros povos ao longo da História que infelizmente foram alvo dos projetos de extermínio daqueles que se consideravam superiores.
Um dos casos de transferência mais emblemáticos da História do futebol - se não o mais. Não importa qual geração seja, em algum momento ouvimos ou vamos ouvir sobre essa caótica transferência de Figo para o Real Madrid, e esse documentário foi muito feliz em abordar as camadas mais densas por trás de uma decisão nada fácil.
As pessoas esquecem que futebol também é um negócio. E extremamente lucrativo. Figo não se sentia valorizado pelo pequeno barcelona, que tinha na época um enorme incompetente na presidência (algo comum para tal clube, felizmente). E assim, por mais difícil que tenha sido, ele foi para o rival. Como ele mesmo fala no documentário, é uma questão de reconhecimento. Ele não estava jogando por um salário baixo no barcelona, mas também não estava satisfeito. Então uma vez que o trabalho que ele fazia dentro de campo era tão bom e deu tanto ao time, qual o problema de pedir um aumento salarial?
Ninguém vive somente pelo "amor" que se tem por determinado ofício.
Quanto ao Florentino Pérez, ele entende esse lado "mercado" do futebol como ninguém, e ele possui, ainda hoje, uma visão única em termos de gerenciamento da "instituição" Real Madrid - não a toa sob sua gestão tivemos duas eras de "Galácticos", e atualmente caminhando para a construção de uma terceira. Ele se firmou como um grande Presidente do clube, e o documentário deixa bastante claro o tamanho do risco que ele tomou para si ao firmar o Figo como novo jogador do Real. Ele é tranquilo, mas de uma genialidade assustadora.
Senti falta de uma visão mais pessoal no documentário: qual o peso que todo aquele conflito causou na esposa e nos filhos do Figo, por exemplo. Na época, a torcida do barcelona hostilizou toda a família do jogador, e isso passa de todos os limites possíveis. Acredito realmente que eles teriam muito a acrescentar, mas provavelmente se desviaria do que o documentário queria mostrar.
Uma obra que "engana" e surpreende, mas no bom sentido. Pensei que o roteiro tomaria outros caminhos ao longo de seu desenvolvimento, mas as escolhas foram mais seguras - isso para mostrar as escolhas nada seguras da família que acompanhamos.
É uma narrativa sobre a sociedade das aparências, e de como essas mentiras destroem as relações mais unidas.
Genial. Esse filme expõe a enorme hipocrisia de quando pessoas brancas consomem algo de pessoas negras: elas querem ver um show de estereótipos (na linguagem, no comportamento), sofrimento e finais tristes... Tudo isso para depois dizerem "nós precisamos ouvir mais as vozes negras". Mas o sentimento não é real, é uma compensação falsa, uma necessidade de se sentir bem consigo mesmo e até mesmo tomar para si o protagonismo de um movimento.
É uma obra clara em sua mensagem: há muito mais do que dor e imagens prontas na história afro-americana, mas a indústria cultural não quer saber de finais felizes para pessoas negras pois, para o branco, isso não transmite "realidade". O protagonista entende muito bem essa dinâmica, critica toda essa estrutura e se aproveita dela. Está errado? Não sei, afinal é isso que o mercado quer. E ele precisa sobreviver, precisa pagar as contas.
E aqui adentramos no aspecto dramático do filme, que é muito bem feito. Toda a questão do Monk com sua família é bastante complexa, mas também há muitos momentos cômicos. É um humor inteligente, que sabe exatamente onde quer chegar, e não ultrapassa limites para não parecer algo forçado. No que diz respeito às atuações, Jeffrey Wright é um monstro sagrado! Ele traz essa presença meio melancólica, meio inconformado, mas muito resistente. E fiquei muito feliz em ver a linda e talentosa Issa Rae.
"Ficção Americana" levanta problemáticas enriquecedoras no que tange à forma como consumimos conteúdos produzidos por pessoas negras. Para além da critica aos estereótipos, o roteiro foi feliz em incomodar o branco salvador que se pensa fazendo um grande favor para a sociedade quando lê um "Pequeno manual antirracista" e assiste "Infiltrado na Klan" e já pensa "bom, fiz minha parte". Bom, a luta antirracista não acaba aí.
Gostei bastante dessa obra. Não conhecia a história, e temi que fosse um "Fome de Poder" (que é brilhante), mas na verdade é um filme mais leve, sensível e engraçado, ainda que não esqueça dos dramas de uma família latina vivendo nos eua.
Primeiramente, acho importante pontuar a imagem "se você fizer muito, você consegue" que é um tanto... problemática, afinal sabemos muito bem que a empresa lucrou muito mais do que o Montañez ganhou. Não há "empresas boazinhas e humanas". E nisso, reitero o que já comentaram: é bom entender que ele representa uma rara exceção. Nem todos que vieram do nada vão crescer dessa forma, ter ou conseguir criar alguma oportunidade: as vezes falta suporte (que Montañez encontrou em sua família e amigos), falta o incentivo no espaço de trabalho, sonhos que mudam, etc. Sim, Montañez conseguiu, e ficamos felizes quando isso acontece... mas infelizmente na maior parte das vezes a pessoa entra antes do expediente e faz hora extra e o único resultado é o enriquecimento do patrão. Justo? Não.
Dito isso, claramente a proposta do filme não é debater esses aspectos mais políticos e sociais do trabalho, e sim de dramatizar acontecimentos - com uma boa dose de um ótimo humor. Há momentos muito otimistas na história de Montañez que realmente pode nos renovar, e a relação dele com a Judy é maravilhosa. Também achei muito bonita a forma como a cultura mexicana foi celebrada.
No final fiquei com a percepção de que poderia ter mais vinte ou trinta minutos. Passou rápido. Mas me emocionei porque gostei bastante de tudo do Montañez. E me tornei o velho que ama e chora com finais felizes "bobos". hahahaha.
A história é fraca, a vilã é ruim e a direção não me agradou. Há uns cortes bem bruscos em algumas cenas, uns enquadramentos que não ficaram legais e as coreografias de lutas também não empolgam absolutamente em nada. Os efeitos visuais estão ok. E as piadas são boas, consegui rir bastante com os gatos.
Entendo que é um filme leve e descompromissado, mas para uma sequência e considerando que é parte de um grande universo, deixou muito a desejar. Muito legal ver a participação da Monica, e a Kamala está mesmo muito fofa (e sim, curti bastante a série dela), mas a obra em si infelizmente não tem impacto.
a cena pós crédito do Fera me deixou muito feliz. Realmente não fazia ideia do conteúdo dela, e fiquei muito surpreso. Espero de verdade que os X-Men e o Quarteto Fantástico deem um "up" no universo Marvel, pois tão precisando de histórias boas. (e também gostaria de um filme ou série dos Campeões ou Jovens Vingadores)
Personagens com personalidades completamente diferentes que, em meio a solidão, se encontram e se abraçam. Poderiam não estar com as famílias que eles queriam, mas estavam com as pessoas que precisavam estar naquele momento. As vezes, algumas companhias improváveis aparecem e nos ajudam a olhar com mais sensibilidade para nós mesmos, e a dinâmica entre esses três personagens funcionou de uma forma que todos eles descobriram pequenas coisas que precisam fazer para superar seus desafios. Eles nos ensinam, principalmente, a olhar com mais carinho para o outro e entender suas dores.
Paul Giamatti em mais uma grande atuação, e Da'Vine Joy Randolph mostra uma personalidade forte e criativa.
Ao final, senti que essa obra me passou uma sensação muito boa. A história não é nova, mas a maneira como a desenvolveram em tons certeiros de comédia e um drama muito preciso, juntado com uma construção sólida e realista de personagens, foi o suficiente para me conquistar.
Esse anime pegava o meu coração e o cortava em pequenos pedaços da forma mais impiedosa possível... ao mesmo tempo que o restaurava e me deixava quente e confortável. Uma obra bela, sensível e emocionante como poucas conseguem, e que toca nos nossos mais profundos sentimentos. Vou levar um tempo para me recuperar dessa jornada, mas foi algo que valeu muito a pena.
Essa obra conversa bastante com o fenômeno expositivo que ocorre nas redes sociais e como ocorre a chamada "cultura do cancelamento". Nicolas Cage está excelente, e a direção do filme é bastante criativa. Mesmo com alguns pontos previsíveis do roteiro, achei a história boa e conseguiu me deixar bem interessado.
Como já comentaram, é um filme que diz muito principalmente na parte não verbal. Créditos aqui para um bom elenco (ótima atuação da Mia McKenna-Bruce) e de uma direção muito efetiva em capturar esses espaços mais vulneráveis e em passar uma mensagem de alerta sobre determinados comportamentos abusivos.
Não esperava nada e fui surpreendido. Apesar de alguns pontos da história e do seu ritmo terem ficado um pouco estranhas para mim, o roteiro tem alguns ótimos momentos (especialmente na relação do Jack com o Jann, que é bem construída) e a parte técnica é absurda de tão bem feita, com destaque para o trabalho de som e de efeitos visuais. E as cenas com as corridas foram muito intensas, extremamente bem feitas.
Saber que se baseia numa história real torna o filme ainda mais bacana. Vale muito a pena.
"E eu vou continuar falando, porque tenho medo que se eu parar, haverá uma pausa e você dirá 'está tarde, tenho que ir'. E não estou pronto para isso. Não quero que isso aconteça. Nunca."
Que filme belo e sensível. É verdade que podemos problematizar algumas coisas na relação, e especialmente por parte do nosso protagonista, mas ele é extremamente humano e, logo, falho. Suas imperfeições mais que evidentes o transformam em alguém que é possível se identificar. O objetivo não é mostrar algo ideal, mas uma versão da vida com suas alegrias e decepções.
Bebê Rena
4.1 500 Assista AgoraConfesso que não esperava uma série tão pesada. E acho que tudo se torna ainda mais denso quando sabemos que é uma história real, tanto do Richard Gaad quanto de várias outras pessoas por aí que ainda desconhecemos, que passam diariamente por vários tipos de abusos e sofrimentos inimagináveis.
Primeiro, destaco a coragem de Gaad em contar suas experiências para o público. Requer um alto nível de sensibilidade e de autoconhecimento. Sua história foi contada de forma responsável, alertando para outros tipos de violência que em muitas vezes nos passam despercebidas. Aquela cena
dele com o pai no último episódio
E no segundo ponto, temos a figura da Martha que é de fato bastante complexa. Acho que não se trata somente de uma "stalker", mas sim de uma pessoa extremamente solitária, com sérios problemas mentais que foram se desenvolvendo desde cedo e que infelizmente não encontrou a ajuda necessária para impedir o avanço deles.
Essa foi uma série complicada de assistir. Me deixou bastante angustiado. Mas a considerei muito importante, como uma espécie de alerta muito necessário.
Entrevista com o Demônio
3.5 321Mais um que vou pelo hype, mas dessa vez... gostei. Acho que a atmosfera poderia ter sido mais densa para transmitir mais o medo, mas ainda assim a execução de tudo foi bastante efetiva.
Ficou aquela sensação de que o filme poderia ter apresentado mais coisas? Pra mim, sim. Mas, de toda forma, curti o resultado final.
Influencer de Mentira
3.2 90 Assista AgoraEsse filme possui muitas camadas interessantes e que se conectam com essa realidade efêmera e corrompida criada pelas redes sociais. O tema em si pode não ser novo, e sua abordagem também já é conhecida, mas "influencer de mentira" funciona muito bem como um alerta para o tanto de mentiras e exposição que são praticadas nas redes, e como em muitas das vezes as pessoas não se veem como responsáveis por aquilo que fazem na internet.
O primeiro ponto é o privilégio branco, que acredito ter sido bem criticado nas entrelinhas do roteiro. Esse mundo dos influencers é formado, em sua maioria, por pessoas brancas. Elas que possuem as grandes oportunidades com as maiores marcas, e nós sabemos os motivos disso. Danni é extremamente superficial para estabelecer uma autocrítica com relação ao seu lugar, e o objetivo dela é um só: ser famosa. É uma personagem detestável, pois ela convoca para si todos esses aspectos bizarros desse privilégio... e ela não liga.
Mesmo quando conhece alguém que realmente passou por um grande trauma, é incapaz de demonstrar uma empatia verdadeira em primeiro momento. Ela se importa somente com os falsos sentimentos de algo que não viveu e com os números de seguidores. Ninguém vai checar a veracidade de suas falas, afinal... porque duvidar de uma pobre garota branca?! Até hoje temos personalidades de peso com falas problemáticas e criminosas se safando exatamente por esse privilégio. E aqui entra um ponto interessante: a Rowan vira um alvo quando a verdade é finalmente revelada. Mas ela não tem culpa, ela não sabia. Mas nas manchetes é mais fácil culpa-la por associação.
E o segundo ponto é essa super exposição do "eu" nas redes sociais. "Abriu uma rede social nova? Preciso ter uma conta nela, preciso que as pessoas saibam o que eu estou sentindo, o que estou fazendo, com quem estou fazendo"... esse sempre me pareceu um pensamento podre. É verdade que temos essas páginas como forma de compartilhar coisas que gostamos, e não há nenhum problema nesse ponto. A questão é quando isso se torna uma necessidade, quando essas pessoas se misturam com os produtos que estão vendendo e perdem sua identidade, quando elas não se posicionam em assuntos realmente importantes e estão alheias a uma realidade social prestes a colapsar. Elas só querem vender imagens perfeitas, e quando erram sempre aparece o "mas tem que ensinar", "eles ainda estão aprendendo" e etc.
Não há redenção para Danni. E a fala final da Rowan foi perfeita: pessoas como ela (que sim, existem na nossa realidade. Não se enganem) não podem tomar um espaço de visibilidade, não podem esvaziar pautas.
Cabana do Inferno
2.7 341 Assista AgoraAcho que se eu tivesse assistido esse filmes em outra época, capaz que teria curtido. Mas hoje, não dá mesmo.
(o final me arrancou risadas sinceras).
Solo Leveling (1ª Temporada)
4.0 24 Assista AgoraProvavelmente uma das adaptações mais aguardadas dos últimos anos. História muito interessante, batalhas insanas e animação muito bem feita. Tudo em Solo Leveling funcionou sem nenhum problema, e fiquei bastante feliz com o resultado.
(Foi renovada para a segunda temporada).
Mashle (2ª Temporada)
3.8 5Gosto muito. Anime divertido, engraçado, muito confortável de acompanhar e com personagens cativantes. Boa temporada.
Sete Dias Sem Fim
3.4 265 Assista AgoraEntrou para a minha lista de queridinhos, aqueles que aquecem o coração e são facilmente adoráveis. Filmes sobre dinâmicas familiares difíceis sempre nos ensinam algo sobre nossos próprios sentimentos e nas relações que desenvolvemos com os outros. Adorei.
Dias Perfeitos
4.2 282 Assista AgoraQuando vi que o filme estava terminando, gritei pra tela "não ouse acabar! Preciso saber mais desse personagem!". Amo esse poder transformador e impactante da arte.
"Dias Perfeitos" é mais um daqueles belos filmes que nos falam sobre os encontros e desencontros da vida, sobre as pessoas passageiras e os sentimentos breves, porém muito especiais e intensos. Hirayama abraça a seu cotidiano com um toque de felicidade e aceitação, ainda que com o tempo isso lhe possa ser custoso. Seus dias parecem enfadonhos para nós, mas para ele são... perfeitos. Ele não precisa de muito para viver, ele não atrapalha ninguém, e fala somente o suficiente. Ele realiza suas tarefas e vive o momento. E isso basta: o agora! "O agora é o agora",
como falado em determinado ponto da obra, é algo que vai nortear a vida de Hirayama.
Há um lado muito solitário nesse personagem, mas isso não parece incomoda-lo. Essa solidão dentro da simplicidade de seus dias mostra também a busca dele por um sentimento de satisfação dentro daquele pequeno espaço. Mas então nos questionamos:
como ele chegou até ali? O que aconteceu antes? Ele era essa pessoa ou se tornou? Não sabemos essas respostas, então fica para o trabalho da nossa imaginação.
E aqui destaco a combinação perfeita entre Win Wenders e Kōji Yakusho. O diretor tem um olhar único sobre o seu personagem, e faz com que a gente se importe com ele. Wenders transforma cenas de vida que normalmente não olharíamos em algo realmente muito interessante. Quanto à Kōji Yakusho, ele é o responsável por esse personagem que diz pouco e que fica feliz com pouco. E são nessas expressões ao conversar com as outras pessoas que questionamos se aquilo é felicidade ou somente esse "contentamento" que Hirayama busca para o seu dia. Ele é de fato comum em sua superfície, mas
certamente esconde sentimentos muito difíceis e que provavelmente ele não sabe ou não quer mais lidar com eles (a visita da sua sobrinha e o encontro com a irmã deixam essa parte mais clara).
Gosto fácil de filmes assim, que conversam com nossos sentimentos e valorizam o cotidiano. E para mim, "Dias Perfeitos" foi, de fato, perfeito.
Bom Dia, Verônica (3ª Temporada)
2.7 177 Assista AgoraDe fato um excelente elenco, mas um péssimo roteiro para uma última temporada. Quando vi que seriam somente três episódios, já fiquei com o pé atrás. E piorou quando introduziram novos plots como
o caso da mãe da Verônica. Até então, não lembro dela se questionar em nada sobre isso (a questão sempre foi muito sobre o pai dela, o que ele fez ou não), mas foram revelar a mãe biológica dela logo no último episódio da última temporada?!
O roteiro chamou a gente de burro e nem disfarçou. Mas não contentes com isso, também transformaram a protagonista em uma pessoa burra.
Verônica era analítica, desconfiada, sempre cuidadosa... e todas essas características que a faziam uma excelente investigadora foram jogadas no lixo no primeiro episódio quando ela conhece o Jerônimo e passa a confiar cegamente nele. Não fez o menor sentido.
A relação dela com a família também é posta de lado. A Glória simplesmente desaparece. As questões sobre o Jerônimo e o orfanato foram esquecidas.
Com exceção das cenas finais muito satisfatórias, todo o resto foi de mediano para ruim. É uma pena pois essa série começou muito bem. Mas também não acho correto julgar toda uma obra com base somente em três episódios: é inegável a importância social que uma produção como "Bom Dia, Verônica" possui, principalmente quando lembramos das estatísticas sobre violência doméstica e abusos contra as mulheres no Brasil. Essa série é apenas um pequeno recorte de tristes realidades, e que precisamos denunciar.
Um Senhor Estagiário
3.9 1,2K Assista AgoraSabe aquele filme confortável, fofo, que te tira de lugares ruins? Revendo "The Intern", percebi que esse era um desses filmes para mim. Ele é simples, com muitas cenas bobinhas, mas é feliz em suas mensagens. O tanto que me emocionei assistindo pela segunda vez foi algo que não esperava. É esse tipo de obra, sensível em sua essência, que consegue me fisgar facilmente.
Uma obra artística não precisa ser altamente conceituada para te tocar de alguma forma, ela só precisa ser genuína naquilo que quer dizer. E acredito que muitas pessoas esquecem dessa simplicidade ao assistir um filme como esse, talvez pela pressão de suas vidas, por questões pessoais e trajetórias mais complicadas... inúmeros motivos. Mas isso aqui foi feito para "renovar as esperanças". Pra mim, isso basta.
Three Pines
3.5 12 Assista AgoraA série tem uma proposta muito boa, e começa bem, mas vai perdendo ritmo. Algumas resoluções são muito simples, muitos personagens - tirando o trio de protagonistas - nada carismáticos, e histórias que não conseguem te prender o suficiente. A ambientação é incrível, cenários muito bem escolhidos e trilha sonora igualmente boa, mas o roteiro poderia ter sido bem melhor e maior. Há um nível excelente de representatividade indígena, que considero necessário e foi bem executado. Mas todos os outros plots são fracos, infelizmente.
Merecia mais cuidado? Sim. Bem mais. O maior destaque é o grande Alfred Molina, numa atuação impecável, mas que também viu o desenvolvimento do seu personagem barrado nas limitações do roteiro. Infelizmente foi cancelada, mas acho que uma segunda temporada poderia ter consertado muitos erros.
Zona de Interesse
3.6 594 Assista AgoraMacabro. Essa era a palavra que aparecia na minha mente a cada cena desse filme. Zona de Interesse aborda a própria banalização do mal, de como o sofrimento alheio é algo trivial e sem importância para aquelas "pessoas" (se é que podemos chama-los assim). A maldade é algo comum no dia de cada um deles, e nenhum se vê como responsável por aqueles gritos desesperados do outro lado do muro. Do mais novo, passando pelo adolescente até o adulto... todos eles são indiferentes. Para essa família, é como se nada estivesse acontecendo.
A direção do filme é igualmente assustadora. A câmera mais aberta traz os contrastes do roteiro: de um lado crianças felizes brincando em um jardim, enquanto que no outro crianças estão morrendo. O diretor Jonathan Glazer captura muito bem a perversidade daquele contexto, em alguns momentos de forma sútil e outros de forma mais expositiva.
Talvez o único ponto negativo é o ritmo, que me deixou um pouco incomodado. E além da direção, destaco como positivo o trabalho de som que foi um dos principais responsáveis pela construção da atmosfera densa do roteiro.
"Zona de Interesse" toca em um dos acontecimentos mais tristes da História da humanidade. Esse filme chega com uma reflexão importante sobre a criação e naturalização do mal na nossa sociedade, e isso serve para pensarmos sobre a situação atual da Palestina e de vários outros povos ao longo da História que infelizmente foram alvo dos projetos de extermínio daqueles que se consideravam superiores.
O Caso Figo: A Transferência que Mudou o Futebol
3.8 18Um dos casos de transferência mais emblemáticos da História do futebol - se não o mais. Não importa qual geração seja, em algum momento ouvimos ou vamos ouvir sobre essa caótica transferência de Figo para o Real Madrid, e esse documentário foi muito feliz em abordar as camadas mais densas por trás de uma decisão nada fácil.
As pessoas esquecem que futebol também é um negócio. E extremamente lucrativo. Figo não se sentia valorizado pelo pequeno barcelona, que tinha na época um enorme incompetente na presidência (algo comum para tal clube, felizmente). E assim, por mais difícil que tenha sido, ele foi para o rival. Como ele mesmo fala no documentário, é uma questão de reconhecimento. Ele não estava jogando por um salário baixo no barcelona, mas também não estava satisfeito. Então uma vez que o trabalho que ele fazia dentro de campo era tão bom e deu tanto ao time, qual o problema de pedir um aumento salarial?
Ninguém vive somente pelo "amor" que se tem por determinado ofício.
Quanto ao Florentino Pérez, ele entende esse lado "mercado" do futebol como ninguém, e ele possui, ainda hoje, uma visão única em termos de gerenciamento da "instituição" Real Madrid - não a toa sob sua gestão tivemos duas eras de "Galácticos", e atualmente caminhando para a construção de uma terceira. Ele se firmou como um grande Presidente do clube, e o documentário deixa bastante claro o tamanho do risco que ele tomou para si ao firmar o Figo como novo jogador do Real. Ele é tranquilo, mas de uma genialidade assustadora.
Senti falta de uma visão mais pessoal no documentário: qual o peso que todo aquele conflito causou na esposa e nos filhos do Figo, por exemplo. Na época, a torcida do barcelona hostilizou toda a família do jogador, e isso passa de todos os limites possíveis. Acredito realmente que eles teriam muito a acrescentar, mas provavelmente se desviaria do que o documentário queria mostrar.
O Refúgio
3.3 69 Assista AgoraUma obra que "engana" e surpreende, mas no bom sentido. Pensei que o roteiro tomaria outros caminhos ao longo de seu desenvolvimento, mas as escolhas foram mais seguras - isso para mostrar as escolhas nada seguras da família que acompanhamos.
É uma narrativa sobre a sociedade das aparências, e de como essas mentiras destroem as relações mais unidas.
Ficção Americana
3.8 375 Assista AgoraGenial. Esse filme expõe a enorme hipocrisia de quando pessoas brancas consomem algo de pessoas negras: elas querem ver um show de estereótipos (na linguagem, no comportamento), sofrimento e finais tristes... Tudo isso para depois dizerem "nós precisamos ouvir mais as vozes negras". Mas o sentimento não é real, é uma compensação falsa, uma necessidade de se sentir bem consigo mesmo e até mesmo tomar para si o protagonismo de um movimento.
É uma obra clara em sua mensagem: há muito mais do que dor e imagens prontas na história afro-americana, mas a indústria cultural não quer saber de finais felizes para pessoas negras pois, para o branco, isso não transmite "realidade". O protagonista entende muito bem essa dinâmica, critica toda essa estrutura e se aproveita dela. Está errado? Não sei, afinal é isso que o mercado quer. E ele precisa sobreviver, precisa pagar as contas.
E aqui adentramos no aspecto dramático do filme, que é muito bem feito. Toda a questão do Monk com sua família é bastante complexa, mas também há muitos momentos cômicos. É um humor inteligente, que sabe exatamente onde quer chegar, e não ultrapassa limites para não parecer algo forçado. No que diz respeito às atuações, Jeffrey Wright é um monstro sagrado! Ele traz essa presença meio melancólica, meio inconformado, mas muito resistente. E fiquei muito feliz em ver a linda e talentosa Issa Rae.
"Ficção Americana" levanta problemáticas enriquecedoras no que tange à forma como consumimos conteúdos produzidos por pessoas negras. Para além da critica aos estereótipos, o roteiro foi feliz em incomodar o branco salvador que se pensa fazendo um grande favor para a sociedade quando lê um "Pequeno manual antirracista" e assiste "Infiltrado na Klan" e já pensa "bom, fiz minha parte". Bom, a luta antirracista não acaba aí.
Flamin' Hot: O Sabor que Mudou a História
3.3 64 Assista AgoraGostei bastante dessa obra. Não conhecia a história, e temi que fosse um "Fome de Poder" (que é brilhante), mas na verdade é um filme mais leve, sensível e engraçado, ainda que não esqueça dos dramas de uma família latina vivendo nos eua.
Primeiramente, acho importante pontuar a imagem "se você fizer muito, você consegue" que é um tanto... problemática, afinal sabemos muito bem que a empresa lucrou muito mais do que o Montañez ganhou. Não há "empresas boazinhas e humanas". E nisso, reitero o que já comentaram: é bom entender que ele representa uma rara exceção. Nem todos que vieram do nada vão crescer dessa forma, ter ou conseguir criar alguma oportunidade: as vezes falta suporte (que Montañez encontrou em sua família e amigos), falta o incentivo no espaço de trabalho, sonhos que mudam, etc. Sim, Montañez conseguiu, e ficamos felizes quando isso acontece... mas infelizmente na maior parte das vezes a pessoa entra antes do expediente e faz hora extra e o único resultado é o enriquecimento do patrão. Justo? Não.
Dito isso, claramente a proposta do filme não é debater esses aspectos mais políticos e sociais do trabalho, e sim de dramatizar acontecimentos - com uma boa dose de um ótimo humor. Há momentos muito otimistas na história de Montañez que realmente pode nos renovar, e a relação dele com a Judy é maravilhosa. Também achei muito bonita a forma como a cultura mexicana foi celebrada.
No final fiquei com a percepção de que poderia ter mais vinte ou trinta minutos. Passou rápido. Mas me emocionei porque gostei bastante de tudo do Montañez. E me tornei o velho que ama e chora com finais felizes "bobos". hahahaha.
As Marvels
2.7 405 Assista AgoraA história é fraca, a vilã é ruim e a direção não me agradou. Há uns cortes bem bruscos em algumas cenas, uns enquadramentos que não ficaram legais e as coreografias de lutas também não empolgam absolutamente em nada. Os efeitos visuais estão ok. E as piadas são boas, consegui rir bastante com os gatos.
Entendo que é um filme leve e descompromissado, mas para uma sequência e considerando que é parte de um grande universo, deixou muito a desejar. Muito legal ver a participação da Monica, e a Kamala está mesmo muito fofa (e sim, curti bastante a série dela), mas a obra em si infelizmente não tem impacto.
Mas confesso que:
a cena pós crédito do Fera me deixou muito feliz. Realmente não fazia ideia do conteúdo dela, e fiquei muito surpreso. Espero de verdade que os X-Men e o Quarteto Fantástico deem um "up" no universo Marvel, pois tão precisando de histórias boas. (e também gostaria de um filme ou série dos Campeões ou Jovens Vingadores)
Os Rejeitados
4.0 319 Assista AgoraPersonagens com personalidades completamente diferentes que, em meio a solidão, se encontram e se abraçam. Poderiam não estar com as famílias que eles queriam, mas estavam com as pessoas que precisavam estar naquele momento. As vezes, algumas companhias improváveis aparecem e nos ajudam a olhar com mais sensibilidade para nós mesmos, e a dinâmica entre esses três personagens funcionou de uma forma que todos eles descobriram pequenas coisas que precisam fazer para superar seus desafios. Eles nos ensinam, principalmente, a olhar com mais carinho para o outro e entender suas dores.
Paul Giamatti em mais uma grande atuação, e Da'Vine Joy Randolph mostra uma personalidade forte e criativa.
Ao final, senti que essa obra me passou uma sensação muito boa. A história não é nova, mas a maneira como a desenvolveram em tons certeiros de comédia e um drama muito preciso, juntado com uma construção sólida e realista de personagens, foi o suficiente para me conquistar.
Shigatsu wa Kimi no Uso
4.5 111 Assista AgoraEsse anime pegava o meu coração e o cortava em pequenos pedaços da forma mais impiedosa possível... ao mesmo tempo que o restaurava e me deixava quente e confortável. Uma obra bela, sensível e emocionante como poucas conseguem, e que toca nos nossos mais profundos sentimentos. Vou levar um tempo para me recuperar dessa jornada, mas foi algo que valeu muito a pena.
O Homem dos Sonhos
3.5 143Essa obra conversa bastante com o fenômeno expositivo que ocorre nas redes sociais e como ocorre a chamada "cultura do cancelamento". Nicolas Cage está excelente, e a direção do filme é bastante criativa. Mesmo com alguns pontos previsíveis do roteiro, achei a história boa e conseguiu me deixar bem interessado.
How to Have Sex
3.7 110 Assista AgoraComo já comentaram, é um filme que diz muito principalmente na parte não verbal. Créditos aqui para um bom elenco (ótima atuação da Mia McKenna-Bruce) e de uma direção muito efetiva em capturar esses espaços mais vulneráveis e em passar uma mensagem de alerta sobre determinados comportamentos abusivos.
Gran Turismo: De Jogador a Corredor
3.6 175 Assista AgoraNão esperava nada e fui surpreendido. Apesar de alguns pontos da história e do seu ritmo terem ficado um pouco estranhas para mim, o roteiro tem alguns ótimos momentos (especialmente na relação do Jack com o Jann, que é bem construída) e a parte técnica é absurda de tão bem feita, com destaque para o trabalho de som e de efeitos visuais. E as cenas com as corridas foram muito intensas, extremamente bem feitas.
Saber que se baseia numa história real torna o filme ainda mais bacana. Vale muito a pena.
A Minha Versão do Amor
3.6 160 Assista Agora"E eu vou continuar falando, porque tenho medo que se eu parar, haverá uma pausa e você dirá 'está tarde, tenho que ir'. E não estou pronto para isso. Não quero que isso aconteça. Nunca."
Que filme belo e sensível. É verdade que podemos problematizar algumas coisas na relação, e especialmente por parte do nosso protagonista, mas ele é extremamente humano e, logo, falho. Suas imperfeições mais que evidentes o transformam em alguém que é possível se identificar. O objetivo não é mostrar algo ideal, mas uma versão da vida com suas alegrias e decepções.
Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer
2.9 927 Assista AgoraO pior de todos. Até o 3 tava muito bom, o 4 foi interessante, mas esse aqui... esquecível.