Eu não sei o que está acontecendo com a Grécia, mas eles estão nos dando o cinema mais estranho nos dias de hoje. "L" é uma história alienante sobre um motorista que é substituído por um novo motorista depois de chegar duas vezes atrasado para o seu trabalho. Qual é o trabalho dele, exatamente? Por que seu amigo está tão ansioso em comprar um barco? Por que alguém daria uma chave de um Mercedes, para alguém que nem sequer tem um? Os motoristas "profissionais" são, de fato, a mesma coisa que os assassinos profissionais? Um road movie absurdo, fora da caixa e bem dirigido, com a mesma qualidade de outros filmes mais conhecidos da "Greek weird wave."
O último filme de Andrzej Żuławski é, sem dúvida, um dos filmes mais esquitos dos últimos 10 anos. Todos os personagens aqui são estereótipos simplesmente absurdos, passando por situações exageradas e a narrativa é toda espalhada por segmentos irritantemente engraçados neste chamado "thriller noir metafísico". Pense em "Rabbits" do David Lynch, mas dirigido por Babis Makridis (de "L" e o recente "Pity") e você ainda terá apenas um pequeno vislumbre do que é esse filme. "Cosmos" não é um filme de fácil absorção, já que pode parecer um filme puramente aleatório e nonsense pra muitos, mas é uma experiência única e gratificante pra aqueles que conseguirem embarcar nessa louca jornada.
Nós todos já vimos este tipo de filme: criança esquisita faz coisas de crianças esquisitas, enquanto a querida mamãe está ficando louca. Embora não seja um horror tão apoteótico e memorável como outras obras mais conhecidas da A24, a atmosfera lenta do filme, amarrado com elementos de "folk horror" e uma atuação ótima da Seána Kerslake, faz "The Hole in the Ground" um filme agradável de se assistir num domingo chuvoso.
Embora não tenha a atmosfera de tensão e pavor como outros mockumentários lançados durante a mesma época, como "Lake Mungo", "Noroi" e "Zero Day", e algumas situações bastante inverossímeis aqui e ali, a atmosfera desconfortável de "The Poughkeepsie Tapes" ainda está intacto depois de todos esses anos. As partes de 'documentário' são ótimas e as partes de 'found footage', enquanto um pouco exageradas e teatrais em certos pontos, são sombrias o bastante para criar uma sensação de ansiedade durante o filme. Fico feliz que este filme esteja, finalmente, recebendo o reconhecimento que merece.
Um filme surreal e completamente sem diálogo sobre seis espíritos inquietos, presos em algum tipo de limbo, e descobrindo como eles morreram. E... basicamente, é isso.
Enquanto o ritmo EXTREMAMENTE lento de "Flowers" pode causar um distanciamento total com uma parcela do público, sua atmosfera macabra contêm resquícios de "Der Todesking" de Jörg Buttgereit e dos primeiros trabalhos de David Lynch e, durante seus atmosféricos 80 minutos, você não verá um único vislumbre de luz ou esperança aqui.
É meio que uma mistura de David Lynch e John Carpenter, dirigido usando técnicas do Pascal Laugier e um quê de Claire Denis. Curti bastante o resultado!
Na primeira assistida, a impressão que fica é que a série está encaminhando-se para apresentar um final mais "redondinho", explicitado pela edição que procura criar correlações em cenas de diferentes "ciclos." Com isso, o peso do plot, que continha um certo nível de experimentalismo em apresentar seus conceitos de maneira mais "free-form" na primeira temporada, dá uma diminuída.
Talvez, essa estranheza foi causada por mim mesmo, já que fui assistir essa nova temporada com muita expectativa e o fato da primeira temporada ser uma das minhas coisas preferidas dos últimos anos pesou bastante (e foi difícil não fazer algum comparativo.) Mesmo assim, pretendo assistir novamente assim que possível, pra poder absorver essa nova temporada melhor e livre de expectativas.
Falar desse filme é esquisito. Por mais que a produção seja precária em vários sentidos (atuação, produção e, se pá, nas péssimas escolhas de fontes para alguns textos), não posso negar que a maneira crua que o diretor simplesmente decide jogar os 20 minutos finais me pegou de surpresa e me deixou atordoado. É lógico que tem filmes com finais BEM mais apoteóticos e violentos, mas só de pensar que qualquer um de nós poderá ter filhas que não estão livres de passar por situações similares na vida real, é de gelar minha espinha.
"The Beach Bum" só tem um único defeito: ter apenas 1h30min de duração. O filme flui tão bem, que se torna uma experiência super deliciosa de assistir. Tudo aqui é memorável: os personagens, o uso meticuloso trilha sonora, as piadinhas aleatórias, as críticas subliminares. Tudo misturado em algo surreal e verossímil ao mesmo tempo. "The Beach Bum" não só traz o Harmony Korine de volta em sua melhor forma; também contêm tudo pra ser o meu filme preferido de 2019.
PS: A cena do "golfinho" é a coisa mais engraçada e aleatória que eu vi em algum filme esse ano, HAHAHAHAHA.
Comparado com o pé na porta que Jordan Peele chegou dando com "Get Out", ver ele entregando um slasher mais redondinho como seu segundo filme foi, no mínimo, esquisito. O filme, mesmo tendo algumas irregularidades na dinâmica do filme e tendo (bem) menos daquela alegoria ríspida que me fez adorar "Get Out", "Us" prende totalmente a atenção e diverte.
PS: Admito que ver o Winston Duke fazer um "dab" logo no começo do filme, me fez ter uma crise de riso totalmente aleatória.
Não só é, pra mim, o melhor filme da década junto com "The Turin Horse", mas também continua de maneira excelente a série de filmes mais interessantes do cinema atualmente. E que venha "Vitalina Varela" esse ano!
Por mais que seja demasiadamente longo, Shura é um excelente Jidaigeki surreal. Os primeiros 40 minutos, que pode ser um teste de paciência pra alguns, define o plot principal e seus acontecimentos. Porém, depois disso, o filme toma um rumo insano, muitas vezes quase que beirando à um "proto-grindhouse" nos minutos finais. Filme tão essencial quanto "Funeral das Rosas", do mesmo diretor.
Em 2010, Apichatpong falou subliminarmente sobre a extinção do cinema em "Uncle Boonmee", onde a natureza era, também, a representação da sétima arte e "a arte da fotografia", como um dos personagens diz em uma cena.
Em 2016, Anocha Suwichakornpong decide estender essa temática de maneira mais experimental e sem nenhum limite. Aqui, política, estética cinematográfica, antropologia e o reflexo sobre o estado atual da arte se embolam, entrelaçam e derretem em algo totalmente irreconhecível.
É um filme onde há varias histórias: uma diretora quer escrever uma cinebiografia sobre uma ativista e ouve de uma empregada que é a ativista que devia escrever o filme (já que a ativista é uma escritora), sobre um músico famoso gravando seu novo clipe, sobre a produção de um filme e um ator do elenco morreu durante sua pós-produção num acidente de carro e, também, sobre uma empregada que apenas quer sair e se divertir na noite pra esquecer da sua rotina diária.
Tudo isso é implementado aleatoriamente, terminando num glitch e num shot estático onde a diretora decide quando e SE o céu se tornará azul. Em "By the Time It Gets Dark" não existe nenhuma linha que demonstra o que é real, ficção, estudo estético de linguagem ou sátira.
É um thriller psicológico com um tema bastante real, trazendo situações que muitas mulheres lidam no seu dia dia...
Porém, tudo isso é tratado com elementos de humor negro e sátira. Afinal, não acho que seja possível levar a sério as ações dos personagens aqui. Sem nenhuma ressalva.
Paris is Burning
4.5 242 Assista AgoraO. P. U. L. E. N. C. E.
OPULENCE!
YOU OWN EVERYTHING.
EVERYTHING IS YOURS.
Catástrofe Nuclear
3.8 41Cada país tem o "Vá e Veja" que merece. Esse é o da Inglaterra.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraMelhor filme do ano. Pronto.
L
3.4 11Eu não sei o que está acontecendo com a Grécia, mas eles estão nos dando o cinema mais estranho nos dias de hoje. "L" é uma história alienante sobre um motorista que é substituído por um novo motorista depois de chegar duas vezes atrasado para o seu trabalho. Qual é o trabalho dele, exatamente? Por que seu amigo está tão ansioso em comprar um barco? Por que alguém daria uma chave de um Mercedes, para alguém que nem sequer tem um? Os motoristas "profissionais" são, de fato, a mesma coisa que os assassinos profissionais? Um road movie absurdo, fora da caixa e bem dirigido, com a mesma qualidade de outros filmes mais conhecidos da "Greek weird wave."
Cosmos
3.2 18O último filme de Andrzej Żuławski é, sem dúvida, um dos filmes mais esquitos dos últimos 10 anos. Todos os personagens aqui são estereótipos simplesmente absurdos, passando por situações exageradas e a narrativa é toda espalhada por segmentos irritantemente engraçados neste chamado "thriller noir metafísico". Pense em "Rabbits" do David Lynch, mas dirigido por Babis Makridis (de "L" e o recente "Pity") e você ainda terá apenas um pequeno vislumbre do que é esse filme. "Cosmos" não é um filme de fácil absorção, já que pode parecer um filme puramente aleatório e nonsense pra muitos, mas é uma experiência única e gratificante pra aqueles que conseguirem embarcar nessa louca jornada.
The Hole in the Ground
2.8 104Nós todos já vimos este tipo de filme: criança esquisita faz coisas de crianças esquisitas, enquanto a querida mamãe está ficando louca. Embora não seja um horror tão apoteótico e memorável como outras obras mais conhecidas da A24, a atmosfera lenta do filme, amarrado com elementos de "folk horror" e uma atuação ótima da Seána Kerslake, faz "The Hole in the Ground" um filme agradável de se assistir num domingo chuvoso.
As Fitas de Poughkeepsie
3.1 372Embora não tenha a atmosfera de tensão e pavor como outros mockumentários lançados durante a mesma época, como "Lake Mungo", "Noroi" e "Zero Day", e algumas situações bastante inverossímeis aqui e ali, a atmosfera desconfortável de "The Poughkeepsie Tapes" ainda está intacto depois de todos esses anos. As partes de 'documentário' são ótimas e as partes de 'found footage', enquanto um pouco exageradas e teatrais em certos pontos, são sombrias o bastante para criar uma sensação de ansiedade durante o filme. Fico feliz que este filme esteja, finalmente, recebendo o reconhecimento que merece.
Flowers
3.5 9Um filme surreal e completamente sem diálogo sobre seis espíritos inquietos, presos em algum tipo de limbo, e descobrindo como eles morreram. E... basicamente, é isso.
Enquanto o ritmo EXTREMAMENTE lento de "Flowers" pode causar um distanciamento total com uma parcela do público, sua atmosfera macabra contêm resquícios de "Der Todesking" de Jörg Buttgereit e dos primeiros trabalhos de David Lynch e, durante seus atmosféricos 80 minutos, você não verá um único vislumbre de luz ou esperança aqui.
Mal Nosso
3.0 160É meio que uma mistura de David Lynch e John Carpenter, dirigido usando técnicas do Pascal Laugier e um quê de Claire Denis. Curti bastante o resultado!
Dark (2ª Temporada)
4.5 897Na primeira assistida, a impressão que fica é que a série está encaminhando-se para apresentar um final mais "redondinho", explicitado pela edição que procura criar correlações em cenas de diferentes "ciclos." Com isso, o peso do plot, que continha um certo nível de experimentalismo em apresentar seus conceitos de maneira mais "free-form" na primeira temporada, dá uma diminuída.
Talvez, essa estranheza foi causada por mim mesmo, já que fui assistir essa nova temporada com muita expectativa e o fato da primeira temporada ser uma das minhas coisas preferidas dos últimos anos pesou bastante (e foi difícil não fazer algum comparativo.) Mesmo assim, pretendo assistir novamente assim que possível, pra poder absorver essa nova temporada melhor e livre de expectativas.
Megan is Missing
2.7 306Falar desse filme é esquisito. Por mais que a produção seja precária em vários sentidos (atuação, produção e, se pá, nas péssimas escolhas de fontes para alguns textos), não posso negar que a maneira crua que o diretor simplesmente decide jogar os 20 minutos finais me pegou de surpresa e me deixou atordoado. É lógico que tem filmes com finais BEM mais apoteóticos e violentos, mas só de pensar que qualquer um de nós poderá ter filhas que não estão livres de passar por situações similares na vida real, é de gelar minha espinha.
Festa de Família
4.2 397 Assista AgoraFamília, família!!!
Papai, mamãe, titiaaaaaa!!!
Com a Palavra, Ronald Rios
4.6 12KERO COCO SABOR FERRO!!!!!!!!
Vá e Veja
4.5 756 Assista Agora:(
Felizes Juntos
4.2 261 Assista AgoraPo-wing é um cuzão, na moral.
Mindhorn
2.9 29IT'S GINGA TIME!
The Beach Bum: Levando a Vida Numa Boa
2.9 47"The Beach Bum" só tem um único defeito: ter apenas 1h30min de duração. O filme flui tão bem, que se torna uma experiência super deliciosa de assistir. Tudo aqui é memorável: os personagens, o uso meticuloso trilha sonora, as piadinhas aleatórias, as críticas subliminares. Tudo misturado em algo surreal e verossímil ao mesmo tempo. "The Beach Bum" não só traz o Harmony Korine de volta em sua melhor forma; também contêm tudo pra ser o meu filme preferido de 2019.
PS: A cena do "golfinho" é a coisa mais engraçada e aleatória que eu vi em algum filme esse ano, HAHAHAHAHA.
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraComparado com o pé na porta que Jordan Peele chegou dando com "Get Out", ver ele entregando um slasher mais redondinho como seu segundo filme foi, no mínimo, esquisito. O filme, mesmo tendo algumas irregularidades na dinâmica do filme e tendo (bem) menos daquela alegoria ríspida que me fez adorar "Get Out", "Us" prende totalmente a atenção e diverte.
PS: Admito que ver o Winston Duke fazer um "dab" logo no começo do filme, me fez ter uma crise de riso totalmente aleatória.
Cavalo Dinheiro
3.9 15 Assista AgoraNão só é, pra mim, o melhor filme da década junto com "The Turin Horse", mas também continua de maneira excelente a série de filmes mais interessantes do cinema atualmente. E que venha "Vitalina Varela" esse ano!
Buffalo '66
4.1 302 Assista AgoraA dinastia de um cara que, no final das contas, ele só queria mijar em paz.
Shura
4.2 10Por mais que seja demasiadamente longo, Shura é um excelente Jidaigeki surreal. Os primeiros 40 minutos, que pode ser um teste de paciência pra alguns, define o plot principal e seus acontecimentos. Porém, depois disso, o filme toma um rumo insano, muitas vezes quase que beirando à um "proto-grindhouse" nos minutos finais. Filme tão essencial quanto "Funeral das Rosas", do mesmo diretor.
By the Time It Gets Dark
3.8 6Em 2010, Apichatpong falou subliminarmente sobre a extinção do cinema em "Uncle Boonmee", onde a natureza era, também, a representação da sétima arte e "a arte da fotografia", como um dos personagens diz em uma cena.
Em 2016, Anocha Suwichakornpong decide estender essa temática de maneira mais experimental e sem nenhum limite. Aqui, política, estética cinematográfica, antropologia e o reflexo sobre o estado atual da arte se embolam, entrelaçam e derretem em algo totalmente irreconhecível.
É um filme onde há varias histórias: uma diretora quer escrever uma cinebiografia sobre uma ativista e ouve de uma empregada que é a ativista que devia escrever o filme (já que a ativista é uma escritora), sobre um músico famoso gravando seu novo clipe, sobre a produção de um filme e um ator do elenco morreu durante sua pós-produção num acidente de carro e, também, sobre uma empregada que apenas quer sair e se divertir na noite pra esquecer da sua rotina diária.
Tudo isso é implementado aleatoriamente, terminando num glitch e num shot estático onde a diretora decide quando e SE o céu se tornará azul. Em "By the Time It Gets Dark" não existe nenhuma linha que demonstra o que é real, ficção, estudo estético de linguagem ou sátira.
Elle
3.8 886É um thriller psicológico com um tema bastante real, trazendo situações que muitas mulheres lidam no seu dia dia...
Porém, tudo isso é tratado com elementos de humor negro e sátira. Afinal, não acho que seja possível levar a sério as ações dos personagens aqui. Sem nenhuma ressalva.
Por Que Você Não Vai Brincar no Inferno?
3.9 54Facilmente a melhor comédia do Sono. Não teve um minuto sequer que não gargalhei histericamente com o quão absurdo que esse filme é.