Eu acredito que a melhor maneira de se conhecer alguém é vasculhando sua lixeira. E o mesmo pode-se dizer sobre o cinema americano: é assistindo seus filmes Z, principalmente das décadas de 50, 60 e 70 que, de raspas em restos, entendemos seus hábitos e rotinas sociais. Lá, no lixo, entre segredos amassados que, muitas vezes, descambam em pudores bolorentos, há o reflexo de nós mesmos. Os filmes Z, querendo nada mais que a grana do espectador, acabam por desvendar anseios ocultos de e para uma sociedade doente. Não é à toa que o cinemão mainstream, geralmente, chafurda em hipocrisia. Principalmente hoje em dia. Mas esse já é outro papo.
“No Tears for the Damned”, exploitation de 1968, é um filme Z por excelência. Coloque aí uma espécie de Psicose com “Blood Feast” e toques de “Carnival of Souls” com “go-go girls”. O tema do filme, que voa em torno de um “serial killer” oprimido por uma mãe narcisista, já é em si pegajoso como fita adesiva para moscas. A fotografia em p&b é pouco profissional. Granulada e, muitas vezes, grotescamente fora de foco acaba por, sem querer, muitas vezes contribuir para o aspecto sujo do filme. Sujeira suada que tem seu ápice na “mise-en-scène” ao mesmo tempo pobre, crua e carnavalesca dos assassinatos.
Aliás, a crueza aqui é um fator chave. Especialmente ao considerarmos as (más) atuações do elenco como um todo. Das brechas dos erros aqui cometidos, é possível observar um mix de elementos que podem nos remeter tanto ao “cinéma vérité” quanto ao neorrealismo italiano. Destaque aqui para Robert Dix. Sua personificação de um Norman Bates afetado e mambembe, que mais parece um filho de James Stewart com Rock Hudson, deixaria Rossellini de queixo caído!
E o passeio de minha mente por associações particulares ganha contornos oníricos quando o filme usa Las Vegas, com sua aura brega e artificial, como pano de fundo para um universo fraturado por um trabalho de continuidade desleixado. O longo take de um carrossel com mulheres de topless e uma artista que quando canta é uma pessoa ao passo que, quando dança, é outra completamente diferente, acabam por, involuntariamente, provocar uma certa sensação de irrealidade no espectador. E tal sensação prospera se notarmos os efeitos sonoros despejados sobre o filme de maneira avulsa, assim como despejo farinha sobre meu feijão, profusamente e com gosto. Irrealidade ou surrealismo? A trilha sonora, composta de um rock ‘n’ roll barato, não responde; mas certamente proporciona alívio cômico ao pretender emoldurar um comportamento transgressivo do qual o retrato transborda ingenuidade.
Eu curti “No Tears for the Dammed”. Ao seu fim, me senti como que acordando de um “pesadelo molhado” de quinta categoria. Tanto que tomei um banho. Mas vocês já sabem minha opinião sobre filmes Z. Eu sou do tipo que sorri com filmes malditos. E do tipo que também derrama lágrimas por filmes malditos.
Singela homenagem ao irretocável clássico "Freaks", de Tod Browning, escrita e produzida por David Friedman, um dos papas do cinema exploitation, fã declarado do filme de 1932 e de espetáculos itinerantes, "She Freak" é uma joiazinha tosca. Dirigida por Byron Mabe, não apresenta nudez ou violência mais explícita. Ponto negativo? Pois bem, apesar das evidentes restrições orçamentárias da produção, "She Freak" consegue passar sua atmosfera circense com sucesso. E mais, as maquiagens das aberrações são relativamente convincentes e um sentimento de doença e danação infecta todo o filme como que escondido por trás das distrações "inofensivas" do parque. Pra fechar,
Ok. A recorrência constante à música de contorno oriental, às vezes, dá no saco; e se a narração em off e captação de imagens parecem datar o filme, por outro lado remetem à possível caracterização de formatos documentais cuja a pseudo-veracidade tanto fascinava os espectadores/voyeurs dos anos 60. Dito isto, "White Slave of Chinatown", primeiro filme da "série Olga", pode ser considerado a pedra fundamental dos "kinkies", vertente do exploitation mais centrada no caráter fetichista de libertinos em seu jogo sexual de dominação sadomasoquista. A obra de Mawra estabelece clichês que iriam marcar boa parte das posteriores produções conhecidas como w.i.p. (women in prision) e suas variações, muitas vezes exemplificadas pelos nazi e nunsploitation. É História.
Eis a questão central de "Vase de Noces": até que ponto o ser humano é diferente dos outros animais? Ou até que ponto os outros animais diferem dos seres humanos? Ver este filme e deixar que tais questionamentos sejam eclipsados por temas como a zoofilia e a coprofagia é tão equivocado quanto ler "Lolita" e, focado na pedofilia, ignorar a paixão deslumbrante que jorra do texto de Nabokov. No decorrer da obra, o espectador mais sensível vivencia uma organicidade quase palpável. Seu clima estranhamente onírico é ressaltado por uma trilha sonora dialética. A fotografia, de um preto e branco muito bonito, trabalha com todos os elementos em cena, que parecem escolhidos a dedo: cenário, figurino e até a cor dos bichos contribuem na criação de uma fugaz harmonia quase tátil. Os enquadramentos, muitas vezes de uma simetria encantadora na interação com o ambiente do filme, são belos e representativos; dentre outras coisas, extremamente eficazes em certos objetivos, como a "humanização animal", por meio de "closes". No mais, a interpretação do protagonista é muito boa, provocando a imersão de quem o acompanha em seu mundo particular, onde hábitos se fundem aos instintos. "Vase de Noces" trabalha a dicotomia homem/animal de forma tão poética que seu desfecho leva à outra questão: seria o homem o pior dos bichos? E mais: seria a solidão humana fruto da tamanha maldade que lhe é natural? Diante disso, nem é paradoxal que um exercício cinematográfico tão válido se utilize de crueldade real contra animais para seus fins.
Uma vez subi no palco em uma apresentação de Chuck Berry no intuito de tocar em sua mão. Depois que consegui, dois brutamontes saídos das sombras me empurraram de um altura de 3 metros. Ao assitir a este documentário, me senti tão incertamente energizado como quando caía daquele palco. Bem, não é exatamente uma novidade o fato da música de Chuck bater em seus ouvintes como uma onda e, infalivelmente, carregá-los numa soca de comoções extasiantes. E o show registrado no "Fox Theatre" de "St. Louis", que conta com o "Stone" Keith Richards liderando a banda de apoio, e participações valiosas como as de Etta James e Eric Clapton, sublinha tal afirmação. O lado humano do trovador também é abordado no processo de elaboração do show e em algumas entrevistas. "Chuck Berry - O Mito do Rock" mostra ao espectador a pessoa de temperamento extremamente difícil, ultra-empreendedora e canastrona, no jeito em que procura esconder polêmicas passadas em sua vida, por trás do genial "entertainer" e músico. De resto, depoimentos acerca de Chuck de gente como Jerry Lee Lewis, John Lennon, Roy Orbison e uma cena antológica com Bo Diddley, Little Richard e o próprio Chuck Berry conversando num mesmo cômodo. Dá pra perder? Roqueiros de todo mundo, uni-vos por este filme! Hail! Hail! Chuck Berry!
Em "Entrails of a Virgin" a estética do "Pink Movie" japonês é permeada por elementos do gênero de horror, ficando a impressão de que Walerian Borowczyk encontra "Sexta-Feira 13". Original, no mínimo. Aliás, a maioria das cenas de morte é muito interessante, com a edição concomitantemente misturando imagens distintas que dão fortes dimensões à recepção do espectador. Uma pena que a questão da empatia com os personagens seja tão mal trabalhada, causando pouca comoção em quem acompanha o filme. Mesmo assim, experiência válida e capaz de causar respostas fisiológicas diretas.
Verdadeiro horror preenchido com muito sangue e "bondage" com cordas captado em enquadramentos tão belos e angustiantes quanto qualquer uma das fotografias do mestre Araki que abordam o tema. "Inferno of Torture" e seu diretor Teruo Ishii ainda não receberam a devida importância que merecem. Quando colocados na linha evolutiva história do cinema extremo e de horror, fica claro seu caráter precursor, especialmente ao se considerar ramificações mais modernas, como a controversamente denominada de "torture porn". O filme, que já começa com
uma lança sendo introduzida na vagina de uma mulher, fazendo seu sangue jorrar é
, dentre outras coisas, um exercício dentro do sadomasoquismo exclusivamente sexual. Nisto, se conceitos polêmicos como a misoginia não perdem o sentido, são deslavadamente esfregados na cara do espectador. Alguma influência do divino Marquês de Sade, especialmente de seu livro "Justine", pode ser captada no enredo que, no entanto, não apresenta fins filosóficos. Lá para o final da obra surge a questão extremamente presente na cultura oriental do respeito e admiração entre adversários, mas de uma perspectiva também bem pouco filosófica. Em "Inferno..." não há espaço para a dialética, a violência é uma consequência, sem causa, ponto que torna sua perversidade enquanto obra de arte ainda mais pungente. De resto, algumas cenas são de uma beleza estética mórbida
(como aquela em que meninas dançam com suas tatuagens fluorescentes no escuro)
. O filme é tenso. Nem mesmo o toque de comédia que conta com a presença dos gays homens afrouxa a tensão geral. E quem quer "relaxar" vendo um filme chamado "Inferno of Torture"? Para seus fins, um filmásso!
Freiras jogando recém-nascidos no fogo? Gatinhos, até então inofensivos, usando da destreza de suas patinhas para desfigurar a face de sua dona? Carnes se vingando de um açougueiro, que acaba congelado com a língua pregada num toco de madeira?
Então, bem-vindos ao cinema caótico de Lucio Fulci - e talvez caótico nem seja a melhor palavra para descrever tamanha falta de vergonha na cara que se traduz quase numa desmesurada macheza íntegra e, ao mesmo tempo, "porradeira". Em "Demonia", o "gore" safado e os efeitos especias "nas coxas", geralmente, são eclipsados pelo todo da idéia: como exemplo, o espectador pode lembrar da cena em que
um boneco simplesmente escroto é partido ao meio deixando seu recheio feito das vísceras de algum animal desafortunado à mostra; acontece que tal boneco, no enredo, é o pai do menino que está assistindo esta cena terrível, e ele acaba por correr para sua mãe coberto de sangue paterno.
Se as próteses não ajudam, ou não são tão importantes quanto a imagem final que exprimem, há um "refinado" apuro técnico nas sequências dos pesadelos da protagonista, em que o embaçado e o fora de foco atuam na confusão de uma irrealidade vertiginosa. Tal irrealidade também pode vir à tona de maneira eficaz quando o tom neon azul/vermelho mario baveano de iluminação predomina. Trilha sonora? Capaz de causar esquizofrenia, quando deve e ser econômica, quando pode. Roteiro? Os personagens não causam empatia e seu desfecho é pífio, com o adendo de que a ideia de freiras hereges já havia sido muito e melhor exlporada nos "nunsploitation" da vida dos anos 70. E daí? Choque pelo choque, brutalidade pela brutalidade, diversão por diversão. É isso. Fãs do grotesco, venham sem medo!
Bom desfecho para a franquia "Blind Dead". Alguns podem comparar o enredo central da estória, que inclui uma tradição local de deificar entidades antigas a clássicos do escritor H.P. Lovecraft como "The Shadow Over Innsmouth" e "Dagon". Forçação de barra. Fato que não quer dizer que não haja sacadas poéticas,
como as gaivotas que aparecem à noite representando as almas das meninas que já foram sacrificadas.
O roteiro ajuda a dar bom ritmo a “Night of the Seagulls”, que embora apresente pouca nudez e apelo sexual, não poupa o espectador de cenas bem violentas, como a de um coração sendo removido e mostrado pra câmera, mais uma vez lembrando o gore colorido do Sr. Herschel Gordon Lewis; e alguns takes bem nojentos que incluem caranguejos passeando por entre os restos mortais das vítimas desmembradas. Além de belas tomadas dos Templários cavalgando pela praia, outro ponto positivo está na empatia que Ossorio consegue criar entre o espectador e seus protagonistas,
forasteiros que acabam de chegar numa comunidade que lhes é estranha tentando entendê-la para ajudá-la. Acaba que eles se esforçam em proteger um retardado e uma das meninas que seria sacrificada. Mas o diretor não amolece e ambos, tanto o retardado quanto a menina, acabam morrendo.
As sequências dos locais levando as meninas para serem sacrificadas pelos Templários na praia é perturbadora e o jeito que eles maltratam o retardado acima citado, somado ao fato da facilidade que teriam para destruir os zumbis,
fazem o espectador se questionar quais seriam os verdadeiros monstros da estória. Aqui, como no filme anterior, não há menção ao monastério de Berzano; fato que não impede Ossorio de usar os mesmos takes dos dois primeiros filmes para mostrar os Templários saindo de suas tumbas. Aliás, os zumbis ficam pouco tempo em cena e são quase periféricos ao enredo, mas sempre que aparecem, são eficazes em captar a atenção até dos mais distraídos. Comparações com "Night of the Living Dead" de Romero poderiam ser feitas,
com sangue jorrando aos borbotões de seus olhos sem órbitas.
Infelizmente, esta é a última aparição destes terríveis seres, o último soluço de uma grande e verdadeiramente única criação gótica que é tão potente agora como quando foi concebida.
De longe, o pior filme dentre os 4 da Saga dos Blind Dead. Os personagens não causam entusiasmo, fazendo com que o espectador torça pelos zumbis, o que não parece ser a intenção de Ossorio. Pra piorar, a trama se arrasta em longas sequências de mulheres perambulando pelos decks e corredores do navio enquanto os mortos-vivos, quando as atacam, arrastam-nas PARA FORA DO QUADRO afim as matá-las. Como que pra compensar tal fiasco, a melhor cena, e mais gráfica,
é a da morte de uma loura. Esta começa sendo estrangulada por uma mãzinha cadavérica sendo então desmembrada com os seres a sua volta desfrutando de seus restos mortais de maneira gustativa.
A noção de um navio existente na sua própria dimensão de zona temporal é bem conduzida e a neblina que constantemente envolve o cenário como um personagem à parte muito provavelmente influenciou o superior filme com navio fantasma "The Fog", de John Carpenter (1979). Apesar de sempre apresentarem um visual "ótimo", os Templários parecem não funcionar tão bem longe da terra, onde sua já clássica
sublinha seu quê fantasmagórico. Ainda há também uma subtrama sobre um tesouro perdido que é tão mal desenvolvida que nem mereceria menção, caso não fosse realmente tão mal desenvolvida. Dependendo do ponto de vista, a malfeita maquete que representa o navio pode ser charmosa e partircularmente divertida no take
os mortos-vivos emergem das profundezas do oceano e, numa sequência de tomadas inspiradas numa praia, cercam os dois únicos exasutos sobreviventes do pesadelo.
Bom, "Return of the Evil Dead" não é bem uma sequência de "Tombs of the Blind Dead" no sentido de que "Return..." não começa de onde o filme anterior parou e a versão para a estória original dos Templários ser completamente diferente: aqui os cavaleiros têm seus olhos queimados por aldeões enfurecidos ao invés de devorados por corvos. Aliás, tal sequência de abertura já promete mais "gore" que em "Tombs...". E a promessa se cumpre no desenrolar do filme com cenas bem violentas. Uma delas,
em que os Templários torturam uma mulher abrindo seu peito e comendo seu coração
, chega a lembrar o melhor do mestre Herschel Gordon Lewis. E tome-lhe peitinhos "fake" cortados e sangrando. Do primeiro filme da saga tem-se o canto gregoriano quando da aparição dos zumbis, o uso dos mesmíssimos takes quando da ressurreição dos cavaleiros (fato que sublinha a questão sempre presente do baixo orçamento) e a grande sacada, aqui melhor explorada, da
. Pra falar a verdade, "Return..." tem um enredo melhor e um roteiro mais ágil e bem elaborado que "Tombs..." e, por muitos, é considerado o melhor, e não apenas por ser o mais violento, filme dentre os 4 da saga. Pra melhorar, os mortos cegos ficam em cena durante a maior parte do filme e a sequência em que eles invadem o festival da cidade massacrando as pessoas é de uma brutalidade caótica muito bem dirigida. Somado a isso, o espectador ainda é brindado com a visão da face putrefata de um dos cavalos fantasma; e é bom dizer que o figurino maltrapilho dos equinos vem bem a calhar. No entanto, a sombra de "Night of the Living Dead", do querido George Romero, se faz presente quando os personagens remanescentes do massacre se trancam em uma igreja. Toda a dinâmica claustrofóbica da cena, incluindo o conflito de interesses entre os personagens, levando-se em conta ainda o recurso do fogo para espantar os zumbis com o intuito de chegar ao carro que se encontra ali perto torna impossível não traçar comparações com o clássico de 1968. Como para contrabalancear a tensão, alguns momentos de comédia, como os representados por um comissário bonachão e sua empregada que lhe concede, dentre outras coisas, favores sexuais. Momentos de graça dignos de boas pornochanchadas. De resto, o final deixa um pouco a desejar; mesmo assim, outro filme super indicado para quem consegue sentir empatia por mãozinhas cadavéricas.
Filme de zumbi que muito pouco deve à escola de Romero ou à pré-Romero, que usualmente associa os mortos-vivos com a prática do voduísmo. Em "Tombs of the Blind Dead" os zumbis são Cavaleiros Templários cegos que buscam suas vítimas pelo som que emitem e possuem um visual de múmias medievais assustador misturado ao ato de vampirismo. No mínimo original, né? As sequências
é simplesmente fantástica e o uso de tal recurso sublinha o quê quimérico delas exatamente como traduz a violência num filme de Sam Peckinpah. Em tais momentos mais inspirados o espectador tem a certeza de estar diante de uma autêntica estória gótica de fantasmas. O canto gregoriano que acompanha a aparição dos cavaleiros também contribui para tal sensação, de resto os melhores momentos da trilha sonora são quando esta soa como efeitos eletroacústicos. Tirando isso, a obra também traz outras partes ótimas, como a cena de estética mario baveana onde sob uma luz neon vermelha oscilante
, chamando a atenção dos zumbis cegos, seguido de closes sequenciais produzindo um suspense meio hitchcockeano. A cena no necrotério, com o balanço da luz como uma paródia noir, contando com a comédia na interpretação do legista seguida de uma piada de humor negro barato divertem. O final caótico e pessimista em aberto para uma nova sequência também merece destaque. No mais, de um ponto de vista estético, tem bastante coisa interessante, desde o enquadramento que faz uma fogueira causar uma nudez parcial feminina até o simples e visceral quadro de um sapo pulando numa poça de sangue. De resto, pra você que curte polêmicas,
há lesbianismo debaixo de um crucifixo, apesar do softcore ser contido, também há cavaleiros cortando uma virgem a espadadas para depois chuparem seu sangue, estupro em cemitério e criancinha chorando com a face borrifada com o sangue da mãe
; já pra você que espera um bom roteiro e boas atuações... bem, vá procurar outro filme. Dentre outras coisas, filme indicado para quem consegue sentir empatia por mãozinhas cadavéricas.
a cena dos estupradores saciando sua sede, fome e libido
, tudo misturado, é de uma brutalidade "supra-real"; além do mais, a maneira como o diretor Kaneto Shindo lida com as questões do trabalho e do sexo como sendo as raízes da natureza humana também contribuem para fincar os pés do espectador no chão. Considerando-se "Kuroneko" um filme essencialmente camponês e a característica perene nos filmes de Shindo em retratar os samurais como cretinos, e não como heróis conforme a maioria dos diretores japoneses desta época faziam; tudo isso na balança pesa para o lado de um realismo trivial, se não fosse retratado de maneira extremamente poética. Já o clima fantasmagórico deve muito à iluminação experimental, beirando o expressionismo, isso ajudado pelo set enfumaçado e pelas interpretações assustadoras dos atores, às vezes com maquiagens bisonhas que lembram mesmo um gato vindo do inferno, que vêm da tradição do teatro Kabuki. Aliás, outro recurso usado no teatro Kabuki também explorado nesta obra são pessoas penduradas em fios como se estivessem voando. Em "O Gato Preto" os fios são usados simulando e convencionando os movimentos das pessoas com a elegância de um gato, de maneira que o espectador parece estar mais em contato com um belo ballet que com uma estória de horror. Alguns outros detalhes, como o uso de "slow motion" em certas sequências; a presença quase constante de bambus nos quadros conferindo uma verticalidade a estes particular; os mesmos bambus em movimento num contexto impossível em contraposição a cenários estáticos trazendo um quê de surreal ao take;
a mecha de cabelo da mãe se movendo como a cauda de um gato negro
causando estranheza aos mais atentos - tudo, mas não só isso, somado traz uma aura preciosa e fantástica ao filme, quando não assombrosa. Bom, Shindo tentou combinar "contos de gatos" com "estórias de demônios", ambos gêneros muito populares no Japão, para criar um filme de horror. E criou, só que uma obra de terror extremamente autoral - afinal, qual filme de Kaneto Shindo não o é? Dito isto, é justo a seguinte conclusão técnica, levando-se em conta o gore, mesmo que comedido, apresentado na tela: "Kuroneko" gravita entre as tradicionais estórias de fantasmas japonesas e os filmes de horror ocidentais, naquela época mais violentos. Já a conclusão pessoal é um pouco distinta: "Kuroneko" é um filme sobre a força da mulher; e a questão do poder feminino aqui é tão forte que, quase imperceptivelmente, consegue tornar o tabu do matricídio tão insignificante quanto um floco de neve.
Muito menos um documentário sobre as origens de Neil Young que um registro visceral e orgâncio de uma performance extremamente intimista que coloca o espectador em contato, da maneira mais direta possível, com o mundo do "Sr. Pure Felling". Emocionante.
Filme fabuloso! A sensação é de que não se está vendo uma obra cinematográfica apenas, e sim olhando pelo buraco da fechadura. A fotografia de um cinza claro granulado empresta contornos documentais da época à esta ficção baseada em fatos reais. Os enxertos da sinfonia de Mahler, neurótico assumido, enfatiza tempos de angústia esquizofrênica em autações pontualmente no limite. O uso da luz dentro da própria ambientação de determinadas cenas, que em momentos causa blackouts totais, é um componente mágico na dramatização. O realismo de um Rossellini em "The Honeymoon Killers" atinge, improvavelmente, seu ápice. Tragicômico ao extremo, filho único do diretor Leonard Kastle, o filme ainda conta com cenas de assassinato de uma construção aterradora, por mais que sejam, ou talvez mesmo por isso, quase sugestivas. Esteticamente impecável e ideologicamente questionador e crítico em relação a algumas hipocrisias socias. Em meio a tudo isto, o espectador ainda é presenteado com uma "belíssima" estória de amor. Quer mais? Clássico absoluto!
Existem filmes que não resistem bem ao teste do tempo, apesar da relativa relevância que possam ter tido em seu contexto original. Este é o caso de "Strip Nude for Your Killer", um "sexy giallo" que não é tão sexy e está longe de figurar entre os melhores expoentes dos giallos da época. No entanto, o filme é válido para fãs do cinema esquisito. Algumas metáforas para questões sociais, embora um tanto ingênuas, podem ser desvendadas no desenrolar do parco enredo. Mas o que vale mesmo, para além da comédia do assassino de capacete, é a presença modesta e hipnotizante de Edwidge Fenech. Quem aí se contenta com peitinhos formosos e algum gore decorativo? Pois bem, de brinde uma interessante trilha groovie, como era comum a filmes do tipo desta era. Num todo, o saldo é positivo.
Filme sombrio e melancólico - mesmo assim, dependendo de seu senso de humor, o espectador pode até rir em dados momentos. "Dead of Night", terror de clima bem exploitation setentão, pode apresentar problemas com o ritmo de sua narrativa, que para alguns talvez pareça lenta nos seus primeiros 30 minutos, mas isto logo se mostra como parte de seu charme. O tipo de crítica à guerra, que encontra fantástica representação no angustiante "Johnny Vai à Guerra", está lá: a decomposição do indivíduo, a decadência da família e a indiferença feroz da sociedade estão bem retratados numa fotografia escura que, muitas vezes, põe o espectador num estado de alerta curioso. O gore também está bem representado em cenas como a que
. Vale conferir esta produção anglo-canadense que, de forma pouco usual, em certa sequência ainda dialoga de maneira metalinguística com o extinto ambiente de "drive-in", circuito muito presente na indústria cinematográfica americana dos anos 50 e 60 e que, inclusive, estimulava a produção de determinados gêneros de filmes.
peca em seu final, resolvido de uma maneira rápida, com a vingança dos pais sobre os dois delinquentes homens parecendo superficial; mas a coisa se recupera quando o espectador fica desolado ao perceber que a delinquente mulher, claramente de uma classe mais abastada que seus parceiros de crime e descaradamente a maior manipuladora das situações que levaram aos assassinatos da meninas, escapa impune. O choque de verdade é intenso, o MAL continua (onde foi parar o voyeur conivente com as crueldades?).
O filme, de um realismo de causar perplexidade, dá nojo da violência que retrata. Seus méritos técnicos nesse processo são muitos. O tom azulado que prevalece em tudo contrubui para a desagradável sensação de claustrofobia presente, principalmente, nas cenas que se passam dentro do trem. A montagem também é caprichosa ao criar metáforas de conotação sexual dúbia e ao causar desconforto alternando cenas de segurança familiar com as de barbaridade caótica de uma maneira quase musical. E por falar nisso, o que dizer da trilha sonora composta por Ennio Morricone? O uso da harmônica chega e lembrar "Era uma Vez no Oeste". Enfim, imperdível para fãs de filmes de horror.
Olha, por mais que faça sentido, eu ia penar pra entender "Begotten" como a sinopse acima o descreve. O filme me pareceu mais um exercício estético-estilístico, algumas vezes incômodo, outras sonolento, que por um enfoque rústico busca o estado da sensaçao pela sensação no espectador, sendo que a opção pela ausência de falas somado à sua "trilha sonora" quase hipnótica contribui pra tal intuito. Este tipo de obra, embora soe um pouco pedante e pareça visar um público mais exclusivo, geralmente já é válida só pelas discussões que costuma gerar. No caso específico deste filme, tentando ser bem objetivo, parece que botaram o fotógrafo Joel-Peter Witkin para assistir "O Massacre da Serra Elétrica" e alguns filmes do Cinema Novo brasileiro e depois colocaram uma câmera com o negativo vencido em suas mãos para que ele desenvolvesse suas ideias. Válido.
Ter Jerry "The Killer" Lee Lewis no elenco é o suficiente para despertar meu interesse por qualquer filme. E foi achando que iria ver mais um "rock'n'roll movie" do naipe do ótimo "The Girl Can't Help It" e do interessante "Jamboree" que fui me aventurar a assistir "High School Confidential!" - alguma associação também deve ter sido feita com o título "Rock'n'Roll High School", filme que conta com a participação dos Ramones. Enfim, no começo, enquanto Jerry Lee apresentava sua explosiva canção homônima da obra de que faz parte, minhas expectativas se mantiveram; mas não demorou muito para que elas fossem desviadas. Curiosamente, o único rock que o espectador ouve, e mesmo assim esporadicamente, é a música interpretada pelo "The Killer"; de resto, a trilha é muito mais composta por bebops - fato condizente com a estória que, em alguns momentos, flerta com a cultura beatnick, cultura esta que foi embalada por tal estilo de jazz. Para minha surpresa, em seu desenrolar, "High School Confidential!" vai se mostrando mais como uma espécie de "Juventude Transviada" do Capeta do que um "Rock Around the Clock" revisto. O filme de Jack Arnold, diretor dos fantásticos "Creature from the Black Lagoon" e "The Incredible Shrinking Man" é um drama que lida com famílias despedaçadas, ignorantes, incesto e drogas de maneira um tanto direta, sem deixar a ação de corridas, pancadarias e tiroteios que, no mínimo, faziam certa parte do imaginário da juventude americana da época de lado. Tudo bem,
e a questão dos entorpecentes é tratada de um jeito moralista que, hoje em dia, beira o risível; mas contextualizemos o filme em seu tempo e lhe demos o devido desconto. Aliás, mesmo com tais questões, a carga do enredo de Arnold, numa comparação um tanto quanto injusta, pois há uma diferença de 3 anos entre os filmes, faz a emblemática rebeldia sem causa de Nicholas Ray parecer a de um anjinho melancólico. Outro destaque do filme é a presença de Mamie Van Doren, um dos três míticos "M's" platinados de Hollywood. Muito legal.
Policial atípico e bom demais. Se por um lado, as sombras esfumaçadas do "noir" se fazem presentes, planos excessivamente longos para o cinema americano da época ajudam na construção do clima oniricamente tenso que permeia "Escravas do Medo". O quê "felliniano" da obra fica bastante aparente em cenas como a que
No Tears for the Damned
3.0 2Eu acredito que a melhor maneira de se conhecer alguém é vasculhando sua lixeira. E o mesmo pode-se dizer sobre o cinema americano: é assistindo seus filmes Z, principalmente das décadas de 50, 60 e 70 que, de raspas em restos, entendemos seus hábitos e rotinas sociais. Lá, no lixo, entre segredos amassados que, muitas vezes, descambam em pudores bolorentos, há o reflexo de nós mesmos. Os filmes Z, querendo nada mais que a grana do espectador, acabam por desvendar anseios ocultos de e para uma sociedade doente. Não é à toa que o cinemão mainstream, geralmente, chafurda em hipocrisia. Principalmente hoje em dia. Mas esse já é outro papo.
“No Tears for the Damned”, exploitation de 1968, é um filme Z por excelência. Coloque aí uma espécie de Psicose com “Blood Feast” e toques de “Carnival of Souls” com “go-go girls”. O tema do filme, que voa em torno de um “serial killer” oprimido por uma mãe narcisista, já é em si pegajoso como fita adesiva para moscas. A fotografia em p&b é pouco profissional. Granulada e, muitas vezes, grotescamente fora de foco acaba por, sem querer, muitas vezes contribuir para o aspecto sujo do filme. Sujeira suada que tem seu ápice na “mise-en-scène” ao mesmo tempo pobre, crua e carnavalesca dos assassinatos.
Aliás, a crueza aqui é um fator chave. Especialmente ao considerarmos as (más) atuações do elenco como um todo. Das brechas dos erros aqui cometidos, é possível observar um mix de elementos que podem nos remeter tanto ao “cinéma vérité” quanto ao neorrealismo italiano. Destaque aqui para Robert Dix. Sua personificação de um Norman Bates afetado e mambembe, que mais parece um filho de James Stewart com Rock Hudson, deixaria Rossellini de queixo caído!
E o passeio de minha mente por associações particulares ganha contornos oníricos quando o filme usa Las Vegas, com sua aura brega e artificial, como pano de fundo para um universo fraturado por um trabalho de continuidade desleixado. O longo take de um carrossel com mulheres de topless e uma artista que quando canta é uma pessoa ao passo que, quando dança, é outra completamente diferente, acabam por, involuntariamente, provocar uma certa sensação de irrealidade no espectador. E tal sensação prospera se notarmos os efeitos sonoros despejados sobre o filme de maneira avulsa, assim como despejo farinha sobre meu feijão, profusamente e com gosto. Irrealidade ou surrealismo? A trilha sonora, composta de um rock ‘n’ roll barato, não responde; mas certamente proporciona alívio cômico ao pretender emoldurar um comportamento transgressivo do qual o retrato transborda ingenuidade.
Eu curti “No Tears for the Dammed”. Ao seu fim, me senti como que acordando de um “pesadelo molhado” de quinta categoria. Tanto que tomei um banho. Mas vocês já sabem minha opinião sobre filmes Z. Eu sou do tipo que sorri com filmes malditos. E do tipo que também derrama lágrimas por filmes malditos.
She Freak
2.6 4 Assista AgoraSingela homenagem ao irretocável clássico "Freaks", de Tod Browning, escrita e produzida por David Friedman, um dos papas do cinema exploitation, fã declarado do filme de 1932 e de espetáculos itinerantes, "She Freak" é uma joiazinha tosca.
Dirigida por Byron Mabe, não apresenta nudez ou violência mais explícita. Ponto negativo? Pois bem, apesar das evidentes restrições orçamentárias da produção, "She Freak" consegue passar sua atmosfera circense com sucesso. E mais, as maquiagens das aberrações são relativamente convincentes e um sentimento de doença e danação infecta todo o filme como que escondido por trás das distrações "inofensivas" do parque.
Pra fechar,
a aparição da protagonista transformada em aberração
White Slaves of Chinatown
2.4 1 Assista AgoraOk. A recorrência constante à música de contorno oriental, às vezes, dá no saco; e se a narração em off e captação de imagens parecem datar o filme, por outro lado remetem à possível caracterização de formatos documentais cuja a pseudo-veracidade tanto fascinava os espectadores/voyeurs dos anos 60. Dito isto, "White Slave of Chinatown", primeiro filme da "série Olga", pode ser considerado a pedra fundamental dos "kinkies", vertente do exploitation mais centrada no caráter fetichista de libertinos em seu jogo sexual de dominação sadomasoquista. A obra de Mawra estabelece clichês que iriam marcar boa parte das posteriores produções conhecidas como w.i.p. (women in prision) e suas variações, muitas vezes exemplificadas pelos nazi e nunsploitation. É História.
Vase de Noces
2.6 72Eis a questão central de "Vase de Noces": até que ponto o ser humano é diferente dos outros animais? Ou até que ponto os outros animais diferem dos seres humanos? Ver este filme e deixar que tais questionamentos sejam eclipsados por temas como a zoofilia e a coprofagia é tão equivocado quanto ler "Lolita" e, focado na pedofilia, ignorar a paixão deslumbrante que jorra do texto de Nabokov.
No decorrer da obra, o espectador mais sensível vivencia uma organicidade quase palpável. Seu clima estranhamente onírico é ressaltado por uma trilha sonora dialética. A fotografia, de um preto e branco muito bonito, trabalha com todos os elementos em cena, que parecem escolhidos a dedo: cenário, figurino e até a cor dos bichos contribuem na criação de uma fugaz harmonia quase tátil. Os enquadramentos, muitas vezes de uma simetria encantadora na interação com o ambiente do filme, são belos e representativos; dentre outras coisas, extremamente eficazes em certos objetivos, como a "humanização animal", por meio de "closes". No mais, a interpretação do protagonista é muito boa, provocando a imersão de quem o acompanha em seu mundo particular, onde hábitos se fundem aos instintos.
"Vase de Noces" trabalha a dicotomia homem/animal de forma tão poética que seu desfecho leva à outra questão: seria o homem o pior dos bichos? E mais: seria a solidão humana fruto da tamanha maldade que lhe é natural? Diante disso, nem é paradoxal que um exercício cinematográfico tão válido se utilize de crueldade real contra animais para seus fins.
Chuck Berry - O Mito do Rock
4.3 19Uma vez subi no palco em uma apresentação de Chuck Berry no intuito de tocar em sua mão. Depois que consegui, dois brutamontes saídos das sombras me empurraram de um altura de 3 metros. Ao assitir a este documentário, me senti tão incertamente energizado como quando caía daquele palco.
Bem, não é exatamente uma novidade o fato da música de Chuck bater em seus ouvintes como uma onda e, infalivelmente, carregá-los numa soca de comoções extasiantes. E o show registrado no "Fox Theatre" de "St. Louis", que conta com o "Stone" Keith Richards liderando a banda de apoio, e participações valiosas como as de Etta James e Eric Clapton, sublinha tal afirmação.
O lado humano do trovador também é abordado no processo de elaboração do show e em algumas entrevistas. "Chuck Berry - O Mito do Rock" mostra ao espectador a pessoa de temperamento extremamente difícil, ultra-empreendedora e canastrona, no jeito em que procura esconder polêmicas passadas em sua vida, por trás do genial "entertainer" e músico.
De resto, depoimentos acerca de Chuck de gente como Jerry Lee Lewis, John Lennon, Roy Orbison e uma cena antológica com Bo Diddley, Little Richard e o próprio Chuck Berry conversando num mesmo cômodo. Dá pra perder? Roqueiros de todo mundo, uni-vos por este filme! Hail! Hail! Chuck Berry!
Guts of a Virgin
2.6 9Em "Entrails of a Virgin" a estética do "Pink Movie" japonês é permeada por elementos do gênero de horror, ficando a impressão de que Walerian Borowczyk encontra "Sexta-Feira 13". Original, no mínimo. Aliás, a maioria das cenas de morte é muito interessante, com a edição concomitantemente misturando imagens distintas que dão fortes dimensões à recepção do espectador. Uma pena que a questão da empatia com os personagens seja tão mal trabalhada, causando pouca comoção em quem acompanha o filme. Mesmo assim, experiência válida e capaz de causar respostas fisiológicas diretas.
Pesadelo
3.2 26Obra-prima da tosqueira completa na versão "uncut" no youtuba!!!
http://www.youtube.com/watch?v=ANGxuNVzM9k
O Sadismo de Shogun 3: Torturas Brutais
3.7 2Verdadeiro horror preenchido com muito sangue e "bondage" com cordas captado em enquadramentos tão belos e angustiantes quanto qualquer uma das fotografias do mestre Araki que abordam o tema.
"Inferno of Torture" e seu diretor Teruo Ishii ainda não receberam a devida importância que merecem. Quando colocados na linha evolutiva história do cinema extremo e de horror, fica claro seu caráter precursor, especialmente ao se considerar ramificações mais modernas, como a controversamente denominada de "torture porn".
O filme, que já começa com
uma lança sendo introduzida na vagina de uma mulher, fazendo seu sangue jorrar é
Alguma influência do divino Marquês de Sade, especialmente de seu livro "Justine", pode ser captada no enredo que, no entanto, não apresenta fins filosóficos. Lá para o final da obra surge a questão extremamente presente na cultura oriental do respeito e admiração entre adversários, mas de uma perspectiva também bem pouco filosófica. Em "Inferno..." não há espaço para a dialética, a violência é uma consequência, sem causa, ponto que torna sua perversidade enquanto obra de arte ainda mais pungente.
De resto, algumas cenas são de uma beleza estética mórbida
(como aquela em que uma mulher é amarrada a um crucifixo que bóia no meio do oceano enquanto fogo na água a cerca)
(como aquela em que meninas dançam com suas tatuagens fluorescentes no escuro)
O filme é tenso. Nem mesmo o toque de comédia que conta com a presença dos gays homens afrouxa a tensão geral. E quem quer "relaxar" vendo um filme chamado "Inferno of Torture"? Para seus fins, um filmásso!
Demonia
2.6 30O quê?
Freiras jogando recém-nascidos no fogo? Gatinhos, até então inofensivos, usando da destreza de suas patinhas para desfigurar a face de sua dona? Carnes se vingando de um açougueiro, que acaba congelado com a língua pregada num toco de madeira?
Em "Demonia", o "gore" safado e os efeitos especias "nas coxas", geralmente, são eclipsados pelo todo da idéia: como exemplo, o espectador pode lembrar da cena em que
um boneco simplesmente escroto é partido ao meio deixando seu recheio feito das vísceras de algum animal desafortunado à mostra; acontece que tal boneco, no enredo, é o pai do menino que está assistindo esta cena terrível, e ele acaba por correr para sua mãe coberto de sangue paterno.
Se as próteses não ajudam, ou não são tão importantes quanto a imagem final que exprimem, há um "refinado" apuro técnico nas sequências dos pesadelos da protagonista, em que o embaçado e o fora de foco atuam na confusão de uma irrealidade vertiginosa. Tal irrealidade também pode vir à tona de maneira eficaz quando o tom neon azul/vermelho mario baveano de iluminação predomina.
Trilha sonora? Capaz de causar esquizofrenia, quando deve e ser econômica, quando pode. Roteiro? Os personagens não causam empatia e seu desfecho é pífio, com o adendo de que a ideia de freiras hereges já havia sido muito e melhor exlporada nos "nunsploitation" da vida dos anos 70. E daí?
Choque pelo choque, brutalidade pela brutalidade, diversão por diversão. É isso. Fãs do grotesco, venham sem medo!
A Noite das Gaivotas
3.4 25Bom desfecho para a franquia "Blind Dead". Alguns podem comparar o enredo central da estória, que inclui uma tradição local de deificar entidades antigas a clássicos do escritor H.P. Lovecraft como "The Shadow Over Innsmouth" e "Dagon". Forçação de barra. Fato que não quer dizer que não haja sacadas poéticas,
como as gaivotas que aparecem à noite representando as almas das meninas que já foram sacrificadas.
O roteiro ajuda a dar bom ritmo a “Night of the Seagulls”, que embora apresente pouca nudez e apelo sexual, não poupa o espectador de cenas bem violentas, como a de um coração sendo removido e mostrado pra câmera, mais uma vez lembrando o gore colorido do Sr. Herschel Gordon Lewis; e alguns takes bem nojentos que incluem caranguejos passeando por entre os restos mortais das vítimas desmembradas.
Além de belas tomadas dos Templários cavalgando pela praia, outro ponto positivo está na empatia que Ossorio consegue criar entre o espectador e seus protagonistas,
forasteiros que acabam de chegar numa comunidade que lhes é estranha tentando entendê-la para ajudá-la. Acaba que eles se esforçam em proteger um retardado e uma das meninas que seria sacrificada. Mas o diretor não amolece e ambos, tanto o retardado quanto a menina, acabam morrendo.
As sequências dos locais levando as meninas para serem sacrificadas pelos Templários na praia é perturbadora e o jeito que eles maltratam o retardado acima citado, somado ao fato da facilidade que teriam para destruir os zumbis,
Aqui, como no filme anterior, não há menção ao monastério de Berzano; fato que não impede Ossorio de usar os mesmos takes dos dois primeiros filmes para mostrar os Templários saindo de suas tumbas. Aliás, os zumbis ficam pouco tempo em cena e são quase periféricos ao enredo, mas sempre que aparecem, são eficazes em captar a atenção até dos mais distraídos.
Comparações com "Night of the Living Dead" de Romero poderiam ser feitas,
quando os zumbis cercam a casa onde se encontram os quatro sobreviventes, enfiando suas mãozinhas cadavéricas por cada fresta possível:
Por fim, o perecer dos Templários é horrendamente divertido,
com sangue jorrando aos borbotões de seus olhos sem órbitas.
O Galeão Fantasma
3.0 20De longe, o pior filme dentre os 4 da Saga dos Blind Dead. Os personagens não causam entusiasmo, fazendo com que o espectador torça pelos zumbis, o que não parece ser a intenção de Ossorio. Pra piorar, a trama se arrasta em longas sequências de mulheres perambulando pelos decks e corredores do navio enquanto os mortos-vivos, quando as atacam, arrastam-nas PARA FORA DO QUADRO afim as matá-las. Como que pra compensar tal fiasco, a melhor cena, e mais gráfica,
é a da morte de uma loura. Esta começa sendo estrangulada por uma mãzinha cadavérica sendo então desmembrada com os seres a sua volta desfrutando de seus restos mortais de maneira gustativa.
A noção de um navio existente na sua própria dimensão de zona temporal é bem conduzida e a neblina que constantemente envolve o cenário como um personagem à parte muito provavelmente influenciou o superior filme com navio fantasma "The Fog", de John Carpenter (1979).
Apesar de sempre apresentarem um visual "ótimo", os Templários parecem não funcionar tão bem longe da terra, onde sua já clássica
cavalgada em "slow motion"
Dependendo do ponto de vista, a malfeita maquete que representa o navio pode ser charmosa e partircularmente divertida no take
em que se incendeia
os mortos-vivos emergem das profundezas do oceano e, numa sequência de tomadas inspiradas numa praia, cercam os dois únicos exasutos sobreviventes do pesadelo.
O Retorno dos Mortos Vivos
3.3 31 Assista AgoraBom, "Return of the Evil Dead" não é bem uma sequência de "Tombs of the Blind Dead" no sentido de que "Return..." não começa de onde o filme anterior parou e a versão para a estória original dos Templários ser completamente diferente: aqui os cavaleiros têm seus olhos queimados por aldeões enfurecidos ao invés de devorados por corvos.
Aliás, tal sequência de abertura já promete mais "gore" que em "Tombs...". E a promessa se cumpre no desenrolar do filme com cenas bem violentas. Uma delas,
em que os Templários torturam uma mulher abrindo seu peito e comendo seu coração
Do primeiro filme da saga tem-se o canto gregoriano quando da aparição dos zumbis, o uso dos mesmíssimos takes quando da ressurreição dos cavaleiros (fato que sublinha a questão sempre presente do baixo orçamento) e a grande sacada, aqui melhor explorada, da
cavalgada em "slow motion"
Pra melhorar, os mortos cegos ficam em cena durante a maior parte do filme e a sequência em que eles invadem o festival da cidade massacrando as pessoas é de uma brutalidade caótica muito bem dirigida. Somado a isso, o espectador ainda é brindado com a visão da face putrefata de um dos cavalos fantasma; e é bom dizer que o figurino maltrapilho dos equinos vem bem a calhar.
No entanto, a sombra de "Night of the Living Dead", do querido George Romero, se faz presente quando os personagens remanescentes do massacre se trancam em uma igreja. Toda a dinâmica claustrofóbica da cena, incluindo o conflito de interesses entre os personagens, levando-se em conta ainda o recurso do fogo para espantar os zumbis com o intuito de chegar ao carro que se encontra ali perto torna impossível não traçar comparações com o clássico de 1968.
Como para contrabalancear a tensão, alguns momentos de comédia, como os representados por um comissário bonachão e sua empregada que lhe concede, dentre outras coisas, favores sexuais. Momentos de graça dignos de boas pornochanchadas.
De resto, o final deixa um pouco a desejar; mesmo assim, outro filme super indicado para quem consegue sentir empatia por mãozinhas cadavéricas.
A Noite do Terror Cego
3.3 63Filme de zumbi que muito pouco deve à escola de Romero ou à pré-Romero, que usualmente associa os mortos-vivos com a prática do voduísmo. Em "Tombs of the Blind Dead" os zumbis são Cavaleiros Templários cegos que buscam suas vítimas pelo som que emitem e possuem um visual de múmias medievais assustador misturado ao ato de vampirismo. No mínimo original, né?
As sequências
dos zumbis cavalgando em "slow motion"
Tirando isso, a obra também traz outras partes ótimas, como a cena de estética mario baveana onde sob uma luz neon vermelha oscilante
uma zumbi seminua caminha num corredor por entre manequins
Outra sequência muito legal é a do
palpitar do coração da vítima em potencial
No mais, de um ponto de vista estético, tem bastante coisa interessante, desde o enquadramento que faz uma fogueira causar uma nudez parcial feminina até o simples e visceral quadro de um sapo pulando numa poça de sangue.
De resto, pra você que curte polêmicas,
há lesbianismo debaixo de um crucifixo, apesar do softcore ser contido, também há cavaleiros cortando uma virgem a espadadas para depois chuparem seu sangue, estupro em cemitério e criancinha chorando com a face borrifada com o sangue da mãe
Dentre outras coisas, filme indicado para quem consegue sentir empatia por mãozinhas cadavéricas.
O Gato Preto
4.1 54 Assista AgoraFilme lindo de representações quase pictóricas que contrapõem o realismo ao onírico. Por exemplo,
a cena dos estupradores saciando sua sede, fome e libido
Já o clima fantasmagórico deve muito à iluminação experimental, beirando o expressionismo, isso ajudado pelo set enfumaçado e pelas interpretações assustadoras dos atores, às vezes com maquiagens bisonhas que lembram mesmo um gato vindo do inferno, que vêm da tradição do teatro Kabuki. Aliás, outro recurso usado no teatro Kabuki também explorado nesta obra são pessoas penduradas em fios como se estivessem voando. Em "O Gato Preto" os fios são usados simulando e convencionando os movimentos das pessoas com a elegância de um gato, de maneira que o espectador parece estar mais em contato com um belo ballet que com uma estória de horror.
Alguns outros detalhes, como o uso de "slow motion" em certas sequências; a presença quase constante de bambus nos quadros conferindo uma verticalidade a estes particular; os mesmos bambus em movimento num contexto impossível em contraposição a cenários estáticos trazendo um quê de surreal ao take;
a mecha de cabelo da mãe se movendo como a cauda de um gato negro
Bom, Shindo tentou combinar "contos de gatos" com "estórias de demônios", ambos gêneros muito populares no Japão, para criar um filme de horror. E criou, só que uma obra de terror extremamente autoral - afinal, qual filme de Kaneto Shindo não o é? Dito isto, é justo a seguinte conclusão técnica, levando-se em conta o gore, mesmo que comedido, apresentado na tela: "Kuroneko" gravita entre as tradicionais estórias de fantasmas japonesas e os filmes de horror ocidentais, naquela época mais violentos. Já a conclusão pessoal é um pouco distinta: "Kuroneko" é um filme sobre a força da mulher; e a questão do poder feminino aqui é tão forte que, quase imperceptivelmente, consegue tornar o tabu do matricídio tão insignificante quanto um floco de neve.
Neil Young Journeys
4.0 1Muito menos um documentário sobre as origens de Neil Young que um registro visceral e orgâncio de uma performance extremamente intimista que coloca o espectador em contato, da maneira mais direta possível, com o mundo do "Sr. Pure Felling". Emocionante.
Lua de Mel de Assassinos
3.9 18Filme fabuloso! A sensação é de que não se está vendo uma obra cinematográfica apenas, e sim olhando pelo buraco da fechadura. A fotografia de um cinza claro granulado empresta contornos documentais da época à esta ficção baseada em fatos reais.
Os enxertos da sinfonia de Mahler, neurótico assumido, enfatiza tempos de angústia esquizofrênica em autações pontualmente no limite. O uso da luz dentro da própria ambientação de determinadas cenas, que em momentos causa blackouts totais, é um componente mágico na dramatização.
O realismo de um Rossellini em "The Honeymoon Killers" atinge, improvavelmente, seu ápice. Tragicômico ao extremo, filho único do diretor Leonard Kastle, o filme ainda conta com cenas de assassinato de uma construção aterradora, por mais que sejam, ou talvez mesmo por isso, quase sugestivas.
Esteticamente impecável e ideologicamente questionador e crítico em relação a algumas hipocrisias socias. Em meio a tudo isto, o espectador ainda é presenteado com uma "belíssima" estória de amor. Quer mais?
Clássico absoluto!
Nua Para o Assassino
3.0 12Existem filmes que não resistem bem ao teste do tempo, apesar da relativa relevância que possam ter tido em seu contexto original. Este é o caso de "Strip Nude for Your Killer", um "sexy giallo" que não é tão sexy e está longe de figurar entre os melhores expoentes dos giallos da época.
No entanto, o filme é válido para fãs do cinema esquisito. Algumas metáforas para questões sociais, embora um tanto ingênuas, podem ser desvendadas no desenrolar do parco enredo. Mas o que vale mesmo, para além da comédia do assassino de capacete, é a presença modesta e hipnotizante de Edwidge Fenech. Quem aí se contenta com peitinhos formosos e algum gore decorativo? Pois bem, de brinde uma interessante trilha groovie, como era comum a filmes do tipo desta era. Num todo, o saldo é positivo.
Sonho de Morte
3.6 24Filme sombrio e melancólico - mesmo assim, dependendo de seu senso de humor, o espectador pode até rir em dados momentos. "Dead of Night", terror de clima bem exploitation setentão, pode apresentar problemas com o ritmo de sua narrativa, que para alguns talvez pareça lenta nos seus primeiros 30 minutos, mas isto logo se mostra como parte de seu charme.
O tipo de crítica à guerra, que encontra fantástica representação no angustiante "Johnny Vai à Guerra", está lá: a decomposição do indivíduo, a decadência da família e a indiferença feroz da sociedade estão bem retratados numa fotografia escura que, muitas vezes, põe o espectador num estado de alerta curioso. O gore também está bem representado em cenas como a que
o médico é assassinado
Vale conferir esta produção anglo-canadense que, de forma pouco usual, em certa sequência ainda dialoga de maneira metalinguística com o extinto ambiente de "drive-in", circuito muito presente na indústria cinematográfica americana dos anos 50 e 60 e que, inclusive, estimulava a produção de determinados gêneros de filmes.
Entes Queridos
3.5 498Divertidíssmo filme australiano de horror adolescente. Um dos melhores de tal vertente que já vi. Sem mais.
Assassinatos do Expresso da Meia-Noite
3.2 11Ótimo exemplar de exploitation perverso. Uma espécie de "The Last House on the Left" italiano, "Night Train Murders"
peca em seu final, resolvido de uma maneira rápida, com a vingança dos pais sobre os dois delinquentes homens parecendo superficial; mas a coisa se recupera quando o espectador fica desolado ao perceber que a delinquente mulher, claramente de uma classe mais abastada que seus parceiros de crime e descaradamente a maior manipuladora das situações que levaram aos assassinatos da meninas, escapa impune. O choque de verdade é intenso, o MAL continua (onde foi parar o voyeur conivente com as crueldades?).
O filme, de um realismo de causar perplexidade, dá nojo da violência que retrata. Seus méritos técnicos nesse processo são muitos. O tom azulado que prevalece em tudo contrubui para a desagradável sensação de claustrofobia presente, principalmente, nas cenas que se passam dentro do trem. A montagem também é caprichosa ao criar metáforas de conotação sexual dúbia e ao causar desconforto alternando cenas de segurança familiar com as de barbaridade caótica de uma maneira quase musical. E por falar nisso, o que dizer da trilha sonora composta por Ennio Morricone? O uso da harmônica chega e lembrar "Era uma Vez no Oeste".
Enfim, imperdível para fãs de filmes de horror.
Begotten
3.2 348Olha, por mais que faça sentido, eu ia penar pra entender "Begotten" como a sinopse acima o descreve. O filme me pareceu mais um exercício estético-estilístico, algumas vezes incômodo, outras sonolento, que por um enfoque rústico busca o estado da sensaçao pela sensação no espectador, sendo que a opção pela ausência de falas somado à sua "trilha sonora" quase hipnótica contribui pra tal intuito.
Este tipo de obra, embora soe um pouco pedante e pareça visar um público mais exclusivo, geralmente já é válida só pelas discussões que costuma gerar. No caso específico deste filme, tentando ser bem objetivo, parece que botaram o fotógrafo Joel-Peter Witkin para assistir "O Massacre da Serra Elétrica" e alguns filmes do Cinema Novo brasileiro e depois colocaram uma câmera com o negativo vencido em suas mãos para que ele desenvolvesse suas ideias. Válido.
Escola do Vício
3.6 1Ter Jerry "The Killer" Lee Lewis no elenco é o suficiente para despertar meu interesse por qualquer filme. E foi achando que iria ver mais um "rock'n'roll movie" do naipe do ótimo "The Girl Can't Help It" e do interessante "Jamboree" que fui me aventurar a assistir "High School Confidential!" - alguma associação também deve ter sido feita com o título "Rock'n'Roll High School", filme que conta com a participação dos Ramones.
Enfim, no começo, enquanto Jerry Lee apresentava sua explosiva canção homônima da obra de que faz parte, minhas expectativas se mantiveram; mas não demorou muito para que elas fossem desviadas. Curiosamente, o único rock que o espectador ouve, e mesmo assim esporadicamente, é a música interpretada pelo "The Killer"; de resto, a trilha é muito mais composta por bebops - fato condizente com a estória que, em alguns momentos, flerta com a cultura beatnick, cultura esta que foi embalada por tal estilo de jazz.
Para minha surpresa, em seu desenrolar, "High School Confidential!" vai se mostrando mais como uma espécie de "Juventude Transviada" do Capeta do que um "Rock Around the Clock" revisto. O filme de Jack Arnold, diretor dos fantásticos "Creature from the Black Lagoon" e "The Incredible Shrinking Man" é um drama que lida com famílias despedaçadas, ignorantes, incesto e drogas de maneira um tanto direta, sem deixar a ação de corridas, pancadarias e tiroteios que, no mínimo, faziam certa parte do imaginário da juventude americana da época de lado.
Tudo bem,
o final é feliz
Outro destaque do filme é a presença de Mamie Van Doren, um dos três míticos "M's" platinados de Hollywood. Muito legal.
Escravas do Medo
3.8 14Policial atípico e bom demais. Se por um lado, as sombras esfumaçadas do "noir" se fazem presentes, planos excessivamente longos para o cinema americano da época ajudam na construção do clima oniricamente tenso que permeia "Escravas do Medo". O quê "felliniano" da obra fica bastante aparente em cenas como a que
Kelly Sherwood vai, supostamente, encontrar o criminoso em um bar: trapezistas, dançarinas e boêmios são registrados dos ângulos mais criativos
como a aérea do estádio de beisebol
Noites de Terror
2.9 22Clássico. Este filme tem a melhor sequência de assassinato já feita num "slasher":
falo da parte em que a mulher está se masturbando na banheira até o momento em que está sendo examinada pelo legista.