Dirigido pelo gênio Quentin Tarantino, Kill Bill Vol.1 é basicamente uma obra-prima do cinema moderno... fato. Tarantino dirigiu Kill Bill como uma homenagem aos filmes antigos japoneses de todas as artes marciais conhecidas no continente asiático. Muita coisa no filme é tirada de lá, as tomadas de câmera, o letreiro inicial, a divisão por capítulos, o enquadramento facial nas lutas, o esquema preto e branco... pegando apenas a história de O-Ren Ishii para contar no estilo anime, que é famosíssimo na ásia e muito conhecido por aqui. Um roteiro brilhantemente escrito por Tarantino, um dos poucos homens que roteiriza e dirige praticamente todos os seus filmes, e um elenco super competente. Uma Thurman, claro, dispensa comentários, pois aqui ela é a própria 'Noiva' em pessoa, talvez uma de suas melhores atuações na carreira ouso dizer. David Carradine, Bill em pessoa, pouco aparece, porém só de ouvir sua imponente voz, mostra como ele consegue construir seus personagens de uma forma tão peculiar, sem aparecer propriamente no filme.
A trilha sonora é algo de outro mundo, foi a trilha POP da geração dos anos 2000, basicamente grande parte das músicas inseridas no meio do filme, ficaram mundialmente conhecidas, e principalmente aqui no Brasil por serem usadas em programas televisivos de diferentes segmentos, como Pânico na TV, Superpop e outros. Nunca um homem foi tão genial em seus trabalhos, afinal de contas, é o próprio Tarantino quem escolhe a trilha sonora deste filme e de seus demais filmes, à dedo.
Kill Bill é sem exagero nenhum uma obra prima da década de 2000, e Quentin Tarantino com este filme se consagrou como um dos tantos gênios da sétima arte que já existiram e ainda existem.
A primeira vez que assisti o filme foi em 96 ou 97, e o assunto AIDS já estava em meu conhecimento, mas eu lembro que uns 5 ou 6 anos antes eu mal sabia o que era isso, pois eu era muito ingênuo e apesar de conhecer as palavras AIDS e Camisinha, eu mal sabia que era relacionado a sexo. Eu devia ter uns 9 ou 10 anos. Escrevo isso, pois, naquela época de inicio dos anos 90, AIDS era uma doença um tanto desconhecida, conhecida como praga gay, que só gay pegava, e todo mundo tinha nojo (e não preconceito) de gays... e consequentemente da AIDS também. Filmes que tocavam nesse assunto eram raros, assim como programas de TV, lembro um de ter passado no SBT nessa época, e o dublador fala EIDS e não AIDS, não era algo comum para se tratar em público no Brasil. Meio tardio, lançado em 1994, Filadélfia aborda este tema de uma outra forma, menos direta, mas forte na linguagem, um advogado que pegou AIDS e foi demitido do emprego, sendo que o mesmo alega que este foi o motivo de ser demitido e não sua incompetência no trabalho como seus ex-empregados alegam. O filme mistura o tema da AIDS, homossexualidade e a lei, que precisa ser aplicada corretamente, que a justiça deve ser feita. Nisso o roteirista Ron Niswaner acerta em cheio, com um roteiro ácido, inteligente, bem escrito, falas muito bem estudadas... um trabalho super competente, que rendeu a Ron uma indicação ao Oscar de Roteiro Original, que não venceu, mas poderia sim ter ganho fácil. Porém o filme levou 2 Oscars, e um deles foi pro ator Tom Hanks, magistralmente excelente no filme, chegou a perder 15kg para situar os malefícios da doença, uma entrega total ao personagem, interpretando um homossexual denso, nada exagerado, e que ao mesmo tempo é advogado, e mesmo exercendo pouco este lado no filme, Tom estudou à fundo o ofício da advocacia para se preparar para o filme. Destacando suas duas melhores cenas no filme, a primeira logo após sair da sala do advogado Joe Miller e ao chegar aos pés da rua ele lança um olhar que você fica dúvida se é desespero, falta de fé, medo da morte, desamparo... com esta cena, ele te ganha pro resto do filme. A Segunda, quando está com o mesmo Joe, em seu apartamento repassando as falas da defesa, e ao ouvir uma ópera na vitrola, o personagem praticamente a lê para Joe e se emociona, e se você reparar, a letra tem muito a ver com o que o personagem de Tom está passando no momento. Digno mesmo do prêmio. Joe Miller é interpretado por Denzel Washington, aqui ainda cru se repararmos bem, porém, dá um show quando está no tribunal defendendo Andrew Buckett (Tom Hanks). Mesmo sendo um pouco exagerado (mais pelo roteiro do que pela sua interpretação), Denzel já dava seus passos para o magnífico ator e diretor que se tornou. O segundo Oscar que Filadélfia levou foi de canção original pela música 'Streets of Philadelphia' do "Chefe" Bruce Spreengsteen, música com uma letra sensacional, brilhantemente composta para o filme, toca no começo e o filme já te ganha por ali. Obra-Prima da década de 90, infelizmente não consta mais no catálogo do Netflix, mas vale a pena você correr atrás do filme e comprá-lo, dinheiro bem investido que facilmente te emocionará no final.
Beaufort, é um filme Israelense que teve uma indicação ao Oscar de Filme estrangeiro em 2008, porém não é um filme que empola tanto. É um filme de guerra que não tem guerra, tem umas nuances de guerra, como alguns bombardeios, mas o filme não aborda quem os faz. Até que está bem dirigido, ele segue bem os personagens, se trata de uma história real, mas você fica esperando algo acontecer e pouco acontece. Isto pode ser frustrante para algumas pessoas, que podem achar o filme um tanto quanto parado e arrastado (o começo do filme é bem arrastado mesmo, depois melhora). É um filme para quem tem paciência, pra quem gosta mesmo de filmes sem compromisso em se divertir, e somente em acompanhar uma das muitas histórias de guerra da história humana. O filme tem muita personalidade, e lida com questões humanas bem pessoais.
Sicko, documentário dirigido por Michael Moore, indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2008, poderia facilmente ter levado a estatueta. É um trabalho digno de obra de arte, minuciosamente escrito e planejado, Moore nos mostra com este documentário, o quão precário é o sistema de saúde Norte-americano, justamente o país desenvolvido e poderoso do planeta. Todos sabem como a Saúde no Brasil é deficitária e precária, principalmente em estados e municípios mais carentes, mas nos EUA a coisa séria, não queira ficar doente ou sofrer um acidente naquele, chega a ser ridículo em certa parte do filme você ver como são tratadas pessoas que não têm plano de saúde ou o plano não cobre os custos do hospital em que a pessoa está. Também é desolador ver como os EUA tratam alguns de seus "heróis" que se voluntariaram durante o 11\9 para ajudar no resgate de sobreviventes ou retiradas de corpos, sendo que não recebem qualquer auxílio do governo só pelo fato de não estarem em sua folha de pagamento.
Se descobre também o quão é avançado o sistema de saúde de países como Canadá, Inglaterra e França (você ficará pasmo ao saber como funciona todo o sistema de saúde e apoio à família na França). E também descobrir certas verdades que incluem como os EUA tratam os seus cidadãos e como eles tratam seus "inimigos" presos em Guantánamo, Cuba. País que por sinal, também tem um sistema de saúde que funciona muito bem.
Muita gente tem criticado o trabalho de Moore, pessoas estas que tem um posicionamento político muito forte, e costumam criticar e salientar certos movimentos políticos como se fossem religiões. Moore na verdade nos entrega um trabalho detalhado e presta um serviço à decadente sociedade, principalmente pelo que é mostrado em Cuba, muitos enxergaram a sequência em Cuba um tanto quanto exagerada, não vou negar que de uma certa forma esta sequência foi um pouco além do que deveria, porém, serve sim como um belo tapa na cara da sociedade americana que engole e consome tudo o que seu governo empurra para eles em seus noticiários mais do que patriotas.
Assistam e tirem suas conclusões, é um ótimo documentário pra você que tem pessoas na família que depende do serviço público, ou pra si mesmo pensando em um futuro próximo onde dependerá de hospitais públicos e planos de saúde, mesmo no Brasil.
O documentário se encontra no Youtube legendado e também Dublado.
Love in The Time of Cholera, no original, dirigido por Mike Newell, concorreu na categoria Canção Original no Globo de Ouro de 2008. É aquele tipo de filme que quando você vê a sinopse você espera uma coisa do filme e quando assiste o filme te entrega açgo levemente diferente, mas neste caso mesmo eu vendo algo diferente do que eu imaginava o saldo sai muito positivo. O filme passa essa mensagem de 'o quanto você esperaria pelo seu verdadeiro amor', e nos entrega uma história que geralmente não aconteceria na vida real, mas até então a mesma é tirada de um romance do ganhador do prêmio Nobel Gabriel Gárcia Marquez. Apesar do filme ser em inglês, assim como seus desenvolvedores e produtores, boa parte do elenco vem da América Latina, uma vez que o filme também é uma co-produção, o resultado final ficou 'curioso' (pra não criticar) em questão de interpretações. O filme conta a história de Florentino Ariza, que se apaixona verdadeiramente em sua juventude pela bela e recatada Fermina Daza, porém seu pai Lorenzo não aprova esse romance querendo um bom partido para sua filha e a manda embora da cidade, Florentino continua o resto de sua vida apaixonado por ela e a reencontra anos depois algumas vezes, porpem a mesma a despreza pois agora está casada como o rico doutor Juvenal Urbino. Mike Newll nos entrega uma ótima direção, o filme tem uma fotografia e uma direção de arte impecáveis, realmente de enche os olhos, uma vez que se passa no fim dos anos 1800 e começo dos anos 1900. Newll intercala bem as passagens de Florentino e de Fermina, ora centra suas atenções em um, e ora centra as atenções no outro, sem perder o telespectador neste processo. A trilha composta por Antonio Pinto (do grupo de rock infantil Pequeno Cidadão) é ótima, bem construída, combinando com a densidade do filme, algo leve e suave, e as canções cantadas por Shakira também são de primeira. Nota 10 pra trilha do filme. Com relação ás interpretações, temos Javier Bardem no papel principal, ele nos entrega um trabalho coeso, nada demais, porém se destaca sua maquiagem e interpretação quando está com seus 70 anos, realmente ali ele se superou no filme. Seu personagem dormiu com mais de 600(!!!) mulheres durante sua vida para preencher a falta e o vazio que Fermina fez á ele. E isso é tratado no filme sem frescuras, ou seja, tem muita safadez no filme, mas muuuita mesmo. Nossa querida Fernanada Montenegro interpreta a mãe de Javier no filme, no começo ela está meio caricata, mas no meio do filme, devido a um problema de saúde, a interpretação de Fernanda vêm á tona, ali ela ganha a personagem de vez. Temos o sempre competente John Leguizamo fazendo Lorenzo, o pai de Fermina, confesso que dele esperava um pouquinho mais, na minha modesta opinião não é o melhor trabalho dele que já arrasou em cena em filmes como Romeu + Julieta, Para Wong Foo Obrigada por Tudo Julie Newmarm entre outros. Liev Schreiber, de quem sou muito fã, ator competentissimo, aparece pouco fazendo o papel do chefe de Florenzo na adolescência... uma pena. Benjamin Bratt faz Juvenal urbino e ele realmente rouv=ba a cena, ótima interpretação e muito bom ator, tem muita densidade na sua interpretação de Juvenal, um homem de personalidade forte, porém muito carente também. Mas pra mim a mulher que ganha o filme todo, trabalho digno de indicação ao Globo de Ouro, Giovanna Mezzogiorno, que faz Fermina Daza, além de ser muito bela, tem um par de olhos penetrantes e verdes, uma atuação segura, forte, ingênua, densa... em qualquer idade que ela faz no filme, adolescência, adulta ou idosa, ela dá um show sem igual. Atuação muito segura, muita força e personalidade, incorporou Fermina, deu cara á ela, e não se perdeu em nenhum momento do filme. Lembrando que Javier só fez Florenzo na idade adulta e idosa, na adolescência outro ator fez seu papel. Giovanna não, fez em todas as idades e a fez muito bem, que mulher...virei fã. O filme não decepciona, mas não é nenhuma obra prima, mas entrega um bom romance, que apesar de ter 2h10 não se perde em nenhum momento e realmente te prende, fazendo com que você se pergunte o tempo todo como terminará essa triste e curiosa história de amor não correspondida.
Macbeth, obra de William Shakespeare, ganhou esta versão cinematográfica de 2015 pelo diretor Justin Kurzel. O filme conta a história de Macbeth, que recebe a visita de três bruxas que lhe profetizam que ele se tornará rei em breve, após consultar sua esposa Lady Macbeth, ele trai o seu benevolente rei e entra em um reinado de descrença e conflitos. O texto de Shakespeare é bem conhecido, já a narrativa de Kurzel na minha mais modesta opinião é não só autêntica como confusa. Kurzel adaptou completamente a obra para as telas, mas em algumas cenas faltou aprofundamento... como Lady Macbeth adoeceu, quanto tempo ela ficou enferma, Macbeth só lamentou a perda da esposa e não sua doença? O filho de Macduff serviu mais como mensagem do que teve propósito no filme? A Película tem ares de grandiosidade, mas foi filmada com uma certa simplicidade em algumas cenas, isso poderia ser melhor retratado por Justin Kurzel, o que melhoraria e muito o filme.
A fotografia do filme é perfeita, na medida certa tanto nas cenas de batalhas, como no começo do filme com aquele tom mais fúnebre. A direção de arte no meu ponto de vista deixou a desejar, muito simplista, chega a ser meio pobrinha.
As atuações estão ótimas, Fassbender entrega uma atuação de gala, trouxe muita poesia facial á sua interpretação, um olhar sério e penetrante, um ar de grandiosidade e ao mesmo tempo uma postura tão pequena e medíocre, isso era Macbeth, um homem compenetrado no que queria almejar, mas sempre se colocando regras e limites, linhas que poderiam ou não ser cruzadas. Só Fassbender para nos entregar performance tão magistral. Marion Cotillard, com sua beleza universal, nos deu sua graça interpretando a esposa de Macbeth, destaque para as cenas em que la faz um monólogo no começo e fim de filme, onde você enxerga que atriz sensacional ela é, e como se entrega aos seus trabalhos, e também destaques para as cenas um pouco mais quentes com Fassbender, Lady Macbeth usava das artimanhas sexuais para convencer Macbeth e usá-lo para tomar parte em suas convicções. Também destaco Sean Harris como Macduff, com uma interpretação precisa e coesa, forte também, criando um belo antagonista para Fassbender.
A trilha de Jed Kurzel, irmão de Justin, é ótima, sensacional, ótimo compositor que captou bem o espírito da obra e da grandiosidade do drama em que a trilha deveria ser criada.
Acho que Justin Kurzel poderia ter colocado só um pouco mais de 'Pimenta' neste filme, pra ser mais do que ele é... mas não há de se negar que é um grande filme, com uma grande história e grandes interpretações.
Kill Bill Vol.2 continuação do Vol.1 é a conclusão da saga d'A Noiva em sua vingança contra Bill. Neste filme Tarantino deu um tom levemente mais leve ou freio de mão puxado á película. No Vol.1 temos um clássico que moldou a cultura pop dos anos 2000, detalhes estes explicados na minha crítica do primeiro filme. No Vol.2, Tarantino se preocupou mais em responder algumas perguntas e dar um desfecho de tirar o fôlego á história. Se no primeiro filme tivemos muitas inovações e originalidades, neste segundo filme temos longas conversas, inteligentíssimas diga-se de passagem entre A Noiva/Beatrix Kiddo e Bill, Bill e Budd, Budd e Elle e claro entre Elle e A Noiva/Beatrix Kiddo. Uma das melhores com certeza é nas cenas finais, quando Bill cita seu apreço por super-heróis e nos expõe uma visão do SuperMan/Clark Kent da qual nunca havíamos parado para pensar (pelo menos, não eu).
O filme é ótimo, tem um outro tom, há todas as referências e homenagens aos filmes antigos de kung-fu, temos a ótima passagem de Beatrix com Pai Mei, mais uma homenagem de Tarantino. A luta de Beatrix com Elle é memorável, muito bem coreografada e criada, cheia de nuances e um desfecho sensacional e super adequado, deixando para nossa sã consciência qual real fim de Elle (quem assistiu só pode mesmo imaginar um...). Esperava um pouco mais da luta final com Bill, foi mais uma lavação de roupa suja, e Tarantino poderia ter feito um grande combate de Katatas, ambas criadas por Hattori Hanso. Talvez aí o motivo do filme não ser 5 estrelas. Também esperavamos um embate entre Beatrix e Budd, que acabou morrendo ridicularmente por uma mamba negra estrategicamente colocada por Elle em seu dinehiro. Para alguém do clã de Bill, tão temido, esperavamos uma luta sensacional com A Noiva.
Esses pontos negativos não tiram o brilho e a beleza do filme, uma ótima obra criada e dirigida por Tarantino um dos gênios do cinema moderno, e acredito eu que o melhor papel de Uma Thurman em sua carreira, sempre será lembrada pela ótima Beatrix Kiddo, A Noiva vingativa.
Em Primeiro Lugar sou um fã de mais de 20 anos da Marvel. Em segundo Lugar, sou um dos maiores fãs e um conhecedor profundo dos X-Men. E por último... DAFNE KEEN.
Logan, que é dirigido por James Mangold (do ótimo Os Indomáveis), é sem dúvida nenhuma o melhor filme do Wolverine, E o melhor filme da franquia X-Men. Mangold usou uma forma muito sútil e peculiar para filmar o último filme de Jackman no papel do mutante canadense, não parece nem de longe um filme de super-herói de história em quadrinhos, ele pega muito de filmes antigos dos anos 70, e usa livremente no roteiro de Logan, baseado nos quadrinhos 'Old man Logan'. O filme se passa no futuro (2029), mas é muito arquitetado em nossa realidade, nada futurístico demais, como em X-Men Dias de um Futuro Esquecido, algo que Mangold acertou, pois já estamos no futuro e não temos carros voadores como prometido em The Jetsons, nem Skates planadores como em De Volta Para o Futuro.
Hugh Jackman faz seu melhor trabalho como Wolverine, difícil vê-lo deixando o papel de Logan, ele ficou marcado e para sempre será lembrado como o personagem, não importa quem o interprete daqui para frente. Depois de anos fazendo o personagem, aqui ele teve a liberdade criativa para expandir sua interpretação do personagem, fazendo do seu jeito, dando sua cara á ele, bem diferente dos demais filmes, aqui ele não teve peso nenhum para agradar os fãs ou críticos, pegou toda dua experiência dos filmes anteriores e fez algo soberbo e muito competente, sem fugir das raízes do que já havia feito.
Patrick Stewart também entrega sua melhor performance como Professor Charles Xavier, aqui já cansado pela idade, sofrendo de Alzheimer, que afeta seus poderes mutantes de controlar mentes, o que o deixa perigoso, uma bomba ambulante que pode matar a todos a qualquer instante, e neste ponto explicado no filme que ele foi o responsável pela morte dos X-Men, mesmo sem ter culpa.
Boyd Holbrook e Stephen Merchant, como Donald Pierce e Calliban respectivamente, estão muito bem no filme, os dois fizeram ótimos trabalhos e entregaram atuações bem caricatas dos personagens vindos dos quadrinhos (com uma leve preferência ao trabalho de Stephen, esteve muito bem no papel).
Mas o destaque mesmo fica para a ótima Dafne Keen como Laura Kinney, como uma menina de 11 anos pôde entregar uma atuação tão forte e tão original como esta? Não há uma única cena em que ela deixe a peteca cair, suas expressões faciais dão á tônica de Laura na primeira hora do filme, e vemos uma outra faceta dela á partir do momento em que ela fala suas primeiras palavras no filme, em espanhol, ali vemos outra faceta de laura, da garota inocente, que não pediu para nascer daquela forma, e Dafne soube fazer essa virada muito, mas muito bem. Esta menina têm uma longa carreira pela frente, não sei o quanto ela ficará na industria cinematográfica, e não sei se fará um trabalho futuramente digno de indicações, mas ela JÁ É uma grande atriz e o maior prêmio ela já está recebendo, o reconhecimento e o carinho de fãs do mundo todo pelo ótimo trabalho feito em Logan.
Este filme ficará marcado por ser um dos melhores filmes de super-heróis já feito até hoje, Top 3 com toda a certeza, e meus parabéns ao trabalho de Mangold, que fez algo diferente dentro do gênero, abraçou o roteiro, mudou o rumo da direção e entregou algo de primeira qualidade para Jackman e Stewart fazerem os seus melhores trabalhos na franquia X-Men.
Kill Bill: Volume 1
4.2 2,3K Assista AgoraDirigido pelo gênio Quentin Tarantino, Kill Bill Vol.1 é basicamente uma obra-prima do cinema moderno... fato.
Tarantino dirigiu Kill Bill como uma homenagem aos filmes antigos japoneses de todas as artes marciais conhecidas no continente asiático. Muita coisa no filme é tirada de lá, as tomadas de câmera, o letreiro inicial, a divisão por capítulos, o enquadramento facial nas lutas, o esquema preto e branco... pegando apenas a história de O-Ren Ishii para contar no estilo anime, que é famosíssimo na ásia e muito conhecido por aqui.
Um roteiro brilhantemente escrito por Tarantino, um dos poucos homens que roteiriza e dirige praticamente todos os seus filmes, e um elenco super competente.
Uma Thurman, claro, dispensa comentários, pois aqui ela é a própria 'Noiva' em pessoa, talvez uma de suas melhores atuações na carreira ouso dizer. David Carradine, Bill em pessoa, pouco aparece, porém só de ouvir sua imponente voz, mostra como ele consegue construir seus personagens de uma forma tão peculiar, sem aparecer propriamente no filme.
A trilha sonora é algo de outro mundo, foi a trilha POP da geração dos anos 2000, basicamente grande parte das músicas inseridas no meio do filme, ficaram mundialmente conhecidas, e principalmente aqui no Brasil por serem usadas em programas televisivos de diferentes segmentos, como Pânico na TV, Superpop e outros.
Nunca um homem foi tão genial em seus trabalhos, afinal de contas, é o próprio Tarantino quem escolhe a trilha sonora deste filme e de seus demais filmes, à dedo.
Kill Bill é sem exagero nenhum uma obra prima da década de 2000, e Quentin Tarantino com este filme se consagrou como um dos tantos gênios da sétima arte que já existiram e ainda existem.
Filadélfia
4.2 908 Assista AgoraA primeira vez que assisti o filme foi em 96 ou 97, e o assunto AIDS já estava em meu conhecimento, mas eu lembro que uns 5 ou 6 anos antes eu mal sabia o que era isso, pois eu era muito ingênuo e apesar de conhecer as palavras AIDS e Camisinha, eu mal sabia que era relacionado a sexo. Eu devia ter uns 9 ou 10 anos. Escrevo isso, pois, naquela época de inicio dos anos 90, AIDS era uma doença um tanto desconhecida, conhecida como praga gay, que só gay pegava, e todo mundo tinha nojo (e não preconceito) de gays... e consequentemente da AIDS também. Filmes que tocavam nesse assunto eram raros, assim como programas de TV, lembro um de ter passado no SBT nessa época, e o dublador fala EIDS e não AIDS, não era algo comum para se tratar em público no Brasil. Meio tardio, lançado em 1994, Filadélfia aborda este tema de uma outra forma, menos direta, mas forte na linguagem, um advogado que pegou AIDS e foi demitido do emprego, sendo que o mesmo alega que este foi o motivo de ser demitido e não sua incompetência no trabalho como seus ex-empregados alegam. O filme mistura o tema da AIDS, homossexualidade e a lei, que precisa ser aplicada corretamente, que a justiça deve ser feita. Nisso o roteirista Ron Niswaner acerta em cheio, com um roteiro ácido, inteligente, bem escrito, falas muito bem estudadas... um trabalho super competente, que rendeu a Ron uma indicação ao Oscar de Roteiro Original, que não venceu, mas poderia sim ter ganho fácil. Porém o filme levou 2 Oscars, e um deles foi pro ator Tom Hanks, magistralmente excelente no filme, chegou a perder 15kg para situar os malefícios da doença, uma entrega total ao personagem, interpretando um homossexual denso, nada exagerado, e que ao mesmo tempo é advogado, e mesmo exercendo pouco este lado no filme, Tom estudou à fundo o ofício da advocacia para se preparar para o filme. Destacando suas duas melhores cenas no filme, a primeira logo após sair da sala do advogado Joe Miller e ao chegar aos pés da rua ele lança um olhar que você fica dúvida se é desespero, falta de fé, medo da morte, desamparo... com esta cena, ele te ganha pro resto do filme. A Segunda, quando está com o mesmo Joe, em seu apartamento repassando as falas da defesa, e ao ouvir uma ópera na vitrola, o personagem praticamente a lê para Joe e se emociona, e se você reparar, a letra tem muito a ver com o que o personagem de Tom está passando no momento. Digno mesmo do prêmio. Joe Miller é interpretado por Denzel Washington, aqui ainda cru se repararmos bem, porém, dá um show quando está no tribunal defendendo Andrew Buckett (Tom Hanks). Mesmo sendo um pouco exagerado (mais pelo roteiro do que pela sua interpretação), Denzel já dava seus passos para o magnífico ator e diretor que se tornou. O segundo Oscar que Filadélfia levou foi de canção original pela música 'Streets of Philadelphia' do "Chefe" Bruce Spreengsteen, música com uma letra sensacional, brilhantemente composta para o filme, toca no começo e o filme já te ganha por ali. Obra-Prima da década de 90, infelizmente não consta mais no catálogo do Netflix, mas vale a pena você correr atrás do filme e comprá-lo, dinheiro bem investido que facilmente te emocionará no final.
Beaufort
3.0 9Beaufort, é um filme Israelense que teve uma indicação ao Oscar de Filme estrangeiro em 2008, porém não é um filme que empola tanto.
É um filme de guerra que não tem guerra, tem umas nuances de guerra, como alguns bombardeios, mas o filme não aborda quem os faz.
Até que está bem dirigido, ele segue bem os personagens, se trata de uma história real, mas você fica esperando algo acontecer e pouco acontece. Isto pode ser frustrante para algumas pessoas, que podem achar o filme um tanto quanto parado e arrastado (o começo do filme é bem arrastado mesmo, depois melhora).
É um filme para quem tem paciência, pra quem gosta mesmo de filmes sem compromisso em se divertir, e somente em acompanhar uma das muitas histórias de guerra da história humana. O filme tem muita personalidade, e lida com questões humanas bem pessoais.
Sicko - S.O.S. Saúde
4.2 301Sicko, documentário dirigido por Michael Moore, indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2008, poderia facilmente ter levado a estatueta. É um trabalho digno de obra de arte, minuciosamente escrito e planejado, Moore nos mostra com este documentário, o quão precário é o sistema de saúde Norte-americano, justamente o país desenvolvido e poderoso do planeta.
Todos sabem como a Saúde no Brasil é deficitária e precária, principalmente em estados e municípios mais carentes, mas nos EUA a coisa séria, não queira ficar doente ou sofrer um acidente naquele, chega a ser ridículo em certa parte do filme você ver como são tratadas pessoas que não têm plano de saúde ou o plano não cobre os custos do hospital em que a pessoa está. Também é desolador ver como os EUA tratam alguns de seus "heróis" que se voluntariaram durante o 11\9 para ajudar no resgate de sobreviventes ou retiradas de corpos, sendo que não recebem qualquer auxílio do governo só pelo fato de não estarem em sua folha de pagamento.
Se descobre também o quão é avançado o sistema de saúde de países como Canadá, Inglaterra e França (você ficará pasmo ao saber como funciona todo o sistema de saúde e apoio à família na França). E também descobrir certas verdades que incluem como os EUA tratam os seus cidadãos e como eles tratam seus "inimigos" presos em Guantánamo, Cuba. País que por sinal, também tem um sistema de saúde que funciona muito bem.
Muita gente tem criticado o trabalho de Moore, pessoas estas que tem um posicionamento político muito forte, e costumam criticar e salientar certos movimentos políticos como se fossem religiões. Moore na verdade nos entrega um trabalho detalhado e presta um serviço à decadente sociedade, principalmente pelo que é mostrado em Cuba, muitos enxergaram a sequência em Cuba um tanto quanto exagerada, não vou negar que de uma certa forma esta sequência foi um pouco além do que deveria, porém, serve sim como um belo tapa na cara da sociedade americana que engole e consome tudo o que seu governo empurra para eles em seus noticiários mais do que patriotas.
Assistam e tirem suas conclusões, é um ótimo documentário pra você que tem pessoas na família que depende do serviço público, ou pra si mesmo pensando em um futuro próximo onde dependerá de hospitais públicos e planos de saúde, mesmo no Brasil.
O documentário se encontra no Youtube legendado e também Dublado.
O Amor nos Tempos do Cólera
3.5 288Love in The Time of Cholera, no original, dirigido por Mike Newell, concorreu na categoria Canção Original no Globo de Ouro de 2008. É aquele tipo de filme que quando você vê a sinopse você espera uma coisa do filme e quando assiste o filme te entrega açgo levemente diferente, mas neste caso mesmo eu vendo algo diferente do que eu imaginava o saldo sai muito positivo. O filme passa essa mensagem de 'o quanto você esperaria pelo seu verdadeiro amor', e nos entrega uma história que geralmente não aconteceria na vida real, mas até então a mesma é tirada de um romance do ganhador do prêmio Nobel Gabriel Gárcia Marquez. Apesar do filme ser em inglês, assim como seus desenvolvedores e produtores, boa parte do elenco vem da América Latina, uma vez que o filme também é uma co-produção, o resultado final ficou 'curioso' (pra não criticar) em questão de interpretações. O filme conta a história de Florentino Ariza, que se apaixona verdadeiramente em sua juventude pela bela e recatada Fermina Daza, porém seu pai Lorenzo não aprova esse romance querendo um bom partido para sua filha e a manda embora da cidade, Florentino continua o resto de sua vida apaixonado por ela e a reencontra anos depois algumas vezes, porpem a mesma a despreza pois agora está casada como o rico doutor Juvenal Urbino. Mike Newll nos entrega uma ótima direção, o filme tem uma fotografia e uma direção de arte impecáveis, realmente de enche os olhos, uma vez que se passa no fim dos anos 1800 e começo dos anos 1900. Newll intercala bem as passagens de Florentino e de Fermina, ora centra suas atenções em um, e ora centra as atenções no outro, sem perder o telespectador neste processo. A trilha composta por Antonio Pinto (do grupo de rock infantil Pequeno Cidadão) é ótima, bem construída, combinando com a densidade do filme, algo leve e suave, e as canções cantadas por Shakira também são de primeira. Nota 10 pra trilha do filme. Com relação ás interpretações, temos Javier Bardem no papel principal, ele nos entrega um trabalho coeso, nada demais, porém se destaca sua maquiagem e interpretação quando está com seus 70 anos, realmente ali ele se superou no filme. Seu personagem dormiu com mais de 600(!!!) mulheres durante sua vida para preencher a falta e o vazio que Fermina fez á ele. E isso é tratado no filme sem frescuras, ou seja, tem muita safadez no filme, mas muuuita mesmo. Nossa querida Fernanada Montenegro interpreta a mãe de Javier no filme, no começo ela está meio caricata, mas no meio do filme, devido a um problema de saúde, a interpretação de Fernanda vêm á tona, ali ela ganha a personagem de vez. Temos o sempre competente John Leguizamo fazendo Lorenzo, o pai de Fermina, confesso que dele esperava um pouquinho mais, na minha modesta opinião não é o melhor trabalho dele que já arrasou em cena em filmes como Romeu + Julieta, Para Wong Foo Obrigada por Tudo Julie Newmarm entre outros. Liev Schreiber, de quem sou muito fã, ator competentissimo, aparece pouco fazendo o papel do chefe de Florenzo na adolescência... uma pena. Benjamin Bratt faz Juvenal urbino e ele realmente rouv=ba a cena, ótima interpretação e muito bom ator, tem muita densidade na sua interpretação de Juvenal, um homem de personalidade forte, porém muito carente também. Mas pra mim a mulher que ganha o filme todo, trabalho digno de indicação ao Globo de Ouro, Giovanna Mezzogiorno, que faz Fermina Daza, além de ser muito bela, tem um par de olhos penetrantes e verdes, uma atuação segura, forte, ingênua, densa... em qualquer idade que ela faz no filme, adolescência, adulta ou idosa, ela dá um show sem igual. Atuação muito segura, muita força e personalidade, incorporou Fermina, deu cara á ela, e não se perdeu em nenhum momento do filme. Lembrando que Javier só fez Florenzo na idade adulta e idosa, na adolescência outro ator fez seu papel. Giovanna não, fez em todas as idades e a fez muito bem, que mulher...virei fã. O filme não decepciona, mas não é nenhuma obra prima, mas entrega um bom romance, que apesar de ter 2h10 não se perde em nenhum momento e realmente te prende, fazendo com que você se pergunte o tempo todo como terminará essa triste e curiosa história de amor não correspondida.
Macbeth: Ambição e Guerra
3.5 383 Assista AgoraMacbeth, obra de William Shakespeare, ganhou esta versão cinematográfica de 2015 pelo diretor Justin Kurzel.
O filme conta a história de Macbeth, que recebe a visita de três bruxas que lhe profetizam que ele se tornará rei em breve, após consultar sua esposa Lady Macbeth, ele trai o seu benevolente rei e entra em um reinado de descrença e conflitos.
O texto de Shakespeare é bem conhecido, já a narrativa de Kurzel na minha mais modesta opinião é não só autêntica como confusa.
Kurzel adaptou completamente a obra para as telas, mas em algumas cenas faltou aprofundamento... como Lady Macbeth adoeceu, quanto tempo ela ficou enferma, Macbeth só lamentou a perda da esposa e não sua doença? O filho de Macduff serviu mais como mensagem do que teve propósito no filme? A Película tem ares de grandiosidade, mas foi filmada com uma certa simplicidade em algumas cenas, isso poderia ser melhor retratado por Justin Kurzel, o que melhoraria e muito o filme.
A fotografia do filme é perfeita, na medida certa tanto nas cenas de batalhas, como no começo do filme com aquele tom mais fúnebre. A direção de arte no meu ponto de vista deixou a desejar, muito simplista, chega a ser meio pobrinha.
As atuações estão ótimas, Fassbender entrega uma atuação de gala, trouxe muita poesia facial á sua interpretação, um olhar sério e penetrante, um ar de grandiosidade e ao mesmo tempo uma postura tão pequena e medíocre, isso era Macbeth, um homem compenetrado no que queria almejar, mas sempre se colocando regras e limites, linhas que poderiam ou não ser cruzadas. Só Fassbender para nos entregar performance tão magistral.
Marion Cotillard, com sua beleza universal, nos deu sua graça interpretando a esposa de Macbeth, destaque para as cenas em que la faz um monólogo no começo e fim de filme, onde você enxerga que atriz sensacional ela é, e como se entrega aos seus trabalhos, e também destaques para as cenas um pouco mais quentes com Fassbender, Lady Macbeth usava das artimanhas sexuais para convencer Macbeth e usá-lo para tomar parte em suas convicções.
Também destaco Sean Harris como Macduff, com uma interpretação precisa e coesa, forte também, criando um belo antagonista para Fassbender.
A trilha de Jed Kurzel, irmão de Justin, é ótima, sensacional, ótimo compositor que captou bem o espírito da obra e da grandiosidade do drama em que a trilha deveria ser criada.
Acho que Justin Kurzel poderia ter colocado só um pouco mais de 'Pimenta' neste filme, pra ser mais do que ele é... mas não há de se negar que é um grande filme, com uma grande história e grandes interpretações.
Kill Bill: Volume 2
4.2 1,5K Assista AgoraKill Bill Vol.2 continuação do Vol.1 é a conclusão da saga d'A Noiva em sua vingança contra Bill. Neste filme Tarantino deu um tom levemente mais leve ou freio de mão puxado á película. No Vol.1 temos um clássico que moldou a cultura pop dos anos 2000, detalhes estes explicados na minha crítica do primeiro filme. No Vol.2, Tarantino se preocupou mais em responder algumas perguntas e dar um desfecho de tirar o fôlego á história.
Se no primeiro filme tivemos muitas inovações e originalidades, neste segundo filme temos longas conversas, inteligentíssimas diga-se de passagem entre A Noiva/Beatrix Kiddo e Bill, Bill e Budd, Budd e Elle e claro entre Elle e A Noiva/Beatrix Kiddo. Uma das melhores com certeza é nas cenas finais, quando Bill cita seu apreço por super-heróis e nos expõe uma visão do SuperMan/Clark Kent da qual nunca havíamos parado para pensar (pelo menos, não eu).
O filme é ótimo, tem um outro tom, há todas as referências e homenagens aos filmes antigos de kung-fu, temos a ótima passagem de Beatrix com Pai Mei, mais uma homenagem de Tarantino.
A luta de Beatrix com Elle é memorável, muito bem coreografada e criada, cheia de nuances e um desfecho sensacional e super adequado, deixando para nossa sã consciência qual real fim de Elle (quem assistiu só pode mesmo imaginar um...).
Esperava um pouco mais da luta final com Bill, foi mais uma lavação de roupa suja, e Tarantino poderia ter feito um grande combate de Katatas, ambas criadas por Hattori Hanso. Talvez aí o motivo do filme não ser 5 estrelas. Também esperavamos um embate entre Beatrix e Budd, que acabou morrendo ridicularmente por uma mamba negra estrategicamente colocada por Elle em seu dinehiro. Para alguém do clã de Bill, tão temido, esperavamos uma luta sensacional com A Noiva.
Esses pontos negativos não tiram o brilho e a beleza do filme, uma ótima obra criada e dirigida por Tarantino um dos gênios do cinema moderno, e acredito eu que o melhor papel de Uma Thurman em sua carreira, sempre será lembrada pela ótima Beatrix Kiddo, A Noiva vingativa.
Logan
4.3 2,6K Assista AgoraEm Primeiro Lugar sou um fã de mais de 20 anos da Marvel.
Em segundo Lugar, sou um dos maiores fãs e um conhecedor profundo dos X-Men.
E por último... DAFNE KEEN.
Logan, que é dirigido por James Mangold (do ótimo Os Indomáveis), é sem dúvida nenhuma o melhor filme do Wolverine, E o melhor filme da franquia X-Men.
Mangold usou uma forma muito sútil e peculiar para filmar o último filme de Jackman no papel do mutante canadense, não parece nem de longe um filme de super-herói de história em quadrinhos, ele pega muito de filmes antigos dos anos 70, e usa livremente no roteiro de Logan, baseado nos quadrinhos 'Old man Logan'.
O filme se passa no futuro (2029), mas é muito arquitetado em nossa realidade, nada futurístico demais, como em X-Men Dias de um Futuro Esquecido, algo que Mangold acertou, pois já estamos no futuro e não temos carros voadores como prometido em The Jetsons, nem Skates planadores como em De Volta Para o Futuro.
Hugh Jackman faz seu melhor trabalho como Wolverine, difícil vê-lo deixando o papel de Logan, ele ficou marcado e para sempre será lembrado como o personagem, não importa quem o interprete daqui para frente. Depois de anos fazendo o personagem, aqui ele teve a liberdade criativa para expandir sua interpretação do personagem, fazendo do seu jeito, dando sua cara á ele, bem diferente dos demais filmes, aqui ele não teve peso nenhum para agradar os fãs ou críticos, pegou toda dua experiência dos filmes anteriores e fez algo soberbo e muito competente, sem fugir das raízes do que já havia feito.
Patrick Stewart também entrega sua melhor performance como Professor Charles Xavier, aqui já cansado pela idade, sofrendo de Alzheimer, que afeta seus poderes mutantes de controlar mentes, o que o deixa perigoso, uma bomba ambulante que pode matar a todos a qualquer instante, e neste ponto explicado no filme que ele foi o responsável pela morte dos X-Men, mesmo sem ter culpa.
Boyd Holbrook e Stephen Merchant, como Donald Pierce e Calliban respectivamente, estão muito bem no filme, os dois fizeram ótimos trabalhos e entregaram atuações bem caricatas dos personagens vindos dos quadrinhos (com uma leve preferência ao trabalho de Stephen, esteve muito bem no papel).
Mas o destaque mesmo fica para a ótima Dafne Keen como Laura Kinney, como uma menina de 11 anos pôde entregar uma atuação tão forte e tão original como esta? Não há uma única cena em que ela deixe a peteca cair, suas expressões faciais dão á tônica de Laura na primeira hora do filme, e vemos uma outra faceta dela á partir do momento em que ela fala suas primeiras palavras no filme, em espanhol, ali vemos outra faceta de laura, da garota inocente, que não pediu para nascer daquela forma, e Dafne soube fazer essa virada muito, mas muito bem.
Esta menina têm uma longa carreira pela frente, não sei o quanto ela ficará na industria cinematográfica, e não sei se fará um trabalho futuramente digno de indicações, mas ela JÁ É uma grande atriz e o maior prêmio ela já está recebendo, o reconhecimento e o carinho de fãs do mundo todo pelo ótimo trabalho feito em Logan.
Este filme ficará marcado por ser um dos melhores filmes de super-heróis já feito até hoje, Top 3 com toda a certeza, e meus parabéns ao trabalho de Mangold, que fez algo diferente dentro do gênero, abraçou o roteiro, mudou o rumo da direção e entregou algo de primeira qualidade para Jackman e Stewart fazerem os seus melhores trabalhos na franquia X-Men.