Quando Denis Villeneuve assinou contrato para dirigir uma versão do clássico romance de ficção científica de Frank Herbert, ele sem dúvida estava ciente da longa e muitas vezes torturada história do livro em Hollywood. Poderia Villeneuve, finalmente, fazer justiça ao conto de Paul Atreides? Não exatamente. Apesar de todas as suas imagens incríveis e boas interpretações, esta versão de 'Duna' não se aglutina totalmente.
Denis Villeneuve e seus co-roteiristas Jon Spaihts e Eric Roth tomaram a decisão aparentemente sensata de dividir o romance em dois filmes separados. O resultado dessa divisão não é apenas uma licença para permitir que muitos dos momentos menores do livro ou personagens secundários respirem, mas também para ser mais devoto ao trabalho do autor Herbert.
O elenco é sólido e cheio de rostos familiares oferecendo boas interpretações. A escalação de atores carismáticos como Momoa e Brolin ajuda a trazer humor ao filme, aqui o roteiro soube se beneficiar do carisma desses atores para trazer um pouco mais de calor e emoção ao longa.
Denis Villeneuve mais uma vez apresenta o feito mais consistente e impressionante de seus filmes: o design. Do fascínio imponente e anônimo das mulheres da Bene Gesserit, às vastas e variadas paisagens, estranhos espaços e aeronaves, à pura emoção de assistir coisas gigantes explodirem ou até mesmo a própria especiaria enquanto brilha na superfície de Arrakis, nenhum detalhe é poupado para nos imergir neste mundo fantástico.
Sabemos que o que funciona em um romance literário pode não funcionar em forma de filme e vice-versa, é o maior erro de Villeneuve com 'Duna: Parte Um', é que no ato dois tudo parece disforme e trabalhoso, como se o filme não fosse bem saber como ou onde termina. A história perde o pulso e o sentido de que estamos emocionalmente investidos nele.
'Duna: Parte Um' é um triunfo no que diz respeito a seus visuais e som, mas há uma falta de forma na última parte do filme que o arrasta para baixo e o desvia de sua beleza.
"Carros 3" surpreende não por ser muito bom, mas porque assisti ele com uma expectativa baixa. A cena do acidente do Relâmpago McQueen é poética. A escolha de fazer uma cena silenciosa faz a tensão brotar quase que automaticamente. Uma cena muito bem pensada e executada.
Os diálogos são bem feitos, o roteiro tem uma estrutura que funciona legal no começo e da metade do filme para frente é mais ou menos. Na metade do filme já sabemos como será o final dele, é previsível, principalmente nos dias atuais, onde é normal beberem da fonte de protagonista masculino passarem o bastão para protagonistas femininos. "Carros 3" é exatamente igual ao filme "Logan" em suas primícias.
O filme é para os dois públicos crianças e adultos. O filme é dinâmico e colorido, o que funciona para os pequenos. Mas a história de que McQueen está velho e agora precisa se adaptar a uma nova geração, somente quem é adulto consegue se projetar no filme.
A Pixar está errando a mão em seus filmes, mas "Carros 3" dá para colar um selo de qualidade Pixar, mas passa raspando. A criançada vai adorar com certeza, um filme que vale a pena principalmente para quem é amante da história.
A obra-prima vencedora do Oscar de 1930 sobre a insensatez da Primeira Guerra Mundial, "Nada de Novo no Front" de Lewis Milestone, é um filme quase intocável. Sua visão incrivelmente progressista da Grande Guerra como violência inútil em nome de um país que só via você como um par de botas e um rifle era tão universal e atemporal naquela época quanto é agora.
"Im Westen nichts Neues" (Nada de Novo no Front) é um longa-metragem anti-guerra alemão, com coprodução dos Estados Unidos, lançado em 2022, também adaptado do romance homônimo de 1929, de Erich Maria Remarque. Dirigido por Edward Berger, é estrelado por Felix Kammerer, Albrecht Schuch, Daniel Brühl, Sebastian Hülk, Aaron Hilmer, Edin Hasanovic e Devid Striesow. O filme teve estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto em 12 de setembro de 2022, e foi lançado mundialmente no streaming da Netflix em 28 de outubro de 2022.
Em agosto de 2022, o filme foi anunciado como o representante da Alemanha na categoria de Melhor Filme Internacional para o Oscar 2023. O filme foi indicado a nove categorias, incluindo Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado. Venceu 4 categorias: Melhor Filme Internacional, Melhor Trilha Sonora, Melhor Design de Produção e Melhor Fotografia.
Os roteiristas Ian Stokell, Lesley Paterson e Edward Berger (também diretor) se desviaram significativamente da obra original, mas a estrutura básica da história ainda está em vigor. A versão 2022 de Edward Berger torna-se ainda mais necessária não apenas por suas conquistas cinematográficas, mas porque marca a primeira adaptação cinematográfica em língua alemã do romance de Erich Maria Remarque.
"Nada de Novo no Front" de Edward Berger aproveita ao máximo o que a tecnologia moderna trouxe para o cinema, mantendo a exploração assombrosamente íntima da psique desses soldados. Ele não se perde na emoção de filmar grandes sequências de ação, ou organizar todos os componentes no quadro para que tudo flua como dominós em cascata. Em vez disso, ele se baseia inteiramente nos sentimentos de seus personagens e nos mínimos detalhes.
O longa-metragem sai do campo de batalha e segue Paul e sua equipe, para um par de histórias complementares focadas em Matthias Erzberger (Daniel Brühl) enquanto ele negocia o armistício, e o cruel General Friedrichs (Devid Striesow) – que luta para encontrar uma identidade fora da guerra. Esses dois arcos parecem um tanto supérfluos quando comparados à atração emocional do impulso principal do filme, mas servem ao seu propósito de adicionar um contexto histórico mais amplo ao filme, bem como transmitir o completo distanciamento entre a realidade horrível da linha de frente e os jogos de poder frio dos homens no comando.
"Nada de Novo no Front" é um filme completo, com uma visão clara, uma série de cenas inesquecíveis e uma teia de personagens fantásticos. Ele definitivamente depende mais do poder das imagens e do simbolismo do que das palavras e discursos, o que foi, em última análise, o movimento certo dada a sociedade hiper visual de hoje e a qualidade nítida das câmeras modernas.
O longa-metragem é lindamente filmado e evocativo durante a maior parte de seu tempo de execução, mas fica um pouco repetitivo no final. Estica muito para um final que parece um pouco inventado em comparação com tudo o que veio antes. Ao evocar formas mais tradicionais de tragédia, ela vende um pouco as particularidades de sua própria história. Para uma história sobre a insensatez e o absurdo da guerra, a simetria só diminui isso.
Esse é um filme de guerra quase impecável que preenche todas as caixas do que o gênero exige, mantendo a abordagem anti-guerra subversiva do material de origem. É visualmente impressionante, acima de tudo, o diretor Berger entrega uma experiência cinematográfica arrepiante que deve se tornar obrigatória.
O que Pixar estava na cabeça ao fazer "Carros 2"? Meu Deus um filme Pixar sem qualidade Pixar é até difícil de se acreditar.
A trama de "Carros 2" não é focada e cheio de infelizes clichês em seu roteiro. Colocar o herói McQueen de plano de fundo para deixar aparecer as aventuras de espiões com Mate, não funcionou e o Mate não é um personagem que tem força para sustentar uma história, não uma história de McQueen.
Carros falantes é bem difícil de engolir e a Pixar conseguiu convencer no primeiro filme, mas aqui, ela destrói o mundo adicionando aviões falantes também.
Os personagens não são explorados e o mundo também não. O foco de "Carros 2" é explosões e cenas de ação. Os pequenos vão curtir demais, mas o filme é superficial.
Na verdade, ao ver a quantidade de brinquedos e jogos lançados de "Carros" conseguimos entender o porquê de "Carros 2", sim um filme focado para venda de brinquedos, esse é o motivo dele existir.
'A Mata Negra' mostra que o trash é bem vindo e cai super bem no cinema nacional, poderia ser melhor valorizado pelo público. O filme não perde a chance de se divertir com momentos despretensiosos.
Há uma boa qualidade técnica em 'A Mata Negra'. O trabalho de maquiagem e dos efeitos práticos, são um show à parte e dão um toque especial ao filme. A violência e o gore típico de filmes trash, fazem presentes na medida certa sem exageros.
Por mais que existam tomadas aéreas e planos-sequências complexos, há uma boa direção e habilidade do diretor Aragão e seu estilo é bem forte no filme. E por mais que 'A Mata Negra' seja mais complexo que outros filmes do diretor, aqui está ao avesso dos moldes hollywoodianos, o filme tem uma forte raiz brasileira.
A Mata Negra é nada mais, nada menos, que uma história movida pelo amor e a busca pela felicidade. Apresentando um universo único, divertido e sombrio, o filme é mais um belo exemplar de um estilo de cinema brasileiro, apesar de muito desvalorizado por grande parte do público, tem seu valor.
Há terror suficiente para nos deixar imersos em uma atmosfera de apreensão e medo, mas sem esquecer a pitada de comédia que chega para romper totalmente com as cenas e subverter nossa percepção daqueles momentos. Além disso é totalmente firmado em nosso folclore o que deixa a trama mais interessante.
'A Mata Negra' é um filme que eu recomendo, com sua pegada de filme B, com ótimas atuações e sua trama cheia de histórias do folclore nacional, tem tudo isso misturado com uma ótima direção de a
Uma história sobre carros que falam parece não convencer muito, mas a Pixar sabe vender uma boa história mesmo sendo tão absurda.
Sim, "Carros" é uma ideia criativa, e sim, a Pixar percebe esse mundo de carros em toda a extensão. Mas nem todas as ideias são boas, mesmo que realizadas. Às vezes é estranho ver os carros com alma de seres humanos, por exemplo tentando manifestar gestos afetivos como um simples beijo. No mundo de carros, se carros se beijarem isso não acabará bem!
O roteiro traz uma história que parece fugir um pouco da proposta infantil. Aqui não teremos muita comédia e uma super aventura, o filme é um drama, que talvez não funcionará para crianças. O filme tem alguns problemas de ritmo principalmente no meio dele, onde as coisas são paradas como em um engarrafamento, a história fica chata.
Essa animação é bonita e desenhada com muito requinte. Os reflexos no capô dos carros, os neons na escura estrada e as paisagens são lindas, um desenho cheio de detalhes e muito bem feito.
"Carros" é um filme nostálgico e às vezes lentamente passeando sobre problemas adultos, sua história é fundamentalmente menos atraente. Um ótimo filme para se divertir, mas de alguma forma não tem o impulso extra dos outros filmes da Pixar.
Em performances emocionantes, repletas de dialetos de época saborosos e solavancos de insanidade cada vez mais intensos. Willem Dafoe e Robert Pattinson nunca foram melhores.
Robert Eggers, trabalhando com seu irmão Max Eggers como co-roteirista, elaborou outro conto alucinatório distinto, desta vez fundindo lendas marítimas com mitologia antiga, folclore, sugestão sobrenatural, terror envolvente e a paranoia agitada do isolamento.
A fotografia em preto e branco, fria e gritante também ajuda a definir o cenário, criando uma atmosfera terrivelmente opressiva e refletindo as condições severas e implacáveis que os homens enfrentam. O elenco encontra humor na miséria, através de jogo de palavras inteligente, um pouco de palhaçada e uma chocante cena cruel com uma gaivota.
'O Farol' se torna mais ambíguo à medida que o filme avança, claro que um filme de Robert Eggers tem menos a ver com o destino e mais com a jornada. Desde o início, o diretor nos puxa para um posto avançado de solidão sobrenatural. E se você estiver disposto a se entregar a imagens sombrias, linguagem exigente e temas aterrorizantes, 'O Farol' é um passeio selvagem mais que indicado.
Como uma reflexão sobre a solidão, a desolação e a loucura, 'O Farol' é repleto de diálogos perturbadores e imagens assombrosas que se alastram pelo seu cérebro.
Embora tome emprestado generosa de muitos gêneros de referência, 'Invasão Zumbi 2: Península' oferece cenários desconectados em uma atmosfera inchada e impessoal, o filme quase não está conectado ao seu antecessor.
Em 'Invasão Zumbi 2: Península', personagens entram e saem do filme aparentemente ao acaso. Yeon corta, de maneira apática, entre as várias narrativas, exibindo pouco da engenhosidade espacial ou literária que empregou em 'Invasão Zumbi'. Os diálogos também parecem reciclados de muitos outros filmes do gênero, o filme também deixou de apresentar nuances de seus personagens para dar espaço a ação.
As cenas de ação que, em vez de rastrear a logística minuciosa e inteligente de movimento em um único espaço, é recheada com intermináveis perseguições de caminhões digitais, que são mais cansativas do que impressionantes e apresenta um número enorme de corpos em CGI sendo atropelados.
'Invasão Zumbi 2: Península' tem uma qualidade genérica exagerada que é intensificada pela vibração obscura de seu cenário de cidade do inferno, que é emprestado de muitos thrillers assustadores dos anos 80. No entanto, Yeon não é capaz de elevar essa sensação auto conscientemente barata a uma declaração de moda punk minimalista.
O enredo tem algumas reviravoltas no final, quando chega ao seu final amplo e emocionalmente manipulador, ele tem algumas ideias revigorantes e otimistas sobre pequenos gestos de sacrifício que fazem a diferença é que às vezes é importante escolher a emoção em vez da lógica.
Infelizmente, 'Invasão Zumbi 2: Península' não se conecta à história ou no mundo estabelecido no primeiro filme, o longa está tão preocupado em projetar a aparência de um blockbuster de ação que descarta os personagens com nuances que fizeram o primeiro filme se destacar.
Quando 'Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa' apresenta a Harley Quinn de Margot Robbie, ela acaba de sair de um romance abusivo de longo prazo com o Coringa de Leto. Apesar do Coringa ser um papel crucial na motivação de Harley Quinn, ele nunca aparece na tela. Isso não impede que Harley e os outros personagens falem sobre o Coringa constantemente, deixando 'Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa' um pouco estranho.
A diretora Cathy Yan e a roteirista Christina Hodson são maníacas ao extremo. O filme constantemente pula em sua linha narrativa. Talvez o excesso de cafeína possa desgastar alguns, mas 'Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa' nunca é chato ou cansativo, porque nem um segundo é permitido passar sem algum tipo de brincadeira, mordaça ou acrobacia.
Mas isso se torna um ponto negativo para o filme também, suas viagens pela linha narrativa faz a trama ser recontada várias vezes, de novo e de novo. Quando você termina de assistir ao filme, você percebe que ele poderia ter sido cortado pela metade.
O aspecto mais emocionante do filme é o seu desprezo elegante pela dor e pelo corpo humano. Cathy Yan nos mostra como é ridículo, hipnotizante e horrível entrar em uma briga com essas mulheres poderosas. Várias das sequências de ação são inteligentemente e bem coreografadas para deixar a personalidade anárquica de Harley Quinn brilhar através de seus chutes e reviravoltas.
Como estamos no ponto de vista de Harley Quinn, todos os seus movimentos (tiros e granadas) vêm com rajadas de confete, fumaça colorida ou tinta brilhante. Talvez seja uma maneira de nos indicar que Quinn não pode ver as consequências mortais de suas ações.
Um outro problema de 'Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa' é que o filme não é totalmente de Harley Quinn. Quando as novas personagens vão aparecendo em tela, a história vai se dividindo entre as integrantes da liga de mulheres. A forma narrativa é ineficiente, deixando muita indireta toda a trama do filme.
'Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa' é frustrante porém charmoso. O filme ficou apertado e sufocado com sua escolha narrativa e com pouco tempo para desenvolver tantos personagens. Ele se diverte, é irônico e refrescante merece uma chance.
Quase 60 anos desde que 'A Noite dos Mortos-Vivos' de George A Romero e as muitas temporadas em 'The Walking Dead', ninguém imaginaria que "apocalipse zumbi" seria tão explorado a ponto de cansar, mas 'Invasão Zumbi' traz um certo frescor.
Tente não rir quando o vírus zumbi anima sua primeira vítima, um cervo atropelado por um criador de porcos, para não se agoniar quando desesperados começaram a pisotear inocentes, para não chorar quando os mortos-vivos matarem seu personagens amado e para não se emocionar com os momentos de sacrifício heróico.
O diretor Yeon mantém uma sensibilidade gráfica afiada. Um ataque em uma plataforma de trem assustadoramente vislumbrado da janela de um trem partindo dá uma amostra arrepiante do que está por vir , uma maré trovejante de comedores de carne está se espalhando pelos corredores, pelos assentos e pelos corredores, uma onda de mortos-vivos e estalando membros de uma aspereza contorcida e retorcida.
O que torna os zumbis no Yeon Sang-ho diferentes dos usuais devoradores de carne é que eles mordiscam um pouco e passam para a próxima pessoa. Reagindo apenas ao som ou se uma pessoa está em sua linha de visão, eles contorcem seus corpos, mostrando seus dentes e correndo através de algo para mastigar, Yeon criou sua própria versão arrepiante dos mortos-vivos. O diretor faz um uso inteligente dos alojamentos apertados, mas erra quando as habilidades de seus zumbis tendem a variar de acordo com as necessidades do momento para que a trama possa continuar andando.
O trabalho de câmera ágil de Lee Hyung-deok e a edição habilidosa de Yang Jin-mo aumentam o ritmo feroz enquanto os mortos-vivos se aglomeram como insetos em escadas rolantes. A música de Jang Young-gyu alterna de punhaladas suaves e alarmes para toques de piano mais líricos, com cenas de carnificina muitas vezes compensadas por melodias melancólicas que enfatizam o desgosto sobre o horror.
Assim como na série 'The Walking Dead', o inimigo está longe de ser os zumbis, os personagens sobreviventes começam a revelar seus caráter, mostrando aqueles que apenas ajudam os outros e aqueles que apenas ajudam a si mesmos. Através da paranóia, mentalidade de rebanho e egoísmo, os verdadeiros vilões do filme emergem, para mim essa é uma das melhores abordagens de se explorar dentro do gênero "apocalipse zumbi ".
Os personagens são responsáveis por representar as críticas sociais que o filme propõe, escrevo isso, pois eles são clichês e desenvolvidos de maneira superficial, mas há um crescimento, eles são cômicos e envolventes. 'Invasão Zumbi' em um comentário subjacente sobre as divisões de classe. Mostra como os personagens elitistas, Seok Woo e Young Suk agem como se tivessem o direito de decidir quem vive e morre para se proteger, o primeiro mudando seus caminhos conforme o filme avança.
Yeon se estabelece como um diretor de ação muito eficaz, ele entrega uma história muito humanizada e oferece um clímax surpreendentemente emocional. A forma narrativa de 'Invasão Zumbi' é agradável, inovador e eficaz embora seja excessivamente familiar.
As intenções de 'Sergio' são puras, o filme é até agradável de assistir, ele mescla política, tragédia e romance, a grande questão é que ele não atinge o pico de nenhum desses gêneros deixando a história morna.
O filme não consegue emocionar como ele deveria fazer, mas faz um bom trabalho de pesquisa histórica do personagem. A diversidade do elenco também agrada, além disso, é muito legal assistir dois atores que não são americanos com papéis de destaque numa produção norte-americana.
A atuação de Wagner Moura, às vezes parece rígida e imponente, como se ele considerasse cada respiração, ele não está totalmente horrível, mas faltou mais naturalidade em sua atuação. Moura consegue trazer o modelo brilhante que Sergio foi, mas é muito mais difícil ver o homem por baixo.
Apesar de apoiar em valores familiares sobre a humanidade de Sergio, o filme não consegue emocionar. O filme ficou didático demais faltando emoção, mas ainda sim eu recomendo essa biografia, vale a pena darmos atenção a 'Sergio'.
Mais de 20 anos se passaram desde que Aardman Animations entregou "A Fuga das Galinhas". O primeiro filme continua sendo um clássico do entretenimento familiar, imbatível em sua inventividade, estética distinta e humor deliciosamente absurdo. Decepcionante, mas talvez não surpreendentemente, esta sequência não consegue igualar o original.
"A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets" é um assalto ao estilo "Onze Homens e um Segredo" misturado com "Missão: Impossível", não deixando de lado a brincadeira de parodiar filmes. A sequência deixou de lado o tom terroso do primeiro filme e trouxe um visual sintético de cores fortes.
A sequência não é chata, mas extensa e previsível. O filme não oferece muitas surpresas em termos de enredo, mas é consistentemente divertido. "A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets" poderia ir além da nostalgia e enredo familiar, há pouco para conquistar os amantes do primeiro filme que já estão crescidos.
O espectador passa a maior parte do tempo com um grupo de personagens, reduzidos às suas qualidades. Um é estúpido, um é forte, um é inteligente, um é velho. A maioria de suas piadas são repetidas e as situações são facilmente resolvidas. É uma série repetitiva de perigos percorridos até chegar ao inevitável ponto final.
"A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets" é um prato de frango assado requentado. O filme parece basicamente o mesmo, só que sem o sabor original. O longa-metragem mantém o público interessado no inevitável resgate de Molly, conseguindo apenas piadas e viradas de personagem suficientes para impedir que a maioria dos espectadores da Netflix olhe distraídos para seus celulares.
"A Porta ao Lado" é um filme dirigido por Júlia Rezende e com roteiro de L.G. Bayão, Patrícia Corso e Leonardo Moreira. O longa-metragem nacional é estrelado por Letícia Colin, Bárbara Paz, Dan Ferreira e Tulio Starling. O filme foi gravado inteiramente durante a pandemia de COVID-19.
A diretora Julia Rezende soube fazer um bom convite ao público, para refletir sobre relacionamento e suas diferentes formas e suas definições. "A Porta ao Lado" acompanha a personagem Mari em um momento em que ela é impulsionada por diversos desejos, sejam eles eróticos, de mudança ou de ressignificação.
O tema central de monogamia versus poligamia é clichê e batido, mas ao menos o longa-metragem foge de alguns estereótipos que geralmente caracterizam esses modelos pré-concebidos. Por exemplo, a personagem Mari não parece frustrada no seu relacionamento com Rafa, nem ao menos sexualmente falando. O outro ponto positivo, não há espaço para que o filme entregue soluções fáceis para problemas complexos.
Os seus personagens são contraditórios, possuem camadas e não atendem especificamente àquilo que deveriam ou não fazer de acordo com suas características principais. Há um bom desenvolvimento dos personagens "A Porta ao Lado" não é mérito apenas do roteiro. Os quatro protagonistas entregam atuações precisas e adequadas.
Embora o filme seja sobre as tensões geradas pelo choque entre modos de casamento fundamentalmente distintos. "A Porta ao Lado" peca em querer explorar outros temas mais profundos, que acabam sendo um mero enfeite para a narrativa e deixando o filme mais aceitável de um público mais mainstreaming. O racismo e machismo, por exemplo, são temas jogados na trama com muita superficialidade que deixou o longa-metragem empobrecido.
É importante ressaltar que "A Porta ao Lado" abusa de cenas de intimidade, mas todas são conduzidas com muita delicadeza e atenção por Julia Rezende. Sem expor os atores à nudez desnecessária ou vulgar.
Julia Rezende acerta ao construir uma trama clichê com delicadeza, sem forçar estereótipos dando espaço para os personagens desenvolverem, apesar da diretora atolar o enredo com outros temas mal desenvolvidos, "A Porta ao Lado" não julga, e isso causa uma reflexão profunda no espectador. O longa-metragem é imersivo, porém morno demais.
"A Fuga das Galinhas" é uma animação mágica que parece soar como nenhum outra animação. O longa-metragem usa animais como substitutos para nossas esperanças e medos, enquanto as galinhas correm por uma tentativa de fuga fracassada após a outra, o charme do filme nos conquista.
O filme infantil foi feito com animação em stop motion e produzido pelo estúdio britânico Aardman Animations em parceria com a DreamWorks Animation. "A Fuga das Galinhas" foi dirigido por Peter Lord e Nick Park a partir de um roteiro de Karey Kirkpatrick e de uma história de Lord e Park. O filme conta com as vozes de Julia Sawalha, Mel Gibson, Tony Haygarth, Miranda Richardson, Phil Daniels, Lynn Ferguson, Timothy Spall, Imelda Staunton e Benjamin Whitrow.
"A Fuga das Galinhas" começa como uma paródia de filmes de prisão da Segunda Guerra Mundial, como "A Grande Fuga" e "Stalag 17" (o local mais importante do filme é Hut 17). Enquanto a aventura do filme se desenrola o espectador se depara com uma outra paródia, quando Ginger e Rocky correm pelas entranhas da máquina de torta de frango, em uma sequência de ação parodiando "Indiana Jones e o Templo da Perdição". Essa animação é extremamente divertida.
Como um deleite de verão para as crianças, "A Fuga das Galinhas" é uma aposta muito sólida. O filme é sempre envolvente, cheio de humor brilhante, maravilhoso trabalho em stop-motion, conflito dramático e caracterizações maravilhosamente matizadas. O cenário confinado, semelhante a uma prisão, que raramente é deixado durante o filme, parece ter colocado uma espécie de camisa de força dramática no impulso dos cineastas para viagens laterais bacanas e digressões surpreendentes.
"A Fuga das Galinhas" não se resume em simplesmente mostrar galinhas tentando fugir e uma série de cenas episódicas. Há ousadia e habilidade no plano de fuga, mas também testes de caráter, à medida que os pássaros olham para suas almas e descobrem convicções ocultas. Em um filme infantil mais convencional, a trama prosseguiria no piloto automático.
No seu fim de semana de estreia nos Estados Unidos, o filme arrecadou US$ 17.506.162 por uma média de US$ 7.027 em 2.491 cinemas. O longa-metragem arrecadou mais de US$ 224 milhões, tornando-se o filme de animação em stop motion com maior bilheteria da história. Até o momento, "A Fuga das Galinhas" é o filme de animação em stop motion com maior bilheteria da história.
O que eu mais gosto de "A Fuga das Galinhas" é que ele não é simplesmente um quebra-cabeça da trama a ser resolvido com uma fuga inteligente no final. É observador da natureza humana (através de galinhas). Este filme sobre galinhas é mais humano do que muitas comédias por aí. O longa-metragem é engraçado, perverso, inteligente, visualmente inventivo, gentil, doce, carinhoso e tocante.
Um assalto ao posto de gasolina fica muito complicado neste promissor, mas indeciso, estudo de suspense e caráter.
Há mais fumaça do que fogo em 'Uma Noite Infernal', um thriller razoavelmente promissor em um único local que nunca se decide sobre o que quer ser. Ele é um suspense, um thriller, tem um pouco de humor negro, um pouco de violência, personagens complexos e por aí vai... Em uma prova de alternativas, o filme é a opção "todas as alternativas acima estão corretas".
O foco principal está nas habilidades instáveis de lidar com Melinda, sob pressão. Mas nem o filme sabe muito bem o que fazer com essa personagem. Não é que a atriz Tilda Cobham-Hervey seja incompetente, é que o filme raramente parece ter certeza de quem ou o que ela é. Isso deixa 'Uma Noite Infernal' com um núcleo instável, incapaz de comprometer-se em saber se o personagem principal em seu núcleo é simplesmente vítima, ou uma personalidade mais desonesta e perversa.
As reviravoltas do roteiro são divertidas e ajudam a deixar a experiência menos pior. A violência do filme evoca um pouco de terror, mas ajuda 'Uma Noite Infernal' a seguir a narrativa do clichê "crimes que deram errado".
O problema é que o primeiro longa-metragem do diretor e roteirista Mike Gan, embora seja tratado com competência, não se compromete o suficiente com nenhuma abordagem. O resultado é um filme fácil de desviar, moderadamente excêntrico, mas também instantaneamente esquecível.
'O Príncipe do Natal: O Bebê Real' é um conto de fadas de John Schultz, ambientado em um reino pitoresco coberto de neve, com uma cinematográfica focada em um ambiente bem antigo e pouco envolvente.
Embora 'O Príncipe do Natal: O Bebê Real' ofereça uma masmorra, uma maldição e um roubo chocante, é improvável que este filme faça algum efeito quando se junta a um monte de outros filmes clássicos de natal, então mantenha as suas expectativas baixa e aceite que você precisará de algo melhor para salvar sua noite.
De certa forma 'O Príncipe do Natal: O Bebê Real' se desvia da fórmula de seus antecessores. Por um lado, Richard e Amber realmente passam muito tempo juntos e parecem realmente se importar, algo que sempre parecia uma reflexão tardia no primeiro e no segundo filme dessa trilogia.
Em algum lugar entre o primeiro e o terceiro filme, Richard passou de príncipe playboy mal-humorado para um pai pateta. Um crescimento de personagem meio estranho, mas vou tolerar, pois existe um crescimento pelo menos. A única funcionalidade dele no filme, é tentar construir um berço.
Na terceira rodada de 'O Príncipe do Natal', todos aqueles personagens médios interpretados por atores médios retornam, isso é bom, se você gostou de vê-los nos dois primeiros filmes, se não gostou... Força...
O filme está cheio de piadas idiotas o tempo todo. Há algumas escolhas preguiçosas para trama; a tradição milenar versus a modernização, enquanto os homens tentam mostrar que serão bons pais, rainha Ming desaprova a ideia de Amber, de que como rainhas devem assinar o antigo tratado ao lado dos reis, nos entregando um clichê de girlpower.
O roubo que move a trama é a coisa que você menos se importará. Não há segurança no palácio, o tratado é facilmente roubado e escondido. E quando se descobre que está faltando, a câmera aproxima drasticamente sem ironia no rosto chocado de todos. Há muitas sequências inúteis de natal, incluindo um jogo de tabuleiro e uma ida à pista de patinação no gelo. Tudo é resolvido no final de uma maneira muito conveniente e todos ficam bem.
'O Príncipe do Natal: O Bebê Real' é frágil e simples, mas se é o romance real que você deseja, você o encontrou. Honestamente, não há muito o que dizer sobre o filme, ele é festivo e agradável é outra celebração de natal esteticamente agradável com uma trama ruim.
A diretora e roterista Alice Wu se inspirou em sua melhor amizade com um cara hétero quando ela saiu do armário. Ellie e Paul emergem como o par mais atraente de 'Você Nem Imagina'. Sua visão de mundo descomplicada fornece um contrapeso agradável às suas ansiedades internalizadas. A desvantagem de tornar os personagens adolescentes tão inteligentes e mundanos é que os artifícios da trama se tornam mais difíceis de aceitar.
O olhar de Alice Wu para uma bela fotografia está presente ao longo do filme, a câmera da diretora evoca a vida em uma cidade pequena. Uma narração de abertura sobre como os gregos antigos acreditavam que, encontrar a alma gêmea de alguém, era um ato de encontrar a pessoa que literalmente o completou, é refletida em uma cena posterior de dois personagens flutuando juntos em uma piscina local, com o rosto refletido na água abaixo. A iluminação suave e quente lança um brilho outonal em todo o filme.
O que salva o filme é o seu elenco jovem, cujo trio principal faz a maior parte do trabalho pesado. Na maior parte são Lewis, Diemer e Lemire carregando 'Você Nem Imagina' nas costas, e fazem com graça. Não é sempre que os adolescentes nos filmes realmente se sentem adolescentes, mas Leah Lewis captura o constrangimento e a incerteza de um adolescente excepcionalmente bem.
Paul e Ellie são legais de assistir, a amizade se torna facilmente o coração emocional do filme. Enquanto Alexxis Lemire recebe um pouco menos de trabalho, ela traz uma profundidade e um calor necessários para sua personagem unir os temas emocionais do filme.
O clímax do filme se passa na igreja, embora seja difícil imaginar a congregação silenciosamente permitindo que um punhado de adolescentes comande o culto, o cenário fala muito sobre o papel que a fé desempenha nas ações dos personagens. Além disso, considerando todos os níveis de engano que levaram a esse momento, não há realmente nenhuma maneira elegante de Paul e Ellie se esclarecerem sobre o esquema deles.
Então chega o final do filme, e tudo se desfaz de uma maneira incrivelmente decepcionante. As muitas histórias que Alice Wu estava fazendo malabarismos com apenas algumas bobagens, nesse ponto começam a colidir uma com a outra. O novo filme apresenta um desempenho vencedor, uma direção bonita e um roteiro confuso.
Depois de passarmos o primeiro filme deleitando-se com a abundante riqueza de seus protagonistas, o segundo filme inevitavelmente comete o erro de investigar de onde vem o dinheiro, e nada de interessante resulta disso.
'O Príncipe do Natal: O Casamento Real' está tentando justificar sua versão charmosamente de baixo valor de produção da fabulosa riqueza, observando o que a família real está fazendo pelo país que aparentemente serve, o que torna o filme muito mais chato.
Nada neste filme é surpreendente, mas é isso que o torna calmante. Em vez disso, passamos a maior parte do filme com Amber, enquanto ela luta para encontrar uma maneira de assumir suas novas funções como uma rainha, mantendo sua natureza independente e também seu blog.
Não se preocupe, em 'O Príncipe do Natal: O Casamento Real' existe um castelo. Existem luzes de natal. Há uma caricatura quase racista / homofóbica de um planejador de casamento gay indiano. Existem crianças fofas. Há neve, anjos de neve e tobogã na neve.
'O Príncipe do Natal: O Casamento Real' é ruim, mas aconchegante o suficiente para que você sinta que foi envolvido por um cobertor de valores familiares.
A estrutura essencial de 'A Lavanderia', adaptada para a tela de Scott Z. Burns do livro de Jake Burnstein, é confusa. Soderbergh flerta com vários estilos antes de se estabelecer na narrativa episódica conectada por Antonio Banderas e Gary Oldman.
Sempre foi difícil imaginar como um escândalo sombrio envolvendo financiamento global poderia ser transformado em filme, mas a decisão de Soderbergh de nos distrair com participações especiais de celebridades em uma série de vinhetas confusas, simplesmente não funcionou.
Soderbergh e o roteirista Scott Z. Burns tentam pegar conceitos financeiros complicados e dividi-los para um público comum, com atores conversando com a câmera. Apesar de todas as suas boas intenções, 'A Lavanderia' se agita, com um excesso de más ideias que minam a indignação justificável sobre os eventos descritos.
Conversas rápidas são o que Jurgen Mossack e Ramon Fonseca, caras da vida real interpretados respectivamente por Gary Oldman e Antonio Banderas, periodicamente fazem com efeito, um tanto torturado, ao longo do filme. Nos comentários diretos à câmera, eles justificam seu comportamento de uma maneira arrogante, destinada a ser sombria e divertida, mas isso se mostra cada vez mais irritante à medida que as coisas acontecem.
A diretora de elenco Carmen Cuba tem que preencher muitos papéis que têm apenas uma ou duas cenas para causar impacto, o filme tem Sharon Stone, Cristina Alonzo, David Schwimmer e Robert Patrick, nem mesmo Meryl Streep, Antonio Banderas e Gary Oldman conseguem elevar 'A Lavanderia'.
Soderbergh e Burns aparentemente queriam enfatizar a pura indignação do golpe e se divertir um pouco com essa barganha, mas seu objetivo satírico, em última análise, não se compara à nitidez de suas ambições, 'A Lavanderia' é uma exposição confusa.
A trama de 'O Príncipe do Natal' tem vários buracos. Por que o tutor original nunca apareceu? Por que Amber, em sua primeira turnê oficial de imprensa, só levaria um par de tênis? Como Richard consegue rastrear Amber na lanchonete de seu pai em Nova York no final, quando ele nem mesmo sabe que seu pai tem uma lanchonete e que ela estaria lá naquele momento? O filme é recheado de acontecimentos sem noção para fazer a história andar.
Não preciso falar que 'O Príncipe do Natal' é típico clichê natalino. Há cenas de guerra de bola de neve, um baile, uma personagem principal que todos amam e adoram facilmente. É o típico filme bobo que ninguém se importa, mas que assistimos, afinal é Natal. Isso não faz sentido, mas é o que fazemos, por isso esses filmes fazem "sucesso" nessa época do ano.
'O Príncipe do Natal' chega de carência de boas atuações, o que deixa muito a desejar, incluindo o fato de que a maioria dos atores está lutando para simular um sotaque americano. Talvez esse filme da Netflix seja o único filme em que as lindas canções de natal são muito irritantes.
Não importa o quão do mesmo e o quão ruim sejam esses filmes, a Netflix continua a sustentá-los, já que as festas de fim de ano parecem ser a temporada de fantasia e expectativas irreais, que gostamos de consumir apesar dos pesares.
À medida que as horas passam para o Dia D, quatro soldados americanos são deixados para trás das linhas inimigas na França, em uma missão crucial para o sucesso dos desembarques na Normandia. Mas seu objetivo é complicado quando se deparam com um monstruoso experimento nazista em uma igreja fortificada.
O promissor diretor Julius Avery faz um ato de abertura feroz, enquadrando a guerra como um espetáculo de terror por si só. A chegada de Boyce ao campo de batalha é um batismo literal de fogo, arrancado de um turbilhão de chamas quando seu avião é abatido e desce ao chão em uma enxurrada de explosões e tiros. O começo te prepara por algo que nunca chega.
De alguma forma, 'Operação Overlord' começa a desacelerar, mesmo quando o caos aumenta e o momento máximo do filme chega, as coisas começam a evoluir de assustador para cartunista, de conceito para clichê, em um piscar de olhos.
Após um começo de tirar o fôlego, o filme nunca chega à loucura exagerada que precisa atingir. 'Operação Overlord' fica leve e sem graça quando chega na metade. O ritmo paira quando a gangue une forças com a aldeã resistente Chloe (Mathilde Ollivier) para enfrentar um mal.
'Operação Overlord' é um passeio divertido, mas o roteiro não é suficientemente corajoso para atingir o ponto certo, e o desfecho sangrento não evoca carnificina suficiente para mascarar a falta de sustos reais.
Ashworth entrega uma mulher forte, sobrevivendo ao apocalipse na pele de Juliette, que exige um preparo físico também, mas quando ela viaja para o passado em flashbacks, ela é fraca, sua atuação soa como algo não verdadeiro. Há uma fraca conexão entre os personagens centrais de Juliette e seu amante, o que enfraquece o conjunto da obra. A química entre Ashworth e Fitoussi nos flashbacks da história é inexistente.
A estrutura de "Depois do Apocalipse" também tem problemas, ele vai e volta o tempo todo. Essa maneira de contar a trama, serve para nos dar muita história para Juliette, mas também mata o ritmo do filme. O trabalho de maquiagem da criatura interpretada por Botet também é muito bom, remete aos personagens interpretados pelo próprio ator na franquia de horror 'REC'. O filme também tem alguns sustos bem elaborados, um deles em particular é de gelar a medula do espectador.
Os valores de produção são muito bonitos. No apocalipse empoeirado, os locais decadentes eram impressionantes e propriamente. No presente, coisas da cidade grande, parece que nenhuma despesa foi poupada. Apartamentos e casas de luxo e ruas movimentadas da cidade conferem autenticidade e certamente uma visão da vida desses personagens.
Há alguns erros de continuidade notáveis que, quando são óbvios, apresentam uma distração do filme como um todo. A primeira é uma edição que coloca os dois personagens principais em diferentes posições de um ângulo para o outro. E depois, há a colocação da pistola de Juliette em uma cena de luta, que de repente está disponível para a nossa heroína, quando não era fisicamente possível com base em onde a arma acabou.
E aí chegamos ao final do filme, que simplesmente desaponta. Com fortes valores de produção, com uma estrutura narrativa nada agradável, o filme não consegue ser totalmente ruim e nem bom, ele fica morno.
Talvez para desfrutar plenamente da nova versão de 'Mortal Kombat' seja necessário um conhecimento prático do videogame em que se baseia, ou do filme de 1995. Essa nova versão não exige nenhum conhecimento prático de cinema e narrativa, o filme não é muito bom.
Desenvolvimento do personagem? Um enredo coerente? Atuação? Quando se trata de Mortal Kombat, o que importa é lutar, afinal, é isso que realmente importa aqui. Há uma história nominal no filme, mas é tudo apenas uma configuração de papelão usada como desculpa para justificar cenas de luta carregadas de sangue.
O que traz à tona o elemento mais importante de qualquer adaptação de Mortal Kombat são as lutas! A classificação R do filme ganha sua manutenção através dos floreios técnicos do filme. O som perturbador de uma adaga esmagando um osso; a beleza chocante de sangue e chuva misturados nas pétalas e folhas das flores; a grosseira gargalhada de um coração batendo sendo arrancado do peito de alguém, 'Mortal Kombat' é atencioso com isso.
No entanto, algumas lutas não são nada extraordinariamente coreografadas e carregadas com VFX esporádico de sangue coagulado e respingos de sangue digital. Os efeitos digitais não tornaram os filmes mais baratos, mas definitivamente os tornam menos interessantes de se olhar.
O protagonista principal do filme é um personagem totalmente original e eu achei isso positivo para o filme. O recém-chegado à franquia 'Mortal Kombat' é Cole Young (Lewis Tan), que nasceu com o logotipo do Mortal Kombat em seu peito. O maior problema do filme é que, com tantos personagens para acompanhar, a ação é constantemente interrompida por infindáveis lapsos de histórias de fundo.
Os diálogos ruins consistem em bordões dos jogos, nos quais os personagens falam em uma combinação de referências da cultura pop e respostas rápidas. A mistura deste 'Mortal Kombat' consiste de uma severidade descarada, humor blasé e discreto, que o coloca automaticamente junto com os sucessos de bilheteria contemporâneos.
No meio, 'Mortal Kombat' fica um pouco confuso e o ritmo está um pouco fora, o longa é puro produto fanservice. A melhor coisa que pode ser dito sobre o novo 'Mortal Kombat' é como ele pode enganar você a pensar que o passado está presente novamente. O longa é mais amplamente "assistível" do que a versão de 1995, mas é difícil enxergá-lo além de uma simples adaptação de vídeo game enfadonha.
O diretor Dennison Ramalho, apresenta um interessante comentário sobre violência urbana, ele propõe um terror que parte de questões tipicamente periféricas. 'Morto Não Fala' mostra realidades concretas das periferias brasileiras e traz para o lado fantasioso. O filme é orgânico e maduro quando mistura sua crítica ao gênero que ele propõe, nos dando uma mistura gore sensacional.
'Morto Não Fala' tem um roteiro que transita entre o estranho e o macabro, com uma grande facilidade e equilíbrio, mantendo a lógica de sua trama, aqui você não encontrará o clichê famoso "susto do nada sem propósito". 'Morto Não Fala' não é um filme barato recheado de surpresas que já esperávamos.
O elenco é ótimo. Há um pequeno problema com os atores mirins, que transmitem reações atrasadas, mas talvez isso poderia ter sido corrigido na hora da edição e montagem do projeto.
André Faccioli, responsável pela fotografia do filme, trás um trabalho bem feito dentro da trama sombria do filme. Ele trabalha com cores esverdeadas e muita textura, realçando a sensação de estar dentro de uma sala cirúrgica, ou até mesmo dentro do próprio IML. O filme trabalha bastante com ângulos de câmera que ajudam o telespectador a imergir na história, por isso, o sentimento de claustrofobia é sentido do começo ao fim em 'Morto Não Fala'.
O filme investe pesado nas cenas mais gráficas ao representar a rotina de autópsias no IML. Membros decepados, litros de sangue falso, vísceras expostas, estados de putrefação... Tudo isso é bem equilibrado e dosado, trazendo um conjunto visual para o filme.
'Morto Não Fala' sabe construir sua própria mitologia, desenvolve bons personagens e boas situações, mantém uma lógica impecável do começo ao fim, assusta e incomoda, e acima de tudo, diverte. 'Morto Não Fala' é um thriller de fundo moral que inverte as regras do tradicional gênero.
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraQuando Denis Villeneuve assinou contrato para dirigir uma versão do clássico romance de ficção científica de Frank Herbert, ele sem dúvida estava ciente da longa e muitas vezes torturada história do livro em Hollywood. Poderia Villeneuve, finalmente, fazer justiça ao conto de Paul Atreides? Não exatamente. Apesar de todas as suas imagens incríveis e boas interpretações, esta versão de 'Duna' não se aglutina totalmente.
Denis Villeneuve e seus co-roteiristas Jon Spaihts e Eric Roth tomaram a decisão aparentemente sensata de dividir o romance em dois filmes separados. O resultado dessa divisão não é apenas uma licença para permitir que muitos dos momentos menores do livro ou personagens secundários respirem, mas também para ser mais devoto ao trabalho do autor Herbert.
O elenco é sólido e cheio de rostos familiares oferecendo boas interpretações. A escalação de atores carismáticos como Momoa e Brolin ajuda a trazer humor ao filme, aqui o roteiro soube se beneficiar do carisma desses atores para trazer um pouco mais de calor e emoção ao longa.
Denis Villeneuve mais uma vez apresenta o feito mais consistente e impressionante de seus filmes: o design. Do fascínio imponente e anônimo das mulheres da Bene Gesserit, às vastas e variadas paisagens, estranhos espaços e aeronaves, à pura emoção de assistir coisas gigantes explodirem ou até mesmo a própria especiaria enquanto brilha na superfície de Arrakis, nenhum detalhe é poupado para nos imergir neste mundo fantástico.
Sabemos que o que funciona em um romance literário pode não funcionar em forma de filme e vice-versa, é o maior erro de Villeneuve com 'Duna: Parte Um', é que no ato dois tudo parece disforme e trabalhoso, como se o filme não fosse bem saber como ou onde termina. A história perde o pulso e o sentido de que estamos emocionalmente investidos nele.
'Duna: Parte Um' é um triunfo no que diz respeito a seus visuais e som, mas há uma falta de forma na última parte do filme que o arrasta para baixo e o desvia de sua beleza.
Carros 3
3.6 316 Assista Agora"Carros 3" surpreende não por ser muito bom, mas porque assisti ele com uma expectativa baixa. A cena do acidente do Relâmpago McQueen é poética. A escolha de fazer uma cena silenciosa faz a tensão brotar quase que automaticamente. Uma cena muito bem pensada e executada.
Os diálogos são bem feitos, o roteiro tem uma estrutura que funciona legal no começo e da metade do filme para frente é mais ou menos. Na metade do filme já sabemos como será o final dele, é previsível, principalmente nos dias atuais, onde é normal beberem da fonte de protagonista masculino passarem o bastão para protagonistas femininos. "Carros 3" é exatamente igual ao filme "Logan" em suas primícias.
O filme é para os dois públicos crianças e adultos. O filme é dinâmico e colorido, o que funciona para os pequenos. Mas a história de que McQueen está velho e agora precisa se adaptar a uma nova geração, somente quem é adulto consegue se projetar no filme.
A Pixar está errando a mão em seus filmes, mas "Carros 3" dá para colar um selo de qualidade Pixar, mas passa raspando. A criançada vai adorar com certeza, um filme que vale a pena principalmente para quem é amante da história.
Nada de Novo no Front
4.0 613 Assista AgoraA obra-prima vencedora do Oscar de 1930 sobre a insensatez da Primeira Guerra Mundial, "Nada de Novo no Front" de Lewis Milestone, é um filme quase intocável. Sua visão incrivelmente progressista da Grande Guerra como violência inútil em nome de um país que só via você como um par de botas e um rifle era tão universal e atemporal naquela época quanto é agora.
"Im Westen nichts Neues" (Nada de Novo no Front) é um longa-metragem anti-guerra alemão, com coprodução dos Estados Unidos, lançado em 2022, também adaptado do romance homônimo de 1929, de Erich Maria Remarque. Dirigido por Edward Berger, é estrelado por Felix Kammerer, Albrecht Schuch, Daniel Brühl, Sebastian Hülk, Aaron Hilmer, Edin Hasanovic e Devid Striesow. O filme teve estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto em 12 de setembro de 2022, e foi lançado mundialmente no streaming da Netflix em 28 de outubro de 2022.
Em agosto de 2022, o filme foi anunciado como o representante da Alemanha na categoria de Melhor Filme Internacional para o Oscar 2023. O filme foi indicado a nove categorias, incluindo Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado. Venceu 4 categorias: Melhor Filme Internacional, Melhor Trilha Sonora, Melhor Design de Produção e Melhor Fotografia.
Os roteiristas Ian Stokell, Lesley Paterson e Edward Berger (também diretor) se desviaram significativamente da obra original, mas a estrutura básica da história ainda está em vigor. A versão 2022 de Edward Berger torna-se ainda mais necessária não apenas por suas conquistas cinematográficas, mas porque marca a primeira adaptação cinematográfica em língua alemã do romance de Erich Maria Remarque.
"Nada de Novo no Front" de Edward Berger aproveita ao máximo o que a tecnologia moderna trouxe para o cinema, mantendo a exploração assombrosamente íntima da psique desses soldados. Ele não se perde na emoção de filmar grandes sequências de ação, ou organizar todos os componentes no quadro para que tudo flua como dominós em cascata. Em vez disso, ele se baseia inteiramente nos sentimentos de seus personagens e nos mínimos detalhes.
O longa-metragem sai do campo de batalha e segue Paul e sua equipe, para um par de histórias complementares focadas em Matthias Erzberger (Daniel Brühl) enquanto ele negocia o armistício, e o cruel General Friedrichs (Devid Striesow) – que luta para encontrar uma identidade fora da guerra. Esses dois arcos parecem um tanto supérfluos quando comparados à atração emocional do impulso principal do filme, mas servem ao seu propósito de adicionar um contexto histórico mais amplo ao filme, bem como transmitir o completo distanciamento entre a realidade horrível da linha de frente e os jogos de poder frio dos homens no comando.
"Nada de Novo no Front" é um filme completo, com uma visão clara, uma série de cenas inesquecíveis e uma teia de personagens fantásticos. Ele definitivamente depende mais do poder das imagens e do simbolismo do que das palavras e discursos, o que foi, em última análise, o movimento certo dada a sociedade hiper visual de hoje e a qualidade nítida das câmeras modernas.
O longa-metragem é lindamente filmado e evocativo durante a maior parte de seu tempo de execução, mas fica um pouco repetitivo no final. Estica muito para um final que parece um pouco inventado em comparação com tudo o que veio antes. Ao evocar formas mais tradicionais de tragédia, ela vende um pouco as particularidades de sua própria história. Para uma história sobre a insensatez e o absurdo da guerra, a simetria só diminui isso.
Esse é um filme de guerra quase impecável que preenche todas as caixas do que o gênero exige, mantendo a abordagem anti-guerra subversiva do material de origem. É visualmente impressionante, acima de tudo, o diretor Berger entrega uma experiência cinematográfica arrepiante que deve se tornar obrigatória.
Carros 2
3.1 857 Assista AgoraO que Pixar estava na cabeça ao fazer "Carros 2"? Meu Deus um filme Pixar sem qualidade Pixar é até difícil de se acreditar.
A trama de "Carros 2" não é focada e cheio de infelizes clichês em seu roteiro. Colocar o herói McQueen de plano de fundo para deixar aparecer as aventuras de espiões com Mate, não funcionou e o Mate não é um personagem que tem força para sustentar uma história, não uma história de McQueen.
Carros falantes é bem difícil de engolir e a Pixar conseguiu convencer no primeiro filme, mas aqui, ela destrói o mundo adicionando aviões falantes também.
Os personagens não são explorados e o mundo também não. O foco de "Carros 2" é explosões e cenas de ação. Os pequenos vão curtir demais, mas o filme é superficial.
Na verdade, ao ver a quantidade de brinquedos e jogos lançados de "Carros" conseguimos entender o porquê de "Carros 2", sim um filme focado para venda de brinquedos, esse é o motivo dele existir.
A Mata Negra
3.2 100'A Mata Negra' mostra que o trash é bem vindo e cai super bem no cinema nacional, poderia ser melhor valorizado pelo público. O filme não perde a chance de se divertir com momentos despretensiosos.
Há uma boa qualidade técnica em 'A Mata Negra'. O trabalho de maquiagem e dos efeitos práticos, são um show à parte e dão um toque especial ao filme. A violência e o gore típico de filmes trash, fazem presentes na medida certa sem exageros.
Por mais que existam tomadas aéreas e planos-sequências complexos, há uma boa direção e habilidade do diretor Aragão e seu estilo é bem forte no filme. E por mais que 'A Mata Negra' seja mais complexo que outros filmes do diretor, aqui está ao avesso dos moldes hollywoodianos, o filme tem uma forte raiz brasileira.
A Mata Negra é nada mais, nada menos, que uma história movida pelo amor e a busca pela felicidade. Apresentando um universo único, divertido e sombrio, o filme é mais um belo exemplar de um estilo de cinema brasileiro, apesar de muito desvalorizado por grande parte do público, tem seu valor.
Há terror suficiente para nos deixar imersos em uma atmosfera de apreensão e medo, mas sem esquecer a pitada de comédia que chega para romper totalmente com as cenas e subverter nossa percepção daqueles momentos. Além disso é totalmente firmado em nosso folclore o que deixa a trama mais interessante.
'A Mata Negra' é um filme que eu recomendo, com sua pegada de filme B, com ótimas atuações e sua trama cheia de histórias do folclore nacional, tem tudo isso misturado com uma ótima direção de a
Carros
3.4 728 Assista AgoraUma história sobre carros que falam parece não convencer muito, mas a Pixar sabe vender uma boa história mesmo sendo tão absurda.
Sim, "Carros" é uma ideia criativa, e sim, a Pixar percebe esse mundo de carros em toda a extensão. Mas nem todas as ideias são boas, mesmo que realizadas. Às vezes é estranho ver os carros com alma de seres humanos, por exemplo tentando manifestar gestos afetivos como um simples beijo. No mundo de carros, se carros se beijarem isso não acabará bem!
O roteiro traz uma história que parece fugir um pouco da proposta infantil. Aqui não teremos muita comédia e uma super aventura, o filme é um drama, que talvez não funcionará para crianças. O filme tem alguns problemas de ritmo principalmente no meio dele, onde as coisas são paradas como em um engarrafamento, a história fica chata.
Essa animação é bonita e desenhada com muito requinte. Os reflexos no capô dos carros, os neons na escura estrada e as paisagens são lindas, um desenho cheio de detalhes e muito bem feito.
"Carros" é um filme nostálgico e às vezes lentamente passeando sobre problemas adultos, sua história é fundamentalmente menos atraente. Um ótimo filme para se divertir, mas de alguma forma não tem o impulso extra dos outros filmes da Pixar.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraEm performances emocionantes, repletas de dialetos de época saborosos e solavancos de insanidade cada vez mais intensos. Willem Dafoe e Robert Pattinson nunca foram melhores.
Robert Eggers, trabalhando com seu irmão Max Eggers como co-roteirista, elaborou outro conto alucinatório distinto, desta vez fundindo lendas marítimas com mitologia antiga, folclore, sugestão sobrenatural, terror envolvente e a paranoia agitada do isolamento.
A fotografia em preto e branco, fria e gritante também ajuda a definir o cenário, criando uma atmosfera terrivelmente opressiva e refletindo as condições severas e implacáveis que os homens enfrentam. O elenco encontra humor na miséria, através de jogo de palavras inteligente, um pouco de palhaçada e uma chocante cena cruel com uma gaivota.
'O Farol' se torna mais ambíguo à medida que o filme avança, claro que um filme de Robert Eggers tem menos a ver com o destino e mais com a jornada. Desde o início, o diretor nos puxa para um posto avançado de solidão sobrenatural. E se você estiver disposto a se entregar a imagens sombrias, linguagem exigente e temas aterrorizantes, 'O Farol' é um passeio selvagem mais que indicado.
Como uma reflexão sobre a solidão, a desolação e a loucura, 'O Farol' é repleto de diálogos perturbadores e imagens assombrosas que se alastram pelo seu cérebro.
Invasão Zumbi 2: Península
2.4 392 Assista AgoraEmbora tome emprestado generosa de muitos gêneros de referência, 'Invasão Zumbi 2: Península' oferece cenários desconectados em uma atmosfera inchada e impessoal, o filme quase não está conectado ao seu antecessor.
Em 'Invasão Zumbi 2: Península', personagens entram e saem do filme aparentemente ao acaso. Yeon corta, de maneira apática, entre as várias narrativas, exibindo pouco da engenhosidade espacial ou literária que empregou em 'Invasão Zumbi'. Os diálogos também parecem reciclados de muitos outros filmes do gênero, o filme também deixou de apresentar nuances de seus personagens para dar espaço a ação.
As cenas de ação que, em vez de rastrear a logística minuciosa e inteligente de movimento em um único espaço, é recheada com intermináveis perseguições de caminhões digitais, que são mais cansativas do que impressionantes e apresenta um número enorme de corpos em CGI sendo atropelados.
'Invasão Zumbi 2: Península' tem uma qualidade genérica exagerada que é intensificada pela vibração obscura de seu cenário de cidade do inferno, que é emprestado de muitos thrillers assustadores dos anos 80. No entanto, Yeon não é capaz de elevar essa sensação auto conscientemente barata a uma declaração de moda punk minimalista.
O enredo tem algumas reviravoltas no final, quando chega ao seu final amplo e emocionalmente manipulador, ele tem algumas ideias revigorantes e otimistas sobre pequenos gestos de sacrifício que fazem a diferença é que às vezes é importante escolher a emoção em vez da lógica.
Infelizmente, 'Invasão Zumbi 2: Península' não se conecta à história ou no mundo estabelecido no primeiro filme, o longa está tão preocupado em projetar a aparência de um blockbuster de ação que descarta os personagens com nuances que fizeram o primeiro filme se destacar.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
3.4 1,4KQuando 'Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa' apresenta a Harley Quinn de Margot Robbie, ela acaba de sair de um romance abusivo de longo prazo com o Coringa de Leto. Apesar do Coringa ser um papel crucial na motivação de Harley Quinn, ele nunca aparece na tela. Isso não impede que Harley e os outros personagens falem sobre o Coringa constantemente, deixando 'Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa' um pouco estranho.
A diretora Cathy Yan e a roteirista Christina Hodson são maníacas ao extremo. O filme constantemente pula em sua linha narrativa. Talvez o excesso de cafeína possa desgastar alguns, mas 'Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa' nunca é chato ou cansativo, porque nem um segundo é permitido passar sem algum tipo de brincadeira, mordaça ou acrobacia.
Mas isso se torna um ponto negativo para o filme também, suas viagens pela linha narrativa faz a trama ser recontada várias vezes, de novo e de novo. Quando você termina de assistir ao filme, você percebe que ele poderia ter sido cortado pela metade.
O aspecto mais emocionante do filme é o seu desprezo elegante pela dor e pelo corpo humano. Cathy Yan nos mostra como é ridículo, hipnotizante e horrível entrar em uma briga com essas mulheres poderosas. Várias das sequências de ação são inteligentemente e bem coreografadas para deixar a personalidade anárquica de Harley Quinn brilhar através de seus chutes e reviravoltas.
Como estamos no ponto de vista de Harley Quinn, todos os seus movimentos (tiros e granadas) vêm com rajadas de confete, fumaça colorida ou tinta brilhante. Talvez seja uma maneira de nos indicar que Quinn não pode ver as consequências mortais de suas ações.
Um outro problema de 'Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa' é que o filme não é totalmente de Harley Quinn. Quando as novas personagens vão aparecendo em tela, a história vai se dividindo entre as integrantes da liga de mulheres. A forma narrativa é ineficiente, deixando muita indireta toda a trama do filme.
'Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa' é frustrante porém charmoso. O filme ficou apertado e sufocado com sua escolha narrativa e com pouco tempo para desenvolver tantos personagens. Ele se diverte, é irônico e refrescante merece uma chance.
Invasão Zumbi
4.0 2,1K Assista AgoraQuase 60 anos desde que 'A Noite dos Mortos-Vivos' de George A Romero e as muitas temporadas em 'The Walking Dead', ninguém imaginaria que "apocalipse zumbi" seria tão explorado a ponto de cansar, mas 'Invasão Zumbi' traz um certo frescor.
Tente não rir quando o vírus zumbi anima sua primeira vítima, um cervo atropelado por um criador de porcos, para não se agoniar quando desesperados começaram a pisotear inocentes, para não chorar quando os mortos-vivos matarem seu personagens amado e para não se emocionar com os momentos de sacrifício heróico.
O diretor Yeon mantém uma sensibilidade gráfica afiada. Um ataque em uma plataforma de trem assustadoramente vislumbrado da janela de um trem partindo dá uma amostra arrepiante do que está por vir , uma maré trovejante de comedores de carne está se espalhando pelos corredores, pelos assentos e pelos corredores, uma onda de mortos-vivos e estalando membros de uma aspereza contorcida e retorcida.
O que torna os zumbis no Yeon Sang-ho diferentes dos usuais devoradores de carne é que eles mordiscam um pouco e passam para a próxima pessoa. Reagindo apenas ao som ou se uma pessoa está em sua linha de visão, eles contorcem seus corpos, mostrando seus dentes e correndo através de algo para mastigar, Yeon criou sua própria versão arrepiante dos mortos-vivos. O diretor faz um uso inteligente dos alojamentos apertados, mas erra quando as habilidades de seus zumbis tendem a variar de acordo com as necessidades do momento para que a trama possa continuar andando.
O trabalho de câmera ágil de Lee Hyung-deok e a edição habilidosa de Yang Jin-mo aumentam o ritmo feroz enquanto os mortos-vivos se aglomeram como insetos em escadas rolantes. A música de Jang Young-gyu alterna de punhaladas suaves e alarmes para toques de piano mais líricos, com cenas de carnificina muitas vezes compensadas por melodias melancólicas que enfatizam o desgosto sobre o horror.
Assim como na série 'The Walking Dead', o inimigo está longe de ser os zumbis, os personagens sobreviventes começam a revelar seus caráter, mostrando aqueles que apenas ajudam os outros e aqueles que apenas ajudam a si mesmos. Através da paranóia, mentalidade de rebanho e egoísmo, os verdadeiros vilões do filme emergem, para mim essa é uma das melhores abordagens de se explorar dentro do gênero "apocalipse zumbi ".
Os personagens são responsáveis por representar as críticas sociais que o filme propõe, escrevo isso, pois eles são clichês e desenvolvidos de maneira superficial, mas há um crescimento, eles são cômicos e envolventes. 'Invasão Zumbi' em um comentário subjacente sobre as divisões de classe. Mostra como os personagens elitistas, Seok Woo e Young Suk agem como se tivessem o direito de decidir quem vive e morre para se proteger, o primeiro mudando seus caminhos conforme o filme avança.
Yeon se estabelece como um diretor de ação muito eficaz, ele entrega uma história muito humanizada e oferece um clímax surpreendentemente emocional. A forma narrativa de 'Invasão Zumbi' é agradável, inovador e eficaz embora seja excessivamente familiar.
Sérgio
3.2 223As intenções de 'Sergio' são puras, o filme é até agradável de assistir, ele mescla política, tragédia e romance, a grande questão é que ele não atinge o pico de nenhum desses gêneros deixando a história morna.
O filme não consegue emocionar como ele deveria fazer, mas faz um bom trabalho de pesquisa histórica do personagem. A diversidade do elenco também agrada, além disso, é muito legal assistir dois atores que não são americanos com papéis de destaque numa produção norte-americana.
A atuação de Wagner Moura, às vezes parece rígida e imponente, como se ele considerasse cada respiração, ele não está totalmente horrível, mas faltou mais naturalidade em sua atuação. Moura consegue trazer o modelo brilhante que Sergio foi, mas é muito mais difícil ver o homem por baixo.
Apesar de apoiar em valores familiares sobre a humanidade de Sergio, o filme não consegue emocionar. O filme ficou didático demais faltando emoção, mas ainda sim eu recomendo essa biografia, vale a pena darmos atenção a 'Sergio'.
A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets
3.4 235 Assista AgoraMais de 20 anos se passaram desde que Aardman Animations entregou "A Fuga das Galinhas". O primeiro filme continua sendo um clássico do entretenimento familiar, imbatível em sua inventividade, estética distinta e humor deliciosamente absurdo. Decepcionante, mas talvez não surpreendentemente, esta sequência não consegue igualar o original.
"A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets" é um assalto ao estilo "Onze Homens e um Segredo" misturado com "Missão: Impossível", não deixando de lado a brincadeira de parodiar filmes. A sequência deixou de lado o tom terroso do primeiro filme e trouxe um visual sintético de cores fortes.
A sequência não é chata, mas extensa e previsível. O filme não oferece muitas surpresas em termos de enredo, mas é consistentemente divertido. "A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets" poderia ir além da nostalgia e enredo familiar, há pouco para conquistar os amantes do primeiro filme que já estão crescidos.
O espectador passa a maior parte do tempo com um grupo de personagens, reduzidos às suas qualidades. Um é estúpido, um é forte, um é inteligente, um é velho. A maioria de suas piadas são repetidas e as situações são facilmente resolvidas. É uma série repetitiva de perigos percorridos até chegar ao inevitável ponto final.
"A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets" é um prato de frango assado requentado. O filme parece basicamente o mesmo, só que sem o sabor original. O longa-metragem mantém o público interessado no inevitável resgate de Molly, conseguindo apenas piadas e viradas de personagem suficientes para impedir que a maioria dos espectadores da Netflix olhe distraídos para seus celulares.
A Porta ao Lado
2.8 9"A Porta ao Lado" é um filme dirigido por Júlia Rezende e com roteiro de L.G. Bayão, Patrícia Corso e Leonardo Moreira. O longa-metragem nacional é estrelado por Letícia Colin, Bárbara Paz, Dan Ferreira e Tulio Starling. O filme foi gravado inteiramente durante a pandemia de COVID-19.
A diretora Julia Rezende soube fazer um bom convite ao público, para refletir sobre relacionamento e suas diferentes formas e suas definições. "A Porta ao Lado" acompanha a personagem Mari em um momento em que ela é impulsionada por diversos desejos, sejam eles eróticos, de mudança ou de ressignificação.
O tema central de monogamia versus poligamia é clichê e batido, mas ao menos o longa-metragem foge de alguns estereótipos que geralmente caracterizam esses modelos pré-concebidos. Por exemplo, a personagem Mari não parece frustrada no seu relacionamento com Rafa, nem ao menos sexualmente falando. O outro ponto positivo, não há espaço para que o filme entregue soluções fáceis para problemas complexos.
Os seus personagens são contraditórios, possuem camadas e não atendem especificamente àquilo que deveriam ou não fazer de acordo com suas características principais. Há um bom desenvolvimento dos personagens "A Porta ao Lado" não é mérito apenas do roteiro. Os quatro protagonistas entregam atuações precisas e adequadas.
Embora o filme seja sobre as tensões geradas pelo choque entre modos de casamento fundamentalmente distintos. "A Porta ao Lado" peca em querer explorar outros temas mais profundos, que acabam sendo um mero enfeite para a narrativa e deixando o filme mais aceitável de um público mais mainstreaming. O racismo e machismo, por exemplo, são temas jogados na trama com muita superficialidade que deixou o longa-metragem empobrecido.
É importante ressaltar que "A Porta ao Lado" abusa de cenas de intimidade, mas todas são conduzidas com muita delicadeza e atenção por Julia Rezende. Sem expor os atores à nudez desnecessária ou vulgar.
Julia Rezende acerta ao construir uma trama clichê com delicadeza, sem forçar estereótipos dando espaço para os personagens desenvolverem, apesar da diretora atolar o enredo com outros temas mal desenvolvidos, "A Porta ao Lado" não julga, e isso causa uma reflexão profunda no espectador. O longa-metragem é imersivo, porém morno demais.
A Fuga das Galinhas
3.4 717 Assista Agora"A Fuga das Galinhas" é uma animação mágica que parece soar como nenhum outra animação. O longa-metragem usa animais como substitutos para nossas esperanças e medos, enquanto as galinhas correm por uma tentativa de fuga fracassada após a outra, o charme do filme nos conquista.
O filme infantil foi feito com animação em stop motion e produzido pelo estúdio britânico Aardman Animations em parceria com a DreamWorks Animation. "A Fuga das Galinhas" foi dirigido por Peter Lord e Nick Park a partir de um roteiro de Karey Kirkpatrick e de uma história de Lord e Park. O filme conta com as vozes de Julia Sawalha, Mel Gibson, Tony Haygarth, Miranda Richardson, Phil Daniels, Lynn Ferguson, Timothy Spall, Imelda Staunton e Benjamin Whitrow.
"A Fuga das Galinhas" começa como uma paródia de filmes de prisão da Segunda Guerra Mundial, como "A Grande Fuga" e "Stalag 17" (o local mais importante do filme é Hut 17). Enquanto a aventura do filme se desenrola o espectador se depara com uma outra paródia, quando Ginger e Rocky correm pelas entranhas da máquina de torta de frango, em uma sequência de ação parodiando "Indiana Jones e o Templo da Perdição". Essa animação é extremamente divertida.
Como um deleite de verão para as crianças, "A Fuga das Galinhas" é uma aposta muito sólida. O filme é sempre envolvente, cheio de humor brilhante, maravilhoso trabalho em stop-motion, conflito dramático e caracterizações maravilhosamente matizadas. O cenário confinado, semelhante a uma prisão, que raramente é deixado durante o filme, parece ter colocado uma espécie de camisa de força dramática no impulso dos cineastas para viagens laterais bacanas e digressões surpreendentes.
"A Fuga das Galinhas" não se resume em simplesmente mostrar galinhas tentando fugir e uma série de cenas episódicas. Há ousadia e habilidade no plano de fuga, mas também testes de caráter, à medida que os pássaros olham para suas almas e descobrem convicções ocultas. Em um filme infantil mais convencional, a trama prosseguiria no piloto automático.
No seu fim de semana de estreia nos Estados Unidos, o filme arrecadou US$ 17.506.162 por uma média de US$ 7.027 em 2.491 cinemas. O longa-metragem arrecadou mais de US$ 224 milhões, tornando-se o filme de animação em stop motion com maior bilheteria da história. Até o momento, "A Fuga das Galinhas" é o filme de animação em stop motion com maior bilheteria da história.
O que eu mais gosto de "A Fuga das Galinhas" é que ele não é simplesmente um quebra-cabeça da trama a ser resolvido com uma fuga inteligente no final. É observador da natureza humana (através de galinhas). Este filme sobre galinhas é mais humano do que muitas comédias por aí. O longa-metragem é engraçado, perverso, inteligente, visualmente inventivo, gentil, doce, carinhoso e tocante.
Uma Noite Infernal
2.5 89 Assista AgoraUm assalto ao posto de gasolina fica muito complicado neste promissor, mas indeciso, estudo de suspense e caráter.
Há mais fumaça do que fogo em 'Uma Noite Infernal', um thriller razoavelmente promissor em um único local que nunca se decide sobre o que quer ser. Ele é um suspense, um thriller, tem um pouco de humor negro, um pouco de violência, personagens complexos e por aí vai... Em uma prova de alternativas, o filme é a opção "todas as alternativas acima estão corretas".
O foco principal está nas habilidades instáveis de lidar com Melinda, sob pressão. Mas nem o filme sabe muito bem o que fazer com essa personagem. Não é que a atriz Tilda Cobham-Hervey seja incompetente, é que o filme raramente parece ter certeza de quem ou o que ela é. Isso deixa 'Uma Noite Infernal' com um núcleo instável, incapaz de comprometer-se em saber se o personagem principal em seu núcleo é simplesmente vítima, ou uma personalidade mais desonesta e perversa.
As reviravoltas do roteiro são divertidas e ajudam a deixar a experiência menos pior. A violência do filme evoca um pouco de terror, mas ajuda 'Uma Noite Infernal' a seguir a narrativa do clichê "crimes que deram errado".
O problema é que o primeiro longa-metragem do diretor e roteirista Mike Gan, embora seja tratado com competência, não se compromete o suficiente com nenhuma abordagem. O resultado é um filme fácil de desviar, moderadamente excêntrico, mas também instantaneamente esquecível.
O Príncipe do Natal: O Bebê Real
2.8 57 Assista Agora'O Príncipe do Natal: O Bebê Real' é um conto de fadas de John Schultz, ambientado em um reino pitoresco coberto de neve, com uma cinematográfica focada em um ambiente bem antigo e pouco envolvente.
Embora 'O Príncipe do Natal: O Bebê Real' ofereça uma masmorra, uma maldição e um roubo chocante, é improvável que este filme faça algum efeito quando se junta a um monte de outros filmes clássicos de natal, então mantenha as suas expectativas baixa e aceite que você precisará de algo melhor para salvar sua noite.
De certa forma 'O Príncipe do Natal: O Bebê Real' se desvia da fórmula de seus antecessores. Por um lado, Richard e Amber realmente passam muito tempo juntos e parecem realmente se importar, algo que sempre parecia uma reflexão tardia no primeiro e no segundo filme dessa trilogia.
Em algum lugar entre o primeiro e o terceiro filme, Richard passou de príncipe playboy mal-humorado para um pai pateta. Um crescimento de personagem meio estranho, mas vou tolerar, pois existe um crescimento pelo menos. A única funcionalidade dele no filme, é tentar construir um berço.
Na terceira rodada de 'O Príncipe do Natal', todos aqueles personagens médios interpretados por atores médios retornam, isso é bom, se você gostou de vê-los nos dois primeiros filmes, se não gostou... Força...
O filme está cheio de piadas idiotas o tempo todo. Há algumas escolhas preguiçosas para trama; a tradição milenar versus a modernização, enquanto os homens tentam mostrar que serão bons pais, rainha Ming desaprova a ideia de Amber, de que como rainhas devem assinar o antigo tratado ao lado dos reis, nos entregando um clichê de girlpower.
O roubo que move a trama é a coisa que você menos se importará. Não há segurança no palácio, o tratado é facilmente roubado e escondido. E quando se descobre que está faltando, a câmera aproxima drasticamente sem ironia no rosto chocado de todos. Há muitas sequências inúteis de natal, incluindo um jogo de tabuleiro e uma ida à pista de patinação no gelo. Tudo é resolvido no final de uma maneira muito conveniente e todos ficam bem.
'O Príncipe do Natal: O Bebê Real' é frágil e simples, mas se é o romance real que você deseja, você o encontrou. Honestamente, não há muito o que dizer sobre o filme, ele é festivo e agradável é outra celebração de natal esteticamente agradável com uma trama ruim.
Você Nem Imagina
3.4 518 Assista AgoraA diretora e roterista Alice Wu se inspirou em sua melhor amizade com um cara hétero quando ela saiu do armário. Ellie e Paul emergem como o par mais atraente de 'Você Nem Imagina'. Sua visão de mundo descomplicada fornece um contrapeso agradável às suas ansiedades internalizadas. A desvantagem de tornar os personagens adolescentes tão inteligentes e mundanos é que os artifícios da trama se tornam mais difíceis de aceitar.
O olhar de Alice Wu para uma bela fotografia está presente ao longo do filme, a câmera da diretora evoca a vida em uma cidade pequena. Uma narração de abertura sobre como os gregos antigos acreditavam que, encontrar a alma gêmea de alguém, era um ato de encontrar a pessoa que literalmente o completou, é refletida em uma cena posterior de dois personagens flutuando juntos em uma piscina local, com o rosto refletido na água abaixo. A iluminação suave e quente lança um brilho outonal em todo o filme.
O que salva o filme é o seu elenco jovem, cujo trio principal faz a maior parte do trabalho pesado. Na maior parte são Lewis, Diemer e Lemire carregando 'Você Nem Imagina' nas costas, e fazem com graça. Não é sempre que os adolescentes nos filmes realmente se sentem adolescentes, mas Leah Lewis captura o constrangimento e a incerteza de um adolescente excepcionalmente bem.
Paul e Ellie são legais de assistir, a amizade se torna facilmente o coração emocional do filme. Enquanto Alexxis Lemire recebe um pouco menos de trabalho, ela traz uma profundidade e um calor necessários para sua personagem unir os temas emocionais do filme.
O clímax do filme se passa na igreja, embora seja difícil imaginar a congregação silenciosamente permitindo que um punhado de adolescentes comande o culto, o cenário fala muito sobre o papel que a fé desempenha nas ações dos personagens. Além disso, considerando todos os níveis de engano que levaram a esse momento, não há realmente nenhuma maneira elegante de Paul e Ellie se esclarecerem sobre o esquema deles.
Então chega o final do filme, e tudo se desfaz de uma maneira incrivelmente decepcionante. As muitas histórias que Alice Wu estava fazendo malabarismos com apenas algumas bobagens, nesse ponto começam a colidir uma com a outra. O novo filme apresenta um desempenho vencedor, uma direção bonita e um roteiro confuso.
O Príncipe do Natal: O Casamento Real
2.8 70Depois de passarmos o primeiro filme deleitando-se com a abundante riqueza de seus protagonistas, o segundo filme inevitavelmente comete o erro de investigar de onde vem o dinheiro, e nada de interessante resulta disso.
'O Príncipe do Natal: O Casamento Real' está tentando justificar sua versão charmosamente de baixo valor de produção da fabulosa riqueza, observando o que a família real está fazendo pelo país que aparentemente serve, o que torna o filme muito mais chato.
Nada neste filme é surpreendente, mas é isso que o torna calmante. Em vez disso, passamos a maior parte do filme com Amber, enquanto ela luta para encontrar uma maneira de assumir suas novas funções como uma rainha, mantendo sua natureza independente e também seu blog.
Não se preocupe, em 'O Príncipe do Natal: O Casamento Real' existe um castelo. Existem luzes de natal. Há uma caricatura quase racista / homofóbica de um planejador de casamento gay indiano. Existem crianças fofas. Há neve, anjos de neve e tobogã na neve.
'O Príncipe do Natal: O Casamento Real' é ruim, mas aconchegante o suficiente para que você sinta que foi envolvido por um cobertor de valores familiares.
A Lavanderia
3.3 246A estrutura essencial de 'A Lavanderia', adaptada para a tela de Scott Z. Burns do livro de Jake Burnstein, é confusa. Soderbergh flerta com vários estilos antes de se estabelecer na narrativa episódica conectada por Antonio Banderas e Gary Oldman.
Sempre foi difícil imaginar como um escândalo sombrio envolvendo financiamento global poderia ser transformado em filme, mas a decisão de Soderbergh de nos distrair com participações especiais de celebridades em uma série de vinhetas confusas, simplesmente não funcionou.
Soderbergh e o roteirista Scott Z. Burns tentam pegar conceitos financeiros complicados e dividi-los para um público comum, com atores conversando com a câmera. Apesar de todas as suas boas intenções, 'A Lavanderia' se agita, com um excesso de más ideias que minam a indignação justificável sobre os eventos descritos.
Conversas rápidas são o que Jurgen Mossack e Ramon Fonseca, caras da vida real interpretados respectivamente por Gary Oldman e Antonio Banderas, periodicamente fazem com efeito, um tanto torturado, ao longo do filme. Nos comentários diretos à câmera, eles justificam seu comportamento de uma maneira arrogante, destinada a ser sombria e divertida, mas isso se mostra cada vez mais irritante à medida que as coisas acontecem.
A diretora de elenco Carmen Cuba tem que preencher muitos papéis que têm apenas uma ou duas cenas para causar impacto, o filme tem Sharon Stone, Cristina Alonzo, David Schwimmer e Robert Patrick, nem mesmo Meryl Streep, Antonio Banderas e Gary Oldman conseguem elevar 'A Lavanderia'.
Soderbergh e Burns aparentemente queriam enfatizar a pura indignação do golpe e se divertir um pouco com essa barganha, mas seu objetivo satírico, em última análise, não se compara à nitidez de suas ambições, 'A Lavanderia' é uma exposição confusa.
O Príncipe do Natal
3.1 181 Assista AgoraA trama de 'O Príncipe do Natal' tem vários buracos. Por que o tutor original nunca apareceu? Por que Amber, em sua primeira turnê oficial de imprensa, só levaria um par de tênis? Como Richard consegue rastrear Amber na lanchonete de seu pai em Nova York no final, quando ele nem mesmo sabe que seu pai tem uma lanchonete e que ela estaria lá naquele momento? O filme é recheado de acontecimentos sem noção para fazer a história andar.
Não preciso falar que 'O Príncipe do Natal' é típico clichê natalino. Há cenas de guerra de bola de neve, um baile, uma personagem principal que todos amam e adoram facilmente. É o típico filme bobo que ninguém se importa, mas que assistimos, afinal é Natal. Isso não faz sentido, mas é o que fazemos, por isso esses filmes fazem "sucesso" nessa época do ano.
'O Príncipe do Natal' chega de carência de boas atuações, o que deixa muito a desejar, incluindo o fato de que a maioria dos atores está lutando para simular um sotaque americano. Talvez esse filme da Netflix seja o único filme em que as lindas canções de natal são muito irritantes.
Não importa o quão do mesmo e o quão ruim sejam esses filmes, a Netflix continua a sustentá-los, já que as festas de fim de ano parecem ser a temporada de fantasia e expectativas irreais, que gostamos de consumir apesar dos pesares.
Operação Overlord
3.3 503 Assista AgoraÀ medida que as horas passam para o Dia D, quatro soldados americanos são deixados para trás das linhas inimigas na França, em uma missão crucial para o sucesso dos desembarques na Normandia. Mas seu objetivo é complicado quando se deparam com um monstruoso experimento nazista em uma igreja fortificada.
O promissor diretor Julius Avery faz um ato de abertura feroz, enquadrando a guerra como um espetáculo de terror por si só. A chegada de Boyce ao campo de batalha é um batismo literal de fogo, arrancado de um turbilhão de chamas quando seu avião é abatido e desce ao chão em uma enxurrada de explosões e tiros. O começo te prepara por algo que nunca chega.
De alguma forma, 'Operação Overlord' começa a desacelerar, mesmo quando o caos aumenta e o momento máximo do filme chega, as coisas começam a evoluir de assustador para cartunista, de conceito para clichê, em um piscar de olhos.
Após um começo de tirar o fôlego, o filme nunca chega à loucura exagerada que precisa atingir. 'Operação Overlord' fica leve e sem graça quando chega na metade. O ritmo paira quando a gangue une forças com a aldeã resistente Chloe (Mathilde Ollivier) para enfrentar um mal.
'Operação Overlord' é um passeio divertido, mas o roteiro não é suficientemente corajoso para atingir o ponto certo, e o desfecho sangrento não evoca carnificina suficiente para mascarar a falta de sustos reais.
Depois do Apocalipse
2.3 115 Assista AgoraAshworth entrega uma mulher forte, sobrevivendo ao apocalipse na pele de Juliette, que exige um preparo físico também, mas quando ela viaja para o passado em flashbacks, ela é fraca, sua atuação soa como algo não verdadeiro. Há uma fraca conexão entre os personagens centrais de Juliette e seu amante, o que enfraquece o conjunto da obra. A química entre Ashworth e Fitoussi nos flashbacks da história é inexistente.
A estrutura de "Depois do Apocalipse" também tem problemas, ele vai e volta o tempo todo. Essa maneira de contar a trama, serve para nos dar muita história para Juliette, mas também mata o ritmo do filme. O trabalho de maquiagem da criatura interpretada por Botet também é muito bom, remete aos personagens interpretados pelo próprio ator na franquia de horror 'REC'. O filme também tem alguns sustos bem elaborados, um deles em particular é de gelar a medula do espectador.
Os valores de produção são muito bonitos. No apocalipse empoeirado, os locais decadentes eram impressionantes e propriamente. No presente, coisas da cidade grande, parece que nenhuma despesa foi poupada. Apartamentos e casas de luxo e ruas movimentadas da cidade conferem autenticidade e certamente uma visão da vida desses personagens.
Há alguns erros de continuidade notáveis que, quando são óbvios, apresentam uma distração do filme como um todo. A primeira é uma edição que coloca os dois personagens principais em diferentes posições de um ângulo para o outro. E depois, há a colocação da pistola de Juliette em uma cena de luta, que de repente está disponível para a nossa heroína, quando não era fisicamente possível com base em onde a arma acabou.
E aí chegamos ao final do filme, que simplesmente desaponta. Com fortes valores de produção, com uma estrutura narrativa nada agradável, o filme não consegue ser totalmente ruim e nem bom, ele fica morno.
Mortal Kombat
2.7 1,0K Assista AgoraTalvez para desfrutar plenamente da nova versão de 'Mortal Kombat' seja necessário um conhecimento prático do videogame em que se baseia, ou do filme de 1995. Essa nova versão não exige nenhum conhecimento prático de cinema e narrativa, o filme não é muito bom.
Desenvolvimento do personagem? Um enredo coerente? Atuação? Quando se trata de Mortal Kombat, o que importa é lutar, afinal, é isso que realmente importa aqui. Há uma história nominal no filme, mas é tudo apenas uma configuração de papelão usada como desculpa para justificar cenas de luta carregadas de sangue.
O que traz à tona o elemento mais importante de qualquer adaptação de Mortal Kombat são as lutas! A classificação R do filme ganha sua manutenção através dos floreios técnicos do filme. O som perturbador de uma adaga esmagando um osso; a beleza chocante de sangue e chuva misturados nas pétalas e folhas das flores; a grosseira gargalhada de um coração batendo sendo arrancado do peito de alguém, 'Mortal Kombat' é atencioso com isso.
No entanto, algumas lutas não são nada extraordinariamente coreografadas e carregadas com VFX esporádico de sangue coagulado e respingos de sangue digital. Os efeitos digitais não tornaram os filmes mais baratos, mas definitivamente os tornam menos interessantes de se olhar.
O protagonista principal do filme é um personagem totalmente original e eu achei isso positivo para o filme. O recém-chegado à franquia 'Mortal Kombat' é Cole Young (Lewis Tan), que nasceu com o logotipo do Mortal Kombat em seu peito. O maior problema do filme é que, com tantos personagens para acompanhar, a ação é constantemente interrompida por infindáveis lapsos de histórias de fundo.
Os diálogos ruins consistem em bordões dos jogos, nos quais os personagens falam em uma combinação de referências da cultura pop e respostas rápidas. A mistura deste 'Mortal Kombat' consiste de uma severidade descarada, humor blasé e discreto, que o coloca automaticamente junto com os sucessos de bilheteria contemporâneos.
No meio, 'Mortal Kombat' fica um pouco confuso e o ritmo está um pouco fora, o longa é puro produto fanservice. A melhor coisa que pode ser dito sobre o novo 'Mortal Kombat' é como ele pode enganar você a pensar que o passado está presente novamente. O longa é mais amplamente "assistível" do que a versão de 1995, mas é difícil enxergá-lo além de uma simples adaptação de vídeo game enfadonha.
Morto Não Fala
3.4 386 Assista AgoraO diretor Dennison Ramalho, apresenta um interessante comentário sobre violência urbana, ele propõe um terror que parte de questões tipicamente periféricas. 'Morto Não Fala' mostra realidades concretas das periferias brasileiras e traz para o lado fantasioso. O filme é orgânico e maduro quando mistura sua crítica ao gênero que ele propõe, nos dando uma mistura gore sensacional.
'Morto Não Fala' tem um roteiro que transita entre o estranho e o macabro, com uma grande facilidade e equilíbrio, mantendo a lógica de sua trama, aqui você não encontrará o clichê famoso "susto do nada sem propósito". 'Morto Não Fala' não é um filme barato recheado de surpresas que já esperávamos.
O elenco é ótimo. Há um pequeno problema com os atores mirins, que transmitem reações atrasadas, mas talvez isso poderia ter sido corrigido na hora da edição e montagem do projeto.
André Faccioli, responsável pela fotografia do filme, trás um trabalho bem feito dentro da trama sombria do filme. Ele trabalha com cores esverdeadas e muita textura, realçando a sensação de estar dentro de uma sala cirúrgica, ou até mesmo dentro do próprio IML. O filme trabalha bastante com ângulos de câmera que ajudam o telespectador a imergir na história, por isso, o sentimento de claustrofobia é sentido do começo ao fim em 'Morto Não Fala'.
O filme investe pesado nas cenas mais gráficas ao representar a rotina de autópsias no IML. Membros decepados, litros de sangue falso, vísceras expostas, estados de putrefação... Tudo isso é bem equilibrado e dosado, trazendo um conjunto visual para o filme.
'Morto Não Fala' sabe construir sua própria mitologia, desenvolve bons personagens e boas situações, mantém uma lógica impecável do começo ao fim, assusta e incomoda, e acima de tudo, diverte. 'Morto Não Fala' é um thriller de fundo moral que inverte as regras do tradicional gênero.