A figura central da trama é o Açougueiro, saído do curta-metragem "Carne", também do diretor Gaspar Noé. Essa criatura violenta, petrificada, fica vagando por labirintos obsessivos repletos de recalques, ódio contra estrangeiros e homossexuais, com a sempre onipresente figura da filha que ele deseja de maneira doentia. O filme cria uma atmosfera hermética onde a loucura crescente da personagem central está sempre aparente, seja nos tons amarelados da fotografia ou na narração em off. A obsessão é narrada como um diário absurdo. Um clássico do cinema moderno, cheio de poesia e fúria.
Um filme alegre, vivaz, colorido, ágil. Belo como o amor. Amores expressos tem a Hong Kong cosmopolita dos anos 90 como cenário e o amor como grande tema. “Quando estamos mais íntimos de alguém, estamos a 0,01 cm de proximidade”. Nada clichê o amor aqui é contado em duas pequenas e excêntricas histórias por entre latas de abacaxi com a data de validade vencidas, em meio a um restaurante de fast food e ao som da canção “california dreaming”. Afeito a uma linguagem próxima ao videoclipe e ao uso de metáforas sutis e delicadas. Uma colagem pop e inusual de elementos urbanos que formam as histórias de encontros e desencontros, começos e partidas, voos e decolagens. Um filme gostoso de se assistir.
Apenas um menino solitário.”Eles não ganham o campeonato desde 1966.Eu perdi aquele jogo, pq nesse dia eu tive o Billy. Oh, quem dera eu nunca o tivesse”. Fundo a solidão é cruel feito a perca de um campeonato, feito a falta de amor, feito o passado q não pode ser mudado.Lirismo sujo e marginal. Billy sai da prisão após cinco anos e quer apenas dar uma mijada, quer apenas descarregar. E telefones são dor e facadas nítidas em mim. O amor é tão bom feito um desencontro, feito um soco, uma porrada, uma adaga afiada cortando os pulsos. Todos precisam de amor. Anotem isso: Todos precisam de amor, Billy.
Amor em fúria. Em pleno êxtase. Amor sob todas as nuances e perigos e delíros do laranja. Um sol amanhecendo/entardecendo. Uma plena forma vibrante e intensa. Música e Fotografia. O instante q passa, o q fica, o q permanece e adentra-se o coração intensamente. No amor todos perdem ou ganham. Forma tátil, visual de um sentido q reverte-se e reverbera num perigoso/delicioso jogo. Um casal. Um apartamento. O encontro dos corpos, das almas. Um filme deslumbrante e arrebatador permeado por um ritmo vibrante da pulsação cardíaca. Os abismos do jogo amoroso. O sentido pleno da expressão eu te amo. “Não importa o q aconteça daqui pra frente pois eu sei q nunca vou te esquecer”.
Eu era como a grama que não seria jamais arrancada”. Fernando Pessoa. Uma espécie de soco, de facada e de riso. O cinza predomina na paisagem e nas pessoas. Tudo é frio, gélido, distante, glacial. Lembrou-me pela temática e pelo modo de apresentá-la o cinema de Roy Andersson. Aqui há tbm um profundo silêncio q pode ser pensado ora como espaço para a reflexão, ora como o vazio. Os personagens vagam, andam, tentam o encontro, o salto ( no abismo) e dão de cara com o nada, com a solidão, com a falta, com a ausência. Deus certamente não veio por estar muito ocupado ou por não existir mesmo. Assim, todos apenas buscam a seu modo torto e desesperado a felicidade. Q por certo tbm não existe completamente. O tom é pessimista, triste e ao q tudo indica não há mesmo esperança nem para nós e nem para eles.
Ó rodas,engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!/ forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!/ em fúria fora e dentro de mim”. Cyberpunk experimental. Um ritmo insano, alucinado. Música industrial. Ruídos estridentes, barulhos agonizantes. Um pesadelo industrial no qual o homem é reduzido/retransformado em máquina, em metal. O lixo industrial encetado/refletido na desumanização pulsante de peças metálicas. Um filme porrada filmado num agressivo preto e branco q confere o tom perturbador desta experiência estética estremecedora.
A violência nossa. Um jogo de matar a ficção de fazer a ficção ser assassinada pela realidade. Mera ficção. Mera realidade. Bem vindos ao jogo! “Você tem ovos para emprestar?” e abre-se uma porta. Loucura? Sadismo? Assim o silêncio brinca de dar tiros. Nada tão gratuito como a realidade. Nada tão insano como a violência.
febre e festa. canção orgíaca e libertária. anarquismo. poesia e sexo. revolução. em preto e branco as cores são mais nítidas. o amor: eneida. "quem foi q disse q poesia não embala. quem foi q disse q poesia não embriaga". som, fúria, soco no estômago. arte indecente. lírica contestação, crítica, poesia em estado puro. brutal diamante. possessão dionisíaca.
Uma espécie de odisseia do vazio ao lugar nenhum. O personagem é um inadaptado, um típico loser desses q caíram fora das chamadas regras sociais: Não estuda, não trabalha, não faz nada. Em suma: Não quer fazer parte do “rebanho” dos q buscam e almejam objetivos nisso a q chamamos de vida. Simplesmente vaga por aí e encontra outros como ele. Essa sensação de vazio, de tédio q irrompe a cada cena dá um tom de total desesperança, de um mundo onde qualquer ação não parece mesmo valer a pena e por isso se muda ainda que sem objetivo algum para outros lugares numa circularidade sem finalidade alguma. Não há uma resposta ou um caminho para onde ser ir. O absurdo e o nonsense são estranhos ao mundo regrado por isso afundamos a deriva feito um improviso no jazz.
Excelente película! Gostei muitíssimo! Penso se tratar de um roteiro inteligente q trabalha com questões polêmicas de modo nada óbvio e essa originalidade dá ao filme um q de peculiar, de coisa q aguça nosso olhar para além da mera aparência. Acredito q se pode entender o título e a obra como um todo como sendo uma metáfora: A região selvagem seria um lugar desconhecido, uma zona fora dos limites do racional, daquilo q podemos compreender e assim se afiguraria de muitos modos: a sexualidade e suas nuances, o preconceito/ machismo, essa mistura de ficção científica com algo q beira o terror aliado ainda ao tom polêmico do prazer sexual sem amarras e neuroses faz do filme para mim algo de excepcional e altamente recomendável.
Sozinho Contra Todos
4.0 313A figura central da trama é o Açougueiro, saído do curta-metragem "Carne", também do diretor Gaspar Noé. Essa criatura violenta, petrificada, fica vagando por labirintos obsessivos repletos de recalques, ódio contra estrangeiros e homossexuais, com a sempre onipresente figura da filha que ele deseja de maneira doentia. O filme cria uma atmosfera hermética onde a loucura crescente da personagem central está sempre aparente, seja nos tons amarelados da fotografia ou na narração em off. A obsessão é narrada como um diário absurdo. Um clássico do cinema moderno, cheio de poesia e fúria.
Amores Expressos
4.2 355 Assista AgoraUm filme alegre, vivaz, colorido, ágil. Belo como o amor. Amores expressos tem a Hong Kong cosmopolita dos anos 90 como cenário e o amor como grande tema. “Quando estamos mais íntimos de alguém, estamos a 0,01 cm de proximidade”. Nada clichê o amor aqui é contado em duas pequenas e excêntricas histórias por entre latas de abacaxi com a data de validade vencidas, em meio a um restaurante de fast food e ao som da canção “california dreaming”. Afeito a uma linguagem próxima ao videoclipe e ao uso de metáforas sutis e delicadas. Uma colagem pop e inusual de elementos urbanos que formam as histórias de encontros e desencontros, começos e partidas, voos e decolagens. Um filme gostoso de se assistir.
Buffalo '66
4.1 302Apenas um menino solitário.”Eles não ganham o campeonato desde 1966.Eu perdi aquele jogo, pq nesse dia eu tive o Billy. Oh, quem dera eu nunca o tivesse”. Fundo a solidão é cruel feito a perca de um campeonato, feito a falta de amor, feito o passado q não pode ser mudado.Lirismo sujo e marginal. Billy sai da prisão após cinco anos e quer apenas dar uma mijada, quer apenas descarregar. E telefones são dor e facadas nítidas em mim. O amor é tão bom feito um desencontro, feito um soco, uma porrada, uma adaga afiada cortando os pulsos. Todos precisam de amor. Anotem isso: Todos precisam de amor, Billy.
Amor Laranja
3.1 2Amor em fúria. Em pleno êxtase. Amor sob todas as nuances e perigos e delíros do laranja. Um sol amanhecendo/entardecendo. Uma plena forma vibrante e intensa. Música e Fotografia. O instante q passa, o q fica, o q permanece e adentra-se o coração intensamente. No amor todos perdem ou ganham. Forma tátil, visual de um sentido q reverte-se e reverbera num perigoso/delicioso jogo. Um casal. Um apartamento. O encontro dos corpos, das almas. Um filme deslumbrante e arrebatador permeado por um ritmo vibrante da pulsação cardíaca. Os abismos do jogo amoroso. O sentido pleno da expressão eu te amo. “Não importa o q aconteça daqui pra frente pois eu sei q nunca vou te esquecer”.
Baile de Outono
3.6 11Eu era como a grama que não seria jamais arrancada”. Fernando Pessoa. Uma espécie de soco, de facada e de riso. O cinza predomina na paisagem e nas pessoas. Tudo é frio, gélido, distante, glacial. Lembrou-me pela temática e pelo modo de apresentá-la o cinema de Roy Andersson. Aqui há tbm um profundo silêncio q pode ser pensado ora como espaço para a reflexão, ora como o vazio. Os personagens vagam, andam, tentam o encontro, o salto ( no abismo) e dão de cara com o nada, com a solidão, com a falta, com a ausência. Deus certamente não veio por estar muito ocupado ou por não existir mesmo. Assim, todos apenas buscam a seu modo torto e desesperado a felicidade. Q por certo tbm não existe completamente. O tom é pessimista, triste e ao q tudo indica não há mesmo esperança nem para nós e nem para eles.
Tetsuo, o Homem de Ferro
3.7 136Ó rodas,engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!/ forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!/ em fúria fora e dentro de mim”. Cyberpunk experimental. Um ritmo insano, alucinado. Música industrial. Ruídos estridentes, barulhos agonizantes. Um pesadelo industrial no qual o homem é reduzido/retransformado em máquina, em metal. O lixo industrial encetado/refletido na desumanização pulsante de peças metálicas. Um filme porrada filmado num agressivo preto e branco q confere o tom perturbador desta experiência estética estremecedora.
Violência Gratuita
3.8 739 Assista AgoraA violência nossa. Um jogo de matar a ficção de fazer a ficção ser assassinada pela realidade. Mera ficção. Mera realidade. Bem vindos ao jogo! “Você tem ovos para emprestar?” e abre-se uma porta. Loucura? Sadismo? Assim o silêncio brinca de dar tiros. Nada tão gratuito como a realidade. Nada tão insano como a violência.
Febre do Rato
4.0 657febre e festa. canção orgíaca e libertária. anarquismo. poesia e sexo. revolução. em preto e branco as cores são mais nítidas. o amor: eneida. "quem foi q disse q poesia não embala. quem foi q disse q poesia não embriaga". som, fúria, soco no estômago. arte indecente. lírica contestação, crítica, poesia em estado puro. brutal diamante. possessão dionisíaca.
Férias Permanentes
3.6 57 Assista AgoraUma espécie de odisseia do vazio ao lugar nenhum. O personagem é um inadaptado, um típico loser desses q caíram fora das chamadas regras sociais: Não estuda, não trabalha, não faz nada. Em suma: Não quer fazer parte do “rebanho” dos q buscam e almejam objetivos nisso a q chamamos de vida. Simplesmente vaga por aí e encontra outros como ele. Essa sensação de vazio, de tédio q irrompe a cada cena dá um tom de total desesperança, de um mundo onde qualquer ação não parece mesmo valer a pena e por isso se muda ainda que sem objetivo algum para outros lugares numa circularidade sem finalidade alguma. Não há uma resposta ou um caminho para onde ser ir. O absurdo e o nonsense são estranhos ao mundo regrado por isso afundamos a deriva feito um improviso no jazz.
A Região Selvagem
3.2 49 Assista AgoraExcelente película! Gostei muitíssimo! Penso se tratar de um roteiro inteligente q trabalha com questões polêmicas de modo nada óbvio e essa originalidade dá ao filme um q de peculiar, de coisa q aguça nosso olhar para além da mera aparência. Acredito q se pode entender o título e a obra como um todo como sendo uma metáfora: A região selvagem seria um lugar desconhecido, uma zona fora dos limites do racional, daquilo q podemos compreender e assim se afiguraria de muitos modos: a sexualidade e suas nuances, o preconceito/ machismo, essa mistura de ficção científica com algo q beira o terror aliado ainda ao tom polêmico do prazer sexual sem amarras e neuroses faz do filme para mim algo de excepcional e altamente recomendável.