Temos duas coisas operando nessa estrutura, que nada tem de distópico: (1) um ato litúrgico, que consegue, com seus rituais, "naturalizar" uma contingência, decidida sem muita cerimônia; (2) a história narrada do ponto de vista do oprimido, aquela que, por sua simples existência (biopolítica, percebam...), assina a injustiça de todo o sistema. Deus aí é um nome vazio, uma forma que assegura qualquer coisa. Sensacional a série nessa perspectiva.
A questão toda não é descobrir o que aconteceu. Isso é a pergunta do tipo: o que é a vida? De onde viemos? Para onde vamos?. A série, e é isso o que a torna instigante, mostra o que fica, quais sentimentos ficam, com uma "tragédia". Poderia ser a guerra, não? Pessoas vão e não voltam... Ou, o acaso, o qual continuamente nos aferramos em afastar. Quando ele vem, não conseguimos reagir, como se fosse "antinatural". O que fazemos de nós com a ausência dos que foram? É isso que a série tentou mostrar: desde invenções as mais variadas (como cultos = leia-se "religião" ou algum charlatão que aparece com a resposta ou festas de fim do mundo). O acaso arrasa nossas criações. Desde sempre. Mas, o que resta? resta o sentimento, a saudade, a ausência, o amor, um caminho jamais encerrado. Não há nada de místico nisso. Há apenas o que houve sempre: nós mesmos lidando com nossas incertezas, nossas faltas, nossos não-saberes.
A impressão que eu tive é de que a temporada foi escrita e dirigida pelos mesmos responsáveis pela última temporada de Sherlock: um sentimentalismo besta que chegou no mau gosto. Todavia, salvo tais considerações, faz tempo que TWD realizou uma viragem que a distinguiu das demais produções com zumbis. Tendo sobrevivido, os zumbis passam a integrar a "paisagem". Eles já sabem viver nesse mundo, adaptaram-se. É claro que é possível tratar das vidas, do cotidiano dessas pessoas... Não há problema nenhum, pois, senão, o fim é aquele que Daryl observou num episódio da sexta temporada: "nós somos eles". De toda forma, acredito que a série já deveria pensar num encerramento, e não ficar teimando como tantas outras fizeram...
Tomando uma sinopse e o enredo geral, a criatura que vem falar de "expectativas" para uma série como essa, não pode ser levada a sério... O enredo é, basicamente, absurdo e abrupto. A trama é um desenvolvimento sem fim de absurdos... esperar uma reflexão profunda, com decalques morais, disso é exigência fora do dado. Para tal há The Walking dead que, até hoje, a maioria jura que é uma série sobre zumbis... Não esperei nada, e gostei do que encontrei, porque era o que oferecia.
O final, ao contrário do que muito falaram, foi espetacular. Lembrou bastante o final d'Os Sopranos: aberto, sem o sentimentalismo tosco das pessoas se lamentando... como se não soubéssemos o que será dali... Afinal a diferença está aí: na exigência de preenchermos as lacunas e entendermos os desdobramentos.
É possível notar a qualidade do trabalho de Viola Davis, pelas milhares de reviravoltas exaustivas a que ela é submetida, alternando sua feição às necessidades da trama. Os outros, nem de longe conseguem o mesmo. Mesmo no momento de desespero não são convincentes, o que os deixam caricatos. O personagem Wes é o mais simplório de todos. Não consegue transmitir nenhum sentimento. De certa forma, considero que as maiores falhas, o que prejudica os atores são o roteiro, e a direção. As sequências são horríveis, e os flashbacks em contraposição aos depoimentos, desnecessários. Como se fossemos burros por não recordar a cena. Incrível como na medida da urgência de cada episódio, eles perdem o momento da pausa. Cortam quando não deveriam, quebram qualquer suspense. Estendem desnecessariamente, e ainda aceleram algumas cenas, o que é de muito mal gosto. Comparem com as cenas de Requiem para um sonho, como a aceleração compõe a cena, e não simplesmente a dissolve em inutilidade narrativa.
O Conto da Aia (1ª Temporada)
4.7 1,5K Assista AgoraTemos duas coisas operando nessa estrutura, que nada tem de distópico: (1) um ato litúrgico, que consegue, com seus rituais, "naturalizar" uma contingência, decidida sem muita cerimônia; (2) a história narrada do ponto de vista do oprimido, aquela que, por sua simples existência (biopolítica, percebam...), assina a injustiça de todo o sistema. Deus aí é um nome vazio, uma forma que assegura qualquer coisa. Sensacional a série nessa perspectiva.
The Leftovers (3ª Temporada)
4.5 427 Assista AgoraA questão toda não é descobrir o que aconteceu. Isso é a pergunta do tipo: o que é a vida? De onde viemos? Para onde vamos?. A série, e é isso o que a torna instigante, mostra o que fica, quais sentimentos ficam, com uma "tragédia". Poderia ser a guerra, não? Pessoas vão e não voltam... Ou, o acaso, o qual continuamente nos aferramos em afastar. Quando ele vem, não conseguimos reagir, como se fosse "antinatural". O que fazemos de nós com a ausência dos que foram? É isso que a série tentou mostrar: desde invenções as mais variadas (como cultos = leia-se "religião" ou algum charlatão que aparece com a resposta ou festas de fim do mundo). O acaso arrasa nossas criações. Desde sempre. Mas, o que resta? resta o sentimento, a saudade, a ausência, o amor, um caminho jamais encerrado. Não há nada de místico nisso. Há apenas o que houve sempre: nós mesmos lidando com nossas incertezas, nossas faltas, nossos não-saberes.
Powerless (1ª Temporada)
3.0 38morreu ou foi pra record?
The Walking Dead (7ª Temporada)
3.6 918 Assista AgoraA impressão que eu tive é de que a temporada foi escrita e dirigida pelos mesmos responsáveis pela última temporada de Sherlock: um sentimentalismo besta que chegou no mau gosto.
Todavia, salvo tais considerações, faz tempo que TWD realizou uma viragem que a distinguiu das demais produções com zumbis. Tendo sobrevivido, os zumbis passam a integrar a "paisagem". Eles já sabem viver nesse mundo, adaptaram-se. É claro que é possível tratar das vidas, do cotidiano dessas pessoas... Não há problema nenhum, pois, senão, o fim é aquele que Daryl observou num episódio da sexta temporada: "nós somos eles".
De toda forma, acredito que a série já deveria pensar num encerramento, e não ficar teimando como tantas outras fizeram...
Powerless (1ª Temporada)
3.0 38Todas as piadas com o Batman valeram cada minuto até agora. Ruim por ruim, é minha série ruim favorita. quero mais. cadê?
Santa Clarita Diet (1ª Temporada)
3.7 419 Assista AgoraTomando uma sinopse e o enredo geral, a criatura que vem falar de "expectativas" para uma série como essa, não pode ser levada a sério... O enredo é, basicamente, absurdo e abrupto. A trama é um desenvolvimento sem fim de absurdos... esperar uma reflexão profunda, com decalques morais, disso é exigência fora do dado. Para tal há The Walking dead que, até hoje, a maioria jura que é uma série sobre zumbis...
Não esperei nada, e gostei do que encontrei, porque era o que oferecia.
Sherlock (4ª Temporada)
4.2 326 Assista Agoraque novela mexicana ruim da p****
Girls In The House (1ª Temporada)
4.4 121Sacadas muito sutis. Mesmo os "problemas" técnicos com um trabalho desses, ajudam mais a compor a série do que a prejudicam.
Fear the Walking Dead (2ª Temporada)
3.4 284 Assista Agoralegal mesmo só esse cartaz.
nunca torci tanto pros zumbis...
Skins - Juventude à Flor da Pele (4ª Temporada)
4.2 496 Assista AgoraImpressionante a qualidade de cada temporada!
O final, ao contrário do que muito falaram, foi espetacular. Lembrou bastante o final d'Os Sopranos: aberto, sem o sentimentalismo tosco das pessoas se lamentando... como se não soubéssemos o que será dali... Afinal a diferença está aí: na exigência de preenchermos as lacunas e entendermos os desdobramentos.
Como Defender um Assassino (1ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraÉ possível notar a qualidade do trabalho de Viola Davis, pelas milhares de reviravoltas exaustivas a que ela é submetida, alternando sua feição às necessidades da trama. Os outros, nem de longe conseguem o mesmo. Mesmo no momento de desespero não são convincentes, o que os deixam caricatos. O personagem Wes é o mais simplório de todos. Não consegue transmitir nenhum sentimento. De certa forma, considero que as maiores falhas, o que prejudica os atores são o roteiro, e a direção. As sequências são horríveis, e os flashbacks em contraposição aos depoimentos, desnecessários. Como se fossemos burros por não recordar a cena. Incrível como na medida da urgência de cada episódio, eles perdem o momento da pausa. Cortam quando não deveriam, quebram qualquer suspense. Estendem desnecessariamente, e ainda aceleram algumas cenas, o que é de muito mal gosto. Comparem com as cenas de Requiem para um sonho, como a aceleração compõe a cena, e não simplesmente a dissolve em inutilidade narrativa.
Morte Súbita
3.2 110Talvez o único mérito seja a capacidade de ter tornado todas as personagens detestáveis.