Um filme que não é pra ser levado a sério, assumidamente um produto para vender mais livros. Apesar disso, é eficaz na sua trama bobinha. Por vezes, parece uma mescla de "Monster Squad" com "Jumanji". Pelos trailers, achei que não ia gostar das criaturas. Mas na verdade, apesar da grande maioria ser feita de computação gráfica esta não incomoda. É bem feita, e tem personalidade (adquirindo um traço cartunesco, que lembra o das capas dos livros). Pros fãs da série de livros, acredito que faltou de fato um leve elemento de terror. Mas mesmo assim, "Goosebumps" tem o mérito de trazer os livros para o conhecimento das crianças e por proporcionar uma trama divertida envolvendo criaturas clássicas do horror da cultura pop.
Com direção e efeitos visuais impecáveis, "Warcraft" é um filme feito para os fãs. Sem explicar ou adicionar camadas aos seus personagens (com exceção de Durotan), e muito menos introduzindo aquele universo rico ao espectador. Outro sério problema é a atuação de Travis Fimmel, que nunca consegue mudar sua expressão de "estou confuso". Mas no geral, o elenco é extremamente competente. A impressão que têm-se ao final do longa, é de que os realizadores tentaram introduzir um épico de fantasia aos moldes de "O Senhor dos Anéis". Porém, optaram por começar a trilogia pelo 3o filme. Ou então, a melhor analogia possível: é como se alguém te botasse pra jogar um game, sem explicar a história, contexto, personagens (ou comandos). É belo, e até divertido por vezes. Mas é inegável, que havia maneira melhor de introduzir o universo Warcraft ao cinema.
Um filme que começa muito bem, apostando numa faceta mais desonrada e suja da Segunda Guerra pouco vista. Mas que de nada adianta, quando no seu terço final o filme abraça TODOS os clichês do gênero.
Por si só, o filme é extremamente competente. A direção de Bryan Singer é excepcional, as cenas de ação são muito interessantes (graças ao uso dos poderes de Blink), o elenco nunca esteve melhor (reunindo ambas as gerações de X-Men). O problema real do encontra-se quando o analisamos com o resto dos filmes. Certas coisas são esquecidas, e outras jamais explicadas. Como é o caso da morte de Xavier, e sua ressurreição (o espectador jamais recebe uma explicação a isso). Ou então as garras de adamantiun de Wolverine voltarem. Apesar desses problemas de cronologia bagunçada, "Dias de um Futuro Esquecido" é um longa de quadrinhos acima da média.
Apesar de ser um filme que se assume como produto multimilionário, tenha cenas que se analisadas com mais atenção revelam-se estúpidas (alguém correr de salto alto por uma floresta, alguém cair no rio e logo depois acender uma tocha com os "fósforos escondidos no bolso"), Jurassic World é inegavelmente divertido e bem produzido. Além de ter sequências verdadeiramente bem dirigidas (o ataque dos pterodáctilos).
Tendo como inspiração o cinema de John Carpenter, "It Follows" é um sopro de originalidade em um gênero que infelizmente, se desgasta cada vez mais com sequências e remakes. O diretor David Robert Mitchell não apenas faz um filme impecável, mas ainda consegue provocar arrepios na espinha do espectador. Sem apelar pros jump scares, ou outros meios desonestos. Analisando-se a fundo, talvez o maior mérito do filme seja de sim, mostrar a criatura agindo (e cometendo atos inomináveis), mas de jamais explica-la (origem, sua forma original, fraquezas, etc). Um elemento presente em obras-primas do terror como "O Enigma de Outro Mundo", e "It" (o livro, não a adaptação cinematográfica). E seguindo de maneira exemplar, a fala do grande mestre do horror, H.P. Lovecraft: "o mais antigo e mais forte de todos os medos, é o medo do desconhecido".
Muitos pensam que o problema de "Superman III" é seu estilo mais leve, mas a verdade é que até a metade da projeção, o longa funciona muito bem. A sequência "comédia de erros" que abre o filme, é divertidíssima (além de mostrar quão necessário é o Superman). Porém, quando vemos os vilões do filme, é impossível não se decepcionar. Bobos, ridículos e sem sentido (desafio qualquer um a explicar qual é o plano). Uma pena, visto que analisando-se os poucos méritos do filme, existia boa intenção por trás. Mas, de boas intenções o inferno está cheio.
Não creio que seja justificável criticar "Pan" por conta de seu tom leve, se analisarmos o conteúdo presente na obra de J.M Barrie veremos que os realizadores foram bastante coerentes na adaptação. O problema real do filme, se encontra nos seus excessos visuais. Sim, Joe Wright faz mais um filme visualmente deslumbrante. Porém, é visível que em certos momentos a produção se entusiasmou demais com seu material (que convenhamos, é extremamente imaginativo), e criou certos aspectos que em tela não funcionam bem. Como por exemplo, todos os momentos que os pássaros esqueletos (uma boa ideia, prejudicada por um cgi artificial) surgem em tela. Outro problema do filme, encontra-se nas quebras de ritmo (o encontro com as sereias é injustificável narrativamente, apenas para inserir mais elementos do livro) e em certas redundâncias do roteiro (o diálogo sobre a chave da porta das fadas, o próprio filme parece perceber a tolice por trás). Ainda assim, o filme está longe de ser a bomba que os críticos diziam. Criatividade e imaginação brotam em cada frame, e os atores são extremamente competentes (destaques para Hugh Jackman e Garret Hedlund, o 1o se divertindo horrores no papel de um pirata/astro do rock e o 2o esculpindo a personalidade do Capitão Gancho). Uma pena que pelos resultados de bilheteria, jamais veremos o desenvolvimento do confronto entre Peter e Hook.
Tendo como tema principal, a natureza dos homens, No Coração do Mar é um filme que não esconde seus questionamentos. Percebam como o narrador afirma no início do filme "Ansiávamos por sermos chamados de homens". E a grande verdade, é que não é só este personagem que tenta se provar como homem ao longo do filme. Os personagens de Chris Hemmsworth e Benjamin Walker passam grande parte da narrativa, numa batalha de egos característica de crianças. E essa batalha, num contexto de um navio baleeiro em 1820, poderia ser (e foi) fatal para a tripulação. Tendo como representação perfeita disto a baleia branca.
Como homenagem aos clássicos do terror, não tem o que reclamar da estréia de Eli Roth no cinema. Referências brotam a cada segundo (O Iluminado, Evil Dead, O Despertar dos Mortos, Sexta-Feira 13, The Thing), fazendo com que o fã de horror abra um sorriso durante boa parte do filme. Contudo, é necessário afirmar que o longa é extremamente amador. Os efeitos especiais são tosquíssimos, os atores fazem o que podem pra dar alguma emoção a personagens unidimensionais, vários elementos do roteiro não adicionam nada à trama (o que dizer do policial que mais parece ter saído de Twin Peaks?). A grande verdade é que Cabana do Inferno é uma amalgama de todos os filmes de terror que Eli Roth assistiu na juventude: dos bons aos ruins. Vale a pena também notar a sutileza com a qual o diretor ressalta a estupidez e o preconceito dos norte-americanos, chegando ao ponto de inserir uma cena na qual o grupo de jovens (brancos, saudáveis e bonitos) abandonam um dos seus porque este "está infectado". Interessante e divertido, mas se você busca uma sátira melhor bem feita assista O Segredo da Cabana e seja feliz.
o filme fala sobre uma família má. Eles se odeiam, não possuem moral alguma, não tem qualquer intenção de mudar. Só querem ganhar dinheiro. Assim, como o personagem Fausto, vendem sua alma (simbolizada aqui pela irmã caçula, o único resquício de bondade presente na família) para o diabo (Joe). Percebam como que ao final do filme, além de terem percebido ter sido um mal negócio (não conseguiram o dinheiro) eles ainda tentam em vão recuperar a caçula (buscar um último resquício de esperança na família). Que já se corrompeu há muito tempo, já que a jovem Dottie é agora alguém tão dissimulado quanto eles e Joe.
Esse é o verdadeiro tema do filme: o surgimento do mal.
O filme acerta quando investe no humor e na despretensão, porém quando tenta inserir algum drama (os flashbacks de origem, a descoberta do câncer) falha. Até mesmo, no antagonista escolhido. Um personagem sem personalidade que é apenas "malvado". O carisma do protagonista título e as brincadeiras metalinguísticas garantem a sessão.
Sem entrar em questão política nenhuma (afinal, estamos analisando um filme), é necessário dizer que é um filme extremamente preguiçoso em vários aspectos. Da direção de Lula Carvalho, até o enfoque em certos personagens (que não poderiam ser propriamente chamados como tal, e sim como alcunhas). Isso não significa que o filme não traga ao menos um ponto positivo, a atuação de Rui Ricardo como o personagem título impressiona. Porém, é um detalhe em meio a um longa problemático (que ainda foi lançado em momento errado, soando quase como propaganda partidária).
É fato que há uma boa dose de pretensão quando Inarrítu afirma que seu novo filme "deve ser visto num templo". Porém, é inegável o talento do diretor mexicano. Que só se ressalta em "O Regresso". Filme que pode até não ser a experiência sensorial ambicionada, mas que impressiona pelo resultado. Espere uma direção competente e atuações inspiradas (Di Caprio e Tom Hardy interpretando diferentes lados de psicose pós traumática). Mas a verdadeira protagonista do filme, é a fotografia de Lubezki. Que consegue tirar o fôlego do menos impressionável dos espectadores. Assista numa tela grande, valerá a pena.
Brian De Palma faz mais um filme que combina técnica de direção impecável, com um roteiro mórbido e intrigante. O resultado é mais uma obra-prima do diretor, que mais uma vez paga tributo a Alfred Hitchcock. Assim, referências a Psicose (o personagem que a platéia julga ser o protagonista mas que não é bem por aí), Festim Diabólico (um corpo escondido em um lugar ordinário), Janela Indiscreta (o apartamento vizinho é um lugar maravilhoso para se espiar) surgem a todo tempo em tela. Isso não significa que "Irmãs Diabólicas" seja um filme sem vida própria. Pelo contrário: este é um dos mais magníficos trabalhos de De Palma. Que no início de carreira já demonstrava todo seu talento (e obsessões) como autor. Como seu mestre, Hitchcock.
O novo filme de Quentin Tarantino confirma seu talento como diretor e roteirista, porém demonstra ser o trabalho mais imperfeito do texano. Isso se deve por conta de certas inserções que mostram-se desnecessárias. O maior exemplo que posso dar é a narração (que surge quando é conveniente), que surge numa das cenas de maior impacto do longa. E que infelizmente soa gratuita e desnecessária (pensem bem como o impacto seria maior, se a narração não tivesse falado o que aconteceu. O suspense e o choque seriam mais genuínos). Ou então o próprio flashback, que apenas confirma tudo que o espectador já havia elaborado em sua cabeça. Não estou dizendo que "Os Oito Odiados" seja um filme ruim, mas pra quem se acostumou com a excelência de um autor que dirigiu obras-primas como "Pulp Fiction", "Bastardos Inglórios", "Jackie Brown" e "Django Livre", o filme soa levemente decepcionante.
Tarantino faz aqui seu filme mais maduro (sem apelar pras suas rimas estilísticas, como o sangue), focando em contar uma bela história. Incorporando a narrativa de Elmore Leonard com sua escrita característica, o diretor estabelece personagens que parecem reais. Um contraponto interessante aos personagens de Pulp Fiction, que eram absurdamente cool. Essa mudança de tom não quer dizer que Tarantino deixe de prestar homenagens como fazia em seus dois últimos filmes, temos aqui referências a De Palma (a split screen, como em "Um Tiro na Noite"), Kurosawa (o final com múltiplas perspectivas, como em "Rashomon"), Kubrick (a troca de dinheiro, como em "The Killing"). Pra quem ficou frustrado com "Jackie Brown" por conta da falta de violência, uma pena. Posso afirmar que o filme tem alguns dos melhores diálogos da filmografia de Quentin Tarantino. Além de ser um marco na carreira do diretor, que escalou um elenco brilhante, adaptou o livro "Rum Punch" magnificamente, e ainda dirigiu seu filme mais maduro.
A última parte da trilogia iniciada por "À Meia Noite Levarei Sua Alma", consegue se destacar por se assumir como um produto trash. Assim, é extremamente significativo que a sequência final do longa-metragem se passe num trem fantasma. O personagem de Mojica é como um dos bonecos velhos do brinquedo: cheio de teias de aranha, tosco, sem dar medo em ninguém, e cheio de truques de espelho. Como uma das sequências iniciais mostra, o que é o terror de Zé do Caixão em tempos que há crianças fumando crack nas ruas? Isso não significa que Mojica não faça questão de amplificar o horror no seu significado mais gráfico. Assim, sangue, vísceras, insetos, nudez, tudo é mostrado e nem um pouco suavizado. Em tempos de "Jogos Mortais 7", "Encarnação do Demônio" é um pingo de esperança pro torture porn. Mesclando o cinema de horror dos anos 2000, com os clássicos estílicos de Mario Bava e Dario Argento. O que em certos momentos funciona muito bem, e em outros soa quase caricatural. Se nos anos 60, o exagero presente na entonação das falas era característica dos atores na época, aqui por vezes fica ultrapassado. Isso não significa que "Encarnação do Demônio" seja um filme ruim, desde já um marco no cinema nacional por imprimir com tanta força e respeito o terror. Mesmo exagerado e caricato em certos momentos, deixa bem claro pra atual safra de terror que os clássicos prevalecem.
Creio que esta obra-prima de Orson Welles (diferente de qualquer coisa já feita no cinema), tenha sua essência no momento chave em que o diretor diz: "With your permission, a bit of verse by Kipling: When first the flush of a new-born sun fell on the green and gold / Our father Adam sat under the tree and scratched with a stick in the mold / And the first rude sketch that the world had seen was joy to his mighty heart / Till the Devil whispered behind the leaves, 'It's pretty, but is it Art?'"
Por onde começar? Adam Sandler não apenas força humor escatológico, mas também enche o filme com piadas machistas e preconceituosas. Não existe nenhuma mulher no filme com vontade própria, dividindo-se entre: donzela em perigo ou prostituta. Além do fato do personagem de Sandler ser o único que nunca se dá mal (TODOS os outros Ridiculous Six sofrem alguma piada, ou momento ridículo). Uma amostra que além de péssimo ator e roteirista, Sandler ainda é um protagonista inseguro. Um dos piores filmes de 2015.
Fire Walk With Me foi vendido como um prelúdio à série de tv. Mas a verdade, é que o filme é muito mais uma homenagem ao universo de Twin Peaks (mostrando fatos e eventos tanto anteriores, quanto posteriores aos 30 episódios). Sendo assim, uma chance dos fãs reverem todo o microcosmo da cidade. No entanto, não é um filme perfeito. Inúmeros arcos narrativos foram descartados na sala de edição, certas passagens soam incompletas (como a do personagem de David Bowie). Isso não diminui o longa, que com a inconfundível direção de David Lynch (capaz de tanto assustar o espectador, quanto maravilha-lo) consegue ser um filme no mínimo intrigante. E todos sabemos que quando se trata de David Lynch, isso é o suficiente para saber se vale a pena ser visto.
Revivendo temas já explorados antes na filmografia de Woody Allen, O Homem Irracional está para Festim Diabólico assim como Magia ao Luar está para My Fair Lady, e Blue Jasmine para Um Bonde Chamado Desejo. Investindo numa trama que em certos momentos soa leve e em outros pesada, o tom do longa difere muito dos trabalhos anteriores do diretor. É irônico demais para ser um suspense/tragédia (como Match Point e O Sonho de Cassandra), e sério demais para uma comédia (como Dirigindo no Escuro). Esse tom agridoce é muito bem vindo, colocando O Homem Irracional no mesmo grupo que Magia ao Luar: pode não ser uma obra-prima como Annie Hall ou Tiros na Broadway, mas é um dos trabalhos mais agradáveis do diretor baixinho. Que com um elenco competente (repare como Joaquin Phoenix não tenta emular os trajeitos característicos de Allen), e um roteiro inteligente mostra que com quase 80 anos, Woody Allen ainda tem muito que contar.
Goosebumps: Monstros e Arrepios
3.1 436 Assista AgoraUm filme que não é pra ser levado a sério, assumidamente um produto para vender mais livros. Apesar disso, é eficaz na sua trama bobinha. Por vezes, parece uma mescla de "Monster Squad" com "Jumanji". Pelos trailers, achei que não ia gostar das criaturas. Mas na verdade, apesar da grande maioria ser feita de computação gráfica esta não incomoda. É bem feita, e tem personalidade (adquirindo um traço cartunesco, que lembra o das capas dos livros). Pros fãs da série de livros, acredito que faltou de fato um leve elemento de terror. Mas mesmo assim, "Goosebumps" tem o mérito de trazer os livros para o conhecimento das crianças e por proporcionar uma trama divertida envolvendo criaturas clássicas do horror da cultura pop.
Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos
3.4 940 Assista AgoraCom direção e efeitos visuais impecáveis, "Warcraft" é um filme feito para os fãs. Sem explicar ou adicionar camadas aos seus personagens (com exceção de Durotan), e muito menos introduzindo aquele universo rico ao espectador. Outro sério problema é a atuação de Travis Fimmel, que nunca consegue mudar sua expressão de "estou confuso". Mas no geral, o elenco é extremamente competente. A impressão que têm-se ao final do longa, é de que os realizadores tentaram introduzir um épico de fantasia aos moldes de "O Senhor dos Anéis". Porém, optaram por começar a trilogia pelo 3o filme. Ou então, a melhor analogia possível: é como se alguém te botasse pra jogar um game, sem explicar a história, contexto, personagens (ou comandos). É belo, e até divertido por vezes. Mas é inegável, que havia maneira melhor de introduzir o universo Warcraft ao cinema.
Corações de Ferro
3.9 1,4K Assista AgoraUm filme que começa muito bem, apostando numa faceta mais desonrada e suja da Segunda Guerra pouco vista. Mas que de nada adianta, quando no seu terço final o filme abraça TODOS os clichês do gênero.
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista AgoraPor si só, o filme é extremamente competente. A direção de Bryan Singer é excepcional, as cenas de ação são muito interessantes (graças ao uso dos poderes de Blink), o elenco nunca esteve melhor (reunindo ambas as gerações de X-Men). O problema real do encontra-se quando o analisamos com o resto dos filmes. Certas coisas são esquecidas, e outras jamais explicadas. Como é o caso da morte de Xavier, e sua ressurreição (o espectador jamais recebe uma explicação a isso). Ou então as garras de adamantiun de Wolverine voltarem. Apesar desses problemas de cronologia bagunçada, "Dias de um Futuro Esquecido" é um longa de quadrinhos acima da média.
Macbeth: Ambição e Guerra
3.5 383 Assista Agora"Will all Neptune's ocean wash this blood from my hands? No, instead my hands will stain the seas scarlet, turning the green waters red."
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista AgoraCom exceção do péssimo vilão (que tem um plano tão ruim quanto o de Lex Luthor em "Batman vs Superman"), "Guerra Civil" é ótimo entretenimento.
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraApesar de ser um filme que se assume como produto multimilionário, tenha cenas que se analisadas com mais atenção revelam-se estúpidas (alguém correr de salto alto por uma floresta, alguém cair no rio e logo depois acender uma tocha com os "fósforos escondidos no bolso"), Jurassic World é inegavelmente divertido e bem produzido. Além de ter sequências verdadeiramente bem dirigidas (o ataque dos pterodáctilos).
Corrente do Mal
3.2 1,8K Assista AgoraTendo como inspiração o cinema de John Carpenter, "It Follows" é um sopro de originalidade em um gênero que infelizmente, se desgasta cada vez mais com sequências e remakes. O diretor David Robert Mitchell não apenas faz um filme impecável, mas ainda consegue provocar arrepios na espinha do espectador. Sem apelar pros jump scares, ou outros meios desonestos. Analisando-se a fundo, talvez o maior mérito do filme seja de sim, mostrar a criatura agindo (e cometendo atos inomináveis), mas de jamais explica-la (origem, sua forma original, fraquezas, etc). Um elemento presente em obras-primas do terror como "O Enigma de Outro Mundo", e "It" (o livro, não a adaptação cinematográfica). E seguindo de maneira exemplar, a fala do grande mestre do horror, H.P. Lovecraft: "o mais antigo e mais forte de todos os medos, é o medo do desconhecido".
Superman III
2.7 231 Assista AgoraMuitos pensam que o problema de "Superman III" é seu estilo mais leve, mas a verdade é que até a metade da projeção, o longa funciona muito bem. A sequência "comédia de erros" que abre o filme, é divertidíssima (além de mostrar quão necessário é o Superman). Porém, quando vemos os vilões do filme, é impossível não se decepcionar. Bobos, ridículos e sem sentido (desafio qualquer um a explicar qual é o plano). Uma pena, visto que analisando-se os poucos méritos do filme, existia boa intenção por trás. Mas, de boas intenções o inferno está cheio.
Peter Pan
3.2 559 Assista AgoraNão creio que seja justificável criticar "Pan" por conta de seu tom leve, se analisarmos o conteúdo presente na obra de J.M Barrie veremos que os realizadores foram bastante coerentes na adaptação. O problema real do filme, se encontra nos seus excessos visuais. Sim, Joe Wright faz mais um filme visualmente deslumbrante. Porém, é visível que em certos momentos a produção se entusiasmou demais com seu material (que convenhamos, é extremamente imaginativo), e criou certos aspectos que em tela não funcionam bem. Como por exemplo, todos os momentos que os pássaros esqueletos (uma boa ideia, prejudicada por um cgi artificial) surgem em tela. Outro problema do filme, encontra-se nas quebras de ritmo (o encontro com as sereias é injustificável narrativamente, apenas para inserir mais elementos do livro) e em certas redundâncias do roteiro (o diálogo sobre a chave da porta das fadas, o próprio filme parece perceber a tolice por trás). Ainda assim, o filme está longe de ser a bomba que os críticos diziam. Criatividade e imaginação brotam em cada frame, e os atores são extremamente competentes (destaques para Hugh Jackman e Garret Hedlund, o 1o se divertindo horrores no papel de um pirata/astro do rock e o 2o esculpindo a personalidade do Capitão Gancho). Uma pena que pelos resultados de bilheteria, jamais veremos o desenvolvimento do confronto entre Peter e Hook.
No Coração do Mar
3.6 776 Assista AgoraTendo como tema principal, a natureza dos homens, No Coração do Mar é um filme que não esconde seus questionamentos. Percebam como o narrador afirma no início do filme "Ansiávamos por sermos chamados de homens". E a grande verdade, é que não é só este personagem que tenta se provar como homem ao longo do filme. Os personagens de Chris Hemmsworth e Benjamin Walker passam grande parte da narrativa, numa batalha de egos característica de crianças. E essa batalha, num contexto de um navio baleeiro em 1820, poderia ser (e foi) fatal para a tripulação. Tendo como representação perfeita disto a baleia branca.
Cabana do Inferno
2.7 341 Assista AgoraComo homenagem aos clássicos do terror, não tem o que reclamar da estréia de Eli Roth no cinema. Referências brotam a cada segundo (O Iluminado, Evil Dead, O Despertar dos Mortos, Sexta-Feira 13, The Thing), fazendo com que o fã de horror abra um sorriso durante boa parte do filme. Contudo, é necessário afirmar que o longa é extremamente amador. Os efeitos especiais são tosquíssimos, os atores fazem o que podem pra dar alguma emoção a personagens unidimensionais, vários elementos do roteiro não adicionam nada à trama (o que dizer do policial que mais parece ter saído de Twin Peaks?). A grande verdade é que Cabana do Inferno é uma amalgama de todos os filmes de terror que Eli Roth assistiu na juventude: dos bons aos ruins.
Vale a pena também notar a sutileza com a qual o diretor ressalta a estupidez e o preconceito dos norte-americanos, chegando ao ponto de inserir uma cena na qual o grupo de jovens (brancos, saudáveis e bonitos) abandonam um dos seus porque este "está infectado". Interessante e divertido, mas se você busca uma sátira melhor bem feita assista O Segredo da Cabana e seja feliz.
Killer Joe: Matador de Aluguel
3.6 880 Assista AgoraPros que ficaram insatisfeitos com o súbito final do filme, tentem observar os aspectos Faustianos de "Killer Joe":
o filme fala sobre uma família má. Eles se odeiam, não possuem moral alguma, não tem qualquer intenção de mudar. Só querem ganhar dinheiro. Assim, como o personagem Fausto, vendem sua alma (simbolizada aqui pela irmã caçula, o único resquício de bondade presente na família) para o diabo (Joe). Percebam como que ao final do filme, além de terem percebido ter sido um mal negócio (não conseguiram o dinheiro) eles ainda tentam em vão recuperar a caçula (buscar um último resquício de esperança na família). Que já se corrompeu há muito tempo, já que a jovem Dottie é agora alguém tão dissimulado quanto eles e Joe.
Esse é o verdadeiro tema do filme: o surgimento do mal.
Deadpool
4.0 3,0K Assista AgoraO filme acerta quando investe no humor e na despretensão, porém quando tenta inserir algum drama (os flashbacks de origem, a descoberta do câncer) falha. Até mesmo, no antagonista escolhido. Um personagem sem personalidade que é apenas "malvado". O carisma do protagonista título e as brincadeiras metalinguísticas garantem a sessão.
Lula, o Filho do Brasil
2.7 1,1K Assista AgoraSem entrar em questão política nenhuma (afinal, estamos analisando um filme), é necessário dizer que é um filme extremamente preguiçoso em vários aspectos. Da direção de Lula Carvalho, até o enfoque em certos personagens (que não poderiam ser propriamente chamados como tal, e sim como alcunhas). Isso não significa que o filme não traga ao menos um ponto positivo, a atuação de Rui Ricardo como o personagem título impressiona. Porém, é um detalhe em meio a um longa problemático (que ainda foi lançado em momento errado, soando quase como propaganda partidária).
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraÉ fato que há uma boa dose de pretensão quando Inarrítu afirma que seu novo filme "deve ser visto num templo". Porém, é inegável o talento do diretor mexicano. Que só se ressalta em "O Regresso". Filme que pode até não ser a experiência sensorial ambicionada, mas que impressiona pelo resultado. Espere uma direção competente e atuações inspiradas (Di Caprio e Tom Hardy interpretando diferentes lados de psicose pós traumática). Mas a verdadeira protagonista do filme, é a fotografia de Lubezki. Que consegue tirar o fôlego do menos impressionável dos espectadores. Assista numa tela grande, valerá a pena.
Irmãs Diabólicas
3.5 111Brian De Palma faz mais um filme que combina técnica de direção impecável, com um roteiro mórbido e intrigante. O resultado é mais uma obra-prima do diretor, que mais uma vez paga tributo a Alfred Hitchcock. Assim, referências a Psicose (o personagem que a platéia julga ser o protagonista mas que não é bem por aí), Festim Diabólico (um corpo escondido em um lugar ordinário), Janela Indiscreta (o apartamento vizinho é um lugar maravilhoso para se espiar) surgem a todo tempo em tela. Isso não significa que "Irmãs Diabólicas" seja um filme sem vida própria. Pelo contrário: este é um dos mais magníficos trabalhos de De Palma. Que no início de carreira já demonstrava todo seu talento (e obsessões) como autor. Como seu mestre, Hitchcock.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraO novo filme de Quentin Tarantino confirma seu talento como diretor e roteirista, porém demonstra ser o trabalho mais imperfeito do texano. Isso se deve por conta de certas inserções que mostram-se desnecessárias. O maior exemplo que posso dar é a narração (que surge quando é conveniente), que surge numa das cenas de maior impacto do longa. E que infelizmente soa gratuita e desnecessária (pensem bem como o impacto seria maior, se a narração não tivesse falado o que aconteceu. O suspense e o choque seriam mais genuínos). Ou então o próprio flashback, que apenas confirma tudo que o espectador já havia elaborado em sua cabeça.
Não estou dizendo que "Os Oito Odiados" seja um filme ruim, mas pra quem se acostumou com a excelência de um autor que dirigiu obras-primas como "Pulp Fiction", "Bastardos Inglórios", "Jackie Brown" e "Django Livre", o filme soa levemente decepcionante.
Jackie Brown
3.8 739 Assista AgoraTarantino faz aqui seu filme mais maduro (sem apelar pras suas rimas estilísticas, como o sangue), focando em contar uma bela história. Incorporando a narrativa de Elmore Leonard com sua escrita característica, o diretor estabelece personagens que parecem reais. Um contraponto interessante aos personagens de Pulp Fiction, que eram absurdamente cool. Essa mudança de tom não quer dizer que Tarantino deixe de prestar homenagens como fazia em seus dois últimos filmes, temos aqui referências a De Palma (a split screen, como em "Um Tiro na Noite"), Kurosawa (o final com múltiplas perspectivas, como em "Rashomon"), Kubrick (a troca de dinheiro, como em "The Killing"). Pra quem ficou frustrado com "Jackie Brown" por conta da falta de violência, uma pena. Posso afirmar que o filme tem alguns dos melhores diálogos da filmografia de Quentin Tarantino. Além de ser um marco na carreira do diretor, que escalou um elenco brilhante, adaptou o livro "Rum Punch" magnificamente, e ainda dirigiu seu filme mais maduro.
Encarnação do Demônio
3.3 168A última parte da trilogia iniciada por "À Meia Noite Levarei Sua Alma", consegue se destacar por se assumir como um produto trash. Assim, é extremamente significativo que a sequência final do longa-metragem se passe num trem fantasma. O personagem de Mojica é como um dos bonecos velhos do brinquedo: cheio de teias de aranha, tosco, sem dar medo em ninguém, e cheio de truques de espelho. Como uma das sequências iniciais mostra, o que é o terror de Zé do Caixão em tempos que há crianças fumando crack nas ruas?
Isso não significa que Mojica não faça questão de amplificar o horror no seu significado mais gráfico. Assim, sangue, vísceras, insetos, nudez, tudo é mostrado e nem um pouco suavizado. Em tempos de "Jogos Mortais 7", "Encarnação do Demônio" é um pingo de esperança pro torture porn. Mesclando o cinema de horror dos anos 2000, com os clássicos estílicos de Mario Bava e Dario Argento.
O que em certos momentos funciona muito bem, e em outros soa quase caricatural. Se nos anos 60, o exagero presente na entonação das falas era característica dos atores na época, aqui por vezes fica ultrapassado.
Isso não significa que "Encarnação do Demônio" seja um filme ruim, desde já um marco no cinema nacional por imprimir com tanta força e respeito o terror. Mesmo exagerado e caricato em certos momentos, deixa bem claro pra atual safra de terror que os clássicos prevalecem.
Verdades e Mentiras
4.2 69Creio que esta obra-prima de Orson Welles (diferente de qualquer coisa já feita no cinema), tenha sua essência no momento chave em que o diretor diz:
"With your permission, a bit of verse by Kipling: When first the flush of a new-born sun fell on the green and gold / Our father Adam sat under the tree and scratched with a stick in the mold / And the first rude sketch that the world had seen was joy to his mighty heart / Till the Devil whispered behind the leaves, 'It's pretty, but is it Art?'"
Os Seis Ridículos
2.5 458 Assista AgoraPor onde começar? Adam Sandler não apenas força humor escatológico, mas também enche o filme com piadas machistas e preconceituosas. Não existe nenhuma mulher no filme com vontade própria, dividindo-se entre: donzela em perigo ou prostituta. Além do fato do personagem de Sandler ser o único que nunca se dá mal (TODOS os outros Ridiculous Six sofrem alguma piada, ou momento ridículo). Uma amostra que além de péssimo ator e roteirista, Sandler ainda é um protagonista inseguro. Um dos piores filmes de 2015.
Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer
3.9 273 Assista AgoraFire Walk With Me foi vendido como um prelúdio à série de tv. Mas a verdade, é que o filme é muito mais uma homenagem ao universo de Twin Peaks (mostrando fatos e eventos tanto anteriores, quanto posteriores aos 30 episódios). Sendo assim, uma chance dos fãs reverem todo o microcosmo da cidade. No entanto, não é um filme perfeito. Inúmeros arcos narrativos foram descartados na sala de edição, certas passagens soam incompletas (como a do personagem de David Bowie). Isso não diminui o longa, que com a inconfundível direção de David Lynch (capaz de tanto assustar o espectador, quanto maravilha-lo) consegue ser um filme no mínimo intrigante. E todos sabemos que quando se trata de David Lynch, isso é o suficiente para saber se vale a pena ser visto.
O Homem Irracional
3.5 553 Assista AgoraRevivendo temas já explorados antes na filmografia de Woody Allen, O Homem Irracional está para Festim Diabólico assim como Magia ao Luar está para My Fair Lady, e Blue Jasmine para Um Bonde Chamado Desejo. Investindo numa trama que em certos momentos soa leve e em outros pesada, o tom do longa difere muito dos trabalhos anteriores do diretor. É irônico demais para ser um suspense/tragédia (como Match Point e O Sonho de Cassandra), e sério demais para uma comédia (como Dirigindo no Escuro). Esse tom agridoce é muito bem vindo, colocando O Homem Irracional no mesmo grupo que Magia ao Luar: pode não ser uma obra-prima como Annie Hall ou Tiros na Broadway, mas é um dos trabalhos mais agradáveis do diretor baixinho. Que com um elenco competente (repare como Joaquin Phoenix não tenta emular os trajeitos característicos de Allen), e um roteiro inteligente mostra que com quase 80 anos, Woody Allen ainda tem muito que contar.