Que pérola!! Clássico absoluto e me sinto envergonhado de ter conhecimento dele apenas por causa do remake que estreará em breve. Atuações afiadas (Clint e Geraldine com performances incríveis), história engajante, personagens interessantes, fotografia magnífica (com alguns planos com luz natural que são no mínimo fabulosos) e omentos de tensão incríveis. Temos momentos aqui bem polêmicos a meu ver e me pergunto como seriam encarados hoje pelo público cinéfilo. Na minha opinião o filme só envelheceu mal em alguns recursos narrativos que ele adota, mas fica justificado pela época.
Primeiro deixo ressaltado o meu lamento por essa obra ter passado tão despercebida devido ao sucesso avassalador de Stranger Things. Considero The Get Down a melhor produção original da netflix, junto com House of Cards (que é um remake praticamente). The Get Down é fantástica, tem um gosto de fábula com uma contextualização da época bem interessante, além de retratar o surgimento e consolidação de movimentos culturais importantes como o Hip Hop, Break e até a arte dos grafites. A história por si só é básica, mas é contada com uma explosão visual e sonora tão intensas, que faz com que a obra tenha identidade própria, além de ter um tom de hqs que eu achei fantástico. Obra ousada, arriscada, tinha tudo pra dar errado mas consegue um resultado espetacular. Uma pena que seja tão pouco conhecida.
Não sou exigente com filmes de monstros gigantes. Adoro o Godzilla de 2014 (que muita gente odeia), amo o king kong de 1933 e adoro Pacific Rim. Mas Kong me decepcionou. Tem momentos pura vergonha alheia (uma cena envolvendo espadas e máscara de gás), o diretor apela para técnicas cinematográficas bizarras e sem contexto (tem uns momentos de Slow Motion irritantes) e personagens horrorosos que só sabem soltar frases de impacto aleatórias e fazer piadas sem graça (um elenco tão bom mas horrivelmente aproveitado). As músicas do filme são ótimas (de Black Sabbath a Creedence) mas todas inseridas sem contexto e de forma bizarra. O filme quer forçar uma galhofa, mas só consegue ser ridículo (para ser uma boa galhofa, tem que ser orgânico). Além disso tudo, a noção de tamanho do Kong é desproporcional o filme inteiro. Tem horas que ele parece imenso, em outros momentos ele parece menor. É uma direção sem cuidado nenhum nesse aspecto. De coisa boa aqui, só a direção de fotografia e o Kong em si. Apesar da sua antropomorfização excessiva ter me incomodado um pouco, o bichão rende bons momentos em algumas cenas de combate e em outros momentos em que ele aparece.
Uma das grandes injustiças desse mundo é que Makoto Shinkai não é muito conhecido. Um dos grandes gênios do mundo das animações, responsável por obras-primas como "5 centímetros por segundo" e "O jardim das palavras", nessa obra ele traz tudo que o caracteriza. Animação belíssima, jogo de cores estonteante, músicas grudentas (no bom sentido), personagens marcantes e uma história empolgante e melancólica, sempre tratando sobre distância e em como os sentimentos tentam permanecer ao fluxo cruel e incessante do tempo. É uma obra de arte. Só não dou a nota máxima porque tive a impressão que nessa obra, ele quis soar mais acessível e um pouco mais pop, o que não é problema, mas isso faz com que a animação perca um pouco de impacto quando comprada com as melhores obras dele. Sem dúvidas a melhor animação de 2016, junto com a Tartaruga Vermelha.
O terror francês se caracteriza por aquela explosão visual violenta e uma das coisas que gostei em Livide, é a tentativa de manter os pés nessa essência mas explorando outros aspectos desse gênero tão rico. O filme consegue criar momentos de pura tensão e tem uma história até bacana fazendo boas referências a alguns gêneros, além de ter uma boa fotografia, uma trilha sonora interessante (apesar de presente demais em alguns momentos) e alguns momentos bem poéticos. Entretanto a construção dos personagens é bem deficiente, não tem como se importar com eles e conforme o filme passava, eu sentia apenas indiferença à cerca da situação deles. Apesar de eu ter gostado da ideia do filme tentar explorar outras vertentes do gênero, acho que ele faz de modo atropelado, onde temos uma pitada de cada coisa mas nada em sua plenitude, soando por vezes como um roteiro remendado.
Acho válida a experiência de ver a essa obra, mas se quiserem conhecer o terror francês, tem pedidas bem melhores por aí.
Uma comédia diferente e despretensiosa, que faz uma homenagem ao gênero de vampiros no cinema. Referências a Drácula, entrevista com vampiro, Nosferatus e até a boa e velha tirada de sarro com a saga Crespúsculo. O timing cômico do Taika Waititi é incrível (daí a minha sincera ansiedade para Thor Ragnarok). O filme não interrompe o seu ritmo para fazer uma piada com o intuito de fazer o público rir, mas a comédia está permeada na história, nas situações, o que a faz soar muito mais orgânica. Humor de alta qualidade e cheio de referências. Totalmente recomendado.
Excelente! É um daqueles casos de filme extremamente longo mas que não se torna cansativo. Ótimos personagens, ótimas atuações, um roteiro competente e um show na construção de diálogos e situações (aquela tirada de sarro com a Klu Klux Klan é uma das melhores sacadas da carreira do diretor). Diveras homenagem a um gênero marcanate do cinema, as cenas de troca de tiros são hiperestilizadas mas extremamente divertidas e a trilha sonora é impecável. Uma das pérolas da ótima filmografia do diretor
Eu não tinha grandes expectativas para esse filme, mas o fundo do poço é sempre mais embaixo pelo visto. Detestei esse filme. Esperava aquele tipo de obra de ação descompromissada mas que me contasse uma história bacana, mas infelizmente detestei quase todos os aspectos desse filme. De aspectos positivos só consigo destacar o figurino, alguns enquadramentos e movimentos de câmera, e acho que só.O visual do filme não é ruim mas quando usam o CGI, é podre. O resto é puro lamento e vergonha alheia.
Mina primeira experiência com esse eminente clássico diretor. Não há muito o que dizer sobre a perfeição dessa obra. Crítica social muito bem construída com pitadas de surrealismo e repleta de simbolismos. A cena final vai ficar na minha cabeça e ainda estou a "remoendo". Mas é como Kafka dizia em relação aos livros e agora eu ouso transferir para filmes, a obra só é relevante quando quebra aquele gelo que há em nós. Quano mexe com a gente de alguma maneira. Filme sensacional
O único problema é não ter mais estrelas nesse critério de nota do Filmow. Esse filme é o que define uma obra-prima. É o filme que conta a história de uma vida, personagens cativantes e juntamente com isso faz uma belíssima e comovente homenagem ao cinema. Lindo demais. E a trilha sonora do Ennio Morricone cai como a cereja de um bolo perfeito. Obra de arte esse filme!
O mal das continuações. Infelizmente é uma regra com poucas exceções que as continuações tendam a ser mais fracas que o primeiro filme. Obra fraca e que parece usar piadas recicladas do primeiro. Não que eu goste muito do primeiro filme, mas ele tinha algum frescor, um mínimo de originalidade. Esse aqui é só vergonha alheia, no máximo.
Filme incrível! Uma história de herói sendo contada de modo magistral por Shyamalan. É incrível e podemos dizer que esse filme é corajoso pela época em que foi feito. Apesar de já ter existido vários filmes de herói antes dele, era uma época em que o gênero estava praticamente esquecido. E mesmo hoje, que o gênero necessita urgentemente de uma renovação por está tão saturado, esse filme se mantém com uma abordagem única para esse tipo de história. Não envelheceu nem um pouco. E se sustenta mesmo fora do gênero herói. Obra-prima do Shyamalan junto com O sexto sentido.
Muitos falam que esse é o retorno definitivo do Shyamalan a boa forma. Eu até concordo, mas acho que esse retorno já havia começado com "A visita". Ali já tínhamos um vislumbre da genialidade do Shyamalan em construir o suspense. Nesse aqui, esse aspecto é consolidado. Tem tudo o que fez esse diretor se destacar dentro do gênero. Todas as suas "marcas" técnicas, como enquadramentos, trilha sonora, jogo de câmera, fotografia (do incrível Mike Gioulakis, o mesmo de Corrente do Mal) estão nesse filme. Tudo isso acompanhado por atuações no mínimo assombrosas de Mcvoy e Anya Taylor Joy. O diferencial desse filme para mim é em como o Shyamalan quis contar a história. Nos seus filmes em geral, somos envoltos em uma narrativa misteriosa, que nos fornece muito pouco sobre os personagens e motivações e depois somos arrebatados pelo seus famosos plot twists. Em Fragmentado, é justamente o contrário. Tudo é dito (as vezes até em excesso), você vai descobrindo sobre os personagens ao longo da projeção e assim vai os construindo aos poucos. É um filme que conquista mais pelos personagens do que pela trama em si. E sim, temos o famoso Plot twist aqui, mas ele é bem peculiar hehehhehhe. Eu particularmente adorei.
Acho que a palavra "Bergman" deveria se tornar adjetivo. Tipo, "esse filme é tão Bergman". Seria o maior elogio a se fazer a uma película, disso eu tenho certeza. Que obra-prima!! É aquele filme modesto, mas que mostra que com um excelente roteiro, ótimas atuações e uma direção de fotografia monstruosa (Sven Nykvist gênio)!. Personagens tipicamente bergmanianos, cheios de camadas e dúvidas. Aquela emoção explosiva presa diante da máscara de uma felicidade efêmera e essa máscara vai sendo desconstruída ao longo do filme. A desconstrução emocional realizada aqui é sublime e a simbologia psicanalítica envolvida na obra é bem reveladora. Nunca ninguém "tratou" as emoções tão bem como Bergman. Mais um filme que passa meio que despercebido devido a grande quantidade de filmes geniais na sua espetacular filmografia.
O Tarantino é um diretor peculiar. Além da sua identidade visual e de roteiro marcantes, a sua filmografia é bem coerente e regular, na minha opinião. Gostei de Jackie Brown. É um filme que tem mensagem. O medo de envelhecer, de se tornar inútil, é explorado com sutileza através de alguns diálogos muito bem escritos (marca registrada) e com isso podemos fazer um paralelo com um dos movimentos do cinema negro (blaxploitation) e até com a carreira da atriz Pam Grier. Temos atuações sensacionais, um roteiro coeso e personagens carismáticos, além de todas as referências possíveis e imagináveis ao cinema Blaxploitation. Trama, fotografia, trilha sonora. Tudo nos remete a essa "escola" do cinema.
Entretanto senti falta de alguns elementos do diretor. O ritmo do filme é extremante lento, só deslanchando lá por volta dos 70 minutos de projeção. além disso, achei o o Robert De Niro mal aproveitado. Seu personagem tem bons momentos mas aparece relativamente pouco no filme e as vezes aparece mas é irrelevante na cena. Aqueles momentos catárticos de de violência gráfica extrema não estão aqui. É um filme mais contido, pelo visto uma tentativa do diretor em se renovar. Algumas cenas são longas demais, outras repetitivas e algumas desnecessárias gerando assim uma gordura no roteiro que faz com que os quase 150 minutos de filme se tornem cansativos. Em suma, mesmo com os pontos negativos opinados, achei um bom filme, mas um dos mais fracos feitos pelo diretor. Talvez ache esse melhor apenas do que os Oito Odiados, que gosto também mas não se compara com as demais obras do diretor, a meu ver.
Não sou muito fã dos remakes das animações da Disney e fui bem receoso com esse filme. Infelizmente o meu temor se confirmou e não consegui gostar. Obviamente vi pontos positivos mas os negativos os sobrepujaram e muito, na minha opinião. Como pontos positivos posso ressaltar os números musicais. Tanto os antigos quanto os que foram acrescentados foram muito bem executados, com destaque para uma composição nova chamada "Evermore". Que música linda! E a cena em si ficou bem teatral e executada primorosamente. Destaco também como aspectos positivos a dublagem e edição de som do filme. Os sons ficaram bem críveis e o trabalho de voz por trás dos utensilios e móveis do castelo ficou espetacular. O trabalho de voz da Fera também ficou muito bom. Houve alguns momentos em que a direção alterou o andamento e desenvolvimento de algumas cenas e que ficaram fantásticos. Por exemplo, a cena da biblioteca ficou espetacular e o motivo que levou a Fera a apresentá-la para Bela ficou até melhor e mais bem construído do que na animação. E a melhor coisa do filme, na minha opinião, foram os personagens do Gaston e do LeFou. Que interpretações e que construção bacana de personagens! Os atores Luke Evans e Josh Gad se entregaram e pareceram está se divertindo muito na interpretação. O ponto mais alto do filme na minha opinião.
Entretanto visualizei muitos problemas. Primeiramente o CGI do filme. Achei razoável em alguns momentos e ruim em outros. Totalmente artificial e por vezes beirando o mal feito. As expressões dos objetos da casa, que é uma peculiaridade incrível da animação, se mostraram totalmente artificiais. A madame Samovar, que me encantou com suas expressões "faciais" na animação, ficou totalmente falsa nesse filme. O único dos objetos em que o cgi não me incomodou tanto, foi no Horloge. Em tempos em que Mogli mostrou o quanto o cgi pode ser impressionante, é inaceitável um trabalho insatisfatório desse nível. O rosto da Fera também foi feito em computação, o que ficou patético (com perdão da palavra rude). As expressões, o olhar da Fera no desenho é um elemento essencial e no filme ficou estranho. A edição de imagens em cenas mais movimentadas do filme (como as cenas com os lobos), ficou muito abaixo das expectativas, desorganizadas e por vezes não fazia sentido algum. Alguns diálogos ficaram desconexos e também sem fazer sentido (como quando a Bela vai para a ala leste ou oeste, não lembro agora) Outro ponto que me incomodou bastante foi a interpretação da Emma Watson. Ficou muito forçada, artificial, não convence. Em momentos dramáticos, ela se saia consideravelmente melhor, mas na hora de mostrar a ternura, a delicadeza da personagem nos momentos mais sutis do surgimento do amor, ficou bem fraca e decepcionante. A interpretação do Dan Stevens ficou um pouco melhor mas devido a toda carga de computação e maquiagem, foi extremamente limitada.
O filme tenta explorar e aprofundar alguns temas que na animação não eram mencionados ou citados muito por alto. A maioria deles eu achei inútil e totalmente sem função na narrativa. Apesar de gerar algumas boas canções, ficou parecendo mais aquela gordura de roteiro para satisfazer o argumento de que o filme não é apenas uma mera cópia da animação. O filme também é indeciso na escolha do seu tom. Tem momentos em que achei que ele seria mais sério e em outros ele cai para um humor infantilóide que causa apenas vergonha alheia E por último, a cena icônica da dança. Nesse filme a única palavra que encontro para isso, é frustração. Um dos momentos mais mágicos da história do cinema (sem exageros) ficou extremamente mal tratada nesse filme. Os movimentos de câmera, a edição e montagem prejudicaram totalmente esse momento. Você sabia que o que tava acontecendo mas não conseguia ver. Achei triste isso, era O ponto do filme.
Em suma, achei um filme fraco e irregular que apela unicamente para a nostalgia de uma belissima animação. A animação tinha atitude, conteúdo e foi vanguardista para época em inúmeros fatores (desde a construção da Bela como personagem ao uso de tecnologia 3d e movimentação de câmera) Como todos os remakes que vi até agora das animações da Disney, esse não me satisfez e aparenta ser completamente desnecessário.
Que obra!! Depois da última empreendida na estética do teatro com o maravilhoso "Deus da Carnificina", o diretor Roman Polanski realiza um trabalho "simples" mas fantástico com "A pele de Vênus". Diálogos e atuações maravilhosos, a trilha sonora composta por Desplat sendo colocada em momentos oportunos e que nos orienta ao longo da obra para nos esclarecer o que é encenação e o que é "real"; além disso o filme tem elementos autobiográficos e trata de um tema já bem explorado pelo diretor: a sexualidade e as diversas nuances pelo qual ela pode se expressar. Particularmente percebi ecos de Bergman,tanto pelo teatro que era uma das principais (senão a principal) linhas de trabalho do diretor sueco, como também de no que se refere a submersão da personalidade e a mistura desta com a essência dos personagens criados para a peça. São personagens críveis e com camadas e ainda por cima o diretor nos brinda com uma "visualização" sobre a perspectiva masculina e feminina sobre a sexualidade e a relação desta com o poder. Incrível! É maravilhoso ver um diretor de uma escola antiga de cinema se mantendo relevante e com tamanha qualidade na atualidade. Obra que merece e tem que ser vista por todo amante do cinema arte.
O Estranho Que Nós Amamos
3.9 131 Assista AgoraQue pérola!! Clássico absoluto e me sinto envergonhado de ter conhecimento dele apenas por causa do remake que estreará em breve. Atuações afiadas (Clint e Geraldine com performances incríveis), história engajante, personagens interessantes, fotografia magnífica (com alguns planos com luz natural que são no mínimo fabulosos) e omentos de tensão incríveis. Temos momentos aqui bem polêmicos a meu ver e me pergunto como seriam encarados hoje pelo público cinéfilo. Na minha opinião o filme só envelheceu mal em alguns recursos narrativos que ele adota, mas fica justificado pela época.
The Get Down (1ª Temporada)
4.5 417 Assista AgoraPrimeiro deixo ressaltado o meu lamento por essa obra ter passado tão despercebida devido ao sucesso avassalador de Stranger Things. Considero The Get Down a melhor produção original da netflix, junto com House of Cards (que é um remake praticamente).
The Get Down é fantástica, tem um gosto de fábula com uma contextualização da época bem interessante, além de retratar o surgimento e consolidação de movimentos culturais importantes como o Hip Hop, Break e até a arte dos grafites. A história por si só é básica, mas é contada com uma explosão visual e sonora tão intensas, que faz com que a obra tenha identidade própria, além de ter um tom de hqs que eu achei fantástico. Obra ousada, arriscada, tinha tudo pra dar errado mas consegue um resultado espetacular. Uma pena que seja tão pouco conhecida.
Kong: A Ilha da Caveira
3.3 1,2K Assista AgoraNão sou exigente com filmes de monstros gigantes. Adoro o Godzilla de 2014 (que muita gente odeia), amo o king kong de 1933 e adoro Pacific Rim. Mas Kong me decepcionou. Tem momentos pura vergonha alheia (uma cena envolvendo espadas e máscara de gás), o diretor apela para técnicas cinematográficas bizarras e sem contexto (tem uns momentos de Slow Motion irritantes) e personagens horrorosos que só sabem soltar frases de impacto aleatórias e fazer piadas sem graça (um elenco tão bom mas horrivelmente aproveitado). As músicas do filme são ótimas (de Black Sabbath a Creedence) mas todas inseridas sem contexto e de forma bizarra. O filme quer forçar uma galhofa, mas só consegue ser ridículo (para ser uma boa galhofa, tem que ser orgânico). Além disso tudo, a noção de tamanho do Kong é desproporcional o filme inteiro. Tem horas que ele parece imenso, em outros momentos ele parece menor. É uma direção sem cuidado nenhum nesse aspecto.
De coisa boa aqui, só a direção de fotografia e o Kong em si. Apesar da sua antropomorfização excessiva ter me incomodado um pouco, o bichão rende bons momentos em algumas cenas de combate e em outros momentos em que ele aparece.
Seu Nome
4.5 1,4K Assista AgoraUma das grandes injustiças desse mundo é que Makoto Shinkai não é muito conhecido. Um dos grandes gênios do mundo das animações, responsável por obras-primas como "5 centímetros por segundo" e "O jardim das palavras", nessa obra ele traz tudo que o caracteriza. Animação belíssima, jogo de cores estonteante, músicas grudentas (no bom sentido), personagens marcantes e uma história empolgante e melancólica, sempre tratando sobre distância e em como os sentimentos tentam permanecer ao fluxo cruel e incessante do tempo. É uma obra de arte. Só não dou a nota máxima porque tive a impressão que nessa obra, ele quis soar mais acessível e um pouco mais pop, o que não é problema, mas isso faz com que a animação perca um pouco de impacto quando comprada com as melhores obras dele. Sem dúvidas a melhor animação de 2016, junto com a Tartaruga Vermelha.
Livid
2.7 191O terror francês se caracteriza por aquela explosão visual violenta e uma das coisas que gostei em Livide, é a tentativa de manter os pés nessa essência mas explorando outros aspectos desse gênero tão rico. O filme consegue criar momentos de pura tensão e tem uma história até bacana fazendo boas referências a alguns gêneros, além de ter uma boa fotografia, uma trilha sonora interessante (apesar de presente demais em alguns momentos) e alguns momentos bem poéticos.
Entretanto a construção dos personagens é bem deficiente, não tem como se importar com eles e conforme o filme passava, eu sentia apenas indiferença à cerca da situação deles. Apesar de eu ter gostado da ideia do filme tentar explorar outras vertentes do gênero, acho que ele faz de modo atropelado, onde temos uma pitada de cada coisa mas nada em sua plenitude, soando por vezes como um roteiro remendado.
Acho válida a experiência de ver a essa obra, mas se quiserem conhecer o terror francês, tem pedidas bem melhores por aí.
O Que Fazemos nas Sombras
4.0 662 Assista AgoraUma comédia diferente e despretensiosa, que faz uma homenagem ao gênero de vampiros no cinema. Referências a Drácula, entrevista com vampiro, Nosferatus e até a boa e velha tirada de sarro com a saga Crespúsculo. O timing cômico do Taika Waititi é incrível (daí a minha sincera ansiedade para Thor Ragnarok). O filme não interrompe o seu ritmo para fazer uma piada com o intuito de fazer o público rir, mas a comédia está permeada na história, nas situações, o que a faz soar muito mais orgânica. Humor de alta qualidade e cheio de referências. Totalmente recomendado.
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraExcelente! É um daqueles casos de filme extremamente longo mas que não se torna cansativo. Ótimos personagens, ótimas atuações, um roteiro competente e um show na construção de diálogos e situações (aquela tirada de sarro com a Klu Klux Klan é uma das melhores sacadas da carreira do diretor). Diveras homenagem a um gênero marcanate do cinema, as cenas de troca de tiros são hiperestilizadas mas extremamente divertidas e a trilha sonora é impecável. Uma das pérolas da ótima filmografia do diretor
A Grande Muralha
2.9 583 Assista AgoraEu não tinha grandes expectativas para esse filme, mas o fundo do poço é sempre mais embaixo pelo visto. Detestei esse filme. Esperava aquele tipo de obra de ação descompromissada mas que me contasse uma história bacana, mas infelizmente detestei quase todos os aspectos desse filme. De aspectos positivos só consigo destacar o figurino, alguns enquadramentos e movimentos de câmera, e acho que só.O visual do filme não é ruim mas quando usam o CGI, é podre. O resto é puro lamento e vergonha alheia.
O Anjo Exterminador
4.3 377 Assista AgoraMina primeira experiência com esse eminente clássico diretor. Não há muito o que dizer sobre a perfeição dessa obra. Crítica social muito bem construída com pitadas de surrealismo e repleta de simbolismos. A cena final vai ficar na minha cabeça e ainda estou a "remoendo". Mas é como Kafka dizia em relação aos livros e agora eu ouso transferir para filmes, a obra só é relevante quando quebra aquele gelo que há em nós. Quano mexe com a gente de alguma maneira. Filme sensacional
Cinema Paradiso
4.5 1,4K Assista AgoraO único problema é não ter mais estrelas nesse critério de nota do Filmow. Esse filme é o que define uma obra-prima. É o filme que conta a história de uma vida, personagens cativantes e juntamente com isso faz uma belíssima e comovente homenagem ao cinema. Lindo demais. E a trilha sonora do Ennio Morricone cai como a cereja de um bolo perfeito. Obra de arte esse filme!
Minha Mãe é Uma Peça 2
3.5 807O mal das continuações. Infelizmente é uma regra com poucas exceções que as continuações tendam a ser mais fracas que o primeiro filme.
Obra fraca e que parece usar piadas recicladas do primeiro. Não que eu goste muito do primeiro filme, mas ele tinha algum frescor, um mínimo de originalidade. Esse aqui é só vergonha alheia, no máximo.
Corpo Fechado
3.7 1,3K Assista AgoraFilme incrível! Uma história de herói sendo contada de modo magistral por Shyamalan. É incrível e podemos dizer que esse filme é corajoso pela época em que foi feito. Apesar de já ter existido vários filmes de herói antes dele, era uma época em que o gênero estava praticamente esquecido. E mesmo hoje, que o gênero necessita urgentemente de uma renovação por está tão saturado, esse filme se mantém com uma abordagem única para esse tipo de história. Não envelheceu nem um pouco. E se sustenta mesmo fora do gênero herói. Obra-prima do Shyamalan junto com O sexto sentido.
Fragmentado
3.9 3,0K Assista AgoraMuitos falam que esse é o retorno definitivo do Shyamalan a boa forma. Eu até concordo, mas acho que esse retorno já havia começado com "A visita". Ali já tínhamos um vislumbre da genialidade do Shyamalan em construir o suspense. Nesse aqui, esse aspecto é consolidado. Tem tudo o que fez esse diretor se destacar dentro do gênero. Todas as suas "marcas" técnicas, como enquadramentos, trilha sonora, jogo de câmera, fotografia (do incrível Mike Gioulakis, o mesmo de Corrente do Mal) estão nesse filme. Tudo isso acompanhado por atuações no mínimo assombrosas de Mcvoy e Anya Taylor Joy.
O diferencial desse filme para mim é em como o Shyamalan quis contar a história. Nos seus filmes em geral, somos envoltos em uma narrativa misteriosa, que nos fornece muito pouco sobre os personagens e motivações e depois somos arrebatados pelo seus famosos plot twists. Em Fragmentado, é justamente o contrário. Tudo é dito (as vezes até em excesso), você vai descobrindo sobre os personagens ao longo da projeção e assim vai os construindo aos poucos. É um filme que conquista mais pelos personagens do que pela trama em si.
E sim, temos o famoso Plot twist aqui, mas ele é bem peculiar hehehhehhe. Eu particularmente adorei.
Através de um Espelho
4.3 249Acho que a palavra "Bergman" deveria se tornar adjetivo. Tipo, "esse filme é tão Bergman". Seria o maior elogio a se fazer a uma película, disso eu tenho certeza. Que obra-prima!! É aquele filme modesto, mas que mostra que com um excelente roteiro, ótimas atuações e uma direção de fotografia monstruosa (Sven Nykvist gênio)!. Personagens tipicamente bergmanianos, cheios de camadas e dúvidas. Aquela emoção explosiva presa diante da máscara de uma felicidade efêmera e essa máscara vai sendo desconstruída ao longo do filme. A desconstrução emocional realizada aqui é sublime e a simbologia psicanalítica envolvida na obra é bem reveladora.
Nunca ninguém "tratou" as emoções tão bem como Bergman. Mais um filme que passa meio que despercebido devido a grande quantidade de filmes geniais na sua espetacular filmografia.
Jackie Brown
3.8 739 Assista AgoraO Tarantino é um diretor peculiar. Além da sua identidade visual e de roteiro marcantes, a sua filmografia é bem coerente e regular, na minha opinião. Gostei de Jackie Brown. É um filme que tem mensagem. O medo de envelhecer, de se tornar inútil, é explorado com sutileza através de alguns diálogos muito bem escritos (marca registrada) e com isso podemos fazer um paralelo com um dos movimentos do cinema negro (blaxploitation) e até com a carreira da atriz Pam Grier. Temos atuações sensacionais, um roteiro coeso e personagens carismáticos, além de todas as referências possíveis e imagináveis ao cinema Blaxploitation. Trama, fotografia, trilha sonora. Tudo nos remete a essa "escola" do cinema.
Entretanto senti falta de alguns elementos do diretor. O ritmo do filme é extremante lento, só deslanchando lá por volta dos 70 minutos de projeção. além disso, achei o o Robert De Niro mal aproveitado. Seu personagem tem bons momentos mas aparece relativamente pouco no filme e as vezes aparece mas é irrelevante na cena. Aqueles momentos catárticos de de violência gráfica extrema não estão aqui. É um filme mais contido, pelo visto uma tentativa do diretor em se renovar.
Algumas cenas são longas demais, outras repetitivas e algumas desnecessárias gerando assim uma gordura no roteiro que faz com que os quase 150 minutos de filme se tornem cansativos.
Em suma, mesmo com os pontos negativos opinados, achei um bom filme, mas um dos mais fracos feitos pelo diretor. Talvez ache esse melhor apenas do que os Oito Odiados, que gosto também mas não se compara com as demais obras do diretor, a meu ver.
A Bela e a Fera
3.9 1,6K Assista AgoraNão sou muito fã dos remakes das animações da Disney e fui bem receoso com esse filme. Infelizmente o meu temor se confirmou e não consegui gostar. Obviamente vi pontos positivos mas os negativos os sobrepujaram e muito, na minha opinião.
Como pontos positivos posso ressaltar os números musicais. Tanto os antigos quanto os que foram acrescentados foram muito bem executados, com destaque para uma composição nova chamada "Evermore". Que música linda! E a cena em si ficou bem teatral e executada primorosamente.
Destaco também como aspectos positivos a dublagem e edição de som do filme. Os sons ficaram bem críveis e o trabalho de voz por trás dos utensilios e móveis do castelo ficou espetacular. O trabalho de voz da Fera também ficou muito bom.
Houve alguns momentos em que a direção alterou o andamento e desenvolvimento de algumas cenas e que ficaram fantásticos. Por exemplo, a cena da biblioteca ficou espetacular e o motivo que levou a Fera a apresentá-la para Bela ficou até melhor e mais bem construído do que na animação.
E a melhor coisa do filme, na minha opinião, foram os personagens do Gaston e do LeFou. Que interpretações e que construção bacana de personagens! Os atores Luke Evans e Josh Gad se entregaram e pareceram está se divertindo muito na interpretação. O ponto mais alto do filme na minha opinião.
Entretanto visualizei muitos problemas. Primeiramente o CGI do filme. Achei razoável em alguns momentos e ruim em outros. Totalmente artificial e por vezes beirando o mal feito. As expressões dos objetos da casa, que é uma peculiaridade incrível da animação, se mostraram totalmente artificiais. A madame Samovar, que me encantou com suas expressões "faciais" na animação, ficou totalmente falsa nesse filme. O único dos objetos em que o cgi não me incomodou tanto, foi no Horloge.
Em tempos em que Mogli mostrou o quanto o cgi pode ser impressionante, é inaceitável um trabalho insatisfatório desse nível. O rosto da Fera também foi feito em computação, o que ficou patético (com perdão da palavra rude). As expressões, o olhar da Fera no desenho é um elemento essencial e no filme ficou estranho.
A edição de imagens em cenas mais movimentadas do filme (como as cenas com os lobos), ficou muito abaixo das expectativas, desorganizadas e por vezes não fazia sentido algum. Alguns diálogos ficaram desconexos e também sem fazer sentido (como quando a Bela vai para a ala leste ou oeste, não lembro agora)
Outro ponto que me incomodou bastante foi a interpretação da Emma Watson. Ficou muito forçada, artificial, não convence. Em momentos dramáticos, ela se saia consideravelmente melhor, mas na hora de mostrar a ternura, a delicadeza da personagem nos momentos mais sutis do surgimento do amor, ficou bem fraca e decepcionante. A interpretação do Dan Stevens ficou um pouco melhor mas devido a toda carga de computação e maquiagem, foi extremamente limitada.
O filme tenta explorar e aprofundar alguns temas que na animação não eram mencionados ou citados muito por alto. A maioria deles eu achei inútil e totalmente sem função na narrativa. Apesar de gerar algumas boas canções, ficou parecendo mais aquela gordura de roteiro para satisfazer o argumento de que o filme não é apenas uma mera cópia da animação.
O filme também é indeciso na escolha do seu tom. Tem momentos em que achei que ele seria mais sério e em outros ele cai para um humor infantilóide que causa apenas vergonha alheia
E por último, a cena icônica da dança. Nesse filme a única palavra que encontro para isso, é frustração. Um dos momentos mais mágicos da história do cinema (sem exageros) ficou extremamente mal tratada nesse filme. Os movimentos de câmera, a edição e montagem prejudicaram totalmente esse momento. Você sabia que o que tava acontecendo mas não conseguia ver. Achei triste isso, era O ponto do filme.
Em suma, achei um filme fraco e irregular que apela unicamente para a nostalgia de uma belissima animação. A animação tinha atitude, conteúdo e foi vanguardista para época em inúmeros fatores (desde a construção da Bela como personagem ao uso de tecnologia 3d e movimentação de câmera) Como todos os remakes que vi até agora das animações da Disney, esse não me satisfez e aparenta ser completamente desnecessário.
A Pele de Vênus
4.0 218 Assista AgoraQue obra!! Depois da última empreendida na estética do teatro com o maravilhoso "Deus da Carnificina", o diretor Roman Polanski realiza um trabalho "simples" mas fantástico com "A pele de Vênus". Diálogos e atuações maravilhosos, a trilha sonora composta por Desplat sendo colocada em momentos oportunos e que nos orienta ao longo da obra para nos esclarecer o que é encenação e o que é "real"; além disso o filme tem elementos autobiográficos e trata de um tema já bem explorado pelo diretor: a sexualidade e as diversas nuances pelo qual ela pode se expressar.
Particularmente percebi ecos de Bergman,tanto pelo teatro que era uma das principais (senão a principal) linhas de trabalho do diretor sueco, como também de no que se refere a submersão da personalidade e a mistura desta com a essência dos personagens criados para a peça. São personagens críveis e com camadas e ainda por cima o diretor nos brinda com uma "visualização" sobre a perspectiva masculina e feminina sobre a sexualidade e a relação desta com o poder.
Incrível! É maravilhoso ver um diretor de uma escola antiga de cinema se mantendo relevante e com tamanha qualidade na atualidade. Obra que merece e tem que ser vista por todo amante do cinema arte.