É gratificante ver um filme do gênero com negros, lésbicas, pessoas trans e bissexuais, pessoas surdas, as próprias mães de homossexuais e afins. Porque a História do movimento é composta por múltiplas trajetórias e por pessoas múltiplas também e isto nem sempre aparece nas representações fílmicas. O filme é extremamente necessário, é um dos melhores que vi sobre a temática da HIV e sobre ativismo LGBT, e gente isso é fruto de um trabalho de pesquisa fantástico, é só olhar as fotos do "Act Up" no google e ver com os próprios olhos o quão fiel o filme foi ao movimento, que é mega importante, significativo, corajoso e inspirador. O filme consegue ser instigante do ponto de vista da ação política, da união apesar das divergências e diferenças e também muito forte e real quando se aprofunda na AIDS e na subjetividade que esses grupos criaram para enfrentar essa situação, acho que diferente de algumas narrativas, não rola uma "higienização" do tema, do ponto de vista de não pesar a mão, acho que foi fortíssimo e era para ser forte mesmo. Também gostei bastante como se relaciona a questão entre a luta e a diversão, ou política e expressividade. Me faz pensar em como esses momentos de alegria são importantes e são políticos também, sentimento ao qual eu me senti imerso indo à minha primeira parada LGBT e pareço retornar toda vez que revejo a importância das paradas, dos atos, ou das próprias boates em alguns contextos.
Fiquei emocionadíssimo com aquela narração do personagem que é estudante de História quando ele fala das revoltas de 1848 e aparecem cenas do movimento LGBT com gravações de manifestações e atos reais. Também sou estudante de História e não vou mentir chorei com a cena e com o que veio em seguida
Eu morri de rir a temporada inteira e eu que já amo o Earl amei mais ainda nessa terceira temporada, as piadas com críticas ao racismo estadunidense foram simplesmente incríveis, e algumas cenas dele em especial eu gargalhei tipo:
Ótimo filme, é bem despretensioso mas traz temas importantes como o dilema entre homossexualidade e religião e a própria questão racial. Além do fato de ser excelente ver personagens negros protagonizando filmes com temática LGBT, uma visibilidade mais do que necessária!
Eu tô muito impressionado, além da relação individuo/causa ser extremamente bem trabalhada, tem toda uma linguagem sobre as pessoas que movem uma revolução e a História propriamente dita.
O filme pinta Masha P. Johnson (ativista trans e negra que estava na linha de frente da rebelião de Stonewall) como uma figurante e é protagonizado por um gay branco heteronormativo (que pelo que eu li nem existiu na vida real). Se for pra fazer nessa perspectiva melhor nem chamar de Stonewall. E ainda traz no final a seguinte mensagem "esse filme é dedicado aos heróis não reconhecidos da rebelião de stonewall". É "dedicado" mas invisibiliza essas mesmas pessoas. P.S: mesmo tratadas como plano de fundo durante a narrativa inteira, o que salva o filme são as bichas.
Mais uma atuação fantástica da Sarah Paulson e da Kathy Bates. Interessante como a temporada balanceou bem o terror clássico da primeira parte com o gore da segunda, tudo ficou mais grotesco na "vida real" do universo de Roanoke, não engoli a principio a coisa deles voltarem pra casa, mas me surpreendeu e no geral foi uma temporada que me assustou bastante.
Beatriz é fantástica, é triste demais perceber o quão invisibilizada essa mulher foi, e como a vida dela foi cortada no auge. Essa mulher tem uma importância enorme nas discussões raciais, é impressionante ver como ela dialoga com todos esses espaços de cultura negra e os expõe numa perspectiva de continuidade, resistência e preservação cultural, além da dinamicidade de se adequar em diferentes contextos, como a Escola de Samba enquanto manifestação de uma ancestralidade bantu. Maravilhosa, poética, fantástica. Decepcionante não ter um ode à ela em Sergipe que foi onde ela nasceu, reflexo de uma História excludente, que precisa ser repensada.
Eu tô muito contemplado por essa adaptação de "Aqueles Dois" que é meu conto preferido do Caio Fernando. Lindão, bem ambientado, fiel demais ao texto, eu fui ver despretensiosamente e me peguei chorando no final, assim como chorei lendo o conto, homofobia é realmente uma bosta, mas a sutileza e a altivez que esses personagens respondem a isso é de encher os olhos, uma narrativa que não explícita, mas que diz tanta coisa. <3
Senti falta de terem mencionado "The Children's Hour" (conhecido no Brasil como "Infâmia"), no diálogo dos dois sobre filmes, na adaptação trocaram por Psicose, mas o primeiro faz muito mais sentido justamente por ser um filme que aborda a questão da lesbianidade
É uma temporada confusa e com umas pontas soltas que incomodam, recortando algumas coisas seria uma das melhores temporadas. O núcleo do John por exemplo ele e a esposa se tornaram um saco,
aquela coisa das crianças mesmo foi sofrível de assistir
. Mas dentre as marcas excelentes da temporada estão com certeza ambientação e soundtrack que são sofisticadas pra caralho, o Hotel caminha divinamente no tempo, é muito interessante acompanhar. Dentre as atuações acho que Lady Gaga mandou muito bem, sobretudo nos episódios iniciais, deu para entender perfeitamente a vampira que a personagem estava vendendo e eu comprei com louvor, a referência a "Fome de Viver" também foi fabulosa; Evan Peters fazendo um dos melhores papéis dele em AHS; Sarah Paulson mais uma vez sendo a camaleoa da série, incrível vê-la mergulhando em qualquer papel e Angela Bassett maravilhosa como sempre. Mas para mim o melhor da série sem dúvida foram Kathy Bates e Denis O'Hare eles simplesmente destruíram, duas personagens fantásticas e extremamente complexas, que foram muito coesas, pra mim aqueles eps finais com destaque para as duas salvaram a má impressão que tive da temporada. AHS Hotel tinha tudo pra ser uma temporada "ok" pra mim, mas me deu a personagem que eu mais amei em toda a série que foi a Liz Taylor, simplesmente fantástico a forma que construíram a personagem e como trabalharam a questão da transexualidade, linda demais, chorei muito no episódio final, meio que compensou os episódios monótonos do meio da série!
AHS voltou com tudo, assisti esse ep final num puta cagaço, mas foi super coerente e aqueles segundos finais do episódio foram muito significativos. No mais, é uma temporada necessária.
Filme belíssimo, inclusive a Miriam é uma referência para a personagem da Lady Gaga em AHS Hotel, notei na hora. Me interessei em assistir pelo Bowie mas me encantei pela Susan Sarandon, atuação maravilhosa e uma química enorme com a Catherine Deneuve.
Emocionante, glamouroso, vibrante e extremamente importante. A sinopse tá corretíssima "um guia fundamental de auto-consciência histórica e cultural".Engraçado como as vezes a gente se equivoca achando que por termos como "representatividade" e "empoderamento" serem muito utilizados hoje, essas coisas sejam próprias da nossa geração, sendo que elas sempre estiveram presentes nas vidas dos LGBT's, negros e mulheres. Paris Is Burning tem essa linguagem muito forte, na questão racial e de gênero. É sempre bom fazer esse trabalho da memória.
Não tenho muito o que falar, é uma série que tira a gente da zona de conforto, justamente por alguns elementos estarem tão próximos de nós: conservadorismo, fanatismo e uma intolerância que atinge todas as esferas possíveis. É o tipo distopia que a gente ama, mas que dá aquela dorzinha de cabeça kkkkkkkkkk Defino o quão a série é incrível em duas cenas:
Eu achei o filme lindo, amei a força que a diretora teve ao tratar dos papeis que são atribuídos à mulher e da dificuldade de inclusão no mercado de trabalho (sobretudo para a época em que a trama se passa). Creio que o fato da Maya ser uma diretora em um espaço cinematográfico excludente e muitas vezes machista foi importante na construção, além do fato óbvio dela estar falando sobre a mãe. A Zoe enfatizou ainda mais a força da personagem, que além do gênero, traz ótimas falas sobre questão racial. Mark Ruffalo foi excelente, a bipolaridade na minha leiga opinião foi bem trabalhada, consegui compreender a proposta, e Ruffalo acentuou bem os momentos do personagem, foi bem natural. A relação da família creio eu que é o que "adocica" o filme, porque é realmente algo muito gostoso de ver, principalmente pela atuação das meninas, nesse ponto a diretora caprichou; a cena do Mark e da Zoe chorando no parque traduz parte da minha concepção do que é ter filhos, me emocionei bastante. Pra mim o ponto alto do filme são os diálogos, achei tudo muito inteligente, bem humorado e com várias reflexões. O filme pra mim é 10/10.
"Eu quero te contar todos os meus segredos. Todas essas coisas que me fazem parecer... feio. Nunca me senti assim antes. Sempre sou tão brega, você ri de mim. [...] você ri por dentro" <3 Um absurdo reduzir esse filme a pornô, tem uma história muito boa, achei bastante voltado pro cotidiano, em partes me lembrou Looking, talvez pelo contexto em San Francisco. As cenas de sexo foram simplesmente lindas e super naturais, passa longe de pornografia, mesmo tendo dedo da Naked Sword no meio kkkkkkkkk. E apesar das histórias dos personagens ao redor do Jesse serem curtinhas dá pra sentir certa profundidade. A própria relação do Jesse com o Ben me pareceu muito forte mesmo aparecendo rapidamente. E o Jesse enquanto protagonista representa muitas pessoas, tem toda uma relação de pressão social na vida dele, meio que uma sinuca de bico entre fazer o que você ama e sobreviver nesse mundo cão, o sexo é só mais um elemento nesse papo todo. E pra mim fica muito clara a desconstrução da imagem de pornô numa das primeiras cenas do filme.
Achei que a ideia da opressão estar em qualquer grupo ou "sociedade" poderia ser mais direta, partindo disso, alguns elementos são bons e poderiam ser trabalhados, tipo a coisa da tecnologia avançada ou da "cura" estar o tempo todo escondida enquanto a população encarava as mazelas do fim do mundo, mas no geral achei o filme péssimo. E sendo apaixonado pelo primeiro filme foi decepcionante. Muito elemento avulso, efeito especial, confusão, um romance desconexo, uma distorção total da protagonista que parece tentar representar uma coisa humanizada tipo "até os heróis erram" mas só perde a essência mesmo. Muito blá blá blá pra pouca história, poderia ter feito o feijão com arroz mesmo, fora o desperdício total da Octavia Spencer que apareceu pouquíssimo, mas pra mim foi de longe a melhor personagem (e o cabelo tava lindo <3 ). Enfim, vou fingir que acabou em Divergente mesmo.
Filme cabuloso demais. Já tinha me interessado pela proposta e me surpreendi, acho que não só esteve dentro das minhas expectativas como foi além do que eu esperava. Achei que o Jordan Peele costurou muito bem o suspense/terror com a questão da discriminação racial, fiquei feliz em saber que o diretor do filme é negro, ele conseguiu captar muito bem o quão aterrorizante o racismo é. Me lembrou muito a realidade segregacionista estadunidense, acho que nenhum filme de terror consegue ser mais assustador do que aquelas fotos de pessoas brancas sorrindo ao lado de pessoas negras enforcadas, importantíssimo o filme trazer esse ambiente e ao mesmo tempo estar situado na atualidade: 1- porque não estamos tão distantes temporalmente deste período e ainda carregamos as marcas dele; 2- porque várias metáforas da trama que parecem remeter somente à um passado escravista e tal, são facilmente visualizadas atualmente. E por esse ultimo fator achei incrível que o filme parte de comportamentos muitas vezes baseados em esteriótipos e que passam batido, de modo que o personagem do Daniel Kaluuya (e essa foi mais uma atuação excelente desse ator) se sente incomodado porém não dá tanta importância, mas que escondem por trás dessas "opiniões" algo muito cruel. O discurso que parte dos personagens brancos quando o bicho pega no filme, não é muito diferente de alguns absurdos que vem sendo falados por ai. Por isso achei que esse quesito também foi muito bem trabalhado. Resumindo: "Corra!" é um puta de um filme! E não diria só que é um filme crítico, mas é um filme necessário.
Esse é sem sombra de dúvidas um dos melhores filmes que eu já assisti. Conseguiu mostrar por metáforas o quão cruel a homofobia pode ser, desde o extremo que é a morte física, até todas as censuras que a gente passa desde a infância e que explodem na adolescência (na maioria das vezes), sobretudo em realidades de não-aceitação, que chegam a nos despedaçar. É tudo muito simbólico, mas não fica na coisa puramente estética, é forte e dói pra caralho de assistir de tão reais que são algumas vivências representadas. Daqueles filmes que te fazem pensar na quantidade de coisas difíceis das quais você sobreviveu e vem sobrevivendo todos os dias. Além de ter todo esse significado, é um filme visualmente lindo e com um roteiro e direção formidáveis, tudo muito bem amarrado. Trabalho excelente do Stephen Dunn. Dentro de uns 300 filmes sobre sair do armário que eu já assisti (alguns maravilhosos no humor ou no drama, outros estereotipados e/ou romantizados), esse conseguiu ser extremamente marcante!
Filme bonito do cabrunco. Eu tô destruído. Acho que o Thiago Cazado manda muito bem nas representações homoafetivas e acho que ele faz isso de maneira muito humanizada e diversa, já era um grande fã dos curtas e achei o longa sensível e muito sincero, apoio muito esse trabalho. Pra quem não gosta de romance água com açúcar é melhor poupar a crítica intelectualizada, pra quem gosta: só vai bebê <3 P.S: a vida nem sempre é um poço de profundidade.
"Pra você nós somos que nem ratos de rua né. Que você espanca, atropela, mata, vem o lixeiro, leva embora. Ai você pode voltar pra sua vidinha normal, do lado da sua esposa." Fiquei bem surpreso. Ótimo curta.
O filme inteiro a vida das duas mulheres é permeada por um machismo nojento, em duas horas de filme eu fiquei agoniado, nem imagino o quão horrível é conviver com isso. E mesmo assim a cada momento elas conseguiram superar e tomar a dianteira das suas vidas. Achei fantástico como ocorre um empoderamento mutuo em Thelma & Louise do começo ao fim do filme e em como a personagem da Thelma se desenvolve quando se dá conta que ela é livre! Me deixou a mesma impressão que Wild com a Reese Witherspoon, ambos protagonizados por mulheres e na minha humilde visão acho que ambos representam muito bem a ideia de liberdade sartriana, sobretudo Thelma & Louise.
Filme lindo e extremamente poético, me provando mais uma vez como temos um cinema nacional de qualidade, algo que me impressionou foi a época em que ele foi produzido e a ideia que ele comporta. O filme vai muito além da questão da homossexualidade, e isso é legal, porque ela é posta de forma muito humanizada e sensível. Pra mim o ponto alto são os diálogos, que são construídos numa qualidade imensa, sobretudo no Zeca da Curva que apesar da simplicidade tem uma filosofia de vida bem bonita, acho incrível o depoimento do engenheiro, inclusive que atuação linda do Ênio e alguns pontos como o dialogo entre o advogado e o José Roberto, assim como do primo do Zeca, são bem bacanas. É um filme apaixonante!
120 Batimentos por Minuto
4.0 190 Assista AgoraÉ gratificante ver um filme do gênero com negros, lésbicas, pessoas trans e bissexuais, pessoas surdas, as próprias mães de homossexuais e afins. Porque a História do movimento é composta por múltiplas trajetórias e por pessoas múltiplas também e isto nem sempre aparece nas representações fílmicas. O filme é extremamente necessário, é um dos melhores que vi sobre a temática da HIV e sobre ativismo LGBT, e gente isso é fruto de um trabalho de pesquisa fantástico, é só olhar as fotos do "Act Up" no google e ver com os próprios olhos o quão fiel o filme foi ao movimento, que é mega importante, significativo, corajoso e inspirador. O filme consegue ser instigante do ponto de vista da ação política, da união apesar das divergências e diferenças e também muito forte e real quando se aprofunda na AIDS e na subjetividade que esses grupos criaram para enfrentar essa situação, acho que diferente de algumas narrativas, não rola uma "higienização" do tema, do ponto de vista de não pesar a mão, acho que foi fortíssimo e era para ser forte mesmo.
Também gostei bastante como se relaciona a questão entre a luta e a diversão, ou política e expressividade. Me faz pensar em como esses momentos de alegria são importantes e são políticos também, sentimento ao qual eu me senti imerso indo à minha primeira parada LGBT e pareço retornar toda vez que revejo a importância das paradas, dos atos, ou das próprias boates em alguns contextos.
Fiquei emocionadíssimo com aquela narração do personagem que é estudante de História quando ele fala das revoltas de 1848 e aparecem cenas do movimento LGBT com gravações de manifestações e atos reais. Também sou estudante de História e não vou mentir chorei com a cena e com o que veio em seguida
Duas Garotas em Apuros (3ª Temporada)
4.1 138Eu morri de rir a temporada inteira e eu que já amo o Earl amei mais ainda nessa terceira temporada, as piadas com críticas ao racismo estadunidense foram simplesmente incríveis, e algumas cenas dele em especial eu gargalhei tipo:
quando ele aparece tocando gaita de fole, no desfile
quando ele diz que a Max não foi aceita na escola de culinária por causa do sobrenome (Black)
que entende perfeitamente o simbolismo da cena em que os amigos chegam na formatura dela, eu me peguei chorando
Naz & Maalik
3.2 4Ótimo filme, é bem despretensioso mas traz temas importantes como o dilema entre homossexualidade e religião e a própria questão racial. Além do fato de ser excelente ver personagens negros protagonizando filmes com temática LGBT, uma visibilidade mais do que necessária!
Rogue One: Uma História Star Wars
4.2 1,7K Assista AgoraEu tô muito impressionado, além da relação individuo/causa ser extremamente bem trabalhada, tem toda uma linguagem sobre as pessoas que movem uma revolução e a História propriamente dita.
Stonewall: Onde o Orgulho Começou
3.1 94 Assista AgoraO filme pinta Masha P. Johnson (ativista trans e negra que estava na linha de frente da rebelião de Stonewall) como uma figurante e é protagonizado por um gay branco heteronormativo (que pelo que eu li nem existiu na vida real). Se for pra fazer nessa perspectiva melhor nem chamar de Stonewall.
E ainda traz no final a seguinte mensagem "esse filme é dedicado aos heróis não reconhecidos da rebelião de stonewall". É "dedicado" mas invisibiliza essas mesmas pessoas.
P.S: mesmo tratadas como plano de fundo durante a narrativa inteira, o que salva o filme são as bichas.
American Horror Story: Roanoke (6ª Temporada)
3.9 716 Assista AgoraMais uma atuação fantástica da Sarah Paulson e da Kathy Bates. Interessante como a temporada balanceou bem o terror clássico da primeira parte com o gore da segunda, tudo ficou mais grotesco na "vida real" do universo de Roanoke, não engoli a principio a coisa deles voltarem pra casa, mas me surpreendeu e no geral foi uma temporada que me assustou bastante.
Ôrí
4.5 10Beatriz é fantástica, é triste demais perceber o quão invisibilizada essa mulher foi, e como a vida dela foi cortada no auge. Essa mulher tem uma importância enorme nas discussões raciais, é impressionante ver como ela dialoga com todos esses espaços de cultura negra e os expõe numa perspectiva de continuidade, resistência e preservação cultural, além da dinamicidade de se adequar em diferentes contextos, como a Escola de Samba enquanto manifestação de uma ancestralidade bantu. Maravilhosa, poética, fantástica. Decepcionante não ter um ode à ela em Sergipe que foi onde ela nasceu, reflexo de uma História excludente, que precisa ser repensada.
Aqueles Dois
3.4 22Eu tô muito contemplado por essa adaptação de "Aqueles Dois" que é meu conto preferido do Caio Fernando. Lindão, bem ambientado, fiel demais ao texto, eu fui ver despretensiosamente e me peguei chorando no final, assim como chorei lendo o conto, homofobia é realmente uma bosta, mas a sutileza e a altivez que esses personagens respondem a isso é de encher os olhos, uma narrativa que não explícita, mas que diz tanta coisa. <3
Senti falta de terem mencionado "The Children's Hour" (conhecido no Brasil como "Infâmia"), no diálogo dos dois sobre filmes, na adaptação trocaram por Psicose, mas o primeiro faz muito mais sentido justamente por ser um filme que aborda a questão da lesbianidade
American Horror Story: Cult (7ª Temporada)
3.6 483 Assista AgoraEssa temporada é uma ferveção.
American Horror Story: Hotel (5ª Temporada)
3.6 980É uma temporada confusa e com umas pontas soltas que incomodam, recortando algumas coisas seria uma das melhores temporadas. O núcleo do John por exemplo ele e a esposa se tornaram um saco,
aquela coisa das crianças mesmo foi sofrível de assistir
American Horror Story: Cult (7ª Temporada)
3.6 483 Assista AgoraAHS voltou com tudo, assisti esse ep final num puta cagaço, mas foi super coerente e aqueles segundos finais do episódio foram muito significativos. No mais, é uma temporada necessária.
Fome de Viver
3.8 349 Assista AgoraFilme belíssimo, inclusive a Miriam é uma referência para a personagem da Lady Gaga em AHS Hotel, notei na hora. Me interessei em assistir pelo Bowie mas me encantei pela Susan Sarandon, atuação maravilhosa e uma química enorme com a Catherine Deneuve.
Paris is Burning
4.5 242Emocionante, glamouroso, vibrante e extremamente importante. A sinopse tá corretíssima "um guia fundamental de auto-consciência histórica e cultural".Engraçado como as vezes a gente se equivoca achando que por termos como "representatividade" e "empoderamento" serem muito utilizados hoje, essas coisas sejam próprias da nossa geração, sendo que elas sempre estiveram presentes nas vidas dos LGBT's, negros e mulheres. Paris Is Burning tem essa linguagem muito forte, na questão racial e de gênero. É sempre bom fazer esse trabalho da memória.
O Conto da Aia (1ª Temporada)
4.7 1,5K Assista AgoraNão tenho muito o que falar, é uma série que tira a gente da zona de conforto, justamente por alguns elementos estarem tão próximos de nós: conservadorismo, fanatismo e uma intolerância que atinge todas as esferas possíveis. É o tipo distopia que a gente ama, mas que dá aquela dorzinha de cabeça kkkkkkkkkk Defino o quão a série é incrível em duas cenas:
Lá nos primeiros episódios quando a Offred vê o médico, o padre e o homossexual enforcados, isso foi mega impactante.
A cena do apedrejamento da Janine, pra mim a melhor cena da série.
Sentimentos que Curam
3.7 112 Assista AgoraEu achei o filme lindo, amei a força que a diretora teve ao tratar dos papeis que são atribuídos à mulher e da dificuldade de inclusão no mercado de trabalho (sobretudo para a época em que a trama se passa). Creio que o fato da Maya ser uma diretora em um espaço cinematográfico excludente e muitas vezes machista foi importante na construção, além do fato óbvio dela estar falando sobre a mãe. A Zoe enfatizou ainda mais a força da personagem, que além do gênero, traz ótimas falas sobre questão racial. Mark Ruffalo foi excelente, a bipolaridade na minha leiga opinião foi bem trabalhada, consegui compreender a proposta, e Ruffalo acentuou bem os momentos do personagem, foi bem natural. A relação da família creio eu que é o que "adocica" o filme, porque é realmente algo muito gostoso de ver, principalmente pela atuação das meninas, nesse ponto a diretora caprichou; a cena do Mark e da Zoe chorando no parque traduz parte da minha concepção do que é ter filhos, me emocionei bastante. Pra mim o ponto alto do filme são os diálogos, achei tudo muito inteligente, bem humorado e com várias reflexões. O filme pra mim é 10/10.
I Want Your Love
2.7 34"Eu quero te contar todos os meus segredos. Todas essas coisas que me fazem parecer... feio. Nunca me senti assim antes. Sempre sou tão brega, você ri de mim. [...] você ri por dentro" <3
Um absurdo reduzir esse filme a pornô, tem uma história muito boa, achei bastante voltado pro cotidiano, em partes me lembrou Looking, talvez pelo contexto em San Francisco. As cenas de sexo foram simplesmente lindas e super naturais, passa longe de pornografia, mesmo tendo dedo da Naked Sword no meio kkkkkkkkk. E apesar das histórias dos personagens ao redor do Jesse serem curtinhas dá pra sentir certa profundidade. A própria relação do Jesse com o Ben me pareceu muito forte mesmo aparecendo rapidamente. E o Jesse enquanto protagonista representa muitas pessoas, tem toda uma relação de pressão social na vida dele, meio que uma sinuca de bico entre fazer o que você ama e sobreviver nesse mundo cão, o sexo é só mais um elemento nesse papo todo.
E pra mim fica muito clara a desconstrução da imagem de pornô numa das primeiras cenas do filme.
o personagem principal brocha por estar imerso em seus problemas e não existe brochar na linguagem tradicional da pornografia
A Série Divergente: Convergente
2.8 600 Assista AgoraAchei que a ideia da opressão estar em qualquer grupo ou "sociedade" poderia ser mais direta, partindo disso, alguns elementos são bons e poderiam ser trabalhados, tipo a coisa da tecnologia avançada ou da "cura" estar o tempo todo escondida enquanto a população encarava as mazelas do fim do mundo, mas no geral achei o filme péssimo. E sendo apaixonado pelo primeiro filme foi decepcionante. Muito elemento avulso, efeito especial, confusão, um romance desconexo, uma distorção total da protagonista que parece tentar representar uma coisa humanizada tipo "até os heróis erram" mas só perde a essência mesmo. Muito blá blá blá pra pouca história, poderia ter feito o feijão com arroz mesmo, fora o desperdício total da Octavia Spencer que apareceu pouquíssimo, mas pra mim foi de longe a melhor personagem (e o cabelo tava lindo <3 ).
Enfim, vou fingir que acabou em Divergente mesmo.
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraFilme cabuloso demais. Já tinha me interessado pela proposta e me surpreendi, acho que não só esteve dentro das minhas expectativas como foi além do que eu esperava. Achei que o Jordan Peele costurou muito bem o suspense/terror com a questão da discriminação racial, fiquei feliz em saber que o diretor do filme é negro, ele conseguiu captar muito bem o quão aterrorizante o racismo é.
Me lembrou muito a realidade segregacionista estadunidense, acho que nenhum filme de terror consegue ser mais assustador do que aquelas fotos de pessoas brancas sorrindo ao lado de pessoas negras enforcadas, importantíssimo o filme trazer esse ambiente e ao mesmo tempo estar situado na atualidade: 1- porque não estamos tão distantes temporalmente deste período e ainda carregamos as marcas dele; 2- porque várias metáforas da trama que parecem remeter somente à um passado escravista e tal, são facilmente visualizadas atualmente.
E por esse ultimo fator achei incrível que o filme parte de comportamentos muitas vezes baseados em esteriótipos e que passam batido, de modo que o personagem do Daniel Kaluuya (e essa foi mais uma atuação excelente desse ator) se sente incomodado porém não dá tanta importância, mas que escondem por trás dessas "opiniões" algo muito cruel. O discurso que parte dos personagens brancos quando o bicho pega no filme, não é muito diferente de alguns absurdos que vem sendo falados por ai. Por isso achei que esse quesito também foi muito bem trabalhado.
Resumindo: "Corra!" é um puta de um filme! E não diria só que é um filme crítico, mas é um filme necessário.
O Monstro no Armário
3.7 237 Assista AgoraEsse é sem sombra de dúvidas um dos melhores filmes que eu já assisti. Conseguiu mostrar por metáforas o quão cruel a homofobia pode ser, desde o extremo que é a morte física, até todas as censuras que a gente passa desde a infância e que explodem na adolescência (na maioria das vezes), sobretudo em realidades de não-aceitação, que chegam a nos despedaçar. É tudo muito simbólico, mas não fica na coisa puramente estética, é forte e dói pra caralho de assistir de tão reais que são algumas vivências representadas. Daqueles filmes que te fazem pensar na quantidade de coisas difíceis das quais você sobreviveu e vem sobrevivendo todos os dias.
Além de ter todo esse significado, é um filme visualmente lindo e com um roteiro e direção formidáveis, tudo muito bem amarrado. Trabalho excelente do Stephen Dunn.
Dentro de uns 300 filmes sobre sair do armário que eu já assisti (alguns maravilhosos no humor ou no drama, outros estereotipados e/ou romantizados), esse conseguiu ser extremamente marcante!
Sobre Nós
2.8 47Filme bonito do cabrunco. Eu tô destruído. Acho que o Thiago Cazado manda muito bem nas representações homoafetivas e acho que ele faz isso de maneira muito humanizada e diversa, já era um grande fã dos curtas e achei o longa sensível e muito sincero, apoio muito esse trabalho. Pra quem não gosta de romance água com açúcar é melhor poupar a crítica intelectualizada, pra quem gosta: só vai bebê <3
P.S: a vida nem sempre é um poço de profundidade.
WC Masculino
2.6 15"Pra você nós somos que nem ratos de rua né. Que você espanca, atropela, mata, vem o lixeiro, leva embora. Ai você pode voltar pra sua vidinha normal, do lado da sua esposa."
Fiquei bem surpreso. Ótimo curta.
Thelma & Louise
4.2 967 Assista AgoraO filme inteiro a vida das duas mulheres é permeada por um machismo nojento, em duas horas de filme eu fiquei agoniado, nem imagino o quão horrível é conviver com isso. E mesmo assim a cada momento elas conseguiram superar e tomar a dianteira das suas vidas. Achei fantástico como ocorre um empoderamento mutuo em Thelma & Louise do começo ao fim do filme e em como a personagem da Thelma se desenvolve quando se dá conta que ela é livre!
Me deixou a mesma impressão que Wild com a Reese Witherspoon, ambos protagonizados por mulheres e na minha humilde visão acho que ambos representam muito bem a ideia de liberdade sartriana, sobretudo Thelma & Louise.
O Menino e o Vento
4.3 62Filme lindo e extremamente poético, me provando mais uma vez como temos um cinema nacional de qualidade, algo que me impressionou foi a época em que ele foi produzido e a ideia que ele comporta. O filme vai muito além da questão da homossexualidade, e isso é legal, porque ela é posta de forma muito humanizada e sensível. Pra mim o ponto alto são os diálogos, que são construídos numa qualidade imensa, sobretudo no Zeca da Curva que apesar da simplicidade tem uma filosofia de vida bem bonita, acho incrível o depoimento do engenheiro, inclusive que atuação linda do Ênio e alguns pontos como o dialogo entre o advogado e o José Roberto, assim como do primo do Zeca, são bem bacanas.
É um filme apaixonante!
Robots of Brixton
3.7 3Maravilhoso!