Fraco. Confuso. Sem graça. Ruim de ritmo. Como um roteiro mal escrito e uma trama sem inspiração conseguiram fazer um universo rico e cheio de possibilidades como o do Hellboy, (que já se provou viável em dois filmes anteriores do personagem) ficar chato ao ponto da sonolência? Impressionante o esforço que fizeram para que este reboot (maldita mania de ficar fazendo reboot com pouco tempo entre as versões) ficasse tão aquém do que poderia ser.
Milla Jovovich e Ian Mc Shane, cada um com estilos diferentes, mas com bons desempenhos em suas carreiras, cada qual em seu espaços de expertise, parece que sabiam a merda em que estavam se metendo e atuaram no piloto automático. Ambos entregando talvez alguns dos desempenhos mais desprezíveis de suas carreiras. Vale deixar um voto de solidariedade ao coitado do David Harbour, que carregou a tocha do aposentado Ron Perlman de maneira honrada, honesta e sem muito mais o que fazer pra salvar essa badalhoca. Seu desempenho como Hellboy foi bastante correto e convincente, talvez o que haja de menos desabonador (e menos culpável pela derrota) no filme.
Um filme que cresce mais depois que você começa a pensar nele do que na hora que você assiste. Uma obra poderosa em simbologias. Assim de primeira, acho refrescante poder assistir um filme que consegue romper com a premissa hipócrita e de "crítica social foda de cineclube tênis verde" do "pobre bonzinho/rico malvadão". Um verdadeiro exercício de cinema sobre a sordidez humana, sobre a falta de empatia, sobre a quebra de estereótipos e sobre o fato da filhadaputice não ter cara, não ter conta bancária, não ter ideologia. Ou se é gente boa ou se é filhodaputa, e como isso é independente de discursos sociais panfletários. E isso determina como as pedras (e os caminhos pelos quais a sorte vai te levar) vão aparecer na sua vida.
A questão da pedra eu achei muito maneira. O maluco amigo do filho dá a pedra como amuleto, num gesto de bondade. Tipo desejando boa sorte pro amigo. A pedra até funciona, mas funciona pra ajudar os caras a progredirem na falcatrua, porque no fundo eles são uma família de 171 filhos da puta do caralho. O cambalacho evolui, a família toda se arranja. A pedra vai sendo poluída, vai se sujando por essa sordidez e filhadaputice da família pobre. Até o momento que nego subverte a função da pedra. De amuleto de sorte ela vira arma.
Aí a natureza se vinga. A vingança vem pela água suja. Leva tudo que eles tem embora. O vaso explode. A casa deles vira um rio de merda. No fim, o moleque se livra da pedra. Deixa a pedra num rio.A pedra está se lavando da sujeira que a família de filhos da puta deixou nela.
‘Marighella’ segue inédito no Brasil. E o motivo não é censura, como afirmou Wagner Moura de maneira ideologicamente motivada. O filme ainda não foi exibido no país por uma outra razão: um calote da produtora.
O nó da questão é que o lançamento no Brasil depende da aprovação de uma linha de financiamento de 1 milhão de reais junto à Ancine. Esse dinheiro não foi liberado devido a um problema de inadimplência da produtora responsável pelo longa, a O2 Filmes. A O2 não consegue receber recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para Marighella porque está inadimplente na prestação de contas de outro financiamento, relacionado ao filme O Sentido da Vida. E a justificativa da Ancine nesse caso é verdadeira. A produtora reconheceu o problema e disse que já tomou todas as medidas cabíveis para solucioná-lo.
A O2 declarou também que pretende resolver o imbróglio do financiamento de Marighella para poder lançá-lo o mais breve possível e admitiu que a demora em viabilizar a estreia nacional está relacionada a questões burocráticas. “Em nenhum momento acreditamos que houve qualquer tipo de censura.” Ou seja, de acordo com a produtora, Wagner Moura, que ficou famoso nas telas de cinema na pele do implacável Capitão Nascimento de Tropa de Elite, desta vez errou o alvo.
Apesar de ser uma porcaria, tenho um carinho especial por esse filme. Algumas cenas são tão absurdas que me fizeram rir mais que em 80% dos filmes de comédia que já assisti. A questão do Jason andando em marcha lenta e ainda assim sempre alcançando os perseguidos é extrapolada nesse filme a um nível de desenho do Pernalonga.
E a icônica cena em que o personagem que luta boxe desiste de fugir e resolve encarar o Jason na porrada (perdendo literalmente a cabeça com essa decisão) é tão engraçada que deveria figurar em algum tipo de hall da fama das cenas mais engraçadas em filmes que teoricamente não são de comédia.
Se o Oscar não for pro Joaquim pode fechar aquela merda. Puta trabalho de ator. Puta trabalho. Isso só pra começar. PQP. Filmão da porra. Referências ao Rei da Comédia, etc. Paguei a língua, bem lá atrás achei que ia dar mega errado. Feliz de ter errado.
O cara conseguiu fazer um maluco que ri de desespero parecer 110% crível, maluco.
A parte da palheta de cores... foi magistral. O trabalho do diretor com as cores foi no nível do Wes Anderson. Sendo que ele não foi tão berrante quanto o Anderson, conseguiu ser mais sutil. Achei o trabalho de cor tão competente quanto o do Andreson (que é famoso por isso) por que pra fazer a coisa sutil do jeito que foi, precisa até mais esforço, mais ajuste fino do que no caso do Anderson que usa a paleta de um jeito muito mais kitsch, mais exageradaço mesmo.
A estética late 70s early 80s.. a inspiração na Nova York com greves de lixeiros, caralho... tudo muito bem feito. Do caralho. Alguns detalhes... a cena dele beijando a velha no programa do maluco... tirada do Dark Knight. Mó fan service. Essa coisa da cidade em rebuliço também é muito do Dark Knight. Outro detalhe maneiro: deram um jeito de fazer o filme do qual o casal wayne sai com o Bruce ser do zorro. Como no original. Só que é o Gay Blade! O zorro comédia de 1981.
Outra coisa que magistral é o uso da dança. Os momentos em que ele dança. Como os pontos de inflexão na trama tem sempre a dança dele. Como se cada vez que o Coringa se liberta um pouco mais do Arthur, ele faz dançando. Que foda. Na cena depois que ele mata os 3 babacas no metrô, assim que ele foge ele entra num banheiro logo depois e começa a dançar, bem devagar tipo parecendo até uns movimentos de tai chi chuan... mas que mais tarde no filme vc vê que era a mesma dança que ele faz depois, só que mais lento. Como se estivesse ensaiando o que viria a aperfeiçoar depois. Um personagem em construção, só que em vez de ser o personagem, era a persona interna dele próprio, rompendo a casca do Arthur aos poucos pra se libertar.
Há MUITO tempo Hollywood não produz alguma coisa com esse grau de independência criativa, com originalidade e com arte fazendo o trabalho de arte, e não de panfleto ideológico. Todd Phillips tá de parabéns.
Marcou minha infância, porque assisti a este filme antes mesmo de assistir a ET- O Extraterrestre (que só fui ver pela primeira vez muitos anos depois que estreou de fato). Todo o meu imaginário sentimental, referência visual e memória afetiva sobre o assunto "alienígenas chegando" vem deste filme. O clima, a atmosfera, vários elementos nessa obra deixam claro porque Steven Spielberg alcançou a fama e a fortuna que o tornaram célebre.
, a saudosa TV Manchete se inspirou (alguns diriam "catou na mão grande") as notas musicais de comunicação com os aliens deste filme para fazer o seu equivalente ao plim plim da Globo...
O fechamento de uma era. Como já comentei em outro filme da série, Os Vingadores são o ápice de um novo capítulo da história do cinema. Independente de quem gosta ou não, é um filme que tem uma importância simbólica, por simbolizar o fechamento de uma passagem de época no cinema.
Goste ou não goste, seja nerd ou não seja, fanboy da Marvel ou não, não há como negar. Esse filme representa o auge do "Método Marvel" de fazer cinema, algo que marcou um novo capítulo na história da indústria cinematográfica. Independente de quaisquer opiniões críticas, o lugar dos Vingadores está marcado, e isso não é pouca coisa.
Dê-se o crédito ao fato de que funcionou bem porque deu uma guardiõesdagalaxizada no Thor, que até então era vinha de dois filmes bem aquém do que poderiam ser. Não é perfeito, mas o clima diferente (e a Cate Blanchett de Hela), o bom humor (e a Cate Blanchett de Hela) e a oxigenada que esse filme deu na franquia (e a Cate Blanchett de Hela) o fizeram merecedor do buzz que gerou.
Na encruzilhada entre satisfazer os difíceis executivos da Warner; honrar o legado dos heróis da DC; adaptar um universo de personagens (sejamos justos aqui) ainda mais difícil que o da Marvel de transpor dos quadrinhos para o cinema de maneira satisfatória; enfrentar o sucesso estrondoso do Marvel Cinematic Universe; e ganhar posições em uma corrida em que a DC estava perdendo de longe, este filme falhou miseravelmente.
Embora conte com um notável esforço de produção, e uma equipe aparentemente bem-intencionada, o filme sofre pelas pressões tanto de dentro quanto de fora. Apressado, com personagens que só seriam devidamente introduzidos em filmes que sairiam depois, com uma narrativa truncada, acabou sendo mais um tiro no pé do que no inimigo nessa guerra das franquias.
E ainda tiro um ponto extra por terem insistido no abominável e insuportável Lex Luthor de Jesse Eisen-blergh. Infelizmente, esquecível.
À parte qualquer comentário ou opinião a respeito da produção em si, o que torna esse filme memorável é realmente a dupla Jack Nicholson e Helen Hunt em atuações inesquecíveis, definitivas. E com todo o restante do elenco dando o suporte perfeito para a história funcionar.
Um grande filme. Do tipo que vale ser visto e revisto.
Muito já foi dito a respeito dele, e grande parte é real. Briga seriamente com Casino e Os Bons Companheiros pelo título de obra máxima do diretor. Ainda gosto mais de Casino, mas é pura questão de preferência pessoal.
Christian Bale e Matt Damon em atuações marcantes, de dar gosto mesmo de ver, liderando um elenco nota 10, impecável do maior ao menor papel. Uma direção elegantíssima, como já era de se esperar de James Mangold, mas ainda assim capaz de competir em recriação de época, em fotografia, em apuro visual com o retrato de época semelhante de Tarantino no recente Era uma vez em Hollywood.
Não se trata de um filme universal, por se tratar de um tema específico que não necessariamente seja interesse de qualquer um. Mas ainda assim, trata-se de um filme impecavelmente atuado e dirigido. Uma aula.
A cena do Miles e do Shelby caindo na porrada é uma das coisas mais espirituosas e honestamente engraçadas que foram feitas em Hollywood nos últimos anos. Imagine uma cena de luta entre Batman e Jason Bourne e depois assista essa cena...
A primeira surpresa fica no fato de por mais que o tema seja óbvio, e a temática racial (tão em voga na Holywood contraproducentemente lacradora) esteja presente, o filme dribla habilmente o panfletarismo. O roteiro e a contribuição artística dos atores envolvidos fazem com que história e temática brilhem com brilho próprio, e não por estarem escorados em uma questão ideológica e/ou racial meramente.
A segunda surpresa é a performance de Eddie Murphy como fio condutor e elemento central da história. Embora a carreira de Murphy tenha se tornado cada vez mais irregular e não lembrasse nem de longe o vigor e sucesso que tinha nos anos 80 (principalmente) e 90, neste filme fica claro que aquele ditado que diz "Quem já foi rei nunca perde a majestade" funciona. Eddie lidera um elenco bem afinado e capaz de dar vida com graça ao peculiaríssimo período setentista do cinema do blaxploitation.
E a terceira surpresa fica para o público. Ao ver as trapalhadas aprontadas pelo personagem título, quem não conhece bem o cinema da época em que a história acontece pode achar que as peripécias de Rudy Ray Moore e sua trupe foram exageradas para esta versão cinematográfica de sua história. Quem pesquisar irá perceber que o filme foi muito próximo do que aconteceu realmente, que o povo era doido mesmo, daquele jeito. O que convenhamos, faz com que este Dolemite fique ainda mais divertido.
Não é uma obra prima do cinema, mas assim como aconteceu na história original de Rudy Ray Moore, acabou divertindo e entregando bem mais do que se esperava a princípio.
Uma pedrada. Pode ser considerado um filho espiritual do clássico Dia de Treinamento (2002) ,até hoje o filme mais célebre de Antoine Fuqua. A mesma proposta: Um novato em sua primeira ronda. Um veterano cascudo, cansado e com fantasmas do passado que assombram seu presente. Uma noite - enquanto em Dia de Treinamento era um dia- em que Los Angeles joga toda a decadência e miséria humana que consegue juntar naquelas horas pra cima dos dois. Olhando assim, pareceria até o mesmo filme.
Só que Crown Vic consegue ser tão diferente de Dia de Treinamento quanto suas premissas são semelhantes. O quase desconhecido diretor Joel Souza consegue criar uma bela peça de cinema, com um filme simples, duro, seco e direto, com uma dinâmica noturna com paralelos ao também ótimo O Abutre (2014) de Dan Gilroy.
A produção se baseia em uma premissa interessante, mas que está muito, muito longe de ser inédita. Desde "A Felicidade Não Se Compra (1946) de Frank Capra" o tema "reimaginar o mundo sem uma peça chave" ou "como seria o mundo sem.." é recorrente no cinema. A produção de Yesterday entretanto, contava com 2 trunfos na mão. O primeiro é o apelo universal dos Beatles e suas canções, que já são parte da História, não só da música mas da própria humanidade. O segundo é a direção nas mãos de Danny Boyle, o craque por trás de Trainspotting, Quem Quer Ser um Milionário, e outras produções de sucesso inquestionável.
No pôquer, mesmo com uma mão boa, se o jogo não for bem feito, você pode perder. E se em Yesterday a derrota não foi total, o filme ao menos sai do jogo com menos do que entrou. O problema todo é que por baixo de toda uma grandiloquência da produção (primorosa) e da direção segura e competente de Boyle, o que se tem é uma estrutura narrativa de uma comédia romântica das mais fuleiras. E mais, com personagens extremamente mal escritos. Independente da competência dos atores, que até fizeram sua parte direitinho, a forma como seus personagens foram escritos contribuiu para tornar sua "história de amor" desinteressante, boba, e muito abaixo das ambições que o filme sugere.
Tudo bem que Jack Malik era pra ser um aspirante a músico com pouco talento, mas fizeram com que ele fosse o cara mais chato do mundo.Tão chato que nem para fins de narrativa a coisa funcionou. Em alguns momentos é impossível entender como a Ellie (que fizeram a maldade de tentar tornar a fofíssima Lily James o mais desinteressante possível para o papel, mas nem assim) passou tantos anos amargando solidão por um cara tão tapado, tão amorfo, tão zé mané. Exageraram MUITO na irrelevância do personagem, a ponto de torná-lo uma peça que não se encaixa, mesmo no aspecto fantástico do roteiro. Todo clichê do "cara tolo" no cinema precisa de uma certa dose de "adorabilidade" para funcionar. No caso do personagem, fizeram um Jack exageradamente tolo, a ponto de não sobrar nada de adorável para o espectador se identificar.
Os alívios cômicos também ajudam pouco a melhorar as coisas. Enquanto algumas piadas dos amigos da dupla Jack e Ellie até funcionam bem em alguns momentos, mas em outros (a maioria, infelizmente) conseguem ser tão ruins que chegam a dar vergonha alheia. Como no caso dos pais de Jack, que o roteiro forçou tanto na comicidade, inconveniência e "sem-noçãozice" dos dois que chega a ser incômodo ficar esperando qual a besteira que eles vão fazer na próxima cena.
No fim, Yesterday acaba sendo uma decepção, mesmo com as canções e toda a mística dos Beatles a seu favor.
Boa produção, parte técnica ok, efeitos especiais de boa qualidade, atores desempenhando bem, mas o abuso da suspensão de descrença é exagerado. É óbvio que em um filme estilo "tubarão, só que com jacarés" se esperam várias mentiras, mas o roteiro desse filme abusou demais:
• Tem a garota que nada mais rápido que um jacaré (nunca será, jacarés adultos nadam mais de 3x mais rápido que o humano mais veloz); podiam inventar outra desculpa, essa forçação de barra do roteiro foi uma constante irritante no filme;
• Tem o pai que é mordido no ombro, tem uma fratura exposta na perna e tem o antebraço arrancado (!) e consegue fazer torniquete e tala tranquilamente em todas as ocasiões, seguir consciente, ajudar na estratégia de fuga, lutar com jacarés e discutir a relação com a filha no meio de uma inundação;
• Tem os jacarés que tem visão privilegiada pra caçar dentro d'água mas que passam nadando no meio de duas pessoas sangrando com os corpos submersos até pra cima da cintura e não faz absolutamente nada, sequer enxerga as pessoas;
• Tem o caô furado estilo "tiranossauro do Jurassic Park que só enxerga movimento" de que o jacaré só vai atacar se você fizer tchibum na água, se ficar quieto ele não te vê;
• Tem os ferimentos por MORDIDA DE JACARÉ que não causam dor, que sangram pouco e param de escorrer sozinhos, misteriosamente e poucos minutos depois da mordida, e a perda de sangue que não causa fadiga, nem tontura, nem efeito visível nenhum no desempenho da protagonista para nadar.
• Tem o BOX DE BANHEIRO tão forte que é capaz de conter as investidade de um jacarezão de sei lá, pelo menos uns 300kg. Nessa hora eu até distraí da mentirada, só quis ter um box bom que nem aquele na minha casa!
Por esse tipo de coisa, que podia ser contornada por um departamento de "essa parte do roteiro tá uma merda", o filme fica bem aquém da qualidade que poderia alcançar. No fim, um destaque para o desempenho da cachorrinha, que se prestou a ficar toda molhada e escapou de virar comida de jacaré. Vale a pena pra se divertir e rir, e botar defeito sem compromisso. Como já disseram, se tivesse assumido um lado mais trash, mais "sharknado", a nota poderia ser bem melhor.
Fraco. Apesar de contar com um bom desempenho do ator mirim (que segura bem o papel de protagonista) e uma produção razoavelmente bem cuidada, com atores competentes como Kelly Reilly e Lili Taylor, e com efeitos e parte técnica dentro da média, sem prejudicar o filme. Onde a vaca vai pro brejo mesmo é por trás das câmeras.
A direção é frouxa, anuncia os jumpscares com horas de antecedência, e faz uma mistura de situações de terror que fica totalmente all over the place. Já o roteiro, esse é um caso a parte: de uma falta de imaginação absurda. Em certo momento parece que com metade do filme já rodado pessoal do roteiro parou e disse "peraí que isso tá ficando uma merda, o que vamos fazer?" E mudaram de idéia completamente e o que começou como um filme de fantasmas em um hospital sinistro vira um negócio completamente diferente, da maneira mais sem pé nem cabeça possível. O negócio é tão escroto que não merece nem o nome de "plot twist", porque a única coisa que fica twisted é o nariz de quem se deu o trabalho de assistir essa bosta.
Mais um filme que tinha potencial, estragado por um roteiro desastrado e muito, muito, muito ruim.
Ao mesmo tempo em que se mata a saudade do "Breaking Bad Way" do Vince Gilligan, se dá um merecido fechamento pra história de um dos personagens mais controversamente queridos e carismáticos que a TV já criou...bitch!
Fiquei puto com esse filme. E não foi por ele ser ruim, nem mal-feito. É um pouco mais complicado que isso. Na verdade, trata-se de um daqueles filmes de suspense/perrengue/desespero bastante interessante, bem-dirigido e com uma produção legal, principalmente na direção de arte. Tem um bom ritmo e consegue prender a atenção, com um ritmo bem trabalhado. Também traz uma atuação acima da média do irregular Sam Worthington, na pele do desesperado protagonista Ray. A direção consegue passar um sentimento de angústia e desconforto que se mantém consistente durante todo o filme, e isso não é pouco.
O real problema com o filme (talvez o único, de fato) é que em uns dois ou três momentos da trama, o roteiro acaba lançando mão de soluções exageradamente imbecis e preguiçosas. Soluções tão bobocas e clichês que não caberiam bem nem em um episódio de seriado de ação mediano, o que dirá em um filme com uma história mais focada na tensão e no suspente. Não houve suspensão de descrença que resolvesse isso. Se tivesse um roteiro mais bem cuidado, ao menos com a qualidade próxima da direção e da fotografia, e até dos bons desempenhos do elenco em geral, teria sido um puta filmaço, daqueles de fazer história mesmo.
Infelizmente, por conta de um roteiro tão vacilão, acabou ficando no meio do caminho mesmo. Ainda assim, é um pequeno filme que acaba valendo a pena assistir, se não for levado muito a sério.
Já vale um crédito só pelo fato de ser um daqueles filmes feito quase inteiro em um ambiente apenas e não cair na monotonia, mas no fim das contas o resultado ser realmente um filme interessante.
Claramente de baixo orçamento, com apenas um ator mais conhecido no elenco, e de produção muito, muito simples, ainda assim, consegue fazer render bem com os poucos recursos utilizados. Bem dirigido, produção adequada de imagem e atmosfera, também entrega uma história com razoável nível de complexidade e que permite leituras variadas: pode ser visto como uma diversão rápida, só um trhiller de terror e mistério, ou como um estudo mais aprofundado sobre temas como o valor da vida e o papel da família, religiosidade, culpa e arrependimento, expiação de erros, e responsabilidade. E isso sem que nenhuma das formas de assistir saia muito prejudicada pela outra. Só por isso já vale uma notinha a mais.
Ainda não deu pra fazer cócegas na luta DC x Marvel, mas aparentemente nesse filme a DC parece ter encontrado um equilíbrio mínimo. Assumiu de vez a natureza simbolicamente mitológica de seus heróis e conseguiu fazer um filme mais próximo do da Mulher Maravilha, que tem um ótimo conceito com os fãs.
Jason Momoa conseguiu emplacar um Aquaman que conquistou a simpatia do público em geral, e o bom trabalho com os efeitos especiais, notadamente nas sequências de Atlantis, conseguiu impactar a ponto de fazer o público esquecer (ou ao menos relevar) os problemas pontuais aqui e acolá.
Junte-se a isso algumas sequências realmente inspiradas e um clima light-hearted que contagia a maior parte do filme, dá pra sair satisfeito do filme. Bom, pelo menos bem mais satisfeito do que com aquele Lex Luthor horroroso do Jesse Eisenberg no Batman vs Superman.
Hellboy
2.6 422 Assista AgoraFraco. Confuso. Sem graça. Ruim de ritmo. Como um roteiro mal escrito e uma trama sem inspiração conseguiram fazer um universo rico e cheio de possibilidades como o do Hellboy, (que já se provou viável em dois filmes anteriores do personagem) ficar chato ao ponto da sonolência? Impressionante o esforço que fizeram para que este reboot (maldita mania de ficar fazendo reboot com pouco tempo entre as versões) ficasse tão aquém do que poderia ser.
Milla Jovovich e Ian Mc Shane, cada um com estilos diferentes, mas com bons desempenhos em suas carreiras, cada qual em seu espaços de expertise, parece que sabiam a merda em que estavam se metendo e atuaram no piloto automático. Ambos entregando talvez alguns dos desempenhos mais desprezíveis de suas carreiras. Vale deixar um voto de solidariedade ao coitado do David Harbour, que carregou a tocha do aposentado Ron Perlman de maneira honrada, honesta e sem muito mais o que fazer pra salvar essa badalhoca. Seu desempenho como Hellboy foi bastante correto e convincente, talvez o que haja de menos desabonador (e menos culpável pela derrota) no filme.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraUm filme que cresce mais depois que você começa a pensar nele do que na hora que você assiste. Uma obra poderosa em simbologias. Assim de primeira, acho refrescante poder assistir um filme que consegue romper com a premissa hipócrita e de "crítica social foda de cineclube tênis verde" do "pobre bonzinho/rico malvadão". Um verdadeiro exercício de cinema sobre a sordidez humana, sobre a falta de empatia, sobre a quebra de estereótipos e sobre o fato da filhadaputice não ter cara, não ter conta bancária, não ter ideologia. Ou se é gente boa ou se é filhodaputa, e como isso é independente de discursos sociais panfletários. E isso determina como as pedras (e os caminhos pelos quais a sorte vai te levar) vão aparecer na sua vida.
A questão da pedra eu achei muito maneira. O maluco amigo do filho dá a pedra como amuleto, num gesto de bondade. Tipo desejando boa sorte pro amigo. A pedra até funciona, mas funciona pra ajudar os caras a progredirem na falcatrua, porque no fundo eles são uma família de 171 filhos da puta do caralho. O cambalacho evolui, a família toda se arranja. A pedra vai sendo poluída, vai se sujando por essa sordidez e filhadaputice da família pobre. Até o momento que nego subverte a função da pedra. De amuleto de sorte ela vira arma.
Aí a natureza se vinga. A vingança vem pela água suja. Leva tudo que eles tem embora. O vaso explode. A casa deles vira um rio de merda. No fim, o moleque se livra da pedra. Deixa a pedra num rio.A pedra está se lavando da sujeira que a família de filhos da puta deixou nela.
Marighella
3.9 1,1K Assista Agora‘Marighella’ segue inédito no Brasil. E o motivo não é censura, como afirmou Wagner Moura de maneira ideologicamente motivada. O filme ainda não foi exibido no país por uma outra razão: um calote da produtora.
O nó da questão é que o lançamento no Brasil depende da aprovação de uma linha de financiamento de 1 milhão de reais junto à Ancine. Esse dinheiro não foi liberado devido a um problema de inadimplência da produtora responsável pelo longa, a O2 Filmes. A O2 não consegue receber recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para Marighella porque está inadimplente na prestação de contas de outro financiamento, relacionado ao filme O Sentido da Vida. E a justificativa da Ancine nesse caso é verdadeira. A produtora reconheceu o problema e disse que já tomou todas as medidas cabíveis para solucioná-lo.
A O2 declarou também que pretende resolver o imbróglio do financiamento de Marighella para poder lançá-lo o mais breve possível e admitiu que a demora em viabilizar a estreia nacional está relacionada a questões burocráticas. “Em nenhum momento acreditamos que houve qualquer tipo de censura.” Ou seja, de acordo com a produtora, Wagner Moura, que ficou famoso nas telas de cinema na pele do implacável Capitão Nascimento de Tropa de Elite, desta vez errou o alvo.
Sexta-Feira 13, Parte 8: Jason Ataca Nova York
2.6 354 Assista AgoraApesar de ser uma porcaria, tenho um carinho especial por esse filme. Algumas cenas são tão absurdas que me fizeram rir mais que em 80% dos filmes de comédia que já assisti. A questão do Jason andando em marcha lenta e ainda assim sempre alcançando os perseguidos é extrapolada nesse filme a um nível de desenho do Pernalonga.
E a icônica cena em que o personagem que luta boxe desiste de fugir e resolve encarar o Jason na porrada (perdendo literalmente a cabeça com essa decisão) é tão engraçada que deveria figurar em algum tipo de hall da fama das cenas mais engraçadas em filmes que teoricamente não são de comédia.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraSe o Oscar não for pro Joaquim pode fechar aquela merda. Puta trabalho de ator. Puta trabalho. Isso só pra começar. PQP. Filmão da porra. Referências ao Rei da Comédia, etc. Paguei a língua, bem lá atrás achei que ia dar mega errado. Feliz de ter errado.
O cara conseguiu fazer um maluco que ri de desespero parecer 110% crível, maluco.
A parte da palheta de cores... foi magistral. O trabalho do diretor com as cores foi no nível do Wes Anderson. Sendo que ele não foi tão berrante quanto o Anderson, conseguiu ser mais sutil. Achei o trabalho de cor tão competente quanto o do Andreson (que é famoso por isso) por que pra fazer a coisa sutil do jeito que foi, precisa até mais esforço, mais ajuste fino do que no caso do Anderson que usa a paleta de um jeito muito mais kitsch, mais exageradaço mesmo.
A estética late 70s early 80s.. a inspiração na Nova York com greves de lixeiros, caralho... tudo muito bem feito. Do caralho. Alguns detalhes... a cena dele beijando a velha no programa do maluco... tirada do Dark Knight. Mó fan service. Essa coisa da cidade em rebuliço também é muito do Dark Knight. Outro detalhe maneiro: deram um jeito de fazer o filme do qual o casal wayne sai com o Bruce ser do zorro. Como no original. Só que é o Gay Blade! O zorro comédia de 1981.
Outra coisa que magistral é o uso da dança. Os momentos em que ele dança. Como os pontos de inflexão na trama tem sempre a dança dele. Como se cada vez que o Coringa se liberta um pouco mais do Arthur, ele faz dançando. Que foda. Na cena depois que ele mata os 3 babacas no metrô, assim que ele foge ele entra num banheiro logo depois e começa a dançar, bem devagar tipo parecendo até uns movimentos de tai chi chuan... mas que mais tarde no filme vc vê que era a mesma dança que ele faz depois, só que mais lento. Como se estivesse ensaiando o que viria a aperfeiçoar depois. Um personagem em construção, só que em vez de ser o personagem, era a persona interna dele próprio, rompendo a casca do Arthur aos poucos pra se libertar.
Há MUITO tempo Hollywood não produz alguma coisa com esse grau de independência criativa, com originalidade e com arte fazendo o trabalho de arte, e não de panfleto ideológico. Todd Phillips tá de parabéns.
Contatos Imediatos do Terceiro Grau
3.7 578 Assista AgoraMarcou minha infância, porque assisti a este filme antes mesmo de assistir a ET- O Extraterrestre (que só fui ver pela primeira vez muitos anos depois que estreou de fato). Todo o meu imaginário sentimental, referência visual e memória afetiva sobre o assunto "alienígenas chegando" vem deste filme. O clima, a atmosfera, vários elementos nessa obra deixam claro porque Steven Spielberg alcançou a fama e a fortuna que o tornaram célebre.
E alguns anos depois
, a saudosa TV Manchete se inspirou (alguns diriam "catou na mão grande") as notas musicais de comunicação com os aliens deste filme para fazer o seu equivalente ao plim plim da Globo...
Vingadores: Ultimato
4.3 2,6K Assista AgoraO fechamento de uma era. Como já comentei em outro filme da série, Os Vingadores são o ápice de um novo capítulo da história do cinema. Independente de quem gosta ou não, é um filme que tem uma importância simbólica, por simbolizar o fechamento de uma passagem de época no cinema.
Vingadores: Guerra Infinita
4.3 2,6K Assista AgoraGoste ou não goste, seja nerd ou não seja, fanboy da Marvel ou não, não há como negar. Esse filme representa o auge do "Método Marvel" de fazer cinema, algo que marcou um novo capítulo na história da indústria cinematográfica. Independente de quaisquer opiniões críticas, o lugar dos Vingadores está marcado, e isso não é pouca coisa.
Thor: Ragnarok
3.7 1,9K Assista AgoraDê-se o crédito ao fato de que funcionou bem porque deu uma guardiõesdagalaxizada no Thor, que até então era vinha de dois filmes bem aquém do que poderiam ser. Não é perfeito, mas o clima diferente (e a Cate Blanchett de Hela), o bom humor (e a Cate Blanchett de Hela) e a oxigenada que esse filme deu na franquia (e a Cate Blanchett de Hela) o fizeram merecedor do buzz que gerou.
Liga da Justiça
3.3 2,5K Assista AgoraNa encruzilhada entre satisfazer os difíceis executivos da Warner; honrar o legado dos heróis da DC; adaptar um universo de personagens (sejamos justos aqui) ainda mais difícil que o da Marvel de transpor dos quadrinhos para o cinema de maneira satisfatória; enfrentar o sucesso estrondoso do Marvel Cinematic Universe; e ganhar posições em uma corrida em que a DC estava perdendo de longe, este filme falhou miseravelmente.
Embora conte com um notável esforço de produção, e uma equipe aparentemente bem-intencionada, o filme sofre pelas pressões tanto de dentro quanto de fora. Apressado, com personagens que só seriam devidamente introduzidos em filmes que sairiam depois, com uma narrativa truncada, acabou sendo mais um tiro no pé do que no inimigo nessa guerra das franquias.
E ainda tiro um ponto extra por terem insistido no abominável e insuportável Lex Luthor de Jesse Eisen-blergh. Infelizmente, esquecível.
Melhor É Impossível
4.0 683 Assista AgoraÀ parte qualquer comentário ou opinião a respeito da produção em si, o que torna esse filme memorável é realmente a dupla Jack Nicholson e Helen Hunt em atuações inesquecíveis, definitivas. E com todo o restante do elenco dando o suporte perfeito para a história funcionar.
O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraUm grande filme. Do tipo que vale ser visto e revisto.
Muito já foi dito a respeito dele, e grande parte é real. Briga seriamente com Casino e Os Bons Companheiros pelo título de obra máxima do diretor. Ainda gosto mais de Casino, mas é pura questão de preferência pessoal.
Ford vs Ferrari
3.9 713 Assista AgoraUm dos melhores filmes da safra de 2019.
Christian Bale e Matt Damon em atuações marcantes, de dar gosto mesmo de ver, liderando um elenco nota 10, impecável do maior ao menor papel. Uma direção elegantíssima, como já era de se esperar de James Mangold, mas ainda assim capaz de competir em recriação de época, em fotografia, em apuro visual com o retrato de época semelhante de Tarantino no recente Era uma vez em Hollywood.
Não se trata de um filme universal, por se tratar de um tema específico que não necessariamente seja interesse de qualquer um. Mas ainda assim, trata-se de um filme impecavelmente atuado e dirigido. Uma aula.
A cena do Miles e do Shelby caindo na porrada é uma das coisas mais espirituosas e honestamente engraçadas que foram feitas em Hollywood nos últimos anos. Imagine uma cena de luta entre Batman e Jason Bourne e depois assista essa cena...
Meu Nome é Dolemite
3.8 362 Assista AgoraUm filme surpreendente em vários sentidos.
A primeira surpresa fica no fato de por mais que o tema seja óbvio, e a temática racial (tão em voga na Holywood contraproducentemente lacradora) esteja presente, o filme dribla habilmente o panfletarismo. O roteiro e a contribuição artística dos atores envolvidos fazem com que história e temática brilhem com brilho próprio, e não por estarem escorados em uma questão ideológica e/ou racial meramente.
A segunda surpresa é a performance de Eddie Murphy como fio condutor e elemento central da história. Embora a carreira de Murphy tenha se tornado cada vez mais irregular e não lembrasse nem de longe o vigor e sucesso que tinha nos anos 80 (principalmente) e 90, neste filme fica claro que aquele ditado que diz "Quem já foi rei nunca perde a majestade" funciona. Eddie lidera um elenco bem afinado e capaz de dar vida com graça ao peculiaríssimo período setentista do cinema do blaxploitation.
E a terceira surpresa fica para o público. Ao ver as trapalhadas aprontadas pelo personagem título, quem não conhece bem o cinema da época em que a história acontece pode achar que as peripécias de Rudy Ray Moore e sua trupe foram exageradas para esta versão cinematográfica de sua história. Quem pesquisar irá perceber que o filme foi muito próximo do que aconteceu realmente, que o povo era doido mesmo, daquele jeito. O que convenhamos, faz com que este Dolemite fique ainda mais divertido.
Não é uma obra prima do cinema, mas assim como aconteceu na história original de Rudy Ray Moore, acabou divertindo e entregando bem mais do que se esperava a princípio.
Crown Vic
3.0 7Uma pedrada. Pode ser considerado um filho espiritual do clássico Dia de Treinamento (2002) ,até hoje o filme mais célebre de Antoine Fuqua. A mesma proposta: Um novato em sua primeira ronda. Um veterano cascudo, cansado e com fantasmas do passado que assombram seu presente. Uma noite - enquanto em Dia de Treinamento era um dia- em que Los Angeles joga toda a decadência e miséria humana que consegue juntar naquelas horas pra cima dos dois. Olhando assim, pareceria até o mesmo filme.
Só que Crown Vic consegue ser tão diferente de Dia de Treinamento quanto suas premissas são semelhantes. O quase desconhecido diretor Joel Souza consegue criar uma bela peça de cinema, com um filme simples, duro, seco e direto, com uma dinâmica noturna com paralelos ao também ótimo O Abutre (2014) de Dan Gilroy.
Azougue Nazaré
3.9 34"Sempre presuma macumba."
Carta de São Gatão aos Brasileirinhos.
As Panteras
3.1 706 Assista AgoraVai flopar. Mas vai flopar tão bonito que arrisca fazerem um filme só sobre a flopada.
Yesterday: A Trilha do Sucesso
3.4 1,0KYesterday é um filme de apostas altas.
A produção se baseia em uma premissa interessante, mas que está muito, muito longe de ser inédita. Desde "A Felicidade Não Se Compra (1946) de Frank Capra" o tema "reimaginar o mundo sem uma peça chave" ou "como seria o mundo sem.." é recorrente no cinema. A produção de Yesterday entretanto, contava com 2 trunfos na mão. O primeiro é o apelo universal dos Beatles e suas canções, que já são parte da História, não só da música mas da própria humanidade. O segundo é a direção nas mãos de Danny Boyle, o craque por trás de Trainspotting, Quem Quer Ser um Milionário, e outras produções de sucesso inquestionável.
No pôquer, mesmo com uma mão boa, se o jogo não for bem feito, você pode perder. E se em Yesterday a derrota não foi total, o filme ao menos sai do jogo com menos do que entrou. O problema todo é que por baixo de toda uma grandiloquência da produção (primorosa) e da direção segura e competente de Boyle, o que se tem é uma estrutura narrativa de uma comédia romântica das mais fuleiras. E mais, com personagens extremamente mal escritos. Independente da competência dos atores, que até fizeram sua parte direitinho, a forma como seus personagens foram escritos contribuiu para tornar sua "história de amor" desinteressante, boba, e muito abaixo das ambições que o filme sugere.
Tudo bem que Jack Malik era pra ser um aspirante a músico com pouco talento, mas fizeram com que ele fosse o cara mais chato do mundo.Tão chato que nem para fins de narrativa a coisa funcionou. Em alguns momentos é impossível entender como a Ellie (que fizeram a maldade de tentar tornar a fofíssima Lily James o mais desinteressante possível para o papel, mas nem assim) passou tantos anos amargando solidão por um cara tão tapado, tão amorfo, tão zé mané. Exageraram MUITO na irrelevância do personagem, a ponto de torná-lo uma peça que não se encaixa, mesmo no aspecto fantástico do roteiro. Todo clichê do "cara tolo" no cinema precisa de uma certa dose de "adorabilidade" para funcionar. No caso do personagem, fizeram um Jack exageradamente tolo, a ponto de não sobrar nada de adorável para o espectador se identificar.
Os alívios cômicos também ajudam pouco a melhorar as coisas. Enquanto algumas piadas dos amigos da dupla Jack e Ellie até funcionam bem em alguns momentos, mas em outros (a maioria, infelizmente) conseguem ser tão ruins que chegam a dar vergonha alheia. Como no caso dos pais de Jack, que o roteiro forçou tanto na comicidade, inconveniência e "sem-noçãozice" dos dois que chega a ser incômodo ficar esperando qual a besteira que eles vão fazer na próxima cena.
No fim, Yesterday acaba sendo uma decepção, mesmo com as canções e toda a mística dos Beatles a seu favor.
Predadores Assassinos
3.2 770 Assista AgoraBoa produção, parte técnica ok, efeitos especiais de boa qualidade, atores desempenhando bem, mas o abuso da suspensão de descrença é exagerado. É óbvio que em um filme estilo "tubarão, só que com jacarés" se esperam várias mentiras, mas o roteiro desse filme abusou demais:
• Tem a garota que nada mais rápido que um jacaré (nunca será, jacarés adultos nadam mais de 3x mais rápido que o humano mais veloz); podiam inventar outra desculpa, essa forçação de barra do roteiro foi uma constante irritante no filme;
• Tem o pai que é mordido no ombro, tem uma fratura exposta na perna e tem o antebraço arrancado (!) e consegue fazer torniquete e tala tranquilamente em todas as ocasiões, seguir consciente, ajudar na estratégia de fuga, lutar com jacarés e discutir a relação com a filha no meio de uma inundação;
• Tem os jacarés que tem visão privilegiada pra caçar dentro d'água mas que passam nadando no meio de duas pessoas sangrando com os corpos submersos até pra cima da cintura e não faz absolutamente nada, sequer enxerga as pessoas;
• Tem o caô furado estilo "tiranossauro do Jurassic Park que só enxerga movimento" de que o jacaré só vai atacar se você fizer tchibum na água, se ficar quieto ele não te vê;
• Tem os ferimentos por MORDIDA DE JACARÉ que não causam dor, que sangram pouco e param de escorrer sozinhos, misteriosamente e poucos minutos depois da mordida, e a perda de sangue que não causa fadiga, nem tontura, nem efeito visível nenhum no desempenho da protagonista para nadar.
• Tem o BOX DE BANHEIRO tão forte que é capaz de conter as investidade de um jacarezão de sei lá, pelo menos uns 300kg. Nessa hora eu até distraí da mentirada, só quis ter um box bom que nem aquele na minha casa!
Por esse tipo de coisa, que podia ser contornada por um departamento de "essa parte do roteiro tá uma merda", o filme fica bem aquém da qualidade que poderia alcançar. No fim, um destaque para o desempenho da cachorrinha, que se prestou a ficar toda molhada e escapou de virar comida de jacaré. Vale a pena pra se divertir e rir, e botar defeito sem compromisso. Como já disseram, se tivesse assumido um lado mais trash, mais "sharknado", a nota poderia ser bem melhor.
Eli
2.5 589 Assista AgoraFraco. Apesar de contar com um bom desempenho do ator mirim (que segura bem o papel de protagonista) e uma produção razoavelmente bem cuidada, com atores competentes como Kelly Reilly e Lili Taylor, e com efeitos e parte técnica dentro da média, sem prejudicar o filme. Onde a vaca vai pro brejo mesmo é por trás das câmeras.
A direção é frouxa, anuncia os jumpscares com horas de antecedência, e faz uma mistura de situações de terror que fica totalmente all over the place. Já o roteiro, esse é um caso a parte: de uma falta de imaginação absurda. Em certo momento parece que com metade do filme já rodado pessoal do roteiro parou e disse "peraí que isso tá ficando uma merda, o que vamos fazer?" E mudaram de idéia completamente e o que começou como um filme de fantasmas em um hospital sinistro vira um negócio completamente diferente, da maneira mais sem pé nem cabeça possível. O negócio é tão escroto que não merece nem o nome de "plot twist", porque a única coisa que fica twisted é o nariz de quem se deu o trabalho de assistir essa bosta.
Mais um filme que tinha potencial, estragado por um roteiro desastrado e muito, muito, muito ruim.
El Camino: Um Filme de Breaking Bad
3.7 843 Assista AgoraAo mesmo tempo em que se mata a saudade do "Breaking Bad Way" do Vince Gilligan, se dá um merecido fechamento pra história de um dos personagens mais controversamente queridos e carismáticos que a TV já criou...bitch!
Fratura
3.3 922Fiquei puto com esse filme. E não foi por ele ser ruim, nem mal-feito. É um pouco mais complicado que isso. Na verdade, trata-se de um daqueles filmes de suspense/perrengue/desespero bastante interessante, bem-dirigido e com uma produção legal, principalmente na direção de arte. Tem um bom ritmo e consegue prender a atenção, com um ritmo bem trabalhado. Também traz uma atuação acima da média do irregular Sam Worthington, na pele do desesperado protagonista Ray. A direção consegue passar um sentimento de angústia e desconforto que se mantém consistente durante todo o filme, e isso não é pouco.
O real problema com o filme (talvez o único, de fato) é que em uns dois ou três momentos da trama, o roteiro acaba lançando mão de soluções exageradamente imbecis e preguiçosas. Soluções tão bobocas e clichês que não caberiam bem nem em um episódio de seriado de ação mediano, o que dirá em um filme com uma história mais focada na tensão e no suspente. Não houve suspensão de descrença que resolvesse isso. Se tivesse um roteiro mais bem cuidado, ao menos com a qualidade próxima da direção e da fotografia, e até dos bons desempenhos do elenco em geral, teria sido um puta filmaço, daqueles de fazer história mesmo.
Infelizmente, por conta de um roteiro tão vacilão, acabou ficando no meio do caminho mesmo. Ainda assim, é um pequeno filme que acaba valendo a pena assistir, se não for levado muito a sério.
Campo do Medo
2.7 733 Assista AgoraJá vale um crédito só pelo fato de ser um daqueles filmes feito quase inteiro em um ambiente apenas e não cair na monotonia, mas no fim das contas o resultado ser realmente um filme interessante.
Claramente de baixo orçamento, com apenas um ator mais conhecido no elenco, e de produção muito, muito simples, ainda assim, consegue fazer render bem com os poucos recursos utilizados. Bem dirigido, produção adequada de imagem e atmosfera, também entrega uma história com razoável nível de complexidade e que permite leituras variadas: pode ser visto como uma diversão rápida, só um trhiller de terror e mistério, ou como um estudo mais aprofundado sobre temas como o valor da vida e o papel da família, religiosidade, culpa e arrependimento, expiação de erros, e responsabilidade. E isso sem que nenhuma das formas de assistir saia muito prejudicada pela outra. Só por isso já vale uma notinha a mais.
Aquaman
3.7 1,7K Assista AgoraAinda não deu pra fazer cócegas na luta DC x Marvel, mas aparentemente nesse filme a DC parece ter encontrado um equilíbrio mínimo. Assumiu de vez a natureza simbolicamente mitológica de seus heróis e conseguiu fazer um filme mais próximo do da Mulher Maravilha, que tem um ótimo conceito com os fãs.
Jason Momoa conseguiu emplacar um Aquaman que conquistou a simpatia do público em geral, e o bom trabalho com os efeitos especiais, notadamente nas sequências de Atlantis, conseguiu impactar a ponto de fazer o público esquecer (ou ao menos relevar) os problemas pontuais aqui e acolá.
Junte-se a isso algumas sequências realmente inspiradas e um clima light-hearted que contagia a maior parte do filme, dá pra sair satisfeito do filme. Bom, pelo menos bem mais satisfeito do que com aquele Lex Luthor horroroso do Jesse Eisenberg no Batman vs Superman.