Todo o arco de Bobby é quase uma desconstrução da realidade, no começo, ele se sente poderoso, trabalha ao seu ritmo, curte a noite e tem tudo o que deseja. Isso vai desmoronando de acordo com o filme vai passando. Quando um choque de realidade o atinge, fica evidente que o mesmo não estava preparado para aquilo.
É interessante notar que, quando Bobby recebe esse choque, o mundo parece estar em suas costas, a atuação de Phoenix trabalha muito bem nesse quesito, de expor o quanto aquele personagem está desiludido, principalmente através de seu olhar, procurando um rumo através da dor e do ódio.
Enquanto em Little Odessa, Gray utilizava as sombras para expor a natureza de seus personagens, aqui o diretor trabalha esse artifício para quebrá-los. Na cena em que o personagem de Phoenix está no carro com metade do rosto na luz e a outra nas sombras, é o exemplo claro disso. Assim que seu rosto é tomado pelas trevas, uma única lágrima cai, o destruindo por completo.
Shyamalan não dá espaço ao seu público, mastigando seu roteiro até não fazer sentido mais explicações, não temos uma sensação de surpresa com os plot twists por conta dessa falta de espaço.
É frustrante você não sentir que fez parte de toda a construção narrativa como público, já que o diretor parece querer tudo só pra ele. Diverte em alguns momentos e a atuação do McAvoy é ótima, tirando isso, é bem esquecível.
Em meio a inúmeros filmes de super-heróis que temos todos os anos, Aranhaverso se destaca pela sua coragem de trazer algo novo para os cinemas, mas que os fãs de quadrinhos já estão acostumados, que é não ter medo de aceitar a loucura.
O visual quadrinhesco, cheio de referencias, inclusive o selo da Comic Code Authority, que começou a censurar os quadrinhos no inicio da década de 1950. Tirando sarro disso e de si próprio, o personagem cresce e ganha o público, Miles Morales é finalmente apresentado ao grande público que passa a conhecer o grande personagem que ele é.
A música é um elemento que se torna essencial para a obra, com vários artistas diferentes criando hits que dão mais poder ao filme, criando todo um ambiente heroico, tornando o clímax quase épico. Eu posso estar um pouco influenciado pelo hype, mas sinto que é a melhor adaptação do Homem-Aranha para os cinemas.
O filme vai aos poucos moldando toda a violência e desequilíbrio personificado em um homem só. Toda a sequência final é uma das coisas mais aterrorizantes que vi este ano. E não se engane, tudo que o filme mostra, acontece todos os dias, as vezes mais próximo do que imaginamos.
A desconstrução do mito e a exploração do lado mais humano e introspectivo. Damien Chazelle deixa todo o ufanismo americano de lado e mostra como todo o processo até o homem pousar na lua foi cruel e cheio de perdas para o personagem.
Desde o primeiro minuto Chazelle nos coloca dentro de naves, planadores e aviões que Neil pilota, toda a experiencia que é possível transmitir através da tela é feito da forma mais crua possível. Mixagem de som amplia a experiencia, junto com a câmera tremida que traz mais realidade nas situações.
Ryan Gosling em uma atuação mais intimista entrega uma atuação bastante competente, sem exageros — assim como o verdadeiro Neil era na vida real — fica evidente que a sua busca pela solidão o motiva para chegar no lugar mais isolado que a humanidade já foi.
É um filme que faz questão de expor o lado mais podre de uma sociedade movida pelo ego, mas ao mesmo tempo explora o lado mais humano de uma pessoa que busca seu isolamento espiritual para praticamente renascer.
Logo no início do filme, Cooper já deixa claro o destino de seu personagem, utilizando de uma imagem na parede de um estabelecimento em que seu carro para em frente, em busca de álcool. Isso é frustrante, pois pra quem não viu os filmes anteriores - como eu - era pra ser pego com a supresa.
É inegável que o filme também tem diversos outros problemas, mas o desenvolvimento de personagens é o que mais faz com que o filme perca sua força e brilho. Junto com o roteiro que traz alguns diálogos bobos e uma cena final de quebra de quarta parede que já se tornou extremamente cansativo por ser usada de forma com que não acrescente em nada na narrativa.
Tirando os pontos negativos, Cooper está muito bem, consegue entregar uma ótima atuação, trabalhando sua voz excelente voz ao cantar e seu sotaque do sul norte-americano. Gaga está bastante competente, mas sua personagem perde força pelo mal desenvolvimento.
O maior acerto do Cooper foram nas cenas quando os dois personagens principais estavam no palco, nos colocando praticamente ao lado deles e conseguindo transmitir bem aquela adrenalina
Desde o primeiro minuto, Erik Poppe, faz com que você se sinta dentro do filme, primeiro como uma pessoa que assiste TV, vendo imagens de um atentado a bomba em Oslo. Logo depois, vem a sua principal carta na manga, quando chegamos em Utøya, o diretor reproduz em tempo real, o terror que foi ter que passar pelo tiroteio.
Ao gravar o filme todo em plano sequencia, e utilizando a câmera na mão para nos aprofundar em meio aqueles acontecimentos, conseguimos sentir uma parcela do desespero que foi viver aqueles poucos mais de 70 minutos de horror.
Não nos dando tempo para respirar, utilizando de cada segundo para nos expor ao quão horrível pode ser o ser humano, Poppe teve a feliz decisão de nunca nos mostrar o atirador, apenas as vítimas, potencializando ainda mais a sensação de impotência.
O filme ainda passa uma mensagem importantíssima sobre o quanto o extremismo é perigoso e cruel, o quanto a vida não vale nada para pessoas que seguem esta mesma linha. É um baita filme, que me deixou com um sentimento de tristeza e medo muito forte, é uma obra cruel, mas sua mensagem precisa ser refletida por todos nós. Sem medo, afirmo que é um dos melhores filmes do ano.
O pai do slasher, Carpenter, cria tensão através de sua câmera ágil, com poucos cortes, ele praticamente segue o ritmo do assassino Michael Myers, sem pressa dando todo o tom aterrador que o filme precisa.
A marcante música está presente praticamente o filme todo, potencializando tudo que Carpenter fez com sua câmera, e sua estética simples. O melhor exemplo de como a simplicidade é o mais importante na obra, é a máscara do vilão, um rosto cinzento representando praticamente um humano sem alma.
É maravilhoso toda atmosfera criada por Carpenter, com as cores frias, explorando ao máximo o ambiente inóspito que a trama se passa. O jogo de adivinhação amplia a sensação de insegurança, aumentando a tenção e nos imergindo.
Provavelmente essa imersão seja o maior trunfo da obra, já que com os efeitos práticos, tudo se torna mais real e amedrontador. Não é por nada que John Carpenter seja reconhecido como um dos gênios do horror.
A parte 2 é o exemplo perfeito de como fazer uma continuação de uma obra-prima, nos mostrando a ascensão de Vito Corleone e em paralelo a isso, tentamos decifrar a cabeça de Michael e como ele irá lidar com o peso de se tornar um Don.
É genial como o Coppola utiliza as cores para transmitir os sentimentos de seus personagens. Michael nunca sai do preto e cinza, absorvendo todo a melancolia de lidar com tudo aquilo. Enquanto sua esposa Kay que durante boa parte do primeiro filme utiliza cores vivas, vai tendo toda sua felicidade praticamente sugada pelo seu marido, o que faz com que a personagem utilize cores mais sóbrias.
É uma obra irretocável que da uma aula de como desenvolver seus personagens sem expor tudo que eles pensam. Michael é sem dúvidas um dos melhores personagens da sétima arte.
A belíssima fotografia é um fator importantíssimo para nos fazer entender que tipo de historia o diretor quer nos contar, com cores que exaltam a natureza e transmitem tranquilidade e essa tranquilidade faz todo o sentido para o que está por vir. O plot é simples, personagens tem que sair do lado x para chegar ao y, mas nos personagens mora a riqueza do roteiro.
Durante essa jornada, os personagens enfrentam os perigos já clichês para o gênero, mas as historias que descobrimos através das pessoas envolvidas é fascinante. O ódio, o respeito, amor, desilusão e loucura os acompanham até o fim, e por mais que não tenha algo revolucionário no filme, seus personagens quebrados fazem valer a pena.
Em sua abordagem não linear, Sang-soo atrai de forma mais efetiva a atenção de seu público, desenvolvendo seus personagens da forma mais crua possível, o diretor não hesita em desconstruir o protagonista, para expor o quão amargo e fraco ele é.
A escolha da fotografia preto e branco é um belo acerto, já que além da ausência de cores que remete diretamente a vida de Kim, que sempre procura se esconder por trás de mulheres, se aproveitando de suas paixões.
É mais uma obra sobre o ser humano, que é amargo, sofre com a rotina e as mentiras que insiste em alimentar.
O maior trufo de 'Game Night' é nunca se levar a sério e tirar sarro das próprias situações absurdas que envolvem seus personagens.
O plano sequencia dentro da mansão é uma bela brincadeira com o título do filme, de encher os olhos de tão bem feita. E mesmo com alguns absurdos que vão além do que o filme já havia mostrado, a obra é uma ótima surpresa.
O maior certo de Aos teus Olhos é de não querer esclarecer quem está certo ou errado, mas sim como toda a situação afeta todos os lados envolvido.
É interessante como a diretora trabalha com a linguagem, expondo como nos dias de hoje, é fácil espalhar qualquer tipo de informações através das redes sociais, sendo verdade ou não.
Hong Sang-soo trabalha em 'A Câmera de Claire' da forma mais simples possível, fazendo com que seus atores praticamente não atuem, tornando os personagens mais reais, a câmera que quase não se movimenta reforça nossa atenção.
Sang-soo busca mostrar ao público como as pessoas estão em constante mudança, refletindo isso nos diálogos de deus personagens. A metáfora da fotografia é outro artifício bastante efetivo, já nos deixando claro que a sua visão de mundo é a mesma de Claire.
É algo que não notamos constantemente, mas sem nossas mudanças que, como dito a cima, ocorre a todo instante, não conseguiríamos nos relacionar, nem ao mesmo manter um diálogo com outra pessoa. Mostrando que as mudanças, mesmo que sejam as mínimas possíveis, nos encaminham para uma evolução pessoal
Arábia é o reflexo de vida de boa parte dos brasileiros, vivendo no escuro, alienados pelo próprio meio de vida. É um filme que fala sobre a vida, não a nossa como conhecemos, mas uma que é ignorada, deixada de lado como se fossem minimas.
A fotografia transmite bem a mensagem que os diretores querem passar. Colocando Cristiano em várias cenas praticamente sendo devorado pela escuridão, tirando sua personalidade e exaltando sua melancolia.
É mais uma bela obra, que expõe bem as várias experiencias que uma pessoa pode absorver com a outra. E esse é a maior bem que o protagonista adquire em anos de trabalhos braçais, um pedacinho de cada um que passou pela sua vida ficando em si.
É inegável que o roteiro de 'In The Fade' é previsível, isso faz com que os acontecimentos mais significativos não tenham tanto peso. Mas a atuação de Diane Kruger é de fato o que carrega o longa.
O luto que envolve a personagem é bastante crível e natural, isso se dá através de uma atuação simples, sem exageros. Essa simplicidade vem através de gestos, como a personagem se posiciona ao sentar, o modo de se vestir, como segura o cigarro.
Outro ponto que me agradou bastante foi como a música sempre completa certas cenas. A decisão de fazer com que a trilha sonora seja algo quase que não se nota, dá o clima que o filme precisa, e por ser quase imperceptível, molda o tom que o diretor quis impor.
Infelizmente, quando o filme sai de sua simplicidade e se torna algo mais expositivo o nível cai bastante.
Cuarón nos coloca no espaço, tudo que foi escolhido pelo diretor foi feito para isso. O isolamento é intensificado com a leve música que nos acompanha durante quase todo o filme, sendo interrompida durante poucos minutos.
Emmanuel Lubezki e Alfonso, optaram por vários planos sequencia, para nos dar a sensação de que estamos realmente lá. Não é a primeira vez que o diretor opta não por nos contar uma historia, mas por nos colocar dentro dela.
Não é a primeira vez que vejo o filme, na primeira vez que vi, não tinha gostando tanto quanto essa primeira vez, mas a imersão é tão bem feita, que mesmo já sabendo o que iria acontecer, me peguei angustiado acompanhando toda a luta de Ryan.
O Crescimento da personagem é continuo, a cada cena aprendemos mais sobre ela, até entendemos o seu maior momento de fraqueza, que se tem quando quase desiste de viver na estação russa. Mas como todos nós, somos levados por nosso instinto de sobrevivência e com praticamente um sonho, Cuarón nos convence que é preciso lutar.
No final, quando Ryan já está na terra, saindo da capsula e indo em direção a superfície, vemos um sapo nadando. nada mais representativo, já que Ryan praticamente renasce nas águas e reaprende a caminhas aos poucos, assim como um anfíbio que migra das águas a terra.
Os Donos da Noite
3.5 163 Assista AgoraTodo o arco de Bobby é quase uma desconstrução da realidade, no começo, ele se sente poderoso, trabalha ao seu ritmo, curte a noite e tem tudo o que deseja. Isso vai desmoronando de acordo com o filme vai passando. Quando um choque de realidade o atinge, fica evidente que o mesmo não estava preparado para aquilo.
É interessante notar que, quando Bobby recebe esse choque, o mundo parece estar em suas costas, a atuação de Phoenix trabalha muito bem nesse quesito, de expor o quanto aquele personagem está desiludido, principalmente através de seu olhar, procurando um rumo através da dor e do ódio.
Caminho Sem Volta
3.4 52Enquanto em Little Odessa, Gray utilizava as sombras para expor a natureza de seus personagens, aqui o diretor trabalha esse artifício para quebrá-los. Na cena em que o personagem de Phoenix está no carro com metade do rosto na luz e a outra nas sombras, é o exemplo claro disso. Assim que seu rosto é tomado pelas trevas, uma única lágrima cai, o destruindo por completo.
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraShyamalan não dá espaço ao seu público, mastigando seu roteiro até não fazer sentido mais explicações, não temos uma sensação de surpresa com os plot twists por conta dessa falta de espaço.
É frustrante você não sentir que fez parte de toda a construção narrativa como público, já que o diretor parece querer tudo só pra ele. Diverte em alguns momentos e a atuação do McAvoy é ótima, tirando isso, é bem esquecível.
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraEm meio a inúmeros filmes de super-heróis que temos todos os anos, Aranhaverso se destaca pela sua coragem de trazer algo novo para os cinemas, mas que os fãs de quadrinhos já estão acostumados, que é não ter medo de aceitar a loucura.
O visual quadrinhesco, cheio de referencias, inclusive o selo da Comic Code Authority, que começou a censurar os quadrinhos no inicio da década de 1950. Tirando sarro disso e de si próprio, o personagem cresce e ganha o público, Miles Morales é finalmente apresentado ao grande público que passa a conhecer o grande personagem que ele é.
A música é um elemento que se torna essencial para a obra, com vários artistas diferentes criando hits que dão mais poder ao filme, criando todo um ambiente heroico, tornando o clímax quase épico. Eu posso estar um pouco influenciado pelo hype, mas sinto que é a melhor adaptação do Homem-Aranha para os cinemas.
Mais Forte Que o Mundo: A História de José Aldo
3.6 267José Aldo merecia um filme melhor.
Custódia
4.2 157O filme vai aos poucos moldando toda a violência e desequilíbrio personificado em um homem só. Toda a sequência final é uma das coisas mais aterrorizantes que vi este ano. E não se engane, tudo que o filme mostra, acontece todos os dias, as vezes mais próximo do que imaginamos.
Os Brutos Também Amam
4.0 184 Assista Agora“Não se volta à rotina depois de matar. Não dá para pra voltar atrás. Certo ou errado, é como uma marca. Uma marca que fica.”
Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald
3.5 1,1K Assista AgoraSó a misericórdia
O Primeiro Homem
3.6 649 Assista AgoraA desconstrução do mito e a exploração do lado mais humano e introspectivo. Damien Chazelle deixa todo o ufanismo americano de lado e mostra como todo o processo até o homem pousar na lua foi cruel e cheio de perdas para o personagem.
Desde o primeiro minuto Chazelle nos coloca dentro de naves, planadores e aviões que Neil pilota, toda a experiencia que é possível transmitir através da tela é feito da forma mais crua possível. Mixagem de som amplia a experiencia, junto com a câmera tremida que traz mais realidade nas situações.
Ryan Gosling em uma atuação mais intimista entrega uma atuação bastante competente, sem exageros — assim como o verdadeiro Neil era na vida real — fica evidente que a sua busca pela solidão o motiva para chegar no lugar mais isolado que a humanidade já foi.
É um filme que faz questão de expor o lado mais podre de uma sociedade movida pelo ego, mas ao mesmo tempo explora o lado mais humano de uma pessoa que busca seu isolamento espiritual para praticamente renascer.
"Whitey's on the moon"
Nasce Uma Estrela
4.0 2,4K Assista AgoraLogo no início do filme, Cooper já deixa claro o destino de seu personagem, utilizando de uma imagem na parede de um estabelecimento em que seu carro para em frente, em busca de álcool. Isso é frustrante, pois pra quem não viu os filmes anteriores - como eu - era pra ser pego com a supresa.
É inegável que o filme também tem diversos outros problemas, mas o desenvolvimento de personagens é o que mais faz com que o filme perca sua força e brilho. Junto com o roteiro que traz alguns diálogos bobos e uma cena final de quebra de quarta parede que já se tornou extremamente cansativo por ser usada de forma com que não acrescente em nada na narrativa.
Tirando os pontos negativos, Cooper está muito bem, consegue entregar uma ótima atuação, trabalhando sua voz excelente voz ao cantar e seu sotaque do sul norte-americano. Gaga está bastante competente, mas sua personagem perde força pelo mal desenvolvimento.
O maior acerto do Cooper foram nas cenas quando os dois personagens principais estavam no palco, nos colocando praticamente ao lado deles e conseguindo transmitir bem aquela adrenalina
Utøya - 22 de Julho
3.8 78Desde o primeiro minuto, Erik Poppe, faz com que você se sinta dentro do filme, primeiro como uma pessoa que assiste TV, vendo imagens de um atentado a bomba em Oslo. Logo depois, vem a sua principal carta na manga, quando chegamos em Utøya, o diretor reproduz em tempo real, o terror que foi ter que passar pelo tiroteio.
Ao gravar o filme todo em plano sequencia, e utilizando a câmera na mão para nos aprofundar em meio aqueles acontecimentos, conseguimos sentir uma parcela do desespero que foi viver aqueles poucos mais de 70 minutos de horror.
Não nos dando tempo para respirar, utilizando de cada segundo para nos expor ao quão horrível pode ser o ser humano, Poppe teve a feliz decisão de nunca nos mostrar o atirador, apenas as vítimas, potencializando ainda mais a sensação de impotência.
O filme ainda passa uma mensagem importantíssima sobre o quanto o extremismo é perigoso e cruel, o quanto a vida não vale nada para pessoas que seguem esta mesma linha. É um baita filme, que me deixou com um sentimento de tristeza e medo muito forte, é uma obra cruel, mas sua mensagem precisa ser refletida por todos nós. Sem medo, afirmo que é um dos melhores filmes do ano.
Oitava Série
3.8 336 Assista Agora"GUCCI"
Halloween: A Noite do Terror
3.7 1,2K Assista AgoraO pai do slasher, Carpenter, cria tensão através de sua câmera ágil, com poucos cortes, ele praticamente segue o ritmo do assassino Michael Myers, sem pressa dando todo o tom aterrador que o filme precisa.
A marcante música está presente praticamente o filme todo, potencializando tudo que Carpenter fez com sua câmera, e sua estética simples. O melhor exemplo de como a simplicidade é o mais importante na obra, é a máscara do vilão, um rosto cinzento representando praticamente um humano sem alma.
O Enigma de Outro Mundo
4.0 981 Assista AgoraÉ maravilhoso toda atmosfera criada por Carpenter, com as cores frias, explorando ao máximo o ambiente inóspito que a trama se passa. O jogo de adivinhação amplia a sensação de insegurança, aumentando a tenção e nos imergindo.
Provavelmente essa imersão seja o maior trunfo da obra, já que com os efeitos práticos, tudo se torna mais real e amedrontador. Não é por nada que John Carpenter seja reconhecido como um dos gênios do horror.
O Poderoso Chefão: Parte II
4.6 1,2K Assista AgoraA parte 2 é o exemplo perfeito de como fazer uma continuação de uma obra-prima, nos mostrando a ascensão de Vito Corleone e em paralelo a isso, tentamos decifrar a cabeça de Michael e como ele irá lidar com o peso de se tornar um Don.
É genial como o Coppola utiliza as cores para transmitir os sentimentos de seus personagens. Michael nunca sai do preto e cinza, absorvendo todo a melancolia de lidar com tudo aquilo. Enquanto sua esposa Kay que durante boa parte do primeiro filme utiliza cores vivas, vai tendo toda sua felicidade praticamente sugada pelo seu marido, o que faz com que a personagem utilize cores mais sóbrias.
É uma obra irretocável que da uma aula de como desenvolver seus personagens sem expor tudo que eles pensam. Michael é sem dúvidas um dos melhores personagens da sétima arte.
Hostis
3.7 157A belíssima fotografia é um fator importantíssimo para nos fazer entender que tipo de historia o diretor quer nos contar, com cores que exaltam a natureza e transmitem tranquilidade e essa tranquilidade faz todo o sentido para o que está por vir. O plot é simples, personagens tem que sair do lado x para chegar ao y, mas nos personagens mora a riqueza do roteiro.
Durante essa jornada, os personagens enfrentam os perigos já clichês para o gênero, mas as historias que descobrimos através das pessoas envolvidas é fascinante. O ódio, o respeito, amor, desilusão e loucura os acompanham até o fim, e por mais que não tenha algo revolucionário no filme, seus personagens quebrados fazem valer a pena.
O Dia Depois
3.5 40 Assista AgoraEm sua abordagem não linear, Sang-soo atrai de forma mais efetiva a atenção de seu público, desenvolvendo seus personagens da forma mais crua possível, o diretor não hesita em desconstruir o protagonista, para expor o quão amargo e fraco ele é.
A escolha da fotografia preto e branco é um belo acerto, já que além da ausência de cores que remete diretamente a vida de Kim, que sempre procura se esconder por trás de mulheres, se aproveitando de suas paixões.
É mais uma obra sobre o ser humano, que é amargo, sofre com a rotina e as mentiras que insiste em alimentar.
A Noite do Jogo
3.5 671 Assista AgoraO maior trufo de 'Game Night' é nunca se levar a sério e tirar sarro das próprias situações absurdas que envolvem seus personagens.
O plano sequencia dentro da mansão é uma bela brincadeira com o título do filme, de encher os olhos de tão bem feita. E mesmo com alguns absurdos que vão além do que o filme já havia mostrado, a obra é uma ótima surpresa.
Aos Teus Olhos
3.4 288 Assista AgoraO maior certo de Aos teus Olhos é de não querer esclarecer quem está certo ou errado, mas sim como toda a situação afeta todos os lados envolvido.
É interessante como a diretora trabalha com a linguagem, expondo como nos dias de hoje, é fácil espalhar qualquer tipo de informações através das redes sociais, sendo verdade ou não.
Gatinhas e Gatões
3.4 714 Assista AgoraEita que filme machista do caralho.
A Câmera de Claire
3.4 73 Assista AgoraHong Sang-soo trabalha em 'A Câmera de Claire' da forma mais simples possível, fazendo com que seus atores praticamente não atuem, tornando os personagens mais reais, a câmera que quase não se movimenta reforça nossa atenção.
Sang-soo busca mostrar ao público como as pessoas estão em constante mudança, refletindo isso nos diálogos de deus personagens. A metáfora da fotografia é outro artifício bastante efetivo, já nos deixando claro que a sua visão de mundo é a mesma de Claire.
É algo que não notamos constantemente, mas sem nossas mudanças que, como dito a cima, ocorre a todo instante, não conseguiríamos nos relacionar, nem ao mesmo manter um diálogo com outra pessoa. Mostrando que as mudanças, mesmo que sejam as mínimas possíveis, nos encaminham para uma evolução pessoal
Arábia
4.2 167 Assista AgoraArábia é o reflexo de vida de boa parte dos brasileiros, vivendo no escuro, alienados pelo próprio meio de vida. É um filme que fala sobre a vida, não a nossa como conhecemos, mas uma que é ignorada, deixada de lado como se fossem minimas.
A fotografia transmite bem a mensagem que os diretores querem passar. Colocando Cristiano em várias cenas praticamente sendo devorado pela escuridão, tirando sua personalidade e exaltando sua melancolia.
É mais uma bela obra, que expõe bem as várias experiencias que uma pessoa pode absorver com a outra. E esse é a maior bem que o protagonista adquire em anos de trabalhos braçais, um pedacinho de cada um que passou pela sua vida ficando em si.
Em Pedaços
3.9 236 Assista AgoraÉ inegável que o roteiro de 'In The Fade' é previsível, isso faz com que os acontecimentos mais significativos não tenham tanto peso. Mas a atuação de Diane Kruger é de fato o que carrega o longa.
O luto que envolve a personagem é bastante crível e natural, isso se dá através de uma atuação simples, sem exageros. Essa simplicidade vem através de gestos, como a personagem se posiciona ao sentar, o modo de se vestir, como segura o cigarro.
Outro ponto que me agradou bastante foi como a música sempre completa certas cenas. A decisão de fazer com que a trilha sonora seja algo quase que não se nota, dá o clima que o filme precisa, e por ser quase imperceptível, molda o tom que o diretor quis impor.
Infelizmente, quando o filme sai de sua simplicidade e se torna algo mais expositivo o nível cai bastante.
Gravidade
3.9 5,1K Assista AgoraCuarón nos coloca no espaço, tudo que foi escolhido pelo diretor foi feito para isso. O isolamento é intensificado com a leve música que nos acompanha durante quase todo o filme, sendo interrompida durante poucos minutos.
Emmanuel Lubezki e Alfonso, optaram por vários planos sequencia, para nos dar a sensação de que estamos realmente lá. Não é a primeira vez que o diretor opta não por nos contar uma historia, mas por nos colocar dentro dela.
Não é a primeira vez que vejo o filme, na primeira vez que vi, não tinha gostando tanto quanto essa primeira vez, mas a imersão é tão bem feita, que mesmo já sabendo o que iria acontecer, me peguei angustiado acompanhando toda a luta de Ryan.
O Crescimento da personagem é continuo, a cada cena aprendemos mais sobre ela, até entendemos o seu maior momento de fraqueza, que se tem quando quase desiste de viver na estação russa. Mas como todos nós, somos levados por nosso instinto de sobrevivência e com praticamente um sonho, Cuarón nos convence que é preciso lutar.
No final, quando Ryan já está na terra, saindo da capsula e indo em direção a superfície, vemos um sapo nadando. nada mais representativo, já que Ryan praticamente renasce nas águas e reaprende a caminhas aos poucos, assim como um anfíbio que migra das águas a terra.