O buraco da erosão representando a corrupção e o quanto ela, enraizada em uma sociedade, influencia o comportamento das pessoas perante qualquer coisa, inclusive a lei. Tem uma ou outra gordurinha narrativa, mas no geral desenvolve muito bem o sentimento de tensão e desemboca todo seu argumento, pautado basicamente na colisão entre o poder público e o poder regional, num desfecho empolgante e bem significativo.
Flerta com um misticismo bastante relevante para a concepção de um ambiente opressor e instável, mas apresenta esse fator apenas como um gancho para o entendimento de tudo que ronda Domingo. Sua perda o assola e a possibilidade de perder sua casa, um lugar de pertencimento e memória, o tiram do eixo. As consequências são incontornáveis. Um filme que trata basicamente sobre o limite humano perante uma injustiça. Ps: que fotografia maravilhosa!
Vincent Lindon e Juliete Binoche estão soberbos nesse retrato sobre traição e desconfiança, onde as dores de um passado que não cessou se encontram com um presente que, possivelmente, poderia ser libertador. Daqueles que ficam na memória.
Sobre começos e as novas possibilidades que a vida proporciona e também sobre a inevitabilidade do fim. Lindo em vários sentidos, apesar de um tanto arrastado e repetitivo, carrega consigo a força de uma Lea Seydoux intensa em cena.
Funciona muito bem até determinado momento que abre mão de um estudo mais minucioso de relações para adentrar a uma subtrama que já não estava muito crível. Pena, pois caminhava numa direção bastante interessante.
A violência, por vezes velada, por vezes explícita, que permeia o viver e molda toda uma vivência. “Tenho Sonhos Elétricos” evidencia as relações humanas a partir do recorte familiar em toda sua complexidade e consegue, a partir disso, transformar seu retrato em um interessante estudo de persona, focando prioritariamente no pai e na filha. Famílias desajustadas, realidade palpável. Forte.
Na boa, sei nem o que dizer. É, pra dizer o mínimo, muito constrangedor. E diria que em todos os sentidos possíveis e imagináveis mesmo, sem problema nenhum. Se já não bastasse o filme embromar para um caralho na sua primeira metade (fazia tempo que não via um despropósito tão absurdo como argumento para um segmento narrativo), o desfecho é tão anticlimático que… sei lá. E ele até ensaia uma nova possibilidade que justificasse um suposto respiro para a franquia, mas do nada a ideia (ruim, diga-se de passagem, apesar de compreensível) é despejada sem motivo algum.
Eu penso no filme e não consigo entender como puderam fechar essa saga dessa maneira. É broxante, revoltante. E também inadmissível o que fizeram com Michael Myers nisso aqui. Pessimamente utilizado. E choca muito justamente por conta do apelo e do alcance que ele possui. Todo mundo sabe do poderio e da presença imponente que ele possui e aqui o cara é escanteado como se fosse um personagem terciário da coisa toda. Negócio bizarro de ver.
Em tudo que o primeiro e o segundo filme acertaram, cada um com suas particularidades, “Halloween Ends” consegue errar. E erra muito feio.
Uma das experiências sonoras/visuais mais inexplicáveis da vida. Um documento íntimo e bastante peculiar sobre esse artista que nos deixou cedo mas que ainda vive através de toda sua arte. Filme pra ser sentido com a alma mesmo. Bowie era gigante demais. Ou melhor, continua sendo.
Se não fosse a conclusão um tanto apressada e sem muito apego ao que se segue até o desfecho, seria acima da média. Algumas situações soam um tanto despreocupadas mesmo. Mas não é de todo ruim. Neeson, mesmo no automático, passa sempre uma seriedade e o filme consegue se sustentar muito mais pelo que ele proporciona do que pelo apanhado estrutural em si, que é bem comum.
É um filme que trata de maneira muito sutil as relações e seus dilemas ao mesmo tempo em que é bem duro no entendimento geral sobre a sociedade brasileira. Mas, acima de qualquer coisa, é um filme que afaga e nos enche de esperança por um futuro melhor e possibilitador. E tudo isso em torno de um sentimento: o amor.
É de longe o filme mais assustador do ano. Poderia dizer que estava preparado, de certa forma, para o que estava por vir, pois existe sempre dentro desse leque de possibilidades que um gênero proporciona uma saída diferente e interessante. E o que acontece aqui provavelmente não sairá da minha cabeça tão cedo. Talvez por tudo ser tão… palpável? Verossímil? É aquele retrato que nos puxa pra perto e evidencia a perversidade humana na sua mais cruel faceta. No fim das contas, percebi que nem estava preparado.
Infelizmente é um filme que dá muitas voltas e parece não caminhar muito pra nenhum lugar. Nem acho que seja esse o objetivo aqui, mas claramente contribui para não funcionar tão bem como deveria. No fim, fala sobre a culpa e transparece, a partir do olhar perdido e devastado de Kadir, todo o peso que ela impõe em sua pessoa. Tem seu valor, mas falta fluidez.
É um Koreeda menor, definitivamente. Acho, inclusive, pouco inspirado em vários momentos, sem aquela força e apelo que seus filmes costumam ter. Mas, apesar de trabalhar mal suas subtramas (que interferem no plot central de maneira muito específica), é um bom filme. Seus personagens ganham camadas conforme o tempo vai passando e a sensibilidade acaba se fazendo presente (mesmo que em proporções menores).
Se no geral é um trabalho que demora a mostrar a que veio, quando evidencia toda a sua força, marca presença. E como todo Koreeda, a sutileza e a comoção gerada por seus filmes é sentida nos olhares, nas expressões. A chave de tudo o que ele filma está em seus personagens. É singelo, daqueles que é impossível desgostar. E ao mesmo tempo percebe-se que poderia ser mais do que foi.
Se perde um pouco entre algumas passagens e narrativamente acaba não sendo muito forte como deveria. A cronologia dos acontecimentos, que em algumas partes são bem confusas em conjunto de uma montagem um tanto questionável, fazem com que o todo não seja um completo primor. Mas no fim, com uma atuação central bem convincente em um tema por si só bastante interessante, o filme acaba respirando durante esses problemas destacados acima. É como se estivéssemos numa piscina, afundássemos e quando estamos perdendo o fôlego, subimos para respirar. “Ted K” é bem assim.
Um trabalho com problemas, limitado de certa forma, que galga ao mesmo tempo em que perde a força, mas que consegue evidenciar de uma forma distinta a figura emblemática e polêmica de um dos assassinos mais conhecidos da história.
Se não fosse Rebecca Hall, que está soberba nesse recorte sobre o trauma, talvez daria uma nota um pouco menor. Existe sim uma preocupação em desenvolver suas nuances de certa forma, mas é aquele típico filme que se sustenta basicamente na força de sua protagonista. E que força!
Eu honestamente não sei dizer o que achei daquele final. Provavelmente ficarei uns dias pensando se é uma merda completa ou se, de alguma forma, exista alguma brecha que evidencie um ou outro fator que me convença de algo para passar a gostar. No momento, to entre as duas coisas. Nem um nem outro. Fato é que, até o seu desfecho, o filme se sustenta escorando todo seu desenvolvimento e cadência nessa jornada violenta e brutal em busca de vingança. E nessa proposta, o filme é bastante eficiente. Não há nada no caminho de Bull que o faça parar, nem menos aquilo que não seja palpável, que não seja capaz de mensurar. Cruel e intrigante.
Uma denúncia à repressão e brutalidade perpetrada pela ditadura militar na Argentina. Estacionados como observadores onipresentes, nos é revelado os crimes cometidos naquele período e os locais onde cada um daqueles crimes se deu. Fábricas que ainda hoje funcionam e que escondem um passado sombrio. Não gosto do formato e acho pouco eficiente apesar de impor um peso maior ao relato. Vale muito mais pelo lado histórico e informativo do que como exercício narrativo, que não me apetece muito.
Um pouco longo demais e ao mesmo tempo muito corrido, deixando a impressão de que tudo precisa acontecer logo, não sobrando tempo para um elo com qualquer personagem e, de certa forma, com o filme em si. Sem contar que é um trabalho bastante burocrático, sem espaço para um elemento diferencial. Mas é aquela coisa, é redondinho e prende do início ao fim, principalmente pela história em si, que é fascinante e redentora. Apesar de um tanto limitado, é eficiente dentro de sua própria limitação.
É quase inacreditável pensar que uma pessoa tenha passado por algo tão absurdo na vida e que tenha conseguido sair viva mesmo assim. Refletir sobre o ocorrido é praticamente inconcebível, não há formas de compreender o que beira o inimaginável. E o caso de Onoda é exatamente assim.
Não vou me ater à pontos mais específicos que tangem a moralidade e o abordagem mais romantizada de Onoda (ele e seu grupo, por exemplo, cometeram atrocidades contra povos filipinos) pois o filme, além de poderoso como retrato, consegue expor o lado sombrio e desumano daqueles homens, engolidos por um sentimento de ódio ultranacionalista. E também, em contraponto, se evidencia o medo do desconhecido, do inesperado e de uma vida pautada pela desconfiança. Há um balanço muito cauteloso por parte do diretor de nos colocar em uma posição em que não transformamos o protagonista em herói ao mesmo tempo em que o mesmo busca colocar à frente do espectador um relato sobre a dificuldade, os extremos vividos por aquelas pessoas e o quanto a guerra endureceu mais ainda os corações e almas já muito calejadas daqueles homens. Louvável humanizar os desdobramentos, entender o sofrimento humano de maneira geral ao mesmo tempo em que não foge de apontar os problemas velados que também aconteceram por ali. Acho que isso foi o que mais me aproximou da obra em si; a ambiguidade que a figura de Onoda representa. E o filme, como exercício… soberbo, incrível. As quase 3h de duração passam voando, mesmo com um tema tão duro e denso. É bem montado, bem atuado e muito bem desenvolvido.
“Onoda” é uma história de resistência. Mas não apenas isso. É também uma história de um homem aprisionado dentro de sua própria mente. Alguém que não é e nem sabe ser livre. Que mesmo após liberto, passa a ser, mais uma vez, refém de sua consciência. E talvez essa seja a pior das prisões inferidas a um ser humano. Forte, poderoso e contundente. Filme gigantesco.
Garoto Dos Céus
3.6 10“O poder é uma faca de dois gumes, pode muito bem cortar a sua própria mão.”
Burning Days
4.0 10O buraco da erosão representando a corrupção e o quanto ela, enraizada em uma sociedade, influencia o comportamento das pessoas perante qualquer coisa, inclusive a lei. Tem uma ou outra gordurinha narrativa, mas no geral desenvolve muito bem o sentimento de tensão e desemboca todo seu argumento, pautado basicamente na colisão entre o poder público e o poder regional, num desfecho empolgante e bem significativo.
Franklin, A História de um Bilhete
1.0 1Um novelão muito mal feito metido a filme. Ruim demais.
Domingo e a Neblina
3.1 1Flerta com um misticismo bastante relevante para a concepção de um ambiente opressor e instável, mas apresenta esse fator apenas como um gancho para o entendimento de tudo que ronda Domingo. Sua perda o assola e a possibilidade de perder sua casa, um lugar de pertencimento e memória, o tiram do eixo. As consequências são incontornáveis. Um filme que trata basicamente sobre o limite humano perante uma injustiça. Ps: que fotografia maravilhosa!
Com Amor e Fúria
3.2 11 Assista AgoraVincent Lindon e Juliete Binoche estão soberbos nesse retrato sobre traição e desconfiança, onde as dores de um passado que não cessou se encontram com um presente que, possivelmente, poderia ser libertador. Daqueles que ficam na memória.
Uma Bela Manhã
3.5 14 Assista AgoraSobre começos e as novas possibilidades que a vida proporciona e também sobre a inevitabilidade do fim. Lindo em vários sentidos, apesar de um tanto arrastado e repetitivo, carrega consigo a força de uma Lea Seydoux intensa em cena.
Pamfir
3.6 1Funciona muito bem até determinado momento que abre mão de um estudo mais minucioso de relações para adentrar a uma subtrama que já não estava muito crível. Pena, pois caminhava numa direção bastante interessante.
As Oito Montanhas
4.0 25De uma beleza tão ímpar que é até difícil de descrever
Tenho Sonhos Elétricos
3.7 12 Assista AgoraA violência, por vezes velada, por vezes explícita, que permeia o viver e molda toda uma vivência. “Tenho Sonhos Elétricos” evidencia as relações humanas a partir do recorte familiar em toda sua complexidade e consegue, a partir disso, transformar seu retrato em um interessante estudo de persona, focando prioritariamente no pai e na filha. Famílias desajustadas, realidade palpável. Forte.
Halloween Ends
2.3 537 Assista AgoraNa boa, sei nem o que dizer. É, pra dizer o mínimo, muito constrangedor. E diria que em todos os sentidos possíveis e imagináveis mesmo, sem problema nenhum. Se já não bastasse o filme embromar para um caralho na sua primeira metade (fazia tempo que não via um despropósito tão absurdo como argumento para um segmento narrativo), o desfecho é tão anticlimático que… sei lá. E ele até ensaia uma nova possibilidade que justificasse um suposto respiro para a franquia, mas do nada a ideia (ruim, diga-se de passagem, apesar de compreensível) é despejada sem motivo algum.
Eu penso no filme e não consigo entender como puderam fechar essa saga dessa maneira. É broxante, revoltante. E também inadmissível o que fizeram com Michael Myers nisso aqui. Pessimamente utilizado. E choca muito justamente por conta do apelo e do alcance que ele possui. Todo mundo sabe do poderio e da presença imponente que ele possui e aqui o cara é escanteado como se fosse um personagem terciário da coisa toda. Negócio bizarro de ver.
Em tudo que o primeiro e o segundo filme acertaram, cada um com suas particularidades, “Halloween Ends” consegue errar. E erra muito feio.
Moonage Daydream
4.2 69 Assista AgoraUma das experiências sonoras/visuais mais inexplicáveis da vida. Um documento íntimo e bastante peculiar sobre esse artista que nos deixou cedo mas que ainda vive através de toda sua arte. Filme pra ser sentido com a alma mesmo. Bowie era gigante demais. Ou melhor, continua sendo.
11/09: A Vida Sob Ataque
4.3 22Não importa quanto tempo passe, as imagens desse dia permanecerão impressionantes e assustadoras.
Assassino Sem Rastro
2.8 110Se não fosse a conclusão um tanto apressada e sem muito apego ao que se segue até o desfecho, seria acima da média. Algumas situações soam um tanto despreocupadas mesmo. Mas não é de todo ruim. Neeson, mesmo no automático, passa sempre uma seriedade e o filme consegue se sustentar muito mais pelo que ele proporciona do que pelo apanhado estrutural em si, que é bem comum.
Típico bom filme pra um domingo a tarde.
Marte Um
4.1 302 Assista AgoraÉ um filme que trata de maneira muito sutil as relações e seus dilemas ao mesmo tempo em que é bem duro no entendimento geral sobre a sociedade brasileira. Mas, acima de qualquer coisa, é um filme que afaga e nos enche de esperança por um futuro melhor e possibilitador. E tudo isso em torno de um sentimento: o amor.
É sobre muita coisa. E como é bonito!
Não Fale o Mal
3.6 678É de longe o filme mais assustador do ano. Poderia dizer que estava preparado, de certa forma, para o que estava por vir, pois existe sempre dentro desse leque de possibilidades que um gênero proporciona uma saída diferente e interessante. E o que acontece aqui provavelmente não sairá da minha cabeça tão cedo. Talvez por tudo ser tão… palpável? Verossímil? É aquele retrato que nos puxa pra perto e evidencia a perversidade humana na sua mais cruel faceta. No fim das contas, percebi que nem estava preparado.
Entre Dois Crepúsculos
3.3 4Infelizmente é um filme que dá muitas voltas e parece não caminhar muito pra nenhum lugar. Nem acho que seja esse o objetivo aqui, mas claramente contribui para não funcionar tão bem como deveria. No fim, fala sobre a culpa e transparece, a partir do olhar perdido e devastado de Kadir, todo o peso que ela impõe em sua pessoa. Tem seu valor, mas falta fluidez.
Broker - Uma Nova Chance
3.6 29É um Koreeda menor, definitivamente. Acho, inclusive, pouco inspirado em vários momentos, sem aquela força e apelo que seus filmes costumam ter. Mas, apesar de trabalhar mal suas subtramas (que interferem no plot central de maneira muito específica), é um bom filme. Seus personagens ganham camadas conforme o tempo vai passando e a sensibilidade acaba se fazendo presente (mesmo que em proporções menores).
Se no geral é um trabalho que demora a mostrar a que veio, quando evidencia toda a sua força, marca presença. E como todo Koreeda, a sutileza e a comoção gerada por seus filmes é sentida nos olhares, nas expressões. A chave de tudo o que ele filma está em seus personagens. É singelo, daqueles que é impossível desgostar. E ao mesmo tempo percebe-se que poderia ser mais do que foi.
O Telefone Preto
3.5 1,0K Assista Agora“Jesus? What the fuck?”
Pois é… what.the.fuck?
Unabomber: Terrorista
2.9 13Se perde um pouco entre algumas passagens e narrativamente acaba não sendo muito forte como deveria. A cronologia dos acontecimentos, que em algumas partes são bem confusas em conjunto de uma montagem um tanto questionável, fazem com que o todo não seja um completo primor. Mas no fim, com uma atuação central bem convincente em um tema por si só bastante interessante, o filme acaba respirando durante esses problemas destacados acima. É como se estivéssemos numa piscina, afundássemos e quando estamos perdendo o fôlego, subimos para respirar. “Ted K” é bem assim.
Um trabalho com problemas, limitado de certa forma, que galga ao mesmo tempo em que perde a força, mas que consegue evidenciar de uma forma distinta a figura emblemática e polêmica de um dos assassinos mais conhecidos da história.
Sombras do Passado
3.3 87 Assista AgoraSe não fosse Rebecca Hall, que está soberba nesse recorte sobre o trauma, talvez daria uma nota um pouco menor. Existe sim uma preocupação em desenvolver suas nuances de certa forma, mas é aquele típico filme que se sustenta basicamente na força de sua protagonista. E que força!
Bull: Hora da Vingança
2.7 23 Assista AgoraEu honestamente não sei dizer o que achei daquele final. Provavelmente ficarei uns dias pensando se é uma merda completa ou se, de alguma forma, exista alguma brecha que evidencie um ou outro fator que me convença de algo para passar a gostar. No momento, to entre as duas coisas. Nem um nem outro. Fato é que, até o seu desfecho, o filme se sustenta escorando todo seu desenvolvimento e cadência nessa jornada violenta e brutal em busca de vingança. E nessa proposta, o filme é bastante eficiente. Não há nada no caminho de Bull que o faça parar, nem menos aquilo que não seja palpável, que não seja capaz de mensurar. Cruel e intrigante.
Responsabilidad Empresarial
3.3 2Uma denúncia à repressão e brutalidade perpetrada pela ditadura militar na Argentina. Estacionados como observadores onipresentes, nos é revelado os crimes cometidos naquele período e os locais onde cada um daqueles crimes se deu. Fábricas que ainda hoje funcionam e que escondem um passado sombrio. Não gosto do formato e acho pouco eficiente apesar de impor um peso maior ao relato. Vale muito mais pelo lado histórico e informativo do que como exercício narrativo, que não me apetece muito.
Treze Vidas - O Resgate
4.0 151 Assista AgoraUm pouco longo demais e ao mesmo tempo muito corrido, deixando a impressão de que tudo precisa acontecer logo, não sobrando tempo para um elo com qualquer personagem e, de certa forma, com o filme em si. Sem contar que é um trabalho bastante burocrático, sem espaço para um elemento diferencial. Mas é aquela coisa, é redondinho e prende do início ao fim, principalmente pela história em si, que é fascinante e redentora. Apesar de um tanto limitado, é eficiente dentro de sua própria limitação.
Onoda: 10 Mil Noites na Selva
3.9 7É quase inacreditável pensar que uma pessoa tenha passado por algo tão absurdo na vida e que tenha conseguido sair viva mesmo assim. Refletir sobre o ocorrido é praticamente inconcebível, não há formas de compreender o que beira o inimaginável. E o caso de Onoda é exatamente assim.
Não vou me ater à pontos mais específicos que tangem a moralidade e o abordagem mais romantizada de Onoda (ele e seu grupo, por exemplo, cometeram atrocidades contra povos filipinos) pois o filme, além de poderoso como retrato, consegue expor o lado sombrio e desumano daqueles homens, engolidos por um sentimento de ódio ultranacionalista. E também, em contraponto, se evidencia o medo do desconhecido, do inesperado e de uma vida pautada pela desconfiança. Há um balanço muito cauteloso por parte do diretor de nos colocar em uma posição em que não transformamos o protagonista em herói ao mesmo tempo em que o mesmo busca colocar à frente do espectador um relato sobre a dificuldade, os extremos vividos por aquelas pessoas e o quanto a guerra endureceu mais ainda os corações e almas já muito calejadas daqueles homens. Louvável humanizar os desdobramentos, entender o sofrimento humano de maneira geral ao mesmo tempo em que não foge de apontar os problemas velados que também aconteceram por ali. Acho que isso foi o que mais me aproximou da obra em si; a ambiguidade que a figura de Onoda representa. E o filme, como exercício… soberbo, incrível. As quase 3h de duração passam voando, mesmo com um tema tão duro e denso. É bem montado, bem atuado e muito bem desenvolvido.
“Onoda” é uma história de resistência. Mas não apenas isso. É também uma história de um homem aprisionado dentro de sua própria mente. Alguém que não é e nem sabe ser livre. Que mesmo após liberto, passa a ser, mais uma vez, refém de sua consciência. E talvez essa seja a pior das prisões inferidas a um ser humano. Forte, poderoso e contundente. Filme gigantesco.