A crise dos 20 retratada com fidelidade aos sentimentos de incerteza e auto sabotagem que a nossa geração vem lidando frequentemente. Uns realizando seus sonhos profissionais, formando família, enquanto outros ainda não sabem que rumo tomar na vida. Um mundo de comparações e contrastes que afetam individualmente muita gente que necessita da metáfora do unicórnio pra enxergar o seu valor.
Outra personagem da Brie que servirá de inspiração pra milhares de pessoas, especialmente mulheres. Escolhas pertinentes de quem realmente quer deixar uma mensagem através da sua arte e visibilidade.
"Me parece que sempre existiu muita violência no mundo, sempre houveram muitos políticos, sempre houveram problemas financeiros e crises financeiras, em qualquer lugar sempre ocorre alguma coisa, seja fome, flagelo, uma praga, um rei terrível, invadido por países estrangeiros que chegam e destroem tudo. Isso vem acontecendo por muito tempo e nós não somos muito diferentes. Mas sempre existiu um pequeno grupo de pessoas que vai dizer "Não quero fazer parte desse caminho e então vou tentar ser uma pessoa mais gentil, compreensiva, eu vou pensar melhor no mundo em que vivo, eu vou pensar nas minhas ações no mundo, e eu vou tentar ser mais amável." E sempre existiu alguns pequenos grupos através das eras e do tempo que decidiram fazer isso. Os Yogis são um desses grupos e sua longevidade, em termos de manter a prática viva, tem sido impressionante. A ideia do Yoga pode parecer um pouco diferente agora, mas a ideia por trás é essencialmente a mesma. Eu não quero fazer parte do mundo dentro do mesmo método que eu vejo causando um monte de sofrimento às pessoas. Quero fazer parte do mundo de um modo que crie mais felicidade, mais gentileza, mais compreensão, mais cuidado. Então precisamos desse tempo em silêncio para vivenciar essas coisas. Apenas serve para deixar nossa vida um pouco mais estável, e deixar nossa percepção um pouco mais clara, e nos dar um maior reconhecimento de que todos em nossa volta estão atravessando a mesma dificuldade."
Um documentário que aborda várias visões sobre a prática do Yoga e que nos dá várias percepções da vida e do próximo em níveis profundos. A fotografia consegue acompanhar o tema com maestria, é uma experiência audiovisual muito espiritual. Arte em estado puro que ficará marcada para sempre em que tiver o privilégio de assistir, não tenho dúvidas.
Eu não tenho palavras para expressar o que senti assistindo esse documentário. Foi uma experiência de sentimentos momentâneos e que ecoam até agora. Chorei enquanto assistia. É libertador poder olhar pra dentro de si e ver que somos afetados externamente de maneiras tão brutais que nem nos damos conta do quanto isso nos controla. Sentir que somos muito mais do que isso e que temos capacidade de experenciar a vida de maneira única, sem os filtros da sociedade moderna.
"Olhe a si mesmo, olhe em volta. Pessoas infelizes, totalmente desconectadas com a mente e o corpo, há tantas pessoas vivendo em suas cabeças, mas sem suas emoções. Algo deve estar muito errado."
Era da informação, decisões já tomadas por terceiros e corrida contra o tempo. Indo mais além, entramos na era da informação errada e tendenciosa, algo comum nos dias atuais. A alienação se tornou ainda mais poderosa e nociva. Podemos olhar pra sociedade brasileira; cheia de preconceitos, intolerância e falta de cooperatividade. Não há fundamento algum nos discursos, só reações ao cotidiano estressante em que vivemos. A falta da intuição faz com que fiquemos robóticos e extravasemos nossas frustrações no próximo, consolidando a falta de empatia. O grande paradoxo da era racional em meio a tanta loucura, guerras e solidão.
Torço para que a humanidade realmente dê um passo para trás, um foco dentro de si e observe os danos que já foram feitos mas que podem ser reparados por nós mesmos. Torço para que possamos ser autênticos, sem julgamentos manipulados pelas distrações da mídia e dos valores morais obsoletos. Precisamos conhecer o desconhecido, deixar a intuição fluir, nos relacionar com o próximo e com a natureza.
A intuição é tudo que nós temos e todo o crédito tem que ser dado -no- agora.
É o tipo de filme que me atinge forte demais. De sentir a sensação mesmo horas depois de ter acabado. E o sentimento vai durar por muito mais. Simplesmente inesquecível.
Uma filme sobre a vida. Sobre um indivíduo em toda a busca pelos seus sentidos. Sobre família. Amizade. Pessoas. A relação com o mundo. É muito difícil não se colocar e se encaixar em várias situações dessa história. Essa experiência cinematográfica teve um tom de nostalgia e muita reflexão para o futuro que enxergo.
Lady Bird não poderia ter se nomeado de outra forma. Um ser humano que em qualquer lugar do mundo irá se sentir grande demais praquilo que vivencia. Um pássaro de voos estratosféricos. A forma que a história usa o ambiente de uma família tradicional, principalmente a relação entre mãe e filha, é simplesmente brilhante. As inquietações, o contraste de mentalidades, um interiorzão servindo como palco e background dão o equilíbrio perfeito pra esse turbilhão de existência.
Sou muito grato a Greta, por ter roteirizado e dirigido essa história tão simples e ao mesmo tempo tão complexa. E a Saoirse pela composição dessa personagem. Tá se tornando uma atriz que além do grande talento, sabe estar no projeto certo e na hora certa. Brooklyn e Lady Bird; dois filmes brilhantes e particulares. É realmente um pássaro essa artista. Ainda a veremos traçando voos cada vez mais altos na carreira.
I, Tonya mostra de um jeito particular como a mídia e as pessoas gostam de julgar histórias que não conhecem. Vidas que são expostas por quem não tem um pingo de conhecimento e tampouco ética.
Tonya Harding é uma mulher que nasceu em uma família desestruturada, com uma mãe abusiva e um pai omisso. Ainda teve o azar de se juntar com um lixo de homem, desses que proliferam no mundo até hoje. Assim como prolifera mídia e pessoas com ânsia de serem juízes de histórias desconhecidas e incompletas.
Na vida não existe heróis nem vilões. Somos apenas seres humanos. E é exatamente isso que ela é. Uma mulher que nasceu com um talento, mas num meio onde não pôde extrair o melhor de si. Quantos assim não existem por aí? Quantos não são abusados, reprimidos e sabotados pelo meio em que vivem? História triste de um período nebuloso. Feliz em saber que ela encontrou seu lugar no mundo e uma família pra chamar de sua.
Filmaço com uma narrativa que conseguiu ser light mesmo abordando assuntos tão complexos e fodidos. Allison Janney mereceu o Globo de Ouro. Sebastian Stan esteve ótimo. E Margot Robbie esteve Margot Robbie; incrível e soberba. Uma deusa.
DC Comics, Patty Jenkins & Gal Gadot: YOU SHOULD BE HONORED!
Uma maravilha de filme. Lindo, preciso e inspirador. Visualmente falando é estonteante... a fotografia e a paleta de cores conseguiram transmitir a beleza do paraíso e o horror da guerra com maestria.
O roteiro e a direção conseguiram executar uma fórmula impecável. A carga dramática emocionou, o humor contagiou com timming cirúrgico e a ação mostrou toda a grandeza e imponência da Mulher Maravilha.
Gal Gadot nasceu pra ser essa entidade. Esteve confortável em todas as nuances; na ingenuidade da princesa conhecendo um novo mundo, na imponência de uma guerreira destemida e na graciosidade de uma deusa em toda sua beleza.
Até a nova intro da DC está digna de ser tombada como uma maravilha. Filmão digno desse ícone.
MUITO OBRIGADO, PATTY JENKINS E GAL GADOT! OBRIGADO, DC!
O filme é bom? Sim. É aquilo que tentaram nos vender? Nem de longe.
A Warner/DC repetiu as mesmas falhas de edição que havia cometido em BvS. O roteiro é bem simples, mas a edição confusa e o corte de cenas comprometeram o resultado final. Personagens como a Katana e o Joker foram subaproveitados na trama. Vi muitas críticas ao Jared Leto, mas ele sequer teve tempo para desenvolver o seu personagem. O ponto negativo fica com aquela risada desconexa e super caricata na maioria das cenas.
Amanda Waller, Deadshot e Harley Quinn são os destaques do filme, junto com a trilha sonora. El Diablo e Captain Booberang também tiveram o mínimo de um desenvolvimento aceitável. O resto do time/elenco foram trabalhados de forma rasa. Todos os parabéns para a Margot que encarnou a Arlequina. Para o Will e pra Viola que sempre toca muito samba.
O desenvolvimento da Harley era uma das coisas mais esperadas desse filme. Os flashbacks poderiam ter recriado alguns diálogos clássicos entre ela e o Coringa, mas o fanservice não veio. Aliás, o Coringa não teve um diálogo decente, apenas naquela cena onde pergunta se ela viveria por ele. Um potencial enorme jogado fora e o pouco tempo de tela não é desculpa pra isso.
E por falar em descaracterização, o que foi aquela cena do Floyd sendo capturado? O Batman nunca abordaria um alvo acompanhado de sua filha em um beco, sabendo que a situação poderia fugir do seu controle e ela ser pega no fogo cruzado. Tudo isso pra ressaltar o Deadshot badass que foi pego pois estava com a filha.
Isso tudo só não foi mais sem sentido que o fato do grupo ter se transformado em uma família já na metade da missão. Novamente ficou a impressão de um vazio devido aos cortes que fizeram, pois só isso explica a falta dessa evolução na narrativa.
Pra quem dizia que já tinha visto o filme pelos trailers, parece que foram enganados, né? Muitos cortes e curiosamente, foi uma das coisas que prejudicaram a edição final. Até quando as produtoras e os executivos vão meter o bedelho na parte criativa dos projetos? Não tem que mexer em nada, façam uma adaptação com a essência do material original e caia nas graças do público. A crítica não precisa influenciar o tom de nenhuma obra. Uma pena que o filme não tenha seguido a linha do trailer lançado na Comic-Con. Mudaram a temática no segundo trailer por causa de fatores externos. Uma pena, mas no final das contas, o filme é um bom entretenimento.
Os principais responsáveis pela desregulamentação em décadas passadas, são os mesmos envolvidos numa possível restauração da confiança no setor financeiro e na esperança de que leis sejam criadas para acompanhar de perto o que fazem com o dinheiro alheio. Isso parece modus operandi de Brasília... mas é um fato da maior potência mundial. E, claro, quem paga o preço são os pobres e os imigrantes.
Duas semanas após ver o filme dá para tirar uma conclusão sem aquele hype exalando. É, sem dúvidas, um dos melhores filmes da Marvel. E a franquia do Capitão América é a mais sólida da Casa das Ideias.
O único problema do filme é o mesmo de BvS: a releitura de um ótimo vilão. Lex Luthor e Zemo são qualquer coisa menos Lex Luthor e Zemo. Esse subaproveitamento me lembra o que a Fox faz com personagens do nível de Tempestade, Vampira, Mística, Emma Frost e outros.
Em contrapartida, temos as melhores sequências de ação do gênero e as melhores introduções de personagens; Pantera Negra e Homem Aranha são sangue novo e bombam como se fossem protagonistas. Ritmo fluído e timming cômico cirúrgico. A fórmula foi seguida com muita competência pelos irmãos Russo.
Captain America: Civil War é um filme que segue a clássica cartilha da Marvel Studios, mas com os traços criativos dos irmãos Russo. Os momentos cômicos estão lá sem os exageros habituais e bem contextualizados. As cenas de ação são as melhores desse universo compartilhado e os personagens são bem explorados dramaticamente.
O que seria uma missão quase impossível; unir tantos bons personagens sem prevalecer um ou outro, os dividindo em um timming aceitável, se transforma numa realização super coesa e que não nos confunde em nenhum momento. É um entretenimento maravilhoso.
A primeira cena de ação é de tirar o fôlego e dá a tônica do filme. Ela consegue refletir tudo o que os irmãos Russo sabem fazer com maestria: pequenas nuances de espionagem e lutas muito bem coreografadas. Assim se mantém durante a fuga do Bucky; no confronto dos dois times e no duelo Cap & Barnes X Iron Man. Vamos ressaltar a sequência do aeroporto que é de longe a melhor do MCU até o momento. Todos os envolvidos conseguem o seu momento de brilhantismo e o tempo em tela é dividido com precisão cirúrgica, nunca os deixando de lado.
Pantera Negra e Homem Aranha tiveram as melhores introduções possíveis. T'Challa como um jovem idealista e um guerreiro notável, levando adiante o legado do Pantera. Ressaltando o sotaque que ficou super fiel a clássica animação dos Vingadores. Peter Parker como um adolescente nerd de um humor aflorado foi a melhor representação do personagem nos cinemas. Se existe alguma ressalva, essa fica para a Tia May que acredito nunca ter sido projetada como uma mulher tão maravilhosa (fisicamente falando). A personagem sempre teve a áurea e a simpatia da terceira idade.
Agora focando nos líderes de todo o confronto... a trama consegue defender muito bem o ponto de vista de ambos, nunca beneficiando um ou outro. Capitão América sempre foi um idealista que se baseia em fatos quando toma as suas decisões e nunca deixaria um amigo para trás. Esse é o espírito que fez o seu nome e sustenta a patente que ele carrega. Já o Homem de Ferro vem de dois filmes acumulando culpa e as consequências dos seus atos. Temos uma versão mais contida do personagem que está emocionalmente abalado, por isso toda a sua pronta submissão diante da ONU, tentando se penalizar de alguma maneira. Um lado complexo que não conhecíamos e que o Downey Jr. desenvolveu com autoridade.
Bazão Zemo foi o ponto fraco do filme. Assim como Ultron ele foi um vilão desperdiçado numa trama que poderia ter sido épica. Nem de longe esteve à altura desse filme, esperava mais vilania e incisão. Mera vingança tendo como aliado o acaso? Sério?
Destacando os pontos altos: Temos um T'Challa soberano; Peter Parker/Homem Aranha em sua melhor versão; Wanda Maximoff cada vez mais poderosíssima e o Homem Formiga que roubou a cena na melhor sequência da Marvel, simplesmente sensacional. A dramaticidade de Steve e Tony foram cruciais para o sucesso desse filme, os dois intérpretes se superaram mais uma vez.
A receita da Marvel se repete, mas com um tempero muito mais agradável que os demais. Esse filme é TOP-3 tranquilamente. Agora é rever sem o hype para termos uma real dimensão da sua magnitude.
É um filme com uma narrativa ímpar e com muita informação colocada durante duas horas e meia. Snyder tem o seu estilo autoral que querendo ou não, sempre vai gerar críticas por não ser ortodoxo, mas o saldo é positivo.
Tem sucesso ao apresentar os novos personagens e dar gancho para os futuros projetos da DC.
O que foi aquela aparição do Flash e os poucos segundos de Aquaman?
Por falar no velocista, sua aparição remeteu a saga Injustice. Algo que abre uma porta de possibilidades infinitas para esse DCU. E também foi uma ode de referências, juntamente com o combate Batman x Superman, que recriou os diálogos icônicos da obra de Frank Miller. Isso já faz valer o ingresso e todas as expectativas depositadas no filme. Hans Zimmer detonou mais uma vez e a trilha da Wonder Woman vai se tornar um clássico.
Ben Affleck conseguiu encarnar de corpo e alma o morcegão; os trejeitos e a raiva embutida em cada expressão facial. Só queria que ele tivesse mais tempo de tela lutando com o manto. Henry Cavill segurou a onda com um Superman justo e idealista. Jesse Eisenberg pode ter sido a maior incógnita do elenco, já que seu personagem se distancia muito do Lex de oratória fluída e intelecto superior, mas por ser um filme de origem, podemos fazer uma ressalva. Agora, a maravilha desse filme é realmente Gal Gadot. A primeira e definitiva Wonder Woman. Linda, imponente e guerreira. Todas as suas maiores características foram acentuadas com vigor. Menção honrosa para Amy Adams que fez uma Lois Lane com papel fundamental dentro da trama. E claro, Jeremy Irons como um Alfred fiel escudeiro.
Um dos problemas do filme são os acontecimentos frenéticos que poderiam ter sido trabalhados com maiores detalhes; como na cena onde Clark pede pra Lois ir para Gotham conversar com o morcegão. Não tem nenhum clímax ou vestígio de angústia por ter tido a mãe raptada. Ficou muito cru e isso também foi recorrente em cenas dos três atos. Doses superficiais que poderiam carregar mais densidade.
Um ótimo filme que serve de base para os que virão pela frente. Quando esses filmes chegarem, vamos ter uma outra visão sobre esse BvS. Então devemos olhar a longo prazo e nenhuma crítica a essa trama deve ser definitiva.
Deadpool é mais um exemplo de que não é necessário um caminhão de dinheiro pra se fazer um bom filme. E eu diria que é um filme quase independente, por todo o esforço dos envolvidos pra finalizar esse projeto, principalmente por parte do Ryan Reynolds que sempre foi visto com incertezas.
Como assim beleza não importa? Como você acha que o Ryan Reynolds conseguiu os papéis dele? Pelo talento?
O filme já começa com os créditos trazendo uma atmosfera leve com irreverência que só aumenta com a aparição do mercenário. A metalinguagem, o humor frenético e a violência desmedida dão o tom e se mantém uníssonos durante toda a trama.
Um filme que brinca com tudo e com todos. Um filme/personagem que tira sarro de si mesmo e expurga todas aquela desconfiança depositada durante anos. É o maior acerto da Fox desde que cresceu a mão nos direitos dos mutantes da Marvel e já pode ser listado com uma das maiores referências do gênero.
Acredito que esse roteiro que nos lembra a trama dos clássicos foi necessário não só pra criar um clima de nostalgia, mas pra nos familiarizar com os novos personagens que brilharam e carregaram bem a responsabilidade. Poe, Finn, e principalmente Rey, já mostraram todo o carisma dessa nova saga. Kylo Ren é um vilão ainda em formação, depois desse fator crueldade, acredito que virá ainda mais consistente pra derrubar as dúvidas em torno dele.
Agora ficam dúvidas sobre: a) origem da Rey. b) o real motivo que fez Luke entrar em exílio. c) como surgiu a Primeira Ordem. d) qual o papel do Líder Supremo no crescimento desse regime.
No mais, espero que expliquem porque a força é tão intensa na Rey e que explorem bem o passado do Kylo. A ideia de associarem a Primeira Ordem com o nazismo foi explícita e gostaria de ver mais detalhes de como ela surgiu depois da queda do império.
J.J Abrams conseguiu cumprir sua missão; nos mostrou uma identidade nova em um formato consagrado. Agora é só criar sua própria atmosfera e dar continuidade a nova saga.
Obra perfeita para quem gosta de diálogos profundos e bem construídos. Abordando questões filosóficas e éticas que estão presentes no nosso dia a dia. Tais como a violação de privacidade e interação homem/máquina-criador/criatura. A fotografia também é um ponto alto, mesclando paisagismo natural com uma atmosfera high tech. Deslumbrante.
"Sinta pena de você. Um dia IAs vão nos olhar da mesma forma que olhamos para fósseis nas planícies da África. Um primata ereto, vivendo no pó com linguagem e ferramentas primitivas. Tudo pronto para a extinção."
"Eu me torno a morte, a destruidora de mundo." O mundo aqui é representado pela humanidade, -sentimentos; nobres por parte de Caleb e egoístas por parte de Nathan- essa que pela perspectiva de uma IA, não passa de uma linguagem e ferramenta primitiva, ao qual pode ser sobrepujada com facilidade.
Uma obra que eleva ao máximo os conceitos de fotografia, sonoplastia e edição. Fiquei com um sentimento de revolta no início, ao ver aquela relação de trabalho em tons de abuso. Porém, o ritmo do filme muda nosso ponto de vista e nos faz apaixonar por esse envolvimento sádico.
É uma relação de amor puro, onde Cynthia coloca Evelyn acima dos seus próprios desejos, para no final, essa situação se inverter. Porque "Você é mais importante".
É incrível ver como um filme pode abordar um tema complicado sem apelar para a vulgaridade, passando sentimentos tão intensos. Uma verdadeira obra de arte.
"Fui projetado para salvar o mundo. As pessoas olhariam para o céu e veriam... A esperança. Eu tirarei isso delas primeiro. Há apenas um caminho para paz: Sua extinção."
Fury mostra o inferno da segunda guerra por um ângulo diferente, saindo um pouco dos confrontos e estratégias militares, mas focando no dia a dia de um grupo de soldados que mudam suas visões sobre o mundo.
Grande ponto de vista explorado, além das ótimas atuações de Brad Pitt, Logan Lerman e Shia Labeouf.
Wardaddy: I started this war killing Germans in Africa. Then France. Then Belgium. Now I'm killing Germans in Germany. It will end, soon. But before it does, a lot more people gotta die.
Jake Gyllenhaal interpreta um daqueles personagens que são a essência de um filme. É impressionante sua atuação e os trejeitos criados, sem parecer uma caricatura de um sociopata, como podemos ver em outras obras que abordam esse estereótipo. Sua ausência do Oscar é uma das maiores injustiças dos últimos tempos.
A temática e a crítica do filme são pontuais, palpáveis por ser uma realidade que podemos ver todos os dias na TV. E não só por mostrar tragédias de uma forma absurda, mas por criar situações e tirar vantagem, em prol de audiência, algo que acontece com muita frequência.
Um filme que vai além da passagem da infância à juventude de um garoto. É uma viagem nostálgica que traz um emaranhado de lembranças. A experiência vai além da película, você se pega sorrindo com pequeno detalhes da história, como o garoto assistindo Dragon Ball Z, as discussões sobre Star Wars e outros fragmentos que fizeram parte do cotidiano da nossa infância/adolescência. A trilha sonora ajuda criar esse clima, variando de Coldplay à Pink Floyd.
Podem dizer que o filme não tem grandes atuações -Ethan Hawke discorda- que não tem viradas no roteiro e tudo mais. O que faz um filme ser grande é o impacto que ele causa no telespectador.
Boyhood serve como um flashback e uma reflexão acerca do futuro. É uma mensagem que ultrapassa 2h45min, ela fica ali martelando a sua cabeça, causando sorrisos e pensamentos sobre a vida.
Terrence Fletcher transmitiu todos os mistos de sensações que um telespectador pode ter; fez uma ponte entre o humor e o terror que poucos personagens conseguiram. É por isso que J. K. Simmons merece todos os prêmios e o reconhecimento que vem recebendo.
Miles Teller também foi espetacular. Passou toda a prepotência de um garoto ambicioso e o esforço para se submeter a um tutor autoritário, que mesmo com métodos abusivos, despertou todo seu potencial.
O final é simplesmente contagiante. O desejo de ferrar um ao outro acaba quando eles encontram a sintonia; o professor reconhece o talento e o aluno entende que chegou até ali por toda a pressão que recebeu.
Sem falar nos enquadramentos e cortes de câmera maravilhosos! Filmaço!
O filme vale como registro histórico e uma reflexão acerca do preconceito contra homossexuais e mulheres. Algo que naquela época era ainda mais grotesco, castrando a vocação de pessoas que poderiam ter realizado coisas inimagináveis para a sociedade.
Benedict e Keira formam o ponto alto do filme. Passaram com exatidão o drama de dois jovens brilhantes que se uniram num mundo que limitava os seus talentos. Benedito é um dos melhores atores da atualidade e comprovou isso com uma atuação digna de Oscar.
E claro, que fique registrado o reconhecimento a esse grande matemático que foi Alan Turing.
Loja de Unicórnios
2.8 252A crise dos 20 retratada com fidelidade aos sentimentos de incerteza e auto sabotagem que a nossa geração vem lidando frequentemente. Uns realizando seus sonhos profissionais, formando família, enquanto outros ainda não sabem que rumo tomar na vida. Um mundo de comparações e contrastes que afetam individualmente muita gente que necessita da metáfora do unicórnio pra enxergar o seu valor.
Outra personagem da Brie que servirá de inspiração pra milhares de pessoas, especialmente mulheres. Escolhas pertinentes de quem realmente quer deixar uma mensagem através da sua arte e visibilidade.
On Yoga: Arquitetura da Paz
4.4 33"Me parece que sempre existiu muita violência no mundo, sempre houveram muitos políticos, sempre houveram problemas financeiros e crises financeiras, em qualquer lugar sempre ocorre alguma coisa, seja fome, flagelo, uma praga, um rei terrível, invadido por países estrangeiros que chegam e destroem tudo. Isso vem acontecendo por muito tempo e nós não somos muito diferentes. Mas sempre existiu um pequeno grupo de pessoas que vai dizer "Não quero fazer parte desse caminho e então vou tentar ser uma pessoa mais gentil, compreensiva, eu vou pensar melhor no mundo em que vivo, eu vou pensar nas minhas ações no mundo, e eu vou tentar ser mais amável." E sempre existiu alguns pequenos grupos através das eras e do tempo que decidiram fazer isso. Os Yogis são um desses grupos e sua longevidade, em termos de manter a prática viva, tem sido impressionante. A ideia do Yoga pode parecer um pouco diferente agora, mas a ideia por trás é essencialmente a mesma. Eu não quero fazer parte do mundo dentro do mesmo método que eu vejo causando um monte de sofrimento às pessoas. Quero fazer parte do mundo de um modo que crie mais felicidade, mais gentileza, mais compreensão, mais cuidado. Então precisamos desse tempo em silêncio para vivenciar essas coisas. Apenas serve para deixar nossa vida um pouco mais estável, e deixar nossa percepção um pouco mais clara, e nos dar um maior reconhecimento de que todos em nossa volta estão atravessando a mesma dificuldade."
Um documentário que aborda várias visões sobre a prática do Yoga e que nos dá várias percepções da vida e do próximo em níveis profundos. A fotografia consegue acompanhar o tema com maestria, é uma experiência audiovisual muito espiritual. Arte em estado puro que ficará marcada para sempre em que tiver o privilégio de assistir, não tenho dúvidas.
InnSæi
4.2 36Eu não tenho palavras para expressar o que senti assistindo esse documentário. Foi uma experiência de sentimentos momentâneos e que ecoam até agora. Chorei enquanto assistia. É libertador poder olhar pra dentro de si e ver que somos afetados externamente de maneiras tão brutais que nem nos damos conta do quanto isso nos controla. Sentir que somos muito mais do que isso e que temos capacidade de experenciar a vida de maneira única, sem os filtros da sociedade moderna.
"Olhe a si mesmo, olhe em volta. Pessoas infelizes, totalmente desconectadas com a mente e o corpo, há tantas pessoas vivendo em suas cabeças, mas sem suas emoções. Algo deve estar muito errado."
Era da informação, decisões já tomadas por terceiros e corrida contra o tempo. Indo mais além, entramos na era da informação errada e tendenciosa, algo comum nos dias atuais. A alienação se tornou ainda mais poderosa e nociva. Podemos olhar pra sociedade brasileira; cheia de preconceitos, intolerância e falta de cooperatividade. Não há fundamento algum nos discursos, só reações ao cotidiano estressante em que vivemos. A falta da intuição faz com que fiquemos robóticos e extravasemos nossas frustrações no próximo, consolidando a falta de empatia. O grande paradoxo da era racional em meio a tanta loucura, guerras e solidão.
Torço para que a humanidade realmente dê um passo para trás, um foco dentro de si e observe os danos que já foram feitos mas que podem ser reparados por nós mesmos. Torço para que possamos ser autênticos, sem julgamentos manipulados pelas distrações da mídia e dos valores morais obsoletos. Precisamos conhecer o desconhecido, deixar a intuição fluir, nos relacionar com o próximo e com a natureza.
A intuição é tudo que nós temos e todo o crédito tem que ser dado -no- agora.
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista Agora"E no final das contas, era tudo uma loucura!"
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraÉ o tipo de filme que me atinge forte demais. De sentir a sensação mesmo horas depois de ter acabado. E o sentimento vai durar por muito mais. Simplesmente inesquecível.
Uma filme sobre a vida. Sobre um indivíduo em toda a busca pelos seus sentidos. Sobre família. Amizade. Pessoas. A relação com o mundo. É muito difícil não se colocar e se encaixar em várias situações dessa história. Essa experiência cinematográfica teve um tom de nostalgia e muita reflexão para o futuro que enxergo.
Lady Bird não poderia ter se nomeado de outra forma. Um ser humano que em qualquer lugar do mundo irá se sentir grande demais praquilo que vivencia. Um pássaro de voos estratosféricos. A forma que a história usa o ambiente de uma família tradicional, principalmente a relação entre mãe e filha, é simplesmente brilhante. As inquietações, o contraste de mentalidades, um interiorzão servindo como palco e background dão o equilíbrio perfeito pra esse turbilhão de existência.
Sou muito grato a Greta, por ter roteirizado e dirigido essa história tão simples e ao mesmo tempo tão complexa. E a Saoirse pela composição dessa personagem. Tá se tornando uma atriz que além do grande talento, sabe estar no projeto certo e na hora certa. Brooklyn e Lady Bird; dois filmes brilhantes e particulares. É realmente um pássaro essa artista. Ainda a veremos traçando voos cada vez mais altos na carreira.
Eu, Tonya
4.1 1,4K Assista AgoraI, Tonya mostra de um jeito particular como a mídia e as pessoas gostam de julgar histórias que não conhecem. Vidas que são expostas por quem não tem um pingo de conhecimento e tampouco ética.
Tonya Harding é uma mulher que nasceu em uma família desestruturada, com uma mãe abusiva e um pai omisso. Ainda teve o azar de se juntar com um lixo de homem, desses que proliferam no mundo até hoje. Assim como prolifera mídia e pessoas com ânsia de serem juízes de histórias desconhecidas e incompletas.
Na vida não existe heróis nem vilões. Somos apenas seres humanos. E é exatamente isso que ela é. Uma mulher que nasceu com um talento, mas num meio onde não pôde extrair o melhor de si. Quantos assim não existem por aí? Quantos não são abusados, reprimidos e sabotados pelo meio em que vivem? História triste de um período nebuloso. Feliz em saber que ela encontrou seu lugar no mundo e uma família pra chamar de sua.
Filmaço com uma narrativa que conseguiu ser light mesmo abordando assuntos tão complexos e fodidos. Allison Janney mereceu o Globo de Ouro. Sebastian Stan esteve ótimo. E Margot Robbie esteve Margot Robbie; incrível e soberba. Uma deusa.
Dunkirk
3.8 2,0K Assista Agora14º lugar no top de filmes mas bem avaliados da história do Metacritic. 97% com 23 críticas disponíveis.
Vários portais nível The Guardian afirmando que é o melhor filme do Christopher Nolan. Quase um consenço.
Agora é esperar que o público receba tão bem quanto a crítica. Muito tempo esperando por esse filme que isso é o que merecemos.
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista AgoraDC Comics, Patty Jenkins & Gal Gadot: YOU SHOULD BE HONORED!
Uma maravilha de filme. Lindo, preciso e inspirador. Visualmente falando é estonteante... a fotografia e a paleta de cores conseguiram transmitir a beleza do paraíso e o horror da guerra com maestria.
O roteiro e a direção conseguiram executar uma fórmula impecável. A carga dramática emocionou, o humor contagiou com timming cirúrgico e a ação mostrou toda a grandeza e imponência da Mulher Maravilha.
Gal Gadot nasceu pra ser essa entidade. Esteve confortável em todas as nuances; na ingenuidade da princesa conhecendo um novo mundo, na imponência de uma guerreira destemida e na graciosidade de uma deusa em toda sua beleza.
Até a nova intro da DC está digna de ser tombada como uma maravilha. Filmão digno desse ícone.
MUITO OBRIGADO, PATTY JENKINS E GAL GADOT! OBRIGADO, DC!
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista AgoraO filme é bom? Sim. É aquilo que tentaram nos vender? Nem de longe.
A Warner/DC repetiu as mesmas falhas de edição que havia cometido em BvS. O roteiro é bem simples, mas a edição confusa e o corte de cenas comprometeram o resultado final. Personagens como a Katana e o Joker foram subaproveitados na trama. Vi muitas críticas ao Jared Leto, mas ele sequer teve tempo para desenvolver o seu personagem. O ponto negativo fica com aquela risada desconexa e super caricata na maioria das cenas.
Amanda Waller, Deadshot e Harley Quinn são os destaques do filme, junto com a trilha sonora. El Diablo e Captain Booberang também tiveram o mínimo de um desenvolvimento aceitável. O resto do time/elenco foram trabalhados de forma rasa. Todos os parabéns para a Margot que encarnou a Arlequina. Para o Will e pra Viola que sempre toca muito samba.
O desenvolvimento da Harley era uma das coisas mais esperadas desse filme. Os flashbacks poderiam ter recriado alguns diálogos clássicos entre ela e o Coringa, mas o fanservice não veio. Aliás, o Coringa não teve um diálogo decente, apenas naquela cena onde pergunta se ela viveria por ele. Um potencial enorme jogado fora e o pouco tempo de tela não é desculpa pra isso.
E por falar em descaracterização, o que foi aquela cena do Floyd sendo capturado? O Batman nunca abordaria um alvo acompanhado de sua filha em um beco, sabendo que a situação poderia fugir do seu controle e ela ser pega no fogo cruzado. Tudo isso pra ressaltar o Deadshot badass que foi pego pois estava com a filha.
Isso tudo só não foi mais sem sentido que o fato do grupo ter se transformado em uma família já na metade da missão. Novamente ficou a impressão de um vazio devido aos cortes que fizeram, pois só isso explica a falta dessa evolução na narrativa.
Pra quem dizia que já tinha visto o filme pelos trailers, parece que foram enganados, né? Muitos cortes e curiosamente, foi uma das coisas que prejudicaram a edição final. Até quando as produtoras e os executivos vão meter o bedelho na parte criativa dos projetos? Não tem que mexer em nada, façam uma adaptação com a essência do material original e caia nas graças do público. A crítica não precisa influenciar o tom de nenhuma obra. Uma pena que o filme não tenha seguido a linha do trailer lançado na Comic-Con. Mudaram a temática no segundo trailer por causa de fatores externos. Uma pena, mas no final das contas, o filme é um bom entretenimento.
Trabalho Interno
4.1 205 Assista AgoraOs principais responsáveis pela desregulamentação em décadas passadas, são os mesmos envolvidos numa possível restauração da confiança no setor financeiro e na esperança de que leis sejam criadas para acompanhar de perto o que fazem com o dinheiro alheio. Isso parece modus operandi de Brasília... mas é um fato da maior potência mundial. E, claro, quem paga o preço são os pobres e os imigrantes.
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista AgoraDuas semanas após ver o filme dá para tirar uma conclusão sem aquele hype exalando. É, sem dúvidas, um dos melhores filmes da Marvel. E a franquia do Capitão América é a mais sólida da Casa das Ideias.
O único problema do filme é o mesmo de BvS: a releitura de um ótimo vilão. Lex Luthor e Zemo são qualquer coisa menos Lex Luthor e Zemo. Esse subaproveitamento me lembra o que a Fox faz com personagens do nível de Tempestade, Vampira, Mística, Emma Frost e outros.
Em contrapartida, temos as melhores sequências de ação do gênero e as melhores introduções de personagens; Pantera Negra e Homem Aranha são sangue novo e bombam como se fossem protagonistas. Ritmo fluído e timming cômico cirúrgico. A fórmula foi seguida com muita competência pelos irmãos Russo.
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista AgoraCaptain America: Civil War é um filme que segue a clássica cartilha da Marvel Studios, mas com os traços criativos dos irmãos Russo. Os momentos cômicos estão lá sem os exageros habituais e bem contextualizados. As cenas de ação são as melhores desse universo compartilhado e os personagens são bem explorados dramaticamente.
O que seria uma missão quase impossível; unir tantos bons personagens sem prevalecer um ou outro, os dividindo em um timming aceitável, se transforma numa realização super coesa e que não nos confunde em nenhum momento. É um entretenimento maravilhoso.
A primeira cena de ação é de tirar o fôlego e dá a tônica do filme. Ela consegue refletir tudo o que os irmãos Russo sabem fazer com maestria: pequenas nuances de espionagem e lutas muito bem coreografadas. Assim se mantém durante a fuga do Bucky; no confronto dos dois times e no duelo Cap & Barnes X Iron Man. Vamos ressaltar a sequência do aeroporto que é de longe a melhor do MCU até o momento. Todos os envolvidos conseguem o seu momento de brilhantismo e o tempo em tela é dividido com precisão cirúrgica, nunca os deixando de lado.
Pantera Negra e Homem Aranha tiveram as melhores introduções possíveis. T'Challa como um jovem idealista e um guerreiro notável, levando adiante o legado do Pantera. Ressaltando o sotaque que ficou super fiel a clássica animação dos Vingadores. Peter Parker como um adolescente nerd de um humor aflorado foi a melhor representação do personagem nos cinemas. Se existe alguma ressalva, essa fica para a Tia May que acredito nunca ter sido projetada como uma mulher tão maravilhosa (fisicamente falando). A personagem sempre teve a áurea e a simpatia da terceira idade.
Agora focando nos líderes de todo o confronto... a trama consegue defender muito bem o ponto de vista de ambos, nunca beneficiando um ou outro. Capitão América sempre foi um idealista que se baseia em fatos quando toma as suas decisões e nunca deixaria um amigo para trás. Esse é o espírito que fez o seu nome e sustenta a patente que ele carrega. Já o Homem de Ferro vem de dois filmes acumulando culpa e as consequências dos seus atos. Temos uma versão mais contida do personagem que está emocionalmente abalado, por isso toda a sua pronta submissão diante da ONU, tentando se penalizar de alguma maneira. Um lado complexo que não conhecíamos e que o Downey Jr. desenvolveu com autoridade.
Bazão Zemo foi o ponto fraco do filme. Assim como Ultron ele foi um vilão desperdiçado numa trama que poderia ter sido épica. Nem de longe esteve à altura desse filme, esperava mais vilania e incisão. Mera vingança tendo como aliado o acaso? Sério?
Destacando os pontos altos: Temos um T'Challa soberano; Peter Parker/Homem Aranha em sua melhor versão; Wanda Maximoff cada vez mais poderosíssima e o Homem Formiga que roubou a cena na melhor sequência da Marvel, simplesmente sensacional. A dramaticidade de Steve e Tony foram cruciais para o sucesso desse filme, os dois intérpretes se superaram mais uma vez.
A receita da Marvel se repete, mas com um tempero muito mais agradável que os demais. Esse filme é TOP-3 tranquilamente. Agora é rever sem o hype para termos uma real dimensão da sua magnitude.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraÉ um filme com uma narrativa ímpar e com muita informação colocada durante duas horas e meia. Snyder tem o seu estilo autoral que querendo ou não, sempre vai gerar críticas por não ser ortodoxo, mas o saldo é positivo.
Tem sucesso ao apresentar os novos personagens e dar gancho para os futuros projetos da DC.
O que foi aquela aparição do Flash e os poucos segundos de Aquaman?
Por falar no velocista, sua aparição remeteu a saga Injustice. Algo que abre uma porta de possibilidades infinitas para esse DCU. E também foi uma ode de referências, juntamente com o combate Batman x Superman, que recriou os diálogos icônicos da obra de Frank Miller. Isso já faz valer o ingresso e todas as expectativas depositadas no filme. Hans Zimmer detonou mais uma vez e a trilha da Wonder Woman vai se tornar um clássico.
Ben Affleck conseguiu encarnar de corpo e alma o morcegão; os trejeitos e a raiva embutida em cada expressão facial. Só queria que ele tivesse mais tempo de tela lutando com o manto. Henry Cavill segurou a onda com um Superman justo e idealista. Jesse Eisenberg pode ter sido a maior incógnita do elenco, já que seu personagem se distancia muito do Lex de oratória fluída e intelecto superior, mas por ser um filme de origem, podemos fazer uma ressalva. Agora, a maravilha desse filme é realmente Gal Gadot. A primeira e definitiva Wonder Woman. Linda, imponente e guerreira. Todas as suas maiores características foram acentuadas com vigor. Menção honrosa para Amy Adams que fez uma Lois Lane com papel fundamental dentro da trama. E claro, Jeremy Irons como um Alfred fiel escudeiro.
Um dos problemas do filme são os acontecimentos frenéticos que poderiam ter sido trabalhados com maiores detalhes; como na cena onde Clark pede pra Lois ir para Gotham conversar com o morcegão. Não tem nenhum clímax ou vestígio de angústia por ter tido a mãe raptada. Ficou muito cru e isso também foi recorrente em cenas dos três atos. Doses superficiais que poderiam carregar mais densidade.
Um ótimo filme que serve de base para os que virão pela frente. Quando esses filmes chegarem, vamos ter uma outra visão sobre esse BvS. Então devemos olhar a longo prazo e nenhuma crítica a essa trama deve ser definitiva.
Deadpool
4.0 3,0K Assista AgoraDeadpool é mais um exemplo de que não é necessário um caminhão de dinheiro pra se fazer um bom filme. E eu diria que é um filme quase independente, por todo o esforço dos envolvidos pra finalizar esse projeto, principalmente por parte do Ryan Reynolds que sempre foi visto com incertezas.
Como assim beleza não importa? Como você acha que o Ryan Reynolds conseguiu os papéis dele? Pelo talento?
O filme já começa com os créditos trazendo uma atmosfera leve com irreverência que só aumenta com a aparição do mercenário. A metalinguagem, o humor frenético e a violência desmedida dão o tom e se mantém uníssonos durante toda a trama.
Um filme que brinca com tudo e com todos. Um filme/personagem que tira sarro de si mesmo e expurga todas aquela desconfiança depositada durante anos. É o maior acerto da Fox desde que cresceu a mão nos direitos dos mutantes da Marvel e já pode ser listado com uma das maiores referências do gênero.
#peideiesai
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraAcredito que esse roteiro que nos lembra a trama dos clássicos foi necessário não só pra criar um clima de nostalgia, mas pra nos familiarizar com os novos personagens que brilharam e carregaram bem a responsabilidade. Poe, Finn, e principalmente Rey, já mostraram todo o carisma dessa nova saga. Kylo Ren é um vilão ainda em formação, depois desse fator crueldade, acredito que virá ainda mais consistente pra derrubar as dúvidas em torno dele.
Agora ficam dúvidas sobre: a) origem da Rey. b) o real motivo que fez Luke entrar em exílio. c) como surgiu a Primeira Ordem. d) qual o papel do Líder Supremo no crescimento desse regime.
No mais, espero que expliquem porque a força é tão intensa na Rey e que explorem bem o passado do Kylo. A ideia de associarem a Primeira Ordem com o nazismo foi explícita e gostaria de ver mais detalhes de como ela surgiu depois da queda do império.
J.J Abrams conseguiu cumprir sua missão; nos mostrou uma identidade nova em um formato consagrado. Agora é só criar sua própria atmosfera e dar continuidade a nova saga.
E tem como dar um Oscar pro BB-8?
Ex Machina: Instinto Artificial
3.9 2,0K Assista AgoraObra perfeita para quem gosta de diálogos profundos e bem construídos. Abordando questões filosóficas e éticas que estão presentes no nosso dia a dia. Tais como a violação de privacidade e interação homem/máquina-criador/criatura. A fotografia também é um ponto alto, mesclando paisagismo natural com uma atmosfera high tech. Deslumbrante.
No final, prevaleceu a profecia de Nathan..
"Sinta pena de você. Um dia IAs vão nos olhar da mesma forma que olhamos para fósseis nas planícies da África. Um primata ereto, vivendo no pó com linguagem e ferramentas primitivas. Tudo pronto para a extinção."
...com o complemento pontual de Caleb:
"Eu me torno a morte, a destruidora de mundo." O mundo aqui é representado pela humanidade, -sentimentos; nobres por parte de Caleb e egoístas por parte de Nathan- essa que pela perspectiva de uma IA, não passa de uma linguagem e ferramenta primitiva, ao qual pode ser sobrepujada com facilidade.
A evolução traz a extinção.
Filmaço!
O Duque de Burgundy
3.3 80Uma obra que eleva ao máximo os conceitos de fotografia, sonoplastia e edição. Fiquei com um sentimento de revolta no início, ao ver aquela relação de trabalho em tons de abuso. Porém, o ritmo do filme muda nosso ponto de vista e nos faz apaixonar por esse envolvimento sádico.
É uma relação de amor puro, onde Cynthia coloca Evelyn acima dos seus próprios desejos, para no final, essa situação se inverter. Porque "Você é mais importante".
É incrível ver como um filme pode abordar um tema complicado sem apelar para a vulgaridade, passando sentimentos tão intensos. Uma verdadeira obra de arte.
Vingadores: Era de Ultron
3.7 3,0K Assista Agora"Fui projetado para salvar o mundo. As pessoas olhariam para o céu e veriam... A esperança. Eu tirarei isso delas primeiro. Há apenas um caminho para paz: Sua extinção."
Corações de Ferro
3.9 1,4K Assista AgoraFury mostra o inferno da segunda guerra por um ângulo diferente, saindo um pouco dos confrontos e estratégias militares, mas focando no dia a dia de um grupo de soldados que mudam suas visões sobre o mundo.
Grande ponto de vista explorado, além das ótimas atuações de Brad Pitt, Logan Lerman e Shia Labeouf.
Wardaddy: I started this war killing Germans in Africa. Then France. Then Belgium. Now I'm killing Germans in Germany. It will end, soon. But before it does, a lot more people gotta die.
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraLou Bloom filmando o Oscar de Melhor Ator com Bradley Cooper no primeiro plano e em close.
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraJake Gyllenhaal interpreta um daqueles personagens que são a essência de um filme. É impressionante sua atuação e os trejeitos criados, sem parecer uma caricatura de um sociopata, como podemos ver em outras obras que abordam esse estereótipo. Sua ausência do Oscar é uma das maiores injustiças dos últimos tempos.
A temática e a crítica do filme são pontuais, palpáveis por ser uma realidade que podemos ver todos os dias na TV. E não só por mostrar tragédias de uma forma absurda, mas por criar situações e tirar vantagem, em prol de audiência, algo que acontece com muita frequência.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraUm filme que vai além da passagem da infância à juventude de um garoto. É uma viagem nostálgica que traz um emaranhado de lembranças. A experiência vai além da película, você se pega sorrindo com pequeno detalhes da história, como o garoto assistindo Dragon Ball Z, as discussões sobre Star Wars e outros fragmentos que fizeram parte do cotidiano da nossa infância/adolescência. A trilha sonora ajuda criar esse clima, variando de Coldplay à Pink Floyd.
Podem dizer que o filme não tem grandes atuações -Ethan Hawke discorda- que não tem viradas no roteiro e tudo mais. O que faz um filme ser grande é o impacto que ele causa no telespectador.
Boyhood serve como um flashback e uma reflexão acerca do futuro. É uma mensagem que ultrapassa 2h45min, ela fica ali martelando a sua cabeça, causando sorrisos e pensamentos sobre a vida.
Boyhood é a essência do cinema!
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraTerrence Fletcher transmitiu todos os mistos de sensações que um telespectador pode ter; fez uma ponte entre o humor e o terror que poucos personagens conseguiram. É por isso que J. K. Simmons merece todos os prêmios e o reconhecimento que vem recebendo.
Miles Teller também foi espetacular. Passou toda a prepotência de um garoto ambicioso e o esforço para se submeter a um tutor autoritário, que mesmo com métodos abusivos, despertou todo seu potencial.
O final é simplesmente contagiante. O desejo de ferrar um ao outro acaba quando eles encontram a sintonia; o professor reconhece o talento e o aluno entende que chegou até ali por toda a pressão que recebeu.
Sem falar nos enquadramentos e cortes de câmera maravilhosos! Filmaço!
O Jogo da Imitação
4.3 3,0K Assista AgoraO filme vale como registro histórico e uma reflexão acerca do preconceito contra homossexuais e mulheres. Algo que naquela época era ainda mais grotesco, castrando a vocação de pessoas que poderiam ter realizado coisas inimagináveis para a sociedade.
Benedict e Keira formam o ponto alto do filme. Passaram com exatidão o drama de dois jovens brilhantes que se uniram num mundo que limitava os seus talentos. Benedito é um dos melhores atores da atualidade e comprovou isso com uma atuação digna de Oscar.
E claro, que fique registrado o reconhecimento a esse grande matemático que foi Alan Turing.