Dois anos após sua estreia com “Os Duelistas”, pelo qual foi indicado a Palma de Ouro em Cannes, o diretor britânico Ridley Scott fazia sua estreia no cinema americano, com um dos maiores clássicos da ficção e com uma mudança radical de gênero. O que virou uma constante em sua carreira, sendo um dos mais ecléticos em atividade. Fugindo do estilo das populares sagas Star Wars e Star Trek, os roteiristas Dan O’Bannon & Ronald Shusett escreveram um misto de ficção e horror, de forma original e bastante criativa. Até as filmagens muita coisa foi alterada no roteiro pelos produtores Walter Hill & David Giler, que por incrível que pareça conseguiram contribuir de forma positiva, principalmente pela adição de um dos personagens mais interessantes do filme. Outra mudança importante e significativa foi do título que originalmente seria “Star Beast”, mas O’Bannon não gostou e acabou alterando para “Alien”, devido a quantidade de vezes que a palavra aparecia no roteiro. A dupla O’Bannon & Shusett merecidamente levaram os créditos, pelo segundo roteiro de ambos e um dos melhores roteiros de ficção. Para a direção vários nomes foram mencionados, desde O’Bannon que pensou que iria filmar seu roteiro ao produtor Walter Hill, que era o preferido do estúdio. Mas com a desistência de Hill, surgiram nomes como de Peter Yates e Robert Audrich, mas graças ao seu longa-metragem de estreia, que os produtores viram e gostaram, que surgiu o convite e a oportunidade de Ridley Scott entrar de vez no cinema americano. Com o convite aceito, Scott fez storyboards detalhados do filme todo, com isso fazendo o estúdio aumentar o orçamento do filme. Tom Skerrit (Dallas) foi convidado desde o início do projeto, tendo recusado o convite pela indefinição de diretor e pelo baixo orçamento, mas com a chegada de Scott, sua decisão foi outra. Apesar de seu nome ser o primeiro nos créditos, foi a novata Sigourney Weaver (Ripley) em seu terceiro longa de cinema, quem roubou cenas e destacou-se. Outros destaques do elenco são o extraordinário Ian Holm (Ash), Veronica Cartwright (Lambert) que com apenas 30 anos e mais de 20 anos de carreira, foi uma das melhores atuações do filme, junto com John Hurt (Kane) que foi a primeira opção de Scott, mas devido a outros compromissos quase não participou de Alien, em seu lugar entrou Jon Finch que por problemas de saúde, foi obrigado a abandonar o projeto. Com sua saída, Hurt pode voltar para o que seria um dos melhores papéis de sua carreira e com uma das cenas mais famosas do cinema. O filme ainda tem as presenças marcantes de Yapet Kotto (Parker) e Harry Dean Stanton (Brett). Foi O’Bannon que supervisionou o conceito de arte do filme e foi quem apresentou para Scott, os trabalhos do artista plástico H.R. Giger e a partir daí com o entusiasmo de quem encontrou o que estava procurando, Scott tratou de que o artista fosse contratado e ficasse com a função de criar todo o conceito visual do Alien, desde os ovos da criatura ao planeta e a nave. Giger cumpriu sua função com maestria, fazendo sua estreia no cinema de forma fantástica e excepcional. Outros artistas como Ron Cobb & Chris Foss ficaram com o outro lado visual do filme, como a espaçonave Nostromo e os trajes dos tripulantes. Dando um visual moderno e ao mesmo tempo realista, tanto para a espaçonave quanto para os trajes. Fazendo parte deste time também, o designer gráfico Saul Bass quem fez os créditos de abertura, mas lamentavelmente não foi creditado. O time de diretores de arte (Michael Seymour, Leslie Dilley, Roger Christian & Ian Whittaker) e o figurinista John Mollo, com certeza fizeram um grande trabalho em conjunto com os artistas conceituais. A maquiagem de Pat Hay é muito bem feita e os efeitos especiais foram muito bem empregados e criativos, pelo grande time (H.R. Giger, Carlo Rambaldi, Brian Johnson, Nick Allder & Dennis Ayling). Outro destaque fica por conta da estreia do diretor de fotografia Derek Vanlint, com um excelente trabalho, seguindo a estética do filme, com visual predominantemente sombrio. A edição do filme ficou a cargo da dupla Terry Rawlings & Peter Weatherley, que fizeram um ótimo trabalho, com cortes precisos e dinâmicos. O trio Derrick Leather, Jim Shields & Bill Rowe, fizeram um excelente trabalho com o som e efeitos sonoros, combinando perfeitamente com a atmosfera sombria do filme. O grande maestro Jerry Goldsmith fez um trabalho memorável, mas infelizmente parte da trilha composta para Alien, foi ignorada por Scott. Mas mesmo assim permanece como uma das grandes composições de Smith. O filme ganhou merecidamente o Oscar de Efeitos Visuais e foi indicado para Direção de Arte. Com orçamento de 11 milhões de dólares e mais de 100 milhões de bilheteria no mundo, o sucesso acabou resultando numa franquia, que ainda gera muito lucro para o estúdio. O filme permanece, como um dos grandes clássicos do gênero e um exemplo da criatividade e versatilidade do diretor Ridley Scott, que ao longo dos mais de 30 anos de seu 2º longa-metragem não dá sinais de que vai se aposentar.
Antes do sucesso na Pixar/Disney, o diretor Brad Bird estreou com esta animação, que não só deveria ser chamada como uma das melhores da década de 90, mas também de todos os tempos. Adaptado do livro de Ted Hughes (faleceu antes da estreia, por isso o longa é dedicado em sua memória), Tim McCanlies e Brad Bird fizeram um excelente trabalho. Ambientado na década de 50, em plena paranoia do comunismo e da guerra fria, vemos uma animação ímpar, com personagens cativantes e cheios de vida, principalmente o garoto Hogarth Hughes e o Gigante de Ferro. Além é claro de toda ambientação dos anos 50, incluindo os filmes B, carros e muito rock. Por falta de visão ou incompetência mesmo, a Warner não fez uma campanha de marketing necessária e com isso o lançamento nos cinemas foi limitado e o rendimento nas bilheterias foi muito inferior ao custo da produção. Apesar disso a animação foi reconhecida, no prêmio máximo da categoria o “Annie”, obtendo quinze indicações das quais venceu nove, incluindo: Animação, Diretor (Brad Bird) e Roteiro (Tim McCanlies e Brad Bird). Os dubladores originais são um destaque à parte, principalmente Eli Marienthal (Hogarth Hughes) que venceu vários prêmios pelo excepcional trabalho, Vin Diesel (Gigante de Ferro) emprestando seu vozeirão para o simpático robô e Jennifer Anniston (Annie Hughes). Brad Bird ainda fez uma bela homenagem para seus mestres e mentores, Frank Thomas e Ollie Johnston que foram grandes animadores e um dos últimos pioneiros que trabalharam no grande time de “Branca de Neve e os Sete Anões". Como o próprio Brad Bird, costuma falar estes e outros trabalhos de animação, são cinema também e por isso digo que este é um dos melhores filmes que já vi.
O retorno de um dos vilões mais icônicos e sensacionais da Saga do Homem-Morcego, liberando todo o caos em Gotham!
Depois do sucesso de “Batman Begins”, era mais do que óbvio que a sequência aconteceria em breve, mas antes disso Christopher Nolan dirigiu “O Grande Truque”, uma produção modesta que desde sua estreia vem sendo cultuada e admirada. Três anos e um filme depois, Nolan retorna com uma produção maior, melhor e extraordinária em cada cena. O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller e Batman – A Piada Mortal de Alan Moore foram a base do excelente roteiro de David S. Goyer e dos irmãos Christopher & Jonathan Nolan, marcando a terceira parceria da dupla. Pela primeira vez no cinema, no título original não foi usado o nome “Batman”, fato inédito e que deixa ainda mais singular este grande filme. Christian Bale (Bruce Wayne/Batman), Michael Caine (Alfred), Gary Oldman (Jim Gordon), Morgan Freeman (Lucius Fox), Cillian Murphy (Dr. Jonathan Crane/Espantalho) retornam a seus papéis de forma bem mais empolgante e sensacional que no 1º filme. O centro de todas as atenções foi com certeza, o Coringa de Heath Ledger onde o ator mostrou uma atuação absurda, brilhante e tão extraordinária entrega a um personagem, que mereceu e merece ser chamada como uma das maiores e mais sensacionais do cinema. Outros destaques são Aaron Eckhart (Harvey Dent) em ótima atuação, Maggie Gyllenhaal (Rachel Dawes) aqui reprisando o papel que foi de Katie Holmes em Batman Begins, com ótima atuação, que acabamos esquecendo Holmes e por último Eric Roberts (Maroni) e Anthony Michael Hall (Mike Engel), ambos depois de muito tempo voltando a produções “Classe A”. A dupla de compositores James Newton Howard e Hans Zimmer elevaram o nível e a trilha-sonora é melhor e mais notável que do filme anterior, por isso mesmo que é um verdadeiro absurdo ter sido ignorada no Oscar, mas foi muita elogiada e acabou vencendo o prêmio máximo da música, o Grammy de Melhor Trilha-Sonora do Ano. Richard King, Lora Hirschberg, Gary Rizzo & Ed Novick foram os técnicos responsáveis pela edição e mixagem de som e todo o caos causado em Gotham pelo Coringa é ouvido da forma mais barulhenta e impactante possível. O trabalho do diretor de fotografia Wally Pfister mais uma vez é notável e em cenas memoráveis como a da primeira aparição do Coringa, são sensacionais e dignas de um profissional. Os maquiadores John Caglione Jr. & Conor O’Sullivan fizeram um trabalho excepcional, principalmente evidente no Coringa de Ledger. Com inúmeras sequências de ação, a edição de Lee Smith é extremamente bem feita e ágil. Novamente os efeitos especiais são mais práticos e reais do que de costume e os técnicos Nick Davis, Chis Corbould, Timothy Webber & Paul J. Franklin mostraram-se exímios profissionais. O filme foi um dos mais comentados e elogiados do ano, fazendo parte de diversas listas como um dos dez melhores do ano e de várias premiações. Foi indicado para oito Oscar, dos quais venceu apenas dois (Edição de Som e Ator Coadjuvante para Heath Ledger, prêmio póstumo já que o ator tragicamente havia falecido, pouco depois de completar sua participação e este prêmio além de muito merecido foi raro, já que foi a segunda vez que um ator foi premiado postumamente em toda a história do Oscar.) Ledger ainda foi premiado com o Globo de Ouro e com o Bafta, pela sua extraordinária e inesquecível atuação. Apesar das oito indicações, muito se comentou a ausência nas categorias de Filme, Direção e Roteiro, que por todas suas qualidades mereciam pelo menos a nomeação. A produção foi de 185 milhões de dólares e a bilheteria mundial ultrapassou 1 bilhão de dólares, um feito merecido e digno de um grande filme. Definitivamente um clássico, com Nolan confirmando seu talento como um dos melhores diretores em atividade e a despedida de um grande ator como Heath Ledger fazem do Cavaleiro das Trevas um filme imperdível.
Muitos pensaram que o prelúdio de Star Trek, seria apenas o 11° longa para o cinema, mas J.J. Abrams deu um novo fôlego para a famosa série. Os roteiristas Robert Orci e Alex Kurtzman, conseguiram com um roteiro original manter tudo que já foi estabelecido pela série ao longo dos anos e ainda assim mantendo espaço para quem nunca viu nada do universo Trekker. A série foi criada por Gene Roddenberry há quase 50 anos atrás, sendo produzida para TV e alguns anos depois migrou para o cinema como Jornada nas Estrelas – O Filme, dirigido pelo grande Robert Wise. A escolha do elenco foi uma das mais acertadas, Chris Pine (James T. Kirk) e Zackary Quinto (Spock) tiveram a responsabilidade de interpretar personagens clássicos e queridos pelos fãs, mas fizeram de forma extraordinária, não sei dizer quem está melhor. Os demais tripulantes da Enterprise deram um show a parte com seus personagens clássicos, são eles: Karl Urban (Dr. Leonard “Bones” McCoy), Zoë Saldana (Nyota Uhura), Simon Pegg (Montgomery “Scotty” Scott) , John Cho (Hikaru Sulu) e o russo Anton Yelchin (Pavel Chekov). Eric Bana (Nero) interpretando o vilão romulano com muita raiva e frieza, conseguiu fazer um de seus melhores trabalhos. Uma grata surpresa para os fãs foi a participação de ninguém menos que Leonard Nimoy (Spock), interpretando novamente seu personagem clássico de forma excepcional. Com cenários grandiosos e muito realistas, ótima trilha sonora de Michael Giacchino e efeitos especiais de última geração, o filme foi um sucesso de bilheteria, arrecadando 385 milhões de dólares no mundo todo. Mais um ótimo trabalho de J.J. Abrams, que foi aclamado pela crítica como um dos dez melhores do ano, foi indicado para quatro Oscar (Efeitos Visuais, Edição de Som, Mixagem de Som e foi o vencedor em Melhor Maquiagem). Com certeza Gene Roddenberry aprovaria este longa, por isso até o mais fanático Trekker não tem do que reclamar deste ótimo exemplar da saga.
Focando o universo do Rock, o diretor Cameron Crowe levou para as telas o seu projeto mais pessoal, contando suas próprias experiências como o mais jovem jornalista contratado pela revista Rolling Stone. Seu roteiro autobiográfico é extremamente envolvente e conta com personagens reais e fictícios dos mais interessantes, em um cenário importante do rock nos anos 70. O elenco está sensacional, principalmente Patrick Fugit (William Miller), estreando no cinema já como protagonista, com uma atuação impecável. A veterana Frances McDormand (Elaine Miller) está extraordinária em uma de suas melhores e mais marcantes atuações. Kate Hudson (Penny Lane) está perfeita e roubando suas cenas, em sua melhor atuação até o momento. Dos integrantes da banda Stillwater, os destaques são: Billy Crudup (Russell Hammond) e Jason Lee (Jeff Bebe), ambos fizeram um ótimo trabalho, mostrando tudo que acontece com uma banda que acaba de conquistar o sucesso. Outros destaques ficaram por conta do ótimo Philip Seymour Hoffman como o crítico (Lester Bangs), Zooey Deschanel (Anita Miller) sempre ótima e Michael Angarano roubando suas cenas como o pequeno William Miller. Foi indicado para quatro Oscar: Atriz Coadjuvante (Kate Hudson), Atriz Coadjuvante (Frances McDormand), Edição e foi o vencedor de Roteiro (Cameron Crowe). A reconstituição de época é perfeita, nos carros, casas, figurinos e nas pessoas cheias de estilo. Não foi um sucesso de bilheteria, mas ao longo dos anos acabou tornando-se um clássico do gênero, sendo um dos melhores filmes sobre Rock, bandas, fãs e tudo mais que isso engloba. Recentemente a banda Stillwater foi considerada umas das melhores da ficção, isso só comprova que o filme não caiu no esquecimento e seus fãs estão aumentando. Sou um desses fãs e este é um dos filmes que mais gosto e admiro.
O lendário Alfred Hitchcock foi e ainda é uma das maiores referências de como entreter com qualidade no cinema. No final da década de 50, o diretor britânico estreava seu 23° longa-metragem nos Estados Unidos e um dos melhores e mais divertidos de sua extensa carreira. O grande roteirista Ernest Lehman, em sua primeira parceria com Hitchcock, escreveu de forma brilhante, uma história extremamente original e muito envolvente, com espionagem, romance, humor e diálogos excelentes. O grande astro Cary Grant (George O.Thornhill), em sua quarta e última parceria com Hitchcock, mostra a razão de sua imensa popularidade, com grande carisma e talento, com um dos personagens mais leves da extraordinária filmografia do mestre do suspense. A excelente Eva Marie Saint (Eve Kendall), já havia mostrado grande talento em sua estreia no cinema, já vencendo o Oscar de Coadjuvante e aqui em seu quinto longa de cinema, conseguiu brilhar tanto quanto Grant. Outros destaques do elenco são os vilões de James Mason (Phillip Vandamm) e Martin Landau (Leonard) com ótimas atuações. Como de costume em seus filmes, Hitchcock fez uma pequena participação no início, que é curiosa e engraçada, a protagonista feminina é loura, como na maioria dos seus trabalhos e neste filme o diretor deu uma cutucada em uma de suas desavenças, com a fala do personagem de Grant (George O. Thornill), dizendo que o “O” não significava nada, sendo direcionada para o produtor David O. Selznick. Dos grandes colaboradores de Hitchcock, um dos mais notáveis é o grande compositor Bernard Herrmann, aqui em sua quinta parceria com o diretor, com uma trilha que se não é tão icônica como as outras, encaixa-se perfeitamente com o estilo do filme. A grande equipe de diretores de arte (William A. Horning, Robert F. Boyle, Merrill Pye, Henry Grace & Frank R. McKelvy), fez um notável e excepcional trabalho, principalmente na decoração de interiores. Apesar de não ter levado crédito, é impossível não notar os figurinos de Harry Kress, principalmente nos usados por Eva Marie Saint. A edição ágil e precisa de George Tomasini, a fotografia excepcional de Robert Burks e os ótimos e muito bem empregados efeitos especiais de A. Arnold Gillespie & Lee LeBlanc, são exemplos do padrão de qualidade dos filmes do mestre Hitchcock. O filme foi indicado a apenas três Oscar, Roteiro (Ernest Lehman), Edição e Direção de Arte, um verdadeiro descaso com uma obra cheia de qualidades. A cena de Grant sendo perseguido pelo avião é magnífica e uma das mais famosas e icônicas da história do cinema. Mais uma obra-prima do grande Alfred Hitchcock, que hoje em dia faz parte da lista dos 100 maiores filmes de todos os tempos, pelo Instituto Americano de Cinema e passados mais de 50 anos, continua sendo apreciada e admirada por outras gerações.
Conta Comigo é um daqueles raros filmes, que aparecem de vez em quando e deixam uma marca permanente. Principalmente por tê-lo visto na minha infância, serve como um link para as ótimas recordações e tudo de bom que ela representou. Baseado em um conto de Stephen King de sua coletânea As Quatro Estações, os roteiristas Raynold Gideon e Bruce A. Evans (indicados ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado) fizeram um belo trabalho e Rob Reiner dirigiu o jovem elenco com grande talento e sensibilidade. É um belo drama sobre amizades e descobertas que com mais de 25 anos, ainda encanta muita gente. Um dos destaques do filme é o extraordinário River Phoenix, um grande ator que nos deixou muito cedo e merece ser descoberto por outras gerações. Outro destaque é a ótima trilha sonora, principalmente os clássicos dos anos 50 e a bela e inesquecível "Stand by Me". Cultuado e uma das melhores adaptações de King, já nem sei quantas vezes assisti, só sei que nunca perde seu encanto e por isso recomendo para todos.
Com mais de 25 anos, a fábrica de sonhos “Studio Ghibli” desde sua criação, tem sido referência de qualidade, criatividade e sucesso extraordinário, com seus animes magníficos, belíssimos e com histórias e personagens cativantes. Por isso não é de se espantar o sucesso nas bilheterias e os prêmios recebidos pela extraordinária equipe liderada pelos geniais Hayao Miyazaki & Isao Takahata. Em julho de 2001, estreou “A Viagem de Chihiro”, o 8º longa-metragem da carreira de Miyazaki e foi um grande acontecimento, já que inúmeras vezes o diretor comentou que iria se aposentar. E se tratando de um novo trabalho do grande mestre, o público foi em massa aos cinemas, resultando em uma bilheteria superior a de “Titanic” no Japão. Logo depois foi o resto do mundo que se rendeu ao visual arrebatador de Chihiro, que conta com um roteiro inteligente, original e totalmente envolvente de autoria do próprio Miyazaki. A história com seres fantásticos e até assustadores para as crianças menores, conta com personagens dos mais interessantes como a menina Chihiro, Haku, Yubaba, Bô e outros grandes personagens do universo de Miyazaki. Dos dubladores originais destaco os talentos de Mari Natsuki (Yubaba/ Zeniba) e Ryûnosuke Kamiki (Bô), suas vozes são ótimas e combinam perfeitamente com seus personagens. Por toda sua qualidade e excelência, o longa foi premiado em Berlim com o Urso de Ouro de Melhor Filme, venceu os Prêmios Annie de Animação, Direção (Miyazaki), Roteiro (Miyazaki) e Trilha Sonora (Joe Hisaishi) e recebeu dezenas de prêmios e indicações pelo mundo todo. Para consagrar de vez o trabalho do genial Miyazaki, o anime venceu também o Oscar de Melhor Animação, desbancando merecidamente produções norte-americanas. Totalizando mais de 270 milhões de dólares no mundo, dos quais mais de 220 milhões foram arrecadados no Japão, mostrando toda força do selo Ghibli por lá. A Disney que foi a responsável por divulgar para o resto do mundo os grandes animes da Ghibli, trazendo novos fãs e admiradores para os grandes clássicos que o estúdio produziu nesses quase 30 anos de existência. No entanto aqui no Brasil, somos vítimas da falta de visão e incompetência por parte das distribuidoras, de não comercializarem a grande maioria dos títulos da Ghibli em nosso mercado. Chihiro é uma obra essencial de Miyazaki e um dos maiores triunfos da Ghibli, por isso recomendo sempre.
Tarantino não só repaginou o Western Spaghetti com seu estilo autoral, como também homenageou o diretor Sergio Corbucci e seu “Django” (1966), mas sem cair no óbvio que seria um remake, dando sua própria e originalíssima visão a “Django Livre”. Brilhante, empolgante e muito divertido, assim é o roteiro de Tarantino, com grandes personagens, diálogos afiados e isso sem contar na trama ambientada nas vésperas da Guerra Civil Americana, com o período escravocrata explorado perfeitamente com elementos do western spaghetti. O protagonista seria Will Smith, mas sua desistência abriu caminho para o ótimo Jamie Foxx como Django. Extraordinário e roubando cenas, Christoph Waltz (Dr. King Schultz) ganha à simpatia do público em mais uma excelente parceria com Tarantino. Pela primeira vez como vilão, Leonardo DiCaprio (Calvin Candie) mostra seu lado detestável com muita competência, mas quem realmente chama atenção é o vilão interpretado por Samuel L. Jackson (Stephen) em sua 5ª colaboração com o diretor, quase irreconhecível na pele de um idoso maldoso e insuportável. E fechando o elenco temos a bela Kerry Washington (Broomhilda von Schaft) como a esposa de Django e as participações especialíssimas de Franco Nero, o “Django Original” em pessoa e Tarantino em cena hilária. A trilha sonora não poderia ser mais extraordinária e eclética, os créditos iniciais foram reservados para a clássica “Django” de Luis Bacalov, em uma bela homenagem ao filme de Corbucci, depois é um mix de grandes compositores como Ennio Morricone e Jerry Goldsmith com músicas de James Brown, Brother Dege, Anthony Hamilton & Elayna Boynton com a excelente “Freedom” e outros. Famoso e criticado pela violência, Tarantino aproveita-se do gênero com muitos tiroteios e sangue jorrando. Django Livre venceu os Globos de Ouro de Ator Coadjuvante (Christoph Waltz) e Roteiro Original (Tarantino), na Inglaterra ficou com 02 Baftas nas mesmas categorias e finalmente depois de quase 20 anos, Tarantino levou para casa seu 2° e merecido Oscar de Roteiro Original, já Christoph Waltz fez história ao levar o 2° Oscar depois de quatro anos de ser premiado como coadjuvante pelo excelente “Bastardos Inglórios”, sendo muito merecedora sua consagração. Django ainda foi indicado aos Oscars de Melhor Filme, Fotografia (Robert Richardson) e Edição de Som, mas Tarantino merecia ter sido indicado também como diretor, por sua nostálgica, divertida e autoral homenagem ao gênero Spaghetti. Apesar disso foi criticado pelo diretor Spike Lee, que mesmo sem ter visto o longa, afirmou que era ofensivo e que não respeitava seus ancestrais que foram escravizados. Seus motivos foram o uso de palavras pejorativas e racistas, mas que obviamente foram necessárias e fiéis ao retratar tal período absurdo da história americana. Django Livre rendeu mundialmente mais de 420 milhões de dólares, ocupando o topo no ranking dos filmes de Tarantino. São quase três horas de projeção, onde somos brindados com o máximo do talento e competência de um grande e estiloso diretor.
O medo revela sua face, no maior filme de horror do cinema!
O EXORCISTA (1973)
Mesmo com 40 anos, O Exorcista mantém-se como um dos maiores e mais assustadores filmes da história do cinema. O roteiro do filme não poderia ter sido melhor, já que o próprio autor William Peter Blatty foi o responsável pela adaptação e ainda foi o produtor deste grande filme. Logo após vencer o Oscar em 1972, o diretor William Friedkin fez deste projeto sua obsessão, usando métodos nada convencionais para conseguir o que queria, mas o filme resiste ao tempo justo ao seu perfeccionismo e extrema competência. Uma das coisas que mais impressionam no filme, é a atuação fenomenal de Linda Blair (Regan) com apena 14 anos na época, fez um dos papéis mais difíceis e complicados do cinema. Além do personagem pesado, sofreu com a maquiagem e passou frio nas cenas de possessão, onde o quarto era refrigerado. Ellen Burstyn (Chris) faz a mãe tentando entender o que se passa com sua filha adolescente, com uma forte, verdadeira e grande atuação. O grande Max von Sydow (Padre Merrin) deu o tom certo com autoridade e respeito, como o experiente exorcista chamado pela família. Jason Miller (Padre Damian) fez sua estreia com este papel forte e cheio de conflitos, em uma grande atuação. O filme entrou para a história, sendo indicado para oito Oscar, foi o único filme de horror nomeado para Melhor Filme, além de Diretor (William Friedkin), Atriz (Ellen Burstyn), Atriz Coadjuvante (Linda Blair), Ator Coadjuvante (Jason Miller), Fotografia, Edição, Direção de Arte, e venceu os de Som e Roteiro para William Peter Blatty. Duas ausências nas indicações que considero absurdas, que deveriam no mínimo ter recebido prêmios honorários, são os do grande maquiador Dick Smith e dos trabalhosos e inventivos efeitos visuais de Marcel Vercoutere, que fizeram toda a diferença no visual do filme. Foi um grande sucesso de bilheteria, rendendo mais de 440 milhões de dólares e ainda faz muita gente perder o sono.
Originalmente orçado em 70 milhões de dólares, o terceiro longa-metragem de Darren Aronofsky seria sua primeira superprodução, mas o projeto com o nome “The Last Man” com Brad Pitt como protagonista e estrelado por Cate Blanchett e Ellen Burstyn, sofreu várias mudanças desde 2002 até seu lançamento no Festival de Veneza em setembro de 2006. A principal delas foi a saída de Brad Pitt, praticamente sem explicações, resultando também na saída de Blanchett e no cancelamento do projeto, que só não foi engavetado de vez, devido a obsessão e genialidade de Aronofsky que conseguiu dar uma enxugada no orçamento, que ficou em torno de 35 milhões e levar o projeto adiante. O roteiro de Aronofsky & Ari Handel é extremamente original, genial e complexo, com três histórias paralelas abrangendo mais de 1000 anos, ficção e romance se fundem com perfeição na busca pela imortalidade em meio à fragilidade de nossa existência. No lugar de Pitt, entrou Hugh Jackman (Tomas/Tommy/Tom Creo) com o desafio de interpretar três personagens, o que fez de forma extraordinária, diferente e emocionante, com uma carga dramática nunca antes vista em sua carreira. Rachel Weisz (Rainha Isabel /Izzi Creo), em grandiosa atuação, fez um belo trabalho substituindo Blanchett. No elenco desde o princípio, a grande Ellen Burstyn (Dr. Lillian Guzetti) foi fiel e não abandonou o projeto apesar dos atrasos e problemas. Trabalhando pela segunda vez com Aronofsky, está perfeita como em todos papéis de sua carreira. Uma das qualidades mais evidentes no longa são os belos e inventivos efeitos visuais dos técnicos: Jeremy Dawson, Dan Schrecker, Mark G. Soper & Peter Parks, que apesar do orçamento apertado fizeram um trabalho excepcional e muito criativo. A Direção de Arte foi tão importante quanto complexa, originalmente seriam gigantescos cenários, como as pirâmides maias, que chegaram a construir na Austrália, mas mesmo com orçamento inferior e filmagens no Canadá, os diretores de arte conseguiram fazer um excelente e belo trabalho, com cenários contemporâneos, antigos e futurísticos. Novamente em parceria com Aronofsky, com visual deslumbrante e perfeito, o diretor de fotografia Matthew Libatique fez mais um excelente trabalho. A música de Clint Mansell foi amplamente elogiada, merecendo todos os elogios e indicações a prêmios como, por exemplo, ao Globo de Ouro de Trilha Sonora. Outro destaque do longa foram os figurinos de Renée April, que são tão singulares quanto belos, retratando diversas épocas e estilos. O filme foi indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza, um feito merecido e importante para um projeto que por pouco não aconteceu. Não foi um sucesso de bilheteria, mas merecidamente tornou-se cultuado ao longo desses anos.
Antes de a Marvel dominar as produções cinematográficas com seus inúmeros super-heróis, sua rival a DC Comics já havia levado a telona um dos heróis mais icônicos dos quadrinhos em “Superman: O Filme” (1978) e foi esse o marco inicial para que outras adaptações dos quadrinhos fossem feitas. Apesar de todas as qualidades da primeira aparição do Homem de Aço nos cinemas, suas sequências foram de bombas a fracassos de bilheteria, salvam-se apenas “Superman II: A Aventura Continua” (1980) e a homenagem explícita que foi “Superman: O Retorno” (2006) ao clássico de 1978, que não emplacou e agradou apenas alguns saudosistas como eu! Para comemorar seus 75 anos, nada melhor do que alçar voos mais altos com um novíssimo longa-metragem, que não só empolga como faz justiça ao grande herói que é o Superman. Nos sete anos em que o Superman esteve ausente, a DC Comics testemunhou um novo começo, um novo fenômeno e um ressurgimento para o Cavaleiro das Trevas, então não foi surpresa nenhuma ver o nome de Christopher Nolan como produtor do novo Superman, ou melhor, de “O Homem de Aço”. Seu nome associado ao filme, já deu credibilidade e confiança de que teríamos um filmaço pela frente. Responsável pelas ótimas adaptações de 300 e Watchmen, o diretor Zack Snyder foi o escolhido para fazer do sexto voo de Superman nos cinemas, uma experiência de grande escala e impacto. Tanto Snyder, como os roteiristas Jonathan Nolan e David Goyer deixaram claro que a inocência havia acabado e que mudanças são necessárias para que o septuagenário herói continue com sua popularidade e longevidade. Acho que uma das maiores virtudes deste longa é o Superman ser de fato o protagonista e não vilões e outros personagens roubando suas cenas. Mesmo sendo o terceiro ator a vestir o tão comentado uniforme no cinema, o britânico Henry Cavill é o Superman desde o primeiro minuto em que entra em cena e isso é o que o torna ainda mais incrível, já que aqui o vemos em ação antes mesmo de vestir o uniforme! Além de Kal-El, outros kryptonianos ilustres ganharam destaque nas ótimas atuações de Russell Crowe (Jor-El) e de Michael Shannon (General Zod). Dos terráqueos destacam-se os pais adotivos nas ilustres presenças de Kevin Costner (Jonathan Kent) e Diane Lane (Martha Kent), a excelente Amy Adams como a famosa repórter Lois Lane e Lawrence Fishburne como Perry White. Desta vez optaram por uma trilha-sonora totalmente inédita e sem nenhuma lembrança ao tema clássico criado por John Williams, mas como era de se esperar Hans Zimmer fez um excelente trabalho. Do visual fantástico de Krypton ao caos em Metropolis, tudo funciona com absoluta perfeição, incluindo é claro as fantásticas e realistas cenas de voos do Superman feitos pela competência da Weta Workshop & Digital, onde um grande número de técnicos ou magos foram responsáveis pelos espetaculares e perfeitos efeitos visuais. Com pouco mais de um mês em exibição nos cinemas e com bilheteria superior a 630 milhões de dólares, foi com entusiasmo e surpresa que o anúncio de sua sequência na Comi-Com 2013 foi recebida pelos nerds de plantão, que ficaram ainda mais eufóricos com o anúncio de que o Homem-Morcego estará no próximo filme do Homem de Aço. Além der ser o filme que todo fã esperava ver, este também é o filme que abre caminho para o futuro filme da Liga da Justiça, já que não tem como chegar até lá sem um filme digno de um seus maiores heróis.
Acabei de assistir e já é um dos meus favoritos! Em breve o diretor David O. Russell levará um Oscar para casa, ainda mais se continuar nesse ritmo inspirador! A química e a dedicação do elenco é visível em cada cena, principalmente no quarteto Cooper, Lawrence, De Niro e Weaver.
Alien: O Oitavo Passageiro
4.1 1,3K Assista AgoraALIEN, O OITAVO PASSAGEIRO (1979)
“No espaço, ninguém pode ouvir você gritar.”
Dois anos após sua estreia com “Os Duelistas”, pelo qual foi indicado a Palma de Ouro em Cannes, o diretor britânico Ridley Scott fazia sua estreia no cinema americano, com um dos maiores clássicos da ficção e com uma mudança radical de gênero. O que virou uma constante em sua carreira, sendo um dos mais ecléticos em atividade.
Fugindo do estilo das populares sagas Star Wars e Star Trek, os roteiristas Dan O’Bannon & Ronald Shusett escreveram um misto de ficção e horror, de forma original e bastante criativa. Até as filmagens muita coisa foi alterada no roteiro pelos produtores Walter Hill & David Giler, que por incrível que pareça conseguiram contribuir de forma positiva, principalmente pela adição de um dos personagens mais interessantes do filme. Outra mudança importante e significativa foi do título que originalmente seria “Star Beast”, mas O’Bannon não gostou e acabou alterando para “Alien”, devido a quantidade de vezes que a palavra aparecia no roteiro. A dupla O’Bannon & Shusett merecidamente levaram os créditos, pelo segundo roteiro de ambos e um dos melhores roteiros de ficção.
Para a direção vários nomes foram mencionados, desde O’Bannon que pensou que iria filmar seu roteiro ao produtor Walter Hill, que era o preferido do estúdio. Mas com a desistência de Hill, surgiram nomes como de Peter Yates e Robert Audrich, mas graças ao seu longa-metragem de estreia, que os produtores viram e gostaram, que surgiu o convite e a oportunidade de Ridley Scott entrar de vez no cinema americano.
Com o convite aceito, Scott fez storyboards detalhados do filme todo, com isso fazendo o estúdio aumentar o orçamento do filme.
Tom Skerrit (Dallas) foi convidado desde o início do projeto, tendo recusado o convite pela indefinição de diretor e pelo baixo orçamento, mas com a chegada de Scott, sua decisão foi outra. Apesar de seu nome ser o primeiro nos créditos, foi a novata Sigourney Weaver (Ripley) em seu terceiro longa de cinema, quem roubou cenas e destacou-se.
Outros destaques do elenco são o extraordinário Ian Holm (Ash), Veronica Cartwright (Lambert) que com apenas 30 anos e mais de 20 anos de carreira, foi uma das melhores atuações do filme, junto com John Hurt (Kane) que foi a primeira opção de Scott, mas devido a outros compromissos quase não participou de Alien, em seu lugar entrou Jon Finch que por problemas de saúde, foi obrigado a abandonar o projeto. Com sua saída, Hurt pode voltar para o que seria um dos melhores papéis de sua carreira e com uma das cenas mais famosas do cinema. O filme ainda tem as presenças marcantes de Yapet Kotto (Parker) e Harry Dean Stanton (Brett).
Foi O’Bannon que supervisionou o conceito de arte do filme e foi quem apresentou para Scott, os trabalhos do artista plástico H.R. Giger e a partir daí com o entusiasmo de quem encontrou o que estava procurando, Scott tratou de que o artista fosse contratado e ficasse com a função de criar todo o conceito visual do Alien, desde os ovos da criatura ao planeta e a nave. Giger cumpriu sua função com maestria, fazendo sua estreia no cinema de forma fantástica e excepcional.
Outros artistas como Ron Cobb & Chris Foss ficaram com o outro lado visual do filme, como a espaçonave Nostromo e os trajes dos tripulantes. Dando um visual moderno e ao mesmo tempo realista, tanto para a espaçonave quanto para os trajes.
Fazendo parte deste time também, o designer gráfico Saul Bass quem fez os créditos de abertura, mas lamentavelmente não foi creditado.
O time de diretores de arte (Michael Seymour, Leslie Dilley, Roger Christian & Ian Whittaker) e o figurinista John Mollo, com certeza fizeram um grande trabalho em conjunto com os artistas conceituais.
A maquiagem de Pat Hay é muito bem feita e os efeitos especiais foram muito bem empregados e criativos, pelo grande time (H.R. Giger, Carlo Rambaldi, Brian Johnson, Nick Allder & Dennis Ayling). Outro destaque fica por conta da estreia do diretor de fotografia Derek Vanlint, com um excelente trabalho, seguindo a estética do filme, com visual predominantemente sombrio.
A edição do filme ficou a cargo da dupla Terry Rawlings & Peter Weatherley, que fizeram um ótimo trabalho, com cortes precisos e dinâmicos.
O trio Derrick Leather, Jim Shields & Bill Rowe, fizeram um excelente trabalho com o som e efeitos sonoros, combinando perfeitamente com a atmosfera sombria do filme.
O grande maestro Jerry Goldsmith fez um trabalho memorável, mas infelizmente parte da trilha composta para Alien, foi ignorada por Scott. Mas mesmo assim permanece como uma das grandes composições de Smith.
O filme ganhou merecidamente o Oscar de Efeitos Visuais e foi indicado para Direção de Arte.
Com orçamento de 11 milhões de dólares e mais de 100 milhões de bilheteria no mundo, o sucesso acabou resultando numa franquia, que ainda gera muito lucro para o estúdio.
O filme permanece, como um dos grandes clássicos do gênero e um exemplo da criatividade e versatilidade do diretor Ridley Scott, que ao longo dos mais de 30 anos de seu 2º longa-metragem não dá sinais de que vai se aposentar.
O Gigante de Ferro
4.1 508 Assista AgoraO GIGANTE DE FERRO (1999)
Antes do sucesso na Pixar/Disney, o diretor Brad Bird estreou com esta animação, que não só deveria ser chamada como uma das melhores da década de 90, mas também de todos os tempos.
Adaptado do livro de Ted Hughes (faleceu antes da estreia, por isso o longa é dedicado em sua memória), Tim McCanlies e Brad Bird fizeram um excelente trabalho.
Ambientado na década de 50, em plena paranoia do comunismo e da guerra fria, vemos uma animação ímpar, com personagens cativantes e cheios de vida, principalmente o garoto Hogarth Hughes e o Gigante de Ferro. Além é claro de toda ambientação dos anos 50, incluindo os filmes B, carros e muito rock.
Por falta de visão ou incompetência mesmo, a Warner não fez uma campanha de marketing necessária e com isso o lançamento nos cinemas foi limitado e o rendimento nas bilheterias foi muito inferior ao custo da produção.
Apesar disso a animação foi reconhecida, no prêmio máximo da categoria o “Annie”, obtendo quinze indicações das quais venceu nove, incluindo: Animação, Diretor (Brad Bird) e Roteiro (Tim McCanlies e Brad Bird).
Os dubladores originais são um destaque à parte, principalmente Eli Marienthal (Hogarth Hughes) que venceu vários prêmios pelo excepcional trabalho, Vin Diesel (Gigante de Ferro) emprestando seu vozeirão para o simpático robô e Jennifer Anniston (Annie Hughes).
Brad Bird ainda fez uma bela homenagem para seus mestres e mentores, Frank Thomas e Ollie Johnston que foram grandes animadores e um dos últimos pioneiros que trabalharam no grande time de “Branca de Neve e os Sete Anões".
Como o próprio Brad Bird, costuma falar estes e outros trabalhos de animação, são cinema também e por isso digo que este é um dos melhores filmes que já vi.
Batman: O Cavaleiro das Trevas
4.5 3,8K Assista AgoraBATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS (2008)
O retorno de um dos vilões mais icônicos e sensacionais da Saga do Homem-Morcego, liberando todo o caos em Gotham!
Depois do sucesso de “Batman Begins”, era mais do que óbvio que a sequência aconteceria em breve, mas antes disso Christopher Nolan dirigiu “O Grande Truque”, uma produção modesta que desde sua estreia vem sendo cultuada e admirada.
Três anos e um filme depois, Nolan retorna com uma produção maior, melhor e extraordinária em cada cena.
O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller e Batman – A Piada Mortal de Alan Moore foram a base do excelente roteiro de David S. Goyer e dos irmãos Christopher & Jonathan Nolan, marcando a terceira parceria da dupla.
Pela primeira vez no cinema, no título original não foi usado o nome “Batman”, fato inédito e que deixa ainda mais singular este grande filme.
Christian Bale (Bruce Wayne/Batman), Michael Caine (Alfred), Gary Oldman (Jim Gordon), Morgan Freeman (Lucius Fox), Cillian Murphy (Dr. Jonathan Crane/Espantalho) retornam a seus papéis de forma bem mais empolgante e sensacional que no 1º filme.
O centro de todas as atenções foi com certeza, o Coringa de Heath Ledger onde o ator mostrou uma atuação absurda, brilhante e tão extraordinária entrega a um personagem, que mereceu e merece ser chamada como uma das maiores e mais sensacionais do cinema.
Outros destaques são Aaron Eckhart (Harvey Dent) em ótima atuação, Maggie Gyllenhaal (Rachel Dawes) aqui reprisando o papel que foi de Katie Holmes em Batman Begins, com ótima atuação, que acabamos esquecendo Holmes e por último Eric Roberts (Maroni) e Anthony Michael Hall (Mike Engel), ambos depois de muito tempo voltando a produções “Classe A”.
A dupla de compositores James Newton Howard e Hans Zimmer elevaram o nível e a trilha-sonora é melhor e mais notável que do filme anterior, por isso mesmo que é um verdadeiro absurdo ter sido ignorada no Oscar, mas foi muita elogiada e acabou vencendo o prêmio máximo da música, o Grammy de Melhor Trilha-Sonora do Ano.
Richard King, Lora Hirschberg, Gary Rizzo & Ed Novick foram os técnicos responsáveis pela edição e mixagem de som e todo o caos causado em Gotham pelo Coringa é ouvido da forma mais barulhenta e impactante possível.
O trabalho do diretor de fotografia Wally Pfister mais uma vez é notável e em cenas memoráveis como a da primeira aparição do Coringa, são sensacionais e dignas de um profissional.
Os maquiadores John Caglione Jr. & Conor O’Sullivan fizeram um trabalho excepcional, principalmente evidente no Coringa de Ledger.
Com inúmeras sequências de ação, a edição de Lee Smith é extremamente bem feita e ágil.
Novamente os efeitos especiais são mais práticos e reais do que de costume e os técnicos Nick Davis, Chis Corbould, Timothy Webber & Paul J. Franklin mostraram-se exímios profissionais.
O filme foi um dos mais comentados e elogiados do ano, fazendo parte de diversas listas como um dos dez melhores do ano e de várias premiações.
Foi indicado para oito Oscar, dos quais venceu apenas dois (Edição de Som e Ator Coadjuvante para Heath Ledger, prêmio póstumo já que o ator tragicamente havia falecido, pouco depois de completar sua participação e este prêmio além de muito merecido foi raro, já que foi a segunda vez que um ator foi premiado postumamente em toda a história do Oscar.)
Ledger ainda foi premiado com o Globo de Ouro e com o Bafta, pela sua extraordinária e inesquecível atuação.
Apesar das oito indicações, muito se comentou a ausência nas categorias de Filme, Direção e Roteiro, que por todas suas qualidades mereciam pelo menos a nomeação.
A produção foi de 185 milhões de dólares e a bilheteria mundial ultrapassou 1 bilhão de dólares, um feito merecido e digno de um grande filme.
Definitivamente um clássico, com Nolan confirmando seu talento como um dos melhores diretores em atividade e a despedida de um grande ator como Heath Ledger fazem do Cavaleiro das Trevas um filme imperdível.
Star Trek
4.0 1,1K Assista AgoraSTAR TREK (2009)
Muitos pensaram que o prelúdio de Star Trek, seria apenas o 11° longa para o cinema, mas J.J. Abrams deu um novo fôlego para a famosa série.
Os roteiristas Robert Orci e Alex Kurtzman, conseguiram com um roteiro original manter tudo que já foi estabelecido pela série ao longo dos anos e ainda assim mantendo espaço para quem nunca viu nada do universo Trekker.
A série foi criada por Gene Roddenberry há quase 50 anos atrás, sendo produzida para TV e alguns anos depois migrou para o cinema como Jornada nas Estrelas – O Filme, dirigido pelo grande Robert Wise.
A escolha do elenco foi uma das mais acertadas, Chris Pine (James T. Kirk) e Zackary Quinto (Spock) tiveram a responsabilidade de interpretar personagens clássicos e queridos pelos fãs, mas fizeram de forma extraordinária, não sei dizer quem está melhor.
Os demais tripulantes da Enterprise deram um show a parte com seus personagens clássicos, são eles: Karl Urban (Dr. Leonard “Bones” McCoy), Zoë Saldana (Nyota Uhura), Simon Pegg (Montgomery “Scotty” Scott) , John Cho (Hikaru Sulu) e o russo Anton Yelchin (Pavel Chekov).
Eric Bana (Nero) interpretando o vilão romulano com muita raiva e frieza, conseguiu fazer um de seus melhores trabalhos.
Uma grata surpresa para os fãs foi a participação de ninguém menos que Leonard Nimoy (Spock), interpretando novamente seu personagem clássico de forma excepcional.
Com cenários grandiosos e muito realistas, ótima trilha sonora de Michael Giacchino e efeitos especiais de última geração, o filme foi um sucesso de bilheteria, arrecadando 385 milhões de dólares no mundo todo.
Mais um ótimo trabalho de J.J. Abrams, que foi aclamado pela crítica como um dos dez melhores do ano, foi indicado para quatro Oscar (Efeitos Visuais, Edição de Som, Mixagem de Som e foi o vencedor em Melhor Maquiagem).
Com certeza Gene Roddenberry aprovaria este longa, por isso até o mais fanático Trekker não tem do que reclamar deste ótimo exemplar da saga.
Quase Famosos
4.1 1,4K Assista AgoraQUASE FAMOSOS (2000)
Focando o universo do Rock, o diretor Cameron Crowe levou para as telas o seu projeto mais pessoal, contando suas próprias experiências como o mais jovem jornalista contratado pela revista Rolling Stone.
Seu roteiro autobiográfico é extremamente envolvente e conta com personagens reais e fictícios dos mais interessantes, em um cenário importante do rock nos anos 70.
O elenco está sensacional, principalmente Patrick Fugit (William Miller), estreando no cinema já como protagonista, com uma atuação impecável.
A veterana Frances McDormand (Elaine Miller) está extraordinária em uma de suas melhores e mais marcantes atuações.
Kate Hudson (Penny Lane) está perfeita e roubando suas cenas, em sua melhor atuação até o momento.
Dos integrantes da banda Stillwater, os destaques são: Billy Crudup (Russell Hammond) e Jason Lee (Jeff Bebe), ambos fizeram um ótimo trabalho, mostrando tudo que acontece com uma banda que acaba de conquistar o sucesso.
Outros destaques ficaram por conta do ótimo Philip Seymour Hoffman como o crítico (Lester Bangs), Zooey Deschanel (Anita Miller) sempre ótima e Michael Angarano roubando suas cenas como o pequeno William Miller.
Foi indicado para quatro Oscar: Atriz Coadjuvante (Kate Hudson), Atriz Coadjuvante (Frances McDormand), Edição e foi o vencedor de Roteiro (Cameron Crowe).
A reconstituição de época é perfeita, nos carros, casas, figurinos e nas pessoas cheias de estilo.
Não foi um sucesso de bilheteria, mas ao longo dos anos acabou tornando-se um clássico do gênero, sendo um dos melhores filmes sobre Rock, bandas, fãs e tudo mais que isso engloba.
Recentemente a banda Stillwater foi considerada umas das melhores da ficção, isso só comprova que o filme não caiu no esquecimento e seus fãs estão aumentando.
Sou um desses fãs e este é um dos filmes que mais gosto e admiro.
Intriga Internacional
4.1 348 Assista AgoraINTRIGA INTERNACIONAL (1959)
O lendário Alfred Hitchcock foi e ainda é uma das maiores referências de como entreter com qualidade no cinema. No final da década de 50, o diretor britânico estreava seu 23° longa-metragem nos Estados Unidos e um dos melhores e mais divertidos de sua extensa carreira.
O grande roteirista Ernest Lehman, em sua primeira parceria com Hitchcock, escreveu de forma brilhante, uma história extremamente original e muito envolvente, com espionagem, romance, humor e diálogos excelentes.
O grande astro Cary Grant (George O.Thornhill), em sua quarta e última parceria com Hitchcock, mostra a razão de sua imensa popularidade, com grande carisma e talento, com um dos personagens mais leves da extraordinária filmografia do mestre do suspense.
A excelente Eva Marie Saint (Eve Kendall), já havia mostrado grande talento em sua estreia no cinema, já vencendo o Oscar de Coadjuvante e aqui em seu quinto longa de cinema, conseguiu brilhar tanto quanto Grant. Outros destaques do elenco são os vilões de James Mason (Phillip Vandamm) e Martin Landau (Leonard) com ótimas atuações.
Como de costume em seus filmes, Hitchcock fez uma pequena participação no início, que é curiosa e engraçada, a protagonista feminina é loura, como na maioria dos seus trabalhos e neste filme o diretor deu uma cutucada em uma de suas desavenças, com a fala do personagem de Grant (George O. Thornill), dizendo que o “O” não significava nada, sendo direcionada para o produtor David O. Selznick.
Dos grandes colaboradores de Hitchcock, um dos mais notáveis é o grande compositor Bernard Herrmann, aqui em sua quinta parceria com o diretor, com uma trilha que se não é tão icônica como as outras, encaixa-se perfeitamente com o estilo do filme.
A grande equipe de diretores de arte (William A. Horning, Robert F. Boyle, Merrill Pye, Henry Grace & Frank R. McKelvy), fez um notável e excepcional trabalho, principalmente na decoração de interiores. Apesar de não ter levado crédito, é impossível não notar os figurinos de Harry Kress, principalmente nos usados por Eva Marie Saint.
A edição ágil e precisa de George Tomasini, a fotografia excepcional de Robert Burks e os ótimos e muito bem empregados efeitos especiais de A. Arnold Gillespie & Lee LeBlanc, são exemplos do padrão de qualidade dos filmes do mestre Hitchcock.
O filme foi indicado a apenas três Oscar, Roteiro (Ernest Lehman), Edição e Direção de Arte, um verdadeiro descaso com uma obra cheia de qualidades.
A cena de Grant sendo perseguido pelo avião é magnífica e uma das mais famosas e icônicas da história do cinema. Mais uma obra-prima do grande Alfred Hitchcock, que hoje em dia faz parte da lista dos 100 maiores filmes de todos os tempos, pelo Instituto Americano de Cinema e passados mais de 50 anos, continua sendo apreciada e admirada por outras gerações.
Conta Comigo
4.3 1,9K Assista AgoraCONTA COMIGO (1986)
Conta Comigo é um daqueles raros filmes, que aparecem de vez em quando e deixam uma marca permanente. Principalmente por tê-lo visto na minha infância, serve como um link para as ótimas recordações e tudo de bom que ela representou. Baseado em um conto de Stephen King de sua coletânea As Quatro Estações, os roteiristas Raynold Gideon e Bruce A. Evans (indicados ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado) fizeram um belo trabalho e Rob Reiner dirigiu o jovem elenco com grande talento e sensibilidade. É um belo drama sobre amizades e descobertas que com mais de 25 anos, ainda encanta muita gente. Um dos destaques do filme é o extraordinário River Phoenix, um grande ator que nos deixou muito cedo e merece ser descoberto por outras gerações.
Outro destaque é a ótima trilha sonora, principalmente os clássicos dos anos 50 e a bela e inesquecível "Stand by Me".
Cultuado e uma das melhores adaptações de King, já nem sei quantas vezes assisti, só sei que nunca perde seu encanto e por isso recomendo para todos.
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraA VIAGEM DE CHIHIRO (2001)
Com mais de 25 anos, a fábrica de sonhos “Studio Ghibli” desde sua criação, tem sido referência de qualidade, criatividade e sucesso extraordinário, com seus animes magníficos, belíssimos e com histórias e personagens cativantes. Por isso não é de se espantar o sucesso nas bilheterias e os prêmios recebidos pela extraordinária equipe liderada pelos geniais Hayao Miyazaki & Isao Takahata.
Em julho de 2001, estreou “A Viagem de Chihiro”, o 8º longa-metragem da carreira de Miyazaki e foi um grande acontecimento, já que inúmeras vezes o diretor comentou que iria se aposentar. E se tratando de um novo trabalho do grande mestre, o público foi em massa aos cinemas, resultando em uma bilheteria superior a de “Titanic” no Japão.
Logo depois foi o resto do mundo que se rendeu ao visual arrebatador de Chihiro, que conta com um roteiro inteligente, original e totalmente envolvente de autoria do próprio Miyazaki.
A história com seres fantásticos e até assustadores para as crianças menores, conta com personagens dos mais interessantes como a menina Chihiro, Haku, Yubaba, Bô e outros grandes personagens do universo de Miyazaki.
Dos dubladores originais destaco os talentos de Mari Natsuki (Yubaba/ Zeniba) e Ryûnosuke Kamiki (Bô), suas vozes são ótimas e combinam perfeitamente com seus personagens.
Por toda sua qualidade e excelência, o longa foi premiado em Berlim com o Urso de Ouro de Melhor Filme, venceu os Prêmios Annie de Animação, Direção (Miyazaki), Roteiro (Miyazaki) e Trilha Sonora (Joe Hisaishi) e recebeu dezenas de prêmios e indicações pelo mundo todo.
Para consagrar de vez o trabalho do genial Miyazaki, o anime venceu também o Oscar de Melhor Animação, desbancando merecidamente produções norte-americanas.
Totalizando mais de 270 milhões de dólares no mundo, dos quais mais de 220 milhões foram arrecadados no Japão, mostrando toda força do selo Ghibli por lá.
A Disney que foi a responsável por divulgar para o resto do mundo os grandes animes da Ghibli, trazendo novos fãs e admiradores para os grandes clássicos que o estúdio produziu nesses quase 30 anos de existência. No entanto aqui no Brasil, somos vítimas da falta de visão e incompetência por parte das distribuidoras, de não comercializarem a grande maioria dos títulos da Ghibli em nosso mercado.
Chihiro é uma obra essencial de Miyazaki e um dos maiores triunfos da Ghibli, por isso recomendo sempre.
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraDJANGO LIVRE (2012)
Tarantino não só repaginou o Western Spaghetti com seu estilo autoral, como também homenageou o diretor Sergio Corbucci e seu “Django” (1966), mas sem cair no óbvio que seria um remake, dando sua própria e originalíssima visão a “Django Livre”.
Brilhante, empolgante e muito divertido, assim é o roteiro de Tarantino, com grandes personagens, diálogos afiados e isso sem contar na trama ambientada nas vésperas da Guerra Civil Americana, com o período escravocrata explorado perfeitamente com elementos do western spaghetti.
O protagonista seria Will Smith, mas sua desistência abriu caminho para o ótimo Jamie Foxx como Django.
Extraordinário e roubando cenas, Christoph Waltz (Dr. King Schultz) ganha à simpatia do público em mais uma excelente parceria com Tarantino.
Pela primeira vez como vilão, Leonardo DiCaprio (Calvin Candie) mostra seu lado detestável com muita competência, mas quem realmente chama atenção é o vilão interpretado por Samuel L. Jackson (Stephen) em sua 5ª colaboração com o diretor, quase irreconhecível na pele de um idoso maldoso e insuportável.
E fechando o elenco temos a bela Kerry Washington (Broomhilda von Schaft) como a esposa de Django e as participações especialíssimas de Franco Nero, o “Django Original” em pessoa e Tarantino em cena hilária.
A trilha sonora não poderia ser mais extraordinária e eclética, os créditos iniciais foram reservados para a clássica “Django” de Luis Bacalov, em uma bela homenagem ao filme de Corbucci, depois é um mix de grandes compositores como Ennio Morricone e Jerry Goldsmith com músicas de James Brown, Brother Dege, Anthony Hamilton & Elayna Boynton com a excelente “Freedom” e outros.
Famoso e criticado pela violência, Tarantino aproveita-se do gênero com muitos tiroteios e sangue jorrando.
Django Livre venceu os Globos de Ouro de Ator Coadjuvante (Christoph Waltz) e Roteiro Original (Tarantino), na Inglaterra ficou com 02 Baftas nas mesmas categorias e finalmente depois de quase 20 anos, Tarantino levou para casa seu 2° e merecido Oscar de Roteiro Original, já Christoph Waltz fez história ao levar o 2° Oscar depois de quatro anos de ser premiado como coadjuvante pelo excelente “Bastardos Inglórios”, sendo muito merecedora sua consagração.
Django ainda foi indicado aos Oscars de Melhor Filme, Fotografia (Robert Richardson) e Edição de Som, mas Tarantino merecia ter sido indicado também como diretor, por sua nostálgica, divertida e autoral homenagem ao gênero Spaghetti.
Apesar disso foi criticado pelo diretor Spike Lee, que mesmo sem ter visto o longa, afirmou que era ofensivo e que não respeitava seus ancestrais que foram escravizados. Seus motivos foram o uso de palavras pejorativas e racistas, mas que obviamente foram necessárias e fiéis ao retratar tal período absurdo da história americana.
Django Livre rendeu mundialmente mais de 420 milhões de dólares, ocupando o topo no ranking dos filmes de Tarantino.
São quase três horas de projeção, onde somos brindados com o máximo do talento e competência de um grande e estiloso diretor.
O Exorcista
4.1 2,3K Assista AgoraO medo revela sua face, no maior filme de horror do cinema!
O EXORCISTA (1973)
Mesmo com 40 anos, O Exorcista mantém-se como um dos maiores e mais assustadores filmes da história do cinema.
O roteiro do filme não poderia ter sido melhor, já que o próprio autor William Peter Blatty foi o responsável pela adaptação e ainda foi o produtor deste grande filme.
Logo após vencer o Oscar em 1972, o diretor William Friedkin fez deste projeto sua obsessão, usando métodos nada convencionais para conseguir o que queria, mas o filme resiste ao tempo justo ao seu perfeccionismo e extrema competência.
Uma das coisas que mais impressionam no filme, é a atuação fenomenal de Linda Blair (Regan) com apena 14 anos na época, fez um dos papéis mais difíceis e complicados do cinema. Além do personagem pesado, sofreu com a maquiagem e passou frio nas cenas de possessão, onde o quarto era refrigerado.
Ellen Burstyn (Chris) faz a mãe tentando entender o que se passa com sua filha adolescente, com uma forte, verdadeira e grande atuação.
O grande Max von Sydow (Padre Merrin) deu o tom certo com autoridade e respeito, como o experiente exorcista chamado pela família. Jason Miller (Padre Damian) fez sua estreia com este papel forte e cheio de conflitos, em uma grande atuação.
O filme entrou para a história, sendo indicado para oito Oscar, foi o único filme de horror nomeado para Melhor Filme, além de Diretor (William Friedkin), Atriz (Ellen Burstyn), Atriz Coadjuvante (Linda Blair), Ator Coadjuvante (Jason Miller), Fotografia, Edição, Direção de Arte, e venceu os de Som e Roteiro para William Peter Blatty.
Duas ausências nas indicações que considero absurdas, que deveriam no mínimo ter recebido prêmios honorários, são os do grande maquiador Dick Smith e dos trabalhosos e inventivos efeitos visuais de Marcel Vercoutere, que fizeram toda a diferença no visual do filme.
Foi um grande sucesso de bilheteria, rendendo mais de 440 milhões de dólares e ainda faz muita gente perder o sono.
Fonte da Vida
3.7 779 Assista AgoraFONTE DA VIDA (2006)
Originalmente orçado em 70 milhões de dólares, o terceiro longa-metragem de Darren Aronofsky seria sua primeira superprodução, mas o projeto com o nome “The Last Man” com Brad Pitt como protagonista e estrelado por Cate Blanchett e Ellen Burstyn, sofreu várias mudanças desde 2002 até seu lançamento no Festival de Veneza em setembro de 2006.
A principal delas foi a saída de Brad Pitt, praticamente sem explicações, resultando também na saída de Blanchett e no cancelamento do projeto, que só não foi engavetado de vez, devido a obsessão e genialidade de Aronofsky que conseguiu dar uma enxugada no orçamento, que ficou em torno de 35 milhões e levar o projeto adiante.
O roteiro de Aronofsky & Ari Handel é extremamente original, genial e complexo, com três histórias paralelas abrangendo mais de 1000 anos, ficção e romance se fundem com perfeição na busca pela imortalidade em meio à fragilidade de nossa existência.
No lugar de Pitt, entrou Hugh Jackman (Tomas/Tommy/Tom Creo) com o desafio de interpretar três personagens, o que fez de forma extraordinária, diferente e emocionante, com uma carga dramática nunca antes vista em sua carreira. Rachel Weisz (Rainha Isabel /Izzi Creo), em grandiosa atuação, fez um belo trabalho substituindo Blanchett.
No elenco desde o princípio, a grande Ellen Burstyn (Dr. Lillian Guzetti) foi fiel e não abandonou o projeto apesar dos atrasos e problemas. Trabalhando pela segunda vez com Aronofsky, está perfeita como em todos papéis de sua carreira.
Uma das qualidades mais evidentes no longa são os belos e inventivos efeitos visuais dos técnicos: Jeremy Dawson, Dan Schrecker, Mark G. Soper & Peter Parks, que apesar do orçamento apertado fizeram um trabalho excepcional e muito criativo.
A Direção de Arte foi tão importante quanto complexa, originalmente seriam gigantescos cenários, como as pirâmides maias, que chegaram a construir na Austrália, mas mesmo com orçamento inferior e filmagens no Canadá, os diretores de arte conseguiram fazer um excelente e belo trabalho, com cenários contemporâneos, antigos e futurísticos.
Novamente em parceria com Aronofsky, com visual deslumbrante e perfeito, o diretor de fotografia Matthew Libatique fez mais um excelente trabalho.
A música de Clint Mansell foi amplamente elogiada, merecendo todos os elogios e indicações a prêmios como, por exemplo, ao Globo de Ouro de Trilha Sonora.
Outro destaque do longa foram os figurinos de Renée April, que são tão singulares quanto belos, retratando diversas épocas e estilos.
O filme foi indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza, um feito merecido e importante para um projeto que por pouco não aconteceu.
Não foi um sucesso de bilheteria, mas merecidamente tornou-se cultuado ao longo desses anos.
O Homem de Aço
3.6 3,9K Assista AgoraAntes de a Marvel dominar as produções cinematográficas com seus inúmeros super-heróis, sua rival a DC Comics já havia levado a telona um dos heróis mais icônicos dos quadrinhos em “Superman: O Filme” (1978) e foi esse o marco inicial para que outras adaptações dos quadrinhos fossem feitas.
Apesar de todas as qualidades da primeira aparição do Homem de Aço nos cinemas, suas sequências foram de bombas a fracassos de bilheteria, salvam-se apenas “Superman II: A Aventura Continua” (1980) e a homenagem explícita que foi “Superman: O Retorno” (2006) ao clássico de 1978, que não emplacou e agradou apenas alguns saudosistas como eu!
Para comemorar seus 75 anos, nada melhor do que alçar voos mais altos com um novíssimo longa-metragem, que não só empolga como faz justiça ao grande herói que é o Superman.
Nos sete anos em que o Superman esteve ausente, a DC Comics testemunhou um novo começo, um novo fenômeno e um ressurgimento para o Cavaleiro das Trevas, então não foi surpresa nenhuma ver o nome de Christopher Nolan como produtor do novo Superman, ou melhor, de “O Homem de Aço”. Seu nome associado ao filme, já deu credibilidade e confiança de que teríamos um filmaço pela frente.
Responsável pelas ótimas adaptações de 300 e Watchmen, o diretor Zack Snyder foi o escolhido para fazer do sexto voo de Superman nos cinemas, uma experiência de grande escala e impacto.
Tanto Snyder, como os roteiristas Jonathan Nolan e David Goyer deixaram claro que a inocência havia acabado e que mudanças são necessárias para que o septuagenário herói continue com sua popularidade e longevidade.
Acho que uma das maiores virtudes deste longa é o Superman ser de fato o protagonista e não vilões e outros personagens roubando suas cenas.
Mesmo sendo o terceiro ator a vestir o tão comentado uniforme no cinema, o britânico Henry Cavill é o Superman desde o primeiro minuto em que entra em cena e isso é o que o torna ainda mais incrível, já que aqui o vemos em ação antes mesmo de vestir o uniforme!
Além de Kal-El, outros kryptonianos ilustres ganharam destaque nas ótimas atuações de Russell Crowe (Jor-El) e de Michael Shannon (General Zod).
Dos terráqueos destacam-se os pais adotivos nas ilustres presenças de Kevin Costner (Jonathan Kent) e Diane Lane (Martha Kent), a excelente Amy Adams como a famosa repórter Lois Lane e Lawrence Fishburne como Perry White.
Desta vez optaram por uma trilha-sonora totalmente inédita e sem nenhuma lembrança ao tema clássico criado por John Williams, mas como era de se esperar Hans Zimmer fez um excelente trabalho.
Do visual fantástico de Krypton ao caos em Metropolis, tudo funciona com absoluta perfeição, incluindo é claro as fantásticas e realistas cenas de voos do Superman feitos pela competência da Weta Workshop & Digital, onde um grande número de técnicos ou magos foram responsáveis pelos espetaculares e perfeitos efeitos visuais.
Com pouco mais de um mês em exibição nos cinemas e com bilheteria superior a 630 milhões de dólares, foi com entusiasmo e surpresa que o anúncio de sua sequência na Comi-Com 2013 foi recebida pelos nerds de plantão, que ficaram ainda mais eufóricos com o anúncio de que o Homem-Morcego estará no próximo filme do Homem de Aço.
Além der ser o filme que todo fã esperava ver, este também é o filme que abre caminho para o futuro filme da Liga da Justiça, já que não tem como chegar até lá sem um filme digno de um seus maiores heróis.
O Lado Bom da Vida
3.7 4,7K Assista AgoraAcabei de assistir e já é um dos meus favoritos! Em breve o diretor David O. Russell levará um Oscar para casa, ainda mais se continuar nesse ritmo inspirador!
A química e a dedicação do elenco é visível em cada cena, principalmente no quarteto Cooper, Lawrence, De Niro e Weaver.