Por mais óbvio que as coisas fossem tomar um rumo diferente na última cena do último episódio desta temporada, toda a atmosfera criada é sublime - não é como se a série não tivesse noção de que o plot twist era claro e estava presente, no mínimo, na subconsciência dos espectadores. O último plano da temporada, com o sorriso de Logan Roy que olhava o filho finalmente se tornar um "assassino", está entre os melhores momentos de qualquer coisa que já vi na TV.
Vamos recapitular o que é How I Met Your Mother. Ted conta para seus dois filhos a história de, adivinha só, como ele conheceu a mãe deles. Durante toda a série nota-se um cuidado na revelação de quem é essa pessoa, com a introdução de índices como objetos, lugares e outros personagens com quem Ted se relaciona que têm alguma ligação com a futura mãe dos adolescentes que escutam a história de seu pai. Além disso, a coerência presente entre diversas temporadas é fenomenal, com uma estrutura que dá a impressão ao espectador que tudo é minimamente calculado. Aos poucos vamos percebendo que alguns pequenos erros que no futuro viram "piada interna" do grupo, como o abacaxi, mas ainda é relevado pois não está atrapalhando a história principal. Certo. Agora pegue todo esse cuidado construído até o episódio 23 da 8ª temporada e jogue TUDO fora no momento em que é revelado quem é a mãe sem usar nenhum daqueles índices de maneira a impressionar o espectador. Depois passe a 9ª temporada mostrando flashbacks dessa pessoa que chegou agora e tente criar alguma conexão sentimental verdadeiramente relevante e falhe miseravelmente, mais uma vez estragando tudo o que já tinha sido feito. Enquanto tudo isso acontece, mostre uma cerimônia de casamento durante 22 EPISÓDIOS, que se passam em 2 DIAS e que, no fim, não levam aquilo à lugar algum. E por que não vai à lugar algum? Primeiro, porque a relação entre Ted e Robin, que supostamente deveria ter sido fortalecida nesses episódios para sustentar algo mais tarde, não traz nada de tão novo que as outras 8 temporadas não haviam mostrado antes. Segundo, que o lugar onde Barney finalmente sossegou, pudesse ter alguma relação com o divórcio com Robin, também não é tão necessário, pois ele já tinha desilusões o bastante pra não acreditar em nada até que o nascimento de sua filha pudesse o transformar. Não parece que Barney precisava ter passado por aquele casamento para ter aquele fim. Mas em terceiro, e principalmente por isso, a mãe não é nem um pouco relevante pra série que deveria contar a história de como Ted a conheceu. Não tem importância o guarda-chuva amarelo, a boate no Dia de São Patrício ou a banda de casamento. Ele simplesmente conta como a conheceu, teve os filhos, ela morreu e, enquanto tudo isso pode parecer algo enorme em sua vida, em momento algum vemos refletido na tela como ela poderia ter sido alguém de peso em sua vida a ponto de sentirmos a sua perda como Ted provavelmente sentiu naquele universo, porque quando descobrimos que ela se foi há 6 anos, tudo soa insensível, já que acabamos de saber de sua morte e os filhos encorajam Ted a ir atrás da "tia Robin". Mesmo que ela tenha sido apresentada de forma equivocada, ainda existe uma esperança de que a série vai ser redimir com a mãe, mas no último episódio, ela é apenas a mãe, uma mulher com quem Ted teve dois filhos e esteve no meio do caminho entre ele e Robin. E a forma como o roteiro arranja o encontro final entre os dois é tão repentina que faz tudo parecer mais absurdo ainda. Em um episódio, Robin está casada com Barney e Ted acabou de conhecer Tracy, a mãe. No outro, vários saltos na história pra terminar logo e de repente, em menos de 20 minutos, Robin se divorciou, Barney tem um filho, Marshall conseguiu ser um juiz (nesse momento ninguém nem deve se lembrar disso) e Tracy morreu. Essa temporada também contou com falta de criatividade e muitos episódios pra cumprir tabela, trazendo personagens novos com histórias desnecessárias e pouco emocionantes ou engraçadas, o que tornou tudo mais cansativo. Também é necessário falar das tentativas claras de emocionar o público, com a trilha sonora que sobrepõe tudo com um piano forte e que causa arrepios e deixa os olhos marejados nas primeiras vezes, mas se torna nauseante quando percebe-se o excesso do mesmo artifício. Cansativo e decepcionante. Uma história que faz todo o sentido na vida real, mas em um seriado, contado desta maneira, jamais.
Por mais que a essa altura os espectadores estejam inteiramente familiarizados com a narrativa característica da série, dificultando o elemento surpresa e momentos mais imprevisíveis das primeiras temporadas, é inegável que os roteiros continuam sendo bem escritos - falando especificamente da história contada, já que a maior parte do humor vem do improviso dos atores em cena - e episódios bem sólidos e engraçados continuam sendo produzidos. Apesar disso, essa temporada introduziu algumas pequenas mudanças como uma introdução antes da abertura, nos dois últimos episódios. Em ambos, são mostrados peças de comunicação dentro daquele universo, incluindo um anúncio da Latte Larry's e uma matéria sobre as lojas de vingança, feita pela Today. Outra diferença notada durante a temporada foi o uso de piadas visuais em maior quantidade. A série tenta se renovar com ideias que não conseguem ser tão geniais quanto os escritores pensam, mas continua sendo sustentada pelo que sempre fez desde o começo. E isso é o bastante.
O último episódio dessa temporada quase me matou com as falas do Larry no leito de morte, os efeitos visuais dele indo pro céu e ele com cabelo no paraíso. Foi uma mistura perfeita de piadas bem escritas e tosquice.
Sensacional perceber algumas piadas e situações descritas pelo Larry David que já tinham sido usadas em Seinfeld. Essa série é praticamente um novo formato pra sitcom dos anos 90, com roteiros focados em pequenas coisas e acontecimentos cotidianos. Mesmo que dessa vez estejamos acompanhando um milionário, o que deveria dificultar a identificação do público, momentos em que Larry tem que lidar com constrangimentos sociais diários e as formas absurdas e impulsivas (que muitos de nós já pensamos em fazer) que utiliza para se livrar dessas situações, criam uma conexão com os espectadores em geral. A série mantém muita coerência com todos os outros episódios. Acontecimentos de um, determinam piadas e reviravoltas em outro. Exemplos claros disso são o Chevy 57 e o bracelete. Algumas narrativas já conhecidas para contar um determinado tipo de acontecimento dentro da história causam uma antecipação que pode ser negativo para quem assiste, mas também pode fazer exatamente o contrário, aumentando a intensidade humorística da cena em que a piada é concluída. A única incoerência está na mente perturbada do personagem de Larry David, mas é isso que faz a série ser tão sensacional. A fila do médico é injusta e não faz sentido, a não ser que ele seja o primeiro a ser atendido. De certa forma, a identificação e humor dessa série vêm quase exclusivamente de assistirmos alguém que expressa ideias bizarras mas que fazem todo o sentido no seu contexto egoísta. Honestamente, acho que lá no fundo todos nós já tivemos um Larry David falando dentro da nossa cabeça em diversas oportunidades.
Se tivesse o final do episódio 15 seria mais corajoso, o 16 deu uma suavizada. Mas no geral a série tomou um caminho inevitável e que fez BoJack encarar o seu passado e seus erros, não apenas deixando-os para trás. De uma forma ou outra isso aconteceria com os dois possíveis finais dos dois últimos episódios.
Succession (3ª Temporada)
4.4 188Logan Roy é overpowered demais.
Succession (2ª Temporada)
4.5 228 Assista AgoraPor mais óbvio que as coisas fossem tomar um rumo diferente na última cena do último episódio desta temporada, toda a atmosfera criada é sublime - não é como se a série não tivesse noção de que o plot twist era claro e estava presente, no mínimo, na subconsciência dos espectadores.
O último plano da temporada, com o sorriso de Logan Roy que olhava o filho finalmente se tornar um "assassino", está entre os melhores momentos de qualquer coisa que já vi na TV.
It has always been you, Ken.
Sem Maturidade Para Isso (1ª Temporada)
4.0 42A falta de originalidade é frustrante, mas consegue ser algo razoável. Mediocridade que chama.
Como Eu Conheci Sua Mãe (9ª Temporada)
4.1 1,3K Assista AgoraVamos recapitular o que é How I Met Your Mother. Ted conta para seus dois filhos a história de, adivinha só, como ele conheceu a mãe deles. Durante toda a série nota-se um cuidado na revelação de quem é essa pessoa, com a introdução de índices como objetos, lugares e outros personagens com quem Ted se relaciona que têm alguma ligação com a futura mãe dos adolescentes que escutam a história de seu pai. Além disso, a coerência presente entre diversas temporadas é fenomenal, com uma estrutura que dá a impressão ao espectador que tudo é minimamente calculado. Aos poucos vamos percebendo que alguns pequenos erros que no futuro viram "piada interna" do grupo, como o abacaxi, mas ainda é relevado pois não está atrapalhando a história principal.
Certo. Agora pegue todo esse cuidado construído até o episódio 23 da 8ª temporada e jogue TUDO fora no momento em que é revelado quem é a mãe sem usar nenhum daqueles índices de maneira a impressionar o espectador. Depois passe a 9ª temporada mostrando flashbacks dessa pessoa que chegou agora e tente criar alguma conexão sentimental verdadeiramente relevante e falhe miseravelmente, mais uma vez estragando tudo o que já tinha sido feito. Enquanto tudo isso acontece, mostre uma cerimônia de casamento durante 22 EPISÓDIOS, que se passam em 2 DIAS e que, no fim, não levam aquilo à lugar algum. E por que não vai à lugar algum? Primeiro, porque a relação entre Ted e Robin, que supostamente deveria ter sido fortalecida nesses episódios para sustentar algo mais tarde, não traz nada de tão novo que as outras 8 temporadas não haviam mostrado antes. Segundo, que o lugar onde Barney finalmente sossegou, pudesse ter alguma relação com o divórcio com Robin, também não é tão necessário, pois ele já tinha desilusões o bastante pra não acreditar em nada até que o nascimento de sua filha pudesse o transformar. Não parece que Barney precisava ter passado por aquele casamento para ter aquele fim. Mas em terceiro, e principalmente por isso, a mãe não é nem um pouco relevante pra série que deveria contar a história de como Ted a conheceu. Não tem importância o guarda-chuva amarelo, a boate no Dia de São Patrício ou a banda de casamento. Ele simplesmente conta como a conheceu, teve os filhos, ela morreu e, enquanto tudo isso pode parecer algo enorme em sua vida, em momento algum vemos refletido na tela como ela poderia ter sido alguém de peso em sua vida a ponto de sentirmos a sua perda como Ted provavelmente sentiu naquele universo, porque quando descobrimos que ela se foi há 6 anos, tudo soa insensível, já que acabamos de saber de sua morte e os filhos encorajam Ted a ir atrás da "tia Robin". Mesmo que ela tenha sido apresentada de forma equivocada, ainda existe uma esperança de que a série vai ser redimir com a mãe, mas no último episódio, ela é apenas a mãe, uma mulher com quem Ted teve dois filhos e esteve no meio do caminho entre ele e Robin. E a forma como o roteiro arranja o encontro final entre os dois é tão repentina que faz tudo parecer mais absurdo ainda. Em um episódio, Robin está casada com Barney e Ted acabou de conhecer Tracy, a mãe. No outro, vários saltos na história pra terminar logo e de repente, em menos de 20 minutos, Robin se divorciou, Barney tem um filho, Marshall conseguiu ser um juiz (nesse momento ninguém nem deve se lembrar disso) e Tracy morreu.
Essa temporada também contou com falta de criatividade e muitos episódios pra cumprir tabela, trazendo personagens novos com histórias desnecessárias e pouco emocionantes ou engraçadas, o que tornou tudo mais cansativo. Também é necessário falar das tentativas claras de emocionar o público, com a trilha sonora que sobrepõe tudo com um piano forte e que causa arrepios e deixa os olhos marejados nas primeiras vezes, mas se torna nauseante quando percebe-se o excesso do mesmo artifício.
Cansativo e decepcionante. Uma história que faz todo o sentido na vida real, mas em um seriado, contado desta maneira, jamais.
Segura a Onda (10ª Temporada)
4.3 13 Assista AgoraPor mais que a essa altura os espectadores estejam inteiramente familiarizados com a narrativa característica da série, dificultando o elemento surpresa e momentos mais imprevisíveis das primeiras temporadas, é inegável que os roteiros continuam sendo bem escritos - falando especificamente da história contada, já que a maior parte do humor vem do improviso dos atores em cena - e episódios bem sólidos e engraçados continuam sendo produzidos. Apesar disso, essa temporada introduziu algumas pequenas mudanças como uma introdução antes da abertura, nos dois últimos episódios. Em ambos, são mostrados peças de comunicação dentro daquele universo, incluindo um anúncio da Latte Larry's e uma matéria sobre as lojas de vingança, feita pela Today. Outra diferença notada durante a temporada foi o uso de piadas visuais em maior quantidade.
A série tenta se renovar com ideias que não conseguem ser tão geniais quanto os escritores pensam, mas continua sendo sustentada pelo que sempre fez desde o começo. E isso é o bastante.
Segura a Onda (5ª Temporada)
4.4 13 Assista AgoraO último episódio dessa temporada quase me matou com as falas do Larry no leito de morte, os efeitos visuais dele indo pro céu e ele com cabelo no paraíso. Foi uma mistura perfeita de piadas bem escritas e tosquice.
Segura a Onda (1ª Temporada)
4.3 46 Assista AgoraSensacional perceber algumas piadas e situações descritas pelo Larry David que já tinham sido usadas em Seinfeld. Essa série é praticamente um novo formato pra sitcom dos anos 90, com roteiros focados em pequenas coisas e acontecimentos cotidianos. Mesmo que dessa vez estejamos acompanhando um milionário, o que deveria dificultar a identificação do público, momentos em que Larry tem que lidar com constrangimentos sociais diários e as formas absurdas e impulsivas (que muitos de nós já pensamos em fazer) que utiliza para se livrar dessas situações, criam uma conexão com os espectadores em geral.
A série mantém muita coerência com todos os outros episódios. Acontecimentos de um, determinam piadas e reviravoltas em outro. Exemplos claros disso são o Chevy 57 e o bracelete. Algumas narrativas já conhecidas para contar um determinado tipo de acontecimento dentro da história causam uma antecipação que pode ser negativo para quem assiste, mas também pode fazer exatamente o contrário, aumentando a intensidade humorística da cena em que a piada é concluída.
A única incoerência está na mente perturbada do personagem de Larry David, mas é isso que faz a série ser tão sensacional. A fila do médico é injusta e não faz sentido, a não ser que ele seja o primeiro a ser atendido. De certa forma, a identificação e humor dessa série vêm quase exclusivamente de assistirmos alguém que expressa ideias bizarras mas que fazem todo o sentido no seu contexto egoísta. Honestamente, acho que lá no fundo todos nós já tivemos um Larry David falando dentro da nossa cabeça em diversas oportunidades.
BoJack Horseman (6ª Temporada)
4.6 296 Assista AgoraSe tivesse o final do episódio 15 seria mais corajoso, o 16 deu uma suavizada.
Mas no geral a série tomou um caminho inevitável e que fez BoJack encarar o seu passado e seus erros, não apenas deixando-os para trás. De uma forma ou outra isso aconteceria com os dois possíveis finais dos dois últimos episódios.