Me prendeu na trama e me fez indagar algumas coisas que nos permite a mergulhar em nosso outro eu sombrio. Vi que o sistema opressor em que nós vivemos também é abordado no filme. Sutil e com a boa atuação de Marion Cottilard, que arrasou brilhantemente no filme "Piaf - um hino ao amor".
O filme é instigante na forma como ele vai construindo a trama, percebe-se que tem uma progressão, mas ainda assim, em um ritmo lento; a fotografia estava impecável, nos levou à longínquas e inebriantes metáforas, a sensação exprimida em cada imagem passa para quem assiste. A princípio ou no meio o roteiro fica confuso, mas depois que a figura do rato entra em questão já dá para fazer uma analogia ao que estava sendo proposto. No fim do filme fiquei com o olhar fixo em um ponto qualquer e o pensamento voou solto, sufocantes e ao mesmo tempo degustando tudo que assisti, além disso, fiquei curioso em ler e me aprofundar nas obras que inspiraram esse filme: Um esqueleto e A causa secreta de Machado de Assis. Aquela cena dele (Selton Melo) com o esqueleto me passou uma sensação de possessividade implícita no considerado amor que ele sentia por ela (Alessandra Negrini), na verdade, fazendo uma comparação com nós seres humanos corruptíveis e sujos, o rato somos nós mesmos, é um questionamento que se abre: o que sentimos ou pensamos sobre o amor pode fazer com que nos transforme em ratos. Somos ratos à procura de migalhas.
Pinturas vivas: estética impecável! A solidão em constante movimento nos corpos cheios de vazio, como um poeta desconhecido já tinha dito em seus escritos tortos: "esta cidade está cheia de vazios e vazia de gente". O ambiente tirado de cada pintura de Edward Hopper foi maravilhosamente delineado, super delineado e parece até algo surreal, várias pinturas vivas. Uma mulher (Shirley, solenemente e brilhantemente interpretada por Stephanie Cumming) que joga, para quem a assiste e a aprecia, reflexões sobre a efemeridade do tempo, das palavras ditas, da sociedade contemporânea (do início do século XX, mas ainda vejo muitos vestígios desse no século atual) e das relações humanas, ela vive aquilo e mostra a realidade nua e crua justamente como ela é, só que de um modo simbolista, pinceladas vintage, contemporâneo e cheio de cor! Muita filosofia retratada como aquele escrito sobre a caverna de platão.. o filme mostra com requinte a solidão da forma como ela é e como isso atinge o ambiente, memórias que são infindas em mente e que também o ambiente absorve, mas que o viver é fútil, irresoluto, vazio. Nascemos sozinhos e morremos sozinhos; a solidão vem desde o nascimento.
A relação que ela tem com Stephen (incrivelmente interpretado por Christoph Bach) me lembrou a pintura "Noite de verão" de Hopper (1947).
Dois Dias, Uma Noite
3.9 542Me prendeu na trama e me fez indagar algumas coisas que nos permite a mergulhar em nosso outro eu sombrio. Vi que o sistema opressor em que nós vivemos também é abordado no filme. Sutil e com a boa atuação de Marion Cottilard, que arrasou brilhantemente no filme "Piaf - um hino ao amor".
A Erva do Rato
3.2 98 Assista AgoraO filme é instigante na forma como ele vai construindo a trama, percebe-se que tem uma progressão, mas ainda assim, em um ritmo lento; a fotografia estava impecável, nos levou à longínquas e inebriantes metáforas, a sensação exprimida em cada imagem passa para quem assiste. A princípio ou no meio o roteiro fica confuso, mas depois que a figura do rato entra em questão já dá para fazer uma analogia ao que estava sendo proposto. No fim do filme fiquei com o olhar fixo em um ponto qualquer e o pensamento voou solto, sufocantes e ao mesmo tempo degustando tudo que assisti, além disso, fiquei curioso em ler e me aprofundar nas obras que inspiraram esse filme: Um esqueleto e A causa secreta de Machado de Assis.
Aquela cena dele (Selton Melo) com o esqueleto me passou uma sensação de possessividade implícita no considerado amor que ele sentia por ela (Alessandra Negrini), na verdade, fazendo uma comparação com nós seres humanos corruptíveis e sujos, o rato somos nós mesmos, é um questionamento que se abre: o que sentimos ou pensamos sobre o amor pode fazer com que nos transforme em ratos. Somos ratos à procura de migalhas.
Estamira
4.3 375 Assista AgoraA lucidez na loucura!
Sarafina! O Som da Liberdade
3.7 20Alguém tem o link desse filme, please? :(
Shirley - Visões da Realidade
3.7 12 Assista AgoraPinturas vivas: estética impecável! A solidão em constante movimento nos corpos cheios de vazio, como um poeta desconhecido já tinha dito em seus escritos tortos: "esta cidade está cheia de vazios e vazia de gente". O ambiente tirado de cada pintura de Edward Hopper foi maravilhosamente delineado, super delineado e parece até algo surreal, várias pinturas vivas. Uma mulher (Shirley, solenemente e brilhantemente interpretada por Stephanie Cumming) que joga, para quem a assiste e a aprecia, reflexões sobre a efemeridade do tempo, das palavras ditas, da sociedade contemporânea (do início do século XX, mas ainda vejo muitos vestígios desse no século atual) e das relações humanas, ela vive aquilo e mostra a realidade nua e crua justamente como ela é, só que de um modo simbolista, pinceladas vintage, contemporâneo e cheio de cor! Muita filosofia retratada como aquele escrito sobre a caverna de platão.. o filme mostra com requinte a solidão da forma como ela é e como isso atinge o ambiente, memórias que são infindas em mente e que também o ambiente absorve, mas que o viver é fútil, irresoluto, vazio. Nascemos sozinhos e morremos sozinhos; a solidão vem desde o nascimento.
A relação que ela tem com Stephen (incrivelmente interpretado por Christoph Bach) me lembrou a pintura "Noite de verão" de Hopper (1947).