Ghost World me surpreendeu. E realmente, como posso perceber nos comentários, ele está no bom e polêmico saco dos filmes oito ou oitenta. Ou tu ama ou detesta. Eu fiquei apaixonado. Os personagens são muito bem definidos/caricatos e, de certa forma cativantes. É um filme sensível ao extremo, é quase que enfadonho julgá-lo somente pelo teu desgosto pessoal aos personagens relativamente insuportáveis; aliás, sério que tem gente que ainda leva pro lado pessoal o personagem ser detestável? Porque ser detestável é algo bom e marcante para o cinema. A protagonista é odiável. Sempre insatisfeita, reclamando e odiando tudo à sua volta. Ao meu ver, descrever e enfatizar essa personalidade ao personagem foi crucialmente extraordinário ao roteirista. Muitos adolescentes se identificam com essa fase. Todos nós temos fases odiáveis e insuportáveis. A adolescência é a que mais se engloba nisso. Nos tornamos mais intoleráveis e superficiais. Sem falar na ênfase à inquietação e à indecisão que o personagem nos passa. Além de ser um filme mais cru, denso e menos floreado por coisinhas bonitinhas e digestivas, como a maioria dos filmes voltados à adolescentes, Ghost World ainda sim é um filme voltado para o público jovem e não deixa de ser um filme inteligente, poético e alternativamente interessante. Pra mim é um filme que se destaca do gênero e que merece ser, particularmente, estudado e analisado pois ele abre uma extensa gama de interpretação e informação.
Maravilhosamente bem representado e materializado profundamente através dos sentidos figurados. Quanta dor a entrega traz. Quanta coragem é necessária para deixar o orgulho pra trás e perceber que não existe amar a metade senão o todo. O negro, o intocável, toda a merda que a pessoa guarda pelas entranhas. E a pergunta que fica é: "quem é capaz de amar?" Quem é capaz de aceitar a totalidade sem rastejar. Não me refiro à um personagem específico; me refiro aos dois. A eterna faca de dois gumes que é julgar e ser condenado pelo próprio orgulho. Haneke, obrigado pela pontada de magistralidade que nos supre uma facada no peito.
Um filme um tanto cansativo, porém muito intenso e profundo se bem analisado e "compreendido". O que me deixou deslumbrado foi a ênfase nas verdades paralelas sobre uma mesma coisa, o preto e branco dentro do colorido, a fábula no documentário, a sorte no azar, a vida na morte. O balanço e o equilíbrio entre o realista e o impossível. A linha tênue entre morrer do possivelmente impossível e do impossivelmente possível. A complexidade que se torna a morte, como um abismo que liberta, e a beleza fria, doída e ao mesmo tempo irresistível que é estar vivo. O que mais me intrigou e me encantou foi a mensagem do filme e o quanto ele diz utilizando tão poucas palavras.
Que atuação, que fotografia, caralho, que crítica subjetivista de deixar a pessoa alucinada com tanta informação satírica e simbólica floreada por pouquíssimas palavras. Nem sei como elaborar uma interpretação realmente convincente a mim mesmo de toda essa mesclagem de simbolismos marcada pela pessoalidade de um diretor que eu praticamente desconheço. E é por isso que esse filme me deixou de queixo caído. Clap!
O Rorschach salva o filme. As melhores cenas, passagens e diálogos englobavam o universo dele. Fora esse personagem, achei mediano. E não adianta, não consigo engolir a edição extremamente exagerada e até um pouco desarmônica e a violência compactada e superficial (salvo pelas cenas do Rorschach, que foi realmente o personagem herói do filme) desse Zack Snyder.
Pra mim vai muito além da insanidade. Em muitos aspectos do longa, o que mais impactou na minha "compreensão" foi a linha tênue entre o egocentrismo como algo subjetivo (a própria esquizofrenia do Henry me transpareceu em muitas partes um egocentrismo reprimido. Em muitas vezes via o filho dele como a parte reprimida da sua personalidade reservada) e a impessoalidade narcisista (a a atriz, o palco, a cabeça para fabricar borracha. Não nos tornamos narcisistas para agradar o que somos, fazemos isso para agradar aos outros. Achei brilhante a mulher do palco sempre sorrindo e a cabeça pra se transformar em borracha de lápis. Mostra o quão medíocres somos capazes de ser pra fazer parte de algum sistema/sociedade/mundo por medo e repressão). Mas ainda sim é uma interpretação MINHA, que pode ser interpretada e compreendida por milhões de olhares diferentes. Pontos de vista são únicos e é praticamente impossível tentar similar alguma compreensão desse filme. Simplesmente admirável e fantástica a densidade e a unicidade metafórica do longa.
O estado de tranquilidade, segurança e principalmente CONFIANÇA que o filho da Claire transmite só me faz enfatizar ainda mais a percepção de que o fim de uma vida é tão divino e bonito quanto o início.
Percebemos que o verdadeiro prisioneiro de Dogville eram os próprios moradores. Prisioneiros do seu egoísmo, crueldade e arrogância. Grace me faz perceber a similaridade que a protagonista possui com a própria natureza. Permite todo o tipo de manifestação do ser humano, qualquer que seja. Sempre disponível por um ato de bondade ou maldade. Mas não espere por avisos prévios de resposta. A resposta é lenta, mas exata e devastadora. Uma obra de arte que podemos tirar milhares de interpretações.
Interiores
4.0 230O filme mais Bergmaniano que já vi do Woody Allen.
Ghost World: Aprendendo a Viver
3.7 540Ghost World me surpreendeu. E realmente, como posso perceber nos comentários, ele está no bom e polêmico saco dos filmes oito ou oitenta. Ou tu ama ou detesta. Eu fiquei apaixonado. Os personagens são muito bem definidos/caricatos e, de certa forma cativantes. É um filme sensível ao extremo, é quase que enfadonho julgá-lo somente pelo teu desgosto pessoal aos personagens relativamente insuportáveis; aliás, sério que tem gente que ainda leva pro lado pessoal o personagem ser detestável? Porque ser detestável é algo bom e marcante para o cinema. A protagonista é odiável. Sempre insatisfeita, reclamando e odiando tudo à sua volta. Ao meu ver, descrever e enfatizar essa personalidade ao personagem foi crucialmente extraordinário ao roteirista. Muitos adolescentes se identificam com essa fase. Todos nós temos fases odiáveis e insuportáveis. A adolescência é a que mais se engloba nisso. Nos tornamos mais intoleráveis e superficiais. Sem falar na ênfase à inquietação e à indecisão que o personagem nos passa. Além de ser um filme mais cru, denso e menos floreado por coisinhas bonitinhas e digestivas, como a maioria dos filmes voltados à adolescentes, Ghost World ainda sim é um filme voltado para o público jovem e não deixa de ser um filme inteligente, poético e alternativamente interessante. Pra mim é um filme que se destaca do gênero e que merece ser, particularmente, estudado e analisado pois ele abre uma extensa gama de interpretação e informação.
A Professora de Piano
4.0 685 Assista AgoraMaravilhosamente bem representado e materializado profundamente através dos sentidos figurados. Quanta dor a entrega traz. Quanta coragem é necessária para deixar o orgulho pra trás e perceber que não existe amar a metade senão o todo. O negro, o intocável, toda a merda que a pessoa guarda pelas entranhas. E a pergunta que fica é: "quem é capaz de amar?" Quem é capaz de aceitar a totalidade sem rastejar. Não me refiro à um personagem específico; me refiro aos dois. A eterna faca de dois gumes que é julgar e ser condenado pelo próprio orgulho. Haneke, obrigado pela pontada de magistralidade que nos supre uma facada no peito.
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista AgoraAqueles filmes que tu já ama só pelo cartaz.
Nossa Música
3.8 35Um filme um tanto cansativo, porém muito intenso e profundo se bem analisado e "compreendido". O que me deixou deslumbrado foi a ênfase nas verdades paralelas sobre uma mesma coisa, o preto e branco dentro do colorido, a fábula no documentário, a sorte no azar, a vida na morte. O balanço e o equilíbrio entre o realista e o impossível. A linha tênue entre morrer do possivelmente impossível e do impossivelmente possível. A complexidade que se torna a morte, como um abismo que liberta, e a beleza fria, doída e ao mesmo tempo irresistível que é estar vivo. O que mais me intrigou e me encantou foi a mensagem do filme e o quanto ele diz utilizando tão poucas palavras.
Holy Motors
3.9 652 Assista AgoraQue atuação, que fotografia, caralho, que crítica subjetivista de deixar a pessoa alucinada com tanta informação satírica e simbólica floreada por pouquíssimas palavras. Nem sei como elaborar uma interpretação realmente convincente a mim mesmo de toda essa mesclagem de simbolismos marcada pela pessoalidade de um diretor que eu praticamente desconheço. E é por isso que esse filme me deixou de queixo caído. Clap!
Watchmen: O Filme
4.0 2,8K Assista AgoraO Rorschach salva o filme. As melhores cenas, passagens e diálogos englobavam o universo dele. Fora esse personagem, achei mediano. E não adianta, não consigo engolir a edição extremamente exagerada e até um pouco desarmônica e a violência compactada e superficial (salvo pelas cenas do Rorschach, que foi realmente o personagem herói do filme) desse Zack Snyder.
Mistérios da Carne
4.1 975A sensibilidade do filme transcende a densidade. Tão pesado quanto sincero.
Eraserhead
3.9 922 Assista AgoraPra mim vai muito além da insanidade. Em muitos aspectos do longa, o que mais impactou na minha "compreensão" foi a linha tênue entre o egocentrismo como algo subjetivo (a própria esquizofrenia do Henry me transpareceu em muitas partes um egocentrismo reprimido. Em muitas vezes via o filho dele como a parte reprimida da sua personalidade reservada) e a impessoalidade narcisista (a a atriz, o palco, a cabeça para fabricar borracha. Não nos tornamos narcisistas para agradar o que somos, fazemos isso para agradar aos outros. Achei brilhante a mulher do palco sempre sorrindo e a cabeça pra se transformar em borracha de lápis. Mostra o quão medíocres somos capazes de ser pra fazer parte de algum sistema/sociedade/mundo por medo e repressão). Mas ainda sim é uma interpretação MINHA, que pode ser interpretada e compreendida por milhões de olhares diferentes. Pontos de vista são únicos e é praticamente impossível tentar similar alguma compreensão desse filme. Simplesmente admirável e fantástica a densidade e a unicidade metafórica do longa.
Quando Duas Mulheres Pecam
4.4 1,1K Assista AgoraTão delicado e despretensioso quanto arrebatador e instigante. Maravilhoso.
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraFinal magnífico!
O estado de tranquilidade, segurança e principalmente CONFIANÇA que o filho da Claire transmite só me faz enfatizar ainda mais a percepção de que o fim de uma vida é tão divino e bonito quanto o início.
Dogville
4.3 2,0K Assista AgoraPercebemos que o verdadeiro prisioneiro de Dogville eram os próprios moradores. Prisioneiros do seu egoísmo, crueldade e arrogância. Grace me faz perceber a similaridade que a protagonista possui com a própria natureza. Permite todo o tipo de manifestação do ser humano, qualquer que seja. Sempre disponível por um ato de bondade ou maldade. Mas não espere por avisos prévios de resposta. A resposta é lenta, mas exata e devastadora. Uma obra de arte que podemos tirar milhares de interpretações.
Atividade Paranormal 2
2.7 1,8K Assista AgoraPodre. Todos.