Imagine que você acabou de completar 14 anos de vida, muitos hormônios e novas sensações, sempre odiou os garotos e agora começa a enxergá-los com certo interesse, enquanto investe todo o seu tempo fora da escola em fanfics e best sellers de vampiros e lobisomens. A sua coleção de revistas da Capricho e Toda Teen já não são entretenimento suficiente para suas tardes tediosas e você resolve escrever sua própria história. Pra isso você vai precisar de: uma protagonista irreverente (apenas uma versão mais velha de si mesma, com a personalidade a-d-o-r-a-v-e-l que só você têm), um par romântico vindo das estrelas (de fato com um comportamento um tanto quanto alienígena) e um pobre coitado de bode expiatório (para você usar e abusar enquanto testa se gosta mesmo do par romântico). Uau, parece a receita do sucesso, certo? Hollywood pensa assim por décadas! Sua fanfic é tão boa que vira um filme, é extremamente previsível e torturantemente clichê, mas isso não é um problema, irão te distrair com um cara sarado para que você não preste atenção no enredo. Incrível, nota: de repúdio.
Tão absurdamente experimental que deveria ter ficado no papel. A estética propositalmente pobre, de audio chiado e resolução 240p fazem tudo parecer a demo de um jogo de terror de baixo orçamento, com uma boa proposta mas uma péssima execução.
A obra depende de dois fatores pessoais do espectador: (1) medo do escuro, tendo o propósito de transportar à infância e trazer identificação com os personagens. Age através da nostalgia, despertando também o medo de ficar sozinho, mas caso você não tenha vivenciado tais medos quando criança, parte da sua experiência com a obra pode ser enfraquecida; e (2) imersão momentânea, o diretor recomenda que o filme seja assistido INDIVIDUALMENTE e no completo escuro e silêncio, com a utilização de fones de ouvidos, agora me diga qual filme de terror não assusta em tais condições?!
Excluindo o fato de que toda imersão cinematográfica requer total foco visual e auditivo, independente do gênero, filmes por si só deveriam se bastar até fora dessas condições, mas experimente assistir o filme durante a luz do dia e vai ver o absurdo que o diretor entrega com o falso rótulo de obra revolucionária. Na realidade, é uma obra inacabada, solta, que depende completamente de interpretação pessoal. Imagens aleatórias de quinas da casa, diálogos desconexos entre si, personagens que nunca são vistos, beira o cômico.
Já vi muita coisa deplorável ser chamada de filme, mas nenhuma surpreendeu tanto.
Experiência interessante, apesar de um pouco maçante por vezes. A importância vai além da construção do filme em si, é um retrato da maternidade e suas cicatrizes.
Discussão de extrema relevância e ainda sim pouquíssimo abordada, ter filhos não é e nem deve ser pra todos. Leda, ao que dá a entender, é resultado de um lar conturbado e instável e aprendeu a ser egoísta pois provavelmente não tinha alguém olhando por ela, a consequência é uma mãe infeliz, exausta e relapsa. Chega a ser desconfortável de assistir, principalmente quando se identifica com as crianças na trama e sente muito pela mãe retratada. Bianca implorando afeto e todas as suas "birras" decorrentes da negligência da mãe são de partir o coração. Leda exausta, sozinha e não sabendo lidar com os próprios traumas e como isso afeta sua maternidade é frustrante. O marido implorando para que ela não coloque as crianças naquela situação foi realmente triste de se assistir e me emocionou muitíssimo. A protagonista chega a ser detestável, só mantive a empatia por ela por ter visto muito de minha própria mãe na personagem. Sei que o que ela se tornou é uma consequência triste do que viveu no passado, provavelmente também o revisita com frequência, tal como a Leda faz. Cenários assim são resultado de uma sociedade que (1) isola mães, enquanto na ausência de suporte, dificuldade de manter empregos e direitos injustos considerando a grande complexidade e demanda da maternidade; e (2) idolatra a maternidade, ao endeusar e blindar mães de críticas, enquanto vende de maneira passivo agressiva de que a vida só tem sentido com filhos e priva às mulheres de poder de escolha, simultaneamente. É preciso quebrar o ciclo.
Sou fã assídua de críticas sociais no entretenimento, é uma boa forma de fomentar discussões necessárias sem que sejam sempre massantes, e ver isso aliado ao terror, de maneira escancarada ou sutil, é muito legal.
Os créditos iniciais subindo após 30 minutos, quando o filme mostra a que veio; a música final ser Heads Will Roll e como a carne foi abordada visualmente tal como carne animal deram um toque especial.
A elite não é o outro lado da mesma moeda, é uma fortuna trancada num cofre bem distante da moeda.
A todas as mulheres que foram criticadas pelo que vestiam, que foram xingadas quando deram um fora, que receberam foto de rola inesperadamente. Para todas que andam com as chaves entre os dedos, que temem violência sexual mais que a própria morte e por isso andam mais rápido toda vez que caminham sozinhas a noite. Também pras que acreditaram ter encontrado um cara legal e sofreram violência, e para as que não sobreviveram pra contar a história. Para todas que se sentem como produto, carne em exposição ao serem devoradas pelos olhos dos abutres pelas ruas de quaisquer (todas) cidades. Mas também para as mulheres que lutam, se unem e se revoltam.
A estética dos anos 90 ao som de California Dreamin realmente encanta. E quanta gente bonita! Achei o Cop 663 bem familiar e quando pesquisei descobri que ele atuou em Shang-Chi, tá estourado o homem
Depois de ler algumas críticas resolvi assistir, esperando que fosse um completo fiasco, mas acredito que todos que odiaram não são habituados ao cinema mais lento, definitivamente não é um filme pra entreter multidões ou se tornar aquela obra que, apesar de não lotar as salas de cinema, vai virar um clássico cult obrigatório em uma década ou duas.
O filme tem seus méritos e a direção prende, me distrai algumas vezes só contemplando o quão belo o filme é, não o enredo duvidoso ou as atuações que pouco surpreendem, mas as cores, a montagem das cenas, as "coincidências" no cenário, o jogo de câmera.
A cena do compositor é interessante mesmo. A atuação é o que nos prende aqui, com um passeio por hits que marcaram e o grande desapontamento de perceber que a música, como instrumento de revolta e revolução, é apenas criação de um homem rico e poderoso.
O filme é bem chapéu de alumínio mesmo mas me ganhou, o desfecho me soou tão realista, tipo de seita bizarra que a elite se envolve. Me lembrou do Manson, se pobre se envolve em culto assim, imagina quem tem capital e poder pra fazer acontecer? A cara do Tom Cruise uma loucura dessas.
Poderia ser mais resumido? Sim. Pontas soltas? Muitas. Poderia ser melhor? Tinha potencial. Não sei se gostei, mas definitivamente intrigante...
Me hipnotizou completamente até o momento em que David estava juntando as peças e somos levados a acreditar que ele matou Sofia, duvidando se Sofia é vitima de todo aquele remorso e rancor ou se ela sequer existe. Foram tantos questionamentos, tentando descobrir quem era a mulher loira realmente, quem estava com ele no acidente, quem foi assassinado e quem assassinou. Seguindo como um crime seria um FILMASSO! Torci até o último segundo para ser uma conspiração, que eles o incriminaram e David estava fabricando os cenários e personagens enquanto enlouquecia esperando o julgamento. A cereja do bolo seria a sua morte, com ele sendo persuadido a cometer suicidio pra acordar daquela realidade absurda e se libertar da própria mente insana...
Trama marcada por injustiças e personagens insensíveis, com um final de partir o coração. Pior ainda quando os créditos começam e você é relembrado da dura realidade de que não se trata de uma trama e personagens, mas sim de eventos e figuras que marcaram a breve vida de Turing.
Segunda vez assistindo e realmente é um puta filme, parece simplório mas tem nuances que passam desapercebidas se você acredita na visão do tom ou que está diante de um filme romântico.
Primeiro, Summer foi amplamente criticada, agora é o Tom, e acredito que ambas críticas são injustas e exageradas, visto que ambos lados são compreensíveis. Summer parece ter dificuldade em lidar com afeto, e Tom consegue ser sufocante diversas vezes, pulou de cabeça bem antes da coisa toda começar, foi egocêntrico muitas vezes, o que criou um abismo entre os dois, e ele aos poucos afasta Summer. Colocou a responsabilidade da própria felicidade num outro alguém, e só recebia da Summer o que queria, descartou suas palavras e suas ações que não cabiam no cenário romântico que ele criou. Por outro lado, que atire a primeira pedra quem nunca idealizou um relacionamento, quem nunca se deixou levar e focou tanto em fazer dar certo que acabou se afastando da realidade. Summer foi clara com as palavras, mas foi turva com as ações, definitivamente você não trata amigos daquela forma e nem ficantes. Acho engraçado como tanta gente consegue defender ela de tudo agora, sendo que vivenciamos uma crise de relacionamentos "casuais", de pessoas que te levam pro almoço de domingo mas tem sérios problemas com rótulos e nunca vão te assumir. Responsabilidade afetiva, que passou longe, não diz respeito só às palavras, e Summer se contradiz incontáveis vezes, sendo egoísta e guiando Tom aos extremos. Quanto ao coração partido, verídico, a dor do amor parece não ir embora nunca. Final justo, com ele aprendendo a conviver com a saudade e a perda, mas naquela mesma posição de idealizador.
Acho o título original a coisa mais maravilhosa desse mundo, uma pena não poder se manter o sentido na tradução. No mais, não é uma história de amor, é uma história sobre o amor.
É um ótimo exemplo de como finais convencionalmente felizes podem estragar uma história com grande potencial. Simplesmente não deu aqui, não foi crível e tirou o peso de grandes decisões dos personagens, jogando no lixo cenas grandiosas: - Amy falando umas verdades pra Laurie ao rejeita-lo, só pra depois aceitar ser o prêmio de consolação e voltar atrás; - Laurie dizendo que estava fadado a assistir Jo amar intensamente outro homem, só pra depois parecer genuinamente feliz com a situação; Jo se apaixonando não colou também, seria mais coerente perceber a própria solidão e que, talvez, Teddy e ela teriam funcionado, após perceber a falta imensa que ele faz. Minha interpretação durante a trama foi ambígua, por vezes ela parecia gostar dele como irmão, nutrindo o mesmo afeto que tinha pela própria família, por vezes ela parecia rejeitar o amor romântico, a todo momento reafirmando que vivia um constante dilema: ser livre ou se submeter, e no final escolheria a própria liberdade, e talvez o romance com Teddy fosse realmente tirar isso dela.
É bom, até tocante por vezes, mas tinha mais potencial que isso.
Me parece mais uma tentativa de emplacar pornografia "alternativa" ao público feminino, tal como foi cinquenta tons. Mas difícil agradar qualquer mulher com o mínimo senso crítico, ou qualquer público que ligue minimamente pra qualidade.
Que o filme inteiro é assustadoramente decadente e o roteiro tem tantos furos quanto uma peneira, bem, isso é claro a qualquer espectador, mas a mensagem por trás conseguem ser ainda mais abominável que a obra. Não vende só sexo bdsm e um homem convencionalmente atraente e "macho alfa", vende estupro, relacionamento abusivo (síndrome de estocolmo pode ser chamada de relacionamento?!) e seres humanos desprezíveis, a escória da humanidade retratada de maneira sofisticada. Me assusta que alguém possa gostar do filme, ou pior: sentir alguma excitação sexual, tem obras menos deploráveis nas plataformas de pornografia.
É preciso falar sobre crimes assim, quem não conhece o passado está fadado a repeti-lo.
Achei o filme bom, nada excepcional mas serviu de "entretenimento" tanto quanto qualquer outro do gênero, e trouxe mais reflexões que os outros já vistos.
Mesmo nos momentos inicias do casal, já é perceptível a grande narcisista manipuladora que Suzane é, através do olhar manipulado de Daniel, que tenta a todo momento enxergar doçura nela. Relacionamento, no mínimo, bizarro. Sempre me é estranho um casal que vive grudado, mas isso é o menos estranho na história toda.
O filme me trouxe uma reflexão já familiar: nem todos deveriam ser pais. A maternidade não é pra todos, e basta uma breve pesquisa pra ver que vários crimes hediondos foram cometidos por indivíduos em lares instáveis. Vide Aileen Wuornos, Samuel Little, Charles Manson, todos foram crianças vindas de famílias problemáticas. Justo falar também do documentário A Ira de um Anjo.
NADA justifica um crime, quanto mais um assassinato, mas são coisas a se pensar na busca pela compreensão da natureza humana e alguns de nossos comportamentos. Não existem monstros, todos os criminosos, até mesmo os mais frios, são seres humanos. Esse ponto de vista é necessário na análise de mentes criminosas, somente tal entendimento vai levar a resolução do problema e melhores maneiras de lidar com pessoas assim, afim de guiar indivíduos propícios a tais crimes, antes mesmo que consumem os crimes.
Vale mencionar que uma boa parcela das críticas que os filmes receberam é daqueles mesmos hipócritas de sempre, fãs assíduos da criminologia no cinema estrangeiro, mas nada produzido aqui presta pra eles. Temos muito a melhorar, mas sem investimento e público fica complicado, né? E mais uma vez, viva o cinema nacional!
Criativo, diferente, acredito que deixa aberto à interpretação de loucura, é sempre interessante filmes que trazem duas perspectivas, uma fantasiosa e uma realista. A voz do Selton Mellon é lindissima, me senti ouvindo um podcast dele.
Supera a saga central e a principal razão é o protagonista. Newt Scamander é um protagonista masculino inconvencional, portanto sofre críticas rasas e quase pessoais. A história gira em torno dele por ser inusitadamente diferente, homem sensível e fluente na comunicação não-verbal, alguém genuíno e único, bonito por dentro. O personagem é naturalmente atraente e curioso, dá vontade de acompanhar sua trajetória. Newt, ao meu ver, é necessário e traz uma nova abordagem do masculino, sensível e diferente, sem medo de ser, isto não é o foco da obra, mas certamente rouba a cena.
Só de lembrar me dá vontade de chorar, que filmasso!
Romance de final feliz lindo e sensível. Retrata bem as diversas formas de amor, a paternidade, a amizade, o romance e o luto. Só há luto onde já existiu amor.
Termina com uma das mensagens mais simples e belas: nossa jornada é breve e intensa, mas acima de tudo, única.
Mesmo com a estética fantasiosa e sonhadora, traz realidade. Muitas pessoas vivem embriagadas nos romances convencionais e contos de fada, se esquecem como o amor realmente é: egoísta. Sabe como os finais felizes desses casais hollywoodianos realmente terminam? Divórcio, traição, arrependimento. Com duas pessoas em crise de meia idade infelizes debaixo do mesmo teto, algumas décadas depois do tal final feliz. Tudo tem prazo de validade, se nós não morrêssemos, nossa carne apodreceria em vida. As escolhas foram justas. Ou você escolhe o amor, e termina frustrado por todas as coisas que teve de abrir mão. Ou se escolhe, e vive o resto da vida com os questionamentos de como seria.
De fato, Mia sempre vai amar Sebastian, mas era hora de seguir, e como o próprio filme mostra, poderia sim ter tido o final juntos se toda a trajetória fosse diferente, se eles tivessem agido diferente. Não era pra continuar, o amor é sobre ceder e cederam o quanto puderam, mas não foi suficiente.
Meu final favorito e um dos meus filmes prediletos. Lindo, romântico, sonhador e realista.
Os amores mais marcantes são aqueles que não pudemos viver em sua totalidade, e acabam no momento certo para se tornarem inesquecíveis. Esse amor deixou uma cicatriz. Meu romance favorito, com uma das cenas finais mais lindas e magníficas que já vi. Obra de arte.
Obra prima! Não me canso dessa aventura incrível, já chamei de versão japonesa de Alice no País das Maravilhas e hoje vejo a injustiça que é. Filmes infantis conseguem o feito de serem complexos, cheios de interpretações e camadas, e ainda assim simples o suficiente para servirem às crianças.
O estúdio traz um filme extremamente divertido para as crianças e uma obra cheia de reflexões e aprendizados de vida para os adultos, esteticamente lindo e atrativo, como esperado do genial Miyazaki. Principal ponto é a sensibilidade que o Studio Ghibli tem ao construir seus personagens. Seres, que mesmo fantasiosos, são "reais". Ninguém é completamente bom ou mau, portanto, não conta com vilões e mocinhos. São seres como nós, com motivações diversas, por vezes socialmente ruins ou boas, e atitudes coerentes, por vezes deploráveis ou admiráveis. Destaque às personalidades da Chihiro, a garotinha que erra e aprende, e Yubaba, a senhora amargurada e mesquinha. Somos a suma de nossas ações, e por vezes vamos agir errado, mas a redenção é possível, o filme evidencia isso de maneira sútil, com todos os personagens passando por certo amadurecimento durante a trama. Quando assisto este filme, sempre me lembro do que Sirius Black disse à Harry Potter: "O mundo não é dividido entre pessoas boas e comensais da morte, todos temos luz e trevas dentro de nós. O que importa é o lado no qual decidimos agir.", que grande mensagem para se ensinar às crianças!
O Jogo do Amor - Ódio
3.1 113 Assista AgoraImagine que você acabou de completar 14 anos de vida, muitos hormônios e novas sensações, sempre odiou os garotos e agora começa a enxergá-los com certo interesse, enquanto investe todo o seu tempo fora da escola em fanfics e best sellers de vampiros e lobisomens. A sua coleção de revistas da Capricho e Toda Teen já não são entretenimento suficiente para suas tardes tediosas e você resolve escrever sua própria história. Pra isso você vai precisar de: uma protagonista irreverente (apenas uma versão mais velha de si mesma, com a personalidade a-d-o-r-a-v-e-l que só você têm), um par romântico vindo das estrelas (de fato com um comportamento um tanto quanto alienígena) e um pobre coitado de bode expiatório (para você usar e abusar enquanto testa se gosta mesmo do par romântico). Uau, parece a receita do sucesso, certo?
Hollywood pensa assim por décadas!
Sua fanfic é tão boa que vira um filme, é extremamente previsível e torturantemente clichê, mas isso não é um problema, irão te distrair com um cara sarado para que você não preste atenção no enredo.
Incrível, nota: de repúdio.
Skinamarink: Canção de Ninar
2.3 234 Assista AgoraTão absurdamente experimental que deveria ter ficado no papel.
A estética propositalmente pobre, de audio chiado e resolução 240p fazem tudo parecer a demo de um jogo de terror de baixo orçamento, com uma boa proposta mas uma péssima execução.
A obra depende de dois fatores pessoais do espectador: (1) medo do escuro, tendo o propósito de transportar à infância e trazer identificação com os personagens. Age através da nostalgia, despertando também o medo de ficar sozinho, mas caso você não tenha vivenciado tais medos quando criança, parte da sua experiência com a obra pode ser enfraquecida; e (2) imersão momentânea, o diretor recomenda que o filme seja assistido INDIVIDUALMENTE e no completo escuro e silêncio, com a utilização de fones de ouvidos, agora me diga qual filme de terror não assusta em tais condições?!
Excluindo o fato de que toda imersão cinematográfica requer total foco visual e auditivo, independente do gênero, filmes por si só deveriam se bastar até fora dessas condições, mas experimente assistir o filme durante a luz do dia e vai ver o absurdo que o diretor entrega com o falso rótulo de obra revolucionária. Na realidade, é uma obra inacabada, solta, que depende completamente de interpretação pessoal. Imagens aleatórias de quinas da casa, diálogos desconexos entre si, personagens que nunca são vistos, beira o cômico.
Já vi muita coisa deplorável ser chamada de filme, mas nenhuma surpreendeu tanto.
A Filha Perdida
3.6 573Experiência interessante, apesar de um pouco maçante por vezes.
A importância vai além da construção do filme em si, é um retrato da maternidade e suas cicatrizes.
Discussão de extrema relevância e ainda sim pouquíssimo abordada, ter filhos não é e nem deve ser pra todos.
Leda, ao que dá a entender, é resultado de um lar conturbado e instável e aprendeu a ser egoísta pois provavelmente não tinha alguém olhando por ela, a consequência é uma mãe infeliz, exausta e relapsa.
Chega a ser desconfortável de assistir, principalmente quando se identifica com as crianças na trama e sente muito pela mãe retratada.
Bianca implorando afeto e todas as suas "birras" decorrentes da negligência da mãe são de partir o coração. Leda exausta, sozinha e não sabendo lidar com os próprios traumas e como isso afeta sua maternidade é frustrante. O marido implorando para que ela não coloque as crianças naquela situação foi realmente triste de se assistir e me emocionou muitíssimo.
A protagonista chega a ser detestável, só mantive a empatia por ela por ter visto muito de minha própria mãe na personagem. Sei que o que ela se tornou é uma consequência triste do que viveu no passado, provavelmente também o revisita com frequência, tal como a Leda faz.
Cenários assim são resultado de uma sociedade que (1) isola mães, enquanto na ausência de suporte, dificuldade de manter empregos e direitos injustos considerando a grande complexidade e demanda da maternidade; e (2) idolatra a maternidade, ao endeusar e blindar mães de críticas, enquanto vende de maneira passivo agressiva de que a vida só tem sentido com filhos e priva às mulheres de poder de escolha, simultaneamente. É preciso quebrar o ciclo.
Tocante e fidedigno.
Fresh
3.5 521 Assista AgoraInteressante essa nova face do terror.
Sou fã assídua de críticas sociais no entretenimento, é uma boa forma de fomentar discussões necessárias sem que sejam sempre massantes, e ver isso aliado ao terror, de maneira escancarada ou sutil, é muito legal.
Os créditos iniciais subindo após 30 minutos, quando o filme mostra a que veio; a música final ser Heads Will Roll e como a carne foi abordada visualmente tal como carne animal deram um toque especial.
A elite não é o outro lado da mesma moeda, é uma fortuna trancada num cofre bem distante da moeda.
A todas as mulheres que foram criticadas pelo que vestiam, que foram xingadas quando deram um fora, que receberam foto de rola inesperadamente. Para todas que andam com as chaves entre os dedos, que temem violência sexual mais que a própria morte e por isso andam mais rápido toda vez que caminham sozinhas a noite. Também pras que acreditaram ter encontrado um cara legal e sofreram violência, e para as que não sobreviveram pra contar a história.
Para todas que se sentem como produto, carne em exposição ao serem devoradas pelos olhos dos abutres pelas ruas de quaisquer (todas) cidades.
Mas também para as mulheres que lutam, se unem e se revoltam.
Mais um no estilo "good for her"
Amores Expressos
4.2 355 Assista AgoraA estética dos anos 90 ao som de California Dreamin realmente encanta.
E quanta gente bonita! Achei o Cop 663 bem familiar e quando pesquisei descobri que ele atuou em Shang-Chi, tá estourado o homem
O Mistério de Silver Lake
3.0 289 Assista AgoraDepois de ler algumas críticas resolvi assistir, esperando que fosse um completo fiasco, mas acredito que todos que odiaram não são habituados ao cinema mais lento, definitivamente não é um filme pra entreter multidões ou se tornar aquela obra que, apesar de não lotar as salas de cinema, vai virar um clássico cult obrigatório em uma década ou duas.
O filme tem seus méritos e a direção prende, me distrai algumas vezes só contemplando o quão belo o filme é, não o enredo duvidoso ou as atuações que pouco surpreendem, mas as cores, a montagem das cenas, as "coincidências" no cenário, o jogo de câmera.
A cena do compositor é interessante mesmo. A atuação é o que nos prende aqui, com um passeio por hits que marcaram e o grande desapontamento de perceber que a música, como instrumento de revolta e revolução, é apenas criação de um homem rico e poderoso.
O filme é bem chapéu de alumínio mesmo mas me ganhou, o desfecho me soou tão realista, tipo de seita bizarra que a elite se envolve. Me lembrou do Manson, se pobre se envolve em culto assim, imagina quem tem capital e poder pra fazer acontecer? A cara do Tom Cruise uma loucura dessas.
Poderia ser mais resumido? Sim. Pontas soltas? Muitas. Poderia ser melhor? Tinha potencial. Não sei se gostei, mas definitivamente intrigante...
Vanilla Sky
3.8 2,0K Assista AgoraInteressante...
Me hipnotizou completamente até o momento em que David estava juntando as peças e somos levados a acreditar que ele matou Sofia, duvidando se Sofia é vitima de todo aquele remorso e rancor ou se ela sequer existe. Foram tantos questionamentos, tentando descobrir quem era a mulher loira realmente, quem estava com ele no acidente, quem foi assassinado e quem assassinou. Seguindo como um crime seria um FILMASSO!
Torci até o último segundo para ser uma conspiração, que eles o incriminaram e David estava fabricando os cenários e personagens enquanto enlouquecia esperando o julgamento. A cereja do bolo seria a sua morte, com ele sendo persuadido a cometer suicidio pra acordar daquela realidade absurda e se libertar da própria mente insana...
Judas e o Messias Negro
4.1 517 Assista AgoraGrande Daniel Kaluuya, impecável, pensa num oscar bem dado...
Filmasso, motiva e revolta, muito chocante saber o destino do real Bill O'Neal, a realidade não falha em surpreender
O Jogo da Imitação
4.3 3,0K Assista AgoraÓtimo filme pra conhecer melhor o Cumberbatch, com uma trilha sonora memorável.
Trama marcada por injustiças e personagens insensíveis, com um final de partir o coração. Pior ainda quando os créditos começam e você é relembrado da dura realidade de que não se trata de uma trama e personagens, mas sim de eventos e figuras que marcaram a breve vida de Turing.
(500) Dias com Ela
4.0 5,7K Assista AgoraSegunda vez assistindo e realmente é um puta filme, parece simplório mas tem nuances que passam desapercebidas se você acredita na visão do tom ou que está diante de um filme romântico.
Primeiro, Summer foi amplamente criticada, agora é o Tom, e acredito que ambas críticas são injustas e exageradas, visto que ambos lados são compreensíveis.
Summer parece ter dificuldade em lidar com afeto, e Tom consegue ser sufocante diversas vezes, pulou de cabeça bem antes da coisa toda começar, foi egocêntrico muitas vezes, o que criou um abismo entre os dois, e ele aos poucos afasta Summer. Colocou a responsabilidade da própria felicidade num outro alguém, e só recebia da Summer o que queria, descartou suas palavras e suas ações que não cabiam no cenário romântico que ele criou.
Por outro lado, que atire a primeira pedra quem nunca idealizou um relacionamento, quem nunca se deixou levar e focou tanto em fazer dar certo que acabou se afastando da realidade. Summer foi clara com as palavras, mas foi turva com as ações, definitivamente você não trata amigos daquela forma e nem ficantes.
Acho engraçado como tanta gente consegue defender ela de tudo agora, sendo que vivenciamos uma crise de relacionamentos "casuais", de pessoas que te levam pro almoço de domingo mas tem sérios problemas com rótulos e nunca vão te assumir. Responsabilidade afetiva, que passou longe, não diz respeito só às palavras, e Summer se contradiz incontáveis vezes, sendo egoísta e guiando Tom aos extremos.
Quanto ao coração partido, verídico, a dor do amor parece não ir embora nunca. Final justo, com ele aprendendo a conviver com a saudade e a perda, mas naquela mesma posição de idealizador.
Acho o título original a coisa mais maravilhosa desse mundo, uma pena não poder se manter o sentido na tradução.
No mais, não é uma história de amor, é uma história sobre o amor.
Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista AgoraBelo e sensível em muitos momentos, com cenas realmente bonitas de se observar, apesar de, por vezes, parecerem muito utópicas.
É um ótimo exemplo de como finais convencionalmente felizes podem estragar uma história com grande potencial. Simplesmente não deu aqui, não foi crível e tirou o peso de grandes decisões dos personagens, jogando no lixo cenas grandiosas:
- Amy falando umas verdades pra Laurie ao rejeita-lo, só pra depois aceitar ser o prêmio de consolação e voltar atrás;
- Laurie dizendo que estava fadado a assistir Jo amar intensamente outro homem, só pra depois parecer genuinamente feliz com a situação;
Jo se apaixonando não colou também, seria mais coerente perceber a própria solidão e que, talvez, Teddy e ela teriam funcionado, após perceber a falta imensa que ele faz.
Minha interpretação durante a trama foi ambígua, por vezes ela parecia gostar dele como irmão, nutrindo o mesmo afeto que tinha pela própria família, por vezes ela parecia rejeitar o amor romântico, a todo momento reafirmando que vivia um constante dilema: ser livre ou se submeter, e no final escolheria a própria liberdade, e talvez o romance com Teddy fosse realmente tirar isso dela.
É bom, até tocante por vezes, mas tinha mais potencial que isso.
365 Dias
1.5 879 Assista AgoraMe parece mais uma tentativa de emplacar pornografia "alternativa" ao público feminino, tal como foi cinquenta tons. Mas difícil agradar qualquer mulher com o mínimo senso crítico, ou qualquer público que ligue minimamente pra qualidade.
Que o filme inteiro é assustadoramente decadente e o roteiro tem tantos furos quanto uma peneira, bem, isso é claro a qualquer espectador, mas a mensagem por trás conseguem ser ainda mais abominável que a obra. Não vende só sexo bdsm e um homem convencionalmente atraente e "macho alfa", vende estupro, relacionamento abusivo (síndrome de estocolmo pode ser chamada de relacionamento?!) e seres humanos desprezíveis, a escória da humanidade retratada de maneira sofisticada.
Me assusta que alguém possa gostar do filme, ou pior: sentir alguma excitação sexual, tem obras menos deploráveis nas plataformas de pornografia.
Execrável, condenável, podre. 0/5
A Menina que Matou os Pais
3.1 679 Assista AgoraÉ preciso falar sobre crimes assim, quem não conhece o passado está fadado a repeti-lo.
Achei o filme bom, nada excepcional mas serviu de "entretenimento" tanto quanto qualquer outro do gênero, e trouxe mais reflexões que os outros já vistos.
Mesmo nos momentos inicias do casal, já é perceptível a grande narcisista manipuladora que Suzane é, através do olhar manipulado de Daniel, que tenta a todo momento enxergar doçura nela.
Relacionamento, no mínimo, bizarro. Sempre me é estranho um casal que vive grudado, mas isso é o menos estranho na história toda.
O filme me trouxe uma reflexão já familiar: nem todos deveriam ser pais. A maternidade não é pra todos, e basta uma breve pesquisa pra ver que vários crimes hediondos foram cometidos por indivíduos em lares instáveis. Vide Aileen Wuornos, Samuel Little, Charles Manson, todos foram crianças vindas de famílias problemáticas. Justo falar também do documentário A Ira de um Anjo.
NADA justifica um crime, quanto mais um assassinato, mas são coisas a se pensar na busca pela compreensão da natureza humana e alguns de nossos comportamentos.
Não existem monstros, todos os criminosos, até mesmo os mais frios, são seres humanos. Esse ponto de vista é necessário na análise de mentes criminosas, somente tal entendimento vai levar a resolução do problema e melhores maneiras de lidar com pessoas assim, afim de guiar indivíduos propícios a tais crimes, antes mesmo que consumem os crimes.
Vale mencionar que uma boa parcela das críticas que os filmes receberam é daqueles mesmos hipócritas de sempre, fãs assíduos da criminologia no cinema estrangeiro, mas nada produzido aqui presta pra eles. Temos muito a melhorar, mas sem investimento e público fica complicado, né? E mais uma vez, viva o cinema nacional!
A Pequena Loja de Suicídios
3.7 774Animação muito bonita, me lembrou da arte de ParaNorman e Fudêncio.
O musical não me agradou muito mas é definitivamente um filme interessante
Reflexões de um Liquidificador
3.8 583 Assista AgoraCriativo, diferente, acredito que deixa aberto à interpretação de loucura, é sempre interessante filmes que trazem duas perspectivas, uma fantasiosa e uma realista.
A voz do Selton Mellon é lindissima, me senti ouvindo um podcast dele.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2KSupera a saga central e a principal razão é o protagonista.
Newt Scamander é um protagonista masculino inconvencional, portanto sofre críticas rasas e quase pessoais.
A história gira em torno dele por ser inusitadamente diferente, homem sensível e fluente na comunicação não-verbal, alguém genuíno e único, bonito por dentro. O personagem é naturalmente atraente e curioso, dá vontade de acompanhar sua trajetória.
Newt, ao meu ver, é necessário e traz uma nova abordagem do masculino, sensível e diferente, sem medo de ser, isto não é o foco da obra, mas certamente rouba a cena.
Filme do Harry Potter sem Harry Potter
A Garota Dinamarquesa
4.0 2,2K Assista AgoraFilmasso!
Belíssimo e marcante, lindos cenários e linda fotografia.
Eddie Redmayne impecável, como sempre.
Escolheu liberdade à vida, e morreu feliz.
Questão de Tempo
4.3 4,0K Assista AgoraSó de lembrar me dá vontade de chorar, que filmasso!
Romance de final feliz lindo e sensível. Retrata bem as diversas formas de amor, a paternidade, a amizade, o romance e o luto. Só há luto onde já existiu amor.
Termina com uma das mensagens mais simples e belas: nossa jornada é breve e intensa, mas acima de tudo, única.
Viva: A Vida é Uma Festa
4.5 2,5K Assista AgoraLindo! Choro garantido!
Uma das minha animações favoritos e um dos melhores da Pixar.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraMesmo com a estética fantasiosa e sonhadora, traz realidade.
Muitas pessoas vivem embriagadas nos romances convencionais e contos de fada, se esquecem como o amor realmente é: egoísta.
Sabe como os finais felizes desses casais hollywoodianos realmente terminam? Divórcio, traição, arrependimento. Com duas pessoas em crise de meia idade infelizes debaixo do mesmo teto, algumas décadas depois do tal final feliz.
Tudo tem prazo de validade, se nós não morrêssemos, nossa carne apodreceria em vida.
As escolhas foram justas. Ou você escolhe o amor, e termina frustrado por todas as coisas que teve de abrir mão. Ou se escolhe, e vive o resto da vida com os questionamentos de como seria.
É crível, também escolheria meus sonhos e ambições.
De fato, Mia sempre vai amar Sebastian, mas era hora de seguir, e como o próprio filme mostra, poderia sim ter tido o final juntos se toda a trajetória fosse diferente, se eles tivessem agido diferente. Não era pra continuar, o amor é sobre ceder e cederam o quanto puderam, mas não foi suficiente.
Meu final favorito e um dos meus filmes prediletos. Lindo, romântico, sonhador e realista.
Cidade de Deus
4.2 1,8K Assista AgoraO melhor do cinema nacional, falo com tranquilidade.
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraTerror fantasioso e extremamente realista ao mesmo tempo, um dos melhores do gênero.
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 899 Assista AgoraLindo, sensível, feminista e feminino.
Os amores mais marcantes são aqueles que não pudemos viver em sua totalidade, e acabam no momento certo para se tornarem inesquecíveis. Esse amor deixou uma cicatriz.
Meu romance favorito, com uma das cenas finais mais lindas e magníficas que já vi.
Obra de arte.
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraObra prima!
Não me canso dessa aventura incrível, já chamei de versão japonesa de Alice no País das Maravilhas e hoje vejo a injustiça que é.
Filmes infantis conseguem o feito de serem complexos, cheios de interpretações e camadas, e ainda assim simples o suficiente para servirem às crianças.
O estúdio traz um filme extremamente divertido para as crianças e uma obra cheia de reflexões e aprendizados de vida para os adultos, esteticamente lindo e atrativo, como esperado do genial Miyazaki.
Principal ponto é a sensibilidade que o Studio Ghibli tem ao construir seus personagens. Seres, que mesmo fantasiosos, são "reais".
Ninguém é completamente bom ou mau, portanto, não conta com vilões e mocinhos. São seres como nós, com motivações diversas, por vezes socialmente ruins ou boas, e atitudes coerentes, por vezes deploráveis ou admiráveis. Destaque às personalidades da Chihiro, a garotinha que erra e aprende, e Yubaba, a senhora amargurada e mesquinha.
Somos a suma de nossas ações, e por vezes vamos agir errado, mas a redenção é possível, o filme evidencia isso de maneira sútil, com todos os personagens passando por certo amadurecimento durante a trama.
Quando assisto este filme, sempre me lembro do que Sirius Black disse à Harry Potter: "O mundo não é dividido entre pessoas boas e comensais da morte, todos temos luz e trevas dentro de nós. O que importa é o lado no qual decidimos agir.", que grande mensagem para se ensinar às crianças!
Meu filme favorito.