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Últimas opiniões enviadas

  • Lucimara

    Baseado no livro “Erasure” de 2001, “American Fiction” é ainda mais atual hoje do que nos anos 2000. Ele apresenta uma crítica franca e nada sutil à sociedade, especialmente à elite cultural e acadêmica, que tende a enaltecer e idolatrar uma representação estereotipada do negro. Esta representação limitada abraça apenas o negro sofredor, pobre, inculto e ligado ao crime. Qualquer desvio dessa narrativa é reconhecido como não sendo “negro o bastante".
    Seria maravilhoso dizer que isso faz parte apenas da cultura americana, mas o Brasil, que adora reproduzir o que há de pior dos EUA, não está muito atrás. Aliás, a elite carioca ama lançar filmes nacionais que glorificam nossa miséria, nossas favelas, nossa criminalidade, perpetuando uma imagem distorcida do Brasil para o mundo. Essas representações não refletem verdadeiramente quem somos, mas são amplamente disseminadas, moldando percepções equivocadas sobre o país. Foi inevitável não criar esse paralelo.
    O longa, que está concorrendo ao Oscar, satiriza a própria premiação enquanto expõe a hipocrisia da academia, que tende a lembrar-se de obras com protagonistas negros apenas quando estas seguem um padrão predefinido. Bastar lembrar do caso de “Moonlight”, que retrata um homem negro, gay e pobre que se envolve no crime por falta de alternativas, sendo oprimido pela polícia. Ou seja, a narrativa perfeita para ganhar como o Melhor Filme e provar que a academia não é preconceituosa.
    A obra em si é perfeita quanto toca no ponto principal. É visível quem o filme está buscando criticar. É só lembrar quem costuma trata os negros como seres adestrados, taxando-os de “capitães do mato” ou desqualificando-os com frases como “você não é negro de verdade” quando se opõem as expectativas sobre como um negro deve se comportar, agir ou falar. Entretanto, a trama acaba vagando sem rumo no restante do tempo, abordando muitos temas sem se aprofundar em nenhum deles, o que é uma tendência que venho observando em muitos filmes recentes e que me incomoda. Também esperei pelo grande momento do Sterling K. Brown, que tem sido ostensivamente elogiado, mas não vi nada memorável. Nem gostei muito de seu personagem. Tenho aversão àqueles que mentem e traem, independentemente de qual seja a razão, e ele me pareceu egoísta e displicente.
    “American Fiction” é uma carta aberta contra o preconceito disfarçado de representatividade que permeia a mídia, a política, o entretenimento geral e a mente de pessoas racistas que constantemente fingem se importar com a causa negra, mas não querem, de fato, ouvir qualquer discordância de um negro. Isso é exemplificado em vários momentos, como na guria do cabelo colorido reclamando na sala de aula ou no grupo de críticos que juram querer dar voz aos negros enquanto ignoram as opiniões dos únicos negros na sala. Porém, ele não é raso ao ponto de se limitar a criticar apenas os brancos, mas também os negros que compactuam e fomentam esse tipo de modelo apreciado por “Senhoritas Morello” ao redor do mundo. Apesar de não ser perfeito, abre um ótimo espaço para o debate.

    P.S.: Uma crítica sobre o tema pode ser vista, por exemplo, na comédia de 2003, “Sequestro em Malibu”. Lá, dois atores negros reclamam da falta de oportunidade para testes em papeis que não envolvessem negros analfabetos e de gangue. E isso me lembrou também de um youtuber falando que achou “curioso” um homem negro dono de uma mansão, afirmando não ser algo plausível (em um filme com gente que voa).

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  • Lucimara

    Seu ponto mais forte é o fato da Netflix ter dado espaço para um filme do gênero coexistir em meio às suas produções com vieses bastante óbvios. Porém, como filme, achei o roteiro um tanto bagunçado, querendo fazer muitas críticas e sendo muito raso em todas.
    Como comédia, peca muito. Eu esperei bastante depois de ver alguns trechos no YouTube, mas o humor é muito diluído, não sei se por ser mal escrito ou por reclamar do politicamente correto de forma muito amena. Ele trás pontos muito bons, e acho positivo criticar tanto os mimizentos quanto os tiozões que chamam tudo de mimimi. Entretanto, ele poderia pegar mais pesado, tocar mesmo na ferida e cuspir uns fatos. Mas se acovarda.

    O final é meio broxante, mas gostei da evolução do protagonista. Só acho que os outros dois mereciam ter suas histórias contadas de forma mais aprofundada. Principalmente o cara que vai ser pai por acidente. Seu dilema e comportamentos ficaram muito avulsos.

    No geral, vale a pena pelo fato de ser algo um tanto diferente diante de um cinema tão homogêneo quanto o de Hollywood. Mas, infelizmente, é bem esquecível.

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  • JoHn Unkz
    JoHn Unkz

    Tempos difíceis de filmes e séries, né?
    Vou dar uma conferida nas tuas recomendações, passei o olho por Nichijou e me lembrou muito azumanga daioh, que é bem vibes idiota também mas que rola umas risadas wtf. Danshi Koukousei assisti um ou dois episódios, ri bastante mas não sei onde foi parar, é muito non-sense mas talvez eu retome. Obrigadão pelas dicas.

  • JoHn Unkz
    JoHn Unkz

    Olá, gostei dos teus favoritos, algo que tu tenha assistido recentemente que tenha pensado ''puta merda, muito bom'' para recomendar?

  • Gabriel de Almeida
    Gabriel de Almeida

    Acho que faz sentido pq tem umas contas antigas, a gente vê que a galera já até fez comentário em filme, mas dá pra perceber que é bot pelo número de amigos e pelo link que sempre tem no perfil chamando para algum site

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