Divertido de se assistir e sem nenhuma grande lição moralista sobre apostas. Matt Damon mandando bem como sempre, mas faltou alguma profundidade em todos os outros personagens. Sei lá, eles simplesmente não empolgam. Cartas na Mesa será bem mais legal se a tua praia for jogar pôquer.
A primeira vez que realmente gostei de um documentário foi com Rogvaer e Eu, o primeiro do Michael Moore, lançado em 1989. O jeito como ele conduz as entrevistas e nos faz conhecer os indivíduos por trás das marcas simplemente me encantou.
Seus outros filmes variam no tema, mas repetem a mesma estrutura (entrevistas intercaladas com dados e com recortes da mídia), por isso não inovam tanto. Ainda assim, a coragem que ele tem de tocar em certas feridas americanas é genial.
Para mim, esse filme tem algum problema de foco, isto é, toca em muitas questões ao mesmo tempo, mas não consegue construir um argumento forte. Talvez a ideia dele tenha mesmo sido de nos fazer pensar, e não de nos dar respostas.
Enfim, não acho que o tema desse filme seja Columbine. Nem a posse de armas, talvez. Acho que está mais para um ensaio sobre a cultura americana e seus ícones (em contraposição à pedrinha no sapato dos EUA, o quase perfeito Canadá).
Sensacionalista e manipulador, sim, Michael Moore joga com as mesmas armas que seus inimigos, que estão por trás do discurso politico dominante e da grande mídia. Para quem curte esse tipo de ativismo, vale a pena pesquisar sobre os Yes Men.
Sou fã do Michael Moore, mas esse filme não me inspirou nem me divertiu tanto quanto os outros.
Para quem curtiu Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, eis um filme com uma história muito mais complexa e com personagens muito mais durões e cômicos. As atuações são fantásticas, especialmente a do Brad Pitt. Desafiador (para não dizer impossível) para quem curte assistir a filmes em inglês sem legendas. Trilha sonora bem boa, com destaque para Golden Brown, do The Stranglers.
Tá, eles continuam engraçados, mas, em termos de enredo, o primeiro filme é bem mais interessante. Mais uma vez, a cidade é praticamente um personagem. A polícia, o show de comédia, o emprego de Cheech e as várias pessoas com quem Red e Chong interagem só podem existir do modo que são em um cenário cosmopolita californiano.
Por mais que o primo Red seja engraçado, eu esperava ver mais o Cheech. É óbvio que o ator é o mesmo e que várias traços são parecidos entre os dois, mas faltaram mais canções incríveis e discussões sem fim.
Há, também achei que a relação com a maconha foi sub-utilizada. Queimando Tudo é um ode à erva e à inconsequência que ela pode trazer. Já Cheech & Chong Atacam Novamente apenas foca na inconsequência (o que também é bacana, mas deixa nós, os maconheiros, sentindo falta de algo).
Tambémm achei os últimos 10-15 minutos exageradamente sem sentido. Como o entorpecimento não é o foco da trama, fica difícil argumentar que tudo foi apenas uma grande viagem.
Cara, fazia tempo que eu não ria tanto com uma comédia. Ainda tenho que refletir um pouco (bastante) sobre seu significado político e seu valor ético. Mas acabei de assistir e a minha primeira reação é essa: filme foda! Divertido, com uma trama legal, personagens fodas, atuações muito boas... Não botava nenhuma fé, mas valeu a pena!
Bruno, a criança do filme, é tão carismático quanto Toto, em Cinema Paradiso. Acabo associando o cinema italiano às melhores e mais profundas personagens infantis que já vi (A Vida é Bela é um outro bom exemplo).
Enfim, por minha ignorância, não sabia que Ladrões de Bicicleta fazia parte do neorealismo italiano. Assisti ao filme com os olhos brilhando, encantados à espera de uma lição de vida profunda e alegre.
Levei um soco no estômago quando a palavra FIM surgiu na tela. Não houve final feliz. Não houve nenhuma clara lição de moral. O filme terminou triste, Bruno terminou chorando, Ricci desolado.
Se o choque foi grande para mim, imagino o baque provocado nos primeiros espectadores do neorealismo italiano. Isso só torna o movimento mais interessante e o enredo do filme, mais inovador.
Atuação fantástica de Jaky Gyllenhaal no papel de Donnie. Filme que deve ter sido feito com um orçamento bem limitado, logo a fotografia é bem simples e não houve nenhum grande desafio para a produção (ao menos, talvez, a turbina de avião caindo do céu). Os fortes são mesmo a atuação, a construção dos personagens e, sobretudo, o enredo, que mistura as frustrações adolescentes de um jovem questionador e possivelmente esquizofrênico com ficção científica.
A escola como cenário e pano de fundo é o que achei mais legal em tudo isso. Não foi criada aquela situação clássica de alguém que sofre bullying constante e resolve matar todos os seus colegas. Donnie às vezes é herói, aplaudido e elogiado por seus colegas, mas em muitas outras vezes, sente-se isolado e incompreendido. Assim como a vida não pode ser dividida entre "medo" e "amor", como disse o próprio Donnie, os conflitos da vida não são simples como a maioria dos filmes retratam.
A trilha sonora faz sentido como um conjunto, já que todas as músicas são de bandas de rock da década de 80. Mas não só isso, também dialogam muito bem com o tema da incompreensão, como em "Mad World" e "Head Over Heels", do Tears For Fears e "Love Will Tear Us Apart", do Joy Division (cujo vocalista, Ian Curtis, suicidou-se).
Um discurso fantástico num filme ousado e muito bem dirigido. No entanto, não é do tipo de filme que me entretem do começo ao fim. Não é diversão fácil e nem se propõe a ser, claro. Valeu bastante a pena ter assistido, mas confesso que comemorei quando acabou.
Tá, não queria ser chatão porque na verdade eu gostei do filme. Os personagens são bacanas e profundos, as atuações são boas, a trilha sonora é bem legal, Nova Iorque faz todo sentido como cenário e é bastante integrado na vida dos personagens e, por fim, como alguém falou lá em baixo, as cenas de sexo são totalmente necessárias à narrativa.
Primeiro, a fotografia e a arte são MUITO ruins. Não há um plano bonito e que não seja óbvio durante o filme inteiro. E aquela animaçãozinha de Nova Iorque é terrível e sem graça. Cada vez que ela aparecia, eu perdia toda a empolgação que o enredo vinha construindo em mim.
Outra coisa: muitos estereótipos, quase caricaturais. Pelo filme, fica parecendo que as pessoas que curtem práticas sexuais ditas inconvencionais (por exemplo, sexo com mais de um/a parceiro/a e sodomia) só existem dentro de um nicho muito específico para pessoas "diferentes", exotificadas, como elas. Grande mentira! O muito está repleto de médicos/as, professores e advogados/as (etc, etc...) ditos "normais" que praticam as mais variadas formas de sexo.
Por fim, para tornar aceitável aos olhos do público a ideia de que um espaço destinado a experimentação sexual e cultural pode ser bacana, o filme retrata o shortbus de modo exageradamente feliz e quase perfeito. Os personagens lá agem de modo sempre profundo e sorridente, trocando olhares e compaixões. Ninguém consome nenhuma droga que não seja o álcool ou o cigarro, ninguém menciona dinheiro ou paga por nada e a sequência final é tão irreal que fica insuportável.
Enfim, nada de achar que esse filme é tão "cabeça aberta" e alternativo assim. Ainda há nele uma voz bastante normativa e repressora, na minha opinião.
a espacionave poderia ter caído em QUALQUER parte do planeta Terra. Mas não, foi cair em Nova Iorque, pertinho da estátua da liberdade. Afinal, tudo acontece em Nova Iorque, do filho do demônio (O Bebê de Rosemary) ao retorno de um extraterrestre para casa (MIB - Homens de Preto). Enfim, naquela época (1968), usar a estátua como metáfora da civilização humana devia ser novidade. Repetir esse clichê em filmes atuais que não dá para aguentar, né?
A conclusão final de que eles estavam na terra não foi um choque. Afinal, nada faria o menor sentido se não fosse isso. O simples fato dos macacos falarem inglês, de haver vida e das geológicas serem idênticas às que Taylor conhecia já seriam razões suficientes para fazer qualquer astronauta ter certeza de onde estivesse.
Ainda assim, um suspense FANTÁSTICO, com alegorias incríveis sobre religião, ciência e sociedade. A trilha sonora guia muito bem toda essa atmosfera de dúvida e inquietação e as atuações dos macacos são brilhantes (é possível dizer isso? Acho que o certo seria elogiar a direção de arte do filme, que deve ter trabalhado muito, mas muito colado com a direção de atores).
Acabei de assistir a Amores Expressos e eis a minha reação imediata (ou seja, aquela que muito provavelmente vai mudar ao longo dos próximos dias): achei-o tecnicamente fantástico. A mistura de canções pop com trilhas compostas para o filme é sensacional. A câmera inquieta e os efeitos de imagem agregam muito à narrativa. Notar que o filme é de 1994 ressalta ainda mais estes aspectos.
No entanto, não fui conquistado pelo enredo. Lendo os comentários abaixo, percebo que deve haver, sim, muita beleza nessa história. Tem muita gente que venera esse filme e a própria pessoa que me recomendou tem um gosto bastante sutil e profundo. Então não sei, talvez tenha apenas sido um dia ruim para um drama desse tipo. Darei novas chances ao Chong Qing Sen Lin. :)
Nem o Nicolas Cage nem o John Travolta salvam esse filme! Enredo típico de filmes de ação dos anos 90, em que o homem branco policial do bem destrói o mundo inteiro para se sentir pessoalmente realizado. Ah, e todas as personagens femininas são tão, tão, tão submissas que dá nojo.
O documentário foi lançado em 2008 e até hoje não houve outro filme que organizasse tão bem as ideias sobre o assunto. Achei ele ótimo em apontar os problemas, mas não tão bom em propor soluções.
Muito legal explorar Michael Pollan e seu livro "O dilema do onívoro". Também se destacam as filmagens "inéditas" dentro da granja. O problema é que, caminhando para o final, as informações ficam um pouco menos conectadas.
Aquele micro-produtor de agropecuária é explorado demais, sem ter nenhuma resposta para resolver o problema de modo sistêmico. Produtores orgânicos que estão nas prateleiras do Wal-Mart também são apontados como o único caso de sucesso.
Acho bem legal a ideia de que "é no supermercado que fazemos política", de que cada compra que fizermos ser como um voto. Mas faltou falar de comunidades subsistentes, de vegetarianismo, de veganismo de outras dietas e modos de vida.
Terminar o filme falando que "faremos a nossa parte se comprarmos produtos orgânicos e locais" é um eufemismo otimista contrário a tudo o que o filme apresentou antes.
Ainda assim, vale a pena assistir, principalmente se você é iniciante nessa discussão.
Lá pra baixo nos comentários, um tal de Luiz Augusto disse "que tudo nesse filme é sobre o tema maior: a solidão". Não tinha percebido isso sozinho, mas achei a sacada genial. De fato, a profundidade do filme vem de questionar tudo aquilo que fazemos em relação a tudo o que gostaríamos de fazer, o que temos versus o que poderíamos ter.
Mas algo no filme me incomoda bastante: a exotização dos japoneses.
No filme inteiro, os japoneses são apresentados como donos de uma cultura estranha e inferior. Os personagens japoneses são rasos e raramente falam inglês fluente, mesmo quando trabalham como tradutores. Seus costumes são razões para piadas dos protagonistas.
Bob trata os japoneses com um desrespeito de dar nojo! O problema maior é que o filme em nenhum momento nos conduz a reprimir esse comportamento. Pelo contrário, ele nos leva (e leva mais ainda os americanos) a pensar: "Nossa, deve ser complicado mesmo estar em meio a um país tão estranho e maluco".
Quero usar literalmente uma expressão que odeio: o filme é de tirar o fôlego! Sim, há momentos em que torci tanto pelo personagem que percebi que eu não estava respirando. Meu único arrependimento: só assistir ao filme agora, em 2D.
Não traz nenhuma grande surpresa de enredo, mas é bem legal de assistir. Muito bacana ver que um filme que põe o dedo em tantas feridas tenha ficado tão popular. Pensem nisso: o filme é sobre a descoberta da sexualidade em adolescentes, envolvendo mais de um triângulo amoroso em que uma das pontas é um menino cego que se percebe homossexual.
A propósito, é sempre muito difícil encontrar filmes focados no público adolescente e que de fato os instruam a serem quem são. Quando eu estava nessa fase, eu era bastante inseguro e adorava assistir a filmes que tratassem dos conflitos da minha idade, principalmente sobre dar o primeiro beijo. Acho que esse filme cumpre de modo extraordinário essa lacuna, já que além de trazer a mensagem de "seja você mesmo", ainda fala sobre igualdade entre pessoas de orientações sexuais diferentes, com dificuldades e facilidades diferentes.
Grande parte dos comentários aqui são positivos, dizem que o filme é lindo, que o racismo é condenável, etc. Mas, avaliando apenas pela foto de perfil dos usuários, quase todos que comentaram são brancos. Eu queria muito ouvir a opinião de pessoas negras sobre The Help. Fiquei com a impressão de que é uma história feita por brancos, para brancos e com heróis brancos. Fabricada para que os brancos gostarem, emocionarem-se e saírem orgulhosos do cinema, pensando em como são diferenciados, em como não são racistas, sem enxergar que o racismo (o machismo, o classicismo e várias outras formas de opressão) segue existindo e que nós, brancos, somos quase sempre tão cegos e desprezíveis como as donzelas do Mississipi nos anos 70.
Os Deuses Devem Estar Loucos
3.8 299Ai ai ai ai ai
Cartas na Mesa
3.6 113 Assista AgoraDivertido de se assistir e sem nenhuma grande lição moralista sobre apostas. Matt Damon mandando bem como sempre, mas faltou alguma profundidade em todos os outros personagens. Sei lá, eles simplesmente não empolgam. Cartas na Mesa será bem mais legal se a tua praia for jogar pôquer.
Tiros em Columbine
4.2 350A primeira vez que realmente gostei de um documentário foi com Rogvaer e Eu, o primeiro do Michael Moore, lançado em 1989. O jeito como ele conduz as entrevistas e nos faz conhecer os indivíduos por trás das marcas simplemente me encantou.
Seus outros filmes variam no tema, mas repetem a mesma estrutura (entrevistas intercaladas com dados e com recortes da mídia), por isso não inovam tanto. Ainda assim, a coragem que ele tem de tocar em certas feridas americanas é genial.
Para mim, esse filme tem algum problema de foco, isto é, toca em muitas questões ao mesmo tempo, mas não consegue construir um argumento forte. Talvez a ideia dele tenha mesmo sido de nos fazer pensar, e não de nos dar respostas.
Enfim, não acho que o tema desse filme seja Columbine. Nem a posse de armas, talvez. Acho que está mais para um ensaio sobre a cultura americana e seus ícones (em contraposição à pedrinha no sapato dos EUA, o quase perfeito Canadá).
Sensacionalista e manipulador, sim, Michael Moore joga com as mesmas armas que seus inimigos, que estão por trás do discurso politico dominante e da grande mídia. Para quem curte esse tipo de ativismo, vale a pena pesquisar sobre os Yes Men.
Sou fã do Michael Moore, mas esse filme não me inspirou nem me divertiu tanto quanto os outros.
Snatch: Porcos e Diamantes
4.2 1,1K Assista AgoraPara quem curtiu Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, eis um filme com uma história muito mais complexa e com personagens muito mais durões e cômicos. As atuações são fantásticas, especialmente a do Brad Pitt. Desafiador (para não dizer impossível) para quem curte assistir a filmes em inglês sem legendas. Trilha sonora bem boa, com destaque para Golden Brown, do The Stranglers.
Cheech & Chong Atacam Novamente
3.6 40Tá, eles continuam engraçados, mas, em termos de enredo, o primeiro filme é bem mais interessante. Mais uma vez, a cidade é praticamente um personagem. A polícia, o show de comédia, o emprego de Cheech e as várias pessoas com quem Red e Chong interagem só podem existir do modo que são em um cenário cosmopolita californiano.
Por mais que o primo Red seja engraçado, eu esperava ver mais o Cheech. É óbvio que o ator é o mesmo e que várias traços são parecidos entre os dois, mas faltaram mais canções incríveis e discussões sem fim.
Há, também achei que a relação com a maconha foi sub-utilizada. Queimando Tudo é um ode à erva e à inconsequência que ela pode trazer. Já Cheech & Chong Atacam Novamente apenas foca na inconsequência (o que também é bacana, mas deixa nós, os maconheiros, sentindo falta de algo).
Tambémm achei os últimos 10-15 minutos exageradamente sem sentido. Como o entorpecimento não é o foco da trama, fica difícil argumentar que tudo foi apenas uma grande viagem.
A Entrevista
3.1 1,0K Assista AgoraCara, fazia tempo que eu não ria tanto com uma comédia. Ainda tenho que refletir um pouco (bastante) sobre seu significado político e seu valor ético. Mas acabei de assistir e a minha primeira reação é essa: filme foda! Divertido, com uma trama legal, personagens fodas, atuações muito boas... Não botava nenhuma fé, mas valeu a pena!
Ladrões de Bicicleta
4.4 534 Assista AgoraBruno, a criança do filme, é tão carismático quanto Toto, em Cinema Paradiso. Acabo associando o cinema italiano às melhores e mais profundas personagens infantis que já vi (A Vida é Bela é um outro bom exemplo).
Enfim, por minha ignorância, não sabia que Ladrões de Bicicleta fazia parte do neorealismo italiano. Assisti ao filme com os olhos brilhando, encantados à espera de uma lição de vida profunda e alegre.
Levei um soco no estômago quando a palavra FIM surgiu na tela. Não houve final feliz. Não houve nenhuma clara lição de moral. O filme terminou triste, Bruno terminou chorando, Ricci desolado.
Se o choque foi grande para mim, imagino o baque provocado nos primeiros espectadores do neorealismo italiano. Isso só torna o movimento mais interessante e o enredo do filme, mais inovador.
Donnie Darko
4.2 3,8K Assista AgoraAtuação fantástica de Jaky Gyllenhaal no papel de Donnie. Filme que deve ter sido feito com um orçamento bem limitado, logo a fotografia é bem simples e não houve nenhum grande desafio para a produção (ao menos, talvez, a turbina de avião caindo do céu). Os fortes são mesmo a atuação, a construção dos personagens e, sobretudo, o enredo, que mistura as frustrações adolescentes de um jovem questionador e possivelmente esquizofrênico com ficção científica.
A escola como cenário e pano de fundo é o que achei mais legal em tudo isso. Não foi criada aquela situação clássica de alguém que sofre bullying constante e resolve matar todos os seus colegas. Donnie às vezes é herói, aplaudido e elogiado por seus colegas, mas em muitas outras vezes, sente-se isolado e incompreendido. Assim como a vida não pode ser dividida entre "medo" e "amor", como disse o próprio Donnie, os conflitos da vida não são simples como a maioria dos filmes retratam.
A trilha sonora faz sentido como um conjunto, já que todas as músicas são de bandas de rock da década de 80. Mas não só isso, também dialogam muito bem com o tema da incompreensão, como em "Mad World" e "Head Over Heels", do Tears For Fears e "Love Will Tear Us Apart", do Joy Division (cujo vocalista, Ian Curtis, suicidou-se).
Verdades e Mentiras
4.2 69Um discurso fantástico num filme ousado e muito bem dirigido. No entanto, não é do tipo de filme que me entretem do começo ao fim. Não é diversão fácil e nem se propõe a ser, claro. Valeu bastante a pena ter assistido, mas confesso que comemorei quando acabou.
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraNão consigo pensar em nenhum filme mais bem feito que este. Alguém se atreve?
Shortbus
3.7 548Tá, não queria ser chatão porque na verdade eu gostei do filme. Os personagens são bacanas e profundos, as atuações são boas, a trilha sonora é bem legal, Nova Iorque faz todo sentido como cenário e é bastante integrado na vida dos personagens e, por fim, como alguém falou lá em baixo, as cenas de sexo são totalmente necessárias à narrativa.
Mas também achei muita coisa fraca ou ruim:
Primeiro, a fotografia e a arte são MUITO ruins. Não há um plano bonito e que não seja óbvio durante o filme inteiro. E aquela animaçãozinha de Nova Iorque é terrível e sem graça. Cada vez que ela aparecia, eu perdia toda a empolgação que o enredo vinha construindo em mim.
Outra coisa: muitos estereótipos, quase caricaturais. Pelo filme, fica parecendo que as pessoas que curtem práticas sexuais ditas inconvencionais (por exemplo, sexo com mais de um/a parceiro/a e sodomia) só existem dentro de um nicho muito específico para pessoas "diferentes", exotificadas, como elas. Grande mentira! O muito está repleto de médicos/as, professores e advogados/as (etc, etc...) ditos "normais" que praticam as mais variadas formas de sexo.
Por fim, para tornar aceitável aos olhos do público a ideia de que um espaço destinado a experimentação sexual e cultural pode ser bacana, o filme retrata o shortbus de modo exageradamente feliz e quase perfeito. Os personagens lá agem de modo sempre profundo e sorridente, trocando olhares e compaixões. Ninguém consome nenhuma droga que não seja o álcool ou o cigarro, ninguém menciona dinheiro ou paga por nada e a sequência final é tão irreal que fica insuportável.
Enfim, nada de achar que esse filme é tão "cabeça aberta" e alternativo assim. Ainda há nele uma voz bastante normativa e repressora, na minha opinião.
O Planeta dos Macacos
4.0 683 Assista AgoraAh, e é claro:
a espacionave poderia ter caído em QUALQUER parte do planeta Terra. Mas não, foi cair em Nova Iorque, pertinho da estátua da liberdade. Afinal, tudo acontece em Nova Iorque, do filho do demônio (O Bebê de Rosemary) ao retorno de um extraterrestre para casa (MIB - Homens de Preto). Enfim, naquela época (1968), usar a estátua como metáfora da civilização humana devia ser novidade. Repetir esse clichê em filmes atuais que não dá para aguentar, né?
O Planeta dos Macacos
4.0 683 Assista AgoraA conclusão final de que eles estavam na terra não foi um choque. Afinal, nada faria o menor sentido se não fosse isso. O simples fato dos macacos falarem inglês, de haver vida e das geológicas serem idênticas às que Taylor conhecia já seriam razões suficientes para fazer qualquer astronauta ter certeza de onde estivesse.
Amores Expressos
4.2 355 Assista AgoraAcabei de assistir a Amores Expressos e eis a minha reação imediata (ou seja, aquela que muito provavelmente vai mudar ao longo dos próximos dias): achei-o tecnicamente fantástico. A mistura de canções pop com trilhas compostas para o filme é sensacional. A câmera inquieta e os efeitos de imagem agregam muito à narrativa. Notar que o filme é de 1994 ressalta ainda mais estes aspectos.
No entanto, não fui conquistado pelo enredo. Lendo os comentários abaixo, percebo que deve haver, sim, muita beleza nessa história. Tem muita gente que venera esse filme e a própria pessoa que me recomendou tem um gosto bastante sutil e profundo. Então não sei, talvez tenha apenas sido um dia ruim para um drama desse tipo. Darei novas chances ao Chong Qing Sen Lin. :)
A Outra Face
3.7 700 Assista AgoraNem o Nicolas Cage nem o John Travolta salvam esse filme! Enredo típico de filmes de ação dos anos 90, em que o homem branco policial do bem destrói o mundo inteiro para se sentir pessoalmente realizado. Ah, e todas as personagens femininas são tão, tão, tão submissas que dá nojo.
Comida S.A.
4.0 89O documentário foi lançado em 2008 e até hoje não houve outro filme que organizasse tão bem as ideias sobre o assunto. Achei ele ótimo em apontar os problemas, mas não tão bom em propor soluções.
Muito legal explorar Michael Pollan e seu livro "O dilema do onívoro". Também se destacam as filmagens "inéditas" dentro da granja. O problema é que, caminhando para o final, as informações ficam um pouco menos conectadas.
Aquele micro-produtor de agropecuária é explorado demais, sem ter nenhuma resposta para resolver o problema de modo sistêmico. Produtores orgânicos que estão nas prateleiras do Wal-Mart também são apontados como o único caso de sucesso.
Acho bem legal a ideia de que "é no supermercado que fazemos política", de que cada compra que fizermos ser como um voto. Mas faltou falar de comunidades subsistentes, de vegetarianismo, de veganismo de outras dietas e modos de vida.
Terminar o filme falando que "faremos a nossa parte se comprarmos produtos orgânicos e locais" é um eufemismo otimista contrário a tudo o que o filme apresentou antes.
Encontros e Desencontros
3.8 1,7K Assista AgoraLá pra baixo nos comentários, um tal de Luiz Augusto disse "que tudo nesse filme é sobre o tema maior: a solidão". Não tinha percebido isso sozinho, mas achei a sacada genial. De fato, a profundidade do filme vem de questionar tudo aquilo que fazemos em relação a tudo o que gostaríamos de fazer, o que temos versus o que poderíamos ter.
Mas algo no filme me incomoda bastante: a exotização dos japoneses.
No filme inteiro, os japoneses são apresentados como donos de uma cultura estranha e inferior. Os personagens japoneses são rasos e raramente falam inglês fluente, mesmo quando trabalham como tradutores. Seus costumes são razões para piadas dos protagonistas.
Bob trata os japoneses com um desrespeito de dar nojo! O problema maior é que o filme em nenhum momento nos conduz a reprimir esse comportamento. Pelo contrário, ele nos leva (e leva mais ainda os americanos) a pensar: "Nossa, deve ser complicado mesmo estar em meio a um país tão estranho e maluco".
Gravidade
3.9 5,1K Assista AgoraQuero usar literalmente uma expressão que odeio: o filme é de tirar o fôlego! Sim, há momentos em que torci tanto pelo personagem que percebi que eu não estava respirando. Meu único arrependimento: só assistir ao filme agora, em 2D.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
4.1 3,2K Assista AgoraNão traz nenhuma grande surpresa de enredo, mas é bem legal de assistir. Muito bacana ver que um filme que põe o dedo em tantas feridas tenha ficado tão popular. Pensem nisso: o filme é sobre a descoberta da sexualidade em adolescentes, envolvendo mais de um triângulo amoroso em que uma das pontas é um menino cego que se percebe homossexual.
A propósito, é sempre muito difícil encontrar filmes focados no público adolescente e que de fato os instruam a serem quem são. Quando eu estava nessa fase, eu era bastante inseguro e adorava assistir a filmes que tratassem dos conflitos da minha idade, principalmente sobre dar o primeiro beijo. Acho que esse filme cumpre de modo extraordinário essa lacuna, já que além de trazer a mensagem de "seja você mesmo", ainda fala sobre igualdade entre pessoas de orientações sexuais diferentes, com dificuldades e facilidades diferentes.
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Histórias Cruzadas
4.4 3,8K Assista AgoraGrande parte dos comentários aqui são positivos, dizem que o filme é lindo, que o racismo é condenável, etc. Mas, avaliando apenas pela foto de perfil dos usuários, quase todos que comentaram são brancos. Eu queria muito ouvir a opinião de pessoas negras sobre The Help. Fiquei com a impressão de que é uma história feita por brancos, para brancos e com heróis brancos. Fabricada para que os brancos gostarem, emocionarem-se e saírem orgulhosos do cinema, pensando em como são diferenciados, em como não são racistas, sem enxergar que o racismo (o machismo, o classicismo e várias outras formas de opressão) segue existindo e que nós, brancos, somos quase sempre tão cegos e desprezíveis como as donzelas do Mississipi nos anos 70.