Zé Celso, sinônimo de Inovação e Amor ao Teatro. Cacilda, uma das maiores atrizes do teatro brasileiro. Dessa combinação resultou esta obra-prima de quase cinco horas de duração de tirar o fôlego! Inesquecível!
Década de 20. No país mais capitalista do mundo, uma dupla de imigrantes italianos e anarquistas tornam-se "bodes expiatórios" de crimes que não cometeram (roubo e homicídio). Num processo histórico, famoso pelo grosseiro erro judicial que culminou numa pena de morte e na visível intransigência do sistema político dos Estados Unidos. O que estava em jogo não eram fatos e sim, o que eles representavam: 1) Havia um grande fluxo de imigrantes que estava gerando um mal-estar à população americana e uma séria ameaça ao mercado de emprego local; 2) A grande maioria desses trabalhadores estrangeiros eram atrelados à sindicatos; 3) As autoridades perceberam que muito mais do que fazer justiça, o que importava era eliminar um conceito de socialismo que começava a instalar-se naquele momento. Desconstruindo a imagem de "país símbolo da democracia", proibindo e coibindo as formas de liberdade político partidária, de criação de sindicatos e obstruindo a ampla defesa, com os procedimentos mais baixos, como sumiço de processos e provas do caso, coação de testemunhas e parcialidade completa por parte do juiz. Um filme poético, sensível e realista. Por incrível coincidência, proibido no Brasil durante o Regime Militar...
É um "bom" filme. Os diálogos mantém a essência da obra literária, mas falta dinamismo, o roteiro tá mais pra documentário do que romance. Fico imaginando se o Hermann Hesse tivesse assistido este filme... ficaria no mínimo, HORRORIZADO com aquele Siddharta que tá mais pra Paixão de Cristo encenada num circo! O que são aquelas barbas postiças e perucas?! E o bronzeamento artificial na versão mais idosa do personagem?! Em seu "processo de iluminação" parece não acertar o caminho, pois nos diálogos com o amigo inseparável Govinda, a encenação ficou muito aquém da narrativa do livro. As cenas românticas com Kamala são toscas, embora há o mérito do primoroso figurino, que a destaca dos demais. Mas, apesar de... o filme vale a pena ser assistido somente pela narrativa final, que faz jus ao trabalho do mestre Hermann Hesse, um dos gigantes da literatura universal.
Na época do Regime Militar os filmes de sexo explícito não conseguiam receber o registro de exibição para as salas de cinema em todo o território nacional. Leon Cakoff, curador da Mostra Internacional de Cinema, (sabedor deste tipo de impedimento) utilizou-se de um recurso jurídico, ou seja, um mandado de segurança para que o filme fosse liberado. O mesmo foi exibido como "Filme de Arte". Arte do Sexo, só se for... rs
"Eles saíram a procura da América e não conseguiram encontrá-la em lugar algum..."
Sem Destino reflete as atitudes e o comportamento de toda uma geração, na emocionante história de dois motoqueiros (Dennis Hopper e Peter Fonda) e sua odisséia em busca da América verdadeira. Pelo caminho, os dois passam por grandes e pequenas cidades, conhecem uma comunidade hippie, são presos e dão carona a um advogado bêbado (Jack Nicholson no papel que o levou ao estrelato). Acelerado por uma trilha-sonora genial, do mais autêntico rock, Sem Destino é uma viagem sem censura pela contracultura, numa mistura de sexo, drogas e a procura pelo verdadeiro sentido da vida.
Henry Miller é O CARA! Como ele mesmo dizia: "Não tenho nenhum respeito pelo artista, por maior que ele seja, que não coloque sua arte em prática na sua vida." E era exatamente o que fazia em sua obra, onde uma das características mais marcantes é a narrativa na 1ª pessoa, numa espécie de "diário erótico-anarquista" e tudo isso na década de 1930! Revolucionário, verdadeiro e inspirador!
Raul sempre dizia que uma das funções do artista é deixar sua impressão digital no planeta. Seja lá qual atividade exerça. No seu caso, podemos notar que a “impressão” foi uma obra musical rica em ousadia, inteligência e originalidade. O doc traz uma pequena parcela do que representa o mito “Raul Seixas” para a cultura brasileira através de cenas inéditas, depoimentos de amigos e familiares e claro, sua arte. Isso Aí Raul... “eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...”
O filme é inteiramente inspirador, desde a composição do roteiro até a trilha-sonora charmosa e inesquecível de Charles Aznavour com o tema "Mourir d'aimer".
Atuação magistral de Gregory Peck como o advogado Atticus! Um filme que nos faz refletir sobre o racismo e a concepção de Justiça - que muitas vezes fere a essência do Direito. O jovem negro acusado de estupro e condenado injustamente, ao se recolher à prisão, suicida-se. Daí nasce um clima de arrependimento, porém tardio. Nada mais poderá ser feito para reparar tamanha perda. O Sol é para todos, mas há muitas sombras pelos caminhos...
Puta trabalho de resgate do cenário punk brasileiro! Começa muito bem com a citação de Chico Buarque: "Se o punk é o lixo, a miséria e a violência, então não precisamos importá-lo da Europa, pois já somos a vanguarda do punk em todo mundo."
O doc tem alguns méritos a serem reconhecidos: 1) Não é preciso estar em Hollywood ou na Globo para se fazer um registro honesto, histórico e verdadeiro (apesar dos parcos recursos de produção); 2) O formato é dinâmico, rico em imagens de shows (o que era muito difícil para a época, considerando a tecnologia existente e também a atmosfera repressiva desses eventos); 3) Transmite uma lição de garra e obstinação de uma geração oriunda da periferia, classe média baixa e desassistida no campo social e que mesmo assim, heroicamente batalhou por seus sonhos e trouxe o movimento para a mídia e a história do rock brasileiro.
Como disse o Clemente, dos Inocentes: "Nós estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira, pintar de negro a asa branca, atrasar o trem das onze, pisar sobre as flores de Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer." E assim abriram caminho para a indústria do rock dos anos 1980 e posteriores...
Simonal foi um grande artista, um showman que fez sucesso num período conturbado da história de nosso país. Havia um regime tido como de direita, com forte presença de governos militares, e a maior parte dos artistas e da imprensa tinha simpatia pela esquerda, até aí tudo muito óbvio. Simonal pagou um preço alto por dizer que "não era de esquerda", tinha simpatia pelos militares, afinal de contas, ele serviu o Exército Brasileiro e tinha orgulho desse período e falava brincando "que tava com os homens". Mas por conta de um incidente com seu contador, o caso tomou proporções gigantescas e aí, seus desafetos o execraram de tal forma que praticamente destruíram sua carreira. Ele foi chamado até de "dedo-duro", mas até hoje não há relatos de uma só pessoa que tenha sido delatada pelo Simonal. Nenhum filho, neto, parente de alguém que tenha sido vítima. E nos arquivos do DOPS não consta seu nome entre os informantes. Estranho, não? Acredito que o que existiu realmente foi um racismo velado, afinal de contas, o cantor fazia tanto sucesso que era o único a rivalizar com Roberto Carlos em popularidade e gostava de andar em carros de luxo e com mulheres bonitas, o que gerava muita inveja! Mas como dizia Tom Jobim: "O Brasil não gosta do sucesso."
Me decepcionou... uma atuação fria do protagonista, que pouco transmite da genialidade e o espírito atormentado de Van Gogh. Ponto alto do filme pode-se dizer que foi a cena em que Van Gogh discute com Theo sobre os rumos de sua carreira e outras questões existenciais. E concordando com Ricardo de Almeida Rocha, faltou justamente "vida" no filme. Até porque personagens cheios de conflitos são "intensos" e não "apáticos" como este Van Gogh.
Pra começar, fazer um filme musical no Brasil Anos 1960 era para poucos obstinados. Aurélio Teixeira conseguiu esta proeza. Reuniu em "Juventude e Ternura" os grandes galãs da época - Anselmo Duarte e Amilton Fernandes - numa trama de ação embalada pelos hits da "ternurinha" Wanderlea. Este filme foi restaurado e passou inclusive numa mostra da Jovem Guarda no Itaú Cultural em sessão exclusiva com direito a debates após a exibição! Muito legal!
Um bom documentário, pois desmistifica a idéia de que "o país não tem memória." Muitas vezes o que acontece é a dificuldade de resgatar estas memórias e por várias razões: falta de arquivos disponíveis (como aconteceu com os incêndios nas emissoras de tv da época, destruindo quase todo o material existente)e a falta de interesse do governo de preservar o patrimônio histórico-cultural do país (propiciando a criação de museus, instituições e eventos, levando ao conhecimento das massas a rica produção artística de várias gerações), dentre outras. "Uma Noite em 67" faz uma conexão com os acontecimentos do Festival e depoimentos atuais dos protagonistas. Neste quesito, o filme peca em alguns aspectos:
1- Foram classificadas 6 músicas na final: "Ponteio", "Domingo no Parque", "Roda Viva", "Alegria, Alegria", "Maria, Carnaval e Cinzas" e "Gabriela". Vimos depoimentos de todos os intérpretes/autores das canções classificadas. TODOS??? E por que deixaram de fora o depoimento de Chico Maranhão, compositor de Gabriela? Uma falha imperdoável!
2-Caetano Veloso faz críticas contundentes à Geraldo Vandré, neste caso, o filme deveria mostrar uma imparcialidade, dando chances a que Vandré se manifestasse a respeito, seguindo o "princípio jurídico do contraditório" (ou seja, o direito que todos tem de defender-se).
3- Notamos que Elis Regina não era uma "unanimidade", pois Dori Caymmi reclama da interpretação exagerada e fora do contexto de sua canção "O Cantador" (toada triste interpretada de uma forma alegre e extravagante).
4- Com relação à música "Maria, Carnaval e Cinzas", não foi dado o mínimo de informações sobre o saudoso compositor Luiz Carlos Paraná. Só interessam os vivos???
5- E Carlos Manga que me perdoe, mas dizer que Roberto Carlos cantou "Como é grande o meu amor por você" nos testes para o programa Jovem Guarda, criado em 1965, quando esta música foi feita em 1967, é uma mentira grosseira ou no mínimo, falta de memória.
6- E Paulinho Machado de Carvalho, mesmo sendo o dono da Record, não é o dono da verdade. Porque a criação do programa ficou a cargo da agência de publicidade MPM de Magaldi, Prosperi e Maia, e foi Carlito Maia o autor do nome "Jovem Guarda". Que aliás, a sugestão anterior era "Festa de Arromba" e foi imediatamente recusada.
Apesar das críticas, louva-se a iniciativa de resgatar uma parte importante da nossa história musical!
Filme encantador principalmente para quem aprecia moda, pop art, Andy Warhol, Edie Sedgwick e Bob Dylan (com quem teve um breve relacionamento amoroso). "The Poor Little Rich Girl" mostra-se repleta de conflitos, mas o que mais me chamou a atenção foi o fato de ter estrelado alguns filmes de Warhol e deixar-se ser enganada pelo "mago da pop art" ao ponto de receber apenas 50 dólares por todo seu trabalho e de uma forma acintosa e desprezível. Prova de que devemos em qualquer situação ter a noção exata da importância do nosso trabalho e da sua devida remuneração, principalmente no país mais capitalista do mundo, coisa que ela não enxergou. Daí, sua tragédia pessoal...
Fiquei surpresa por não terem cadastrado este filme antológico, um clássico do gênero "on the road" e que fez a cabeça de muitos jovens na década de 1960! A sequência inicial é igualzinha à música dos Beatles, "She's leaving home"...
Trata-se de um filme de cunho psicológico. O personagem em determinadas situações, movido pelas drogas, tem devaneios e alucinações. No livro, suas alucinações adquirem um tom filosófico, mas a tentativa de transportá-las para as telas ficou aquém da criatividade de Hesse, prendendo-se mais ao psicodelismo da época em que foi produzido o filme. Senti falta dos ricos diálogos encontrados na obra, e percebi que alguns personagens importantes não tiveram tanto destaque no longa. E cadê a tia e o sobrinho?? Apesar de preferir o livro, não posso negar que o filme é bem interessante e que o triângulo Herminia, Pablo e Herman tem um charme especial.
"O Garoto de Liverpool" mostra o adolescente John Lennon em meio às suas tragédias e superações. Parece que os filmes sobre astros do rock tem como foco o auge de suas carreiras, esquecendo-se que toda grande caminhada começa com um primeiro passo, muitas vezes obscuro, como o revelado por Sam Taylor nesta bela homenagem a John. É uma tendência atual as cinebiografias enaltecerem as "mães" das personalidades, que serviram de certo modo como maior fonte de motivação para suas vidas. Prova de que "atrás de todo grande homem, há sempre uma grande mulher".
Como dizia Vinicius de Moraes: "A Vida é a arte do encontro. Embora haja tantos desencontros pela vida". Esta frase define bem o personagem Don Johnston, que após receber uma misteriosa carta sobre um suposto filho, resolve "resgatar" seu passado indo ao encontro de antigos amores. Mas parece que o tempo e as circunstâncias alteraram muita coisa, que em suas lembranças pareciam imutáveis como velhas fotografias num antigo álbum, apenas um pouco mais desbotadas. Entretanto, estas mulheres refizeram suas vidas, percorreram novos caminhos e nestes não havia mais espaço para ele. A sensação que fica é traduzida nesta passagem: "O passado já passou. O futuro não chegou. Seja ele o que for. Então o que existe é isto - o presente. É isto." E quando lembra a canção - "A roda da fortuna dá uma volta, outra volta, nunca se sabe onde vai parar." Muitas voltas foram dadas mas com certeza a boa sorte ficou muito distante de Don Johnston!
Em "Encontros e Desencontros" Sofia Copolla apresenta uma Tóquio melancólica e sedutora, sua fotografia traduz uma atmosfera de delicadeza e magia que envolve também os personagens. A trilha-sonora afiniza-se ao filme e a escolha de Roxy Music com "More Than This" para o desfecho é emocionante. Há uma sensação nos encontros e desencontros dos personagens, e esta parece ser: "O amor só encontra o seu significado no momento da separação".
Drama? Pra mim esse filme é hilário! Começando pela peruca tosca do Paul McCartney, John Lennon estava tão insano que parecia o Charles Manson em Helter Skelter, o figurino tava mais pra brechó da Augusta, a trilha-sonora era formada de covers de quinta categoria dos Beatles e ainda tinha um Mick Jagger "made in Paraguai". E a conclusão que chego é: Linda McCartney era uma devoradora de astros do rock, pois dormiu com quase todos: Jim Morrison, Bob Dylan, Mick Jagger, até baixar o fogo com Paul McCartney...
Um belo filme onde todos os personagens têm algo em comum: são desajustados ou fracassados. Mas como a cartilha do "American Way of Life" não admite perdedores, o pai reúne toda a família e vão empreender uma viagem que mudará seus destinos: a menininha desajeitada tentará vencer um concurso de beleza, lutando contra tudo e contra todos e quando, mais uma vez, parece que vai dar errado, só resta àquela família a cumplicidade e a solidariedade entre eles. E seguem à risca uma máxima que os conduz pela vida afora: "Há dois tipos de pessoas: os vencedores e os perdedores. A diferença é que os vencedores não desistem". E a garra com que lutam nos deixa com lágrimas nos olhos.
Egon Schiele é meu pintor favorito e grande expressionista austríaco. Deixou trabalhos onde estavam representados seres humanos transfigurados por sentimentos fortes implícitos em seus traços. As mulheres de Schiele eram livres e eróticas, capazes de revelarem suas fantasias e prazeres sem pudores no início do século XX ! O que comprova seu estilo moderno e revolucionário, admirado até os dias de hoje. Cadastrei este filme para que sirva de dica aos interessados no tema e traga mais inspiração e ousadia para suas vidas.
Cacilda!
4.5 4Zé Celso, sinônimo de Inovação e Amor ao Teatro.
Cacilda, uma das maiores atrizes do teatro brasileiro.
Dessa combinação resultou esta obra-prima de quase cinco horas de duração de tirar o fôlego!
Inesquecível!
Sacco e Vanzetti
4.3 29Década de 20. No país mais capitalista do mundo, uma dupla de imigrantes italianos e anarquistas tornam-se "bodes expiatórios" de crimes que não cometeram (roubo e homicídio).
Num processo histórico, famoso pelo grosseiro erro judicial que culminou numa pena de morte e na visível intransigência do sistema político dos Estados Unidos.
O que estava em jogo não eram fatos e sim, o que eles representavam:
1) Havia um grande fluxo de imigrantes que estava gerando um mal-estar à população americana e uma séria ameaça ao mercado de emprego local;
2) A grande maioria desses trabalhadores estrangeiros eram atrelados à sindicatos;
3) As autoridades perceberam que muito mais do que fazer justiça, o que importava era eliminar um conceito de socialismo que começava a instalar-se naquele momento.
Desconstruindo a imagem de "país símbolo da democracia", proibindo e coibindo as formas de liberdade político partidária, de criação de sindicatos e obstruindo a ampla defesa, com os procedimentos mais baixos, como sumiço de processos e provas do caso, coação de testemunhas e parcialidade completa por parte do juiz.
Um filme poético, sensível e realista. Por incrível coincidência, proibido no Brasil durante o Regime Militar...
Siddhartha
3.6 18É um "bom" filme. Os diálogos mantém a essência da obra literária, mas falta dinamismo, o roteiro tá mais pra documentário do que romance.
Fico imaginando se o Hermann Hesse tivesse assistido este filme... ficaria no mínimo, HORRORIZADO com aquele Siddharta que tá mais pra Paixão de Cristo encenada num circo! O que são aquelas barbas postiças e perucas?! E o bronzeamento artificial na versão mais idosa do personagem?!
Em seu "processo de iluminação" parece não acertar o caminho, pois nos diálogos com o amigo inseparável Govinda, a encenação ficou muito aquém da narrativa do livro.
As cenas românticas com Kamala são toscas, embora há o mérito do primoroso figurino, que a destaca dos demais.
Mas, apesar de... o filme vale a pena ser assistido somente pela narrativa final, que faz jus ao trabalho do mestre Hermann Hesse, um dos gigantes da literatura universal.
O Império dos Sentidos
3.3 304 Assista AgoraNa época do Regime Militar os filmes de sexo explícito não conseguiam receber o registro de exibição para as salas de cinema em todo o território nacional.
Leon Cakoff, curador da Mostra Internacional de Cinema, (sabedor deste tipo de impedimento) utilizou-se de um recurso jurídico, ou seja, um mandado de segurança para que o filme fosse liberado.
O mesmo foi exibido como "Filme de Arte". Arte do Sexo, só se for... rs
Sem Destino
4.0 580 Assista Agora"Eles saíram a procura da América e não conseguiram encontrá-la em lugar algum..."
Sem Destino reflete as atitudes e o comportamento de toda uma geração, na emocionante história de dois motoqueiros (Dennis Hopper e Peter Fonda) e sua odisséia em busca da América verdadeira. Pelo caminho, os dois passam por grandes e pequenas cidades, conhecem uma comunidade hippie, são presos e dão carona a um advogado bêbado (Jack Nicholson no papel que o levou ao estrelato). Acelerado por uma trilha-sonora genial, do mais autêntico rock, Sem Destino é uma viagem sem censura pela contracultura, numa mistura de sexo, drogas e a procura pelo verdadeiro sentido da vida.
Henry Miller - Asleep & Awake
4.5 4Henry Miller é O CARA!
Como ele mesmo dizia: "Não tenho nenhum respeito pelo artista, por maior que ele seja, que não coloque sua arte em prática na sua vida." E era exatamente o que fazia em sua obra, onde uma das características mais marcantes é a narrativa na 1ª pessoa, numa espécie de "diário erótico-anarquista" e tudo isso na década de 1930!
Revolucionário, verdadeiro e inspirador!
Raul - O Início, o Fim e o Meio
4.1 707Raul sempre dizia que uma das funções do artista é deixar sua impressão digital no planeta. Seja lá qual atividade exerça. No seu caso, podemos notar que a “impressão” foi uma obra musical rica em ousadia, inteligência e originalidade.
O doc traz uma pequena parcela do que representa o mito “Raul Seixas” para a cultura brasileira através de cenas inéditas, depoimentos de amigos e familiares e claro, sua arte.
Isso Aí Raul... “eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...”
Morrer de Amor
3.9 1O filme é inteiramente inspirador, desde a composição do roteiro até a trilha-sonora charmosa e inesquecível de Charles Aznavour com o tema "Mourir d'aimer".
O Sol É Para Todos
4.3 414 Assista AgoraAtuação magistral de Gregory Peck como o advogado Atticus! Um filme que nos faz refletir sobre o racismo e a concepção de Justiça - que muitas vezes fere a essência do Direito.
O jovem negro acusado de estupro e condenado injustamente, ao se recolher à prisão, suicida-se. Daí nasce um clima de arrependimento, porém tardio. Nada mais poderá ser feito para reparar tamanha perda.
O Sol é para todos, mas há muitas sombras pelos caminhos...
Botinada
4.2 102Puta trabalho de resgate do cenário punk brasileiro!
Começa muito bem com a citação de Chico Buarque:
"Se o punk é o lixo, a miséria e a violência, então não precisamos importá-lo da Europa, pois já somos a vanguarda do punk em todo mundo."
O doc tem alguns méritos a serem reconhecidos:
1) Não é preciso estar em Hollywood ou na Globo para se fazer um registro honesto, histórico e verdadeiro (apesar dos parcos recursos de produção);
2) O formato é dinâmico, rico em imagens de shows (o que era muito difícil para a época, considerando a tecnologia existente e também a atmosfera repressiva desses eventos);
3) Transmite uma lição de garra e obstinação de uma geração oriunda da periferia, classe média baixa e desassistida no campo social e que mesmo assim, heroicamente batalhou por seus sonhos e trouxe o movimento para a mídia e a história do rock brasileiro.
Como disse o Clemente, dos Inocentes:
"Nós estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira, pintar de negro a asa branca, atrasar o trem das onze, pisar sobre as flores de Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer."
E assim abriram caminho para a indústria do rock dos anos 1980 e posteriores...
Simonal, Ninguém Sabe o Duro que Dei
4.0 127 Assista AgoraSimonal foi um grande artista, um showman que fez sucesso num período conturbado da história de nosso país.
Havia um regime tido como de direita, com forte presença de governos militares, e a maior parte dos artistas e da imprensa tinha simpatia pela esquerda, até aí tudo muito óbvio.
Simonal pagou um preço alto por dizer que "não era de esquerda", tinha simpatia pelos militares, afinal de contas, ele serviu o Exército Brasileiro e tinha orgulho desse período e falava brincando "que tava com os homens".
Mas por conta de um incidente com seu contador, o caso tomou proporções gigantescas e aí, seus desafetos o execraram de tal forma que praticamente destruíram sua carreira. Ele foi chamado até de "dedo-duro", mas até hoje não há relatos de uma só pessoa que tenha sido delatada pelo Simonal. Nenhum filho, neto, parente de alguém que tenha sido vítima. E nos arquivos do DOPS não consta seu nome entre os informantes. Estranho, não? Acredito que o que existiu realmente foi um racismo velado, afinal de contas, o cantor fazia tanto sucesso que era o único a rivalizar com Roberto Carlos em popularidade e gostava de andar em carros de luxo e com mulheres bonitas, o que gerava muita inveja!
Mas como dizia Tom Jobim: "O Brasil não gosta do sucesso."
Van Gogh
3.7 17Me decepcionou... uma atuação fria do protagonista, que pouco transmite da genialidade e o espírito atormentado de Van Gogh. Ponto alto do filme pode-se dizer que foi a cena em que Van Gogh discute com Theo sobre os rumos de sua carreira e outras questões existenciais.
E concordando com Ricardo de Almeida Rocha, faltou justamente "vida" no filme. Até porque personagens cheios de conflitos são "intensos" e não "apáticos" como este Van Gogh.
Juventude e Ternura
2.9 10Pra começar, fazer um filme musical no Brasil Anos 1960 era para poucos obstinados. Aurélio Teixeira conseguiu esta proeza. Reuniu em "Juventude e Ternura" os grandes galãs da época - Anselmo Duarte e Amilton Fernandes - numa trama de ação embalada pelos hits da "ternurinha" Wanderlea.
Este filme foi restaurado e passou inclusive numa mostra da Jovem Guarda no Itaú Cultural em sessão exclusiva com direito a debates após a exibição! Muito legal!
Uma Noite em 67
4.2 263Um bom documentário, pois desmistifica a idéia de que "o país não tem memória."
Muitas vezes o que acontece é a dificuldade de resgatar estas memórias e por várias razões: falta de arquivos disponíveis (como aconteceu com os incêndios nas emissoras de tv da época, destruindo quase todo o material existente)e a falta de interesse do governo de preservar o patrimônio histórico-cultural do país (propiciando a criação de museus, instituições e eventos, levando ao conhecimento das massas a rica produção artística de várias gerações), dentre outras.
"Uma Noite em 67" faz uma conexão com os acontecimentos do Festival e depoimentos atuais dos protagonistas. Neste quesito, o filme peca em alguns aspectos:
1- Foram classificadas 6 músicas na final: "Ponteio", "Domingo no Parque", "Roda Viva", "Alegria, Alegria", "Maria, Carnaval e Cinzas" e "Gabriela". Vimos depoimentos de todos os intérpretes/autores das canções classificadas. TODOS??? E por que deixaram de fora o depoimento de Chico Maranhão, compositor de Gabriela? Uma falha imperdoável!
2-Caetano Veloso faz críticas contundentes à Geraldo Vandré, neste caso, o filme deveria mostrar uma imparcialidade, dando chances a que Vandré se manifestasse a respeito, seguindo o "princípio jurídico do contraditório" (ou seja, o direito que todos tem de defender-se).
3- Notamos que Elis Regina não era uma "unanimidade", pois Dori Caymmi reclama da interpretação exagerada e fora do contexto de sua canção "O Cantador" (toada triste interpretada de uma forma alegre e extravagante).
4- Com relação à música "Maria, Carnaval e Cinzas", não foi dado o mínimo de informações sobre o saudoso compositor Luiz Carlos Paraná. Só interessam os vivos???
5- E Carlos Manga que me perdoe, mas dizer que Roberto Carlos cantou "Como é grande o meu amor por você" nos testes para o programa Jovem Guarda, criado em 1965, quando esta música foi feita em 1967, é uma mentira grosseira ou no mínimo, falta de memória.
6- E Paulinho Machado de Carvalho, mesmo sendo o dono da Record, não é o dono da verdade. Porque a criação do programa ficou a cargo da agência de publicidade MPM de Magaldi, Prosperi e Maia, e foi Carlito Maia o autor do nome "Jovem Guarda". Que aliás, a sugestão anterior era "Festa de Arromba" e foi imediatamente recusada.
Apesar das críticas, louva-se a iniciativa de resgatar uma parte importante da nossa história musical!
Uma Garota Irresistível
3.8 172Filme encantador principalmente para quem aprecia moda, pop art, Andy Warhol, Edie Sedgwick e Bob Dylan (com quem teve um breve relacionamento amoroso).
"The Poor Little Rich Girl" mostra-se repleta de conflitos, mas o que mais me chamou a atenção foi o fato de ter estrelado alguns filmes de Warhol e deixar-se ser enganada pelo "mago da pop art" ao ponto de receber apenas 50 dólares por todo seu trabalho e de uma forma acintosa e desprezível. Prova de que devemos em qualquer situação ter a noção exata da importância do nosso trabalho e da sua devida remuneração, principalmente no país mais capitalista do mundo, coisa que ela não enxergou. Daí, sua tragédia pessoal...
Wild Seed
4.5 1Fiquei surpresa por não terem cadastrado este filme antológico, um clássico do gênero "on the road" e que fez a cabeça de muitos jovens na década de 1960!
A sequência inicial é igualzinha à música dos Beatles, "She's leaving home"...
O Demiurgo
3.8 12Um dos melhores filmes "udigrudi" feitos no Brasil...
O Lobo da Estepe
3.6 56Trata-se de um filme de cunho psicológico. O personagem em determinadas situações, movido pelas drogas, tem devaneios e alucinações. No livro, suas alucinações adquirem um tom filosófico, mas a tentativa de transportá-las para as telas ficou aquém da criatividade de Hesse, prendendo-se mais ao psicodelismo da época em que foi produzido o filme.
Senti falta dos ricos diálogos encontrados na obra, e percebi que alguns personagens importantes não tiveram tanto destaque no longa. E cadê a tia e o sobrinho??
Apesar de preferir o livro, não posso negar que o filme é bem interessante e que o triângulo Herminia, Pablo e Herman tem um charme especial.
O Garoto de Liverpool
3.8 1,0K Assista grátis"O Garoto de Liverpool" mostra o adolescente John Lennon em meio às suas tragédias e superações.
Parece que os filmes sobre astros do rock tem como foco o auge de suas carreiras, esquecendo-se que toda grande caminhada começa com um primeiro passo, muitas vezes obscuro, como o revelado por Sam Taylor nesta bela homenagem a John.
É uma tendência atual as cinebiografias enaltecerem as "mães" das personalidades, que serviram de certo modo como maior fonte de motivação para suas vidas. Prova de que "atrás de todo grande homem, há sempre uma grande mulher".
Flores Partidas
3.6 201 Assista AgoraComo dizia Vinicius de Moraes: "A Vida é a arte do encontro. Embora haja tantos desencontros pela vida". Esta frase define bem o personagem Don Johnston, que após receber uma misteriosa carta sobre um suposto filho, resolve "resgatar" seu passado indo ao encontro de antigos amores. Mas parece que o tempo e as circunstâncias alteraram muita coisa, que em suas lembranças pareciam imutáveis como velhas fotografias num antigo álbum, apenas um pouco mais desbotadas. Entretanto, estas mulheres refizeram suas vidas, percorreram novos caminhos e nestes não havia mais espaço para ele. A sensação que fica é traduzida nesta passagem: "O passado já passou. O futuro não chegou. Seja ele o que for. Então o que existe é isto - o presente. É isto." E quando lembra a canção - "A roda da fortuna dá uma volta, outra volta, nunca se sabe onde vai parar." Muitas voltas foram dadas mas com certeza a boa sorte ficou muito distante de Don Johnston!
Encontros e Desencontros
3.8 1,7K Assista AgoraEm "Encontros e Desencontros" Sofia Copolla apresenta uma Tóquio melancólica e sedutora, sua fotografia traduz uma atmosfera de delicadeza e magia que envolve também os personagens.
A trilha-sonora afiniza-se ao filme e a escolha de Roxy Music com "More Than This" para o desfecho é emocionante.
Há uma sensação nos encontros e desencontros dos personagens, e esta parece ser: "O amor só encontra o seu significado no momento da separação".
A história de Linda McCartney
3.6 48Drama? Pra mim esse filme é hilário! Começando pela peruca tosca do Paul McCartney, John Lennon estava tão insano que parecia o Charles Manson em Helter Skelter, o figurino tava mais pra brechó da Augusta, a trilha-sonora era formada de covers de quinta categoria dos Beatles e ainda tinha um Mick Jagger "made in Paraguai".
E a conclusão que chego é: Linda McCartney era uma devoradora de astros do rock, pois dormiu com quase todos: Jim Morrison, Bob Dylan, Mick Jagger, até baixar o fogo com Paul McCartney...
Pequena Miss Sunshine
4.1 2,8K Assista AgoraUm belo filme onde todos os personagens têm algo em comum: são desajustados ou fracassados. Mas como a cartilha do "American Way of Life" não admite perdedores, o pai reúne toda a família e vão empreender uma viagem que mudará seus destinos: a menininha desajeitada tentará vencer um concurso de beleza, lutando contra tudo e contra todos e quando, mais uma vez, parece que vai dar errado, só resta àquela família a cumplicidade e a solidariedade entre eles. E seguem à risca uma máxima que os conduz pela vida afora: "Há dois tipos de pessoas: os vencedores e os perdedores. A diferença é que os vencedores não desistem".
E a garra com que lutam nos deixa com lágrimas nos olhos.
Egon Schiele - Excesso e Punição
3.2 14Egon Schiele é meu pintor favorito e grande expressionista austríaco. Deixou trabalhos onde estavam representados seres humanos transfigurados por sentimentos fortes implícitos em seus traços.
As mulheres de Schiele eram livres e eróticas, capazes de revelarem suas fantasias e prazeres sem pudores no início do século XX ! O que comprova seu estilo moderno e revolucionário, admirado até os dias de hoje.
Cadastrei este filme para que sirva de dica aos interessados no tema e traga mais inspiração e ousadia para suas vidas.