Pode não ter um roteiro profundo como de Wall-e, mas mesmo na simplicidade tem muito coração e emoção nas personagens (todos obcecados pela Abby também?!). As músicas reforçam a vibe de anos 2000; e existem novos traços 'animecos' (mais fortes e presentes) para uma animação Pixar.
Elogio a tentativa de tentar transformar esse conto em filme, uma tarefa quase impossível - a começar pela "cor que não existe". O resultado é satisfatório, principalmente por ser uma produção independente. Eu preferiria que fosse contado num estilo mais de época (mas certamente seria mais cara a produção).
O filme tem várias camadas para falar sobre solidão e relacionamentos familiares, porém achei o roteiro cru e a direção muito "mecânica", o que me afastou emocionalmente do filme.
Esse tipo de filme me lembra muito A Árvore da Vida, que são filmes feitos pra sentir, refletir, e cada um vai trazer (ou não) um significado dele para si; são/podem ser muito subjetivos. Só que ao contrário do filme do Malick, Roma te coloca num contexto social muito mais próximo, e logo acredito ser mais fácil de captar suas sensações, críticas e reflexões - Árvore da Vida é lindo visualmente, ninguém discorda, mas é muito fácil se perder na "arte além da arte" e do "preciosismo" que ele propõe. Cuarón consegue ser mais pé no chão e conseguiu, pelo menos pra mim, expor os sentimentos de forma mais crua e verdadeira, sem precisar pensar muito sobre o que você está assistindo.
PS.: A cena da praia, com todos juntos. Uma das cenas mais lindas que já vi na vida.
Tenho tanto a falar sobre esse filme, não sei nem por onde começar! Há um bom tempo não lançavam um filme de terror tão singular e bem produzido, rico em detalhes, com todos os aspectos técnicos primorosos. O filme trabalha com tantos elementos ao mesmo tempo, de forma corajosa, que pode ser difícil de digerir em uma só vista - principalmente se estiver em uma sessão cheia de risadas e pertubação, o que foi a minha infeliz experiência no cinema e de muitos por aí também. Assistir sozinho/em um lugar silencioso seria o mínimo pra tentar entrar na atmosfera do filme. Pra quem gostou do filme e quer discutir alguns aspectos, vou continuar escrever com spoilers.
Fica bem claro que o filme anda entre o terror psicológico e o terror sobrenatural, certo? Desde o começo. A bruxa, os rituais, os contos, o misticismo se misturam com a vida da família, enraizada na religião e no supersticismo, na estrutura familiar medieval, num temor que reprime a sexualidade e a figura feminina (pobre Thomasin!). No fim das contas o filme trabalha tudo isso sem delinear bem onde termina um e começa o outro, e algumas pessoas talvez acabem não gostando do filme ao se entregar por completo ao sobrenatural - especialmente no final. Mas, pelo menos pra mim, só fez o filme ficar mais rico e intrigante. É muito interessante observar o surgimento de Thomasin como bruxa, como os acontecimentos levaram-na a esse fim, seja por causa da família se voltando contra ela pela religião ou por causa dos acontecimentos inexplicáveis, e ela sendo astuta o suficiente pra sobreviver a tudo isso. Era o Mal trabalhando para que ela fosse escolhida para ser uma bruxa, ou foi toda a desconfiança posta sobre Thomasin pela família que a levou a isso, como era feita pela sociedade na época? Tudo bem que o filme trabalhe mais com a primeira opção, mas a segunda também está presente no longa. Existem muitos e muitos outros detalhes que queria discutir, como a morte do Caleb, a morte dos gêmeos (representado pelo sacríficio das duas cabras mortas?), e, claro, Black Philip, o bode mais macabro ever. Que Robert Eggers traga muito filmes incríveis como este. E obrigado por ler minha opinião até o final!
Talvez o filme tenha perdido a oportunidade de se tornar mais reflexivo depois do encontro entre Theodore e Amy. quando ele percebe que está se apaixonando por uma máquina e abandonando os "problemas reais". O que se segue é uma história de amor que, ainda que aborde questões como "o que fazem os sentimentos algo real, algo humano?" e também ouse no conflito que Samantha cria, o filme se distancia um pouco da proposta original. De qualquer forma, do início ao fim o filme põe um paralelo nos relacionamentos via tecnologia dos dias de hoje. O que faz um sentimento ser real em meio a tanta tecnologia? Esses relacionamentos são mais fáceis ou igualmente difíceis? Que forma de amor é essa? Enfim, são tantas perguntas, obviamente sem respostas prontas.
PS: Quem não se apaixonaria pela Samantha na meiguíssima e sedutora voz da Scarlet?
O filme tenta retratar a verdade e a mentira nas relações amorosas, conforme elas são na realidade, mas devemos lembrar que ainda assim é um filme. São várias perguntas que o filme põe: qual o papel da verdade, da sinceridade num relacionamento? Como as vontades e mentiras podem afetar esse todo? Qual a força do amor frente à natureza animal do homem, e vice-versa? E o perdão, onde fica nisso tudo? No fim, cada um tira suas próprias conclusões.
A Alice, lindissimamente interpretada pela Natalie P., resume quase tudo pra mim: "Oh, as if you had no choice? There's a moment, there's always a moment, 'I can do this, I can give into this, or I can resist it', and I don't know when your moment was, but I bet you there was one."
Esse filme é CI-NE-MA! Emoções transbordam por todo o filme, e no fim você sai de alma lavada pra ver a vida com os olhos de Amélie. Em busca dos pequenos prazeres!
Visual deslumbrante, personagens inesquecíveis. Não quiseram ousar e engrenar o filme pra mais cenários que apenas o do Sugar Race e do Hero's Duty, o que é uma pena, poderia tê-lo levado a outro nível de roteiro.
A pequena atriz é grandiosa. Carrega o peso do filme do início ao fim! É impressionante.
Do mais, o filme parece um conto, e vemos Hushpuppy narrar seus ensinamentos, seus sonhos e sua história em meio a um pedaço de terra (ou água?) chamado de Bathtub (Banheira). O cenário é real, mas a história se transporta para além disso...
É interessante notar como não há uma lágrima, um "eu te amo", ou risadas. O filme se priva dos extremos até chegar no momento derradeiro e inevitável...
A pomba talvez simbolize a ideia da morte passando na cabeça dele. Na primeira vez que ele a vê, a espanta. Não quer fazer isso. Então ele a vê tocando piano, e mostra como a memória viva e vibrante dela se contrapõe com o estado moribundo em que ela se encontra. Não a fazer sofrer mais envolveria inevitavelmente não o fazer sofrer mais também. Os dois então poderiam continuar em frente.
A segunda cena da pomba já mostra a ideia da morte "acolhida". O ato foi feito e realizado. Depois vemos ele escrever uma carta, que seria uma despedida e explicações sobre o ocorrido. Quando então o vemos saindo com Anne, está subentendido que ele se matou: o único modo dos dois terem se encontrado é porque estão mortos.
Sobre a cena da filha, vemos todas as portas abertas, a luz invadindo todos os cômodos... Talvez queira dizer que a paz voltou a estar naquele lugar. Ou que o amor sempre esteve vivo ali, mesmo depois da morte.
O que mais me impressionou foi o amadurecimento da direção e edição em relação ao primeiro filme. É mais ágil, mais político, e cada cena consegue fazer você se importar com o que vê. E, claro, a direção de arte é magistral.
Promissor no início, mas a trama peca em exageros, clichês e um ritmo descontrolado. Faltou polir mais a história e o seu percurso. Mesmo assim, tem momentos assustadoramentes divertidos.
Morangos Silvestres conta uma belíssima história. O breve período em que conhecemos Isak Borg e suas lembranças de angústia e arrependimento é capaz de despertar uma reflexão sobre sobre a frieza que a vida pode dar a alguns, enquanto outros vivem com a mais brilhante chama na alma. Ainda que a história mostre, sobretudo, a pequena e derradeira redenção que o personagem constrói quando o seu tempo neste mundo já está perto de perder os ponteiros.
Dogville mostra a força de acreditar que existe algo de bom pra ser encontrando na alma humana. Grace dá sua vida ao povo de Dogville, mas essa cidade (tanto quanto muitos outros lugares de nosso mundo) acabam lhe oferecendo a fraqueza do bem perante o egoísmo humano - talvez o pior dos males.
Red: Crescer é uma Fera
3.9 554 Assista AgoraPode não ter um roteiro profundo como de Wall-e, mas mesmo na simplicidade tem muito coração e emoção nas personagens (todos obcecados pela Abby também?!). As músicas reforçam a vibe de anos 2000; e existem novos traços 'animecos' (mais fortes e presentes) para uma animação Pixar.
A Cor que Caiu do Espaço
3.1 348Elogio a tentativa de tentar transformar esse conto em filme, uma tarefa quase impossível - a começar pela "cor que não existe". O resultado é satisfatório, principalmente por ser uma produção independente. Eu preferiria que fosse contado num estilo mais de época (mas certamente seria mais cara a produção).
Ad Astra: Rumo às Estrelas
3.3 850 Assista AgoraO filme tem várias camadas para falar sobre solidão e relacionamentos familiares, porém achei o roteiro cru e a direção muito "mecânica", o que me afastou emocionalmente do filme.
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraConceito muito bom, resultado super maçante (principalmente o terço final). Poderia ser mais "fluido". Lupita sempre fenomenal.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraEsse tipo de filme me lembra muito A Árvore da Vida, que são filmes feitos pra sentir, refletir, e cada um vai trazer (ou não) um significado dele para si; são/podem ser muito subjetivos. Só que ao contrário do filme do Malick, Roma te coloca num contexto social muito mais próximo, e logo acredito ser mais fácil de captar suas sensações, críticas e reflexões - Árvore da Vida é lindo visualmente, ninguém discorda, mas é muito fácil se perder na "arte além da arte" e do "preciosismo" que ele propõe. Cuarón consegue ser mais pé no chão e conseguiu, pelo menos pra mim, expor os sentimentos de forma mais crua e verdadeira, sem precisar pensar muito sobre o que você está assistindo.
PS.: A cena da praia, com todos juntos. Uma das cenas mais lindas que já vi na vida.
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraApenas tremo e choro toda vez que revejo aquele final.
Espero MUITO que ganhe pelo menos o Oscar de Melhor roteiro adaptado.
Passageiros
3.3 1,5K Assista AgoraUm exemplo de como lucrar milhões com um roteiro bosta: ideia 10, execução 0.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraTenho tanto a falar sobre esse filme, não sei nem por onde começar!
Há um bom tempo não lançavam um filme de terror tão singular e bem produzido, rico em detalhes, com todos os aspectos técnicos primorosos. O filme trabalha com tantos elementos ao mesmo tempo, de forma corajosa, que pode ser difícil de digerir em uma só vista - principalmente se estiver em uma sessão cheia de risadas e pertubação, o que foi a minha infeliz experiência no cinema e de muitos por aí também. Assistir sozinho/em um lugar silencioso seria o mínimo pra tentar entrar na atmosfera do filme. Pra quem gostou do filme e quer discutir alguns aspectos, vou continuar escrever com spoilers.
Fica bem claro que o filme anda entre o terror psicológico e o terror sobrenatural, certo? Desde o começo. A bruxa, os rituais, os contos, o misticismo se misturam com a vida da família, enraizada na religião e no supersticismo, na estrutura familiar medieval, num temor que reprime a sexualidade e a figura feminina (pobre Thomasin!). No fim das contas o filme trabalha tudo isso sem delinear bem onde termina um e começa o outro, e algumas pessoas talvez acabem não gostando do filme ao se entregar por completo ao sobrenatural - especialmente no final. Mas, pelo menos pra mim, só fez o filme ficar mais rico e intrigante.
É muito interessante observar o surgimento de Thomasin como bruxa, como os acontecimentos levaram-na a esse fim, seja por causa da família se voltando contra ela pela religião ou por causa dos acontecimentos inexplicáveis, e ela sendo astuta o suficiente pra sobreviver a tudo isso. Era o Mal trabalhando para que ela fosse escolhida para ser uma bruxa, ou foi toda a desconfiança posta sobre Thomasin pela família que a levou a isso, como era feita pela sociedade na época? Tudo bem que o filme trabalhe mais com a primeira opção, mas a segunda também está presente no longa.
Existem muitos e muitos outros detalhes que queria discutir, como a morte do Caleb, a morte dos gêmeos (representado pelo sacríficio das duas cabras mortas?), e, claro, Black Philip, o bode mais macabro ever. Que Robert Eggers traga muito filmes incríveis como este. E obrigado por ler minha opinião até o final!
Vidas ao Vento
4.1 603 Assista AgoraLindo, lindo e lindo! A história tem um aspecto denso no começo, mas se torna leve e sutil como o vento com Naoko. Ah, Hayao...!
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraTalvez o filme tenha perdido a oportunidade de se tornar mais reflexivo depois do encontro entre Theodore e Amy. quando ele percebe que está se apaixonando por uma máquina e abandonando os "problemas reais". O que se segue é uma história de amor que, ainda que aborde questões como "o que fazem os sentimentos algo real, algo humano?" e também ouse no conflito que Samantha cria, o filme se distancia um pouco da proposta original.
De qualquer forma, do início ao fim o filme põe um paralelo nos relacionamentos via tecnologia dos dias de hoje. O que faz um sentimento ser real em meio a tanta tecnologia? Esses relacionamentos são mais fáceis ou igualmente difíceis? Que forma de amor é essa? Enfim, são tantas perguntas, obviamente sem respostas prontas.
PS: Quem não se apaixonaria pela Samantha na meiguíssima e sedutora voz da Scarlet?
Closer: Perto Demais
3.9 3,3K Assista AgoraO filme tenta retratar a verdade e a mentira nas relações amorosas, conforme elas são na realidade, mas devemos lembrar que ainda assim é um filme. São várias perguntas que o filme põe: qual o papel da verdade, da sinceridade num relacionamento? Como as vontades e mentiras podem afetar esse todo? Qual a força do amor frente à natureza animal do homem, e vice-versa? E o perdão, onde fica nisso tudo?
No fim, cada um tira suas próprias conclusões.
A Alice, lindissimamente interpretada pela Natalie P., resume quase tudo pra mim:
"Oh, as if you had no choice? There's a moment, there's always a moment, 'I can do this, I can give into this, or I can resist it', and I don't know when your moment was, but I bet you there was one."
Minha Mãe é Uma Peça: O Filme
3.7 2,6K Assista AgoraFiquei com dor de cabeça por tanta gritaria. Ficasse como peça.
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
4.3 5,0K Assista AgoraEsse filme é CI-NE-MA! Emoções transbordam por todo o filme, e no fim você sai de alma lavada pra ver a vida com os olhos de Amélie. Em busca dos pequenos prazeres!
As Virgens Suicidas
3.8 1,4K Assista AgoraMisterioso. Vou ter que assistir novamente pra ver o que mais consigo captar.
Detona Ralph
3.9 2,6K Assista AgoraVisual deslumbrante, personagens inesquecíveis.
Não quiseram ousar e engrenar o filme pra mais cenários que apenas o do Sugar Race e do Hero's Duty, o que é uma pena, poderia tê-lo levado a outro nível de roteiro.
Deus da Carnificina
3.8 1,4KAlgum overacting aqui e ali, mas nada que estrague o cair das máscaras em menos de 1 hora e meia.
Indomável Sonhadora
3.8 1,2KA pequena atriz é grandiosa. Carrega o peso do filme do início ao fim!
É impressionante.
Do mais, o filme parece um conto, e vemos Hushpuppy narrar seus ensinamentos, seus sonhos e sua história em meio a um pedaço de terra (ou água?) chamado de Bathtub (Banheira). O cenário é real, mas a história se transporta para além disso...
Amor
4.2 2,2K Assista AgoraÉ interessante notar como não há uma lágrima, um "eu te amo", ou risadas. O filme se priva dos extremos até chegar no momento derradeiro e inevitável...
Sobre o fim penso que:
A pomba talvez simbolize a ideia da morte passando na cabeça dele. Na primeira vez que ele a vê, a espanta. Não quer fazer isso. Então ele a vê tocando piano, e mostra como a memória viva e vibrante dela se contrapõe com o estado moribundo em que ela se encontra. Não a fazer sofrer mais envolveria inevitavelmente não o fazer sofrer mais também. Os dois então poderiam continuar em frente.
A segunda cena da pomba já mostra a ideia da morte "acolhida". O ato foi feito e realizado. Depois vemos ele escrever uma carta, que seria uma despedida e explicações sobre o ocorrido. Quando então o vemos saindo com Anne, está subentendido que ele se matou: o único modo dos dois terem se encontrado é porque estão mortos.
Sobre a cena da filha, vemos todas as portas abertas, a luz invadindo todos os cômodos... Talvez queira dizer que a paz voltou a estar naquele lugar. Ou que o amor sempre esteve vivo ali, mesmo depois da morte.
Os Outros
4.1 2,5K Assista AgoraJá se tornou um clássico do suspense. Aquele final...
Jogos Vorazes: Em Chamas
4.0 3,3K Assista AgoraO que mais me impressionou foi o amadurecimento da direção e edição em relação ao primeiro filme. É mais ágil, mais político, e cada cena consegue fazer você se importar com o que vê. E, claro, a direção de arte é magistral.
ParaNorman
3.6 845 Assista AgoraPromissor no início, mas a trama peca em exageros, clichês e um ritmo descontrolado. Faltou polir mais a história e o seu percurso. Mesmo assim, tem momentos assustadoramentes divertidos.
Aliens: O Resgate
4.0 810 Assista AgoraA tensão que o filme cria é fascinante. É assim que se faz cenas de ação.
Morangos Silvestres
4.4 657Morangos Silvestres conta uma belíssima história. O breve período em que conhecemos Isak Borg e suas lembranças de angústia e arrependimento é capaz de despertar uma reflexão sobre sobre a frieza que a vida pode dar a alguns, enquanto outros vivem com a mais brilhante chama na alma. Ainda que a história mostre, sobretudo, a pequena e derradeira redenção que o personagem constrói quando o seu tempo neste mundo já está perto de perder os ponteiros.
Dogville
4.3 2,0K Assista AgoraDogville mostra a força de acreditar que existe algo de bom pra ser encontrando na alma humana. Grace dá sua vida ao povo de Dogville, mas essa cidade (tanto quanto muitos outros lugares de nosso mundo) acabam lhe oferecendo a fraqueza do bem perante o egoísmo humano - talvez o pior dos males.