Meu objetivo era assistir algo mais leve após esse filme, mas de fato não consegui. 120 Batimentos por Minuto é uma obra que precisa ser digerida, e logo após eu termina-la, fui de imediato conferir um pouco mais da história da “ACT UP” e fiquei impressionado. A luta dessas pessoas foi algo ousado, e que trouxe diversas conquistas e resultados.
Sobre o filme, não foi fácil assisti-lo, ele é sério, pesado, tudo isso com um forte grau de realidade e urgência. O primeiro ato serve de base para apresentar o grupo ACT UP e como ele funciona. Essa primeira parte é composta por diálogos inteligentíssimos, que sabe achar formas de contextualizar o espectador sem deixar as falas artificiais.
No segundo ato, o filme puxa o espectador para um lado mais intimista, e esse fator se aprofunda ainda mais no implacável terceiro ato. Há uma mudança notável de tom nesse processo, mas as mudanças nunca são para pior.
Não vou me aprofundar em falar na direção, fotografia, elenco ou trilha sonora. Tecnicamente o filme é incrível, ao invés disso, quero deixar uma recomendação de um documentário para quem quiser se aprofundar mais nas abordagens do filme. O nome dele é “Como Sobreviver a Uma Praga” (2012), dirigido por David France, e para falar a verdade eu ainda não o assisti, mas como estou querendo saber mais sobre assunto... bem, dizem que é muito bom!
Eu não tinha nenhuma expectativa com este filme, sabia apenas que se tratava de um horror, e apesar dele não atender a vários requisitos do gênero que vários filmes costumam ter, vejo ainda que seu terror está na sugestão, estranheza e em toda sua sutileza.
O ritmo do filme é lento, mas nunca cansativo, me prendeu do início ao fim. Ele utiliza um fator que eu gosto muito, que é de reunir poucos personagens em um determinado cenário e gerar um clima intrigante entre eles. Aliás, o cenário do filme é muito bom, a fotografia é bastante limpa, dá uma sensação de vazio muito grande que transmite muito bem a idéia de estranheza, alem do desconforto psicológico dos personagens.
Todos esses fatores são realçados pela ausência da trilha sonora, e essa é sem dúvidas uma das grandes sacadas do filme. A música poderia insinuar algo, ou induzir o espectador a alguma pista, mas o filme se recusa trazer esse fator, e o silêncio acaba te deixando mais interrogado a respeito dos personagens.
Gostei do plot twist da história, de fato já tínhamos pistas sobre ele desde o início, mas ainda assim não consegui desvendá-lo até o final. Mas o filme é muito mais do que essa reviravolta, ele faz uma retratação incrível do inconsciente humano ao reagir a uma grande tragédia. Querendo ou não essa foi a única forma que Elias encontrou para lidar com a ausência do irmão. Não é apenas uma virada feita para surpreender o público de forma barata, ela tem um forte peso narrativo e preenche várias lacunas deixadas durante o filme.
No demais, não tenho o que reclamar do filme. A história é muito boa, e a forma que ela é contada, com o auxílio de um elenco muito talentoso, eleva toda sua qualidade. Um ótimo terror contemporâneo.
“Acho que... Pessoas que leem são meio reservadas, elas escondem quem realmente são”. Esse é uma frase do filme que eu gostei bastante, pois define muito a personalidade de Elio (Timotée Chamalet). Ele possui uma personalidade forte, e é extremamente inteligente, com um intelecto que muitos jovens de sua faixa etária não possui. Mas ainda assim ele é um adolescente, e não escapa de um dos fatores mais importantes da idade: a mudança.
Seu relacionamento com Oliver (Armie Hammer) é a alma do filme e o fruto da maior mudança de sua vida até então. Aqui não temos um relacionamento abusivo, muito pelo contrário, a reciprocidade de seus sentimentos dão origem aos momentos mais ternos da obra, que só é reforçada pela química dos atores.
Um filme inteligente, que não precisa que seu personagem fique verbalizando tudo o que sente para mostrar sua evolução, algo que é construído a base de pequenos gestos e atitudes. O elenco de apoio é fascinante, com destaque para o pai de Elio, reponsável pelo melhor monologo da obra. E é claro, a trilha sonora é muito bonita e adiciona bastante a trama.
120 Batimentos por Minuto
4.0 190 Assista AgoraMeu objetivo era assistir algo mais leve após esse filme, mas de fato não consegui. 120 Batimentos por Minuto é uma obra que precisa ser digerida, e logo após eu termina-la, fui de imediato conferir um pouco mais da história da “ACT UP” e fiquei impressionado. A luta dessas pessoas foi algo ousado, e que trouxe diversas conquistas e resultados.
Sobre o filme, não foi fácil assisti-lo, ele é sério, pesado, tudo isso com um forte grau de realidade e urgência. O primeiro ato serve de base para apresentar o grupo ACT UP e como ele funciona. Essa primeira parte é composta por diálogos inteligentíssimos, que sabe achar formas de contextualizar o espectador sem deixar as falas artificiais.
No segundo ato, o filme puxa o espectador para um lado mais intimista, e esse fator se aprofunda ainda mais no implacável terceiro ato. Há uma mudança notável de tom nesse processo, mas as mudanças nunca são para pior.
Não vou me aprofundar em falar na direção, fotografia, elenco ou trilha sonora. Tecnicamente o filme é incrível, ao invés disso, quero deixar uma recomendação de um documentário para quem quiser se aprofundar mais nas abordagens do filme. O nome dele é “Como Sobreviver a Uma Praga” (2012), dirigido por David France, e para falar a verdade eu ainda não o assisti, mas como estou querendo saber mais sobre assunto... bem, dizem que é muito bom!
Boa Noite, Mamãe
3.5 1,5K Assista AgoraEu não tinha nenhuma expectativa com este filme, sabia apenas que se tratava de um horror, e apesar dele não atender a vários requisitos do gênero que vários filmes costumam ter, vejo ainda que seu terror está na sugestão, estranheza e em toda sua sutileza.
O ritmo do filme é lento, mas nunca cansativo, me prendeu do início ao fim. Ele utiliza um fator que eu gosto muito, que é de reunir poucos personagens em um determinado cenário e gerar um clima intrigante entre eles. Aliás, o cenário do filme é muito bom, a fotografia é bastante limpa, dá uma sensação de vazio muito grande que transmite muito bem a idéia de estranheza, alem do desconforto psicológico dos personagens.
Todos esses fatores são realçados pela ausência da trilha sonora, e essa é sem dúvidas uma das grandes sacadas do filme. A música poderia insinuar algo, ou induzir o espectador a alguma pista, mas o filme se recusa trazer esse fator, e o silêncio acaba te deixando mais interrogado a respeito dos personagens.
Gostei do plot twist da história, de fato já tínhamos pistas sobre ele desde o início, mas ainda assim não consegui desvendá-lo até o final. Mas o filme é muito mais do que essa reviravolta, ele faz uma retratação incrível do inconsciente humano ao reagir a uma grande tragédia. Querendo ou não essa foi a única forma que Elias encontrou para lidar com a ausência do irmão. Não é apenas uma virada feita para surpreender o público de forma barata, ela tem um forte peso narrativo e preenche várias lacunas deixadas durante o filme.
No demais, não tenho o que reclamar do filme. A história é muito boa, e a forma que ela é contada, com o auxílio de um elenco muito talentoso, eleva toda sua qualidade. Um ótimo terror contemporâneo.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista Agora“Acho que... Pessoas que leem são meio reservadas, elas escondem quem realmente são”. Esse é uma frase do filme que eu gostei bastante, pois define muito a personalidade de Elio (Timotée Chamalet). Ele possui uma personalidade forte, e é extremamente inteligente, com um intelecto que muitos jovens de sua faixa etária não possui. Mas ainda assim ele é um adolescente, e não escapa de um dos fatores mais importantes da idade: a
mudança.
Seu relacionamento com Oliver (Armie Hammer) é a alma do filme e o fruto da maior mudança de sua vida até então. Aqui não temos um
relacionamento abusivo, muito pelo contrário, a reciprocidade de seus sentimentos dão origem aos momentos mais ternos da obra, que só é
reforçada pela química dos atores.
Um filme inteligente, que não precisa que seu personagem fique verbalizando tudo o que sente para mostrar sua evolução, algo que é
construído a base de pequenos gestos e atitudes. O elenco de apoio é fascinante, com destaque para o pai de Elio, reponsável pelo melhor monologo da obra. E é claro, a trilha sonora é muito bonita e adiciona
bastante a trama.