Depois de "Frozen: Uma Aventura Congelante" ter se tornado a maior bilheteria da história das animações, era questão de tempo para que a Disney trouxesse a continuação da histórias das irmãs Elsa e Anna novamente às telonas, para falar a verdade, até achei que demorou um pouco.
O longa mostra Elsa e Anna, acompanhadas de Kristoff e Olaf, aventurando-se nas profundezas da floresta, depois de Elsa escutar uma voz a chamando, e assim, levando-os a descobrirem um antigo mistério do reino, que levará Elsa a encontrar o seu verdadeiro lugar no mundo.
Dirigido novamente pela dupla Chris Buck e Jennifer Lee, "Frozen 2" trata de resolver algumas perguntas deixadas em aberto no primeiro filme, além de amadurecer seus personagens. Essa continuação em alguns momentos é até sombria, o que a torna bastante interessante. Um tom bem acertado pelos diretores.
A técnica aplicada evolui e a qualidade da animação é impecável. A sequência em que Elsa luta com um cavalo de água é linda. E até os mínimos detalhes, como os brilhos no vestido de Elsa, importam em "Frozen 2". O roteiro do filme também abre espaço para cenas tocantes, como uma envolvendo Anna e Olaf, que emociona devido a sutileza utilizada na abordagem.
O primeiro "Frozen" entregou uma trilha sonora marcante em muitos de seus números musicais. Aqui podemos dizer que o nível ficou abaixo, se comparado ao primeiro filme. Boa, mas inferior, coube a "Into the Unkown" ("Minha Intuição", aqui no Brasil), carregar a trilha nas costas e ser a canção marcante do longa. . "Frozen 2" entrega um filme mais maduro e sombrio, surpreendendo no caminho pelo qual resolveu trilhar. E pelo sucesso que o filme foi nos cinemas, tornando-se a maior bilheteria da história da animação, ultrapassando o seu original, é quase inevitável não vermos Elsa e Anna novamente nos cinemas.
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A Disney comprova que ainda tem muita magia para mostrar nos cinemas. Seja com seus clássicos antigos como "O Rei Leão" e "A Bela e a Fera" (entre outros) ou com "Frozen: Uma Aventura Congelante", o seu grande sucesso. Um longa repleto de magia que brinca com clichês de conto de fadas, dando assim um ar todo especial à bela história.
Um dos grandes acertos do filme é ter personagens interessantes e que contribuem ricamente para a trama. Além de Elsa e Anna, o filme conta com Trolls que são pedras falantes, Kristoff que trabalha vendendo gelo, o alce Sven e o personagem Olaf, um boneco de gelo que adora abraços quentinhos e que é impossível você não se derreter por ele, com o seu jeito meigo e dócil de lidar com as situações. Na versão brasileira, Olaf é dublado por Fábio Porchat, que deixou sua voz perfeita no personagem.
Animações da Disney são um prato cheio para trilhas sonoras. E aqui não é diferente. A trilha composta por Christophe Beck é feita na medida certa para fazer rir quando precisa e emocionar quando necessário. É impossível não se emocionar durante o longa. Temas como “Você quer brincar na neve?”, “Uma vez na eternidade” e “Livre Estou” (“Let it Go”), que inclusive ganhou o Oscar de Melhor Canção Original, são para te levar para dentro da história de uma maneira arrebatadora. Impecável. “Let it Go” mostra um poder incrível de combinação com a trama do filme, algo semelhante a “Hakuna Matata” em "O Rei Leão". . Brincando com clichês do gênero de contos de fadas, o roteiro começa já na reprovação de Elsa quanto a irmã quer se casar com uma pessoa que conheceu no mesmo dia. E até mesmo o beijo de amor verdadeiro, que não é o que vai salvar toda a situação.
Visualmente lindo e tecnicamente perfeito. Assim é "Frozen: Uma Aventura Congelante", um filme para rir, emocionar, chorar.
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Refilmagem de "Dois no Céu", de 1943, "Além da Eternidade" chegava aos cinemas no final da década de 80, com o nome do diretor Steven Spielberg já marcado na indústria cinematográfica, após sucessos como "Tubarão" e "E.T.: O Extraterrestre". . No longa, acompanhamos o piloto de aviões, Pete Sandich (Richard Dreyfuss), especializado em apagar incêndios florestais, que sempre coloca sua vida em risco, devido ao modo de pilotar, além disso, ama muito Dorinda Durston (Holly Hunter), que sempre sofre de preocupação quando o amado está voando e que precisará ser forte quando o mesmo morrer em um acidente aéreo.
Não chega a ser spoiler o fato do personagem principal morrer. No longa proposto por Spielberg, isso é apenas um detalhe, já que o diretor quer trabalhar uma outra proposta. Muito similar a outro filme da mesma época, "Ghost: Do Outro Lado da Vida", "Além da Eternidade" também trabalha com o espírito do falecido para ajudar em uma certa questão aqui na terra. No caso, ajudar Ted Baker (Brad Johnson), um piloto novato, a dar os primeiros passos na aviação.
Assumidamente o filme mais romântico de Spielberg, "Além da Eternidade" peca em algumas coisas, como por exemplo, ter muita questão a se resolver durante o longa, assim, Spielberg acaba não dando atenção a determinados conflitos. É como se o filme não decidisse o foco que quer ter. Seja demorando um pouco na partida do personagem principal, além de trabalhar o luto pela sua morte. Também temos o fato do falecido ter que ensinar o macete para Ted Baker, além de seu espírito se preocupar com o fato do novato estar apaixonado por Dorinda. Uma colcha de retalhos que deixa o diretor um pouco perdido a ter que dar tanta atenção para tantos pontos. O filme saiu na época de "Ghost", que acabou sendo maior sucesso por ser um filme mais redondinho. . "Além da Eternidade" vale muito por sua parte técnica (demostrada por cenas de voos realmente espetaculares), além de uma bela fotografia. Mas é importante salientar que é um trabalho menor de Steven Spielberg. E para os amantes do cinema, vale uma conferida no último trabalho de Audrey Hepburn, que aqui interpreta o anjo Hap.
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Charlie (Logan Lerman) é um jovem que tem dificuldades para interagir em sua nova escola. Com os nervos à flor da pele, ele se sente deslocado no ambiente. Mas Charlie continua a pensar pouco em si… até o dia em que dois amigos, Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), passam a andar com ele.
Perturbado por alguns acontecimentos, como o suicídio do melhor amigo e a morte da tia em um acidente de carro, Charlie é consumido por essas lembranças constantemente. Some-se a isso o fato do personagem estar começando o ensino médio e não conseguir fazer amigos pelos traumas que tem. E, para completar, ele ainda sofre bullying. Como uma pessoa poderia passar por cima disso tudo? Resposta: encontrando amigos que não sofrem das mesmas coisas, mas que são capazes de entender Charlie, perfeitamente. Patrick e Sam entram na vida de Charlie e dão um novo fôlego a ele.
Patrick e Sam também tem seus problemas e dilemas. Patrick é gay e precisa esconder um romance com o cara mais popular da escola… mas que acaba não terminando nada bem. Sam tem o seu futuro acadêmico lhe tirando o sono. E assim os personagens de "As Vantagens de Ser Invisível" vão vivendo suas aventuras, seus amores, suas vidas e percebendo que mesmo tão jovens a vida já se mostra muita complicada.
Baseado em um livro homônimo, o filme é dirigido pelo mesmo autor Stephen Chbosky. Com uma direção suave e tocante, ele coloca coração em seu filme. A trilha sonora também se destaca ao reunir músicas das décadas de 70, 80 e 90 dando todo um sentimento de nostalgia, enquanto ouvimos New Order, David Bowie e os sempre ótimos The Smiths (que tive o prazer de conhecer na trilha sonora de "(500) Dias Com Ela"). . "As Vantagens de Ser Invísivel" não tem, digamos, um final feliz. Mas sim, um final otimista. Mas mesmo assim, é um longa que encanta, por sua história sincera e cativante.
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O cinema de horror/terror vem ganhando nomes interessantes nos últimos anos, um deles é Robert Eggers, que estreou no elogiado "A Bruxa", e agora entrega "O Farol", no qual é trabalhado o comportamento humano para mostrar como o isolamento pode comprometer as relações humanas.
No filme acompanhamos Thomas Wake (Willem Dafoe), um capitão de comportamento muito estranho, que na maioria do tempo está bêbado, e o novato Thomas Howard (Robert Pattinson), que juntos vão tomar conta de um farol em uma ilha isolada. Conforme o tempo vai passando, junto com as tarefas monótonas, o isolamento vai afetando o relacionamento dos dois e a loucura parece inevitável.
Cada vez mais Robert Eggers se mostra um cineasta de extrema qualidade. Aqui, o diretor consegue transformar a atmosfera do local e que ela influencie diretamente em seus personagens. Apesar de praticamente todo o filme ser centrado em apenas dois atores, Robert faz com que cada cena seja vislumbrada com diálogos ótimos, acrescentando muito a história. Também podemos observar que o diretor gosta de animais em suas produções. Se, em "A Bruxa", o bode Black Phillip roubou a cena, aqui as gaivotas se tornam elementos importantes da narrativa. Cheio de cenas chocantes e perturbadoras, o diretor brinca com o público, com o poder da sugestão.
Willem Dafoe e Robert Pattinson, estão perfeitamente loucos no papel. A dupla incorporou muito bem os personagens, com direito a utilizar um linguajar típico dos marinheiros. Quando colocados em situações extremas, os atores mostram uma veracidade incrível nas atuações, no entanto, só não foram lembrados em premiações, porque elas não abrem tanto espaço assim para filmes do gênero.
A fotografia em preto e branco dá um charme todo especial a "O Farol", fazendo lembrar muito os filmes antigos e também dando um impacto visual a obra. Com doses de violência e erotismo, Robert Eggers entrega um longa enigmático e que com certeza nos deixa ansiosos pela sua próxima produção.
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"Por Uma Noite Apenas" é daqueles filmes que tem muita cara de um Super Cine da Rede Globo. O filme tem uma premissa muito boa, boas atuações, mas ao final, ficamos imaginando que ele poderia ser mais ousado.
No longa, Max Carlyle (Wesley Snipes) sai em uma viagem para visitar o amigo Charlie (Robert Downey Jr.), que sofre de aids e acaba conhecendo Karen (Nastassja Kinski) e tem uma noite inesquecível com ela. Um ano depois ele viaja com a esposa Mimi (Ming-Na Wen) para uma nova visita e descobre que Karen é cunhada de seu amigo Charlie.
O longa é dirigido por Mike Figgis, que consegue empregar ao longa um tom sensual. Porém, ele parece trabalhar com muitas temáticas e,assim, não dá o foco que precisa em nenhuma delas.
Vale a pena poder conferir Wesley Snipes em um papel totalmente diferente do que estamos acostumados em sua filmografia. Brincalhão, com drama quando precisa, o ator até brinca em quebrar a quarta parede no começo do longa. Robert Downey Jr. também surpreende e nos faz lembrar o quão ele é bom em papéis dramáticos. Ming-Na Wen exala sensualidade, mas poderia ser melhor aproveitada.
Com um final surpreendente, mas não tanto quanto esperávamos. "Por Uma Noite Apenas" se arrisca em alguns momentos, mas não o suficiente para se tornar marcante.
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Apenas dois anos após o filme original japonês, Hollywood resolveu fazer um remake de "O Grito". Com Sam Raimi na produção, o filme conta com o mesmo diretor do original, Takashi Shimizu.
Para quem já assistiu ao filme original, esse remake de "O Grito" é quase uma refilmagem cena a cena. Muita coisa é realmente igual ao filme japonês. Assim, coube ao roteirista Stephen Susco acertar algumas pontas soltas que a história original trazia e responder perguntas, além de introduzir algumas cenas bem mais aterrorizantes, se comparado a versão japonesa. É notável que nessas cenas, entrou toda a experiência no campo do terror do produtor Sam Raimi, (conhecedor do gênero, já tendo dirigido filmes como "A Morte do Demônio" e "Arrasta-me Para o Inferno"). . A montagem do filme também melhorou. Aqui temos uma história mais linear, sem ser tão fragmentada como os filmes japoneses da franquia. Apesar de ainda ter um quebra-cabeça a ser montado, o filme é muito mais fácil de entendimento.
Por fim, "O Grito" acaba sendo uma boa adaptação americana (coisa rara em Hollywood). Mesmo sem ter nada de novidade no que já vimos no gênero, o filme da novos elementos a história de Kayako e Toshio, além de ter cenas mais elaboradas de terror.
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Dan Gilroy estreou na direção com "O Abutre", um filme tenso e cheio de horror. Aqui em "Velvet Buzzsaw" o diretor passeia por uma comédia de humor negro, terror e até pelo trash para nos entregar uma história recheada de ironia, mostrando o ego que existe no mundo da arte.
Na trama, uma série de pinturas de um autor desconhecido são encontradas depois de sua morte e algumas pessoas gananciosas tentam lucrar em cima dos trabalhos. Misteriosamente, as pessoas que tiveram essa atitude, começam a morrer de forma bem inusitada.
A critica que Dan Gilroy quer passar com "Velvet Buzzsaw" é interessante, e podemos levar para todos os tipos de arte, não ficando apenas nos quadros. Pode não parecer tão clara no início, mas o diretor aplica aqui um olhar satírico ao mundo da arte, mostrando a guerra de egos existentes nessa área. Com personagens bem específicos daquele mundo, o diretor critica esse mundo de pessoas que consomem esse tipo de arte com ar superior. Um dos pontos altos do filme é quando o diretor questiona "o que é arte?". Ao abrir a galeria, um grupo de pessoas se depara com um dos personagens morto próximo a uma peça em exibição, e começam a tirar fotos. Só param quando uma funcionária vê a pessoa em questão morta e começa a gritar.
O diretor peca apenas quando quer transformar o seu filme em um terror, algo que a transição de critica de humor negro passando para o terror não foi bem elaborada. Apesar de estranho, o tema ainda é interessante. O elenco do filme é cheio de nomes conhecidos, como Jake Gyllenhaal, Toni Collette, Rene Russo e John Malkovich. Maior destaque para o crítico vivido por Jake Gyllenhaal, que é cheio de trejeitos e expressões curiosas.
"Velvet Buzzsaw" pode parecer um pouco estranho com seu visual bem curioso. Passeando por diversos gêneros, é um thriller com um estilo bem diferente de se ver. Por mais que tenha suas falhas, vale a intenção de Dan Gilroy em tentar algo diferente na indústria cinematográfica.
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Os slasher movies ganharam muita força na década de 80. "O Massacre da Serra Elétrica" em 1974 e "Halloween" em 1978 já faziam Leatherface e Michael Myers contarem suas vítimas, enquanto uma das franquias mais famosas do gênero se preparava para dar os primeiros passos. "Sexta-Feira 13" estreou em 1980 trazendo elementos dos filmes citados acima e consagrando os slasher movies como um dos gêneros mais rentáveis do cinema naquela década.
O roteiro é simples, apresenta um grupo de jovens que vão para o acampamento Crystal Lake, que será reaberto depois de mais de vinte anos. Em 1957 um garoto morreu afogado (Jason), e um ano depois dois monitores foram assassinados. O acampamento teve o status de amaldiçoado, mas, mesmo assim, duas décadas depois foi reaberto.
As qualidades de "Sexta-Feira 13" não está em seu roteiro, inclusive em alguns momentos o longa é monótono. As atuações também são boas, já que o roteiro não exige muito dos atores. Porém, os efeitos especiais dão um show a parte, graças a Tom Savine, criador da maquiagem das mortes dos personagens que impressiona até hoje. Para um filme antigo e de baixo orçamento, o talento de Savine fez total diferença no produto final.
O diretor Sean S. Cunningham explora muito bem o ambiente em que o filme se passa, passando bem a ideia de isolamento e de perigo. A trilha sonora se tornou clássica e o músico Harry Manfredini ficou conhecido mundialmente. O longa ainda teve espaço para um plot twist, no qual descobrimos que não é Jason o assassino, e sim sua mãe. Coragem do roteiro ao colocar uma mulher como assassina em pleno início da década de 80.
Ao final, "Sexta-Feira 13" não se torna um dos melhores da franquia (pelo menos na minha opinião). Mas o filme tem elementos interessantíssimos, além de ter entregado um dos maiores assassinos serial killers do cinema de terror, Jason Voorhees.
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Dona Hermínia (Paulo Gustavo) mais uma vez está de volta para nos fazer rir em qualquer tipo de situação. Além de rir, o filme aproveita para conscientizar e passar uma mensagem importante para nossa sociedade nos dias de hoje.
A trama do filme é simples: Hermínia recebe a notícia de que Juliano (Rodrigo Pandolfo) vai se casar e que Marcelina (Mariana Xavier) vai ser mãe. Isso já é o suficiente para que Hermínia passe por uma crise e queira controlar a vida dos seus filhos novamente. Mas, além de rir, o ponto alto do filme é a mensagem que ele quer passar.
Paulo Gustavo aproveita para discutir a homofobia. O longa emociona: seja em uma cena em que Juliano se veste como a boneca Emília quando criança, seja no seu casamento. Paulo Gustavo aproveita que seu filme leva milhões de pessoas ao cinema para conscientizar em um discurso muito emocionado no casamento de Juliano.
Muitos criticaram o fato do filme não ter um beijo entre o casal Juliano e Thiago. Ao meu ver, Paulo Gustavo foi por um lado mais na paz. Ele sabe que uma grande parte do seu público é de senhoras, que quer queira quer não, vêm de uma época onde o pensamento era totalmente outro. Assim, devagar e sem querer forçar o discurso goela abaixo da sociedade, ele vai passando uma mensagem importante. Ao final, ele apresenta seu marido e seus filhos durante os créditos. Ele preparou seu público, sem chocar. Acredito que talvez em um quarto filme, o tão polêmico beijo possa acontecer.
Assim é "Minha Mãe é Uma Peça 3", um filme que faz rir e emocionar. Paulo Gustavo sabe o poder que tem, e soube usá-lo muito bem dialogando com o momento que vivemos hoje em dia.
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E, enfim, o fim chega. "Star Wars: A Ascensão Skywalker" tinha como missão encerrar o arco da família Skywalker. O filme teve problemas, como a morte de Carrie Fisher antes das gravações, demissões e um chamado para J. J. Abrams retornar a direção. Todo esse processo foi doloroso para o fim de uma das maiores sagas do cinema.
A pressão de querer agradar aos fãs e encerrar as histórias de tantos personagens, fizeram mal aos envolvidos. O roteiro de "Star Wars: A Ascensão Skywalker" é pobre. Com soluções fáceis para muitas situações, o filme ainda trouxe Palpatine (Ian McDiarmid) de volta, o que ao meu ver foi um grande erro. Palpatine sequer foi citado nos outros dois filmes e seu arco parecia muito bem encerrado ao final de "Star Wars: O Retorno de Jedi". Trazer o vilão de volta é desconstruir e acabar com o vilão que tínhamos, Kylo Ren (Adam Driver). O filho de Han Solo era o vilão perfeito para essa nova trilogia, e tirar isso dele é acabar com um personagem que tinha muitas camadas.
A menina Rey (Daisy Ridley) também foi outra que sofreu com o roteiro. Em praticamente todo o filme, Rey não é Rey. Para quem gosta da personagem, Rey perdeu aquele brilho que tinha nos outros dois filmes. Na pressa de responder a questões da vida da personagem, o filme comete erros e falha drasticamente no arco dela. Você consegue vislumbrar um lampejo de Rey, nas lutas de sabre, e em uma pequena cena quase no final do filme. No mais, é uma Rey sem alma alguma.
Os momentos de drama não causam nenhuma preocupação, porque o roteiro do filme tratou de tirar todas as tensões possíveis. Sempre que alguma situação ficava complicada, sabíamos que seria resolvida de alguma forma. Assim, o longa perdeu todo o seu peso dramático.
A falta de ousadia e coragem no roteiro foi um tiro no pé para a franquia. O que vimos é pouco para uma conclusão da saga. É pouco para Leia, Luke, a menina Rey e todos os outros personagens que aprendemos a amar. É pouco para Star Wars.
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Três anos após o sucesso de "Minha Mãe é Uma Peça", Dona Hermínia (Paulo Gustavo) está de volta para nos fazer rir mais uma vez. Metendo-se em situações que aproveitam o talento de seu interprete, o longa entrega o que promete e se transforma em uma ótima diversão.
A trama não trás muitas novidades se comparada com o seu antecessor. Podemos dizer que a estrutura é a mesma. A montagem aqui sofre um pouco mais. O filme passa de uma cena para outra de maneira não muito eficaz, sem muita naturalidade e isso pode incomodar aos mais críticos. Fica parecendo vários esquetes que juntas formam o filme.
O roteiro resolve acompanhar duas tramas ao mesmo tempo, e erra ao não se decidir qual será a principal. Hermínia sofre porque os filhos estão saindo de casa, ao mesmo tempo em que sua irmã Lucia Helena (que é meio "loucona") está voltando dos Estados Unidos. Patrícia Travassos que interpreta Lucia Helena, em determinado momento do filme, fica até sem função na trama.
Mas vale lembrar que esses pequenos problemas não tiram de "Minha Mãe é Uma Peça 2" uma ótima experiência para sorrir e se emocionar. Se a principal função de um filme de comédia é fazer rir, o longa cumpre o que promete. Paulo Gustavo mostra talento de sobra e se firma como um dos grandes nomes do cinema nacional.
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"Star Wars: O Despertar da Força" trouxe de volta todo aquele sentimento nostálgico para os fãs da saga. O filme foi sucesso de público e critica, porém, com algumas observações. O fato do filme ter uma estrutura muito parecida com "Star Wars: Uma Nova Esperança", deixou algumas pessoas incomodadas.
Para "Star Wars: Os Últimos Jedi", J. J. Abrams deu lugar a Rian Johnson na cadeira de direção. Mesmo com a mudança, o sentimento nostálgico continuou, novos personagens foram inseridos e vão agradar (principalmente o público infantil), entre outras coisas. Rian Johnson deu novo fôlego a trama, evoluiu personagens e preparou o terreno para um final que parecia ser memorável.
A trama acompanha diferentes núcleos. Rey (Daisy Ridley) está tentando convencer Luke Skywalker (Mark Hamill) a retornar e confrontar a primeira Ordem. Finn (John Boyega) e Poe (Oscar Isaac) estão em batalhas fantásticas pela galáxia, e Snoke (Andy Serkis) e Kylo Ren (Adam Driver) tentam destruir os rebeldes e governar toda a galáxia. Aqui temos a evolução de que cada personagem, além de termos um aprofundamento em suas personalidades. O sentimento da força está mais vivo do que nunca, a ponto de podermos sentir. Rian Johnson aumentou o nível de Star Wars em todos os quesitos. É bom ver Star Wars nesse nível mais sombrio. E para completar, ainda temos o maestro John Williams mais uma vez, comandando essa linda trilha sonora.
Então é isso, "Star Wars: Os Últimos Jedi" possui sequências memoráveis, uma narrativa que evolui a história e que deixava uma promessa para um final épico. Nada menos do que esperamos de um filme com o selo Star Wars.
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O cinema às vezes nos diverte nos faz rir, embarcar em grandes romances ou em mundos fantásticos, ou às vezes nos mostra a realidade nua e crua que está por aí em nossa sociedade. É assim que é "Preciosa: Uma História de Esperança". No longa acompanhamos Preciosa (Gabourey Sidibe), uma garota de 16 anos, que sofre maus tratos da mãe. Além disso, ela tem uma filha e está grávida novamente, e acreditem, o seu pai, é o pai dos seus filhos. A vida de Preciosa é muito difícil, e pode até parecer bem distante de muitos de nós, mas se pararmos para pensar, podemos encontrar muitas Preciosas espalhadas em nossa sociedade. Vivemos em um momento em que o abuso é mostrado, debatido e condenado por tudo de ruim que ele representa e os traumas que ele carrega.
O filme do diretor Lee Daniels retrata uma situação que nos causa indignação. A atuação brilhante de Mo'Nique (vencedora do Oscar), que interpreta a mãe de Preciosa, nos dá a real dimensão de quão ruim o ser humano pode ser. Seja por falta de oportunidades, ou porque é do ser humano ser ruim mesmo. Mesmo sem forças, Preciosa se agarra nos sonhos. Seja com um namorado perfeito, ou com uma vida melhor. Paula Patton (em ótima atuação), que interpreta a professora Rain, é quem ajuda Preciosa, mostrando que ela pode ser mais do que ela acha que merece ser. Rain acaba sendo uma luz para Preciosa, nessa infinita escuridão que é a sua vida.
Apresentando um contraste entre os abusos vividos com sonhos que parecem distantes, "Preciosa: Uma História de Esperança" é daqueles filmes que precisamos ver, sentir e se indignar. É impossível assistir ao filme e não se sensibilizar ao que é mostrado.
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Sempre tradição em Hollywood, os filmes natalinos ano após ano chegam aos cinemas. Alguns se transformam em clássicos, como "Esqueceram de Mim", ou "Simplesmente Amor" que é o tema desta pequena resenha.
O filme do diretor e roteirista Richard Curtis, ousa ao querer mostrar várias histórias ao mesmo tempo durante a época de Natal. Algumas tramas são mais leves, apostando no humor para ditar o ritmo do filme. Já outras são bem mais pesadas, como a do casal Harry (Alan Rickman) e Karen (Emma Thompson). O diretor aposta em um elenco conhecido e pra lá de carismático, e o resultado final não poderia ser outro: um longa gostoso de se assistir.
O filme tem nomes como Hugh Grant, Colin Firth, Laura Linney, Emma Thompson, Liam Neeson, Chiwetel Ejiofor, Andrew Lincoln, Keira Knightley, Rodrigo Santoro e o sempre saudoso Alan Rickman. Aliás, o segmento dos personagens de Emma e Alan é um dos meus preferidos. Emma Thompson mostra o grande talento que tem, e é impossível não se emocionar com a força de sua personagem.
Claro que o roteiro não é nada de inovador. Possui clichês, tem aquela reflexão que todos os filmes de Richard Curtis tem, mas é impossível não gostar desse filme. Um filme com uma vibe muito boa e que vira e mexe, você estará revendo.
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Em "Zootopia", a Disney nos apresenta uma cidade formada por bichos e cheia de preconceitos. É nesse contexto que conhecemos a coelha Judy Hopps. Determinada a se tornar a primeira policial coelha da história, ela terá que driblar o preconceito da profissão, sempre formada por animais grandes e fortes, além de muitas outras dificuldades que apareceram ao longo da trama.
O roteiro de "Zootopia" é cheio de mensagens importantes e a quebra de estereótipos de alguns personagens são fantásticas. Os diretores Byron Howard e Rich Moore trabalham muito bem a desconstrução de alguns animais. Temos um grande mafioso na história, que não é tão grande assim, além de um poderoso predador ser o recepcionista e um amável colega de trabalho. Isso só pra citar alguns exemplos. Os diretores mostram que ninguém é realmente o que parece ser, e assim, cada um tem sua personalidade, independente de quem seja.
Mostrando o preconceito já embutido, tanto pela sociedade, como até mesmo pelas tradições familiares, já que a família de Juddy não quer que ela seja policial também. O longa mostra uma personagem que dribla o preconceito com determinação. E mesmo alcançando o seu objetivo, ela é colocada de lado pelos seus colegas. E assim, com um caso meio deixado de lado, ela utiliza para mostrar o seu real valor.
Nem só de mensagens fortes vive o filme. Os diretores também colocam doses de humor na medida certa para a história. A sequência com o bicho preguiça é memorável. E vale destacar também a construção do mundo de "Zootopia". A cidade é fantástica, e todos tem o seu lugar. Os animais pequenos, tem um "mundo" só seu, sem a interferência dos animais maiores. E isso é só uma das muitas coisas para citar, deste fantástico mundo.
Os diretores e a Disney estão de parabéns pela mensagem passada pelo filme. "Zootopia" é daqueles filmes que passam despercebidos, mas que quando damos uma oportunidade, nos perguntamos: Porque não vi esse filme antes?. E você, já conferiu "Zootopia"?
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Após anos de sucesso nos teatros de todo o Brasil, o comediante Paulo Gustavo traz uma nova versão de sua peça, agora para as telonas. "Minha Mãe é uma Peça" chegou aos cinemas em 2013 e rapidamente se tornou um fenômeno.
Na trama acompanhamos Dona Hermínia (Paulo Gustavo), dona de casa, divorciada e que ainda mora com dois de seus três filhos. Ela a todo momento tenta controlar a vida deles, até que descobre que eles a acham uma chata. Assim, ela decide dar um tempo neles, e vai para a casa de sua tia, onde relembra muitas situações que já viveu.
Um dos pontos chaves para o grande sucesso do filme, é a personagem central ser uma mãe. E o interessante, é que essa personagem não é aquelas mães de comercial de margarina. Dona Hermínia é desbocada, falando tudo o que vem na sua cabeça. É fácil a identificação do público com a história, afinal de contas quem não teve uma mãe como Dona Hermínia, ou na pior das hipóteses, bem parecida.
Paulo Gustavo é o nome por traz desse sucesso. O talento do ator é impressionante. Tem o texto na ponta da língua, um humor afiado e um domínio de cena impecável. Paulo Gustavo a partir desse filme, e com as outras sequências, se consolida como um grande nome do cinema nacional, devido a grande bilheteria de seus filmes, criando assim um público cativo.
Um dos pontos mais interessantes que achei, é o roteiro também dar espaço a momentos de reflexão. Isso pode soar estranho para quem vê o filme apenas como um "filme de comédia". Mas além de ser um filme de comédia, Paulo Gustavo está nos mostrando um pouco como foi a sua vida. E sim, tragédias fazem parte. Ao meu ver, ficou muito bem colocado.
O elenco ainda conta com nomes consagrados da teledramaturgia como Herson Capri e Suely Franco, além de novos nomes como Mariana Xavier e Rodrigo Pandolfo. Por fim, não há mais nada a dizer de "Minha Mãe é uma Peça". Engraçado e reflexivo, é um grande sucesso do nosso cinema.
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Quando "Star Wars: O Despertar da Força" estreou, confesso que o que mais me motivou a ir assistir foi ver o nome de J. J. Abrams na direção. Criador de "Lost", série da qual sou muito fã, o nome dele me chamou para o filme, muito mais do que toda a mitologia por trás da saga "Star Wars". Não me entenda mal. Já tinha visto as duas trilogias anteriores, acho os filmes legais, mas não me considerava um fã. Foi com "O Despertar da Força" que fui fisgado para esse universo de vez.
Apesar de ter um espelhamento na história, se compararmos "O Despertar da Força" com "Star Wars: Uma Nova Esperança", J. J. colocou muito mais ação no filme, e personagens novos que é impossível não adorar logo de cara.
Para esse recomeço, digamos assim, temos Leia (Carrie Fischer) e Han Solo (Harrison Ford) de volta, e aquele sentimento de nostalgia surge, principalmente quando vemos Han, a bordo de sua Millennium Falcon e seu fiel companheiro Chewbacca.
Porém, J. J. introduz a menina Rey (Daisy Ridley) e logo de cara, a personagem nos ganha. Seja por sua origem misteriosa e humilde, seja por suas cenas de ação muito boas que a atriz entrega. A coragem do diretor também passa ao introduzir Finn (John Boyega). Um stormtropper desertor, que nos faz entender melhor o que se passa no lado daqueles soldados. Já como vilão, temos Kylo Ren (Adam Driver), neto do temido Darth Vader. Kylo é a personificação do avô, e entrega um vilão muito poderoso, mas também, muito complexado.
No mais temos ação do início ao fim, e aquela trilha sonora gostosa de se ouvir, de John Williams. É a magia de Star Wars de volta, como aquela dos anos 70.
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A terceira versão Japonesa de "O Grito" chegou quando as suas assombrações já pareciam desgastadas, devido a dois longas do próprio Japão, e três filmes americanos. Mas por incrível que pareça, "O Grito 3: O Começo do Fim", surpreende e acaba sendo o melhor filme sobre Kayako e Toshio já realizado.
Assim como na terceira parte americana, o diretor Takashi Shimizu não retorna. Aqui a direção fica a cargo de Masayuki Ochiai. O longa aborda mais a história de Toshio, que devido a estar faltando muito na escola, sua professora resolve ir até a sua casa para saber o motivo, e assim, ela será assombrada por forças sobrenaturais, aquelas que já conhecemos bem.
Masayuki Ochiai entrega aqui uma abordagem ainda não vista em nenhum filme da franquia. Saem os sustos fáceis, e entram os elementos mais subjetivos para dar o tom realmente do terror. Ele não reinventa a roda, mas trabalha as figuras de Kayako e Toshio em outro nível, e realmente consegue causar tensão. Existe um exagero aqui e ali, mas nada demais. A narrativa do filme também fica mais fácil de acompanhar. Ainda com mais de uma história acontecendo em paralelo, o filme não é fragmentado como os anteriores de Takashi Shimizu.
Por fim, o filme é um grande acerto ao não apelar para os clichês do gênero, como os jumper scares ou a trilha sonora alta, acompanhada de um susto. É um filme tenso e que surpreende pela coragem de empregar algo novo em uma franquia que já estava desgastada.
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Baseado em um conto japonês chamado "O corte no bambu", "O Conto da Princesa Kaguya" é uma animação que vai muito na contramão de todos os filmes do gênero que vemos ultimamente. Aqui não temos o traço realista do computador, e sim um traço mais manual, que dá a animação movimentos leves, suaves e que de cara, já chama nossa atenção.
A história de Kaguya é mágica: nasceu pequenina em um tronco de bambu, teve uma infância no campo e ao crescer, seu pai lhe deu uma educação de princesa, tanto que ela acabou cobiçada até pelo imperador.
O roteiro nos da tempo necessário para apreciarmos os seus personagens, inclusive percebemos a evolução deles, o que enriquece a história. O longa a todo momento nos convida para uma reflexão, ao nos mostrar a infância feliz de Kaguya, contrastando com a tristeza quando ela começa a receber uma educação de princesa, nos mostra o que realmente era importante para ela, e como podemos encontrar a verdadeira felicidade em pequenos detalhes. A moral de toda a história é poderosa, tornando "O Conto da Princesa Kaguya" um filme marcante, e de uma beleza incrível. A direção de Isao Takahata, do lindo e triste "O Túmulo dos Vagalumes", é corajosa mais uma vez. O final de "O Conto da Princesa Kaguya" é tocante, e pode chocar os otimistas de plantão, mas é o que coroa, essa que se tornou uma das minhas animações japonesas preferidas.
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O movimento civil negro vivia um dos seus momentos mais fortes na década de 60, quando "No Calor da Noite" chegou aos cinemas. No filme, um empresário é morto em uma pequena cidade, e na rápida busca feita pela polícia, um negro é encontrado em uma estação de trem, e logo é acusado do crime.
O roteiro do filme tem duas vertentes que se propõe a tratar: o racismo e o crime a ser resolvido. Nesse ponto, o diretor Norman Jewison falha um pouco ao misturar um pouco as duas coisas, tanto que a resolução final para o crime, pode deixar a desejar para aqueles mais exigentes. Porém, o filme tem muitas qualidades.
Todas as cenas que envolvem o racismo, são bem dirigidas. Você percebe no olhar dos policiais, todo o preconceito com Virgil Tibbs (Sidney Poitier), que também é policial. Inclusive a atuação de Sidney Poitier é incrível, e constrói o seu personagem com desenvoltura, dando um ar sereno e correto a ele. O relacionamento entre ele e o delegado Gillespie (Rod Steiger) tem uma evolução, passando de um preconceito inicial a um respeito mútuo.
Apesar de ser feito nos anos 60, e não possuir todos os recursos de hoje em dia, a de se aplaudir o trabalho de Norman Jewison nas cenas noturnas. Todas muito bem ambientadas, a fotografia do longa se torna perfeita. "No Calor da Noite" é um pequeno clássico, que possui qualidades e defeitos. Não é um filme memorável, mas um longa que aborda questões importantes da história, e filmes assim sempre merecem ser assistidos.
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Julie Delpy e Ethan Hawke se reúnem mais uma vez ao lado do diretor Richard Linklater para encerrar a trilogia mais romântica do cinema. "Antes da Meia-Noite" consegue amadurecer ainda mais a história, e toca em pontos fortes que o roteiro dos filmes anteriores não haviam explorado.
Em "Antes do Amanhecer" e "Antes do Pôr do Sol" terminam sempre da mesma forma. Sem responder ao certo se o casal realmente ficou junto. Aqui em "Antes da Meia-noite", o diretor trata logo de responder a essa pergunta, e sim. Eles ficaram juntos e tem agora duas filhas.
O roteiro afiado mais uma vez, trata novamente de assuntos como a paixão, o amor e também de sexo. Além de fazer uma reflexão sobre as escolhas que tomamos, e como nos doamos em uma relação. "Antes da Meia-noite" é lindo e corajoso, ao tocar em pontos tão importantes e delicados de uma relação. Destaque mais ainda para Julie Delpy e Ethan Hawke, que participaram da criação do roteiro junto de Linklater e mostraram uma química incrível dentro e fora da tela. "Antes da Meia-noite" encerra (será mesmo?) a história de Jesse e Celine. Verdadeiro em todos os momentos de uma relação, são filmes indispensáveis para todos os casais.
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A história de Ruth Bader Ginsburg, a juíza mais importante da história dos Estados Unidos ganha vida pelas mãos da diretora Mimi Leder. "Suprema" acompanha a história de Ruth (Felicity Jones), que antes mesmo de se tornar uma juíza, lutou pela igualdade de gênero em seu país.
O longa acompanha especificamente a luta pelos direitos iguais. Mostra como Ruth enfrentou dificuldades e humilhações desde o começo de sua vida, em um mundo totalmente machista. O filme tem cenas fortes, que mostram pouco, mas falam muito. Como a cena em seu primeiro dia de aula, em uma sala recheada de homens, e apenas três mulheres.
O roteiro acompanha as dificuldades da personagem, tanto nos estudos, como na vida pessoal. Seu marido, Martin Ginsburg (Armie Hammer), enfrentou um câncer, mas isso não foi suficiente para dete-la. Inclusive, Martin sempre foi um grande incentivador na carreira de Ruth. Ela é forte, determinada, e foi vivida com desenvoltura por Felicity Jones. O elenco coadjuvante é ótimo, e a direção de Mimi Leder, inspira.
O filme não acompanha toda a história grandiosa de Ruth Bader Ginsburg, para saber mais detalhe da vida desta grande mulher, recomendo o documentário "A Juíza". O longa também não procura mostrar a raiz do problema abordado, mas é questionador e inspirador, e o torna nos dias de hoje, um filme obrigatório.
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Ao final de "Antes do Amanhecer", nós espectadores ficamos ansiosos com um possível encontro de Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy), seis meses depois naquela mesma estação em que eles estão se despedindo. Vale lembrar que eles não trocaram nenhuma informação, nem sobrenome e nem telefone. Nove anos depois, "Antes do Pôr do Sol" chega para responder a essa questão.
A dúvida de cara é respondida. Jesse escreveu um livro sobre aquele lindo encontro inusitado que teve com Celine, tamanha era sua fascinação por ela. E enquanto está em uma tarde de autógrafos na França, ela vai até a livraria. Os dois se encontram e saem para conversar, sobre o que fizeram da vida deles naqueles nove anos, seus sonhos, suas aspirações, carreiras, enfim, aquele bate-papo lindo que eles já entregaram no primeiro filme.
O roteiro do filme foi escrito tanto pelo diretor, Richard Linklater, como pelos atores Ethan Hawke e Julie Delpy. Por isso as falas saem tão naturais, como se fossem dois amigos conversando. Os atores colocaram aqui, situações que estavam passando ou que passaram em suas vidas. Ethan Hawke na época, estava até em processo de separação. Experiência colocada na tela, que deu um toque todo especial ao filme.
Richard Linklater continua dirigindo muito bem, alinhado com uma excelente fotografia, o diretor faz com que sejamos espectadores de uma obra que não vemos sempre. Uma história de amor, amadurecida e real assim como o seu antecessor.
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Frozen II
3.6 785Depois de "Frozen: Uma Aventura Congelante" ter se tornado a maior bilheteria da história das animações, era questão de tempo para que a Disney trouxesse a continuação da histórias das irmãs Elsa e Anna novamente às telonas, para falar a verdade, até achei que demorou um pouco.
O longa mostra Elsa e Anna, acompanhadas de Kristoff e Olaf, aventurando-se nas profundezas da floresta, depois de Elsa escutar uma voz a chamando, e assim, levando-os a descobrirem um antigo mistério do reino, que levará Elsa a encontrar o seu verdadeiro lugar no mundo.
Dirigido novamente pela dupla Chris Buck e Jennifer Lee, "Frozen 2" trata de resolver algumas perguntas deixadas em aberto no primeiro filme, além de amadurecer seus personagens. Essa continuação em alguns momentos é até sombria, o que a torna bastante interessante. Um tom bem acertado pelos diretores.
A técnica aplicada evolui e a qualidade da animação é impecável. A sequência em que Elsa luta com um cavalo de água é linda. E até os mínimos detalhes, como os brilhos no vestido de Elsa, importam em "Frozen 2". O roteiro do filme também abre espaço para cenas tocantes, como uma envolvendo Anna e Olaf, que emociona devido a sutileza utilizada na abordagem.
O primeiro "Frozen" entregou uma trilha sonora marcante em muitos de seus números musicais. Aqui podemos dizer que o nível ficou abaixo, se comparado ao primeiro filme. Boa, mas inferior, coube a "Into the Unkown" ("Minha Intuição", aqui no Brasil), carregar a trilha nas costas e ser a canção marcante do longa.
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"Frozen 2" entrega um filme mais maduro e sombrio, surpreendendo no caminho pelo qual resolveu trilhar. E pelo sucesso que o filme foi nos cinemas, tornando-se a maior bilheteria da história da animação, ultrapassando o seu original, é quase inevitável não vermos Elsa e Anna novamente nos cinemas.
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Frozen: Uma Aventura Congelante
3.9 3,0K Assista AgoraA Disney comprova que ainda tem muita magia para mostrar nos cinemas. Seja com seus clássicos antigos como "O Rei Leão" e "A Bela e a Fera" (entre outros) ou com "Frozen: Uma Aventura Congelante", o seu grande sucesso. Um longa repleto de magia que brinca com clichês de conto de fadas, dando assim um ar todo especial à bela história.
Um dos grandes acertos do filme é ter personagens interessantes e que contribuem ricamente para a trama. Além de Elsa e Anna, o filme conta com Trolls que são pedras falantes, Kristoff que trabalha vendendo gelo, o alce Sven e o personagem Olaf, um boneco de gelo que adora abraços quentinhos e que é impossível você não se derreter por ele, com o seu jeito meigo e dócil de lidar com as situações. Na versão brasileira, Olaf é dublado por Fábio Porchat, que deixou sua voz perfeita no personagem.
Animações da Disney são um prato cheio para trilhas sonoras. E aqui não é diferente. A trilha composta por Christophe Beck é feita na medida certa para fazer rir quando precisa e emocionar quando necessário. É impossível não se emocionar durante o longa. Temas como “Você quer brincar na neve?”, “Uma vez na eternidade” e “Livre Estou” (“Let it Go”), que inclusive ganhou o Oscar de Melhor Canção Original, são para te levar para dentro da história de uma maneira arrebatadora. Impecável. “Let it Go” mostra um poder incrível de combinação com a trama do filme, algo semelhante a “Hakuna Matata” em "O Rei Leão".
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Brincando com clichês do gênero de contos de fadas, o roteiro começa já na reprovação de Elsa quanto a irmã quer se casar com uma pessoa que conheceu no mesmo dia. E até mesmo o beijo de amor verdadeiro, que não é o que vai salvar toda a situação.
Visualmente lindo e tecnicamente perfeito. Assim é "Frozen: Uma Aventura Congelante", um filme para rir, emocionar, chorar.
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Além da Eternidade
3.5 125Refilmagem de "Dois no Céu", de 1943, "Além da Eternidade" chegava aos cinemas no final da década de 80, com o nome do diretor Steven Spielberg já marcado na indústria cinematográfica, após sucessos como "Tubarão" e "E.T.: O Extraterrestre".
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No longa, acompanhamos o piloto de aviões, Pete Sandich (Richard Dreyfuss), especializado em apagar incêndios florestais, que sempre coloca sua vida em risco, devido ao modo de pilotar, além disso, ama muito Dorinda Durston (Holly Hunter), que sempre sofre de preocupação quando o amado está voando e que precisará ser forte quando o mesmo morrer em um acidente aéreo.
Não chega a ser spoiler o fato do personagem principal morrer. No longa proposto por Spielberg, isso é apenas um detalhe, já que o diretor quer trabalhar uma outra proposta. Muito similar a outro filme da mesma época, "Ghost: Do Outro Lado da Vida", "Além da Eternidade" também trabalha com o espírito do falecido para ajudar em uma certa questão aqui na terra. No caso, ajudar Ted Baker (Brad Johnson), um piloto novato, a dar os primeiros passos na aviação.
Assumidamente o filme mais romântico de Spielberg, "Além da Eternidade" peca em algumas coisas, como por exemplo, ter muita questão a se resolver durante o longa, assim, Spielberg acaba não dando atenção a determinados conflitos. É como se o filme não decidisse o foco que quer ter. Seja demorando um pouco na partida do personagem principal, além de trabalhar o luto pela sua morte. Também temos o fato do falecido ter que ensinar o macete para Ted Baker, além de seu espírito se preocupar com o fato do novato estar apaixonado por Dorinda. Uma colcha de retalhos que deixa o diretor um pouco perdido a ter que dar tanta atenção para tantos pontos. O filme saiu na época de "Ghost", que acabou sendo maior sucesso por ser um filme mais redondinho.
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"Além da Eternidade" vale muito por sua parte técnica (demostrada por cenas de voos realmente espetaculares), além de uma bela fotografia. Mas é importante salientar que é um trabalho menor de Steven Spielberg. E para os amantes do cinema, vale uma conferida no último trabalho de Audrey Hepburn, que aqui interpreta o anjo Hap.
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As Vantagens de Ser Invisível
4.2 6,9K Assista AgoraCharlie (Logan Lerman) é um jovem que tem dificuldades para interagir em sua nova escola. Com os nervos à flor da pele, ele se sente deslocado no ambiente. Mas Charlie continua a pensar pouco em si… até o dia em que dois amigos, Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), passam a andar com ele.
Perturbado por alguns acontecimentos, como o suicídio do melhor amigo e a morte da tia em um acidente de carro, Charlie é consumido por essas lembranças constantemente. Some-se a isso o fato do personagem estar começando o ensino médio e não conseguir fazer amigos pelos traumas que tem. E, para completar, ele ainda sofre bullying. Como uma pessoa poderia passar por cima disso tudo? Resposta: encontrando amigos que não sofrem das mesmas coisas, mas que são capazes de entender Charlie, perfeitamente. Patrick e Sam entram na vida de Charlie e dão um novo fôlego a ele.
Patrick e Sam também tem seus problemas e dilemas. Patrick é gay e precisa esconder um romance com o cara mais popular da escola… mas que acaba não terminando nada bem. Sam tem o seu futuro acadêmico lhe tirando o sono. E assim os personagens de "As Vantagens de Ser Invisível" vão vivendo suas aventuras, seus amores, suas vidas e percebendo que mesmo tão jovens a vida já se mostra muita complicada.
Baseado em um livro homônimo, o filme é dirigido pelo mesmo autor Stephen Chbosky. Com uma direção suave e tocante, ele coloca coração em seu filme. A trilha sonora também se destaca ao reunir músicas das décadas de 70, 80 e 90 dando todo um sentimento de nostalgia, enquanto ouvimos New Order, David Bowie e os sempre ótimos The Smiths (que tive o prazer de conhecer na trilha sonora de "(500) Dias Com Ela").
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"As Vantagens de Ser Invísivel" não tem, digamos, um final feliz. Mas sim, um final otimista. Mas mesmo assim, é um longa que encanta, por sua história sincera e cativante.
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O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraO cinema de horror/terror vem ganhando nomes interessantes nos últimos anos, um deles é Robert Eggers, que estreou no elogiado "A Bruxa", e agora entrega "O Farol", no qual é trabalhado o comportamento humano para mostrar como o isolamento pode comprometer as relações humanas.
No filme acompanhamos Thomas Wake (Willem Dafoe), um capitão de comportamento muito estranho, que na maioria do tempo está bêbado, e o novato Thomas Howard (Robert Pattinson), que juntos vão tomar conta de um farol em uma ilha isolada. Conforme o tempo vai passando, junto com as tarefas monótonas, o isolamento vai afetando o relacionamento dos dois e a loucura parece inevitável.
Cada vez mais Robert Eggers se mostra um cineasta de extrema qualidade. Aqui, o diretor consegue transformar a atmosfera do local e que ela influencie diretamente em seus personagens. Apesar de praticamente todo o filme ser centrado em apenas dois atores, Robert faz com que cada cena seja vislumbrada com diálogos ótimos, acrescentando muito a história. Também podemos observar que o diretor gosta de animais em suas produções. Se, em "A Bruxa", o bode Black Phillip roubou a cena, aqui as gaivotas se tornam elementos importantes da narrativa. Cheio de cenas chocantes e perturbadoras, o diretor brinca com o público, com o poder da sugestão.
Willem Dafoe e Robert Pattinson, estão perfeitamente loucos no papel. A dupla incorporou muito bem os personagens, com direito a utilizar um linguajar típico dos marinheiros. Quando colocados em situações extremas, os atores mostram uma veracidade incrível nas atuações, no entanto, só não foram lembrados em premiações, porque elas não abrem tanto espaço assim para filmes do gênero.
A fotografia em preto e branco dá um charme todo especial a "O Farol", fazendo lembrar muito os filmes antigos e também dando um impacto visual a obra. Com doses de violência e erotismo, Robert Eggers entrega um longa enigmático e que com certeza nos deixa ansiosos pela sua próxima produção.
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Por Uma Noite Apenas
3.1 33"Por Uma Noite Apenas" é daqueles filmes que tem muita cara de um Super Cine da Rede Globo. O filme tem uma premissa muito boa, boas atuações, mas ao final, ficamos imaginando que ele poderia ser mais ousado.
No longa, Max Carlyle (Wesley Snipes) sai em uma viagem para visitar o amigo Charlie (Robert Downey Jr.), que sofre de aids e acaba conhecendo Karen (Nastassja Kinski) e tem uma noite inesquecível com ela. Um ano depois ele viaja com a esposa Mimi (Ming-Na Wen) para uma nova visita e descobre que Karen é cunhada de seu amigo Charlie.
O longa é dirigido por Mike Figgis, que consegue empregar ao longa um tom sensual. Porém, ele parece trabalhar com muitas temáticas e,assim, não dá o foco que precisa em nenhuma delas.
Vale a pena poder conferir Wesley Snipes em um papel totalmente diferente do que estamos acostumados em sua filmografia. Brincalhão, com drama quando precisa, o ator até brinca em quebrar a quarta parede no começo do longa. Robert Downey Jr. também surpreende e nos faz lembrar o quão ele é bom em papéis dramáticos. Ming-Na Wen exala sensualidade, mas poderia ser melhor aproveitada.
Com um final surpreendente, mas não tanto quanto esperávamos. "Por Uma Noite Apenas" se arrisca em alguns momentos, mas não o suficiente para se tornar marcante.
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O Grito
2.8 998 Assista AgoraApenas dois anos após o filme original japonês, Hollywood resolveu fazer um remake de "O Grito". Com Sam Raimi na produção, o filme conta com o mesmo diretor do original, Takashi Shimizu.
Para quem já assistiu ao filme original, esse remake de "O Grito" é quase uma refilmagem cena a cena. Muita coisa é realmente igual ao filme japonês. Assim, coube ao roteirista Stephen Susco acertar algumas pontas soltas que a história original trazia e responder perguntas, além de introduzir algumas cenas bem mais aterrorizantes, se comparado a versão japonesa. É notável que nessas cenas, entrou toda a experiência no campo do terror do produtor Sam Raimi, (conhecedor do gênero, já tendo dirigido filmes como "A Morte do Demônio" e "Arrasta-me Para o Inferno").
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A montagem do filme também melhorou. Aqui temos uma história mais linear, sem ser tão fragmentada como os filmes japoneses da franquia. Apesar de ainda ter um quebra-cabeça a ser montado, o filme é muito mais fácil de entendimento.
Por fim, "O Grito" acaba sendo uma boa adaptação americana (coisa rara em Hollywood). Mesmo sem ter nada de novidade no que já vimos no gênero, o filme da novos elementos a história de Kayako e Toshio, além de ter cenas mais elaboradas de terror.
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Toda Arte é Perigosa
2.6 496 Assista AgoraDan Gilroy estreou na direção com "O Abutre", um filme tenso e cheio de horror. Aqui em "Velvet Buzzsaw" o diretor passeia por uma comédia de humor negro, terror e até pelo trash para nos entregar uma história recheada de ironia, mostrando o ego que existe no mundo da arte.
Na trama, uma série de pinturas de um autor desconhecido são encontradas depois de sua morte e algumas pessoas gananciosas tentam lucrar em cima dos trabalhos. Misteriosamente, as pessoas que tiveram essa atitude, começam a morrer de forma bem inusitada.
A critica que Dan Gilroy quer passar com "Velvet Buzzsaw" é interessante, e podemos levar para todos os tipos de arte, não ficando apenas nos quadros. Pode não parecer tão clara no início, mas o diretor aplica aqui um olhar satírico ao mundo da arte, mostrando a guerra de egos existentes nessa área. Com personagens bem específicos daquele mundo, o diretor critica esse mundo de pessoas que consomem esse tipo de arte com ar superior. Um dos pontos altos do filme é quando o diretor questiona "o que é arte?". Ao abrir a galeria, um grupo de pessoas se depara com um dos personagens morto próximo a uma peça em exibição, e começam a tirar fotos. Só param quando uma funcionária vê a pessoa em questão morta e começa a gritar.
O diretor peca apenas quando quer transformar o seu filme em um terror, algo que a transição de critica de humor negro passando para o terror não foi bem elaborada. Apesar de estranho, o tema ainda é interessante. O elenco do filme é cheio de nomes conhecidos, como Jake Gyllenhaal, Toni Collette, Rene Russo e John Malkovich. Maior destaque para o crítico vivido por Jake Gyllenhaal, que é cheio de trejeitos e expressões curiosas.
"Velvet Buzzsaw" pode parecer um pouco estranho com seu visual bem curioso. Passeando por diversos gêneros, é um thriller com um estilo bem diferente de se ver. Por mais que tenha suas falhas, vale a intenção de Dan Gilroy em tentar algo diferente na indústria cinematográfica.
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Sexta-Feira 13
3.4 778 Assista AgoraOs slasher movies ganharam muita força na década de 80. "O Massacre da Serra Elétrica" em 1974 e "Halloween" em 1978 já faziam Leatherface e Michael Myers contarem suas vítimas, enquanto uma das franquias mais famosas do gênero se preparava para dar os primeiros passos. "Sexta-Feira 13" estreou em 1980 trazendo elementos dos filmes citados acima e consagrando os slasher movies como um dos gêneros mais rentáveis do cinema naquela década.
O roteiro é simples, apresenta um grupo de jovens que vão para o acampamento Crystal Lake, que será reaberto depois de mais de vinte anos. Em 1957 um garoto morreu afogado (Jason), e um ano depois dois monitores foram assassinados. O acampamento teve o status de amaldiçoado, mas, mesmo assim, duas décadas depois foi reaberto.
As qualidades de "Sexta-Feira 13" não está em seu roteiro, inclusive em alguns momentos o longa é monótono. As atuações também são boas, já que o roteiro não exige muito dos atores. Porém, os efeitos especiais dão um show a parte, graças a Tom Savine, criador da maquiagem das mortes dos personagens que impressiona até hoje. Para um filme antigo e de baixo orçamento, o talento de Savine fez total diferença no produto final.
O diretor Sean S. Cunningham explora muito bem o ambiente em que o filme se passa, passando bem a ideia de isolamento e de perigo. A trilha sonora se tornou clássica e o músico Harry Manfredini ficou conhecido mundialmente. O longa ainda teve espaço para um plot twist, no qual descobrimos que não é Jason o assassino, e sim sua mãe. Coragem do roteiro ao colocar uma mulher como assassina em pleno início da década de 80.
Ao final, "Sexta-Feira 13" não se torna um dos melhores da franquia (pelo menos na minha opinião). Mas o filme tem elementos interessantíssimos, além de ter entregado um dos maiores assassinos serial killers do cinema de terror, Jason Voorhees.
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Minha Mãe é uma Peça 3
3.7 570Dona Hermínia (Paulo Gustavo) mais uma vez está de volta para nos fazer rir em qualquer tipo de situação. Além de rir, o filme aproveita para conscientizar e passar uma mensagem importante para nossa sociedade nos dias de hoje.
A trama do filme é simples: Hermínia recebe a notícia de que Juliano (Rodrigo Pandolfo) vai se casar e que Marcelina (Mariana Xavier) vai ser mãe. Isso já é o suficiente para que Hermínia passe por uma crise e queira controlar a vida dos seus filhos novamente. Mas, além de rir, o ponto alto do filme é a mensagem que ele quer passar.
Paulo Gustavo aproveita para discutir a homofobia. O longa emociona: seja em uma cena em que Juliano se veste como a boneca Emília quando criança, seja no seu casamento. Paulo Gustavo aproveita que seu filme leva milhões de pessoas ao cinema para conscientizar em um discurso muito emocionado no casamento de Juliano.
Muitos criticaram o fato do filme não ter um beijo entre o casal Juliano e Thiago. Ao meu ver, Paulo Gustavo foi por um lado mais na paz. Ele sabe que uma grande parte do seu público é de senhoras, que quer queira quer não, vêm de uma época onde o pensamento era totalmente outro. Assim, devagar e sem querer forçar o discurso goela abaixo da sociedade, ele vai passando uma mensagem importante. Ao final, ele apresenta seu marido e seus filhos durante os créditos. Ele preparou seu público, sem chocar. Acredito que talvez em um quarto filme, o tão polêmico beijo possa acontecer.
Assim é "Minha Mãe é Uma Peça 3", um filme que faz rir e emocionar. Paulo Gustavo sabe o poder que tem, e soube usá-lo muito bem dialogando com o momento que vivemos hoje em dia.
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Star Wars, Episódio IX: A Ascensão Skywalker
3.2 1,3K Assista AgoraE, enfim, o fim chega. "Star Wars: A Ascensão Skywalker" tinha como missão encerrar o arco da família Skywalker. O filme teve problemas, como a morte de Carrie Fisher antes das gravações, demissões e um chamado para J. J. Abrams retornar a direção. Todo esse processo foi doloroso para o fim de uma das maiores sagas do cinema.
A pressão de querer agradar aos fãs e encerrar as histórias de tantos personagens, fizeram mal aos envolvidos. O roteiro de "Star Wars: A Ascensão Skywalker" é pobre. Com soluções fáceis para muitas situações, o filme ainda trouxe Palpatine (Ian McDiarmid) de volta, o que ao meu ver foi um grande erro. Palpatine sequer foi citado nos outros dois filmes e seu arco parecia muito bem encerrado ao final de "Star Wars: O Retorno de Jedi". Trazer o vilão de volta é desconstruir e acabar com o vilão que tínhamos, Kylo Ren (Adam Driver). O filho de Han Solo era o vilão perfeito para essa nova trilogia, e tirar isso dele é acabar com um personagem que tinha muitas camadas.
A menina Rey (Daisy Ridley) também foi outra que sofreu com o roteiro. Em praticamente todo o filme, Rey não é Rey. Para quem gosta da personagem, Rey perdeu aquele brilho que tinha nos outros dois filmes. Na pressa de responder a questões da vida da personagem, o filme comete erros e falha drasticamente no arco dela. Você consegue vislumbrar um lampejo de Rey, nas lutas de sabre, e em uma pequena cena quase no final do filme. No mais, é uma Rey sem alma alguma.
Os momentos de drama não causam nenhuma preocupação, porque o roteiro do filme tratou de tirar todas as tensões possíveis. Sempre que alguma situação ficava complicada, sabíamos que seria resolvida de alguma forma. Assim, o longa perdeu todo o seu peso dramático.
A falta de ousadia e coragem no roteiro foi um tiro no pé para a franquia. O que vimos é pouco para uma conclusão da saga. É pouco para Leia, Luke, a menina Rey e todos os outros personagens que aprendemos a amar. É pouco para Star Wars.
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Minha Mãe é Uma Peça 2
3.5 806Três anos após o sucesso de "Minha Mãe é Uma Peça", Dona Hermínia (Paulo Gustavo) está de volta para nos fazer rir mais uma vez. Metendo-se em situações que aproveitam o talento de seu interprete, o longa entrega o que promete e se transforma em uma ótima diversão.
A trama não trás muitas novidades se comparada com o seu antecessor. Podemos dizer que a estrutura é a mesma. A montagem aqui sofre um pouco mais. O filme passa de uma cena para outra de maneira não muito eficaz, sem muita naturalidade e isso pode incomodar aos mais críticos. Fica parecendo vários esquetes que juntas formam o filme.
O roteiro resolve acompanhar duas tramas ao mesmo tempo, e erra ao não se decidir qual será a principal. Hermínia sofre porque os filhos estão saindo de casa, ao mesmo tempo em que sua irmã Lucia Helena (que é meio "loucona") está voltando dos Estados Unidos. Patrícia Travassos que interpreta Lucia Helena, em determinado momento do filme, fica até sem função na trama.
Mas vale lembrar que esses pequenos problemas não tiram de "Minha Mãe é Uma Peça 2" uma ótima experiência para sorrir e se emocionar. Se a principal função de um filme de comédia é fazer rir, o longa cumpre o que promete. Paulo Gustavo mostra talento de sobra e se firma como um dos grandes nomes do cinema nacional.
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Star Wars, Episódio VIII: Os Últimos Jedi
4.1 1,6K Assista Agora"Star Wars: O Despertar da Força" trouxe de volta todo aquele sentimento nostálgico para os fãs da saga. O filme foi sucesso de público e critica, porém, com algumas observações. O fato do filme ter uma estrutura muito parecida com "Star Wars: Uma Nova Esperança", deixou algumas pessoas incomodadas.
Para "Star Wars: Os Últimos Jedi", J. J. Abrams deu lugar a Rian Johnson na cadeira de direção. Mesmo com a mudança, o sentimento nostálgico continuou, novos personagens foram inseridos e vão agradar (principalmente o público infantil), entre outras coisas. Rian Johnson deu novo fôlego a trama, evoluiu personagens e preparou o terreno para um final que parecia ser memorável.
A trama acompanha diferentes núcleos. Rey (Daisy Ridley) está tentando convencer Luke Skywalker (Mark Hamill) a retornar e confrontar a primeira Ordem. Finn (John Boyega) e Poe (Oscar Isaac) estão em batalhas fantásticas pela galáxia, e Snoke (Andy Serkis) e Kylo Ren (Adam Driver) tentam destruir os rebeldes e governar toda a galáxia. Aqui temos a evolução de que cada personagem, além de termos um aprofundamento em suas personalidades. O sentimento da força está mais vivo do que nunca, a ponto de podermos sentir. Rian Johnson aumentou o nível de Star Wars em todos os quesitos. É bom ver Star Wars nesse nível mais sombrio. E para completar, ainda temos o maestro John Williams mais uma vez, comandando essa linda trilha sonora.
Então é isso, "Star Wars: Os Últimos Jedi" possui sequências memoráveis, uma narrativa que evolui a história e que deixava uma promessa para um final épico. Nada menos do que esperamos de um filme com o selo Star Wars.
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Preciosa: Uma História de Esperança
4.0 2,0K Assista AgoraO cinema às vezes nos diverte nos faz rir, embarcar em grandes romances ou em mundos fantásticos, ou às vezes nos mostra a realidade nua e crua que está por aí em nossa sociedade. É assim que é "Preciosa: Uma História de Esperança". No longa acompanhamos Preciosa (Gabourey Sidibe), uma garota de 16 anos, que sofre maus tratos da mãe. Além disso, ela tem uma filha e está grávida novamente, e acreditem, o seu pai, é o pai dos seus filhos. A vida de Preciosa é muito difícil, e pode até parecer bem distante de muitos de nós, mas se pararmos para pensar, podemos encontrar muitas Preciosas espalhadas em nossa sociedade. Vivemos em um momento em que o abuso é mostrado, debatido e condenado por tudo de ruim que ele representa e os traumas que ele carrega.
O filme do diretor Lee Daniels retrata uma situação que nos causa indignação. A atuação brilhante de Mo'Nique (vencedora do Oscar), que interpreta a mãe de Preciosa, nos dá a real dimensão de quão ruim o ser humano pode ser. Seja por falta de oportunidades, ou porque é do ser humano ser ruim mesmo. Mesmo sem forças, Preciosa se agarra nos sonhos. Seja com um namorado perfeito, ou com uma vida melhor. Paula Patton (em ótima atuação), que interpreta a professora Rain, é quem ajuda Preciosa, mostrando que ela pode ser mais do que ela acha que merece ser. Rain acaba sendo uma luz para Preciosa, nessa infinita escuridão que é a sua vida.
Apresentando um contraste entre os abusos vividos com sonhos que parecem distantes, "Preciosa: Uma História de Esperança" é daqueles filmes que precisamos ver, sentir e se indignar. É impossível assistir ao filme e não se sensibilizar ao que é mostrado.
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Simplesmente Amor
3.5 889 Assista AgoraSempre tradição em Hollywood, os filmes natalinos ano após ano chegam aos cinemas. Alguns se transformam em clássicos, como "Esqueceram de Mim", ou "Simplesmente Amor" que é o tema desta pequena resenha.
O filme do diretor e roteirista Richard Curtis, ousa ao querer mostrar várias histórias ao mesmo tempo durante a época de Natal. Algumas tramas são mais leves, apostando no humor para ditar o ritmo do filme. Já outras são bem mais pesadas, como a do casal Harry (Alan Rickman) e Karen (Emma Thompson). O diretor aposta em um elenco conhecido e pra lá de carismático, e o resultado final não poderia ser outro: um longa gostoso de se assistir.
O filme tem nomes como Hugh Grant, Colin Firth, Laura Linney, Emma Thompson, Liam Neeson, Chiwetel Ejiofor, Andrew Lincoln, Keira Knightley, Rodrigo Santoro e o sempre saudoso Alan Rickman. Aliás, o segmento dos personagens de Emma e Alan é um dos meus preferidos. Emma Thompson mostra o grande talento que tem, e é impossível não se emocionar com a força de sua personagem.
Claro que o roteiro não é nada de inovador. Possui clichês, tem aquela reflexão que todos os filmes de Richard Curtis tem, mas é impossível não gostar desse filme. Um filme com uma vibe muito boa e que vira e mexe, você estará revendo.
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Zootopia: Essa Cidade é o Bicho
4.2 1,5K Assista AgoraEm "Zootopia", a Disney nos apresenta uma cidade formada por bichos e cheia de preconceitos. É nesse contexto que conhecemos a coelha Judy Hopps. Determinada a se tornar a primeira policial coelha da história, ela terá que driblar o preconceito da profissão, sempre formada por animais grandes e fortes, além de muitas outras dificuldades que apareceram ao longo da trama.
O roteiro de "Zootopia" é cheio de mensagens importantes e a quebra de estereótipos de alguns personagens são fantásticas. Os diretores Byron Howard e Rich Moore trabalham muito bem a desconstrução de alguns animais. Temos um grande mafioso na história, que não é tão grande assim, além de um poderoso predador ser o recepcionista e um amável colega de trabalho. Isso só pra citar alguns exemplos. Os diretores mostram que ninguém é realmente o que parece ser, e assim, cada um tem sua personalidade, independente de quem seja.
Mostrando o preconceito já embutido, tanto pela sociedade, como até mesmo pelas tradições familiares, já que a família de Juddy não quer que ela seja policial também. O longa mostra uma personagem que dribla o preconceito com determinação. E mesmo alcançando o seu objetivo, ela é colocada de lado pelos seus colegas. E assim, com um caso meio deixado de lado, ela utiliza para mostrar o seu real valor.
Nem só de mensagens fortes vive o filme. Os diretores também colocam doses de humor na medida certa para a história. A sequência com o bicho preguiça é memorável. E vale destacar também a construção do mundo de "Zootopia". A cidade é fantástica, e todos tem o seu lugar. Os animais pequenos, tem um "mundo" só seu, sem a interferência dos animais maiores. E isso é só uma das muitas coisas para citar, deste fantástico mundo.
Os diretores e a Disney estão de parabéns pela mensagem passada pelo filme. "Zootopia" é daqueles filmes que passam despercebidos, mas que quando damos uma oportunidade, nos perguntamos: Porque não vi esse filme antes?. E você, já conferiu "Zootopia"?
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Minha Mãe é Uma Peça: O Filme
3.7 2,6K Assista AgoraApós anos de sucesso nos teatros de todo o Brasil, o comediante Paulo Gustavo traz uma nova versão de sua peça, agora para as telonas. "Minha Mãe é uma Peça" chegou aos cinemas em 2013 e rapidamente se tornou um fenômeno.
Na trama acompanhamos Dona Hermínia (Paulo Gustavo), dona de casa, divorciada e que ainda mora com dois de seus três filhos. Ela a todo momento tenta controlar a vida deles, até que descobre que eles a acham uma chata. Assim, ela decide dar um tempo neles, e vai para a casa de sua tia, onde relembra muitas situações que já viveu.
Um dos pontos chaves para o grande sucesso do filme, é a personagem central ser uma mãe. E o interessante, é que essa personagem não é aquelas mães de comercial de margarina. Dona Hermínia é desbocada, falando tudo o que vem na sua cabeça. É fácil a identificação do público com a história, afinal de contas quem não teve uma mãe como Dona Hermínia, ou na pior das hipóteses, bem parecida.
Paulo Gustavo é o nome por traz desse sucesso. O talento do ator é impressionante. Tem o texto na ponta da língua, um humor afiado e um domínio de cena impecável. Paulo Gustavo a partir desse filme, e com as outras sequências, se consolida como um grande nome do cinema nacional, devido a grande bilheteria de seus filmes, criando assim um público cativo.
Um dos pontos mais interessantes que achei, é o roteiro também dar espaço a momentos de reflexão. Isso pode soar estranho para quem vê o filme apenas como um "filme de comédia". Mas além de ser um filme de comédia, Paulo Gustavo está nos mostrando um pouco como foi a sua vida. E sim, tragédias fazem parte. Ao meu ver, ficou muito bem colocado.
O elenco ainda conta com nomes consagrados da teledramaturgia como Herson Capri e Suely Franco, além de novos nomes como Mariana Xavier e Rodrigo Pandolfo. Por fim, não há mais nada a dizer de "Minha Mãe é uma Peça". Engraçado e reflexivo, é um grande sucesso do nosso cinema.
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Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraQuando "Star Wars: O Despertar da Força" estreou, confesso que o que mais me motivou a ir assistir foi ver o nome de J. J. Abrams na direção. Criador de "Lost", série da qual sou muito fã, o nome dele me chamou para o filme, muito mais do que toda a mitologia por trás da saga "Star Wars". Não me entenda mal. Já tinha visto as duas trilogias anteriores, acho os filmes legais, mas não me considerava um fã. Foi com "O Despertar da Força" que fui fisgado para esse universo de vez.
Apesar de ter um espelhamento na história, se compararmos "O Despertar da Força" com "Star Wars: Uma Nova Esperança", J. J. colocou muito mais ação no filme, e personagens novos que é impossível não adorar logo de cara.
Para esse recomeço, digamos assim, temos Leia (Carrie Fischer) e Han Solo (Harrison Ford) de volta, e aquele sentimento de nostalgia surge, principalmente quando vemos Han, a bordo de sua Millennium Falcon e seu fiel companheiro Chewbacca.
Porém, J. J. introduz a menina Rey (Daisy Ridley) e logo de cara, a personagem nos ganha. Seja por sua origem misteriosa e humilde, seja por suas cenas de ação muito boas que a atriz entrega. A coragem do diretor também passa ao introduzir Finn (John Boyega). Um stormtropper desertor, que nos faz entender melhor o que se passa no lado daqueles soldados. Já como vilão, temos Kylo Ren (Adam Driver), neto do temido Darth Vader. Kylo é a personificação do avô, e entrega um vilão muito poderoso, mas também, muito complexado.
No mais temos ação do início ao fim, e aquela trilha sonora gostosa de se ouvir, de John Williams. É a magia de Star Wars de volta, como aquela dos anos 70.
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O Grito 3 - O Início do Fim
2.6 33 Assista AgoraA terceira versão Japonesa de "O Grito" chegou quando as suas assombrações já pareciam desgastadas, devido a dois longas do próprio Japão, e três filmes americanos. Mas por incrível que pareça, "O Grito 3: O Começo do Fim", surpreende e acaba sendo o melhor filme sobre Kayako e Toshio já realizado.
Assim como na terceira parte americana, o diretor Takashi Shimizu não retorna. Aqui a direção fica a cargo de Masayuki Ochiai. O longa aborda mais a história de Toshio, que devido a estar faltando muito na escola, sua professora resolve ir até a sua casa para saber o motivo, e assim, ela será assombrada por forças sobrenaturais, aquelas que já conhecemos bem.
Masayuki Ochiai entrega aqui uma abordagem ainda não vista em nenhum filme da franquia. Saem os sustos fáceis, e entram os elementos mais subjetivos para dar o tom realmente do terror. Ele não reinventa a roda, mas trabalha as figuras de Kayako e Toshio em outro nível, e realmente consegue causar tensão. Existe um exagero aqui e ali, mas nada demais.
A narrativa do filme também fica mais fácil de acompanhar. Ainda com mais de uma história acontecendo em paralelo, o filme não é fragmentado como os anteriores de Takashi Shimizu.
Por fim, o filme é um grande acerto ao não apelar para os clichês do gênero, como os jumper scares ou a trilha sonora alta, acompanhada de um susto. É um filme tenso e que surpreende pela coragem de empregar algo novo em uma franquia que já estava desgastada.
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O Conto da Princesa Kaguya
4.4 802 Assista AgoraBaseado em um conto japonês chamado "O corte no bambu", "O Conto da Princesa Kaguya" é uma animação que vai muito na contramão de todos os filmes do gênero que vemos ultimamente. Aqui não temos o traço realista do computador, e sim um traço mais manual, que dá a animação movimentos leves, suaves e que de cara, já chama nossa atenção.
A história de Kaguya é mágica: nasceu pequenina em um tronco de bambu, teve uma infância no campo e ao crescer, seu pai lhe deu uma educação de princesa, tanto que ela acabou cobiçada até pelo imperador.
O roteiro nos da tempo necessário para apreciarmos os seus personagens, inclusive percebemos a evolução deles, o que enriquece a história. O longa a todo momento nos convida para uma reflexão, ao nos mostrar a infância feliz de Kaguya, contrastando com a tristeza quando ela começa a receber uma educação de princesa, nos mostra o que realmente era importante para ela, e como podemos encontrar a verdadeira felicidade em pequenos detalhes. A moral de toda a história é poderosa, tornando "O Conto da Princesa Kaguya" um filme marcante, e de uma beleza incrível.
A direção de Isao Takahata, do lindo e triste "O Túmulo dos Vagalumes", é corajosa mais uma vez. O final de "O Conto da Princesa Kaguya" é tocante, e pode chocar os otimistas de plantão, mas é o que coroa, essa que se tornou uma das minhas animações japonesas preferidas.
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No Calor da Noite
4.0 139 Assista AgoraO movimento civil negro vivia um dos seus momentos mais fortes na década de 60, quando "No Calor da Noite" chegou aos cinemas. No filme, um empresário é morto em uma pequena cidade, e na rápida busca feita pela polícia, um negro é encontrado em uma estação de trem, e logo é acusado do crime.
O roteiro do filme tem duas vertentes que se propõe a tratar: o racismo e o crime a ser resolvido. Nesse ponto, o diretor Norman Jewison falha um pouco ao misturar um pouco as duas coisas, tanto que a resolução final para o crime, pode deixar a desejar para aqueles mais exigentes. Porém, o filme tem muitas qualidades.
Todas as cenas que envolvem o racismo, são bem dirigidas. Você percebe no olhar dos policiais, todo o preconceito com Virgil Tibbs (Sidney Poitier), que também é policial. Inclusive a atuação de Sidney Poitier é incrível, e constrói o seu personagem com desenvoltura, dando um ar sereno e correto a ele. O relacionamento entre ele e o delegado Gillespie (Rod Steiger) tem uma evolução, passando de um preconceito inicial a um respeito mútuo.
Apesar de ser feito nos anos 60, e não possuir todos os recursos de hoje em dia, a de se aplaudir o trabalho de Norman Jewison nas cenas noturnas. Todas muito bem ambientadas, a fotografia do longa se torna perfeita. "No Calor da Noite" é um pequeno clássico, que possui qualidades e defeitos. Não é um filme memorável, mas um longa que aborda questões importantes da história, e filmes assim sempre merecem ser assistidos.
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Antes da Meia-Noite
4.2 1,5K Assista AgoraJulie Delpy e Ethan Hawke se reúnem mais uma vez ao lado do diretor Richard Linklater para encerrar a trilogia mais romântica do cinema. "Antes da Meia-Noite" consegue amadurecer ainda mais a história, e toca em pontos fortes que o roteiro dos filmes anteriores não haviam explorado.
Em "Antes do Amanhecer" e "Antes do Pôr do Sol" terminam sempre da mesma forma. Sem responder ao certo se o casal realmente ficou junto. Aqui em "Antes da Meia-noite", o diretor trata logo de responder a essa pergunta, e sim. Eles ficaram juntos e tem agora duas filhas.
O roteiro afiado mais uma vez, trata novamente de assuntos como a paixão, o amor e também de sexo. Além de fazer uma reflexão sobre as escolhas que tomamos, e como nos doamos em uma relação. "Antes da Meia-noite" é lindo e corajoso, ao tocar em pontos tão importantes e delicados de uma relação. Destaque mais ainda para Julie Delpy e Ethan Hawke, que participaram da criação do roteiro junto de Linklater e mostraram uma química incrível dentro e fora da tela. "Antes da Meia-noite" encerra (será mesmo?) a história de Jesse e Celine. Verdadeiro em todos os momentos de uma relação, são filmes indispensáveis para todos os casais.
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Suprema
3.9 105 Assista AgoraA história de Ruth Bader Ginsburg, a juíza mais importante da história dos Estados Unidos ganha vida pelas mãos da diretora Mimi Leder. "Suprema" acompanha a história de Ruth (Felicity Jones), que antes mesmo de se tornar uma juíza, lutou pela igualdade de gênero em seu país.
O longa acompanha especificamente a luta pelos direitos iguais. Mostra como Ruth enfrentou dificuldades e humilhações desde o começo de sua vida, em um mundo totalmente machista. O filme tem cenas fortes, que mostram pouco, mas falam muito. Como a cena em seu primeiro dia de aula, em uma sala recheada de homens, e apenas três mulheres.
O roteiro acompanha as dificuldades da personagem, tanto nos estudos, como na vida pessoal. Seu marido, Martin Ginsburg (Armie Hammer), enfrentou um câncer, mas isso não foi suficiente para dete-la. Inclusive, Martin sempre foi um grande incentivador na carreira de Ruth. Ela é forte, determinada, e foi vivida com desenvoltura por Felicity Jones. O elenco coadjuvante é ótimo, e a direção de Mimi Leder, inspira.
O filme não acompanha toda a história grandiosa de Ruth Bader Ginsburg, para saber mais detalhe da vida desta grande mulher, recomendo o documentário "A Juíza". O longa também não procura mostrar a raiz do problema abordado, mas é questionador e inspirador, e o torna nos dias de hoje, um filme obrigatório.
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Antes do Pôr-do-Sol
4.2 1,5K Assista AgoraAo final de "Antes do Amanhecer", nós espectadores ficamos ansiosos com um possível encontro de Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy), seis meses depois naquela mesma estação em que eles estão se despedindo. Vale lembrar que eles não trocaram nenhuma informação, nem sobrenome e nem telefone. Nove anos depois, "Antes do Pôr do Sol" chega para responder a essa questão.
A dúvida de cara é respondida. Jesse escreveu um livro sobre aquele lindo encontro inusitado que teve com Celine, tamanha era sua fascinação por ela. E enquanto está em uma tarde de autógrafos na França, ela vai até a livraria. Os dois se encontram e saem para conversar, sobre o que fizeram da vida deles naqueles nove anos, seus sonhos, suas aspirações, carreiras, enfim, aquele bate-papo lindo que eles já entregaram no primeiro filme.
O roteiro do filme foi escrito tanto pelo diretor, Richard Linklater, como pelos atores Ethan Hawke e Julie Delpy. Por isso as falas saem tão naturais, como se fossem dois amigos conversando. Os atores colocaram aqui, situações que estavam passando ou que passaram em suas vidas. Ethan Hawke na época, estava até em processo de separação. Experiência colocada na tela, que deu um toque todo especial ao filme.
Richard Linklater continua dirigindo muito bem, alinhado com uma excelente fotografia, o diretor faz com que sejamos espectadores de uma obra que não vemos sempre. Uma história de amor, amadurecida e real assim como o seu antecessor.
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