É um bom filme, tem um timing cômico bom, a Margot Robbie tá boa como sempre e, por mais que não seja um filme que não se leva muito a sério (o que é uma das maiores qualidades dele), a mensagem é legal, toda a questão de emancipação, de descobrir o próprio valor como mulher e tals, por mais que, obviamente, ele não se aprofunde nesse tema e acabe ficando meio caricato. Mas aí acho que seria pedir demais de um filme de herói né.
A ideia é legal, mas o filme é bobo, é engraçadinho as vezes, mas nada demais e não se engaja muito na discussão mais profunda da coisa, e quando tenta, falha miseravelmente, com diálogos didáticos e rasos que só fazem passar vergonha e não instigar uma reflexão mais profunda como deveria. Mas é um bom filme de sessão da tarde.
A ideia é legal, mostrar que o impeachment da Dilma não foi algo só da elite, foi um movimento popular com uma forte participação do MBL nisso, mas pqp, que filme maçante, é muito cansativo e pobre artística e narrativamente, com exceção de algumas cenas mais inspiradas, mas no geral é um tanto decepcionante. Democracia em Vertigem é melhor, infelizmente...
Muito bem construído o filme, o clímax dele é um dos melhores e mais bem feitos que eu já vi, ele consegue brincar com gêneros cinematográficos muito bem e não cai no que filmes do gênero costumam cair, a unidimensionalidade dos ricos, só pra forçar a mensagem da luta de classes no espectador, isso não acontece aqui, menos em uma cena:
[/spoiler] O patriarca da família, no meio do desespero de gente morrendo, passando mal e tudo mais, se importar em tapar o nariz pra não sentir o "cheiro de pobre", cara... Menos, por favor... [spoiler]
Muito bom o filme, o Meirelles representa demais, é um ótimo diretor e os atores são dois mestres, incrível. É um filme tão forte que consegue fazer um ateu (digo isso por experiência própria) se emocionar com dois velhos interpretando dois papas conversando.
Oshii para nāo iniciados. É a obra do Oshii mais louca, cheia de auto-referências e referências culturais. Esse estilo documental casou muito bem com essa proposta, conseguindo contrastar a narração aparentemente seria com os visuais totalmente over the top, uma jornada durante toda a história pós-guerra do Japão, discutindo dominação e mudanças culturais e geopolíticas, usando os "fast food grifters", essa subcultura maluca inventada pelo Oshii, como uma ferramenta para isso, e com um humor refinadíssimo que eu não via ele ter desde o Talking Head (1992). Muito bom, mas precisa de mais assistidas pra absorver melhor, talvez até melhorar a nota, quem sabe.
O filme é mediano. Eu, como a bitch do Oshii que sou, vou dizer que ele é competente aqui, a sequência inicial é muito bonita, e o filme tem um visual interessante, um ritmo bom. Mas ele peca no roteiro, o filme é bem vazio, fica muito preso na nostalgia dos fãs do anime original, fica repetindo cenas e temas do 2º filme, vivendo na sombra dele, sem muita personalidade. Da pra ver que o Oshii foi bem pressionado pra esse filme "dar certo". Enfim, talvez na director's cut (que tem uns 25min a mais de filme) ele tenha mais conteúdo temático, mas nesse aqui ficou um pouco aquém das expectativas, é triste, mas ainda é curioso pelo menos e é sempre bom ver o Oshii trabalhando.
Voltando aqui dois meses depois pra dizer: PQP, Q MERDA É ESSA? Ok, eu sei que é um filme B despretensioso de um cara que curtiu o anime, mas mano, vai ter essa falta de sensibilidade na casa do krlh, descaracterizou tudo do filme original, toda a poesia visual, a OST atmosférica, a ambiguidade narrativa, foram substituídos por uma narração for dummies, uma OST whatever totalmente nada haver e um plot tão pedestre e raso quanto a mente do consumidor de blockbuster médio. Me sinto ofendido, mas pelo menos é bom odiar algo desse jeito depois de tanto tempo kkk.
Att.: saber que o anime nunca foi lançado oficialmente no ocidente porque os caras compraram os direitos pra fazer esse lixo de filme só piora tudo.
Dá pra ver claramente os elementos que o Oshii tirou daqui pra fazer o Avalon (2001), tanto na atmosfera/linguagem quanto nos temas abordados. É um filme bemmm interessante, intrigante e difícil de esquecer, como tudo do Tarkovski que eu vi até agora. Mas, assim como todos os outros, sinto que preciso de mais bagagem de literatura/cinema/arte russa num geral pra re assistir a filmografia do Tarkovski e tirar mais proveito. Mas por hora é o meu filme favorito dele.
O Vince Gilligan sempre foi um diretor muito esforçado, isso se mantém aqui, o filme é visualmente bem bonito, o Aaron Paul ainda tá muito bom como o Jesse, muito expressivo. No geral é um filme bem bom, não manchou o final da série, e não foi ruim como eu esperava que fosse, vale a pena assistir.
O filme que eu sempre quis que existisse, aborda as relações humanas de uma forma muito madura, ainda mais com aquele final indicando que o ciclo ia se reiniciar com a outra mulher. Mas mesmo assim, o diretor acabou caindo já tentação de fazer um final felizinho, bobo e com uma mensagem água com açúcar, mas ainda é um pu** de um romance legal.
É o primeiro filme do Sion Sono que eu vejo e com certeza não será o único. Antiporno é um filme lindo, visualmente ele é deslumbrante, é uma pura experiência sensorial, a fotografia com cores vivas, takes longos, perspectivas em 1ª pessoas, etc, ele tem várias jogadas bem interessantes, é de fato um orgasmo visual. A parte sonora não fica pra trás, uma trilha sonora lindíssima, o piano que a irmã da protagonista tocava, além de uma mixagem de som muito interessante, com o som de batimentos cardíacos em momentos de desconforto.
Eu já esperava que esse filme fosse ser diferente, uma crítica a indústria pornográfica, mas ele é mais do que isso, ele é uma crítica a diversos fatores da sociedade extremamente conservadora e opressora que é a japonesa, principalmente quando se trata de ser uma mulher nessa sociedade, é uma jornada de auto descobrimento, de libertação e de rebeldia, de certa forma.
Ele trabalha esses temas através de uma personagem totalmente desestruturada, que não se entende sexualmente por ter sido criada por pais tradicionais, completamente hipócritas e insensíveis, que junto com o suicídio da irmã contribuiram muito para a confusão da personagem. O diretor usa uma montagem desconexa, pra representar o quão aquela garota está perdida naquela situação e o quão aquilo é um grito de socorro, uma forma de rebeldia, vendo que o único jeito de ser livre é se tornando um vira-lata, uma "puta" (representado através de se tornar uma atriz pornô, por apenas elas parecerem que podem ser verdadeiramente livres), mesmo estando claramente desconfortável com toda aquela situação e aquele ambiente nada convidativo, mas se utilizando disso pra finalmente se conhecer e lutar contra certos traumas.
Antiporno é um filme muito pretensioso,mas que entrega, é diferente, visualmente lindo, ousado, crítico, com personagens complexas, bem trabalhadas e que representam idéias, que tem muito a dizer, que instiga a discussão, a dúvida e a reflexão em quem assiste. Sion Sono é sem dúvidas o melhor que o cinema contemporâneo japonês tem a oferecer, mal posso esperar para ver o que mais ele pode fazer.
Eu sempre tento ser compreensivo com a opinião alheia, mas pqp, vcs tão abaixando a nota média do filme. Então, em uma jornada para escrever sobre todos os meus favoritos, aqui vai.
Esse filme é simplesmente genial, a atuação do Joaquin Phoenix é simplesmente inacreditável, a direção da deusa Lynne Ramsay é como sempre muito original, pouco ortodoxa, linda de morrer e com um propósito narrativo claro, nesse caso, a violência, não glamourisada (bem terrível e chocante na verdade), mas como consequência de uma mente instável ,traumatizada e sequelada pela guerra, e uma sociedade "difícil", to say the least. Eu posso até concordar que o roteiro do filme não é muito complexo, mas o todo que ele forma é lindo na sua simplicidade, na sua direção, nos temas que ele aborda e no estudo de personagem sensível e tocante que acontece aqui, assim como, pasmem, CORINGA.
Acho que o grande problema desse filme é ter atraído pessoas que queriam apenas ver um filme de ação "normal", não tem nada de errado nisso, claro, mas me chateia um pouco ver o tamanho descaso feito com essa belíssima obra. Então, se vc pretende ver esse filme, tente ir com a mente aberta que eu tenho certeza que vai te surpreender.
Joaquin Phoenix em uma das melhores performances da história do cinema. Um dos melhores filmes da minha vida, só assistam, e legendado, de preferência né.
É uma continuação caça-níquel bem desnecessária, com um enredo bem genérico. Mas pelo menos as cenas de luta continuam bem feitas. E o filme até tenta abordar uns temas de natureza violenta que certas pessoas tem e uns comentários sociais, mas tudo isso bemmm superficialmente.
Faz uma desconstrução de uns clichês da Guerra Fria que eu achei bem legal e trabalha bem o protagonista. Óbvio, tem todos os problemas de roteiro desse tipo de filme, mas consegue fazer um trabalho decente, dentro dos clichês. Além das cenas de luta, que são bem coreografadas, bem filmadas (com planos mais longos do que normalmente se vê, o que é o ideal) e com uma mixagem de som boa.
Ana e Vitória é um filme que ocupa aquele espaço incômodo entre um documentário e um filme ficcional, onde vc não sabe muito bem o que é factual e o que é mera dramatização/invenção. Além de uma passagem de tempo, principalmente no começo do filme, que me incomodou especialmente por não mostrar dificuldades na trajetória das duas e, principalmente, não mostrar o que levou a ideia da criação da tal primeira música das duas juntas.
Mas ok, eu entendi qual a proposta do filme, é basicamente um "lore" das músicas, mostrando que situações e acontecimentos inspiraram a criação das músicas que nós gostamos, ou simplesmente inventando esses acontecimentos pra encaixar com as músicas (eu não saber dizer é exatamente o que eu reclamei no começo). Mas até aí tudo bem, só que o problema é que todas as músicas delas (ou quase todas) são músicas "românticas", que falam sobre amor, relacionamentos e afins. Isso me incomoda pelo simples fato de que são 2 horas de filme, muito pouco coesas e onde parece que tudo que existe na vida de todos os personagens são relações amorosas, não muito profundas em sua maioria, o filme é recheado delas, de um modo em que é impossível não ter alguma que você não vá se identificar, por simples probabilidade. Eu acharia bem mais interessante se fossem abordados outros aspectos da dupla, da carreira delas, e não apenas casinhos ad infinitum.
Mas não tentando pegar muito pesado com o filme. Ana e Vitória tem uma filmografia simples, que não se destaca muito, a não ser nos momentos musicais, aonde existem algumas brincadeiras visuais e de montagem bem "fora da caixinha" que são bem legais, a trilha sonora vai depender se você gosta das músicas delas, eu particularmente não chego a desgostar, então não tem muito problema com isso. Também é legal ressaltar o como o filme usa a tecnologia, principalmente as redes sociais, de forma dinâmica e até bem inventiva as vezes, o que é algo que me agradou bastante.
No demais, as duas protagonistas são pessoas muito carismáticas, que não te vendem uma real ligação no começo do filme mas que te conquistam com o decorrer do mesmo, e já que ambas interpretam elas mesmas, não há muito problema em questão de atuação, por mais que em alguns momentos mais específicos certos diálogos soem muito artificiais.
Ana e Vitória é um filme divertido, que enjoa por só abordar os mesmos assuntos (talvez assim como as músicas) mas que consegue ser mais profundo e trazer temas mais relevantes nesses assuntos do que a maioria dos filmes "do mesmo gênero". Recomendo mais pra quem já gosta das músicas da dupla, que provavelmente vão gostar bastante, e para o resto das pessoas, também até recomendo ver, mas sem muita prioridade.
Fui ver só pela participação do Mamoru Oshii mas acabei saindo com um documentário muito divertido e interessante sobre VHS, por mais que eu não seja dessa geração. Foram 1h e 30min mto bem aproveitados, muito gostosinho de assistir.
Eu não sou nenhum especialista em documentários, mas do pouco que eu sei posso dizer que esse me agradou bastante, tecnicamente falando.
Agora a questão que aparentemente é só o que o povo desse site se importa: fidelidade. Democracia em Vertigem é um documentário claramente parcial, o que não é exatamente um defeito, ele consegue ser parcial e não entrar em um caráter muito panfletário em sua maior parte, com alguns deslizes que incomodam mas não o bastante pra xingar o filme, se você se incomodou muito ou ficou muito feliz com o mesmo, acho que deveria tomar cuidado porque esse, ao meu ver, não é o tipo de documentário feito pra você concordar 100% ou discordar 100%. O que torna ainda mais vergonhoso olhar como todos aqui ou dão 5 estrelas ou dão meia, por favor, parem, estão me deixando com vergonha, sinceramente...
No demais é um documentário interessante, bem montado, bem dirigido e que, por mais que eu pessoalmente não concorde 100%(talvez nem 50), apresenta bons pontos e bons argumentos.
Tenho que admitir que estava com um pouco de ranço do filme, por conta da temática abordada ser bem "mais do mesmo" e não arriscar ter uma visão mais ousada ou debater novos temas.
Mas independente disso é inegável a qualidade do filme, em tempos de obras de ficção científica medíocres (Ghost in the Shell (2017) *cof* *cof*) I Am Mother trás uma trama bem trabalhada, bem amarrada, que não sabe muito bem o quão dentro dos temas deve entrar, mas que mesmo assim tem uma atmosfera intrigante, que te deixa tenso o tempo todo (que me lembrou muito o 1º Alien por sinal), um cast excepcional, efeitos, práticos e digitais, muito bem feitos e uma relação de mãe e filha até que bastante original.
No fim, I Am Mother é uma luz no fim do túnel no catálogo de filmes da Netflix, que seria perfeito se entrasse mais nos seus temas e tivesse uma abordagem um pouco menos previsível, mas que mesmo assim consegue colocar um sorriso na cara de qualquer fã de uma boa ficção científica.
Esse filme é a maior e mais pura obra de arte que eu já tive o prazer de apreciar. Simplesmente perfeito, lindo, tocante e poético as hell. Foi o filme que fez eu me apaixonar por cinema e de quebra pela vida e obra do amor da minha vida, melhor diretor que existe, Mamoru Oshii. Simplesmente inesquecível, insuperável.
A relação dos protagonistas se desenvolve de uma forma bem rápida e sem explicação, assim como todo o resto do filme é MUITO corrido, além de ter um ritmo totalmente esquizofrênico, tem uns 4 clímax durante o filme.
Mas independente disso o filme tem umas abordagens muito interessantes, por mais que seja bem clichê em alguns momentos. A Haley Lu é cativante, acaba compensando a porta em atuação que é o Cole Sprouse.
No final, é um filme arroz de festa, não muito marcante, mas que cumpre o que ele se propõe e tem algumas sacadas interessantes.
A cada dia eu me encanto mais com a filmografia do Mamoru Oshii. Talking Head é um filme de 1992 que é menos um triller/making of de um anime, como a sinopse e outras análises indicam, e muito mais uma abordagem sensível, inspirada e densamente reflexiva sobre o cinema, em todos os seus componentes e mudanças através dos anos, sobre filmes e sobre como nós interagimos e entendendo a arte como um todo.
O caráter pesadamente satírico e, por vezes, surrealista do filme acaba servindo para um dos melhores usos de metalinguagem que eu já vi em uma obra audiovisual, passando desde as atuações e a trilha sonora até a fotografia e a direção de arte, todos contribuindo para a mensagem metalinguística que está sendo passada. O mesmo é carregado de diálogos por vezes rápidos e bastante poéticos, o que, principalmente pra um filme que só tem legendas em inglês, acaba se tornando um pouco problemático para quem assiste.
É um filme denso, pouco "pipoca" e mais "cinema de arte", na pura definição do termo(por mais ruim que esse termo seja), que necessita da atenção do espectador para ser apreciado.
Em suma, Talking Head é um filme que a uma primeira assistida será difícil de pegar tudo o que ele está tentando dizer, deixando várias dúvidas e pensamentos em quem o assiste, se mantendo assim vivo nos pensamentos daqueles que se proporem a "entender" o filme, porém, com a certeza de que, de fato, é um filme excepcional.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
3.4 1,4KÉ um bom filme, tem um timing cômico bom, a Margot Robbie tá boa como sempre e, por mais que não seja um filme que não se leva muito a sério (o que é uma das maiores qualidades dele), a mensagem é legal, toda a questão de emancipação, de descobrir o próprio valor como mulher e tals, por mais que, obviamente, ele não se aprofunde nesse tema e acabe ficando meio caricato. Mas aí acho que seria pedir demais de um filme de herói né.
Eu Não Sou um Homem Fácil
3.5 737 Assista AgoraA ideia é legal, mas o filme é bobo, é engraçadinho as vezes, mas nada demais e não se engaja muito na discussão mais profunda da coisa, e quando tenta, falha miseravelmente, com diálogos didáticos e rasos que só fazem passar vergonha e não instigar uma reflexão mais profunda como deveria.
Mas é um bom filme de sessão da tarde.
Não Vai Ter Golpe!
3.0 33A ideia é legal, mostrar que o impeachment da Dilma não foi algo só da elite, foi um movimento popular com uma forte participação do MBL nisso, mas pqp, que filme maçante, é muito cansativo e pobre artística e narrativamente, com exceção de algumas cenas mais inspiradas, mas no geral é um tanto decepcionante.
Democracia em Vertigem é melhor, infelizmente...
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraMuito bem construído o filme, o clímax dele é um dos melhores e mais bem feitos que eu já vi, ele consegue brincar com gêneros cinematográficos muito bem e não cai no que filmes do gênero costumam cair, a unidimensionalidade dos ricos, só pra forçar a mensagem da luta de classes no espectador, isso não acontece aqui, menos em uma cena:
[/spoiler]
O patriarca da família, no meio do desespero de gente morrendo, passando mal e tudo mais, se importar em tapar o nariz pra não sentir o "cheiro de pobre", cara... Menos, por favor...
[spoiler]
Dois Papas
4.1 962 Assista AgoraMuito bom o filme, o Meirelles representa demais, é um ótimo diretor e os atores são dois mestres, incrível.
É um filme tão forte que consegue fazer um ateu (digo isso por experiência própria) se emocionar com dois velhos interpretando dois papas conversando.
Tachiguishi-Retsuden
4.0 1Oshii para nāo iniciados. É a obra do Oshii mais louca, cheia de auto-referências e referências culturais. Esse estilo documental casou muito bem com essa proposta, conseguindo contrastar a narração aparentemente seria com os visuais totalmente over the top, uma jornada durante toda a história pós-guerra do Japão, discutindo dominação e mudanças culturais e geopolíticas, usando os "fast food grifters", essa subcultura maluca inventada pelo Oshii, como uma ferramenta para isso, e com um humor refinadíssimo que eu não via ele ter desde o Talking Head (1992).
Muito bom, mas precisa de mais assistidas pra absorver melhor, talvez até melhorar a nota, quem sabe.
The Next Generation Patlabor: Tokyo War
2.7 2O filme é mediano. Eu, como a bitch do Oshii que sou, vou dizer que ele é competente aqui, a sequência inicial é muito bonita, e o filme tem um visual interessante, um ritmo bom. Mas ele peca no roteiro, o filme é bem vazio, fica muito preso na nostalgia dos fãs do anime original, fica repetindo cenas e temas do 2º filme, vivendo na sombra dele, sem muita personalidade. Da pra ver que o Oshii foi bem pressionado pra esse filme "dar certo". Enfim, talvez na director's cut (que tem uns 25min a mais de filme) ele tenha mais conteúdo temático, mas nesse aqui ficou um pouco aquém das expectativas, é triste, mas ainda é curioso pelo menos e é sempre bom ver o Oshii trabalhando.
A Chave do Futuro
2.5 9Voltando aqui dois meses depois pra dizer: PQP, Q MERDA É ESSA?
Ok, eu sei que é um filme B despretensioso de um cara que curtiu o anime, mas mano, vai ter essa falta de sensibilidade na casa do krlh, descaracterizou tudo do filme original, toda a poesia visual, a OST atmosférica, a ambiguidade narrativa, foram substituídos por uma narração for dummies, uma OST whatever totalmente nada haver e um plot tão pedestre e raso quanto a mente do consumidor de blockbuster médio.
Me sinto ofendido, mas pelo menos é bom odiar algo desse jeito depois de tanto tempo kkk.
Att.: saber que o anime nunca foi lançado oficialmente no ocidente porque os caras compraram os direitos pra fazer esse lixo de filme só piora tudo.
Stalker
4.3 505 Assista AgoraDá pra ver claramente os elementos que o Oshii tirou daqui pra fazer o Avalon (2001), tanto na atmosfera/linguagem quanto nos temas abordados. É um filme bemmm interessante, intrigante e difícil de esquecer, como tudo do Tarkovski que eu vi até agora.
Mas, assim como todos os outros, sinto que preciso de mais bagagem de literatura/cinema/arte russa num geral pra re assistir a filmografia do Tarkovski e tirar mais proveito. Mas por hora é o meu filme favorito dele.
El Camino: Um Filme de Breaking Bad
3.7 843 Assista AgoraO Vince Gilligan sempre foi um diretor muito esforçado, isso se mantém aqui, o filme é visualmente bem bonito, o Aaron Paul ainda tá muito bom como o Jesse, muito expressivo. No geral é um filme bem bom, não manchou o final da série, e não foi ruim como eu esperava que fosse, vale a pena assistir.
(500) Dias com Ela
4.0 5,7K Assista AgoraO filme que eu sempre quis que existisse, aborda as relações humanas de uma forma muito madura, ainda mais com aquele final indicando que o ciclo ia se reiniciar com a outra mulher. Mas mesmo assim, o diretor acabou caindo já tentação de fazer um final felizinho, bobo e com uma mensagem água com açúcar, mas ainda é um pu** de um romance legal.
Anti-Porno
3.4 60 Assista AgoraÉ o primeiro filme do Sion Sono que eu vejo e com certeza não será o único. Antiporno é um filme lindo, visualmente ele é deslumbrante, é uma pura experiência sensorial, a fotografia com cores vivas, takes longos, perspectivas em 1ª pessoas, etc, ele tem várias jogadas bem interessantes, é de fato um orgasmo visual. A parte sonora não fica pra trás, uma trilha sonora lindíssima, o piano que a irmã da protagonista tocava, além de uma mixagem de som muito interessante, com o som de batimentos cardíacos em momentos de desconforto.
Eu já esperava que esse filme fosse ser diferente, uma crítica a indústria pornográfica, mas ele é mais do que isso, ele é uma crítica a diversos fatores da sociedade extremamente conservadora e opressora que é a japonesa, principalmente quando se trata de ser uma mulher nessa sociedade, é uma jornada de auto descobrimento, de libertação e de rebeldia, de certa forma.
Ele trabalha esses temas através de uma personagem totalmente desestruturada, que não se entende sexualmente por ter sido criada por pais tradicionais, completamente hipócritas e insensíveis, que junto com o suicídio da irmã contribuiram muito para a confusão da personagem. O diretor usa uma montagem desconexa, pra representar o quão aquela garota está perdida naquela situação e o quão aquilo é um grito de socorro, uma forma de rebeldia, vendo que o único jeito de ser livre é se tornando um vira-lata, uma "puta" (representado através de se tornar uma atriz pornô, por apenas elas parecerem que podem ser verdadeiramente livres), mesmo estando claramente desconfortável com toda aquela situação e aquele ambiente nada convidativo, mas se utilizando disso pra finalmente se conhecer e lutar contra certos traumas.
Antiporno é um filme muito pretensioso,mas que entrega, é diferente, visualmente lindo, ousado, crítico, com personagens complexas, bem trabalhadas e que representam idéias, que tem muito a dizer, que instiga a discussão, a dúvida e a reflexão em quem assiste. Sion Sono é sem dúvidas o melhor que o cinema contemporâneo japonês tem a oferecer, mal posso esperar para ver o que mais ele pode fazer.
Você Nunca Esteve Realmente Aqui
3.6 521 Assista AgoraEu sempre tento ser compreensivo com a opinião alheia, mas pqp, vcs tão abaixando a nota média do filme. Então, em uma jornada para escrever sobre todos os meus favoritos, aqui vai.
Esse filme é simplesmente genial, a atuação do Joaquin Phoenix é simplesmente inacreditável, a direção da deusa Lynne Ramsay é como sempre muito original, pouco ortodoxa, linda de morrer e com um propósito narrativo claro, nesse caso, a violência, não glamourisada (bem terrível e chocante na verdade), mas como consequência de uma mente instável ,traumatizada e sequelada pela guerra, e uma sociedade "difícil", to say the least. Eu posso até concordar que o roteiro do filme não é muito complexo, mas o todo que ele forma é lindo na sua simplicidade, na sua direção, nos temas que ele aborda e no estudo de personagem sensível e tocante que acontece aqui, assim como, pasmem, CORINGA.
Acho que o grande problema desse filme é ter atraído pessoas que queriam apenas ver um filme de ação "normal", não tem nada de errado nisso, claro, mas me chateia um pouco ver o tamanho descaso feito com essa belíssima obra. Então, se vc pretende ver esse filme, tente ir com a mente aberta que eu tenho certeza que vai te surpreender.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraJoaquin Phoenix em uma das melhores performances da história do cinema. Um dos melhores filmes da minha vida, só assistam, e legendado, de preferência né.
Boyka: O Imbatível
3.5 93 Assista AgoraÉ uma continuação caça-níquel bem desnecessária, com um enredo bem genérico. Mas pelo menos as cenas de luta continuam bem feitas. E o filme até tenta abordar uns temas de natureza violenta que certas pessoas tem e uns comentários sociais, mas tudo isso bemmm superficialmente.
O Imbatível 3: Redenção
3.9 179 Assista AgoraFaz uma desconstrução de uns clichês da Guerra Fria que eu achei bem legal e trabalha bem o protagonista. Óbvio, tem todos os problemas de roteiro desse tipo de filme, mas consegue fazer um trabalho decente, dentro dos clichês. Além das cenas de luta, que são bem coreografadas, bem filmadas (com planos mais longos do que normalmente se vê, o que é o ideal) e com uma mixagem de som boa.
Ana e Vitória
3.2 357Ana e Vitória é um filme que ocupa aquele espaço incômodo entre um documentário e um filme ficcional, onde vc não sabe muito bem o que é factual e o que é mera dramatização/invenção. Além de uma passagem de tempo, principalmente no começo do filme, que me incomodou especialmente por não mostrar dificuldades na trajetória das duas e, principalmente, não mostrar o que levou a ideia da criação da tal primeira música das duas juntas.
Mas ok, eu entendi qual a proposta do filme, é basicamente um "lore" das músicas, mostrando que situações e acontecimentos inspiraram a criação das músicas que nós gostamos, ou simplesmente inventando esses acontecimentos pra encaixar com as músicas (eu não saber dizer é exatamente o que eu reclamei no começo). Mas até aí tudo bem, só que o problema é que todas as músicas delas (ou quase todas) são músicas "românticas", que falam sobre amor, relacionamentos e afins. Isso me incomoda pelo simples fato de que são 2 horas de filme, muito pouco coesas e onde parece que tudo que existe na vida de todos os personagens são relações amorosas, não muito profundas em sua maioria, o filme é recheado delas, de um modo em que é impossível não ter alguma que você não vá se identificar, por simples probabilidade. Eu acharia bem mais interessante se fossem abordados outros aspectos da dupla, da carreira delas, e não apenas casinhos ad infinitum.
Mas não tentando pegar muito pesado com o filme. Ana e Vitória tem uma filmografia simples, que não se destaca muito, a não ser nos momentos musicais, aonde existem algumas brincadeiras visuais e de montagem bem "fora da caixinha" que são bem legais, a trilha sonora vai depender se você gosta das músicas delas, eu particularmente não chego a desgostar, então não tem muito problema com isso. Também é legal ressaltar o como o filme usa a tecnologia, principalmente as redes sociais, de forma dinâmica e até bem inventiva as vezes, o que é algo que me agradou bastante.
No demais, as duas protagonistas são pessoas muito carismáticas, que não te vendem uma real ligação no começo do filme mas que te conquistam com o decorrer do mesmo, e já que ambas interpretam elas mesmas, não há muito problema em questão de atuação, por mais que em alguns momentos mais específicos certos diálogos soem muito artificiais.
Ana e Vitória é um filme divertido, que enjoa por só abordar os mesmos assuntos (talvez assim como as músicas) mas que consegue ser mais profundo e trazer temas mais relevantes nesses assuntos do que a maioria dos filmes "do mesmo gênero". Recomendo mais pra quem já gosta das músicas da dupla, que provavelmente vão gostar bastante, e para o resto das pessoas, também até recomendo ver, mas sem muita prioridade.
Rebobine Isso!
4.0 18Fui ver só pela participação do Mamoru Oshii mas acabei saindo com um documentário muito divertido e interessante sobre VHS, por mais que eu não seja dessa geração. Foram 1h e 30min mto bem aproveitados, muito gostosinho de assistir.
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KEu não sou nenhum especialista em documentários, mas do pouco que eu sei posso dizer que esse me agradou bastante, tecnicamente falando.
Agora a questão que aparentemente é só o que o povo desse site se importa: fidelidade. Democracia em Vertigem é um documentário claramente parcial, o que não é exatamente um defeito, ele consegue ser parcial e não entrar em um caráter muito panfletário em sua maior parte, com alguns deslizes que incomodam mas não o bastante pra xingar o filme, se você se incomodou muito ou ficou muito feliz com o mesmo, acho que deveria tomar cuidado porque esse, ao meu ver, não é o tipo de documentário feito pra você concordar 100% ou discordar 100%. O que torna ainda mais vergonhoso olhar como todos aqui ou dão 5 estrelas ou dão meia, por favor, parem, estão me deixando com vergonha, sinceramente...
No demais é um documentário interessante, bem montado, bem dirigido e que, por mais que eu pessoalmente não concorde 100%(talvez nem 50), apresenta bons pontos e bons argumentos.
Ida
3.7 438Esse vídeo esclarece muito a grandiosidade desse filme e do Pawlikowski.
https://vimeo.com/117078291
I Am Mother
3.4 495 Assista AgoraTenho que admitir que estava com um pouco de ranço do filme, por conta da temática abordada ser bem "mais do mesmo" e não arriscar ter uma visão mais ousada ou debater novos temas.
Mas independente disso é inegável a qualidade do filme, em tempos de obras de ficção científica medíocres (Ghost in the Shell (2017) *cof* *cof*) I Am Mother trás uma trama bem trabalhada, bem amarrada, que não sabe muito bem o quão dentro dos temas deve entrar, mas que mesmo assim tem uma atmosfera intrigante, que te deixa tenso o tempo todo (que me lembrou muito o 1º Alien por sinal), um cast excepcional, efeitos, práticos e digitais, muito bem feitos e uma relação de mãe e filha até que bastante original.
No fim, I Am Mother é uma luz no fim do túnel no catálogo de filmes da Netflix, que seria perfeito se entrasse mais nos seus temas e tivesse uma abordagem um pouco menos previsível, mas que mesmo assim consegue colocar um sorriso na cara de qualquer fã de uma boa ficção científica.
A Menina e o Ovo de Anjo
4.0 128Esse filme é a maior e mais pura obra de arte que eu já tive o prazer de apreciar. Simplesmente perfeito, lindo, tocante e poético as hell. Foi o filme que fez eu me apaixonar por cinema e de quebra pela vida e obra do amor da minha vida, melhor diretor que existe, Mamoru Oshii. Simplesmente inesquecível, insuperável.
A Cinco Passos de Você
3.6 513 Assista AgoraA relação dos protagonistas se desenvolve de uma forma bem rápida e sem explicação, assim como todo o resto do filme é MUITO corrido, além de ter um ritmo totalmente esquizofrênico, tem uns 4 clímax durante o filme.
Mas independente disso o filme tem umas abordagens muito interessantes, por mais que seja bem clichê em alguns momentos. A Haley Lu é cativante, acaba compensando a porta em atuação que é o Cole Sprouse.
No final, é um filme arroz de festa, não muito marcante, mas que cumpre o que ele se propõe e tem algumas sacadas interessantes.
Talking Head
4.1 2A cada dia eu me encanto mais com a filmografia do Mamoru Oshii. Talking Head é um filme de 1992 que é menos um triller/making of de um anime, como a sinopse e outras análises indicam, e muito mais uma abordagem sensível, inspirada e densamente reflexiva sobre o cinema, em todos os seus componentes e mudanças através dos anos, sobre filmes e sobre como nós interagimos e entendendo a arte como um todo.
O caráter pesadamente satírico e, por vezes, surrealista do filme acaba servindo para um dos melhores usos de metalinguagem que eu já vi em uma obra audiovisual, passando desde as atuações e a trilha sonora até a fotografia e a direção de arte, todos contribuindo para a mensagem metalinguística que está sendo passada. O mesmo é carregado de diálogos por vezes rápidos e bastante poéticos, o que, principalmente pra um filme que só tem legendas em inglês, acaba se tornando um pouco problemático para quem assiste.
É um filme denso, pouco "pipoca" e mais "cinema de arte", na pura definição do termo(por mais ruim que esse termo seja), que necessita da atenção do espectador para ser apreciado.
Em suma, Talking Head é um filme que a uma primeira assistida será difícil de pegar tudo o que ele está tentando dizer, deixando várias dúvidas e pensamentos em quem o assiste, se mantendo assim vivo nos pensamentos daqueles que se proporem a "entender" o filme, porém, com a certeza de que, de fato, é um filme excepcional.