A Cor Púrpura(1985) é mais uma das obras de Spielberg que explora a crueldade e maldade institucionalizadas nas relações interpessoais –– não entre diferentes etnias , mas sim , entre pessoas ––. A resignação da personagem de Whoopi Goldberg simplesmente nos tira do sério, entretanto aqueles que resolvem rebelar-se diante de estruturas opressoras acabam sofrendo duras consequências ,de algum modo, ao menos aqui, nessa obra de Spielberg.
Gostaria de destacar as memoráveis atuações de Whoopi Goldberg –– como a submissa e inocente Celie –– e “Mister” , seu marido perverso e diabólico –– Danny Glover –– Todos estavam ótimos , no entanto , esses dois roubaram as cenas.
Finalmente , o enredo do filme, a trama bem desenvolvida , a reconstrução perfeita do período de 1909 a 1936, retratando cenários campestres e urbanos muito bem, todavia são o drama e a essência da história que ganham um lugar privilegiado na alma dos espectadores.
Àqueles que testemunharam a voz de Edith Piaf ao vivo e em cores, certamente chorariam se assistissem a essa obra. No entanto, nós , inseridos no mundo da contemporaneidade, escutamos “barulheiras medíocres” e chamamos músicas, –– Edith remonta um período em que era preciso ter VOZ para cantar, uma época na qual a música não era um produto, mas sim , uma obra de arte posta à venda.
O filme –– Piaf - Um Hino ao Amor –– é um verdadeiro cruzeiro pelos mares turbulentos da vida de Edith. Ora navega por seus momentos gloriosos de fama , glamour, luxo e sucesso, ora rompe a névoa obscura que contamina o passado sombrio de Piaf, ora nos faz lembrar que a esperança não pode salvar nossa pequena “pardal”; todo o brilho dourado será ofuscado pelos tentáculos do vício, do álcool , das mazelas ...
Acompanhamos abismados as transformações horrendas impingidas à Edith. Há décadas , as drogas parecem ser a “pá” com que os grandes artistas –– Whitney Houston, Elvis Presley, Kurt Cobain, –– cavam sua própria cova.
Acabei me atendo à bibliografia de Edith, mas gostaria de destacar a atuação espetacular de Marion Cottilard; ela sacode o túmulo da verdadeira Piaf e devolve a vida a essa genuína cantora.
Uma espetacular trama norte-americana dirigida por Ben Affleck, que parece possuir um brilho muito maior à direção do que à atuação. A forma como o suspense se instaura na alma dos espectadores é eletrizante –– nós, cônscios da irreverência e loucura dos radicais islâmicos, vislumbramos um futuro tétrico –– entretanto, trata-se dos EUA e seu patriotismo categórico, aqui, quero dizer, nesse filme, que é um reflexo da realidade vivida por funcionários da embaixada do EUA no Irã.
Os prêmios exagerados, os enaltecimentos calorosos, a repercussão galopante são apenas alguns elementos que –– A invenção de Hugo Cabret –– gerou sob seus descuidados críticos e inúmeros espectadores. Entretanto, uma palavra resume minha percepção diante dessa obra –– DESAPONTAMENTO –– Um enredo que desenvolve-se de forma lenta , langorosa , manhosa , “ à la Capitu ”, como se escondesse surpresas e mistérios; no entanto, decepcionei-me com o excesso de sentimentalismo e apelo às emoções do espectador. A monotonia e o olhar incrédulo de Asa Butterfield ( Hugo ) estão arraigados às minhas lembranças ruins. 150 milhões de dólares para conceber esse filme… O filme Gandhi foi feito com 22 milhões e impressiona; suas 3 horas de duração são um verdadeiro deleite aos olhos dos espectadores , que impotentes frente ao filme , deixam o rio Ganges verter de seus olhos. Mas “A invenção de Hugo Cabret” foi uma obra cinematográfica que exibiu uma pobreza pomposa...
Confesso que não sei se minha avaliação sobre esse filme –– Na natureza Selvagem –– está vítrea e cristalina, quero dizer , livre da influência nostálgica do espetacular filme Gandhi ( que assisti ontem ). No momento, nenhum filme parece superar Gandhi ( do diretor Richard Attenborough), talvez eu devesse conceber 5 estrelas ao filme Na natureza Selvagem devido à sua trilha Sonora incrível minuciosamente aliada com as cenas ; ao brilhantismo dos artistas envolvido; mas esse filme não pareceu-me dramático... O protagonista das mais alucinantes e ousadas aventuras também cavou com seus próprios pés sua cova. Não emocionei-me , não me surpreendi; Christopher McCandless não é o primeiro nem o último homem da face da terra que queima dinheiro e resolve olvidar abruptamente a sociedade em que está inserido –– como se isso resolvesse os anseios e dilemas de sua alma ––. A previsibilidade, ao menos, para os meus olhos, dos acontecimentos e o excesso de introspecção distanciam esse filme das douradas 5 estrelas...
Passaram-se décadas, mas os franceses não perderam a elegância e refino na concepção de seus grandes filmes –– até hoje , na contemporaneidade, onde a esfera cinematográfica vem sendo cerceada por ávidos interesses comerciais–– os franceses "insistem" em obras magistrais.
A obra " Intouchables " não é nenhum drama que afunde a alma do espectador num mar de lágrimas –– como o filme Gandhi que faz homens sisudos e mulheres ríspidas derramarem o Ganges por seus olhos –– . A comicidade instaura-se de forma imanente no filme através do personagem Driss. Philippe, preso à cadeira de rodas, carecia da emoção que Driss, pragmático, lhe fornecia. Dessa forma, enquanto auxiliar, não fazia a vida do multimilionário tetraplégico um agonizante roteiro; portanto, Driss injetava uma boa dose de emoção , aventura , e júbilo à vida de Philippe.
Vale a pena brindar nossos olhos com as cenas e a sensibilidade dessa obra.
Àqueles que não testemunharam esse épico do cinema têm uma tarefa indispensável para cumprir ––ASSISTIR ––
Já assisti centenas de filmes em minha vida , no entanto ainda não computei todas as obras que presenciei. Adquiri , gradualmente , uma seleta lista de filmes favoritos... Bem, humildemente assisto e tento capturar todas as nuâncias por trás das obras, por isso –– nada mais lógico –– adicionar “Gandhi”.
Arrematando 8 Oscar e sendo indicado a 3 outros. Obra que conquistou 5 Golden Globe Awards. Vencedor de 5 prêmios BAFTA na Inglaterra . O filme Gandhi é uma magnânima obra do cinema. Épico por retratar com maestria a vida de um dos maiores “guerreiros” que o mundo já viu. “Balbuciar” , aqui no filmow , com minhas pequenas palavras diante da riqueza de uma obra que simplesmente não pode ser traduzida em palavras é algo incabível; por isso , nada mais lógico , que assistir essa obra essencial.
Mahatma Gandhi orquestrou , paradoxalmente , uma das maiores “lutas” do mundo sem lutar. Mahatma Gandhi moveu legiões , hordas –– milhões de fiéis em toda a Índia –– controlou o maior exército da terra sem subjugar ninguém... seu exército não tinha tanques, armas , foguetes , marinha, mas certamente era o “exército” mais poderoso. Como o jejum de “um homem velho” –– como Gandhi se intitulava –– poderia instigar milhões de hindus e muçulmanos a prometerem ( jurarem ) ,em seus respectivos templos, jamais infringir violência a outrem?! Confesso que jamais manifestei interesse por servir à pátria em guerras ou no âmbito bélico, entretanto, acredito que eu largaria tudo , aqui no Ocidente , para servir humildemente nas frentes de batalha de Gandhi. Talvez seja por essa razão que muitas pessoas abandonam toda sua vida em meio ao capitalismo do ocidente e se entregam à magia da Índia.
Entristece-me saber que o mundo conhece mais o tresloucado e odioso Hitler do que Gandhi... Albert Einstein tinha razão : “Futuras gerações dificilmente acreditarão que tenha passado pela face da Terra, em carne e osso, um homem como Mahatma Gandhi” ; é como se ele tivesse vindo de outro planeta... todavia fico feliz em saber que era um terráqueo como todos nós, mas um “mahatma” ( grande alma ) como jamais seremos.
Nas escolas, ao menos , na escola onde estudei –– Champagnat –– assisti e escrevi sobre o filme “ À Procura da Felicidade” muitas vezes, mas jamais indicaram-me esse filme de 1982 –– Gandhi ––.
AVISO àqueles que não assistiram o filme –– ASSISTAM ––
O dinamarquês Lars Von Trier transformou sua obra em uma verdadeira dança; o filme detém ao menos quatro movimentos importantes cruciais para toda trama. Ficamos conectados –– ouvindo –– eventos iniciais do filme que são impiedosamente vinculados ao final,
que , aliás , devido ao nosso senso de humanidade –– esperamos que tudo dê certo –– mas a vida têm suas limitações e a morte... a morte tem seus luxos e caprichos ––
A cantora e atriz Björk é categoricamente um arauto à interpretação, mesclando elementos tresloucados, afáveis , inocentes , tolos , benevolentes e humanos à sua personagem Selma Jezkova. A doce , langorosa , nectárea, estridente , infantil e , ora lânguida voz de Björk embala esse comovente drama. Além disso, no Instituto Santa Luiza –– colégio para alunos com e sem deficiência visual –– presenciei minuciosamente o comportamento de pessoas privadas da visão ou que enxergavam muito pouco; posso afirmar que Björk traduziu fisicamente todos os trejeitos e comportamentos de um indivíduo acometido por problemas visuais.
A filmagem, mormente , pareceu-me um pouco ruim, mas isso foi só um lapso meu. A forma como a câmera passeia ajuda a estabelecer uma sincronia com as emoções do espectador.
Como diria Albert Einstein: O segredo da criatividade é saber como esconder as fontes...
O filme certamente não passa de um reflexo da realidade submetido às lentes de David Fincher. No entanto, valendo-se do bom senso e da nossa intuição, uma batalha judicial sigilosa implica em uma altercação acolhida pela esfera jurídica; portanto , é factual que as partes envolvidas nesse processo estavam profundamente desgostosas com a situação abusiva que se instaurava, tendo Mark Zuckerberg como autor dessa "arte".
Não podemos definir exatamente os eventos que se sucederam após o plantio das sementes do Facebook, contudo, podemos extrair algumas reflexões. Se Zuckerberg manifestou um comportamento prepotente e arrogante , não me restam dúvidas, pois afirmo categoricamente " o pobre que enriquece ostentará um pobreza luxuosa" –– Zuckerberg se gabava , sim , por poder fazer inúmeras aquisições.
Quanto as relações interpessoais envolvendo Zuckerberg e seus ex-amigos, caso ele tenha sido preso ,capturado , pelos tesouros do facebook , ficam as frases de um grande homem, advogado , estudante do University College, mas , sobretudo um grande e inspirador ser humano :
Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição. (Mahatma Gandhi )
Algemas de ouro são muito piores que algemas de ferro. (Mahatma Gandhi)
Com " UP- Altas aventuras" os estúdios do Walt Disney Pictures estão de parabéns. A maneira singela , infantil e tocante com que o filme explora nossos sentimentos –– principalmente no princípio –– sem tornar-se forte ou dramático às crianças é surpreendente. Claro, Inúmeros eventos são fisicamente incabíveis dentro dos parâmetros apresentados por essa obra, fazendo muitos exclamar : " mentira " ou " isso nunca iria acontecer" ou impossível. UP é categoricamente uma das mais incríveis aventuras já produzidas pela Disney... pelo cinema do século XXI... pela mente humana.
A forma como o diretor deu vida aos principais movimentos narrativos do filme é incrível; contrasta com os eventos e fatos chocantes. O suspense é aterrador nessa obra de Lynne Ramsay. Os códigos e dilemas psicológicos de Jasper Newel ( Kevin ) são retratados sob os olhos incrédulos da sua própria mãe Eva (Tilda Swinton) –– Tilda desceu do costumeiro salto de seus papeis para protagonizar essa mulher, mãe acima de tudo –– além disso, o nada benevolente e calculista Kevin ora não passa de um rapaz perturbado, ora é digno de um algoz carrasco, mas , na verdade , só precisa de carinho...
Uma divertida aventura John Huston. Podemos destacar que a vida das protagonistas , nessa obra , segue o curso dos rios –– quando as correntezas estão mansas a ação é igualmente proporcional à elas, no entanto, quando as águas se enfurecem... Gostaria de enaltecer o distinto romance entre o casal formado por Hupburn e Bogart –– duas estrelas cujos cabelos brancos não ofuscam seus brilhos –– não liguem para "comentários menores"; o filme recebeu resenhas e elogios que não cabem aqui.
Interessante como Tarantino correlaciona todas as histórias. Somos simplesmente tragados pelo vórtice de violência que emana das cenas desse filme. A obra lança um olhar genuíno sobre os diversos solos nos quais a criminalidade insiste em florescer –– no âmbito policial, no coração das pessoas idôneas, mas sobretudo nos grupos marginalizados pela sociedade.
IMPORTANTE –– Àqueles que ainda não assistiram esse filme.
O filme foi incapaz de despertar o medo em mim e certamente muitas pessoas pensarão o mesmo. Acredito veemente que durante o contexto em que o filme foi produzido, Hitchcock foi mais uma vez reverenciado como mestre; contudo, o cinema é um gênero artístico muito volúvel e resiliente –– frente aos bons filmes de terror e suspense ( O iluminado , o bebê de Rosemary , O silêncio dos inocentes , O ritual ) The Birds acaba muito minimizado . Portanto , assevero que " Os Pássaros " não é uma das obras atemporais de Alfred Hitchcock; não satisfaz as exigências de um público sedento por efeitos especiais e/ou terror genuíno.
O Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau detém os pilares para construção das bases teóricas que regulamentam o Estado. Atualmente, apesar de grandes avanços, a realidade violenta ainda se impõe, sobretudo nas instituições policiais, penitenciarias, comunidades olvidadas. A criminalidade se rege por leis e códigos de conduta próprios e não justifica a violência aleatória do Estado. Cabe ao Estado privar determinados cidadãos da liberdade conforme determinam a lei e a justiça.
O mestre Stanley Kubrick conseguiu capturar o ávido e restrito interesse dos políticos por mais poder em detrimento dos interesses vinculados à moral e à ética. Entretanto, mormente, acabamos olvidando essas reflexões –– jamais esqueceremos os olhos árticos de Alex (Malcolm McDowell), lânguidos e sedentos por violência, contrastando com o sofrimento tétrico e gritante de suas vítimas.
Não existe aliança da Tiffanny’s, Cartier, Black Star , Frost, Gorham que se comparem à magnífica aliança entre a trilha sonora e as cenas desse filme de Kubrick. Os ângulos da filmagem, a perspectiva de Alex –– o algoz –– durante os mais marcantes movimentos do filme. Do arauto à violência à resignação forçada ( imposta ) pela ciência.
Curioso evidenciarmos algo factual e que persiste até os dias atuais –– a sociedade não olha para um ex-presidiário com os mesmos olhos acolhedores –– sobretudo aqueles perversos e categóricos criminosos ( com bastante espaço nos veículos midiáticos ). Outrossim, os criminosos impunes permanecem tão sociais e afáveis quanto o bom velhinho noel –– basta visitar a prisão a céu aberto, Brasília.
Destaco as infinitas divagações que Kubrick traz à luz, com enfoque especial à violência. Ela sob a forma de um perverso espelho , no qual a imagem que lançamos nessa superfície vítrea nos desfere um duro reflexo –– como aconteceu na trajetória de Alex. O mestre Kubrick esmiúça com suas lentes a violência, tratando-a como uma virulenta e contagiosa doença, sendo assim, aqueles que sofreram com essa doença provavelmente impingirão seus malévolos sintomas sobre outrem.
Portanto, corroboramos que Kubrick captura todas as nuâncias sob o “vírus” da violência. Um germe maligno cheio de facetas e resiliência –– irrefreável, sempre abusando da sua capacidade adaptativa. Um vírus nítido e cristalino na cena em que Alex se recupera no hospital. Finalizando, por meio dessa obra, Kubrick quer escancarar –– por mais maligna e perversa que seja, não há ciência que livre o ser humano dos seus ululantes impulsos à violência.
Voltaire, Rousseau, Diderot , MontesquieuVictor Hugo, Claude François, Edith Piaf, Dalida, Charles Aznavour, Luc Besson, Henri Matisse, Van Gogh , Henri de Toulouse-Lautrec , Monet… A França está repleta de grandes nomes em todos os âmbitos da ciência, filosofia, música, enfim, em todas as instâncias do conhecimento.
Essa obra prima do dinamarquês Carl Theodor Dreyer tem um lugar privilegiado dentre as estrelas do universo cinematográfico. Peço encarecidamente, –– não, rezo –– para que os espectadores desse filme não condenem uma espetacular obra devido ao cenário “pecaminoso”, sobretudo quanto à reprodução fiel dos períodos medievos.
Joana d’Arc ganhava vida sob a pele de Renée Jeanne Falconetti. Um show de interpretação –– um gritante apelo aos sentimentos imanentes à alma humana –– sofrimento calado ; a fidelidade ao seu Deus ; suas sinceras convicções; o semblante abatido, essa personagem tem uma bela “chaise long” ( poltrona ) nos cômodos das minhas lembranças.
No entanto, não foi apenas Renée Jeanne Falconetti (Joana d’Arc ) que destacou-se; os severos , incomplacentes e irretorquíveis algozes de Joana –– os padres –– também são atores memoráveis. Recordo a perversidade, a maldade, o rancor, e a tetricidade escondidos debaixo dos panos daquelas batinas. O irreverente diretor Carl Dreyer criticou os representantes da instituição religiosa através de suas malignas personagens eclesiásticas.
Os cânticos e as músicas religiosas formaram uma perfeita unção com as cenas do filme e simultaneamente ironizam os diabólicos métodos daqueles padres. Curioso, não é?! A mesma instituição que a queimou como bruxa em uma impiedosa fogueira a santificou mais tarde –– imagino que exista uma “pequena abismal” diferença entre uma santa e uma bruxa.
Outrossim, hoje, podemos compreender o quão querida e amada é a Santa Joana, não só na França, mas em boa parte da Europa.
O princípio da mais radiante , astronômica , magnânima e assombrosa série de filmes –– TRASH –– assim como no livro, o filme tem como público alvo garotinhas comuns ofuscadas por outrem ou que simplesmente não detém atributos cativantes.
Preciso organizar todas as ideias e reflexões que esse filme despertou em mim , somente dessa forma farei um comentário a altura dessa obra de Stanley Kubrick.
Anthony Hopkins nos surpreende onde quer que atue; o conhecido ator de novelas Malvino Salvador; a encantadora e atraente Marilyn Monroe; o inquieto e heróico Bruce Willis; Todos são artistas muito famosos e de brilhante atuação, não é ? NÃO ! Todos sofreram com o flagelo da gagueira e o superaram. O Discurso do Rei é uma empolgante obra do século XXI sobre um dos momentos mais marcantes do século XX –– a II Guerra mundial ––, abordando temas olvidados pelo cinema, esse filme traz à luz alguns obstáculos da realeza inglesa. Destaque dourado à atuação de Colin Firth, como George VI, mas a simplicidade e a originalidade de Geoffrey Rush e sua silenciosa perseverança são um espetáculo cativante e animador.
*Personagens marcantes e cativantes que criam raízes indeléveis em nossa mente –– como o coringa do Heathcliff Ledger? Não, não vi isso nessa obra. Portanto, o diretor Marc Webb ,por meio da simplicidade dos personagens, deseja nos ver nostálgicos... nos identificando com algumas das suas cotidianas personagens.
*Belíssimo cenário, sofisticado e categoricamente o ideal para o filme –– como em “O Guerreiro Genghis Khan”? Não, “(500) Dias com Ela” explora um universo demasiadamente urbano e corriqueiro, construindo uma ponte entre os “cenários” dos espectadores e o filme.
* Uma história extraordinária, surpreendente, incrível, sim, isso mesmo , daquelas de nos deixar boquiabertos ; como em “ O Pianista ” ou “A vida é bela” ??? Não , mais uma vez não... A beleza , a genialidade, o destaque , o cerne dourado dessa obra –– (500) Dias com Ela –– reside na analogia entre o filme e a nossa vida, mas a maneira como o diretor Marc Webb conseguiu capturar “lapsos de uma paixão” ( na Summer ) em contraste com o amor sincero (de Tom) elevam o lugar desse filme na nossa estante ou , simplesmente, na prateleira da nossa mente .
P&B ... Sim o filme é em preto e branco... sim é um filme bem antigo ... sim um daqueles clássicos do cinema indiano... Mas sim ... é m filme ÉPICO. Difícil é a tarefa de traduzir os sentimentos que essa obra ascende n’alma dos espectadores. “Viver é correr riscos” portanto , aí vai .
A resignação feliz de Apu é sustentada pelas crenças hinduístas, apesar do filme não ser uma reafirmação dos dogmas e preceitos da cultura indiana, observamos claramente isso através das translúcidas reflexões do jovem e despreocupado protagonista. Além disso, mormente , durante o primeiro movimento narrativo, as circunstâncias, a forma como os eventos se encaminham –– tudo parece ter “um jeitinho” –– nos fazendo acreditar que a felicidade é uma bela flor que sempre encontra um meio de florescer, mesmo em meio à “lama”. Devo confessar que o filme lança seus tentáculos sobre o espectador, nos cativando, principalmente no princípio do segundo deslocamento narrativo. Sendo assim, aqueles que perderam um ente querido de repente veem sua vida refletida nas cenas dessa obra.
Aos meus olhos, boas atuações são uma arte ... a arte de convencer o espectador que não é uma atuação –– é real. Nesse quesito o filme está impecável. Finalmente, gostaria de trazer à luz os penetrantes e lânguidos olhares de Sharmila Tagore (Aparna) –– ela é simplesmente a reencarnação da machadiana Capitu; das páginas de Dom Casmurro à jovem Aparna.
Provavelmente sou uma negação para capturar todas as nuâncias e as sutilezas dispostas na árdua carreira dessa bailarina. Testemunhar Natalie Portman demasiadamente magra e esguia não foi algo muito agradável –– estou acostumado com sua plena beleza em Star Wars –– a atuação de Portman como essa perturbada , perfeccionista e obstinada bailarina é surpreendente. A ampla esfera do Ballet não recebeu essa obra –– Cisne Negro –– com calorosos aplausos, pois acreditaram que o filme exagerou muito no que diz respeito às deformações e ao sofrimento da protagonista.
A Cor Púrpura
4.4 1,4K Assista AgoraA Cor Púrpura(1985) é mais uma das obras de Spielberg que explora a crueldade e maldade institucionalizadas nas relações interpessoais –– não entre diferentes etnias , mas sim , entre pessoas ––. A resignação da personagem de Whoopi Goldberg simplesmente nos tira do sério, entretanto aqueles que resolvem rebelar-se diante de estruturas opressoras acabam sofrendo duras consequências ,de algum modo, ao menos aqui, nessa obra de Spielberg.
Gostaria de destacar as memoráveis atuações de Whoopi Goldberg –– como a submissa e inocente Celie –– e “Mister” , seu marido perverso e diabólico –– Danny Glover –– Todos estavam ótimos , no entanto , esses dois roubaram as cenas.
Finalmente , o enredo do filme, a trama bem desenvolvida , a reconstrução perfeita do período de 1909 a 1936, retratando cenários campestres e urbanos muito bem, todavia são o drama e a essência da história que ganham um lugar privilegiado na alma dos espectadores.
Piaf - Um Hino ao Amor
4.3 1,1KÀqueles que testemunharam a voz de Edith Piaf ao vivo e em cores, certamente chorariam se assistissem a essa obra. No entanto, nós , inseridos no mundo da contemporaneidade, escutamos “barulheiras medíocres” e chamamos músicas, –– Edith remonta um período em que era preciso ter VOZ para cantar, uma época na qual a música não era um produto, mas sim , uma obra de arte posta à venda.
O filme –– Piaf - Um Hino ao Amor –– é um verdadeiro cruzeiro pelos mares turbulentos da vida de Edith. Ora navega por seus momentos gloriosos de fama , glamour, luxo e sucesso, ora rompe a névoa obscura que contamina o passado sombrio de Piaf, ora nos faz lembrar que a esperança não pode salvar nossa pequena “pardal”; todo o brilho dourado será ofuscado pelos tentáculos do vício, do álcool , das mazelas ...
Acompanhamos abismados as transformações horrendas impingidas à Edith. Há décadas , as drogas parecem ser a “pá” com que os grandes artistas –– Whitney Houston, Elvis Presley, Kurt Cobain, –– cavam sua própria cova.
Acabei me atendo à bibliografia de Edith, mas gostaria de destacar a atuação espetacular de Marion Cottilard; ela sacode o túmulo da verdadeira Piaf e devolve a vida a essa genuína cantora.
Argo
3.9 2,5KUma espetacular trama norte-americana dirigida por Ben Affleck, que parece possuir um brilho muito maior à direção do que à atuação. A forma como o suspense se instaura na alma dos espectadores é eletrizante –– nós, cônscios da irreverência e loucura dos radicais islâmicos, vislumbramos um futuro tétrico –– entretanto, trata-se dos EUA e seu patriotismo categórico, aqui, quero dizer, nesse filme, que é um reflexo da realidade vivida por funcionários da embaixada do EUA no Irã.
A Profecia
3.9 595 Assista AgoraUm intrigante mistério recomendado a todos.
A Invenção de Hugo Cabret
4.0 3,6K Assista AgoraOs prêmios exagerados, os enaltecimentos calorosos, a repercussão galopante são apenas alguns elementos que –– A invenção de Hugo Cabret –– gerou sob seus descuidados críticos e inúmeros espectadores. Entretanto, uma palavra resume minha percepção diante dessa obra –– DESAPONTAMENTO –– Um enredo que desenvolve-se de forma lenta , langorosa , manhosa , “ à la Capitu ”, como se escondesse surpresas e mistérios; no entanto, decepcionei-me com o excesso de sentimentalismo e apelo às emoções do espectador. A monotonia e o olhar incrédulo de Asa Butterfield ( Hugo ) estão arraigados às minhas lembranças ruins. 150 milhões de dólares para conceber esse filme… O filme Gandhi foi feito com 22 milhões e impressiona; suas 3 horas de duração são um verdadeiro deleite aos olhos dos espectadores , que impotentes frente ao filme , deixam o rio Ganges verter de seus olhos. Mas “A invenção de Hugo Cabret” foi uma obra cinematográfica que exibiu uma pobreza pomposa...
Na Natureza Selvagem
4.3 4,5K Assista AgoraConfesso que não sei se minha avaliação sobre esse filme –– Na natureza Selvagem –– está vítrea e cristalina, quero dizer , livre da influência nostálgica do espetacular filme Gandhi ( que assisti ontem ). No momento, nenhum filme parece superar Gandhi ( do diretor Richard Attenborough), talvez eu devesse conceber 5 estrelas ao filme Na natureza Selvagem devido à sua trilha Sonora incrível minuciosamente aliada com as cenas ; ao brilhantismo dos artistas envolvido; mas esse filme não pareceu-me dramático... O protagonista das mais alucinantes e ousadas aventuras também cavou com seus próprios pés sua cova. Não emocionei-me , não me surpreendi; Christopher McCandless não é o primeiro nem o último homem da face da terra que queima dinheiro e resolve olvidar abruptamente a sociedade em que está inserido –– como se isso resolvesse os anseios e dilemas de sua alma ––. A previsibilidade, ao menos, para os meus olhos, dos acontecimentos e o excesso de introspecção distanciam esse filme das douradas 5 estrelas...
Intocáveis
4.4 4,1K Assista AgoraPassaram-se décadas, mas os franceses não perderam a elegância e refino na concepção de seus grandes filmes –– até hoje , na contemporaneidade, onde a esfera cinematográfica vem sendo cerceada por ávidos interesses comerciais–– os franceses "insistem" em obras magistrais.
A obra " Intouchables " não é nenhum drama que afunde a alma do espectador num mar de lágrimas –– como o filme Gandhi que faz homens sisudos e mulheres ríspidas derramarem o Ganges por seus olhos –– . A comicidade instaura-se de forma imanente no filme através do personagem Driss. Philippe, preso à cadeira de rodas, carecia da emoção que Driss, pragmático, lhe fornecia. Dessa forma, enquanto auxiliar, não fazia a vida do multimilionário tetraplégico um agonizante roteiro; portanto, Driss injetava uma boa dose de emoção , aventura , e júbilo à vida de Philippe.
Vale a pena brindar nossos olhos com as cenas e a sensibilidade dessa obra.
Gandhi
4.1 304 Assista AgoraÀqueles que não testemunharam esse épico do cinema têm uma tarefa indispensável para cumprir ––ASSISTIR ––
Já assisti centenas de filmes em minha vida , no entanto ainda não computei todas as obras que presenciei. Adquiri , gradualmente , uma seleta lista de filmes favoritos... Bem, humildemente assisto e tento capturar todas as nuâncias por trás das obras, por isso –– nada mais lógico –– adicionar “Gandhi”.
Arrematando 8 Oscar e sendo indicado a 3 outros. Obra que conquistou 5 Golden Globe Awards. Vencedor de 5 prêmios BAFTA na Inglaterra . O filme Gandhi é uma magnânima obra do cinema. Épico por retratar com maestria a vida de um dos maiores “guerreiros” que o mundo já viu. “Balbuciar” , aqui no filmow , com minhas pequenas palavras diante da riqueza de uma obra que simplesmente não pode ser traduzida em palavras é algo incabível; por isso , nada mais lógico , que assistir essa obra essencial.
Mahatma Gandhi orquestrou , paradoxalmente , uma das maiores “lutas” do mundo sem lutar. Mahatma Gandhi moveu legiões , hordas –– milhões de fiéis em toda a Índia –– controlou o maior exército da terra sem subjugar ninguém... seu exército não tinha tanques, armas , foguetes , marinha, mas certamente era o “exército” mais poderoso. Como o jejum de “um homem velho” –– como Gandhi se intitulava –– poderia instigar milhões de hindus e muçulmanos a prometerem ( jurarem ) ,em seus respectivos templos, jamais infringir violência a outrem?! Confesso que jamais manifestei interesse por servir à pátria em guerras ou no âmbito bélico, entretanto, acredito que eu largaria tudo , aqui no Ocidente , para servir humildemente nas frentes de batalha de Gandhi. Talvez seja por essa razão que muitas pessoas abandonam toda sua vida em meio ao capitalismo do ocidente e se entregam à magia da Índia.
Entristece-me saber que o mundo conhece mais o tresloucado e odioso Hitler do que Gandhi... Albert Einstein tinha razão : “Futuras gerações dificilmente acreditarão que tenha passado pela face da Terra, em carne e osso, um homem como Mahatma Gandhi” ; é como se ele tivesse vindo de outro planeta... todavia fico feliz em saber que era um terráqueo como todos nós, mas um “mahatma” ( grande alma ) como jamais seremos.
Nas escolas, ao menos , na escola onde estudei –– Champagnat –– assisti e escrevi sobre o filme “ À Procura da Felicidade” muitas vezes, mas jamais indicaram-me esse filme de 1982 –– Gandhi ––.
Dançando no Escuro
4.4 2,3K Assista AgoraAVISO àqueles que não assistiram o filme –– ASSISTAM ––
O dinamarquês Lars Von Trier transformou sua obra em uma verdadeira dança; o filme detém ao menos quatro movimentos importantes cruciais para toda trama. Ficamos conectados –– ouvindo –– eventos iniciais do filme que são impiedosamente vinculados ao final,
que , aliás , devido ao nosso senso de humanidade –– esperamos que tudo dê certo –– mas a vida têm suas limitações e a morte... a morte tem seus luxos e caprichos ––
A cantora e atriz Björk é categoricamente um arauto à interpretação, mesclando elementos tresloucados, afáveis , inocentes , tolos , benevolentes e humanos à sua personagem Selma Jezkova. A doce , langorosa , nectárea, estridente , infantil e , ora lânguida voz de Björk embala esse comovente drama. Além disso, no Instituto Santa Luiza –– colégio para alunos com e sem deficiência visual –– presenciei minuciosamente o comportamento de pessoas privadas da visão ou que enxergavam muito pouco; posso afirmar que Björk traduziu fisicamente todos os trejeitos e comportamentos de um indivíduo acometido por problemas visuais.
A filmagem, mormente , pareceu-me um pouco ruim, mas isso foi só um lapso meu. A forma como a câmera passeia ajuda a estabelecer uma sincronia com as emoções do espectador.
A Rede Social
3.6 3,1K Assista AgoraComo diria Albert Einstein: O segredo da criatividade é saber como esconder as fontes...
O filme certamente não passa de um reflexo da realidade submetido às lentes de David Fincher. No entanto, valendo-se do bom senso e da nossa intuição, uma batalha judicial sigilosa implica em uma altercação acolhida pela esfera jurídica; portanto , é factual que as partes envolvidas nesse processo estavam profundamente desgostosas com a situação abusiva que se instaurava, tendo Mark Zuckerberg como autor dessa "arte".
Não podemos definir exatamente os eventos que se sucederam após o plantio das sementes do Facebook, contudo, podemos extrair algumas reflexões. Se Zuckerberg manifestou um comportamento prepotente e arrogante , não me restam dúvidas, pois afirmo categoricamente " o pobre que enriquece ostentará um pobreza luxuosa" –– Zuckerberg se gabava , sim , por poder fazer inúmeras aquisições.
Quanto as relações interpessoais envolvendo Zuckerberg e seus ex-amigos, caso ele tenha sido preso ,capturado , pelos tesouros do facebook , ficam as frases de um grande homem, advogado , estudante do University College, mas , sobretudo um grande e inspirador ser humano :
Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição. (Mahatma Gandhi )
Algemas de ouro são muito piores que algemas de ferro. (Mahatma Gandhi)
Up: Altas Aventuras
4.3 3,8K Assista AgoraCom " UP- Altas aventuras" os estúdios do Walt Disney Pictures estão de parabéns. A maneira singela , infantil e tocante com que o filme explora nossos sentimentos –– principalmente no princípio –– sem tornar-se forte ou dramático às crianças é surpreendente. Claro, Inúmeros eventos são fisicamente incabíveis dentro dos parâmetros apresentados por essa obra, fazendo muitos exclamar : " mentira " ou " isso nunca iria acontecer" ou impossível. UP é categoricamente uma das mais incríveis aventuras já produzidas pela Disney... pelo cinema do século XXI... pela mente humana.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraA forma como o diretor deu vida aos principais movimentos narrativos do filme é incrível; contrasta com os eventos e fatos chocantes. O suspense é aterrador nessa obra de Lynne Ramsay. Os códigos e dilemas psicológicos de Jasper Newel ( Kevin ) são retratados sob os olhos incrédulos da sua própria mãe Eva (Tilda Swinton) –– Tilda desceu do costumeiro salto de seus papeis para protagonizar essa mulher, mãe acima de tudo –– além disso, o nada benevolente e calculista Kevin ora não passa de um rapaz perturbado, ora é digno de um algoz carrasco, mas , na verdade , só precisa de carinho...
Uma Aventura na África
3.7 99Uma divertida aventura John Huston. Podemos destacar que a vida das protagonistas , nessa obra , segue o curso dos rios –– quando as correntezas estão mansas a ação é igualmente proporcional à elas, no entanto, quando as águas se enfurecem... Gostaria de enaltecer o distinto romance entre o casal formado por Hupburn e Bogart –– duas estrelas cujos cabelos brancos não ofuscam seus brilhos –– não liguem para "comentários menores"; o filme recebeu resenhas e elogios que não cabem aqui.
O Código Da Vinci
3.4 1,5K Assista AgoraCategoricamente –– o livro é bem melhor –– No entanto , não desmereço o filme; detém uma boa trama e um enredo curioso e cativante.
Pulp Fiction: Tempo de Violência
4.4 3,7K Assista AgoraInteressante como Tarantino correlaciona todas as histórias. Somos simplesmente tragados pelo vórtice de violência que emana das cenas desse filme. A obra lança um olhar genuíno sobre os diversos solos nos quais a criminalidade insiste em florescer –– no âmbito policial, no coração das pessoas idôneas, mas sobretudo nos grupos marginalizados pela sociedade.
Os Pássaros
3.9 1,1KIMPORTANTE –– Àqueles que ainda não assistiram esse filme.
O filme foi incapaz de despertar o medo em mim e certamente muitas pessoas pensarão o mesmo. Acredito veemente que durante o contexto em que o filme foi produzido, Hitchcock foi mais uma vez reverenciado como mestre; contudo, o cinema é um gênero artístico muito volúvel e resiliente –– frente aos bons filmes de terror e suspense ( O iluminado , o bebê de Rosemary , O silêncio dos inocentes , O ritual ) The Birds acaba muito minimizado . Portanto , assevero que " Os Pássaros " não é uma das obras atemporais de Alfred Hitchcock; não satisfaz as exigências de um público sedento por efeitos especiais e/ou terror genuíno.
Laranja Mecânica
4.3 3,8K Assista AgoraO Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau detém os pilares para construção das bases teóricas que regulamentam o Estado. Atualmente, apesar de grandes avanços, a realidade violenta ainda se impõe, sobretudo nas instituições policiais, penitenciarias, comunidades olvidadas. A criminalidade se rege por leis e códigos de conduta próprios e não justifica a violência aleatória do Estado. Cabe ao Estado privar determinados cidadãos da liberdade conforme determinam a lei e a justiça.
O mestre Stanley Kubrick conseguiu capturar o ávido e restrito interesse dos políticos por mais poder em detrimento dos interesses vinculados à moral e à ética. Entretanto, mormente, acabamos olvidando essas reflexões –– jamais esqueceremos os olhos árticos de Alex (Malcolm McDowell), lânguidos e sedentos por violência, contrastando com o sofrimento tétrico e gritante de suas vítimas.
Não existe aliança da Tiffanny’s, Cartier, Black Star , Frost, Gorham que se comparem à magnífica aliança entre a trilha sonora e as cenas desse filme de Kubrick. Os ângulos da filmagem, a perspectiva de Alex –– o algoz –– durante os mais marcantes movimentos do filme. Do arauto à violência à resignação forçada ( imposta ) pela ciência.
Curioso evidenciarmos algo factual e que persiste até os dias atuais –– a sociedade não olha para um ex-presidiário com os mesmos olhos acolhedores –– sobretudo aqueles perversos e categóricos criminosos ( com bastante espaço nos veículos midiáticos ). Outrossim, os criminosos impunes permanecem tão sociais e afáveis quanto o bom velhinho noel –– basta visitar a prisão a céu aberto, Brasília.
Destaco as infinitas divagações que Kubrick traz à luz, com enfoque especial à violência. Ela sob a forma de um perverso espelho , no qual a imagem que lançamos nessa superfície vítrea nos desfere um duro reflexo –– como aconteceu na trajetória de Alex.
O mestre Kubrick esmiúça com suas lentes a violência, tratando-a como uma virulenta e contagiosa doença, sendo assim, aqueles que sofreram com essa doença provavelmente impingirão seus malévolos sintomas sobre outrem.
Portanto, corroboramos que Kubrick captura todas as nuâncias sob o “vírus” da violência. Um germe maligno cheio de facetas e resiliência –– irrefreável, sempre abusando da sua capacidade adaptativa. Um vírus nítido e cristalino na cena em que Alex se recupera no hospital. Finalizando, por meio dessa obra, Kubrick quer escancarar –– por mais maligna e perversa que seja, não há ciência que livre o ser humano dos seus ululantes impulsos à violência.
A Paixão de Joana d'Arc
4.5 229 Assista AgoraVoltaire, Rousseau, Diderot , MontesquieuVictor Hugo, Claude François, Edith Piaf, Dalida, Charles Aznavour, Luc Besson, Henri Matisse, Van Gogh , Henri de Toulouse-Lautrec , Monet… A França está repleta de grandes nomes em todos os âmbitos da ciência, filosofia, música, enfim, em todas as instâncias do conhecimento.
Essa obra prima do dinamarquês Carl Theodor Dreyer tem um lugar privilegiado dentre as estrelas do universo cinematográfico. Peço encarecidamente, –– não, rezo –– para que os espectadores desse filme não condenem uma espetacular obra devido ao cenário “pecaminoso”, sobretudo quanto à reprodução fiel dos períodos medievos.
Joana d’Arc ganhava vida sob a pele de Renée Jeanne Falconetti. Um show de interpretação –– um gritante apelo aos sentimentos imanentes à alma humana –– sofrimento calado ; a fidelidade ao seu Deus ; suas sinceras convicções; o semblante abatido, essa personagem tem uma bela “chaise long” ( poltrona ) nos cômodos das minhas lembranças.
No entanto, não foi apenas Renée Jeanne Falconetti (Joana d’Arc ) que destacou-se; os severos , incomplacentes e irretorquíveis algozes de Joana –– os padres –– também são atores memoráveis. Recordo a perversidade, a maldade, o rancor, e a tetricidade escondidos debaixo dos panos daquelas batinas. O irreverente diretor Carl Dreyer criticou os representantes da instituição religiosa através de suas malignas personagens eclesiásticas.
Os cânticos e as músicas religiosas formaram uma perfeita unção com as cenas do filme e simultaneamente ironizam os diabólicos métodos daqueles padres. Curioso, não é?! A mesma instituição que a queimou como bruxa em uma impiedosa fogueira a santificou mais tarde –– imagino que exista uma “pequena abismal” diferença entre uma santa e uma bruxa.
Outrossim, hoje, podemos compreender o quão querida e amada é a Santa Joana, não só na França, mas em boa parte da Europa.
E isso tudo –– REAL –– verídico.
Crepúsculo
2.5 4,1K Assista AgoraO princípio da mais radiante , astronômica , magnânima e assombrosa série de filmes –– TRASH –– assim como no livro, o filme tem como público alvo garotinhas comuns ofuscadas por outrem ou que simplesmente não detém atributos cativantes.
Laranja Mecânica
4.3 3,8K Assista AgoraPreciso organizar todas as ideias e reflexões que esse filme despertou em mim , somente dessa forma farei um comentário a altura dessa obra de Stanley Kubrick.
O Discurso do Rei
4.0 2,6K Assista AgoraAnthony Hopkins nos surpreende onde quer que atue; o conhecido ator de novelas Malvino Salvador; a encantadora e atraente Marilyn Monroe; o inquieto e heróico Bruce Willis; Todos são artistas muito famosos e de brilhante atuação, não é ? NÃO ! Todos sofreram com o flagelo da gagueira e o superaram. O Discurso do Rei é uma empolgante obra do século XXI sobre um dos momentos mais marcantes do século XX –– a II Guerra mundial ––, abordando temas olvidados pelo cinema, esse filme traz à luz alguns obstáculos da realeza inglesa. Destaque dourado à atuação de Colin Firth, como George VI, mas a simplicidade e a originalidade de Geoffrey Rush e sua silenciosa perseverança são um espetáculo cativante e animador.
(500) Dias com Ela
4.0 5,7K Assista AgoraO que eu presenciei em (500) Dias com Ela?
*Personagens marcantes e cativantes que criam raízes indeléveis em nossa mente –– como o coringa do Heathcliff Ledger? Não, não vi isso nessa obra. Portanto, o diretor Marc Webb ,por meio da simplicidade dos personagens, deseja nos ver nostálgicos... nos identificando com algumas das suas cotidianas personagens.
*Belíssimo cenário, sofisticado e categoricamente o ideal para o filme –– como em “O Guerreiro Genghis Khan”? Não, “(500) Dias com Ela” explora um universo demasiadamente urbano e corriqueiro, construindo uma ponte entre os “cenários” dos espectadores e o filme.
* Uma história extraordinária, surpreendente, incrível, sim, isso mesmo , daquelas de nos deixar boquiabertos ; como em “ O Pianista ” ou “A vida é bela” ??? Não , mais uma vez não... A beleza , a genialidade, o destaque , o cerne dourado dessa obra –– (500) Dias com Ela –– reside na analogia entre o filme e a nossa vida, mas a maneira como o diretor Marc Webb conseguiu capturar “lapsos de uma paixão” ( na Summer ) em contraste com o amor sincero (de Tom) elevam o lugar desse filme na nossa estante ou , simplesmente, na prateleira da nossa mente .
O Mundo de Apu
4.3 31P&B ... Sim o filme é em preto e branco... sim é um filme bem antigo ... sim um daqueles clássicos do cinema indiano... Mas sim ... é m filme ÉPICO. Difícil é a tarefa de traduzir os sentimentos que essa obra ascende n’alma dos espectadores. “Viver é correr riscos” portanto , aí vai .
A resignação feliz de Apu é sustentada pelas crenças hinduístas, apesar do filme não ser uma reafirmação dos dogmas e preceitos da cultura indiana, observamos claramente isso através das translúcidas reflexões do jovem e despreocupado protagonista. Além disso, mormente , durante o primeiro movimento narrativo, as circunstâncias, a forma como os eventos se encaminham –– tudo parece ter “um jeitinho” –– nos fazendo acreditar que a felicidade é uma bela flor que sempre encontra um meio de florescer, mesmo em meio à “lama”. Devo confessar que o filme lança seus tentáculos sobre o espectador, nos cativando, principalmente no princípio do segundo deslocamento narrativo. Sendo assim, aqueles que perderam um ente querido de repente veem sua vida refletida nas cenas dessa obra.
Aos meus olhos, boas atuações são uma arte ... a arte de convencer o espectador que não é uma atuação –– é real. Nesse quesito o filme está impecável. Finalmente, gostaria de trazer à luz os penetrantes e lânguidos olhares de Sharmila Tagore (Aparna) –– ela é simplesmente a reencarnação da machadiana Capitu; das páginas de Dom Casmurro à jovem Aparna.
Cisne Negro
4.2 7,9K Assista AgoraProvavelmente sou uma negação para capturar todas as nuâncias e as sutilezas dispostas na árdua carreira dessa bailarina. Testemunhar Natalie Portman demasiadamente magra e esguia não foi algo muito agradável –– estou acostumado com sua plena beleza em Star Wars –– a atuação de Portman como essa perturbada , perfeccionista e obstinada bailarina é surpreendente. A ampla esfera do Ballet não recebeu essa obra –– Cisne Negro –– com calorosos aplausos, pois acreditaram que o filme exagerou muito no que diz respeito às deformações e ao sofrimento da protagonista.