Sensacional. É preciso estômago para enfrentar a sequência de cenas, seja aquelas que possuem confronto direto ou, talvez pior ainda, aquelas onde a tensão apenas paira no ar. Dois momentos que me marcaram pela excelência dos diálogos e atuações ao longo de vários minutos:
Tenho muita dificuldade de lidar com o envelhecimento, inclusive esse assunto costumava ser corriqueiro na terapia. Então assistir Vortex acabou sendo uma experiência aterrorizante para mim, mas ao mesmo recompensadora porque de fato é um filme excelente. A escolha de repartir as câmeras, o trabalho técnico para os "encontros" entre as câmeras, a escolha dos ângulos de filmagem... é perceptível a qualidade técnica desse longa, sem falar nas atuações que são estupendas. Acho que o mais chocante do filme é o realismo que ele retrata o Alzheimer, muito diferente de filmes comerciais e convencionais como Still Alice, por exemplo. Em Still Alice o roteiro e edição geram uma certa empatia e afeto pela personagem acometida, enquanto que em Vortex a gente só sente horror pela crueza, por parecer tão real e uma possibilidade de futuro (casos de Alzheimer estão crescendo no mundo em números absolutos e proporção). Além disso, o filme também assusta por nos mostrar que, por mais felizes que sejamos em vida, muito provavelmente iremos embora desse mundo após um período de muita debilidade física e mental da proximidade do fim da vida (para casos de morte natural).
o tom six disse que o filme não saiu ainda porque nenhuma distribuidora aceitou lançá-lo. eu nunca assisti centopeia humana e nem tenho interesse, mas a sinopse e o trailer de onania club me deixaram com muita vontade de conferir que insanidade esse roteiro guarda, afinal. apesar do baixo orçamento e atuações caricatas, esse filme envolve o fascínio por violência e sofrimento que existe na nossa sociedade, algo que, como um bom fã do haneke me atrai muito (de modo algum estou equiparando os diretores). além disso, o john waters colocou esse filme como um dos dez melhores que ele assistiu em 2021, então tenho a expectativa que, mesmo possivelmente sendo um lixo, é um filme que não passará despercebido por quem assisti-lo num longo prazo. espero que seja lançado ou vaze um dia (zero culpa).
A atuação do Charles Boyer nesse filme é de outro mundo, sugou toda a minha atenção. O que são os movimentos de sobrancelha e as mudanças abruptas de humor desse homem? Incrível.
A cena em que o fugitivo branco coloca barro no rosto para não ser reconhecido ao passar pelo vilarejo à noite simplesmente não faz sentido, mesmo de um ponto de vista de discussão de raça.
A cena em que a Catherine sem querer entra na ala masculina do manicômio é icônica. O surto dela seguido pela exaltação dos internos é um show de cinema.
Edição é o grande forte do filme, impecável. Porém a história tem coincidências um pouco forçadas para encaixar o roteiro. E além disso, o clímax não me prendeu:
achei que seria algo envolvendo a bomba e um drama interno no avião, e no fim foi sobre o avião da pista sendo desatolado... O Carrero absurdamente coadjuvante e tempo demais dedicado a dramas que não acrescentaram nada na história, como o divórcio do Mel.
Há tempos que não me sentia tão cativado por um filme. Li alguns comentários sobre o filme ser maçante e me surpreendi porque fiquei imerso na história desde o início, e agora me questiono porquê. Mas acredito que um conjunto de coisas: as cenas longas e silenciosas; os diálogos aparentemente rasos mas que constroem uma narrativa sólida; a ingenuidade e singularidade da personalidade do Figowitz,
seja na maneira sensível de como ele conversa com a vaca, tem contato com a natureza ou cozinha; a amizade dele com o King Liu, estando sempre um pelo outro até o fim, num acordo implícito e não verbalizado...
1. pouco antes de serem descobertos roubando, a sequência se inicia com o gato tomando leite, o mesmo gato que foge da casa e leva aos oficiais a descobrirem que a vaca estava sendo ordenhada; e 2. quando o Figowitz, após a fuga, reencontra a vaca, dessa vez cercada. Primeiro, um alimento restrito a uma elite sendo acessível mesmo a animais de estimação, mas considerado um crime quando consumido por outros humanos. Segundo, a criação de uma barreira extra para a acesso de desfavorecidos a um bem de poucos. Alguns dos muitos simbolismos do filme. Sigo me questionando se o bebê no cesto do bar também representa algo.
tomar os pensamentos da Nicoline aconteceu meio de supetão, sem falar que os diálogos entre os dois passavam longe de serem desconcertantes e intensos como almejavam.
A cena final… caramba que coisa linda! Fiquei completamente imerso no cinema contemplando o telão. Vale a pena acompanhar todos os tormentos da personagem principal durante o filme apenas para que aquela cena faça sentido.
Não que o Globo de Ouro seja um grande parâmetro, mas esse filme ser considerado o melhor roteiro da temporada é uma piada. A história é bastante óbvia e um pouco caricata.
Particularmente a cena da mãe saindo com o Buddy daquele mercado durante o protesto "escoltados" pelo vilãozinho do filme (um personagem muito mal construído, por sinal) e o que acontece em seguida ao encontrar o pai e irmão do Buddy, me deixou bastante desconfortável tamanha artificialidade.
As atuações magistrais e forte química entre Anne Bancroft e Patty Duke nesse filme são incontestáveis (inclusive, é uma pena que o Oscar da Anne Bancroft seja tão ignorado devido à "rivalidade" entre a Joan Crawford e Bette Davis que ficou bastante publicizada naquela edição). Duas coisas, entretanto, me incomodaram bastante. Os supostos métodos pedagógicos Anne Sullivan são no mínimo questionáveis, talvez não para a época, mas assistindo hoje me parece que o filme envelheceu um pouco mal. Também achei extramamente exageradas as reações da mãe e do pai da Hellen Keller, nível Faye Dunaway em "Mommie Dearest". Sim, o filme é baseado numa peça de teatro, mas na transição para as telas essa decisão de manter as reações muito exageradas não me desceu. Fotografia belíssima.
Bobby expulsando o homem estranho que tentava se aproximar das crianças brincando
. Existe uma óbvia correlação entre classe socioeconômica e vulnerabilidade a traumas e abusos. Assim para as pessoas que se encontram na periferia do capitalismo, cuidar uma das outras se torna ainda mais urgente por uma questão de sobrevivência mesmo.
Outro aspecto que não deixo de ignorar é a total ausência do Estado em fornecer à família da Moone uma oportunidade de melhora de vida. Porém, quando as coisas se tornam insustentáveis, o mesmo Estado
não hesita em tirar a criança da mãe. É óbvio que eu não compactuo com as atitudes da Halley, mas o filme retrata a tentativa dessa mãe em ganhar dinheiro de outras formas, buscando um emprego através da ajuda do Estado, através da amiga, vendendo produtos para turistas e sendo impedida.
Oportunidades são vitais para que famílias não se desmanchem e possam melhorar sua realidade.
Sinto que esse filme dilacera tão bem o contexto social que se propõe a mostrar, que talvez nem mesmo a equipe do filme se dava conta da obra-prima que estavam criando e se surpreenderam ao fim do processo tanto quanto os espectadores. Um clássico moderno.
Acreditar que existe um propósito na existência é importante para uma sociedade. Do ponto de vista coletivo, quando nada tem sentido, qualquer ação deixa de ser passível de julgamento. Bela obra.
Uma forma bastante original de demonstrar a relação polícia e racismo nos EUA. O final é muito bonito e simbólico, bem como os acontecimentos que decorreram dele. Este filme com certeza merecia ter recebido mais atenção da temporada de premiações. Ficarei de olho nos próximos trabalhos da Jodie Turner-Smith, me impressionei muito.
Só achei estranho as cenas dos protestos intercaladas com os protagonistas transando no carro. Não entendi muito bem qual foi o objetivo com este tipo de montagem.
Faço parte do grupo de pessoas que quis assistir este filme unicamente pela elogiada atuação do Willem Dafoe. Caso esse seja seu caso, te encorajo fortemente a também assisti-lo, recebendo de brinde uma fotografia linda através de uma câmera frenética e dinâmica.
As Bestas
4.0 52 Assista AgoraSensacional. É preciso estômago para enfrentar a sequência de cenas, seja aquelas que possuem confronto direto ou, talvez pior ainda, aquelas onde a tensão apenas paira no ar. Dois momentos que me marcaram pela excelência dos diálogos e atuações ao longo de vários minutos:
a cena onde o Antoine tenta conseguir uma trégua com os irmãos no bar, e a cena em que mãe e filha discutem na cozinha.
Todos Nós Desconhecidos
3.8 192 Assista AgoraOs roteiristas desse filme perderam a mão na tristeza, hein. Que porrada.
Zona de Interesse
3.6 603 Assista AgoraO frio na espinha que eu senti na última cena, simplesmente genial. Um dos melhores trabalhos de som que eu já vi em um filme.
Vortex
4.0 66Tenho muita dificuldade de lidar com o envelhecimento, inclusive esse assunto costumava ser corriqueiro na terapia. Então assistir Vortex acabou sendo uma experiência aterrorizante para mim, mas ao mesmo recompensadora porque de fato é um filme excelente. A escolha de repartir as câmeras, o trabalho técnico para os "encontros" entre as câmeras, a escolha dos ângulos de filmagem... é perceptível a qualidade técnica desse longa, sem falar nas atuações que são estupendas. Acho que o mais chocante do filme é o realismo que ele retrata o Alzheimer, muito diferente de filmes comerciais e convencionais como Still Alice, por exemplo. Em Still Alice o roteiro e edição geram uma certa empatia e afeto pela personagem acometida, enquanto que em Vortex a gente só sente horror pela crueza, por parecer tão real e uma possibilidade de futuro (casos de Alzheimer estão crescendo no mundo em números absolutos e proporção). Além disso, o filme também assusta por nos mostrar que, por mais felizes que sejamos em vida, muito provavelmente iremos embora desse mundo após um período de muita debilidade física e mental da proximidade do fim da vida (para casos de morte natural).
The Onania Club
18o tom six disse que o filme não saiu ainda porque nenhuma distribuidora aceitou lançá-lo. eu nunca assisti centopeia humana e nem tenho interesse, mas a sinopse e o trailer de onania club me deixaram com muita vontade de conferir que insanidade esse roteiro guarda, afinal. apesar do baixo orçamento e atuações caricatas, esse filme envolve o fascínio por violência e sofrimento que existe na nossa sociedade, algo que, como um bom fã do haneke me atrai muito (de modo algum estou equiparando os diretores). além disso, o john waters colocou esse filme como um dos dez melhores que ele assistiu em 2021, então tenho a expectativa que, mesmo possivelmente sendo um lixo, é um filme que não passará despercebido por quem assisti-lo num longo prazo. espero que seja lançado ou vaze um dia (zero culpa).
À Meia Luz
4.1 96 Assista AgoraA atuação do Charles Boyer nesse filme é de outro mundo, sugou toda a minha atenção. O que são os movimentos de sobrancelha e as mudanças abruptas de humor desse homem? Incrível.
Acorrentados
3.8 44 Assista AgoraÉ um filme bacana e a atuação dos atores principais é convincente, mas não acredito que tenha envelhecido muito bem.
A cena em que o fugitivo branco coloca barro no rosto para não ser reconhecido ao passar pelo vilarejo à noite simplesmente não faz sentido, mesmo de um ponto de vista de discussão de raça.
De Repente, No Último Verão
4.2 97 Assista AgoraUm filme com Elizabeth Taylor, Katharine Hepburn e Montgomery Clift é a receita certa para um espetáculo de atuações.
A cena em que a Catherine sem querer entra na ala masculina do manicômio é icônica. O surto dela seguido pela exaltação dos internos é um show de cinema.
Aeroporto
3.4 48 Assista AgoraEdição é o grande forte do filme, impecável. Porém a história tem coincidências um pouco forçadas para encaixar o roteiro. E além disso, o clímax não me prendeu:
achei que seria algo envolvendo a bomba e um drama interno no avião, e no fim foi sobre o avião da pista sendo desatolado... O Carrero absurdamente coadjuvante e tempo demais dedicado a dramas que não acrescentaram nada na história, como o divórcio do Mel.
First Cow: A Primeira Vaca da América
3.8 131 Assista AgoraHá tempos que não me sentia tão cativado por um filme. Li alguns comentários sobre o filme ser maçante e me surpreendi porque fiquei imerso na história desde o início, e agora me questiono porquê. Mas acredito que um conjunto de coisas: as cenas longas e silenciosas; os diálogos aparentemente rasos mas que constroem uma narrativa sólida; a ingenuidade e singularidade da personalidade do Figowitz,
seja na maneira sensível de como ele conversa com a vaca, tem contato com a natureza ou cozinha; a amizade dele com o King Liu, estando sempre um pelo outro até o fim, num acordo implícito e não verbalizado...
Duas cenas me marcaram:
1. pouco antes de serem descobertos roubando, a sequência se inicia com o gato tomando leite, o mesmo gato que foge da casa e leva aos oficiais a descobrirem que a vaca estava sendo ordenhada; e 2. quando o Figowitz, após a fuga, reencontra a vaca, dessa vez cercada. Primeiro, um alimento restrito a uma elite sendo acessível mesmo a animais de estimação, mas considerado um crime quando consumido por outros humanos. Segundo, a criação de uma barreira extra para a acesso de desfavorecidos a um bem de poucos. Alguns dos muitos simbolismos do filme. Sigo me questionando se o bebê no cesto do bar também representa algo.
Vortex
4.0 66Onde estão os hackers a serviço do acesso gratuito e universal à cultura (a.k.a. pirataria)???? Não vaza nunca haha
Instinto
2.7 48 Assista AgoraA ideia do filme é interessante mas mal executada. Eu sinto que as narrativas
(o abuso pela mãe, os hábitos sexuais peculiares da nicoline e a tensão sexual entre ela e o idris)
tomar os pensamentos da Nicoline aconteceu meio de supetão, sem falar que os diálogos entre os dois passavam longe de serem desconcertantes e intensos como almejavam.
Asas
4.0 7A cena final… caramba que coisa linda! Fiquei completamente imerso no cinema contemplando o telão. Vale a pena acompanhar todos os tormentos da personagem principal durante o filme apenas para que aquela cena faça sentido.
A Filha Perdida
3.6 573Filme importante para o controle de natalidade.
Belfast
3.5 291 Assista AgoraNão que o Globo de Ouro seja um grande parâmetro, mas esse filme ser considerado o melhor roteiro da temporada é uma piada. A história é bastante óbvia e um pouco caricata.
Particularmente a cena da mãe saindo com o Buddy daquele mercado durante o protesto "escoltados" pelo vilãozinho do filme (um personagem muito mal construído, por sinal) e o que acontece em seguida ao encontrar o pai e irmão do Buddy, me deixou bastante desconfortável tamanha artificialidade.
Kairo
3.4 165é aparecer a sombrinha e a mancha na parede que tu sabe que vai dar ruim
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 798 Assista AgoraTão bom o álcool.
O Milagre de Anne Sullivan
4.4 217 Assista AgoraAs atuações magistrais e forte química entre Anne Bancroft e Patty Duke nesse filme são incontestáveis (inclusive, é uma pena que o Oscar da Anne Bancroft seja tão ignorado devido à "rivalidade" entre a Joan Crawford e Bette Davis que ficou bastante publicizada naquela edição). Duas coisas, entretanto, me incomodaram bastante. Os supostos métodos pedagógicos Anne Sullivan são no mínimo questionáveis, talvez não para a época, mas assistindo hoje me parece que o filme envelheceu um pouco mal. Também achei extramamente exageradas as reações da mãe e do pai da Hellen Keller, nível Faye Dunaway em "Mommie Dearest". Sim, o filme é baseado numa peça de teatro, mas na transição para as telas essa decisão de manter as reações muito exageradas não me desceu. Fotografia belíssima.
Um Loiro
3.7 79Nunca havia me deparado com uma tensão sexual tão bem ambientada como neste filme. Não paro de pensar sobre.
Na Cama
3.4 49A montagem desse filme lembra muito novelas da globo. Os primeiros 25 minutos são interessantes, depois se torna um fardo ir até o fim.
A cena da mulher dançando a música da rádio é muito vergonha alheia, em um encontro casual aquilo acabaria com o clima.
Projeto Flórida
4.1 1,0KA cena que que sigo relembrando diariamente desde que assisti esse filme foi a do
Bobby expulsando o homem estranho que tentava se aproximar das crianças brincando
Outro aspecto que não deixo de ignorar é a total ausência do Estado em fornecer à família da Moone uma oportunidade de melhora de vida. Porém, quando as coisas se tornam insustentáveis, o mesmo Estado
não hesita em tirar a criança da mãe. É óbvio que eu não compactuo com as atitudes da Halley, mas o filme retrata a tentativa dessa mãe em ganhar dinheiro de outras formas, buscando um emprego através da ajuda do Estado, através da amiga, vendendo produtos para turistas e sendo impedida.
Sinto que esse filme dilacera tão bem o contexto social que se propõe a mostrar, que talvez nem mesmo a equipe do filme se dava conta da obra-prima que estavam criando e se surpreenderam ao fim do processo tanto quanto os espectadores. Um clássico moderno.
As Harmonias de Werckmeister
4.3 94Acreditar que existe um propósito na existência é importante para uma sociedade. Do ponto de vista coletivo, quando nada tem sentido, qualquer ação deixa de ser passível de julgamento. Bela obra.
Queen & Slim
4.3 298 Assista AgoraUma forma bastante original de demonstrar a relação polícia e racismo nos EUA. O final é muito bonito e simbólico, bem como os acontecimentos que decorreram dele. Este filme com certeza merecia ter recebido mais atenção da temporada de premiações. Ficarei de olho nos próximos trabalhos da Jodie Turner-Smith, me impressionei muito.
Só achei estranho as cenas dos protestos intercaladas com os protagonistas transando no carro. Não entendi muito bem qual foi o objetivo com este tipo de montagem.
No Portal da Eternidade
3.8 349 Assista AgoraFaço parte do grupo de pessoas que quis assistir este filme unicamente pela elogiada atuação do Willem Dafoe. Caso esse seja seu caso, te encorajo fortemente a também assisti-lo, recebendo de brinde uma fotografia linda através de uma câmera frenética e dinâmica.