[/spoiler] Imagino que não seja uma surpresa (e para muitos, decepção) o fato do Dexter não ter morrido no último episódio. Pois bem, quem entende um pouco de linguagem cinematográfica compreende que o serial killer morreu, (simbolicamente, de forma subjetiva... como queiram chamar) eu digo que ele, literalmente, está morto. Vamos lá. Como disse anteriormente, quem conhece um pouco a linguagem cinematográfica e, principalmente, suas subliminaridades, entende que aqueles segundos de tela preta há mais depois da cena da Hanna indo tomar sorvete com o Harrison significa que para o diretor a série acaba ali. Mas desde os primórdios do cinema americano, não sei se muitos sabem, quem realmente manda (e banca) um filme/seriado é o produtor. Portanto, o que vem depois daquela cena da Hanna com o Harrison fica a cargo da produção (muitos culpam o pobre roteirista, direção e até mesmo os atores. Mas se esquecem que quem controla a engrenagem é a produção.). Darei um exemplo dessa "tela preta" num outro filme da década de 70: Taxi Driver. Se você está lendo essa crítica e ainda não viu Taxi Driver, por favor, lhe peço para que pare por aqui, pois o exemplo é um spoiler da cena final do filme. Em taxi Driver de Scorsese, na penúltima cena do longa o personagem Travis Bickle leva um tiro no pescoço e de forma inacreditável ele sobrevive. Para Scorsese, o filme acaba naquele famoso plano do De Niro mirando para a cabeça com o dedo encharcado de sangue. Cinematograficamente, subjetivamente, compreendemos que o personagem morre naquele sofá. Eis o produtor no meio novamente, eis a tela preta por alguns segundos e outra cena final do filme em que Travis é visto como o herói da cidade por ter matado os cafetões. Felizmente, esse final lamentável, na minha mais pessoal opinião, (espero que não apenas minha) não transformou o filme num desastre por completo. Pois convenhamos que mesmo assim, é/foi um filme que quebrou muitos paradigmas no cinema americano, servindo de referência e influência para muitos outros filmes que compõe o cenário do cinema contemporâneo (quem viu Jackie Brown do Tarantino, em que ele praticamente, descaradamente e magistralmente reconstrói uma das cenas mais marcantes desse filme sabe do que estou me referindo). Outro exemplo é o final do último Batman de Christopher Nolan. Muitos dizem que ele não morre, outros que ele morre. Isso ainda é mais delicado. Muito subjetivamente imagino que Nolan quis matar o herói, pois para ele, Batman realmente estava morto (por ser o fim de sua trilogia). Mas, por favor, ninguém pode matar o Batman. Ainda haverão remakes eternos de um super-herói que é tão amado pelos fãs (confesso que sou um deles) quanto extremamente lucrativo para o cinema hollywoodiano. Enfim, não matar o protagonista, mesmo ele sendo um anti-herói, significa para o produtor apenas uma mísera e singela coisa que está totalmente focado o cinema hollywoodiano: lucro. E a produção preza por isso. É o seu papel. Ela banca e espera o retorno (compreensível). Se os produtores puderem, se der lucro, Dexter viveria eternamente. Outro exemplo disso é Star Wars, que somente com souvenirs lucra absurdamente ainda nos dias de hoje. Uma hexalogia que deu início na década de 70, retornando no início de 2000, estará dando continuidade em 2015 para o primeiro filme de mais uma trilogia. O motivo? Lucro! Homens barbados babam só por presenciar diante de uma tela a imagem de personagens como Darth Vader ou R2D2. E o que mais vejo como crítica (não só pra Dexter, mas no geral) é: "esperava mais do final". E eu me pergunto: esperava o quê, afinal? Eu não sei como poderia acabar de uma forma melhor se a série mesmo acaba ficando pedante e sem muitas reviravoltas durante as temporadas. A morte da Debra foi algo que realmente me deixou entusiasmado. Pelo desenrolar pensei que ela sobreviveria tranquilamente tendo aquela última conversa clichê (como várias outras) com o Dexter. Me surpreendeu a forma decadente, decepcionante, desesperançosa e deprimente com que se dá o desfecho do seriado. Cheguei a pensar que acabaria com todo mundo rindo junto, Quinn com Debra, Dexter na argentina com a Hanna e o filho e a o resto de figuração sorrindo como nos finais de algumas temporadas do seriado. Nem preciso constar que seria lamentável. Mas, convenhamos, pouca coisa poderia ser feita. A série acabou tornando-se cansativa e um tanto quanto massante, muitos diálogos parecidos que acabaram por se tornarem um tanto clichês, acabaram desanimando. Sem falar que a sétima temporada está entre as piores que já vi (exceto pelo final, mas não salva o desastre). Bem, parafraseando o próprio Dexter nesse útimo episódio: nunca presenciei um milagre. E a season finale de Dexter certamente não poderia ser salva por um. [spoiler]
Dexter (8ª Temporada)
3.5 1,7K Assista AgoraCríticas e decepções a parte... Vamos estudar melhor essa season finale para, quem sabe, abranger a minha e a nossa compreensão:
[/spoiler] Imagino que não seja uma surpresa (e para muitos, decepção) o fato do Dexter não ter morrido no último episódio. Pois bem, quem entende um pouco de linguagem cinematográfica compreende que o serial killer morreu, (simbolicamente, de forma subjetiva... como queiram chamar) eu digo que ele, literalmente, está morto. Vamos lá. Como disse anteriormente, quem conhece um pouco a linguagem cinematográfica e, principalmente, suas subliminaridades, entende que aqueles segundos de tela preta há mais depois da cena da Hanna indo tomar sorvete com o Harrison significa que para o diretor a série acaba ali. Mas desde os primórdios do cinema americano, não sei se muitos sabem, quem realmente manda (e banca) um filme/seriado é o produtor. Portanto, o que vem depois daquela cena da Hanna com o Harrison fica a cargo da produção (muitos culpam o pobre roteirista, direção e até mesmo os atores. Mas se esquecem que quem controla a engrenagem é a produção.). Darei um exemplo dessa "tela preta" num outro filme da década de 70: Taxi Driver. Se você está lendo essa crítica e ainda não viu Taxi Driver, por favor, lhe peço para que pare por aqui, pois o exemplo é um spoiler da cena final do filme. Em taxi Driver de Scorsese, na penúltima cena do longa o personagem Travis Bickle leva um tiro no pescoço e de forma inacreditável ele sobrevive. Para Scorsese, o filme acaba naquele famoso plano do De Niro mirando para a cabeça com o dedo encharcado de sangue. Cinematograficamente, subjetivamente, compreendemos que o personagem morre naquele sofá. Eis o produtor no meio novamente, eis a tela preta por alguns segundos e outra cena final do filme em que Travis é visto como o herói da cidade por ter matado os cafetões. Felizmente, esse final lamentável, na minha mais pessoal opinião, (espero que não apenas minha) não transformou o filme num desastre por completo. Pois convenhamos que mesmo assim, é/foi um filme que quebrou muitos paradigmas no cinema americano, servindo de referência e influência para muitos outros filmes que compõe o cenário do cinema contemporâneo (quem viu Jackie Brown do Tarantino, em que ele praticamente, descaradamente e magistralmente reconstrói uma das cenas mais marcantes desse filme sabe do que estou me referindo). Outro exemplo é o final do último Batman de Christopher Nolan. Muitos dizem que ele não morre, outros que ele morre. Isso ainda é mais delicado. Muito subjetivamente imagino que Nolan quis matar o herói, pois para ele, Batman realmente estava morto (por ser o fim de sua trilogia). Mas, por favor, ninguém pode matar o Batman. Ainda haverão remakes eternos de um super-herói que é tão amado pelos fãs (confesso que sou um deles) quanto extremamente lucrativo para o cinema hollywoodiano. Enfim, não matar o protagonista, mesmo ele sendo um anti-herói, significa para o produtor apenas uma mísera e singela coisa que está totalmente focado o cinema hollywoodiano: lucro. E a produção preza por isso. É o seu papel. Ela banca e espera o retorno (compreensível). Se os produtores puderem, se der lucro, Dexter viveria eternamente. Outro exemplo disso é Star Wars, que somente com souvenirs lucra absurdamente ainda nos dias de hoje. Uma hexalogia que deu início na década de 70, retornando no início de 2000, estará dando continuidade em 2015 para o primeiro filme de mais uma trilogia. O motivo? Lucro! Homens barbados babam só por presenciar diante de uma tela a imagem de personagens como Darth Vader ou R2D2. E o que mais vejo como crítica (não só pra Dexter, mas no geral) é: "esperava mais do final". E eu me pergunto: esperava o quê, afinal? Eu não sei como poderia acabar de uma forma melhor se a série mesmo acaba ficando pedante e sem muitas reviravoltas durante as temporadas. A morte da Debra foi algo que realmente me deixou entusiasmado. Pelo desenrolar pensei que ela sobreviveria tranquilamente tendo aquela última conversa clichê (como várias outras) com o Dexter. Me surpreendeu a forma decadente, decepcionante, desesperançosa e deprimente com que se dá o desfecho do seriado. Cheguei a pensar que acabaria com todo mundo rindo junto, Quinn com Debra, Dexter na argentina com a Hanna e o filho e a o resto de figuração sorrindo como nos finais de algumas temporadas do seriado. Nem preciso constar que seria lamentável. Mas, convenhamos, pouca coisa poderia ser feita. A série acabou tornando-se cansativa e um tanto quanto massante, muitos diálogos parecidos que acabaram por se tornarem um tanto clichês, acabaram desanimando. Sem falar que a sétima temporada está entre as piores que já vi (exceto pelo final, mas não salva o desastre). Bem, parafraseando o próprio Dexter nesse útimo episódio: nunca presenciei um milagre. E a season finale de Dexter certamente não poderia ser salva por um.
[spoiler]